O computador na sala de aula: estudo em escolas ... - UniverCidade
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2 o Congresso Científico da UniverCida<strong>de</strong> – Rio <strong>de</strong> Janeiro, 22 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007<br />
O <strong>computador</strong> <strong>na</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>: <strong>estudo</strong> <strong>em</strong> <strong>escolas</strong> <strong>de</strong><br />
ensino médio e fundamental<br />
Computer in the classroom: a study in brazilian schools<br />
Robson Santos<br />
Doutor <strong>em</strong> Design<br />
Escola <strong>de</strong> Design - contato@robsonsantos.com<br />
Fabio Maia<br />
Mestrando <strong>em</strong> Educação <strong>em</strong> Ciências e Saú<strong>de</strong> – UFRJ/NUTES, Especialista <strong>em</strong> Tecnologia<br />
Educacio<strong>na</strong>l<br />
fabiomaiasouza@terra.com.br<br />
Palavra-chave - recursos computacio<strong>na</strong>is; ambientes <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong><br />
A adoção <strong>de</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> escola é fato irreversível. No entanto, ainda existe um<br />
<strong>de</strong>scompasso entre esta realida<strong>de</strong> e a atuação do professor. O presente trabalho teve como objetivo<br />
levantar o perfil <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is por professores do ensino fundamental e do ensino<br />
médio, para enten<strong>de</strong>r porque não há aplicação efetiva dos recursos computacio<strong>na</strong>is <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>.<br />
Keywords – computer resources; learning environments<br />
Instead the inevitable adoption of computacio<strong>na</strong>l resources in the classroom, there is a gap between this<br />
reality and the teacher’s role. This paper presents the results of a survey that was conducted to colect data<br />
that could explain the reasons why most teachers don’t use computers efectively in the classrooms.<br />
A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO<br />
A socieda<strong>de</strong> passa por mudanças contínuas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios dos t<strong>em</strong>pos. No entanto, no<br />
século XX e o início do século XXI, essas mudanças ocorr<strong>em</strong> <strong>de</strong> maneira cada vez mais rápida<br />
<strong>em</strong> todos os segmentos da socieda<strong>de</strong>, principalmente <strong>na</strong> área das tecnologias <strong>de</strong> comunicação e<br />
<strong>de</strong> informação. De acordo com Valente (2002), essas mudanças provocam profundas alterações<br />
<strong>em</strong> todas as áreas, o que modifica a forma do hom<strong>em</strong> agir e atuar <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>.<br />
Tais mudanças marcam a passag<strong>em</strong> da socieda<strong>de</strong> industrial para a socieda<strong>de</strong> baseada <strong>na</strong><br />
informação e no conhecimento. Na socieda<strong>de</strong> do conhecimento, fatores como produção, matéria<br />
prima, capital e trabalho passam para segundo plano. O conhecimento assume papel principal, o<br />
que exige uma nova postura do hom<strong>em</strong> com relação ao conhecimento, principalmente no âmbito<br />
educacio<strong>na</strong>l e profissio<strong>na</strong>l.<br />
Segundo Takahashi (2000), o novo paradigma social t<strong>em</strong> como el<strong>em</strong>ento-chave a educação,<br />
condição essencial para que o hom<strong>em</strong> conviva com as contínuas e aceleradas mudanças e <strong>de</strong><br />
criar competências que permitam uma melhor atuação mudanças e <strong>de</strong> criar competências que<br />
permitam uma melhor atuação <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> bens e serviços, <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, <strong>na</strong><br />
operação <strong>de</strong> ferramentas e <strong>de</strong> novos meios. Neste contexto, a educação, afirma Valente (2002),<br />
não <strong>de</strong>ve focar somente <strong>na</strong> transmissão <strong>de</strong> dados e instruções e sim, dar ênfase <strong>na</strong> construção do<br />
conhecimento e <strong>na</strong> realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, tendo <strong>em</strong> mente que ter acesso à informação não<br />
quer dizer possuir conhecimento. O processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> não <strong>de</strong>ve se basear <strong>na</strong> realização<br />
<strong>de</strong> tarefas que objetivam resultados pré-estabelecidos, mas <strong>na</strong> compreensão do que é realizado e
para po<strong>de</strong>r tomar <strong>de</strong>cisões, atuar e realizar tarefas, levando o indivíduo a enten<strong>de</strong>r que o<br />
aprendizado constante é requisito fundamental.<br />
Para Takahshi (2000), o atual processo <strong>de</strong>ve propiciar a competência para transformar<br />
