Revisão e formatação: Graco - CloudMe

No entanto, lá estava eu, e eu era incapaz de desviar o olhar. Era como
estar no filme A Laranja Mecânica. Minha eu mais jovem tinha cerca de cinco metros
de dez centímetros de altura por padrões de hoje, uma mulher gigante em uma época
onde as pessoas eram menores. Ao dançar, eu tinha sido capaz de colocar esse longo
corpo e todos os membros em sincronia, movendo-me graciosamente e sem esforço.
Na vida cotidiana, contudo, eu sempre tinha sido dolorosamente consciente da minha
altura, sentindo-me desajeitada e não natural.
Observando minha velha caminhada, eu agora do lado de fora, fiquei
surpresa ao ver que eu não parecia a desajeitada que eu sempre acreditei que fosse.
Isso não nega a repulsa que senti ao ver o cabelo preto, grosso e comprido, na altura
da cintura ou sofrivelmente caindo sobre o rosto bonito. Ainda assim, foi uma espécie
de surpresa observar a realidade (se isso era verdade) e a memória que me era
mostrada.
Foi logo após o amanhecer, e eu estava carregando uma ânfora com grande
quantidade de óleo para um armazém que ficava depois da casa da minha família.
Meus passos eram leves, com cuidado para não derramar nada, e eu estava mais uma
vez maravilhada com a maneira com que eu me movia. Eu deixei a ânfora ao lado de
outras dentro do galpão e comecei a voltar para a casa. Eu tinha dado apenas dois
passos para fora quando Kyriakos, meu marido, apareceu. Havia uma dissimulada
expressão em seu rosto que de imediato me disse que ele havia vindo aqui para me
encontrar e sabia perfeitamente que ele não deveria ter feito isso. Foi uma jogada
estranhamente ousada para ele, e eu critiquei ele pela indiscrição.
"O que você está fazendo? Você vai me ver esta tarde ... e depois por todos
os dias depois desse! "
"Eu tinha que dar-lhe isto antes do casamento". Ele levantou um cordão de
contas de madeira, pequenas e perfeitamente formado com esferas minúsculas
gravadas nele. "Elas eram da minha mãe. Quero que fique com elas, para vestir-las
hoje".
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