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comportamento do crescimento de trinca por fadiga de um aço do ...

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Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong><br />

“COMPORTAMENTO DO CRESCIMENTO<br />

DE TRINCA POR FADIGA DE UM AÇO DO<br />

TIPO USI-SAC-50 LAMINADO A QUENTE<br />

EM DIFERENTES ESPESSURAS”<br />

Banca Examina<strong>do</strong>ra:<br />

Fabrício Luiz <strong>de</strong> Alcântara<br />

Dissertação apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />

Engenharia Mecânica da PUC Minas como parte<br />

<strong>do</strong>s requisitos para obtenção <strong>do</strong> título <strong>de</strong> MESTRE<br />

EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.<br />

ORIENTADOR: Prof. José Rubens G. Carneiro, Dr.<br />

Prof. José Rubens G. Carneiro, Dr. - PUC Minas – Presi<strong>de</strong>nte, Orienta<strong>do</strong>r<br />

Prof. Wisley Falco Sales, Dr, Sc. – PUC Minas - Examina<strong>do</strong>r Interno<br />

Prof. Carlos Alberto Cimini Junior, Dr - UFMG - Examina<strong>do</strong>r Externo<br />

Prof. Luiz Cláudio Cândi<strong>do</strong>, Dr - UFOP - Examina<strong>do</strong>r Externo<br />

Guilherme Mariz <strong>de</strong> Oliveira Barra, Dr – PUC Minas – Examina<strong>do</strong>r Interno<br />

Belo Horizonte, 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.


Aos meus pais pela <strong>de</strong>dicação, apoio, carinho e<br />

<strong>por</strong> compreen<strong>de</strong>r a minha ausência.<br />

A minha irmã pela amiza<strong>de</strong> e apoio.<br />

A minha sobrinha Jéssica, que amo muito, pelo<br />

seu carinho.<br />

A Isabela pelo seu amor, companheirismo,<br />

carinho e pela compreensão nos momentos <strong>de</strong><br />

ausência


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, pela o<strong>por</strong>tunida<strong>de</strong> e perseverança dadas a mim para a realização <strong>de</strong>ste<br />

trabalho.<br />

Ao professor José Rubens Gonçalves Carneiro, pela orientação, <strong>de</strong>dicação e<br />

ensinamentos transmiti<strong>do</strong>s.<br />

Ao Geral<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paula Martins, em especial, pela disponibilida<strong>de</strong> e orientação.<br />

Ao Dr. Marco Antônio da Cunha, pelo apoio, amiza<strong>de</strong> e orientação.<br />

A Acesita, pela realização <strong>do</strong>s ensaios <strong>de</strong> textura e fratura.<br />

Ao Curso <strong>de</strong> Engenharia Mecânica, a Coor<strong>de</strong>nação e Professores <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong><br />

em Engenharia Mecânica Automotiva, pelo apoio na realização <strong>de</strong>ste projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa.<br />

A Fundação Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior –<br />

CAPES – pelo financiamento <strong>do</strong> trabalho.<br />

Ao Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN – pela cessão <strong>do</strong>s<br />

laboratórios <strong>de</strong> Mecânica <strong>de</strong> Fratura.<br />

ii


RESUMO<br />

A fratura <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> é a forma mais com<strong>um</strong> <strong>de</strong> falha estrutural e, ao longo <strong>do</strong><br />

tempo, tem si<strong>do</strong> <strong>um</strong> problema <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>r. Ela é causada pelo início e propagação<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> através <strong>do</strong> componente, com os <strong>do</strong>is processos ocupan<strong>do</strong><br />

diferentes pro<strong>por</strong>ções da vida a <strong>fadiga</strong>. Se a <strong>trinca</strong> não propaga, ela <strong>de</strong>fine o limite<br />

<strong>de</strong> resistência à <strong>fadiga</strong>, e o componente po<strong>de</strong> sobreviver <strong>por</strong> <strong>um</strong> perío<strong>do</strong><br />

in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> sob cargas cíclicas. Se a <strong>trinca</strong> propaga, a taxa <strong>de</strong> propagação torna-se<br />

o fator <strong>de</strong>terminante da vida <strong>do</strong> componente.<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste trabalho são obter as expressões matemáticas para a taxa<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> versus o fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão,<br />

quantificar o efeito da espessura na propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e avaliar o efeito<br />

anisotrópico segun<strong>do</strong> as direções TL e LT para esta mesma propagação. Para a<br />

consecução <strong>de</strong>stes objetivos, amostras <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 lamina<strong>do</strong>s a<br />

quente nas espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm segun<strong>do</strong> as direções <strong>de</strong> laminação, LT, e<br />

normal a ela, TL, foram submetidas ao ensaio <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> em máquina Instron,<br />

mo<strong>de</strong>lo 8802, após pré-<strong>trinca</strong> <strong>de</strong> 3 mm.<br />

As amostras <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, nas espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm, mostraram<br />

textura fraca tanto no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação e transversal a ele. A textura é fraca e<br />

as direções cristalográficas mais fortes em cada direção DN, DL e DT são<br />

respectivamente [ 111 ], [ 101] e [ 111].<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram que, no estágio ΙΙ , o material respeita a<br />

Equação <strong>de</strong> Paris para solicitação no senti<strong>do</strong> transversal e longitudinal. No<br />

entanto, verificou-se <strong>um</strong>a correlação linear entre os parâmetros e m . Essa<br />

correlação entre e <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir, quan<strong>do</strong> se trabalha com mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

m<br />

C f<br />

Bergner (Bergner, 2000). Não houve variação na taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

<strong>por</strong> fatiga no estágio ΙΙ , para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm direção LT, analisa<strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bergner. As energias <strong>de</strong> fratura no platô para o ensaio <strong>de</strong><br />

Charpy foram <strong>de</strong> respectivamente <strong>de</strong> 120J e 40J para a chapa <strong>de</strong> espessura<br />

12mm e <strong>de</strong> 150J e 75J para a chapa <strong>de</strong> espessura 19mm.<br />

iii<br />

C f


ABSTRACT<br />

The fatigue fracture is the most common type of structural failure and through the<br />

years it has been a challenging problem. It is caused by the initiation and<br />

propagation of a crack through the component with the two processes occupying<br />

different pro<strong>por</strong>tions of fatigue life. If the crack <strong>do</strong>es not propagate, it <strong>de</strong>fines the<br />

resistance limit to fatigue and the component may survive for an in<strong>de</strong>finite period<br />

of constant-amplitu<strong>de</strong> cyclic loading. If the crack propagates, the rate of<br />

propagation becomes the <strong>de</strong>termining factor of the component life.<br />

The objectives of this research are the <strong>de</strong>termination of the mathematical<br />

expressions for the rate of propagation of a crack by fatigue versus the stress-<br />

intensity factor range, the quantification of thickness effect on the propagation of a<br />

crack and the evaluation of anisotropic effect according to the directions TL and LT<br />

for this same propagation. To achieve these objectives, samples of a USI-SAC-50<br />

hot-rolling steel with thickness of 12 and 19mm, according to rolling directions LT<br />

and transversal TL, were submitted to fatigue test on Instron machine mo<strong>de</strong>l 8802<br />

after pre-crack of 3mm.<br />

The samples of the USI-SAC-50 steel with thickness of 12 and 19 mm showed a<br />

weak texture on both rolling direction and transversal to rolling. The texture is<br />

weak and the stronger crystallographic directions in each direction DN, DL and DT<br />

are respectively[ 111 ], [101] and[ 111].<br />

The obtained results showed that on stage ΙΙ , the material obeys the Paris law for<br />

appliance on both transversal and longitudinal direction. However, a linear<br />

correlation between the parameters e m was verified. This correlation<br />

between e m <strong>do</strong>esn’t exist when working with Bergner’s mo<strong>de</strong>l (Bergner,<br />

C f<br />

2000). There was no variation on the rate of propagation of a crack by fatigue on<br />

stage ΙΙ , for thickness of 12 and 19 mm direction LT, analyzed according to<br />

Bergner’s mo<strong>de</strong>l. The fracture energies on the plateau for the Charpy test were<br />

respectively 120J and 40J for the plate with thickness of 12mm and of 150J and<br />

75J for the plate with thickness of 19mm.<br />

C f<br />

iv


S<strong>um</strong>ário<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras...................................................................................................vii<br />

Lista <strong>de</strong> Tabelas ..................................................................................................xii<br />

Nomenclatura .....................................................................................................xiii<br />

Abreviatura ........................................................................................................xvii<br />

Capítulo 1 - Introdução .........................................................................................1<br />

1.1 - Motivação ............................................................................................1<br />

1.2 - Objetivos .............................................................................................4<br />

1.3 - Esta<strong>do</strong> da Arte ....................................................................................4<br />

1.4 - Escopo da Dissertação ......................................................................5<br />