informação <strong>em</strong> conhecimento. Deve ir além da capacitação <strong>na</strong> utilização dos recursos<br />
tecnológicos e criar competências para que seja possível uma atuação efetiva <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>.<br />
Os dois autores já citados concordam que a educação <strong>de</strong>ve preparar o indivíduo para ser agente<br />
ativo no processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar o aprimoramento das suas<br />
idéias e ações, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r sozinho, s<strong>em</strong> estar inserido <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a educacio<strong>na</strong>l e permitir que<br />
esse indivíduo acompanhe as mudanças da socieda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> um processo <strong>de</strong> educação continuada.<br />
RECURSOS COMPUTACIONAIS NA EDUCAÇÃO<br />
Uma das características atuais da socieda<strong>de</strong> é a produção constante <strong>de</strong> informações <strong>em</strong><br />
quantida<strong>de</strong> cada vez maiores. Isto leva a Riccio (1998) a afirmar que, perante esta característica,<br />
o hom<strong>em</strong> é impelido a buscar nestas mesmas tecnologias auxílio para gerenciar essas<br />
informações. Para que a pessoa possa se sentir segura diante <strong>de</strong>sta situação <strong>de</strong>ste novo<br />
paradigma é necessário que todos possam fazer uso <strong>de</strong> recursos tecnológicos. Não enxergar tal<br />
necessida<strong>de</strong> é confiar o controle dos recursos a poucos, e tor<strong>na</strong>r o restante da população passiva<br />
e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Por isso, a escola <strong>de</strong>ve assumir uma posição clara diante das novas tecnologias. A<br />
escola <strong>de</strong>ve abrir seus espaços educativos e didáticos para as propostas <strong>de</strong> experimentação<br />
permanente das novas tecnologias. Mas s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> forma clara, cautelosa e profissio<strong>na</strong>l para que<br />
o uso das novas tecnologias não seja com tantas outras propostas ape<strong>na</strong>s um modismo<br />
passageiro.<br />
De acordo com Petrone e Rialti (1998), no atual paradigma social-político-ecônomico <strong>em</strong> que<br />
viv<strong>em</strong>os, a informática está presente <strong>em</strong> todos os setores da socieda<strong>de</strong>, como trabalho, economia<br />
e lazer, entre outros. Para não criar um abismo entre a educação e os outros setores da socieda<strong>de</strong>,<br />
a escola não po<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>ve ignorar o fato dos seus alunos estão direta ou indiretamente ligados<br />
aos recursos computacio<strong>na</strong>is. Portanto, a escola <strong>de</strong>ve fazer uso <strong>de</strong> recursos como internet,<br />
softwares educativos e jogos, entre outros, para propiciar um ambiente <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong><br />
interessante, estimulante e lúdico, com o potencial <strong>de</strong> motivar o aluno para apren<strong>de</strong>r e também<br />
<strong>de</strong>senvolver neste aluno funções cognitivas complexas. Entretanto <strong>de</strong>ve se ter o cuidado <strong>de</strong> não<br />
fazer com que os recursos computacio<strong>na</strong>is sejam os objetivos a ser<strong>em</strong> atingidos no processo <strong>de</strong><br />
ensino-aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Peluso (1998) enumera alguns pontos positivos gerados com a introdução dos recursos<br />
computacio<strong>na</strong>is no ambiente educacio<strong>na</strong>l:<br />
1. A escola tradicio<strong>na</strong>l não permite erros, <strong>de</strong>pois que o aluno elaborou uma tarefa,<br />
dificilmente terá t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> refazê-la. O <strong>computador</strong> permite que o aluno erre e retifique<br />
os seus erros.<br />
2. Com o uso do <strong>computador</strong>, o aluno t<strong>em</strong> a sensação <strong>de</strong> ser o protagonista do processo.<br />
3. Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer aos alunos diferentes conceitos formais ou não através <strong>de</strong><br />
representações gráficas (<strong>de</strong>senhos, esqu<strong>em</strong>as e animações).<br />
4. Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolve a lógica e aprendizag<strong>em</strong>.<br />
5. Computador permite que se respeite o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> individual <strong>de</strong> cada aluno.<br />
Permite gerar as próprias estratégias <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>.<br />
6. Permite a criativida<strong>de</strong>, a divergência e exercita o aluno a tentar novos caminhos para a<br />
resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as.<br />
7. O uso do <strong>computador</strong> <strong>de</strong>senvolve diferentes habilida<strong>de</strong>s perceptivo-visuais, lógicoformais<br />
