05.07.2013 Views

08 -Pasteurelose Pulmonar em Suínos - Uma ... - Suinotec.com.br

08 -Pasteurelose Pulmonar em Suínos - Uma ... - Suinotec.com.br

08 -Pasteurelose Pulmonar em Suínos - Uma ... - Suinotec.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

PASTEURELOSE PULMONAR EM SUÍNOS: UMA INFECÇÃO DE DIFÍCIL CONTROLE<<strong>br</strong> />

Sandra Maria Borowski 1<<strong>br</strong> />

1 Instituto de Pesquisas Veterinárias “Desidério Finamor”, Laboratório de Patologia Suína, Estrada Municipal<<strong>br</strong> />

do Conde, 6000, CEP 92990-000, Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

As patologias respiratórias estão entre os probl<strong>em</strong>as de maior relevância econômica na suinocultura<<strong>br</strong> />

moderna. A maioria t<strong>em</strong> causas infecciosas, de orig<strong>em</strong> bacteriana ou viral. O diagnóstico dessas<<strong>br</strong> />

enfermidades se baseia principalmente no exame clínico dos animais afetados, características<<strong>br</strong> />

epid<strong>em</strong>iológicas do surto e nas lesões presentes <strong>em</strong> animais mortos pela infecção ou sacrificados para<<strong>br</strong> />

diagnóstico. A confirmação do diagnóstico laboratorial depende quase que exclusivamente do isolamento do<<strong>br</strong> />

agente causal ou de sua d<strong>em</strong>onstração através de técnicas imunológicas. Existe uma dificuldade básica no<<strong>br</strong> />

diagnóstico bacteriológico das infecções do trato respiratório, que se relaciona <strong>com</strong> o fato de ser esse um<<strong>br</strong> />

ambiente contaminado por ampla variedade de microorganismos <strong>com</strong>ensais. Por ser uma extensão do<<strong>br</strong> />

ambiente externo, as vias respiratórias são constant<strong>em</strong>ente expostas ao contato e colonização por<<strong>br</strong> />

microorganismos <strong>em</strong> suspensão no ar atmosférico.<<strong>br</strong> />

Um agente importante e prevalente <strong>com</strong>o causa de diferentes infecções respiratórias <strong>em</strong> suínos é<<strong>br</strong> />

a Pasteurella (P.) multocida. As do tipo capsular D estão envolvidas na etiologia da rinite atrófica<<strong>br</strong> />

progressiva e as do tipo capsular A são consideradas agentes <strong>com</strong>plicadores de processos pneumônicos,<<strong>br</strong> />

principalmente aqueles que resultam <strong>em</strong> pleurite (Pijoan, 1999; Zucker et al., 1996).<<strong>br</strong> />

Nos últimos anos muitos autores têm reportado a presença de P. multocida <strong>em</strong> pulmões de suínos<<strong>br</strong> />

<strong>em</strong> diversos países (Pijoan et al., 1984; Zhao et al., 1992), <strong>em</strong> vários tipos de clima e condições de criação.<<strong>br</strong> />

A importância da bactéria <strong>com</strong>o agente primário de pneumonia <strong>em</strong> suínos t<strong>em</strong> sido bastante discutida.<<strong>br</strong> />

Segundo Pijoan e Fuentes (1987), o microorganismo é incapaz de agir <strong>com</strong>o patógeno primário,<<strong>br</strong> />

necessitando da interação <strong>com</strong> outros agentes para produzir pneumonia (<strong>com</strong>o adenovírus, vírus da Peste<<strong>br</strong> />

Suína Clássica, vírus da PRRS, Mycoplasma hyopneumoniae e vírus da Doença de Aujeszky). Entretanto,<<strong>br</strong> />

de acordo <strong>com</strong> os mesmos autores, o isolamento de P. multocida a partir de lesões pneumônicas de suínos<<strong>br</strong> />

abatidos <strong>em</strong> frigorífico <strong>com</strong>prova a importância desse microorganismo <strong>em</strong> pneumonias nessa espécie<<strong>br</strong> />

animal e Zhao et al. (1992) refer<strong>em</strong>-se à pneumonia causada por esse agente <strong>com</strong>o sendo aquela que<<strong>br</strong> />

causa maiores prejuízos econômicos à indústria suína.<<strong>br</strong> />

Stepan (1995) a<strong>com</strong>panhou o abate de 5987 suínos <strong>em</strong> 4 frigoríficos do Rio Grande do Sul no ano<<strong>br</strong> />

de 1993. A partir de 230 pulmões coletados, que apresentavam consolidação, pleurite e pneumonia, foram<<strong>br</strong> />

isoladas 100 amostras de P. multocida.<<strong>br</strong> />

No Brasil, é cada vez maior o número de isolamentos de cepas dessa bactéria a partir de pulmões<<strong>br</strong> />

de suínos <strong>com</strong> pneumonia e pleurite. Esse fato t<strong>em</strong> sido <strong>com</strong>provado pelo crescente número de<<strong>br</strong> />

diagnósticos <strong>em</strong> nosso meio, <strong>com</strong>o aqueles realizados no Laboratório de Patologia Suína do Instituto de<<strong>br</strong> />

Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF).<<strong>br</strong> />

63


64<<strong>br</strong> />

I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

A bactéria cresce <strong>com</strong> facilidade nos meios usuais de laboratório, mas a simples presença da<<strong>br</strong> />

mesma não t<strong>em</strong> significação diagnóstica, pois o agente faz parte da microbiota anfibiôntica (flora normal)<<strong>br</strong> />

das narinas, mas não é considerado parte da microbiota normal do pulmão (Pijoan, 1999). Para determinar<<strong>br</strong> />

a significação dos isolados do pulmão, é necessária a determinação da patogenicidade, o que requer o uso<<strong>br</strong> />

de provas de difícil realização. Em muitos casos, têm sido usados modelos biológicos para conseguir essa<<strong>br</strong> />

diferenciação, o que limita a técnica a apenas alguns laboratórios especializados e apresenta restrições na<<strong>br</strong> />