Capitulo 2 - Revisão Bibliográfica .......................................................................7<br />

2.1 - Elementos <strong>de</strong> Mecânica <strong>de</strong> Fratura...................................................7<br />

2.2 - Aproximação <strong>do</strong> Balanço <strong>de</strong> Energia Griffith .................................7<br />

2.3 - Modificação <strong>de</strong> Irwin à Teoria <strong>de</strong> Griffith........................................10<br />

2.4 - Mecânica <strong>de</strong> Fratura Linear Elástica (MFLE)..................................12<br />

2.5 - Plasticida<strong>de</strong> no Vértice da Trinca....................................................19<br />

2.6 - Fadiga ................................................................................................21<br />

2.6.1- Estágios <strong>de</strong> Crescimento <strong>de</strong> Trinca <strong>por</strong> Fadiga ...................24<br />

2.6.2- Limiar para o Crescimento <strong>de</strong> Trinca <strong>por</strong> Fadiga.................27<br />

2.7 - Fractografia.......................................................................................29<br />

2.7.1 - Composição Química ............................................................31<br />

2.7.2 - Partículas <strong>de</strong> Segunda Fase..................................................32<br />

2.7.3 - Tamanho <strong>de</strong> Grão...................................................................32<br />

v


2.7.4 - Efeito da Anisotropia .............................................................32<br />

2.7.5 - Textura ....................................................................................36<br />

Capitulo 3 - Meto<strong>do</strong>logia Experimental .............................................................40<br />

3.1 - Análise Química e Metalografia <strong>do</strong> Material...................................40<br />

3.2 - Ensaios <strong>de</strong> Charpy ...........................................................................41<br />

3.3 - Ensaios <strong>de</strong> Tração............................................................................46<br />

3.4 - Ensaios <strong>de</strong> Fadiga ............................................................................50<br />

Capitulo 4 - Resulta<strong>do</strong> e Discussão...................................................................55<br />

4.1 - Análise Química e Metalografia <strong>do</strong> Material...................................55<br />

4.2 - Ensaios <strong>de</strong> Charpy ...........................................................................66<br />

4.3 - Ensaios <strong>de</strong> Tração............................................................................75<br />

4.4 - Ensaios <strong>de</strong> Fadiga ............................................................................79<br />

Capitulo 5 - Conclusões....................................................................................106<br />

5.1 - Sugestões para Trabalhos Futuros...............................................108<br />

Apêndice A.........................................................................................................109<br />

Referências Bibliográficas ...............................................................................112<br />

vi


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 2.1 - Placa infinita com <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> comprimento 2a<br />

, sob tração<br />

(An<strong>de</strong>rson, 1995).<br />

Figura 2.2 - Balanço <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> em <strong>um</strong>a placa infinita, quan<strong>do</strong><br />

nenh<strong>um</strong> trabalho é realiza<strong>do</strong> <strong>por</strong> forças externas (Ewalds, 1993).<br />

Figura 2.3 - Mo<strong>do</strong>s básicos <strong>de</strong> carregamento envolven<strong>do</strong> diferentes<br />

<strong>de</strong>slocamentos das superfícies da <strong>trinca</strong> (An<strong>de</strong>rson, 1995).<br />

Figura 2.4 - Distribuição <strong>de</strong> tensões na vizinhança no vértice da <strong>trinca</strong> (An<strong>de</strong>rson,<br />

1995).<br />

Figura 2.5 - Variação da tenacida<strong>de</strong> em função da espessura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

(Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.6 - Parâmetro <strong>de</strong> forma Q, para <strong>trinca</strong>s elípticas (Rolfe & Barsom, 1987).<br />

Figura 2.7 - Zona plástica no vértice da <strong>trinca</strong> e correção <strong>de</strong> Irwin.<br />

Figura 2.8 - Parâmetros <strong>de</strong> tensão cíclica em <strong>fadiga</strong> com amplitu<strong>de</strong> constante.<br />

Figura 2.9 - Diferentes estágios na propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> (Suresh,<br />

1998).<br />

Figura 2.10 - Efeito da razão <strong>de</strong> carga R na faixa <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limiar tensão<br />

(Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.11 – Representação esquemática <strong>de</strong> mecanismos mais comuns <strong>de</strong><br />

fratura em metais, dúctil (a) e clivagem (b) (An<strong>de</strong>rson, 1995).<br />

Figura 2.12 - Evolução da tenacida<strong>de</strong> e resistência mecânica da liga com a<br />

diminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> grão (Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.13 - Variação <strong>do</strong> limiar ∆K0<br />

com o tamanho <strong>de</strong> grão para <strong>aço</strong>s <strong>de</strong> baixa e<br />

alta resistência e R = 0,<br />

05 (Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.14 - Espécies conten<strong>do</strong> interfases relativamente fracas: (a) arranjo<br />

obstrutor, (b) arranjo divisor e (c) arranjo <strong>de</strong>lamina<strong>do</strong>r (Go<strong>de</strong>froid,<br />

1999).<br />

Figura 2.15 - Taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> em <strong>aço</strong>s, testa<strong>do</strong> em cada<br />

<strong>um</strong>a das seis orientações (Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.16 - Esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> Euler reduzi<strong>do</strong> com alg<strong>um</strong>as fibras im<strong>por</strong>tantes e<br />

orientações para cristais cúbicos <strong>de</strong> corpo centra<strong>do</strong> (Park, 1996).<br />

vii


Figura 3.1 - Representação esquemática <strong>do</strong> equipamento para a Difração <strong>de</strong><br />

Elétrons Retro-Espalha<strong>do</strong>s (EBSD) (Acesita, 2003).<br />

Figura 3.2 - Dimensões <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova para ensaio Charpy, conforme norma<br />

ASTM E-23/96 (1996).<br />

Figura 3.3 - Curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> carga versus tensão para a máquina Wolpert<br />

PW30 (CDTN, 2003).<br />

Figura 3.4 - Evolução da carga com o <strong>de</strong>slocamento e energia para fratura nas<br />

temperaturas <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC (c) (CDTN, 2003).<br />

Figura 3.5 - Dimensões, em mm, <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova utiliza<strong>do</strong>s no ensaio <strong>de</strong><br />

tração retira<strong>do</strong>s na chapa nas posições <strong>de</strong> 0º, 45º e 90º da direção<br />

<strong>de</strong> laminação respectivamente para as chapas <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm<br />

(b) (ASTM E-8M, 1995).<br />

Figura 3.6 - Dimensões <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>do</strong> tipo tração-compacto, C(T), <strong>de</strong><br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>, conforme norma ASTM E 647<br />

(2000).<br />

Figura 3.7 - Dimensões obtidas após usinagem <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova C(T)<br />

retira<strong>do</strong> das chapas <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b) para<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>.<br />

Figura 4.1 - Amostra <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 sem ataque, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença<br />

<strong>de</strong> microinclusões, sen<strong>do</strong> provavelmente <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X.<br />

Figura 4.2 - Microestrutura <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em seção longitudinal (a) e<br />

transversal (b), evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> ferrita e perlita. Ataque<br />

nital 5%, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X.<br />

Figura 4.3 - Microestrutura <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 obtida em EBSD no centro das<br />

chapas <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b).<br />

Figura 4.4 - Histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação (a) e índice <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

(b) com a fração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong><br />

12mm.<br />

Figura 4.5 - Histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação (a) e índice <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

(b) com a fração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong><br />

19mm.<br />

Figura 4.6 - Função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> orientação (ODF) para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50,<br />

com espessura 12mm (a) e 19mm (b), na posição correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

centro.<br />

Figura 4.7 - Função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> orientação (ODF) para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50,<br />

com espessura 12 mm (a) e 19mm (b), na posição correspon<strong>de</strong>nte à<br />

superfície.<br />

viii


Figura 4.8 - Figuras <strong>de</strong> pólo inversas com orientações correspon<strong>de</strong>ntes às<br />

direções DN [ 001] , DL[ 100 ] e DT [010]<br />

, para as chapas <strong>de</strong> 12mm (a)<br />

e 19mm (b).<br />

Figura 4.9 - Curvas <strong>de</strong> energia absolvida versus temperatura para o <strong>aço</strong> USI-<br />

SAC-50 segun<strong>do</strong> as direções LT e TL, para os corpos-<strong>de</strong>-prova com<br />

espessuras <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b).<br />

Figura 4.10 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong><br />

ensaio <strong>de</strong> -30ºC, analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 100X (a),<br />

500X (b) e 200X (c).<br />

Figura 4.11 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong><br />

ensaio <strong>de</strong> 24ºC, analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e 200X<br />

(b).<br />

Figura 4.12 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong><br />

ensaio <strong>de</strong> 140ºC, analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e<br />

100X (b).<br />

Figura 4.13 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> da laminação (TL), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> –<br />