e associativas nos alunos.<br />
8. O trabalho com o <strong>computador</strong> po<strong>de</strong> facilitar e solicitar a colaboração entre alunos.
9. Os procedimentos (atenção, a busca e análise dos erros, a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as<br />
etc.) <strong>de</strong>senvolvidos com as práticas realizadas no <strong>computador</strong> são transferidas para<br />
outras ativida<strong>de</strong>s realizadas pelo aluno.<br />
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO<br />
No meados da década <strong>de</strong> 1950 o <strong>computador</strong> já se mostrava presente no ambiente escolar. Mas<br />
era utilizado para armaze<strong>na</strong>mento das informações <strong>em</strong> forma seqüencial, que posteriormente<br />
seriam passadas aos alunos. Na verda<strong>de</strong>, isto era uma tentativa <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entar a máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
ensi<strong>na</strong>r i<strong>de</strong>alizada por Skinner, <strong>de</strong> acordo com Valente (2002).<br />
Atualmente, a inserção do <strong>computador</strong> no ambiente escolar é muito mais diversificada,<br />
interessante e <strong>de</strong>safiadora do que há meio século atrás. Seu objetivo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser a simples<br />
transmissão <strong>de</strong> informações e passa a ser utilizado como ferramenta para enriquecer os<br />
ambientes educacio<strong>na</strong>is e para a construção do conhecimento.<br />
A Informática <strong>na</strong> Educação vai além da montag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informáticas, dos ensi<strong>na</strong>mentos<br />
referentes aos conteúdos <strong>de</strong> ciência da computação ou da utilização do <strong>computador</strong> <strong>em</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s extras curriculares. Ela reforça o fato do educador possuir conhecimentos sobre as<br />
possibilida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is e ter habilida<strong>de</strong>s e competências para conjugar ativida<strong>de</strong>s<br />
tradicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong> com ativida<strong>de</strong>s que utilizam os recursos computacio<strong>na</strong>is.<br />
Segundo Valente (2002), o uso dos recursos computacio<strong>na</strong>is no ambiente educacio<strong>na</strong>l apresenta<br />
enormes <strong>de</strong>safios. Entre eles, o <strong>de</strong> fazer uma nova leitura do papel do professor. Mas, para isso,<br />
o processo <strong>de</strong> formação do educador <strong>de</strong>ve propiciar a construção do conhecimento sobre as<br />
técnicas computacio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong> como integrar tais recursos <strong>na</strong> prática pedagógica. É necessário dar<br />
ao professor condições <strong>de</strong> re-contextualizar o aprendizado e as experiências vividas <strong>na</strong> aca<strong>de</strong>mia<br />
para realida<strong>de</strong> da <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, além <strong>de</strong> compatibilizar as necessida<strong>de</strong>s do educando e os<br />
objetivos pedagógicos a ser<strong>em</strong> atingidos. A formação <strong>de</strong>ve ir além da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> provir os<br />
educadores <strong>de</strong> conhecimentos necessários para o domínio dos <strong>computador</strong>es e do software. Deve<br />
sim, auxiliá-lo no <strong>de</strong>senvolvimento do conteúdo pedagógico e <strong>de</strong> como o <strong>computador</strong> po<strong>de</strong> ser<br />
integrado no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse conteúdo.<br />
A impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> uma pedagogia baseada <strong>na</strong> construção do conhecimento e não <strong>na</strong><br />
m<strong>em</strong>orização da informação por meios da utilização dos recursos computacio<strong>na</strong>is não <strong>de</strong>ve ser<br />
só colocada sobre a responsabilida<strong>de</strong> do educador. Tal situação implica profundas mudanças,<br />
que vão além das instalações <strong>de</strong> <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informáticas, e exig<strong>em</strong> a participação <strong>de</strong> toda a<br />
comunida<strong>de</strong> escolar ao envolver diretores, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, alunos, educadores e pais.<br />
METODOLOGIA<br />