área do b<strong>em</strong> estar animal.<<strong>br</strong> />

A identificação e tipag<strong>em</strong> de diferentes gêneros bacterianos têm sido feitas principalmente utilizando<<strong>br</strong> />

métodos fenotípicos. Técnicas enquadradas nesse grupo (<strong>com</strong>o sorotipag<strong>em</strong>, biotipag<strong>em</strong>, determinação da<<strong>br</strong> />

sensibilidade a antimicrobianos e fagotipag<strong>em</strong>) não foram suficient<strong>em</strong>ente sensíveis para diferenciar clones<<strong>br</strong> />

individuais de P. multocida envolvidos <strong>em</strong> surtos de infecção natural (Rúbies et al., 1996).<<strong>br</strong> />

Os métodos moleculares, <strong>com</strong>o a restrição do DNA genômico bacteriano utilizando endonucleases<<strong>br</strong> />

de restrição e visualização dos fragmentos gerados após eletroforese, surgiram <strong>com</strong>o melhores alternativas<<strong>br</strong> />

aos métodos de identificação usuais e estão sendo consideradas valiosas ferramentas no estudo<<strong>br</strong> />

epid<strong>em</strong>iológico das enfermidades infecciosas. Segundo Valenzuela et al. (1995), esses métodos permit<strong>em</strong><<strong>br</strong> />

estabelecer uma relação clonal entre cepas isoladas <strong>em</strong> diferentes situações epid<strong>em</strong>iológicas e facilitam o<<strong>br</strong> />

estudo da história natural das enfermidades.<<strong>br</strong> />

Sob o ponto de vista econômico, as doenças respiratórias representam um dos principais probl<strong>em</strong>as<<strong>br</strong> />

nas granjas de suínos. Os prejuízos acarretados pelas mesmas são decorrentes não somente da<<strong>br</strong> />

mortalidade de animais, mas repercut<strong>em</strong> também no retardo no desenvolvimento dos animais,<<strong>br</strong> />

desuniformidade dos lotes, condenação de carcaças no frigorífico e gastos <strong>com</strong> medicamentos. Na<<strong>br</strong> />

indústria, as perdas se relacionam <strong>com</strong> condenações ou utilização condicional das carcaças. Segundo Piffer<<strong>br</strong> />

(1995) <strong>em</strong> 1992, no Estado de Santa Catarina, 6,07 % das carcaças foram condenadas ou tiveram<<strong>br</strong> />

aproveitamento condicional. Segundo Piffer e Brito (1993) é estimada uma perda de 37,4 g/dia de ganho de<<strong>br</strong> />

peso para cada 10% de hepatização pulmonar presente à necropsia. No nosso meio, Stepan (1995), ao<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panhar 5987 animais abatidos <strong>em</strong> 4 frigoríficos de diferentes regiões criatórias de suínos do Estado do<<strong>br</strong> />

Rio Grande do Sul, observou a ocorrência de lesões de pleurite <strong>em</strong> 1,87% entre os pulmões examinados,<<strong>br</strong> />

fato esse que t<strong>em</strong> sido confirmado pelos resultados de exames de diagnóstico rotineiros executados no<<strong>br</strong> />

Laboratório de Patologia Suína do IPVDF, Eldorado do Sul, RS.<<strong>br</strong> />

O aprimoramento de técnicas de diagnóstico das enfermidades respiratórias dos suínos é<<strong>br</strong> />

fundamental para a adoção de medidas profiláticas e de controle, visando a diminuir as perdas, aumentando<<strong>br</strong> />

a produtividade e <strong>com</strong> isso conferir um alto “status” de saúde aos animais <strong>em</strong> diferentes sist<strong>em</strong>as de<<strong>br</strong> />

produção.<<strong>br</strong> />

No caso da P. multocida, um estudo mais aprofundado so<strong>br</strong>e diferenças fenotípicas e genotípicas<<strong>br</strong> />

<strong>em</strong> certas amostras ou sorotipos e avaliação da virulência usando um modelo experimental poderia<<strong>br</strong> />

contribuir para aprimorar métodos de prevenção, <strong>com</strong>o a determinação de antígenos para ser<strong>em</strong><<strong>br</strong> />

multiplicados na forma de vacinas, ou para avaliações epid<strong>em</strong>iológicas.


I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

Borowski (2001) ao estudar amostras de P. multocida isoladas de animais <strong>com</strong> lesões<<strong>br</strong> />

pneumônicas, visando a desenvolver uma metodologia de caracterização fenotípica e genotípica e também<<strong>br</strong> />

uma avaliação da virulência, observou grande polimorfismo <strong>com</strong> as técnicas utilizadas e diferenças de<<strong>br</strong> />

virulência para camundongo entre os isolados. Dentre os testes fenotípicos utilizados, o <strong>com</strong>portamento<<strong>br</strong> />

bioquímico avaliando a utilização do manitol, sorbitol, arabinose, maltose, dulcitol, xilose e trealose puderam<<strong>br</strong> />

ser usados <strong>com</strong>o triag<strong>em</strong> para estabelecer diferenças clonais (subtipag<strong>em</strong>) entre amostras de P. multocida.<<strong>br</strong> />

Em relação às técnicas moleculares, o teste PCR/RFLP a partir de um amplicon do gene que codifica a<<strong>br</strong> />

proteína da m<strong>em</strong><strong>br</strong>ana externa (ompH) da P. multocida pôde ser usado para identificar polimorfismo nessa<<strong>br</strong> />

região do genoma bacteriano, sendo o teste que melhor discriminou os isolados.<<strong>br</strong> />