30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC (c), analisada em MEV, com respectivos<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X, 100X e 50X.<br />

Figura 4.14 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 19mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong><br />

ensaio <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC (c), analisada em MEV, com<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X.<br />

Figura 4.15 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 19mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> da laminação (TL), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> –<br />

30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC (c), analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong><br />

50X.<br />

Figura 4.16 - Gráficos <strong>de</strong> tensão versus <strong>de</strong>formação convencional para os corpos<strong>de</strong>-prova<br />

<strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b) <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 retira<strong>do</strong>s a 0º,<br />

45º e 90º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação.<br />

Figura 4.17 - Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

espessura 12mm obti<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação com a<strong>um</strong>ento<br />

<strong>de</strong> 50X (a) e 800X (b).<br />

Figura 4.18 - Presença <strong>de</strong> inclusões não metálicas <strong>de</strong> 2 3 (a), FeO (b) e ,<br />

(c), na superfície <strong>de</strong> fratura da chapa <strong>de</strong> espessura 12mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL.<br />

O Al 2 3 O Al<br />

FeO<br />

ix


Figura 4.19 - Corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> espessura 19mm após ensaio <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>.<br />

Figura 4.20 - Evolução <strong>de</strong> da dN versus ∆K<br />

, para chapa <strong>de</strong> espessura 19 mm,<br />

senti<strong>do</strong> LT, para estágio Ι , freqüência <strong>de</strong> 20Hz e temperatura<br />

ambiente.<br />

Figura 4.21 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12mm<br />

(a) e 19mm (b), senti<strong>do</strong> LT , para amostra <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50.<br />

Figura 4.22 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12mm<br />

e 19mm, senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ , com variação <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>.<br />

Figura 4.23 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12mm<br />

e 19mm, senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ , com a mesma amplitu<strong>de</strong><br />

(3,60kN).<br />

Figura 4.24 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, segun<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> TL (a), no<br />

estágio ΙΙ , diferentes razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 , para<br />

amostra <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, espessura 19mm.<br />

Figura 4.25 - Da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as razões <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong><br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Crooker (Crooker, 1973).<br />

Figura 4.26 - Da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as razões <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong><br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> K<strong>um</strong>ar e Singh (K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995).<br />

Figura 4.27 - Gráficos da dN versus ∆K<br />

, para o corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm, no<br />

senti<strong>do</strong> LT (a) e TL (b), estágio ΙΙ , para razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1 e<br />

freqüência <strong>de</strong> 20Hz.<br />

Figura 4.28 - Gráfico da dN versus ∆K , para R = 0,<br />

1 e ∆ F = 3,<br />

6kN,<br />

para as<br />

espessuras <strong>de</strong> 12mm, senti<strong>do</strong> LT e TL e freqüência <strong>de</strong> 20Hz.<br />

Figura 4.29 - Gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( C) e m f segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong><br />

Paris, para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, espessura 12mm, senti<strong>do</strong> TL e LT e<br />

19 mm, senti<strong>do</strong> TL e razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1.<br />

Figura 4.30 - Dependência <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> correlação, r c , entre log( C0<br />

) e m f<br />

no fator <strong>de</strong> escala ∆K<br />

.<br />

p<br />

x


Figura 4.31 - Gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( C0 ) e m f segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong><br />

Bergner e Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), espessura 12mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL e LT, e 19 mm, senti<strong>do</strong> LT e TL e razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 .<br />

Figura 4.32 - Gráficos da dN versus ∆K<br />

/ ∆Kp<br />

segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong> Bergner e<br />

Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), para o corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm,<br />

no senti<strong>do</strong> LT (a) e TL (b), e 19mm, senti<strong>do</strong> LT (c), para razão <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

1.<br />

Figura 4.33 - Fraturas <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova, <strong>de</strong> espessura 19mm, no senti<strong>do</strong> TL e<br />

LT, mostran<strong>do</strong> as regiões <strong>de</strong> pré <strong>trinca</strong> (1), interface da pré <strong>trinca</strong> e<br />

propagação (2), propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> (3) e ruptura.<br />

Figura 4.34 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> pré-<strong>trinca</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> clivagem,<br />

microcavida<strong>de</strong>s e ruptura <strong>de</strong>coesiva, razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X (a) e 1000X (b).<br />

Figura 4.35 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> interface entre pré <strong>trinca</strong> e propagação,<br />

evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> clivagem, ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, razão<br />

<strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X (a) e 2000X (b).<br />

Figura 4.36 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> fissuras e<br />

estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X (a) e<br />

4000X (b).<br />

Figura 4.37 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> LT, região1 (a), região 2 (b) e região 3 (c), evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong><br />

microfissuras, ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, razão <strong>de</strong> carga<br />

R = 0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 4000X.<br />

Figura 4.38 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, senti<strong>do</strong> TL, razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

7 ,<br />

evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong><br />

4000X (a) e (b).<br />

Figura 4.39 - Microfractografia da região <strong>de</strong> interface entre propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e<br />

a ruptura <strong>por</strong> tração, <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na espessura <strong>de</strong> 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL e razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

7 , evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong><br />

microcavida<strong>de</strong>s e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e 200X (b).<br />

xi


LISTA DE TABELAS<br />

⎛ ⎞<br />

Tabela 2.1 - Relação entre f⎜ ⎟<br />

⎝ W ⎠<br />

a e parâmetros geométricos <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />

Tabela 4.1 - Composição química <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 utilizada nos experimentos.<br />

Tabela 4.2 - Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, limite <strong>de</strong> escoamento, resistên-<br />

cia, alongamento, coeficiente <strong>de</strong> encruamento e coeficiente <strong>de</strong> aniso-<br />

tropia para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm<br />

segun<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação.<br />

Tabela 4.3 - Diferentes valores <strong>de</strong>C e mf<br />

encontra<strong>do</strong>s para o ajuste da equação<br />

mf<br />

eff ) K ( C<br />

da<br />

= ∆ .<br />

dN<br />

Tabela 4.4 - Resulta<strong>do</strong>s da taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e log( C<br />

0<br />

) para o <strong>aço</strong><br />

USI-SAC-50, espessura 12, nos senti<strong>do</strong>s LT e TL, e 19 mm, no<br />

senti<strong>do</strong> LT e TL em diferentes relações <strong>de</strong> carga 0, 3 ≤ R ≤ 0,<br />

7 .<br />

xii


NOMENCLATURA<br />

a = comprimento da <strong>trinca</strong><br />

A = constante da equação <strong>de</strong> Crooker<br />

B = espessura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

C = constante da equação <strong>de</strong> Paris<br />

C 0 = constante da equação <strong>de</strong> Bergner<br />

C ( T)<br />

= corpo-<strong>de</strong>-prova tração-compacto<br />

d = tamanho <strong>de</strong> grão<br />

da<br />

= propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong><br />

dN<br />

Ε = módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><br />

Ε w = energia absorvida pelo corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

e = <strong>de</strong>formação real<br />

e m = <strong>de</strong>formação máxima convencional<br />

F = carga no ensaio <strong>de</strong> Charpy<br />

⎛ ⎞<br />

f⎜ ⎟<br />

⎝ W ⎠<br />

a = fator <strong>de</strong> forma<br />

G = taxa <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> energia<br />

G c = taxa <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> energia crítica<br />

K = fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão<br />

K 0 = limite Inferior <strong>de</strong><br />

∆K<br />

K IC = fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão crítico no mo<strong>do</strong> I <strong>de</strong> fratura no esta<strong>do</strong><br />

plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

K R = coeficiente entre tensão e <strong>de</strong>formação real<br />

l 0 = comprimento inicial<br />

l f = comprimento final apos 15%<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

l ff = comprimento final<br />

m = massa <strong>do</strong> pêndulo<br />

xiii


m f = expoente da equação <strong>de</strong> Paris<br />

N = número <strong>de</strong> ciclos<br />

N f = <strong>por</strong>centagem <strong>de</strong> Nitrogênio<br />

n = coeficiente <strong>de</strong> encruamento<br />

P = força aplicada no sistema<br />

P ( a)<br />

= carga máxima <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong><br />

P m = carga máxima <strong>de</strong> tração<br />

P 15%<br />

= carga em 15% <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

Q = parâmetro <strong>de</strong> forma<br />

R = razão <strong>de</strong> carga ou tensão<br />

2<br />

R<br />

d<br />

= coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação<br />

R 1 = coeficiente <strong>de</strong> Lankford<br />

R = coeficiente <strong>de</strong> anisotropia médio<br />

R 0 = coeficiente <strong>de</strong> Lankford a 0º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação<br />

R 45 = coeficiente <strong>de</strong> Lankford a 45º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação<br />

R 90 = coeficiente <strong>de</strong> Lankford a 90º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação<br />

