Odonatas no Algarve - iDescobrir - Avançada - Turismo do Algarve
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cais propícios para a oviposição, com ou sem intervenção ativa <strong>do</strong> macho. Tal escolha deverá<br />
ser, admite-se, o resulta<strong>do</strong> de opções baseadas na avaliação de critérios diversifica<strong>do</strong>s, apreendi<strong>do</strong>s<br />
através de estímulos certamente visuais, e eventualmente também tácteis e/ou térmicos.<br />
Finda a oviposição, afasta-se para gerar e maturar um <strong>no</strong>vo conjunto de ovos. Se está nas proximidades<br />
de um volume de água, mas indisponível para acasalar, impede a cópula. As Anisoptera<br />
voam rápida e erraticamente, afastan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s machos, enquanto que as Zygoptera podem<br />
permanecer pousadas, a abrir e agitar as asas, e a curvar o abdómen para cima.<br />
Algumas espécies têm uma geração por a<strong>no</strong> e são, por isso, classificadas como univoltinas.<br />
Outras espécies têm duas (bivoltinas) ou mais (multivoltinas) gerações por a<strong>no</strong>. Pelo contrário,<br />
outras demoram mais de um a<strong>no</strong> para completar o ciclo de vida e são classificadas como<br />
semivoltinas (<strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s) ou partivoltinas (três ou mais a<strong>no</strong>s). Para uma dimensão geográfica<br />
mais vasta que o <strong>Algarve</strong>, o voltinismo (voltinism), ou seja, o número de gerações completadas<br />
por a<strong>no</strong>, está inversamente relaciona<strong>do</strong> com a latitude e o fotoperío<strong>do</strong>. À escala <strong>do</strong> <strong>Algarve</strong> parece<br />
sobrepor-se outra variável independente: o carácter temporário ou permanente <strong>do</strong>s habitats;<br />
<strong>no</strong>s primeiros, deverão pre<strong>do</strong>minar espécies com uma ou mais gerações por a<strong>no</strong>; <strong>no</strong>s segun<strong>do</strong>s,<br />
com me<strong>no</strong>s de uma geração por a<strong>no</strong>. No entanto, não pode ser ig<strong>no</strong>rada a hipótese de<br />
algumas espécies bivoltinas ou multivoltinas completarem um ciclo de vida num habitat e outros<br />
em distintos habitats, <strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong>, exemplifican<strong>do</strong> assim a e<strong>no</strong>rme capacidade de adaptação<br />
das O<strong>do</strong>nata às variações sazonais <strong>do</strong>s ambientes aquáticos. Philip S. Corbet considerou<br />
fundamental o aprofundamento deste assunto, tanto a nível regional como global. A recolha<br />
sistemática e periódica de exuviae, em locais de estu<strong>do</strong> que possam ser metodicamente acompanha<strong>do</strong>s<br />
ao logo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s, é um <strong>do</strong>s procedimentos fundamentais que pode, sem grande exigência<br />
técnico-científica, ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.<br />
Para as latitudes temperadas (acima <strong>do</strong>s 30º N), numa abordagem mais ampla e integrada, as<br />
O<strong>do</strong>nata podem classificar-se em três tipos: T1. Espécies de primavera; T2. Espécies de verão;<br />
T3. Espécies obrigatoriamente univoltinas. Nas T1 ocorre uma paragem fisiológica (diapausa)<br />
num <strong>do</strong>s últimos instars da fase larvar, enquanto que nas T2 essa pausa ocorre <strong>no</strong>s instars iniciais<br />
ou intermédios. Consequentemente, as T1 respondem rapidamente, e muitas vezes com<br />
maior sincronismo, quer ao aquecimento primaveril, quer à superação de um limiar <strong>no</strong> fotoperío<strong>do</strong>,<br />
e as T2 mais gradualmente. O T3 é um caso particular <strong>do</strong> T2, mas em que a diapausa, ou<br />
ocorre <strong>no</strong> ovo, ou a taxa de crescimento larvar é muito lenta. Uma vez mais e para concluir, sublinhe-se,<br />
estes três tipos aplicam-se às populações de O<strong>do</strong>nata e não a espécies, ou seja, determinada<br />
espécie pode manifestar tipos diversos consoante o bioma em que viva.<br />
CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO<br />
A Ordem O<strong>do</strong>nata é constituída por 2 Subordens: ZYGOPTERA (as libelinhas) e ANISOPTERA<br />
(as libélulas). No <strong>Algarve</strong>, a Subordem Zygoptera agrega 4 Famílias e a Anisoptera 6. Por sua<br />
vez essas 10 Famílias agregam 28 Géneros e 51 Espécies. Em síntese a distribuição é a seguinte:<br />
Ordem: O<strong>do</strong>nata (<strong>no</strong>me comum em inglês: dragonfly)<br />
! Subordem: Zygoptera (em inglês: damselflies)<br />
! ! Família: Calopterygidae! ! Nº de Espécies presentes <strong>no</strong> <strong>Algarve</strong>: 03<br />
! ! Família: Lestidae! ! ! Nº de Espécies presentes <strong>no</strong> <strong>Algarve</strong>: 06<br />
! ! Família: Coenagrionidae! ! Nº de Espécies presentes <strong>no</strong> <strong>Algarve</strong>: 09<br />
! ! Família: Platycnemididae! ! Nº de Espécies presentes <strong>no</strong> <strong>Algarve</strong>: 02<br />
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