INFECÇÃO EM SUÍNOS<<strong>br</strong> />

Em suínos, a P. multocida é um habitante normal da cavidade nasal e um dos agentes etiológicos<<strong>br</strong> />

de uma forma de infecção do trato respiratório superior conhecida <strong>com</strong>o rinite atrófica progressiva (de Jong<<strong>br</strong> />

et al., 1980). Nessa enfermidade somente cepas toxigênicas de P. multocida, sozinhas ou <strong>em</strong> associação<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> outros fatores, <strong>com</strong>o infecção prévia por Bordetella <strong>br</strong>onchiseptica, são capazes de causar o probl<strong>em</strong>a<<strong>br</strong> />

(Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

A pneumonia por P. multocida <strong>em</strong> suínos frequent<strong>em</strong>ente ocorre <strong>com</strong>o estágio final de pneumonia<<strong>br</strong> />

enzoótica, sendo essa síndrome uma das mais <strong>com</strong>uns e daquelas que maiores prejuízos causam <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

criações de suínos mantidos <strong>em</strong> confinamento (Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

A epid<strong>em</strong>iologia da infecção por P. multocida ainda não está <strong>com</strong>pletamente esclarecida, porém é<<strong>br</strong> />

sabido que o agente está presente <strong>em</strong> quase todas as granjas de suínos e pode ser isolado da cavidade<<strong>br</strong> />

nasal de animais sadios. Ainda que a transmissão por aerossol possa ocasionalmente ocorrer dentro de<<strong>br</strong> />

uma granja, provavelmente a transmissão por contato seja a forma mais <strong>com</strong>um. Pijoan (1999) citou<<strong>br</strong> />

diferentes fontes da bactéria <strong>com</strong>o camundongos, outros roedores e galinhas. Eles frequent<strong>em</strong>ente estão<<strong>br</strong> />

infectados <strong>com</strong> P. multocida, dificultando ou mesmo impossibilitando manter-se uma granja livre do agente.<<strong>br</strong> />

A infecção experimental <strong>com</strong> P. multocida é difícil de ser estabelecida. Segundo Pijoan (1999),<<strong>br</strong> />

suínos sadios toleraram doses altas da bactéria pela via intranasal ou intratraqueal. A eliminação pelo<<strong>br</strong> />

pulmão foi muito eficiente e, 30 minutos após a inoculação, a bactéria não pôde mais ser isolada. A<<strong>br</strong> />

reprodução experimental só t<strong>em</strong> sido possível <strong>com</strong> o uso con<strong>com</strong>itante de agentes imunossupressivos ou<<strong>br</strong> />

por massiva instilação de fluídos infectados no pulmão (Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

Os sinais clínicos variam <strong>em</strong> severidade, dependendo da amostra de P. multocida e do grau de<<strong>br</strong> />

imunidade do animal. Pijoan (1999) descreveu três formas clínicas: aguda, subaguda e crônica.<<strong>br</strong> />

A forma aguda de pneumonia causada pela P. multocida frequent<strong>em</strong>ente está associada a<<strong>br</strong> />

amostras do sorotipo B, sendo que a mortalidade pode ser alta (5 a 40%). Este tipo de infecção é rara <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

suínos.<<strong>br</strong> />

A forma subaguda está associada <strong>com</strong> amostras que produz<strong>em</strong> pleurite. Nesse caso, tosse e<<strong>br</strong> />

respiração abdominal pod<strong>em</strong> ser observadas <strong>em</strong> animais na fase de crescimento e terminação.<<strong>br</strong> />

65


66<<strong>br</strong> />

I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

Clinicamente, a doença pode ser confundida <strong>com</strong> a pleuropneumonia causada por Actinobacillus<<strong>br</strong> />

pleuropneumoniae, porém geralmente não ocorre morte súbita.<<strong>br</strong> />

A forma crônica é a mais <strong>com</strong>um e se caracteriza por tosse ocasional, <strong>com</strong>umente entre 10 a 16<<strong>br</strong> />

s<strong>em</strong>anas de idade. Os sinais são indistinguíveis daqueles causados pela infecção simples pelo Mycoplasma<<strong>br</strong> />

hyopneumoniae, sendo que a P. multocida representa uma continuação e exacerbação da micoplasmose<<strong>br</strong> />

primária.<<strong>br</strong> />

As lesões ocorr<strong>em</strong> na cavidade torácica, <strong>com</strong> consolidação do pulmão. A porção afetada apresenta<<strong>br</strong> />

coloração de vermelho a cinza. Em casos severos pode ser observada pleurite e a presença de abscessos,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> aderência da pleura à parede torácica (Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

O possível papel da P. multocida na etiologia da síndrome da dermatite e nefropatia suína (SDN)<<strong>br</strong> />

t<strong>em</strong> sido avaliado. Além do circovírus tipo II, alguns autores suger<strong>em</strong> que a P. multocida possa<<strong>br</strong> />

desencadear a doença, pois a mesma t<strong>em</strong> sido isolada de casos de SDN (Sierra et al., 1997 e Duran et al.,<<strong>br</strong> />

1997 apud Sobestiansky et al., 2002).<<strong>br</strong> />

DIAGNÓSTICO<<strong>br</strong> />

O diagnóstico é baseado no isolamento do agente ou na realização de testes para d<strong>em</strong>onstração da<<strong>br</strong> />

sua presença ou seus antígenos, <strong>com</strong>o sorologia ou provas moleculares (Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

O isolamento normalmente é feito <strong>em</strong> meios enriquecidos, principalmente naqueles supl<strong>em</strong>entados<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> soro ou sangue.<<strong>br</strong> />

