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Interpretação de textos Prof. Dalvani profguri@gmail.com ... - ALUB

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<strong>Interpretação</strong> <strong>de</strong> <strong>textos</strong> 10<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Dalvani</strong><br />

Elementos da Narrativa:<br />

1. Narrador: é quem conta a história, um ser ficcional a<br />

quem o autor transfere a tarefa <strong>de</strong> narrar os fatos. Há<br />

<strong>textos</strong> narrativos quase totalmente – ou totalmente –<br />

dialogados. Nesse caso, o narrador aparece muito pouco,<br />

ou fica subentendido.<br />

Atenção: não confunda o narrador <strong>com</strong> o autor da<br />

história. Este é um escritor, <strong>com</strong> uma biografia civil, um<br />

ser humano, que po<strong>de</strong> construir vários narradores (um<br />

para cada história que <strong>de</strong>sejar contar).<br />

2. Personagens: são os seres que estão envolvidos <strong>com</strong><br />

a história, que vivem os fatos e que são caracterizados<br />

física e psicologicamente. Qualquer tipo <strong>de</strong> ser – gente,<br />

bicho, criaturas inanimadas – po<strong>de</strong> ser personagem <strong>de</strong><br />

uma narrativa. Classificam-se em:<br />

Principais: quando participam diretamente da trama.<br />

Secundários: quando participam <strong>de</strong> forma pouco<br />

intensa da história.<br />

Caricaturais: tem os traços <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> ou<br />

padrões <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento realçados, acentuados (às<br />

vezes beirando o ridículo).<br />

3. Enredo: e a história em si, o conjunto enca<strong>de</strong>ado dos<br />

fatos, organizado <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a vonta<strong>de</strong> do escritor.<br />

Todo enredo supõe um conflito.<br />

OBS: Uma narrativa po<strong>de</strong> apresentar um enredo linear<br />

– quando os fatos vão se <strong>de</strong>senrolando um <strong>de</strong>pois do<br />

outro, em or<strong>de</strong>m cronológica <strong>de</strong> tempo – ou um enredo<br />

não-linear – quando a historia é interrompida por uma<br />

volta ao passado (para algo ser lembrado). E o que<br />

chamamos <strong>de</strong> flashback, muito <strong>com</strong>um em filmes.<br />

4. Espaço: o espaço da narrativa é o local on<strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>senvolve a história, o cenário. A <strong>de</strong>scrição do espaço<br />

serve para criar o clima que envolve o leitor nos<br />

acontecimentos. A <strong>de</strong>scrição do espaço serve, também,<br />

para caracterizar, <strong>de</strong> forma indireta, um personagem.<br />

Po<strong>de</strong> ser:<br />

Físico: é o cenário por on<strong>de</strong> circulam os personagens e<br />

on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senrola a trama.<br />

Mental: é o retrato <strong>de</strong> uma época, a ênfase nos<br />

costumes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado período da história.<br />

5. Tempo: o tempo da narrativa é o “quando acontece”<br />

a história.<br />

Cronológico: é o tempo marcado pelo relógio, pelo<br />

calendário ou por outros índices exteriores (momentos<br />

do dia, estações do ano, fatos históricos).<br />

Psicológico: é os tempos subjetivos, variáveis <strong>de</strong><br />

indivíduo para indivíduo. Esse tempo marca-se pelas<br />

sensações ou pensamentos do personagem.<br />

Foco narrativo (ou ponto <strong>de</strong> vista):<br />

Quando o narrador participa do enredo, é<br />

personagem atuante, diz-se que é um narradorpersonagem.<br />

Isso constitui o foco narrativo ou ponto<br />

<strong>de</strong> vista da primeira pessoa.<br />

Narrador-observador é o que serve <strong>de</strong><br />

intermediário entre o episódio e o leitor – é o foco<br />

narrativo <strong>de</strong> terceira pessoa.<br />

Ocorrem casos em que o narrador é classificado<br />

<strong>com</strong>o onisciente, pelo fato <strong>de</strong> dominar o lado psíquico <strong>de</strong><br />