R s = a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> superfície<br />

r = distância polar da <strong>trinca</strong> ao ponto on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja calcular as tensões<br />

σ , yy e σ<br />

xx<br />

σ zz<br />

r c = coeficiente <strong>de</strong> correlação<br />

s = <strong>de</strong>flexão <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

S n = <strong>de</strong>svio padrão da amostra<br />

Sp = carga média<br />

T t = temperatura <strong>de</strong> transição ao impacto<br />

U = relação <strong>de</strong> tensão efetiva<br />

U k = taxa <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> carga efetiva<br />

U T = energia total da placa <strong>trinca</strong>da<br />

xiv


U 0 = energia elástica da placa não <strong>trinca</strong>da (constante)<br />

U a = mudança na energia elástica causada pela introdução <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong><br />

U γ = mudança na energia elástica <strong>de</strong> superfície causada pela formação<br />

das superfícies da <strong>trinca</strong><br />

v = velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> pêndulo<br />

v 0 = velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> pêndulo<br />

W = largura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

W 0 = largura inicial<br />

W f = largura final após 15% <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

w = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

x i = amostra<br />

x = média das amostras<br />

x 0 = espaçamento interatômico<br />

x , y = coor<strong>de</strong>nadas retangulares normais à frente da <strong>trinca</strong><br />

α = fibra na direção <strong>de</strong> laminação<br />

∆ F = amplitu<strong>de</strong> média<br />

∆ K = fator cíclico <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão<br />

∆ K0<br />

= limiar <strong>do</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong><br />

∆ Keff<br />

= fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão efetiva<br />

∆ Kp<br />

= fator <strong>de</strong> escala <strong>de</strong> Bergner<br />

´<br />

∆ K 0 = resistência intrínseca ao <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong><br />

c<br />

∆ K 0 = efeitos <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

∆ R = coeficiente <strong>de</strong> anisotropia planar<br />

∆ σ = variação <strong>de</strong> tensão.<br />

ε = fibra transversal à direção <strong>de</strong> laminação<br />

ε e = módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação elástica<br />

ε T = <strong>de</strong>formação verda<strong>de</strong>ira na direção da espessura<br />

xv


ε w = <strong>de</strong>formação verda<strong>de</strong>ira na direção da largura<br />

Φ = eixo tridimensional <strong>do</strong> esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> Euler<br />

ν = coeficiente <strong>de</strong> Poison<br />

ϕ 1 = eixo tridimensional <strong>do</strong> esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> Euler<br />

ϕ 2 = eixo tridimensional <strong>do</strong> esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> Euler<br />

γ = fibra normal à direção <strong>de</strong> laminação<br />

γ e = energia elástica <strong>de</strong> superfície <strong>do</strong> material<br />

σ = tensão<br />

σ máx = tensão máxima<br />

σ mín = tensão mínima<br />

σ xx = tensão na direção x<br />

σ yy = tensão na direção y<br />

σ zz = tensão na direção z<br />

σ e = limite <strong>de</strong> escoamento a 0,2% - σ0,<br />

2<br />

τ xy , τxz,<br />

τyz<br />

=tensões <strong>de</strong> cisalhamento<br />

θ = encruamento<br />

xvi


ABREVIATURA<br />

CI = Índice <strong>de</strong> Confiabilida<strong>de</strong><br />

CTOD = Deslocamento da Abertura da Trinca<br />

DL = Direção <strong>de</strong> Laminação<br />

DN = Direção Normal<br />

DT = Direção Transversal ao Plano da Chapa<br />

EBSD = Difração <strong>de</strong> Elétrons Retro-Espalha<strong>do</strong>s<br />

J = Integral J<br />

LI = Livre <strong>de</strong> Intersticial<br />

MEV = Microscópio Eletrônico <strong>de</strong> Varredura<br />

MFLE = Mecânica <strong>de</strong> Fratura Linear Elástica<br />

MFEP = Mecânica <strong>de</strong> Fratura Elasto-Plástica<br />

MIO = Microscopia <strong>de</strong> Imagem <strong>de</strong> Orientação<br />

ODF = Função da Distribuição <strong>de</strong> Orientação<br />

PC = Plano da Chapa<br />

xvii


1.1- Motivação<br />

Capítulo 1<br />

INTRODUÇÃO<br />

As estruturas metálicas mo<strong>de</strong>rnas, como prédios multi-andares urbanos, pontes e<br />

estruturas espaciais (galpões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>por</strong>te), são projetos <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong><br />

técnica que exigem <strong>aço</strong>s especiais para sua construção. Estas estruturas estão<br />

expostas a ambientes hostis <strong>de</strong> corrosão, <strong>de</strong>sgaste, cargas cíclicas, ventos e<br />

terremotos. Tu<strong>do</strong> isso po<strong>de</strong> levar a falhas prematuras <strong>do</strong>s componentes<br />

fabrica<strong>do</strong>s e, <strong>de</strong>sta forma, comprometer a integrida<strong>de</strong> da estrutura.<br />

O <strong>aço</strong> USI-SAC-50 é largamente aplica<strong>do</strong> na indústria da construção mecânica<br />

para a fabricação <strong>de</strong>ssas estruturas. Esses <strong>aço</strong>s são conheci<strong>do</strong>s como<br />

“aclimáveis” ou “patináveis”, os quais têm a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver em sua<br />

superfície <strong>um</strong>a camada <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong> protetora, compacta e a<strong>de</strong>rente ao substrato<br />

metálico, quan<strong>do</strong> exposto ao meio atmosférico industrial. Outro atrativo <strong>de</strong>ste <strong>aço</strong><br />

é a alta resistência mecânica e boa soldabilida<strong>de</strong>. A maior resistência mecânica<br />

<strong>de</strong>sses <strong>aço</strong>s possibilita <strong>um</strong>a redução substancial <strong>de</strong> peso da estrutura, implican<strong>do</strong><br />

em economia <strong>de</strong> solda, trans<strong>por</strong>te, etc. (Usiminas USI-SAC, 1990).<br />

1


Capítulo 1 – Introdução 2<br />

Em projetos <strong>de</strong>sta natureza, <strong>um</strong>a avaliação da confiabilida<strong>de</strong> da estrutura em<br />

serviço <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s convencionais como limite <strong>de</strong><br />

escoamento e limite <strong>de</strong> resistência, <strong>de</strong> outros fatores, como, resistência à fratura e<br />

<strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> (Ratnapuli & Melo,1998).<br />

A fratura <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> é a forma mais com<strong>um</strong> <strong>de</strong> falha estrutural. Essa fratura é<br />

causada pelo início e propagação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> em <strong>um</strong> componente. O<br />

conhecimento da resistência ao impacto e à fratura <strong>do</strong>s materiais, principalmente<br />

<strong>do</strong>s <strong>aço</strong>s, tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito tempo <strong>um</strong> <strong>do</strong>s principais objetivos da<br />

engenharia mecânica. A partir da segunda gran<strong>de</strong> guerra, <strong>de</strong>u-se gran<strong>de</strong> ênfase<br />

ao estu<strong>do</strong> da temperatura <strong>de</strong> transição dúctil-frágil, <strong>por</strong> meio <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong><br />

impacto Charpy, com o intuito <strong>de</strong> se conhecer o <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> <strong>de</strong>stes <strong>aço</strong>s e<br />

evitar a ocorrência <strong>de</strong> fraturas frágeis. Porém, a relação entre os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>stes ensaios e tais fraturas não po<strong>de</strong> ser generalizada para estrutura <strong>de</strong><br />

qualquer espessura e resistência mecânica. Além disso, a transição <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong><br />

<strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> <strong>de</strong> fratura ductil-frágil, geralmente ocorre com mudança nas<br />

condições <strong>de</strong> serviço, tais como, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensão, temperatura ou taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação (Rolfe & Barsom, 1987).<br />

Assim, procurou-se <strong>de</strong>terminar novas formas <strong>de</strong> se prever a fratura <strong>de</strong>stes<br />

materiais. Através das teorias <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e da plasticida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se encontrar<br />

<strong>um</strong>a relação matemática entre a tenacida<strong>de</strong>, o tamanho da <strong>trinca</strong> e a tensão<br />

aplicada ao material para prever o <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a estrutura ou<br />

componente quanto à resistência ao <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s (Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

A tendência atual <strong>do</strong>s projetistas mecânicos é trabalhar com base nos valores<br />

característicos <strong>de</strong> tenacida<strong>de</strong> à fratura <strong>do</strong>s materiais. Esses resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s


Capítulo 1 – Introdução 3<br />

nos ensaios da mecânica <strong>de</strong> fratura são aplica<strong>do</strong>s em projetos e na <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> vida das estruturas e componentes.<br />