A utilização de meios seletivos t<strong>em</strong> sido indicada por vários autores (Pijoan, 1999), para aumentar a<<strong>br</strong> />

probabilidade do isolamento da P. multocida a partir de secreções nasais e de pulmões, devido à sua<<strong>br</strong> />

freqüente associação <strong>com</strong> outros microorganismos. A inoculação de material suspeito <strong>em</strong> camundongo<<strong>br</strong> />

também é utilizada <strong>com</strong> esse objetivo, uma vez que essa espécie animal é muito suscetível à infecção pela<<strong>br</strong> />

bactéria e atua <strong>com</strong>o uma forma de filtro biológico.<<strong>br</strong> />

Stepan et al. (1993) <strong>com</strong>pararam alguns meios seletivos e não seletivos e a inoculação <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

camundongo visando ao isolamento de P. multocida a partir de pulmões de suínos coletados <strong>em</strong> frigorífico.<<strong>br</strong> />

Os melhores resultados foram obtidos <strong>com</strong> a inoculação <strong>em</strong> camundongo, a qual permitiu o isolamento de<<strong>br</strong> />

100% das amostras. O uso isolado de ágar sangue ou do meio seletivo de Rutter reduziu esse índice para<<strong>br</strong> />

37 a 40%.<<strong>br</strong> />

Com base nos antígenos capsulares, a P. multocida t<strong>em</strong> sido classificada <strong>em</strong> 5 grupos sorológicos<<strong>br</strong> />

(A, B, D, E e F), sendo que os sorotipos A e D estão relacionados respectivamente <strong>com</strong> pneumonia e rinite<<strong>br</strong> />

atrófica <strong>em</strong> suínos (Pijoan, 1999). A ocorrência do sorotipo B, causando septic<strong>em</strong>ia <strong>em</strong> suínos, foi atípica e<<strong>br</strong> />

confinada a regiões do sudeste da Ásia e China (Pijoan, 1999).<<strong>br</strong> />

Além da classificação baseada no <strong>com</strong>ponente capsular, a P. multocida pode ser classificada tendo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o base os antígenos somáticos. Até o momento 16 sorotipos já foram identificados. Segundo Pijoan<<strong>br</strong> />

(1999), os sorotipos 3 e 5 foram aqueles detectados <strong>com</strong> maior freqüência <strong>em</strong> suínos.


I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

A maioria dos isolados de P. multocida obtidos de pulmões <strong>com</strong> pneumonia e pleurite pertence ao<<strong>br</strong> />

tipo capsular A (Pijoan, 1999). Acredita-se que a razão pela qual as cepas do tipo A são encontradas <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

maior freqüência no pulmão estaria relacionada <strong>com</strong> a presença de cápsula de ácido hialurônico, que<<strong>br</strong> />

dificultaria a fagocitose pelos macrófagos alveolares.<<strong>br</strong> />

Deve ser feito o diagnóstico diferencial <strong>com</strong> outros agentes envolvidos <strong>em</strong> pneumonias <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

Actinobacillus pleuropneumoniae, vírus da influenza, Mycoplasma hyopneumoniae e outros agentes <strong>com</strong>o o<<strong>br</strong> />

Streptococcus spp. (conforme Quadro 1).<<strong>br</strong> />

TRATAMENTO E CONTROLE<<strong>br</strong> />

O tratamento da infecção causada por P. multocida n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> sucesso. Isso se deve ao<<strong>br</strong> />

surgimento de cepas resistentes aos princípios ativos de antimicrobianos utilizados e também à dificuldade<<strong>br</strong> />

de atingir concentrações adequadas do produto no tecido pulmonar. Muitas vezes t<strong>em</strong> sido observada a<<strong>br</strong> />

ocorrência de resistência cruzada entre diferentes antibióticos. É aconselhável, portanto a realização de<<strong>br</strong> />

teste de sensibilidade a antimicrobianos, antes de iniciar o tratamento.<<strong>br</strong> />

<strong>Uma</strong> variedade de antibióticos e <strong>com</strong>binações têm sido usadas no tratamento da infecção por P.<<strong>br</strong> />

multocida. Cote et al. (1991) ao investigar<strong>em</strong> 29 amostras de campo, detectaram resistência mediada por<<strong>br</strong> />

plasmídios à estreptomicina e sulfonamidas. Ra<strong>em</strong>donck et al. (1994), ao examinar<strong>em</strong> 969 amostras de P.<<strong>br</strong> />

multocida isoladas de suínos procedentes de vários países, durante um período de três anos, encontraram<<strong>br</strong> />

boa concentração inibitória mínima para danofloxacina e ceftiofur. Eles observaram variável a alta<<strong>br</strong> />

resistência à eritromicina, gentamicina, lin<strong>com</strong>icina, oxitetraciclina e espectinomicina. Borowski (2001)<<strong>br</strong> />

observou uma grande diferença de sensibilidade entre os isolados de P. multocida testados, porém nenhum<<strong>br</strong> />

evidenciou resistência a todos os princípios ativos avaliados. De outra parte, nenhum princípio ativo mostrou<<strong>br</strong> />

ser eficiente para todas as amostras. O percentual de isolados sensíveis aos antimicrobianos variou de<<strong>br</strong> />

70,83% (amoxicilina, tilmicosina e ceftiofur) a 41,66% (espectinomicina). Quanto à resistência múltipla a<<strong>br</strong> />

antibióticos, observou-se que 33,33% dos isolados eram sensíveis a um máximo de três antimicrobianos,<<strong>br</strong> />