A presente pesquisa teve como objetivo levantar qual o perfil <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is<br />
por professores do ensino fundamental e do ensino médio. Em paralelo, buscou-se conhecer<br />
quais os fatores que impe<strong>de</strong>m o uso <strong>de</strong> tais recursos como instrumentos pedagógicos. O <strong>estudo</strong><br />
foi realizado com 21 professores <strong>de</strong> duas <strong>escolas</strong> particulares <strong>de</strong> uma mesma re<strong>de</strong> localizadas <strong>em</strong><br />
bairros da zo<strong>na</strong> norte do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Para realizar o levantamento foi <strong>de</strong>senvolvido um questionário composto por 18 perguntas, com<br />
11 perguntas fechadas e 7 perguntas fechadas. As questões 1 e 2 eram referentes aos dados<br />
<strong>de</strong>mográficos sexo e ida<strong>de</strong>. As perguntas 3, 4 e 5 se referiam ao perfil docente sobre nível para o<br />
qual lecio<strong>na</strong>, discipli<strong>na</strong> lecio<strong>na</strong>da e tipo <strong>de</strong> escola <strong>em</strong> que trabalha - pública ou particular. As<br />
questões <strong>de</strong> 6 a 10 se referiam ao uso pessoal <strong>de</strong> <strong>computador</strong>es e internet. As questões <strong>de</strong> 11 a 14<br />
se referiam à postura do professor <strong>em</strong> estimular o uso <strong>de</strong> <strong>computador</strong>es e internet pelos alunos<br />
para realizar tarefas escolares. As questões 15, 16 e 17 eram referentes ao uso das <strong>sala</strong>s <strong>de</strong>
informática pelos professores. Por fim, a questão 18 abria espaço para o respon<strong>de</strong>nte falar sobre<br />
sua visão da importância da informática <strong>na</strong> educação.<br />
A tabela abaixo apresenta os dados <strong>de</strong> perfil dos respon<strong>de</strong>ntes.<br />
Perfil dos Respon<strong>de</strong>ntes<br />
Sexo Nível Escola<br />
Masculino F<strong>em</strong>inino Fundamental Médio Ambos Particular Particular e<br />
Pública<br />
04 17 03 05 13 12 09<br />
RESULTADOS<br />
Dos professores que respon<strong>de</strong>ram ao questionário, 81% possu<strong>em</strong> <strong>computador</strong>. Os 19% que não<br />
possu<strong>em</strong> <strong>computador</strong> justificam sua situação por motivos fi<strong>na</strong>nceiros, conforme <strong>de</strong>poimentos<br />
transcritos a seguir:<br />
“Já tive <strong>computador</strong>. Mas, no momento, não tenho condições para adquiri-lo. Utilizo <strong>de</strong> outras<br />
pessoas”.<br />
“Não tive possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar”.<br />
Os gráficos a seguir apresentam os dados tabulados referentes às questões 8 a 10, sobre uso <strong>de</strong><br />
<strong>computador</strong> e da internet.<br />
8. Para que você utiliza o <strong>computador</strong>?<br />
11%<br />
11%<br />
6%<br />
33%<br />
17%<br />
22%<br />
9. Você possui internet?<br />
Não<br />
10%<br />
Sim<br />
90%<br />
Elaborar prova<br />
Elaborar prova, lazer e comunicação<br />
Elaborar prova, <strong>aula</strong>s, lazer<br />
e comunicação<br />
Sim<br />
Não<br />
Elaborar prova, <strong>aula</strong>s e comunicação<br />
Elaborar prova e lazer<br />
Elaborar prova e comunicação<br />
10. Você possui e-mail?<br />
Não<br />
19%<br />
Sim<br />
81%<br />
Sim<br />
Não
Os gráficos a seguir apresentam os dados tabulados da questão 11 e 13, sobre incentivar os<br />
alunos a utilizar<strong>em</strong> <strong>computador</strong> e internet para tarefas escolares.<br />
11. Você incentiva os alunos a utilizar<strong>em</strong><br />
os <strong>computador</strong>es <strong>na</strong>s tarefas escolares?<br />
Às vezes<br />
27%<br />
Sim<br />
Não<br />
0%<br />
Sim<br />
73%<br />
Os que respon<strong>de</strong>ram positivamente, justificam sua opção da seguinte forma:<br />
“Para obter informações que não constam no material didático”.<br />
“É rápido e prático e <strong>de</strong>senvolve a criativida<strong>de</strong> do aluno”.<br />
“Para estar<strong>em</strong> integrados com a tecnologia”.<br />
“Porque a tecnologia <strong>de</strong>ve andar <strong>de</strong> braços abertos com a educação”.<br />
“Não o trabalho <strong>em</strong> si, mas t<strong>em</strong>as específicos ao <strong>de</strong>senvolvimento humano”.<br />
“Compl<strong>em</strong>entar pesquisas com t<strong>em</strong>as atuais e aceso a fotos e esqu<strong>em</strong>as”.<br />
“Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações”.<br />