A mecânica aplicada po<strong>de</strong> até certo ponto <strong>de</strong>screver as tensões e <strong>de</strong>formações<br />

na vizinhança <strong>de</strong> <strong>um</strong> entalhe ou no vértice <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong>. Em razão <strong>de</strong>ssa<br />

concentração <strong>de</strong> tensão, a vida à <strong>fadiga</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições <strong>de</strong> propagação<br />

ou não propagação <strong>de</strong>ssa <strong>trinca</strong>. As condições sob as quais essas tensões e<br />

<strong>de</strong>formações causarão propagação da <strong>trinca</strong> não estão ainda bem estabelecidas.<br />

Geralmente, ass<strong>um</strong>e-se que a propagação da <strong>trinca</strong> ocorrerá, quan<strong>do</strong> as tensões<br />

na ponta da <strong>trinca</strong> exce<strong>de</strong>rem <strong>um</strong> valor crítico. Tem si<strong>do</strong> sugeri<strong>do</strong> o uso da<br />

<strong>de</strong>formação ou tensão média a <strong>um</strong>a certa distância da ponta da <strong>trinca</strong> como <strong>um</strong><br />

critério <strong>de</strong> fratura (An<strong>de</strong>rson, 1995). As condições <strong>de</strong> propagação e não<br />

propagação da <strong>trinca</strong> são significativamente afetadas <strong>por</strong> variáveis tais como,<br />

relação <strong>de</strong> tensão, microestrutura e ambiente.<br />

A microestrutura po<strong>de</strong> ser caracterizada <strong>por</strong> diferentes técnicas e <strong>de</strong>fine as<br />

proprieda<strong>de</strong>s anisotrópicas <strong>do</strong> material através da textura. Essa textura<br />

cristalográfica po<strong>de</strong> ser aleatória ou não e caracterizada <strong>por</strong> técnicas tais como a<br />

difração <strong>de</strong> raios-X ou <strong>por</strong> elétrons retro-espalha<strong>do</strong>s (EBSD).<br />

A <strong>de</strong>formação plástica ocorre principalmente <strong>por</strong> maclação e movimento <strong>de</strong><br />

discordâncias em materiais metálicos. A <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> grãos individuais é<br />

necessária para o <strong>crescimento</strong> da zona plástica na ponta da <strong>trinca</strong>. Em função da<br />

estrutura <strong>do</strong> material no vértice da <strong>trinca</strong>, o carregamento a<strong>um</strong>enta o escoamento<br />

e a <strong>de</strong>formação (<strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> plástico ou elástico-plástico) ou leva o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s.<br />

A <strong>de</strong>pendência das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas com a direção é chamada <strong>de</strong><br />

anisotropia. A propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> em <strong>aço</strong> na direção <strong>de</strong> laminação e na direção


Capítulo 1 – Introdução 4<br />

transversal ocorre, respectivamente, pelo mecanismo <strong>de</strong> estrias e coalescimento<br />

<strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s (Go<strong>de</strong>froid, 1999) e po<strong>de</strong> ser função da textura <strong>do</strong> material<br />

segun<strong>do</strong> essas mesmas direções.<br />

1.2- Objetivos<br />

- Obter as expressões matemáticas para a taxa propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong><br />

versus fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50;<br />

- Quantificar o efeito da espessura na propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>;<br />

- Avaliar o efeito anisotrópico segun<strong>do</strong> as direções TL e LT para esta mesma<br />

propagação;<br />

- Estudar a fratura em tração, impacto <strong>por</strong> Charpy e <strong>fadiga</strong> <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50.<br />

1.3- Esta<strong>do</strong> da Arte<br />

A falha <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> <strong>de</strong> materiais é <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> iniciação e propagação <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong>. A <strong>fadiga</strong> é influenciada <strong>por</strong> processos energéticos e estruturais, ten<strong>do</strong> lugar<br />

na ponta da <strong>trinca</strong>. O processo <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> é complica<strong>do</strong> sob o ponto<br />

<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> análise mecânica e <strong>de</strong>scrição fenomenológica.<br />

A indústria automobilística tem ti<strong>do</strong> sucesso em evitar a falha <strong>de</strong> seus produtos<br />

em serviço, embora diversas <strong>de</strong>ssas questões não têm si<strong>do</strong> resolvidas <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

mo<strong>do</strong> científico, tais como:


Capítulo 1 – Introdução 5<br />

- a previsão <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s <strong>do</strong> componente submeti<strong>do</strong> a amplitu<strong>de</strong>s<br />

variáveis;<br />

- a transferência para componentes reais <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com corpos-<strong>de</strong>-<br />

prova em laboratório;<br />

- <strong>fadiga</strong> em ambiente corrosivo;<br />

- a <strong>fadiga</strong> em fluência apresenta <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> hipóteses sem comprovação<br />

experimental.<br />

As taxas <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> têm <strong>um</strong>a consi<strong>de</strong>rável dispersão <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s<br />

para as mesmas condições <strong>de</strong> carregamento em razão <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> dano inicial,<br />

heterogeneida<strong>de</strong> e espessura <strong>do</strong> material. A estimativa quantitativa <strong>de</strong>sta<br />

dispersão e mo<strong>de</strong>los estatísticos são assim necessários para se fazer previsões<br />

mais confiáveis <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s.<br />

1.4- Escopo da Dissertação<br />

Este trabalho apresenta <strong>um</strong> estu<strong>do</strong> experimental <strong>do</strong> <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>aço</strong><br />

USI-SAC-50, lamina<strong>do</strong> a quente, nas espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm, nos senti<strong>do</strong>s TL<br />

e LT, quanto a propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e diferentes relações <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e<br />

R = 0,<br />

7<br />

.<br />

No Capítulo 2 foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s alguns trabalhos <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res que<br />

estudaram o <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> da propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, relacionan<strong>do</strong>-o com<br />

aspectos microestruturais.


Capítulo 1 – Introdução 6<br />

No Capítulo 3 apresenta-se a meto<strong>do</strong>logia e to<strong>do</strong> aparato experimental utiliza<strong>do</strong>s<br />

para a realização <strong>do</strong>s ensaios.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s experimentais <strong>do</strong>s ensaios realiza<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s no<br />

Capítulo 4, através <strong>de</strong> gráficos, acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comentários e análises<br />

pertinentes.<br />

No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões <strong>de</strong>ste trabalho e sugestões para<br />

trabalhos futuros.


2.1- Elementos da Mecânica <strong>de</strong> Fratura<br />

Capítulo 2<br />

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Os procedimentos <strong>de</strong> projeto se baseiam no limite <strong>de</strong> escoamento e/ou no limite <strong>de</strong><br />

resistência, <strong>por</strong>ém os materiais sempre contêm <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s tais como <strong>trinca</strong>s,<br />

<strong>por</strong>osida<strong>de</strong>s, inclusões. Exemplos <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s que não foram<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s em projetos são lista<strong>do</strong>s na literatura (An<strong>de</strong>rson, 1995, Broek, 1989). A<br />

partir <strong>de</strong> diversas falhas, muitas das quais catastróficas, foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s os<br />

princípios da mecânica <strong>de</strong> fratura, a qual relaciona a tensão aplicada com o tamanho da<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>.<br />

2.2 - Aproximação pelo Balanço <strong>de</strong> Energia <strong>de</strong> Griffith<br />

De acor<strong>do</strong> com a teoria <strong>de</strong> Griffith, <strong>um</strong>a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> se torna instável e, <strong>por</strong>tanto,<br />

ocorre a fratura, quan<strong>do</strong> a variação da energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação resultante <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

<strong>crescimento</strong> incremental da <strong>trinca</strong> é suficiente para vencer a energia <strong>de</strong> superfície <strong>do</strong><br />

material (Ewalds,1993).<br />

Consi<strong>de</strong>re <strong>um</strong>a placa infinita <strong>de</strong> espessura unitária conten<strong>do</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> passante <strong>de</strong><br />

comprimento 2a , sujeita a <strong>um</strong>a tensão <strong>de</strong> tração uniforme σ , aplicada no infinito,<br />

conforme mostra<strong>do</strong> na Fig. 2.1.<br />

7


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 8<br />

Figura 2.1 - Placa infinita com <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> largura 2a<br />

, sob tração (An<strong>de</strong>rson, 1995).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 9<br />

A energia total U da placa <strong>trinca</strong>da po<strong>de</strong> ser escrita como:<br />

T<br />

U T = U0 + Ua<br />

+ Uγ<br />

− F<br />

U 0 = energia elástica da placa não <strong>trinca</strong>da (constante);<br />

U a = mudança na energia elástica causada pela introdução <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong>;<br />

(2.1)<br />

U γ = mudança na energia elástica <strong>de</strong> superfície causada pela formação <strong>de</strong> superfícies da<br />

<strong>trinca</strong>;<br />

F = trabalho realiza<strong>do</strong> pelas forças externas (F = carga x <strong>de</strong>slocamento), o qual <strong>de</strong>ve ser<br />

subtraí<strong>do</strong> na Eq. (2.1), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que não é parte da energia interna da placa.<br />