20,84% sensíveis de 4 a 6 antimicrobianos e 45,83% a pelo menos 7 antimicrobianos. Esses dados alertam<<strong>br</strong> />

para a possibilidade de que esteja ocorrendo a seleção de isolados resistentes aos antibióticos nas granjas<<strong>br</strong> />

e indicam a necessidade de um uso mais criterioso de antimicrobianos para que a terapêutica continue<<strong>br</strong> />

apresentando resultados satisfatórios. Muitas vezes o uso de antimicrobianos <strong>com</strong> finalidade profilática t<strong>em</strong><<strong>br</strong> />

se mostrado mais efetivo do que para fins terapêuticos.<<strong>br</strong> />

Outro aspecto a ser levado <strong>em</strong> consideração quando da escolha da droga, além da sua eficiência,<<strong>br</strong> />

concentração e custo/benefício, é a possibilidade de a mesma deixar resíduos. Devido a isso seu uso deve<<strong>br</strong> />

ser monitorado.<<strong>br</strong> />

Como a terapêutica n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre resulta satisfatória, deve ser buscada a prevenção da ocorrência<<strong>br</strong> />

da pneumonia, <strong>com</strong> alterações nas práticas de manejo e melhorando as condições ambientais.<<strong>br</strong> />

Em relação à imunidade induzida por amostras de P. multocida que causam pneumonia ainda<<strong>br</strong> />

pouco é conhecido. Exist<strong>em</strong> referências na literatura so<strong>br</strong>e vários tipos de preparações da bactéria,<<strong>br</strong> />

objetivando utilizá-las <strong>com</strong>o imunógeno para animais, tais <strong>com</strong>o endotoxina livre (Heddleston e Rebers,<<strong>br</strong> />

67


68<<strong>br</strong> />

I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

1975), toxina (Erler e Schimmel, 1992), toxóide e antígeno preparado <strong>com</strong> o agente inteiro (Bechmann et al.,<<strong>br</strong> />

1992). Têm sido mostrados efeitos benéficos <strong>com</strong> a utilização de bacterinas adicionadas de hidróxido de<<strong>br</strong> />

alumínio <strong>com</strong>o adjuvante (Chanter e Rutter, 1989; Borowski, dados não publicados). Entretanto, o uso<<strong>br</strong> />

desse tipo de vacina somente induz imunidade ao sorotipo somático homólogo e já foram identificados pelo<<strong>br</strong> />

menos 16 sorotipos somáticos diferentes. Sendo assim, a vacina para ser efetiva deve conter os sorotipos<<strong>br</strong> />

prevalentes na propriedade.<<strong>br</strong> />

A identificação de marcadores de virulência e também a diversidade ou não dos mesmos poderia<<strong>br</strong> />

ser de utilidade na produção de vacinas que os expressass<strong>em</strong>. Atualmente o controle pela vacinação t<strong>em</strong><<strong>br</strong> />

sido feito <strong>com</strong> o uso de bacterinas autógenas, o que necessita do isolamento de amostras de cada granja.<<strong>br</strong> />

Como já foi mencionada, a possibilidade da existência de mais de um tipo bacteriano num mesmo surto<<strong>br</strong> />

pode ocasionar falhas vacinais por deficiente expressão antigênica. Com a identificação de antígenos<<strong>br</strong> />

específicos, poderiam ser desenhadas vacinas eficientes <strong>em</strong> todas as situações, conferindo imunidade<<strong>br</strong> />

cruzada aos diversos sorotipos e amostras prevalentes nos casos clínicos a campo.<<strong>br</strong> />

os mesmos.<<strong>br</strong> />

A caracterização fenotípica e genotípica de isolados de P. multocida têm mostrado diversidade entre<<strong>br</strong> />

Borowski (2001) utilizou o gene que codifica a proteína da m<strong>em</strong><strong>br</strong>ana externa (ompH) e, através do<<strong>br</strong> />

PCR/RFLP, verificou diferenças entre 24 isolados de P. multocida obtidos de animais <strong>com</strong> pneumonia e/ou<<strong>br</strong> />

pleurite, discriminando essas amostras <strong>em</strong> 7 diferentes grupos. O gene ompH, descrito por Luo et al. (1999<<strong>br</strong> />

e 1997), além de apresentar polimorfismo entre diferentes sorotipos somáticos, está envolvido <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

diferenças antigênicas entre cepas que têm sido estudadas para o desenvolvimento de vacinas mais<<strong>br</strong> />

eficientes.<<strong>br</strong> />

Guimarães et al (2004) utilizaram a técnica de RAPD para caracterizar 15 amostras de P. multocida<<strong>br</strong> />

isoladas de diferentes regiões do Brasil. Observaram que houve tendência das cepas pertencentes ao tipo<<strong>br</strong> />

capsular A e D ficar<strong>em</strong> <strong>em</strong> grupos distintos. Moreno et al. (2003) caracterizaram genotipicamente 97<<strong>br</strong> />

amostras de P. multocida usando SE-AFLP, sendo 72 classificadas <strong>com</strong>o tipo capsular A, 22 <strong>com</strong>o D e 3<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o tipo F. Com o uso dessa técnica identificaram 18 perfis diferentes.<<strong>br</strong> />

CONCLUSÕES<<strong>br</strong> />

A P. multocida é um agente importante e prevalente causando pneumonia e/ou pleurite <strong>em</strong> suínos,<<strong>br</strong> />

sendo que o tipo capsular A é aquele isolado da maioria dos pulmões <strong>com</strong> lesões;<<strong>br</strong> />

Resultados de análises utilizando diferentes testes fenotípicos e genotípicos têm mostrado grande<<strong>br</strong> />

diversidade entre os isolados de P. multocida a partir de pulmões de suínos;<<strong>br</strong> />

A identificação de marcadores de virulência é fundamental visando a realização de estudos<<strong>br</strong> />

epid<strong>em</strong>iológicos e <strong>em</strong> estratégias de controle pela vacinação.<<strong>br</strong> />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />

1. BECHMANN, G.; SCHIMMEL, D.; ERLER, W.; SCHÖSS, P. Vaccination trials for protection against<<strong>br</strong> />

Pasteurella pneumonia. In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY CONGRESS, 12., 1992,<<strong>br</strong> />

The Hague. Proceedings... The Hague: International Pig Veterinary Society, 1992. p.177.