seus personagens, antepondo-se às suas ações,<br />

percorrendo-lhes a mente e a alma – também sob o foco<br />

narrativo <strong>de</strong> terceira pessoa.<br />

Formas <strong>de</strong> discurso:<br />

1. O DISCURSO DIRETO caracteriza-se pela<br />

reprodução fiel da fala do personagem. Estrutura-se<br />

normalmente <strong>com</strong> a precedência <strong>de</strong> dois-pontos e iniciase<br />

após travessão. Via <strong>de</strong> regra, vem a<strong>com</strong>panhada por<br />

verbos <strong>de</strong> elocução (dizer, falar, respon<strong>de</strong>r, berrar,<br />

retrucar, indagar, etc.). Observe o exemplo:<br />

“...Botou as mãos na cabeça e a boca no mundo:<br />

- Nossa senhora, meu patrãozinho me mata!” (Fernando Sabino)<br />

O DISCURSO INDIRETO ocorre quando o narrador utiliza<br />

sua própria fala para reproduzir a fala <strong>de</strong> um<br />

personagem. O tempo verbal, no discurso indireto, será<br />

sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso<br />

direto. Confira:<br />

“D. Evarista ficou aterrada. Foi ter <strong>com</strong> o marido, disse-lhe que<br />

estava <strong>com</strong> <strong>de</strong>sejos.” (Machado <strong>de</strong> Assis)<br />

O DISCURSO INDIRETO LIVRE é uma mescla do discurso<br />

direto <strong>com</strong> o indireto. No discurso indireto livre, a fala do<br />

personagem se insere sutilmente no discurso do<br />

narrador, permitindo-lhe expor aspectos psicológicos do<br />

pensamento do personagem. Compare os dois exemplos:<br />

“Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que<br />

pusera o nome <strong>de</strong> Milagre naquele afilhado? E o português<br />

explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião.<br />

Milagre era apelido”. (Stanislaw Ponte Preta)<br />

“Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa,<br />

achando a frase extravagante. Aves matarem bois e<br />

cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, <strong>de</strong>sconfiado,<br />

julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos)<br />

Características <strong>de</strong> uma narrativa:<br />

Enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> ações e fatos.<br />

As frases se organizam em uma progressão<br />

temporal (relação <strong>de</strong> anteriorida<strong>de</strong> /<br />

posteriorida<strong>de</strong>), tanto que não se po<strong>de</strong> alterar a<br />

sequência sem afetar basicamente o texto.<br />

Texto dinâmico, uma vez que existem muitos<br />

verbos indicando movimento, ação, e, ainda, a<br />

passagem do tempo.<br />

Dois <strong>textos</strong> narrativos bastante <strong>com</strong>uns em<br />

provas <strong>de</strong> concursos são:<br />

1.1 CRÔNICA – é toda narrativa que obe<strong>de</strong>ce à or<strong>de</strong>m<br />

do tempo (etimologicamente, a palavra vem do grego<br />

chrónos, que significa “tempo”). Mo<strong>de</strong>rnamente, crônica<br />

é um relato sobre os acontecimentos do cotidiano<br />

escrita numa linguagem leve e normalmente <strong>de</strong> caráter<br />

jornalístico. Ela difere do conto não apenas no tamanho,<br />

mas também na linguagem. Ela busca a intimida<strong>de</strong> e o<br />

humor da linguagem. Ela busca a intimida<strong>de</strong> e o humor<br />

da anedota, numa linguagem cotidiana que encontra<br />

receptivida<strong>de</strong> em todos os leitores.<br />

Ao mesmo tempo em que a crônica tem o caráter<br />

transitório <strong>de</strong> um jornal – uma vez que nasceu <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>sse veículo <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação <strong>de</strong> massa -, ela apresenta<br />

também um narrador (que é o próprio autor),<br />

personagens que se aproximam muito das pessoas da<br />

vida real, enredo, tempo e espaço. Na maioria dos casos,<br />

todos esses elementos são trabalhados numa linguagem<br />

poética. Muitos cronistas contemporâneos conseguem<br />

captar flashes, circunstâncias do cotidiano, <strong>de</strong> uma<br />

maneira tão lírica que fica difícil dizer que tais <strong>textos</strong> não<br />

assumem um caráter literário.<br />

<strong>profguri@gmail</strong>.<strong>com</strong> www.profguri.blogspot.<strong>com</strong>

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