Griffith usou <strong>um</strong>a análise <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>senvolvida <strong>por</strong> Inglis para mostrar que, para <strong>um</strong>a<br />

espessura unitária, o valor absoluto <strong>de</strong> U é da<strong>do</strong> <strong>por</strong>:<br />

a<br />

2 2<br />

πσ a<br />

| Ua<br />

| =<br />

(2.2)<br />

E<br />

A energia elástica <strong>de</strong> superfície U γ é igual ao produto da energia elástica <strong>de</strong> superfície <strong>do</strong><br />

material, γe<br />

, pela área das duas faces da <strong>trinca</strong>, ou seja;<br />

Uγ = 2(<br />

2a<br />

γe<br />

) = 4aγe<br />

(2. 3)<br />

Se nenh<strong>um</strong> trabalho é realiza<strong>do</strong> <strong>por</strong> forças externas, dF = 0 , tem-se <strong>por</strong>tanto:<br />

2 2<br />

πσ a<br />

UT = U0<br />

+ Ua<br />

+ Uγ<br />

= U0<br />

− + 4aγ<br />

e<br />

(2. 4)<br />

E<br />

Como U = constante, a condição <strong>de</strong> equilíbrio para propagação da <strong>trinca</strong> é:<br />

0


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 10<br />

d ⎛ 2 2 ⎞<br />

⎜ πσ a<br />

− + 4aγ<br />

⎟<br />

e = 0<br />

da<br />

⎜ E ⎟<br />

⎝<br />

⎠<br />

(2.5)<br />

A Figura 2.2 (a) e (b) representa em forma esquemática os <strong>do</strong>is termos <strong>de</strong> energia na Eq.<br />

dU<br />

(2.5), sua soma e a <strong>de</strong>rivada, , como funções <strong>do</strong> comprimento da <strong>trinca</strong> 2 a . Quan<strong>do</strong> a<br />

da<br />

liberação <strong>de</strong> energia elástica <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>um</strong> incremento potencial <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>,<br />

da<br />

, vale mais que a <strong>de</strong>manda para energia <strong>de</strong> superfície para o <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>trinca</strong>,<br />

a introdução <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> levará à sua propagação instável.<br />

Da condição <strong>de</strong> equilíbrio, obtém-se:<br />

Rearranjan<strong>do</strong>, obtém-se:<br />

σ =<br />

2<br />

2πσ<br />

a<br />

= 4γ<br />

e<br />

E<br />

2Eγ<br />

e<br />

πa<br />

( 1-ν<br />

)<br />

(2.6)<br />

para esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensão plana (2. 7)<br />

2Eγ e<br />

σ = para esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plana (2. 8)<br />

πa<br />

2. 3 - Modificação <strong>de</strong> Irwin à teoria <strong>de</strong> Griffith<br />

Reescreven<strong>do</strong> a Eq. (2. 6) na forma:<br />

2<br />

πσ a<br />

= 2γe<br />

E<br />

(2. 9)


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 11<br />

O primeiro membro da Eq. (2.8) é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> força para extrusão <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e é<br />

representa<strong>do</strong> <strong>por</strong> G . Ele representa a energia elástica <strong>por</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> superfície<br />

da <strong>trinca</strong>, disponível para <strong>um</strong>a extensão infinitesimal da mesma. O segun<strong>do</strong> membro<br />

representa o a<strong>um</strong>ento da energia <strong>de</strong> superfície que <strong>de</strong>veria ocorrer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>um</strong>a<br />

extensão infinitesimal da <strong>trinca</strong>, representa<strong>do</strong> <strong>por</strong> R .<br />

s


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 12<br />

Figura 2.2 - Balanço <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> em <strong>um</strong>a placa infinita, quan<strong>do</strong> nenh<strong>um</strong><br />

trabalho é realiza<strong>do</strong> <strong>por</strong> forças externas (Ewalds,1993).<br />

Resulta, então, que, para ocorrer <strong>crescimento</strong> instável da <strong>trinca</strong>, G <strong>de</strong>ve ser no mínimo<br />

igual a R s . Se R s é constante, então G <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r <strong>um</strong> valor crítico G c . Assim,<br />

ocorrerá fratura se:<br />

2 2<br />

πσ a πσca<br />

≥ = Gc<br />

= Rs<br />

E E<br />

(2. 10)<br />

O valor crítico G c po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> medin<strong>do</strong>-se a tensão σ c necessária para fraturar<br />

<strong>um</strong>a placa conten<strong>do</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> tamanho<br />

2 a .<br />

Partin<strong>do</strong>-se da Eq. (2.9), chega-se às seguintes equações:<br />

dU<br />

2<br />

a πσ a<br />

= = G para esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensão plana (2.11)<br />

da<br />

E<br />

( 1−<br />

ν ) = G<br />

dU<br />

2<br />

a πσ a 2<br />

=<br />

da<br />

E<br />

2. 4 - Mecânica <strong>de</strong> Fratura Linear Elástica (MFLE)<br />

para esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plana (2.12)<br />

A tenacida<strong>de</strong> à fratura <strong>de</strong> componentes conten<strong>do</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> também ser<br />

estudada <strong>por</strong> meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> tensões, baseada nos conceitos da teoria da<br />

elasticida<strong>de</strong> (Kanninen & Popelar, 1985). Usan<strong>do</strong> modificações <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s analíticos


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 13<br />

<strong>de</strong>scritos <strong>por</strong> Westergaard, Irwin publicou soluções para distribuições <strong>de</strong> tensões no<br />

vértice da <strong>trinca</strong> associadas com os três mo<strong>do</strong>s principais <strong>de</strong> carregamento mostra<strong>do</strong>s na<br />

Fig. 2.3, os quais envolvem diferentes <strong>de</strong>slocamentos das superfícies da <strong>trinca</strong> (An<strong>de</strong>rson,<br />

1995).<br />

Figura 2.3: Mo<strong>do</strong>s básicos <strong>de</strong> carregamento envolven<strong>do</strong> diferentes <strong>de</strong>slocamentos das<br />

superfícies da <strong>trinca</strong>. (An<strong>de</strong>rson, 1995)


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14<br />

Mo<strong>do</strong> I: Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> abertura ou tração, no qual as superfícies da <strong>trinca</strong> se <strong>de</strong>slocam<br />

perpendicularmente a si mesmas e na direção das cargas.O mo<strong>do</strong> I <strong>de</strong> carregamento é o<br />

encontra<strong>do</strong> na maioria das situações <strong>de</strong> engenharia.<br />

Mo<strong>do</strong> II: Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento ou cisalhamento, no qual as superfícies da <strong>trinca</strong> <strong>de</strong>slizam<br />

<strong>um</strong>a sobre a outra em <strong>um</strong>a direção perpendicular à aresta da <strong>trinca</strong> e na direção <strong>de</strong><br />

aplicação da carga.<br />

Mo<strong>do</strong> III: Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> rasgamento ou <strong>de</strong> cisalhamento transversal, no qual as superfícies da<br />

<strong>trinca</strong> se movem <strong>um</strong>a relativa à outra e paralelamente à aresta da <strong>trinca</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a notação da Fig. 2.4, a partir da teoria <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> Irwin, com<br />

a utilização <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas polares, chega-se às seguintes equações:<br />

K θ ⎛ θ 3θ<br />

⎞<br />

σyy<br />

= cos ⎜1+<br />

sen sen ⎟<br />

(2.13)<br />

2πr<br />

2 ⎝ 2 2 ⎠<br />

K θ ⎛ θ 3θ<br />

⎞<br />

σxx<br />

= cos ⎜1−<br />

sen sen ⎟<br />

(2.14)<br />

2πr<br />

2 ⎝ 2 2 ⎠<br />

K θ θ 3θ<br />

τ xy = sen cos cos<br />

(2.15)<br />

2πr<br />

2 2 2<br />

on<strong>de</strong> K é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como o fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão. Em essência, K serve como<br />

<strong>um</strong> fator <strong>de</strong> escala para <strong>de</strong>finir o campo <strong>de</strong> tensões no vértice da <strong>trinca</strong>. Observa-se, das<br />

Eq. (2.13, 2.14 e 2.15) que K é função da tensão e <strong>do</strong> comprimento da <strong>trinca</strong>, ou seja,<br />

K = f(<br />

σ,<br />

a)<br />

(2.16)<br />

on<strong>de</strong> a funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da configuração <strong>do</strong> componente <strong>trinca</strong><strong>do</strong> e da forma em<br />

que as cargas são aplicadas.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 15<br />

Figura 2.4: Distribuição <strong>de</strong> tensões na vizinhança no vértice da <strong>trinca</strong> (An<strong>de</strong>rson, 1995)


