SUSTENTABILIDADE DE AQUIFEROS SUBTERRÂNEOS PELA ...
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<strong>SUSTENTABILIDA<strong>DE</strong></strong> <strong>DE</strong> <strong>AQUIFEROS</strong> <strong>SUBTERRÂNEOS</strong> <strong>PELA</strong> REABILITAÇÃO URBANA<br />
1.405,5km2 (51% do município). É nessa porção onde vive a grande maior parte da<br />
população total, estimada em 108.672 habitantes (IBGE, 2005), sendo 91%<br />
urbana.<br />
A alta pluviosidade na área (1.589,4mm, segundo IBGE,2000, in<br />
www.almg.gov.br), o relevo suave da chapada e a textura do solo poroso,<br />
laterítico, desenvolvido sobre as Formações Marília (Grupo Bauru) e Serra Geral,<br />
favorecem a recarga dos aqüíferos correspondentes, proporcionando, assim, uma<br />
reserva considerável para o seu aproveitamento.<br />
A profundidade média dos poços no Aqüífero Serra Geral é de 74m,<br />
variando de 54m a 120m. Nota-se uma nítida polarização de valores de vazão,<br />
sendo quatro poços entre 4,0m3/h e 14,4m3/h e quatro poços com vazões entre<br />
75m3/h e 120m3/h, sendo estes últimos com profundidade máxima de 70m. Tal<br />
variação das vazões e comportamento com a profundidade está de acordo com o<br />
tipo de aqüífero (fraturado).<br />
O Aqüífero Serra Geral encontra-se associado aos derrames basálticos,<br />
sobrepostos às rochas do embasamento cristalino, com espessuras que variam<br />
entre 200m a 250m. Nas partes onde não afloram, sobrepõe-se um pacote de<br />
sedimentos arenosos da Fm. Marília (Grupo Bauru) e das coberturas colúvio-<br />
eluvionares lateríticas. As descargas naturais ocorrem no contato entre as rochas<br />
basálticas e o embasamento cristalino, sob a forma de nascentes entre as cotas<br />
750m e 700m, revelando a circulação profunda alcançada pelas águas nesse<br />
aqüífero.<br />
O Aqüífero Bauru é constituído pela seqüência areno-siltosa da Formação<br />
Marília, e pelas coberturas laterizadas terciárias silto-argilosas. Na área o nível<br />
basal dessa unidade é representado por uma camada contínua de conglomerado,<br />
importante no processo de armazenamento e circulação de água, porém os poços<br />
normalmente não alcançam tal unidade aqüífera, deixando de explotar esse<br />
manancial.<br />
A recarga natural do aqüífero Bauru está associada à infiltração direta da<br />
precipitação nos sedimentos Bauru (453,2km²), como também, nos solos siltoarenosos<br />
sobrepostos de espessuras variáveis entre 5m e 10m. Essa unidade<br />
pedológica (569,9km2) torna-se importante no processo de recarga, por constituirse,<br />
também, de níveis de material grosso, coluvionar, que recobre parte do topo e<br />
a quase totalidade das rampas do contato arenito/basalto.<br />
A descarga ocorre formando as diversas nascentes na quebra topográfica<br />
da chapada que marca o contato desse aqüífero com o Serra Geral, entre as cotas<br />
880m e 900m, as quais constituem os tributários dos rios Araguari e Paranaíba.<br />
Pouco freqüentes, mas importantes, são as drenagens surgentes em meio às<br />
chapadas dos arenitos Bauru, em cotas entre 930m e 940m, citando-se os<br />
ribeirões<br />
das Araras e Piçarrão, e os córregos do Brejo e o Amanhece.<br />
Segundo critérios da ONU, os 332 milhões de metros cúbicos estimados<br />
como Reserva Renovável classificam a região de interesse como Suficiente em<br />
termos de disponibilidade hídrica (2000 a 10000 m³/hab/ano). Considerando toda a<br />
área do aqüífero Bauru no município de Araguari este volume aumenta para 618<br />
milhões de metros cúbicos, correspondendo também a uma disponibilidade hídrica<br />
caracterizada como Suficiente. O volume outorgado pelo IGAM para a Região de<br />
Interesse totaliza atualmente 32 milhões de metros cúbicos anuais, o que<br />
corresponde a um nível de uso Moderado (100 a 500 m³/hab/ano).<br />
O índice de utilização potencial dos recursos hídricos subterrâneos da<br />
região, aproximadamente 10% da Reserva Renovável e 39% da Reserva<br />
Explotável, já indica a necessidade do planejamento de ações eficazes de<br />
gerenciamento destes recursos na região, em especial nas sub-bacias do córrego<br />
Araras e do Amanhece, onde os estudos de vulnerabilidade à contaminação do<br />
aqüífero subjacente caracterizaram essa região como de alta vulnerabilidade.” (...)<br />
Alessandre Humberto de Campos 6