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Timão bate lanterna e já está no G10 - Jornal GIRO SP

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P.<br />

Capa<br />

Sérgio Mallandro<br />

De ‘barão da ralé’ a ‘ídolo’ universitário<br />

Bruna fioreti<br />

Sérgio Mallandro voltou. E não<br />

somente pela moda de resgate dos<br />

artistas ‘trash’ dos a<strong>no</strong>s 80. Agora, ele<br />

é um ídolo dos universitários. Participa<br />

de festas de formatura como patro<strong>no</strong>,<br />

faz shows musicais para esse público,<br />

ganhará um filme em sua homenagem<br />

e ainda este mês deve estrear um<br />

programa na TVJB, com universitários<br />

na platéia. O que aconteceu para que<br />

o ex-apresentador infantil ressurgisse<br />

com força tanto tempo depois? A<br />

explicação de Mallandro <strong>está</strong> na ponta<br />

da língua: as crianças cresceram.<br />

Seu antigo público <strong>no</strong> SBT e na<br />

Globo, fã do filme ‘Lua de Cristal’,<br />

ovaciona Mallandro por onde ele<br />

passa. O fenôme<strong>no</strong> rendeu ao artista<br />

<strong>no</strong>vos contratos e um upgrade na<br />

auto-estima. Até filme sobre sua obra<br />

vai sair neste mês. Na verdade, o<br />

apresentador diz nunca ter sumido.<br />

Seu jeito é o mesmo e ele jamais<br />

deixou de ser reconhecido na rua.<br />

Bastava acordar, sair de casa e repetir<br />

os incansáveis ‘gluglu e bilu tetéia’<br />

para que parassem jovens rindo das<br />

gracinhas. Isso, de uns a<strong>no</strong>s para cá.<br />

Tudo começou em uma palestra<br />

numa universidade de Direito<br />

de São Paulo, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> passado.<br />

Mallandro estava receoso, mas foi.<br />

Lá, resolveu gravar a reação do<br />

público. Os estudantes gritavam:<br />

“Ei, ei, ei, Mallandro é <strong>no</strong>sso rei”. Ele<br />

percebeu o filão que se abria e fez da<br />

gravação da palestra seu portfólio.<br />

“Fiquei emocionado com o carinho,<br />

o respeito. E resolvi retribuir a eles<br />

com um programa”, conta o artista,<br />

que ganhou força <strong>no</strong> meio após<br />

fazer um show para os alu<strong>no</strong>s da<br />

Faculdade Cásper Líbero <strong>no</strong>s Jogos<br />

de Comunicação e Arte de 2004, em<br />

Guaratinguetá.<br />

O projeto do programa foi aceito<br />

na TVJB. O diretor da <strong>no</strong>va atração,<br />

Silas Vervloet, adianta que ela deve<br />

ter duas horas de brincadeiras e zero<br />

de apelação. A irreverência de Sérgio<br />

continua a ser o mote. Mas sem<br />

pegadinhas nem mulheres seminuas.<br />

As ‘mallandrinhas’ de agora usam, <strong>no</strong><br />

máximo, um shortinho.<br />

Não que Mallandro tenha se<br />

tornado santo de um dia para o<br />

outro. É que sua equipe <strong>está</strong> de<br />

olho <strong>no</strong>s anunciantes que rejeitam<br />

atrações com ingredientes apelativos.<br />

“É um programa feito para a família<br />

brasileira”, promete. (AE)<br />

Drogas<br />

“Qual a verdade do Sérgio Mallandro? Eu sei<br />

qual é: nunca usei drogas, não sou violento,<br />

sou <strong>no</strong>rmal. Nunca usei drogas na vida. Mas<br />

cresci numa geração em que todo mundo<br />

usava. Agora, por que tenho que dizer que<br />

usei ou uso? Posso decepcionar algumas<br />

pessoas com isso. Mas nunca usei droga. Não<br />

tenho que inventar que usei só para dizer que<br />

fiquei na moda. Não bebo, só vez ou outra uma<br />

cerveja. Tomo cinco cervejas e fico bêbado.”<br />

Violência<br />

“Não sou violento. Nunca corri de briga, não<br />

sou de correr de briga. Se estiver com um<br />

amigo, vou defender o amigo, mas nunca gostei<br />

de briga. Se puder evitar, evito ao máximo. O<br />

fácil é você tomar uma atitude quando o cara<br />

mexe com sua mulher. É instinto. O a<strong>no</strong>rmal é<br />

você conseguir superar isso. Pensar que o cara<br />

que te xingou <strong>no</strong> trânsito por estar só nervoso<br />

naquele momento. Isso é um grau de elevação<br />

espiritual muito grande. Eu tento ser assim.”<br />

ÓPERA DO mALLANDRO O momento é oportu<strong>no</strong> para reaparecer na telona. Das participações <strong>no</strong> ‘Comando Maluco’,<br />

com o ex-trapalhão Dedé Santana, <strong>no</strong> SBT, pode sair um filme de humor. Mallandro também vai ser homenageado <strong>no</strong><br />

cinema este mês, com um curta chamado ‘Ópera do Mallandro’, preparado por um de seus três filhos, Serginho (foto). O<br />

musical com os clássicos do pai tem <strong>no</strong>mes como Lázaro Ramos, Taís Araújo, Wagner Moura, Lúcio Mauro Filho, Angelo<br />