I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

2. BOROWSKI, S.M. Caracterização e estudo de virulência de amostras de Pasteurella multocida isoladas<<strong>br</strong> />

de suínos no Estado do RS, Brasil. Porto Alegre, Faculdade de Veterinária, 2001. 190p. Tese de<<strong>br</strong> />

doutorado, Conselho de Pós-graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.<<strong>br</strong> />

3. CHANTER, N.; RUTTER, J.M. Pasteurellosis in pigs and the determinants of virulence of toxigenic<<strong>br</strong> />

Pasteurella multocida. In: ADLAM, C.; RUTTER, J.M. ed. Pasteurella and Pasteurellosis. London,<<strong>br</strong> />

Acad<strong>em</strong>ic Press Limited, 1989, p. 161-194.<<strong>br</strong> />

4. DEJONG, M.F.; OEI, J.L.; TESTENBURG, G.J. AR-pathogenicity-test for Pasteurella multocida isolates.<<strong>br</strong> />

In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY CONGRESS, 6. 1980, Copenhagen. Proceedings.<<strong>br</strong> />

p.211.<<strong>br</strong> />

5. ERLER, W.; SCHIMMEL, D. On the importance of the dermonecrotic toxin of Pasteurella multocida for<<strong>br</strong> />

the pathogenesis of pneumonia in pigs. In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY<<strong>br</strong> />

CONGRESS, 12., 1992, The Hague. Proceedings... The Hague: International Pig Veterinary Society,<<strong>br</strong> />

1992. p.155.<<strong>br</strong> />

6. GUIMARÃES , W.V; HENRIQUES, M.R.; SANTOS, J.L.; COELHO, I.; ROCHA, R.; ARAÚJO, E.F.<<strong>br</strong> />

Relatedness of Pasteurella multocida isolates evaluated by RAPD. In: INTERNATIONAL PIG<<strong>br</strong> />

VETERINARY SOCIETY CONGRESS, 18. 2004, Hamburg. Proceedings...p.220.<<strong>br</strong> />

7. HEDDLESTON, B.S.; REBERS, P.A. Properties of free endotoxin from Pasteurella multocida. American<<strong>br</strong> />

Journal of Veterinary Research, v. 36, n. 4, 1975.<<strong>br</strong> />

8. LUO, Y.; ZENG, Q.; GLISSON, J.R.; JACKWOOD, M.W.; CHENG, I.H.; WANG, C. Sequence analysis of<<strong>br</strong> />

Pasteurella multocida major outer m<strong>em</strong><strong>br</strong>ane protein (OmpH) and application of synthetic peptides in<<strong>br</strong> />

vaccination of chickens against homologous strain challenge. Vaccine, v. 26, p.821-831, 1999.<<strong>br</strong> />

9. LUO, Y.; ZENG, Q.; GLISSON, J.R.; JACKWOOD, M.W.; HANCOCK, R.E.W.; BAINS, M.; CHENG, I.H.;<<strong>br</strong> />

WANG, C. Cloning and characterization of the major outer m<strong>em</strong><strong>br</strong>ane protein gene (ompH) of<<strong>br</strong> />

Pasteurella multocida X-73. Journal of Bacteriology, v. 179, p. 7856-7864, 1997.<<strong>br</strong> />

10. MORENO, A.M.; BACCARO, M.R.; FERREIRA, A.J.P.; PESTANA DE CASTRO, A.F. Use of Single-<<strong>br</strong> />

Enzyme Amplified Fragment Length Polymorphism for Typing Pasteurella multocida subsp. Multocida<<strong>br</strong> />

isolates from Pigs. Journal of Clinical Microbiology, v. 41, n.4, p. 1743-1746, 2003.<<strong>br</strong> />

11. PIFFER, I.A. Doenças respiratórias na produção de suínos. A relevância do probl<strong>em</strong>a. In:<<strong>br</strong> />

CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS, 7., 1995, Blumenau,<<strong>br</strong> />

Anais..., Blumenau: Associação Brasileira de Veterinários Especialistas <strong>em</strong> <strong>Suínos</strong>, 1995. p. 31.<<strong>br</strong> />

12. PIFFER, I.A.; BRITO, J.R.F. Pneumonia <strong>em</strong> suínos. Suinocultura Dinâmica, n. 8, junho 1993.<<strong>br</strong> />

13. PIJOAN, C.; LASTRA, A.; RAMIREZ, C.; LEMAN, A.D. Isolation of toxigenic strains of Pasteurella<<strong>br</strong> />

multocida from lungs of pneumonic swine. Journal of the American Veterinary Medical Association,<<strong>br</strong> />

v.185, n.5, p. 522-523, 1984.<<strong>br</strong> />

14. PIJOAN, C.; FUENTES, M. Severe pleuritis associated with certain strains of Pasteurella multocida in<<strong>br</strong> />

swine. Journal of the American Veterinary Medical Association, v.191, n.7, p. 823-826, 1987.<<strong>br</strong> />

15. PIJOAN, C. Pneumonic Pasteurellosis. In: L<strong>em</strong>an, A. (Eds) Diseases of swine. 8. ed. Iowa; Iowa State<<strong>br</strong> />

University Press, 1999. p. 511-520.<<strong>br</strong> />

16. RANGEL, M.F.; AGUADÉ, C.P. Pasteurella multocida fim<strong>br</strong>iada <strong>com</strong>o agente desencadeante de<<strong>br</strong> />

pleuritis y neumonia fi<strong>br</strong>inosa en cerdos. Veterinaria México, v.3, p. 231-233, 1992.<<strong>br</strong> />

17. RÚBIES, X.; CASAL, J.; FERNANDEZ, J; PIJOAN, C. Transmission of Pasteurella multocida clones in a<<strong>br</strong> />

swine pyramid structure. In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY CONGRESS, 14., 1996,<<strong>br</strong> />