Não<br />
Às vezes<br />
“A Internet leva os alunos a <strong>de</strong>scobrir<strong>em</strong> as informações com mais clareza e rapi<strong>de</strong>z”.<br />
“O enriquecimento <strong>de</strong> conteúdo é b<strong>em</strong> gran<strong>de</strong>”.<br />
“Para aumentar o número <strong>de</strong> informações e as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolhas”.<br />
Os respon<strong>de</strong>ntes que possu<strong>em</strong> restrições justificam-<strong>na</strong> da seguinte forma:<br />
“Não aceito trabalho todo copiado da web”.<br />
“Pela diversida<strong>de</strong>, a praticida<strong>de</strong> (<strong>em</strong>bora haja dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> certos alunos <strong>em</strong> filtrar as<br />
informações relevantes)”.<br />
“N<strong>em</strong> todos possu<strong>em</strong> <strong>computador</strong> e as pesquisas se tor<strong>na</strong>m cópias”.<br />
13. Você incentiva os alunos a pesquisaram <strong>na</strong><br />
Internet?<br />
Não<br />
10%<br />
Sim<br />
Não<br />
Sim<br />
90%<br />
“Na realida<strong>de</strong>, às vezes, porque os alunos têm muita facilida<strong>de</strong> e eles só faz<strong>em</strong> cópias”.<br />
Os gráficos a seguir apresentam os dados tabulados das questões 15 e 16, sobre as instalações<br />
das <strong>escolas</strong> on<strong>de</strong> lecio<strong>na</strong>m.
15. As <strong>escolas</strong> on<strong>de</strong> você lecio<strong>na</strong><br />
possu<strong>em</strong> <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informática?<br />
Algumas<br />
14%<br />
Não<br />
0%<br />
Sim<br />
86%<br />
Dos 21 entrevistados, 7 não justificaram porque não utilizam a <strong>sala</strong> <strong>de</strong> informática da escola. Os<br />
respon<strong>de</strong>ntes que respon<strong>de</strong>ram não utilizar as <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informática das <strong>escolas</strong> apresentam,<br />
basicamente, duas justificativas:<br />
1) Falta <strong>de</strong> acesso às <strong>sala</strong>s<br />
“Acesso é restrito.”<br />
“O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>aula</strong> não nos propicia e a <strong>aula</strong> <strong>de</strong> informática é ministrada no laboratório<br />
que é reservado somente para esse fim.”<br />
“Só se po<strong>de</strong> usar a <strong>sala</strong> <strong>de</strong> informática com o professor da área, como os horários são<br />
s<strong>em</strong>pre incompatíveis, não é possível.”<br />
“Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso.”<br />
“A direção da escola não disponibiliza a mesma aos professores das outras discipli<strong>na</strong>s.”<br />
2) T<strong>em</strong>po insuficiente<br />
Sim<br />
Não<br />
Algumas<br />
“Falta <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>vido a conteúdos imensos.”<br />
“Falta organização para levar os alunos para a <strong>sala</strong> <strong>de</strong> informática, além <strong>de</strong> não<br />
existir<strong>em</strong> muitos programas freeware <strong>em</strong> geografia.”<br />
“Não há t<strong>em</strong>po hábil para o professor freqüentar a <strong>sala</strong>.”<br />
A questão 18 solicitava aos respon<strong>de</strong>ntes que falass<strong>em</strong> sobre a importância da informática <strong>na</strong><br />
educação. Algumas respostas obtidas estão transcritas a seguir:<br />
“Compl<strong>em</strong>enta os conteúdos exigidos pela escola, ilustrando-os”.<br />
“Auxilia nos trabalhos e pesquisas, além <strong>de</strong> estimular um contato maior com aas outras<br />
culturas”.<br />
“A informática <strong>na</strong> educação é necessária porque trabalha junto com as outras discipli<strong>na</strong>s,<br />
ajudando <strong>em</strong> pesquisas e informações”.<br />
“É mais um recurso <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>”.<br />
16. Você costuma utilizar a <strong>sala</strong> <strong>de</strong><br />
informática da escola?<br />
Sim<br />
15%<br />
Não<br />
85%<br />
“Quando b<strong>em</strong> trabalhada para <strong>de</strong>spertar a curiosida<strong>de</strong> e melhorar aspectos da<br />
inteligência, além é claro, <strong>de</strong> romper fronteiras impostas pelo livro didático.”<br />
Sim<br />
Não
“A informática tornou-se o principal instrumento <strong>de</strong> absorção do conhecimento e acesso a<br />
informação”.<br />
Dentre as respostas e comentários informais feitos pelos respon<strong>de</strong>ntes, pô<strong>de</strong>-se perceber que,<br />