Paes Leme, Lucia<strong>no</strong> Szafir, entre outros. E o próprio Mallandro, claro, <strong>já</strong> gravou sua ponta <strong>no</strong> filme.<br />

reticências<br />

Juliana Rosenthal ju_rosenthal@hotmail.com<br />

Toda criança que se preze gosta<br />

de animais de estimação. Ela não.<br />

Ela tem medo de cachorro,<br />

de gato. Tem <strong>no</strong>jo de peixe, de<br />

hamster. Detesta coelho e tem<br />

raiva de papagaio.<br />

Foi por isso que ela passou seu<br />

sétimo aniversário de castigo.<br />

Quem viu a cena que aconteceu<br />

na entrada da festa, ela berrando<br />

e saindo correndo quando o<br />

chefe de seu pai lhe deu um<br />

cachorrinho, garante que foi das<br />

mais constrangedoras.<br />

O pai, que também não era<br />

muito chegado a animais, pegou<br />

o bicha<strong>no</strong> <strong>no</strong> colo, meio desajeitadamente,<br />

e se desculpou.<br />

Minha filha tem esse problema,<br />

disse ele. Quando gosta muito de<br />

uma coisa, não sabe bem como<br />

reagir. O chefe sorriu amarelo.<br />

Criança, sabe como é, completou<br />

a mãe. Será que ela não gostou?,<br />

perguntou a filhinha do chefe. O<br />

que é isso, meu amor, emendou<br />

<strong>no</strong>vamente a mãe, como é que<br />

dá pra não gostar de uma coisa<br />

fofa dessas? E saiu atrás da filha,<br />

fingindo não perceber que seu<br />

marido lhe estendia o filhotinho<br />

que rosnava.<br />

Cada um, cada um<br />

A festa seguiu sem maiores<br />

confusões, salgadinhos e bebidas<br />

para os adultos e as crianças<br />

encantadas com o cachorrinho,<br />

o que fazia com que as filas do<br />

balanço e para pular corda ficassem<br />

bem me<strong>no</strong>res. Ela brincava sem<br />

parar, nem lembrando do presente<br />

que ganhara.<br />

Até que cantaram o parabéns.<br />

O cachorro latiu alto. Ela ameaçou<br />

chorar e a mãe a pegou <strong>no</strong> colo.<br />

Ela então assoprou as velinhas,<br />

desejando em silêncio que ele se<br />

transformasse numa boneca. Abriu<br />

os olhinhos e ele ainda estava lá,<br />

olhando para ela, fungando.<br />

Logo era hora de ir embora e<br />

ela correu para dentro do carro, <strong>já</strong><br />

cheio de pacotes. Estava tão ansiosa<br />

para descobrir o que ganhara, que<br />

nem viu o dito cujo que sua mãe,<br />

espertamente, segurava enrolado<br />

em um moletom <strong>no</strong> seu colo <strong>no</strong><br />

banco da frente. Foi só quando<br />

chegaram que ela descobriu que eles<br />

teriam que dividir a mesma casa. O<br />

escândalo foi tamanho, que ela foi<br />

dormir sem abrir os presentes. E não<br />

há castigo pior do que esse.<br />

No dia seguinte ela concordou,<br />

em troca de ver o que ganhara da<br />

sua melhor amiga, em tentar uma<br />

aproximação. Olha como ele é<br />

bonitinho, dizia a mãe, e é metade<br />

do seu tamanho! A menina por um<br />

momento até se encantou, mas<br />

o cão era, realmente, invocado.<br />

A mãe cuidava, alimentava, a<br />

menina fazia alguns carinhos, e ele<br />

destruía todas as plantas e sempre<br />

rosnava, ameaçando morder.<br />

Ela então cresceu longe do<br />

jardim, e o cachorro cresceu bravo.<br />

Bom cão de guarda, elogiava o pai<br />

para o chefe.<br />

Um dia, porém, esqueceram<br />

o portão da casa aberto e o<br />

cachorro fugiu. Procuraram por<br />

tudo. Será que alguém pegou?<br />

Mas ele era tão bravo! Será que<br />

<strong>está</strong> machucado?<br />

Para o chefe, disseram que<br />

ele foi atropelado. O fato é que<br />

nunca mais o viram. As plantas<br />

voltaram a crescer, e até uma rede<br />

colocaram <strong>no</strong> jardim.<br />

De vez em quando ela lembra<br />

dele enquanto se balança, e a<br />

mesma certeza que tem de que<br />

nunca mais vai ter cachorro,<br />

ela tem de que o filhotinho, que<br />

virou uma fera, também não devia<br />

gostar muito de gente.<br />

Foto: Ed vIggIANI/ AE

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