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 16<br />

A espessura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova, também, <strong>de</strong>finirá o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensões. Se a chapa é fina,<br />

tal que a tensão na direção da espessura é nula, isto é, 0 , tem-se <strong>um</strong> esta<strong>do</strong> plano<br />

σ<br />

<strong>de</strong> tensão. Se a chapa tem <strong>um</strong>a espessura “apreciável”, em que a tensão não é<br />

<strong>de</strong>sprezível, então<br />

( σ + σ )<br />

zz ≈<br />

σ zz = ν xx yy e há restrição à <strong>de</strong>formação ao longo da espessura.<br />

Neste caso, tem-se a condição <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.<br />

Em geral, a expressão <strong>de</strong> K ass<strong>um</strong>e a forma:<br />

⎛ a ⎞<br />

K = σ πa<br />

f ⎜ ⎟ (2.17)<br />

⎝ W ⎠<br />

⎛ ⎞<br />

f⎜ ⎟<br />

⎝ W ⎠<br />

a é <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> fatores geométricos. A Tabela. 2.1 apresenta alguns exemplos<br />

(An<strong>de</strong>rson, 1995).<br />

Asseguran<strong>do</strong> que a falha <strong>de</strong> <strong>um</strong> material se associa a <strong>um</strong>a combinação <strong>de</strong> tensões e<br />

<strong>de</strong>formações, po<strong>de</strong>-se esperar que a propagação da <strong>trinca</strong> ocorra, quan<strong>do</strong> K atingir ou<br />

exce<strong>de</strong>r <strong>um</strong> valor crítico (An<strong>de</strong>rson, 1995; Go<strong>de</strong>froid, 1999; Dieter, 1981).<br />

Em condições <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> plano <strong>de</strong> tensões, este valor crítico recebe a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />

Kc<br />

. Esse fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> tensão crítico é somente <strong>um</strong>a constante <strong>do</strong> material quan<strong>do</strong><br />

certas condições são encontradas e é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da geometria <strong>do</strong> material (Fig. 2.5).<br />

O valor <strong>de</strong> K Ιc<br />

se relaciona ao mo<strong>do</strong> Ι e é <strong>um</strong>a proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> material em esta<strong>do</strong> plano<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (An<strong>de</strong>rson, 1995). Assim, KIc representa a resistência inerente <strong>do</strong> material<br />

à falha, na presença <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong>.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17<br />

⎛ ⎞<br />

Tabela 2.1 - Relação entre f⎜ ⎟<br />

⎝ W ⎠<br />

a e parâmetros geométricos <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

(An<strong>de</strong>rson, 1995).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 18<br />

Figura 2.5 – Variação da tenacida<strong>de</strong> em função da espessura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

(Go<strong>de</strong>froid, 1999).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19<br />

De acor<strong>do</strong> com a norma ASTM E 1820 (1996), a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> K Ic obe<strong>de</strong>ce <strong>de</strong>ntre<br />

outros os seguintes critérios:<br />

on<strong>de</strong> B é a espessura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />

2<br />

⎛ KIc<br />

⎞<br />

a , B,<br />

( W − a)<br />

≥ 2,<br />

5<br />

⎜<br />

⎟<br />

(2.18)<br />

⎝ σe<br />

⎠<br />

As <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s encontradas em estruturas e componentes usualmente são<br />

superficiais ou internos, ass<strong>um</strong>in<strong>do</strong> diversas formas. A literatura fornece fatores <strong>de</strong><br />

correção para esses tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s (Fig. 2.6). Essa figura fornece o parâmetro<br />

<strong>de</strong> forma da <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, Q , em função <strong>de</strong> a 2c<br />

e <strong>de</strong> e σ σ , on<strong>de</strong> a e c são os<br />

semi-eixos menor e maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> elíptico, σ , a tensão aplicada e σe<br />

, o limite<br />

<strong>de</strong> escoamento (Rolfe & Barsom, 1987).<br />

2. 5 - Plasticida<strong>de</strong> no Vértice da <strong>trinca</strong><br />

A distribuição elástica na vizinhança <strong>do</strong> vértice da <strong>trinca</strong>, Eq. 2.13, 2.14 e 2.15, mostra<br />

que, quan<strong>do</strong> r ten<strong>de</strong> para zero, as tensões ten<strong>de</strong>m para infinito, isto é, há <strong>um</strong>a<br />

singularida<strong>de</strong> no vértice da <strong>trinca</strong>. Como os materiais estruturais <strong>de</strong>formam plasticamente<br />

acima <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> escoamento, haverá na realida<strong>de</strong> <strong>um</strong>a zona plástica envolven<strong>do</strong> o<br />

vértice da <strong>trinca</strong>. Assim, a solução elástica não é aplicável <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma rigorosa.<br />

A ocorrência da plasticida<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> Irwin, faz a <strong>trinca</strong> se com<strong>por</strong>tar como se fosse<br />

maior que seu tamanho físico. Essa correção <strong>de</strong> Irwin para a zona plástica está<br />

representada na Fig. 2.7.<br />

A mecânica <strong>de</strong> fratura linear elástica se aplica para <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> elástico linear,<br />

admitin<strong>do</strong>, <strong>por</strong>ém, <strong>um</strong>a plasticida<strong>de</strong> limitada no vértice da <strong>trinca</strong>.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20<br />

Figura 2.6 - Parâmetro <strong>de</strong> forma Q, para <strong>trinca</strong>s elípticas (Rolfe & Barsom, 1987).<br />

Figura 2.7 – Representação da zona plástica no vértice da <strong>trinca</strong> e correção <strong>de</strong> Irwin<br />

(Rice, 1968).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 21<br />

Quan<strong>do</strong> a zona plástica não é muito pequena, o problema é trata<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> os<br />

conceitos da mecânica <strong>de</strong> fratura elasto-plástica (MFEP). Os conceitos mais usuais da<br />

MFEP são o <strong>de</strong>slocamento da abertura da <strong>trinca</strong> (CTOD), basea<strong>do</strong> na <strong>de</strong>formação no<br />

vértice da <strong>trinca</strong> e a integral J, baseada nos conceitos <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> energia. Os méto<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> tenacida<strong>de</strong> à fratura no regime elasto-plástico são a análise da curva<br />

<strong>de</strong> resistência (norma ASTM E 561, 1986), a integral J (norma ASTM E 813, 1987) e o<br />

CTOD (norma ASTM E 1290, 1993) (Pascoal Junior, 2002, Falcão et al, 1998, Spinelli et<br />

al, 1997).<br />

2.6 - Fadiga<br />

Fadiga po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como o fenômeno que ocorre em componentes e estruturas<br />

submeti<strong>do</strong>s a carregamentos cíclicos externos e se manifestam na <strong>de</strong>terioração da<br />

habilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material <strong>de</strong> su<strong>por</strong>tar o carregamento para o qual foi projeta<strong>do</strong>. A falha <strong>de</strong><br />

componentes estruturais em razão <strong>de</strong> carregamento cíclico é <strong>um</strong> problema principal <strong>de</strong><br />

projeto. A fratura <strong>do</strong> material tem origem em <strong>trinca</strong>s <strong>por</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s ou entalhes. É<br />

im<strong>por</strong>tante, assim i<strong>de</strong>ntificar o mecanismo <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>, com o<br />

intuito <strong>de</strong> melhorar as características <strong>do</strong> material (Song, 1997, Dugdale, 1960).<br />

Observou-se que as estruturas metálicas e seus componentes, quan<strong>do</strong> sujeitas a cargas<br />

variáveis ou repetidas, po<strong>de</strong>riam fraturar com tensões abaixo das tensões necessárias<br />

para iniciar o processo <strong>de</strong> ruptura (Silva, 2001, Hertzberg, 1989).<br />

Consi<strong>de</strong>re <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> passante, em <strong>um</strong>a placa sujeita a <strong>um</strong>a tensão remota que varia<br />

ciclicamente entre valores máximo e mínimo constantes, ou seja, <strong>um</strong> carregamento <strong>por</strong><br />

<strong>fadiga</strong>, consistin<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensão cíclica com amplitu<strong>de</strong> constante como representa<strong>do</strong> na Fig.<br />

2.8.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 22<br />

Figura 2.8 - Parâmetros <strong>de</strong> tensão cíclica em <strong>fadiga</strong> com amplitu<strong>de</strong> constante.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 23<br />

A variação <strong>de</strong> tensão máx mín , po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como,<br />

σ − σ = σ ∆<br />

∆ = máx − mín = ∆σ<br />

πa<br />

K K K (2.19)<br />

A taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a razão <strong>de</strong> extensão da<br />

<strong>trinca</strong>, ∆a , pelo número <strong>de</strong> ciclos, ∆ N, ou seja, ∆a ∆N,<br />

quan<strong>do</strong> ∆N<br />

→ 0 :<br />

∆a<br />

da<br />

lim∆ N→0<br />

=<br />

(2.20)<br />

∆N<br />

dN<br />

A razão <strong>de</strong> carga é <strong>de</strong>finida como Eq. 2.20 e se relaciona com a taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong>:<br />