tanto a metodologia adotada quanto os recursos utilizados no ambiente educacio<strong>na</strong>l reflet<strong>em</strong> a<br />
i<strong>de</strong>ologia e a postura pessoal do docente. Tal fato foi verificado,particularmente, <strong>em</strong> alguns<br />
comentários feitos por uma professora <strong>de</strong> História, que afirmava não utilizar <strong>computador</strong>es pelo<br />
fato <strong>de</strong> esses “não ter<strong>em</strong> alma”, e afirmou , também, ter sido tranqüilizada ao saber que era essa<br />
a opinião do papa João Paulo. Além disso, a docente crê que o <strong>computador</strong> inibe a criativida<strong>de</strong><br />
do hom<strong>em</strong>, provoca obesida<strong>de</strong>s, probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> visão e estatura, além <strong>de</strong> limitar o hom<strong>em</strong>.<br />
Um ponto a ser <strong>de</strong>stacado refere-se ao local <strong>de</strong> aplicação dos questionários, pois é possível que<br />
algumas respostas tenham sido influenciadas pelo ambiente escolar. Tal possibilida<strong>de</strong> encontra<br />
respaldo no fenômeno conhecido como “efeito Hawthorne”, que causa distorção <strong>na</strong>s respostas<br />
pelo fato dos respon<strong>de</strong>ntes saber<strong>em</strong> que são observados.<br />
CONCLUSÃO<br />
A observação dos gráficos nos leva a perceber que existe uma relação direta entre o uso pessoal<br />
do <strong>computador</strong> e o incentivo a que os alunos utiliz<strong>em</strong> o recurso: 19% não possu<strong>em</strong> <strong>computador</strong>;<br />
10% não possu<strong>em</strong> acesso à internet; 19% não possu<strong>em</strong> conta <strong>de</strong> e-mail; 10% não incentivam os<br />
alunos a pesquisar<strong>em</strong> <strong>na</strong> internet. Resultado inversamente proporcio<strong>na</strong>l po<strong>de</strong> ser observado <strong>na</strong>s<br />
respostas à questão 16, sobre uso das <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informática: somente 15% as utilizam.<br />
Desta forma, os fatores que dificultam o uso <strong>de</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> pelos<br />
professores po<strong>de</strong>m ser divididos <strong>em</strong> dois grupos: fatores organizacio<strong>na</strong>is e fatores pessoais.<br />
Como fatores organizacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>staca-se a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso às <strong>sala</strong>s <strong>de</strong> informática, que são<br />
disponibilizadas somente para professores <strong>de</strong> informática e a falta <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po para utilizar os<br />
recursos computacio<strong>na</strong>is aliados ao conteúdo das discipli<strong>na</strong>s. Dentre os fatores pessoais, po<strong>de</strong>-se<br />
incluir as crenças e a falta <strong>de</strong> aprimoramento pessoal <strong>em</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is.<br />
Acredita-se que o caminho para reverter tal situação passará inevitavelmente por uma<br />
conscientização do corpo docente sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização pessoal. Além disso, a<br />
instituição oferecer recursos para a total integração entre professores <strong>de</strong> informática e das <strong>de</strong>mais<br />
discipli<strong>na</strong>s, o que inclui capacitar o corpo docente para uso dos recursos computacio<strong>na</strong>is.<br />
Apesar <strong>de</strong> ser um <strong>estudo</strong> realizado com uma amostrag<strong>em</strong> restrita, os resultados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rados importantes pelo fato <strong>de</strong> apontar<strong>em</strong> alguns fatores que inib<strong>em</strong> ou mesmo<br />
dificultam o uso efetivo <strong>de</strong> recursos computacio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s <strong>escolas</strong>. Como <strong>de</strong>sdobramentos futuros,<br />
este <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>verá ser ampliado para atingir outros professores da re<strong>de</strong> e também <strong>de</strong> outras<br />
<strong>escolas</strong>. Também <strong>de</strong>verá ser melhor investigada a postura dos professores <strong>em</strong> incentivar os<br />
alunos no uso do <strong>computador</strong> e da internet para realizar tarefas escolares.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
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