Bologna. Proceedings... Bologna: International Pig Veterinary Society, 1996. p. 243.<<strong>br</strong> />

18. RUTTER, J.M.; ROJAS, X. Atrophic rhinitis in gnotobiotic piglets: Differences in the pathogenicity of<<strong>br</strong> />

Pasteurella multocida in <strong>com</strong>bined infection with Bordetella <strong>br</strong>onchiseptica. The Veterinary Record, v.<<strong>br</strong> />

110, p. 531, 1982.<<strong>br</strong> />

19. SOBESTIANSKY, J.; BARBARINO JR.; SEYBOTH,L; MATOS, M. Circovirose suína e circovírus suíno.<<strong>br</strong> />

50p, Pfizer, 2002.<<strong>br</strong> />

69


70<<strong>br</strong> />

I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

20. STEPAN, A.L. Tipificação e sensibilidade de amostras de Pasteurella multocida isoladas a partir de<<strong>br</strong> />

lesões de pleurite <strong>em</strong> suínos terminados. Porto Alegre, Faculdade de Veterinária, 1995. 72 p.<<strong>br</strong> />

Dissertação de Mestrado, Conselho de Pós-graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,<<strong>br</strong> />

1995.<<strong>br</strong> />

21. STEPAN, A.L.; BARCELLOS, D.E.S.N.; BOROWSKI, S.M.; RODRIGUES, N.C. Tipificação e<<strong>br</strong> />

sensibilidade de amostras de Pasteurella multocida (Pm) isoladas a partir de lesões de pleurite <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

suínos terminados In: CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS,<<strong>br</strong> />

6., 1993. Goiânia. Anais... Goiânia: Associação Brasileira de Veterinários Especialistas <strong>em</strong> <strong>Suínos</strong>,<<strong>br</strong> />

1993. p.86.<<strong>br</strong> />

22. VALENZUELA, S.; MOJICA, S; ARIZA, F.; MOGOLLÓN, J.D. Epid<strong>em</strong>iologia Molecular. Aplicaciones <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

el estudio de las enfermedades infecciosas de tipo bacteriano. Revista del Centro de Investigación en<<strong>br</strong> />

Salud y Producción Animal (CEISA), v.2, n.1, Bogotá, enero-junio, p. 14-28, 1995.<<strong>br</strong> />

23. ZHAO, G.; PIJOAN, C.; MURTAUGH, M.P. Epid<strong>em</strong>iology of Pasteurella multocida in a farrow-to-finish<<strong>br</strong> />

swine herd. In: In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY CONGRESS, 12., 1992, The Hague.<<strong>br</strong> />

Proceendings... The Hague: International Pig Veterinary Society, 1992. p.157.<<strong>br</strong> />

24. ZUCKER, B.; KRÜGER, M.; HORSCH, F. Differentiation of Pasteurella multocida subspecies multocida<<strong>br</strong> />

isolates from the respiratory syst<strong>em</strong> of pigs by using polymerase chain reaction fingerprinting technique.<<strong>br</strong> />

Journal of Veterinary Medicine Series-B, v.43, p. 585-591, 1996.


I Simpósio UFRGS so<strong>br</strong>e Manejo, Reprodução e Sanidade Suína<<strong>br</strong> />

Quadro1 - Diagnóstico diferencial entre os principais agentes envolvidos <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

pneumonias <strong>em</strong> suínos.<<strong>br</strong> />

DOENÇA<<strong>br</strong> />

Pneumonia<<strong>br</strong> />

enzoótica<<strong>br</strong> />

Pneumonia<<strong>br</strong> />

enzoótica<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plicada<<strong>br</strong> />

Gripe Suína<<strong>br</strong> />

(Influenza<<strong>br</strong> />

Suína)<<strong>br</strong> />

Pleuropneumonia:<<strong>br</strong> />

forma<<strong>br</strong> />

superaguda<<strong>br</strong> />

Pleuropneumonia:<<strong>br</strong> />

forma aguda<<strong>br</strong> />

Pleuropneumonia:<<strong>br</strong> />

forma crônica<<strong>br</strong> />

Pneumonia<<strong>br</strong> />

purulenta<<strong>br</strong> />

AGENTES MAIS<<strong>br</strong> />

IMPORTANTES<<strong>br</strong> />

Mycoplasma<<strong>br</strong> />

hyopneumoniae<<strong>br</strong> />

Mycoplasma<<strong>br</strong> />

hyopneumoniae<<strong>br</strong> />

associado a<<strong>br</strong> />

outras infecções<<strong>br</strong> />

bacterianas<<strong>br</strong> />

(principalmente<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> P.<<strong>br</strong> />

multocida)<<strong>br</strong> />

Vírus da<<strong>br</strong> />

Influenza suína<<strong>br</strong> />

(os subtipos<<strong>br</strong> />

virais mais<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>uns são<<strong>br</strong> />

