Taisa Manuela B ... populacional Tese 2012.pdf - Arca - Fiocruz
Taisa Manuela B ... populacional Tese 2012.pdf - Arca - Fiocruz
Taisa Manuela B ... populacional Tese 2012.pdf - Arca - Fiocruz
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1.3 Diversidade genética e doenças<br />
A diversidade entre os seres vivos e entre os indivíduos de uma mesma espécie<br />
é um fato já observado e discutido nos trabalhos de Darwin e Wallace.<br />
As primeiras análises sobre a diversidade biológica humana foram feitas<br />
utilizando características morfológicas (COON, 1965); em seguida utilizando-se<br />
variantes proteicas (HARRIS & HOPKINSON, 1972) e, na atualidade são<br />
preferencialmente utilizados os variantes de DNA. Os avanços tecnológicos na área da<br />
biologia molecular revelaram grande diversidade da nossa espécie.<br />
A frequência de alguns marcadores mostrou-se diferente entre populações e ou<br />
regiões geográficas (CAVALLI-SFORZA & BODMER, 1971). A análise desta<br />
heterogeneidade é importante para a descrição da diversidade genética <strong>populacional</strong>,<br />
reconstrução histórica dos povoamentos (YANAGIHARA et al., 1995; CALLEGARI-<br />
JACQUES & SALZANO, 1999) e estimativa de contribuição das populações ancestrais<br />
na formação de populações miscigenadas (SHRIVER et al., 1997; PARRA et al., 1998;<br />
PARRA et al., 2001; SHRIVER et al., 2003; SANTOS et al., 2010; ABE-SANDES et al.,<br />
2010; FELIX et al., 2010).<br />
A estimativa de contribuição genética na formação das populações pode ser<br />
realizada avaliando-se marcadores uniparentais, cromossomo Y e mtDNA. O uso<br />
destes marcadores é também importante para avaliar diferenças entre a contribuição<br />
materna e paterna na formação de uma população (GILES et al., 1980; JOBLING &<br />
TYLER-SMITH, 1995).<br />
As estimativas de mistura na população baseadas em marcadores uniparentais<br />
(Y e mtDNA) mostraram resultados contrastantes entre si. Utilizando marcadores<br />
bialélicos do cromossomo Y numa amostra de brasileiros descendentes de europeus,<br />
Abé-Sandes e cols. (2004) observaram apenas 2% de cromossomos típicos de<br />
africanos e nenhum cromossomo Y ameríndio; resultados semelhantes (2,5% de<br />
linhagens africanas) foram observados por Carvalho-Silva e cols. (2001) em brasileiros<br />
brancos. Já os resultados do mtDNA em brasileiros brancos revelaram frequências<br />
diferentes nas contribuições ameríndias e africanas nesta população, com descrição de<br />
33% e 28% (ALVES-SILVA et al., 2000) e de 12,8% e 21,4% (ABE-SANDES, 2002),<br />
24