H1N1 e H3N2)<<strong>br</strong> />

Actinobacillus<<strong>br</strong> />

pleuropneumoniae<<strong>br</strong> />

Actinobacillus<<strong>br</strong> />

pleuropneumoniae<<strong>br</strong> />

Actinobacillus<<strong>br</strong> />

pleuropneumoniae:<<strong>br</strong> />

cepas pouco<<strong>br</strong> />

patogênicas ou<<strong>br</strong> />

na presença de<<strong>br</strong> />

imunidade no<<strong>br</strong> />

rebanho.<<strong>br</strong> />

Bactérias<<strong>br</strong> />

piogênicas<<strong>br</strong> />

(Streptococcus<<strong>br</strong> />

spp,<<strong>br</strong> />

Arcanobacteriu<<strong>br</strong> />

m spp).<<strong>br</strong> />

SINTOMAS<<strong>br</strong> />

Tosse de exercício.<<strong>br</strong> />

Pode ocorrer leve<<strong>br</strong> />

depressão no apetite<<strong>br</strong> />

e no crescimento.<<strong>br</strong> />

Comum <strong>em</strong> todas as<<strong>br</strong> />

idades, a partir dos 30<<strong>br</strong> />

dias.<<strong>br</strong> />

Tosse de exercício<<strong>br</strong> />

produtiva. Depressão<<strong>br</strong> />

no apetite,<<strong>br</strong> />

crescimento<<strong>br</strong> />

retardado, respiração<<strong>br</strong> />

abdominal. Morte de<<strong>br</strong> />

alguns animais pelo<<strong>br</strong> />

agravamento da<<strong>br</strong> />

doença.<<strong>br</strong> />

Anorexia, prostração,<<strong>br</strong> />

tosse e dispnéia <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

graus variáveis e<<strong>br</strong> />

fe<strong>br</strong>e. Afeta animais<<strong>br</strong> />

de todas as idades,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> altas morbidade<<strong>br</strong> />

e mortalidade.<<strong>br</strong> />

Recuperação <strong>com</strong>eça<<strong>br</strong> />

<strong>em</strong> 5/7 dias.<<strong>br</strong> />

São <strong>com</strong>uns as<<strong>br</strong> />

infecções<<strong>br</strong> />

secundárias, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

agravamento do<<strong>br</strong> />

quadro.<<strong>br</strong> />

Dispnéia acentuada,<<strong>br</strong> />

depressão, fe<strong>br</strong>e e<<strong>br</strong> />

alta mortalidade <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

rebanhos não<<strong>br</strong> />

imunes.<<strong>br</strong> />

Os mesmos<<strong>br</strong> />

anteriores, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

menor gravidade.<<strong>br</strong> />

Depressão moderada,<<strong>br</strong> />

tosse e graus<<strong>br</strong> />

variados de atraso no<<strong>br</strong> />

crescimento.<<strong>br</strong> />

Desuniformidade de<<strong>br</strong> />

lotes.<<strong>br</strong> />

Em geral s<strong>em</strong><<strong>br</strong> />

sintomas<<strong>br</strong> />

respiratórios. É<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>um <strong>em</strong> refugos e<<strong>br</strong> />

animais <strong>com</strong> mau<<strong>br</strong> />

desenvolvimento.<<strong>br</strong> />

LESÕES<<strong>br</strong> />

MACROSCÓPICAS<<strong>br</strong> />

MAIS IMPORTANTES<<strong>br</strong> />

Pneumonia catarral.<<strong>br</strong> />

Consolidação dos lobos<<strong>br</strong> />

apicais, cardíacos e<<strong>br</strong> />

parte anterior dos lobos<<strong>br</strong> />

diafragmáticos.<<strong>br</strong> />

Pneumonia catarral a<<strong>br</strong> />

purulenta, presença de<<strong>br</strong> />

pus, abscessos e<<strong>br</strong> />

pleurite <strong>em</strong> alguns<<strong>br</strong> />

casos.<<strong>br</strong> />

Pneumonia <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

distribuição lobular.<<strong>br</strong> />

Enfis<strong>em</strong>a lobular.<<strong>br</strong> />

Pneumonia fi<strong>br</strong>ino-<<strong>br</strong> />

necrótica, presença de<<strong>br</strong> />

fluido avermelhado na<<strong>br</strong> />

cavidade torácica.<<strong>br</strong> />

Os mesmos acima, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

presença de lesões de<<strong>br</strong> />

pleurite mais<<strong>br</strong> />

acentuadas.<<strong>br</strong> />

Pneumonia fi<strong>br</strong>inosa e<<strong>br</strong> />

necrótica crônica.<<strong>br</strong> />

Presença de lesões<<strong>br</strong> />

encapsuladas.<<strong>br</strong> />

Presença de abscessos<<strong>br</strong> />

distribuídos <strong>em</strong><<strong>br</strong> />

diferentes áreas do<<strong>br</strong> />

parênquima pulmonar.<<strong>br</strong> />

DIAGNÓSTICO<<strong>br</strong> />

Imunofluorescência<<strong>br</strong> />

ou imunoperoxidase<<strong>br</strong> />

Cultivo do agente.<<strong>br</strong> />

Lesões à necropsia.<<strong>br</strong> />

Sorologia (ELISA).<<strong>br</strong> />

O mesmo acima,<<strong>br</strong> />

acrescido de exame<<strong>br</strong> />

bacteriológico para<<strong>br</strong> />

identificar o agente<<strong>br</strong> />

secundário envolvido.<<strong>br</strong> />

71<<strong>br</strong> />

MATERIAL A<<strong>br</strong> />

SER<<strong>br</strong> />

ENVIADO AO<<strong>br</strong> />

LABORATÓRI0<<strong>br</strong> />

Amostras de soro,<<strong>br</strong> />

pulmões,<<strong>br</strong> />

Leitões afetados.<<strong>br</strong> />

Os mesmos acima.<<strong>br</strong> />

Isolamento do vírus Suabe nasal,<<strong>br</strong> />

leitões afetados.<<strong>br</strong> />

Isolamento da<<strong>br</strong> />

bactéria.<<strong>br</strong> />

Histopatologia.<<strong>br</strong> />

Pulmão.<<strong>br</strong> />

Leitão afetado.<<strong>br</strong> />

Os mesmos acima. Pulmão.<<strong>br</strong> />

Leitão afetado.<<strong>br</strong> />

Os mesmos acima. Pulmão.<<strong>br</strong> />

Isolamento dos<<strong>br</strong> />

diferentes agentes<<strong>br</strong> />

etiológicos.<<strong>br</strong> />

Leitão afetado.<<strong>br</strong> />

Pulmão.<<strong>br</strong> />

Leitão afetado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!