σmin<br />

K<br />

R = = min<br />

(2.21)<br />

σmáx<br />

Kmáx<br />

Se as tensões são completamente alternadas σmáx<br />

= −σmín<br />

, o valor <strong>de</strong> R é igual a –1,<br />

e se as tensões são parcialmente alternadas R será <strong>um</strong> número negativo menor que 1. A<br />

vida em <strong>fadiga</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não só da tensão máxima, mas também da tensão mínima que<br />

esta ocorren<strong>do</strong> durante o ciclo <strong>de</strong> carregamento.<br />

( )<br />

da<br />

= f(<br />

∆K,<br />

R)<br />

(2.22)<br />

dN<br />

Ren-Guan e Kang-Xian (Ren-Guan & Kang-Xian, 1994), relacionaram a taxa <strong>de</strong><br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> da / dN com a razão <strong>de</strong> carga R , fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão K e<br />

a história <strong>de</strong> carregamento. Razão <strong>de</strong> carga superior a 1,4 promove <strong>um</strong>a parada na<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>. Esse número <strong>de</strong> parada <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> varia com o a<br />

razão <strong>de</strong> carga e o número <strong>de</strong> ciclos.<br />

Paris e Er<strong>do</strong>gan (Paris & Er<strong>do</strong>gan, 1963), mostraram que a propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s <strong>por</strong><br />

<strong>fadiga</strong>, com amplitu<strong>de</strong> constante, se relaciona com o fator cíclico <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tensões através da Eq. 2.23:


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 24<br />

da<br />

= C<br />

dN<br />

( ) f m<br />

∆K<br />

(2.23)<br />

Em materiais muito dúcteis com alta tenacida<strong>de</strong> à fratura, o <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong><br />

<strong>fadiga</strong> po<strong>de</strong> ocorrer em valores <strong>de</strong> K máx tão baixos quanto 0 , 01K<br />

Ιc<br />

(Suresh, 1998).<br />

2.6.1- Estágios <strong>de</strong> Crescimento <strong>de</strong> Trinca <strong>por</strong> Fadiga<br />

Na maioria <strong>do</strong>s componentes estruturais a existência <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>s não implica<br />

necessariamente em fratura <strong>do</strong> elemento. O objetivo <strong>do</strong>s ensaios <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

<strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> é <strong>de</strong>terminar as taxas em que as <strong>trinca</strong>s crescem sob carregamento cíclico,<br />

antes <strong>de</strong> atingirem <strong>um</strong> tamanho que é crítico para a ruptura <strong>do</strong> elemento estrutural.<br />

Para a maioria das ligas <strong>de</strong> engenharia, <strong>um</strong> gráfico <strong>de</strong><br />

da<br />

log versus log∆K<br />

, exibe <strong>um</strong><br />

dN<br />

variação sigmoidal, conforme mostra<strong>do</strong> na Fig. 2.9. Neste gráfico, observa-se os estágios<br />

Ι , ΙΙ e ΙΙΙ , cujas características são:<br />

Estágio Ι - a <strong>trinca</strong> e a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica que circunda o vértice da <strong>trinca</strong> estão<br />

confinadas a uns poucos grãos;<br />

- o <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> ocorre pre<strong>do</strong>minantemente <strong>por</strong> cisalhamento único na direção<br />

<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> escorregamento primário;<br />

- o incremento médio <strong>por</strong> ciclo é menor que o espaçamento reticula<strong>do</strong> e associa-se com<br />

∆K0<br />

( fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão limiar).<br />

- Lal (Lal, 1994) propôs a seguinte equação para <strong>aço</strong>s;


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 25<br />

Figura 2.9 - Diferentes estágios na propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> (Suresh, 1998).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 26<br />

da −12<br />

5,<br />

28<br />

= 9,<br />

6x10<br />

( ∆K)<br />

dN<br />

( 7,<br />

1≤<br />

∆K<br />

≤ 17)<br />

Estágio ΙΙ - ocorre em faixas <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão mais eleva<strong>do</strong>s;<br />

- a zona plástica na ponta da <strong>trinca</strong> incor<strong>por</strong>a muitos grãos;<br />

(2.24)<br />

- o processo <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> envolve fluxo através <strong>de</strong> <strong>do</strong>is sistemas <strong>de</strong><br />

escorregamento;<br />

- a <strong>trinca</strong> cresce através <strong>do</strong> avanço <strong>de</strong> <strong>um</strong>a quantida<strong>de</strong> fixa <strong>por</strong> ciclo <strong>de</strong> tensão;<br />

- a microestrutura e as condições <strong>de</strong> carregamento não são muito im<strong>por</strong>tantes neste<br />

estágio;<br />

- o <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> da taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> nos <strong>aço</strong>s ferrito-perlítico<br />

po<strong>de</strong> ser calcula<strong>do</strong> pela Eq. 2.24 (Rolfe & Barsom, 1987).<br />

da<br />

=<br />

dN<br />

−10<br />

3<br />

3,<br />

6x10<br />

( ∆K)<br />

- Lal (Lal, 1994) propôs a seguinte equação para <strong>aço</strong>s;<br />

da −9<br />

3,<br />

05<br />

= 4,<br />

27x10<br />

( ∆K)<br />

dN<br />

( 17 ≤ ∆K<br />

≤ 50)<br />

(2.25)<br />

(2.26)<br />

Estágio ΙΙΙ - correspon<strong>de</strong> a fratura brusca final que ocorre no último ciclo <strong>de</strong> tensões,<br />

quan<strong>do</strong> a <strong>trinca</strong> <strong>de</strong>senvolvida progressivamente atinge o tamanho crítico para propagação<br />

instável e falha catastrófica;<br />

- sofre gran<strong>de</strong> influência da microestrutura e das condições <strong>de</strong> carregamento.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 27<br />

2.6.2- Limiar para o Crescimento <strong>de</strong> Trinca <strong>por</strong> Fadiga<br />

No estágio Ι , a taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> torna-se cada vez menor com o <strong>de</strong>créscimo<br />

<strong>de</strong> ∆K . O limiar 0 é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como limite inferior <strong>de</strong> , abaixo <strong>do</strong> qual não ocorre o<br />

K ∆ K ∆<br />

<strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>. Em termos práticos, ∆K0<br />

, é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como o fator cíclico <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão para o qual a taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> é igual a<br />

8<br />

10 −<br />

mm ciclo .<br />

O limiar ∆K0<br />

engloba <strong>do</strong>is parâmetros:<br />

´ c<br />

∆ K0 = ∆K0<br />

+ ∆K<br />

0<br />

(2.27)<br />

´ c<br />

on<strong>de</strong> ∆K0<br />

, se refere à resistência intrínseca ao <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> e ∆K<br />

0<br />

, se<br />

refere aos efeitos <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>.<br />

Diversos parâmetros influenciam o ∆K0<br />

tais como, o limite <strong>de</strong> escoamento, tamanho <strong>de</strong><br />

grão e outros elementos microestruturais, tensão média, história <strong>de</strong> carregamento,<br />

tensões residuais, mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> abertura no vértice da <strong>trinca</strong>, módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Young, temperatura e ambiente.<br />

Klesnil e Lukas (Klesnil & Lukas, 1972) propuseram a seguinte relação empírica entre<br />

∆K0<br />

e a razão <strong>de</strong> carga R entre tensões:<br />

γ<br />

∆ K0 = ∆K00(<br />

1−<br />

R)<br />

(2.28)<br />

on<strong>de</strong> ∆K00 é o limiar para R = 0 , e γ é <strong>um</strong> parâmetro <strong>de</strong> ajuste. A Figura 2.10 apresenta<br />

<strong>um</strong>a compilação <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> ∆K0<br />

para diversas ligas metálicas em função <strong>de</strong> R.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 28<br />

Figura 2.10 – Efeito da razão <strong>de</strong> carga R na faixa <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limiar <strong>de</strong> tensão<br />

(Go<strong>de</strong>froid, 1999).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 29<br />

2.7 – Fractografia<br />

A Figura 2.11 mostra representações esquemáticas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is mecanismos mais comuns<br />

<strong>de</strong> fratura em metais.<br />

Materiais dúcteis usualmente falham como resulta<strong>do</strong> da nucleação, <strong>crescimento</strong> e<br />

coalescência <strong>de</strong> vazios microscópicos que iniciam-se entre inclusões ou partículas <strong>de</strong><br />

segunda fase e a matriz, ou, quan<strong>do</strong> ocorre ruptura <strong>de</strong>stes “elementos” (Cetlin, 1986).<br />

Como conseqüência a fratura dúctil é constituída <strong>por</strong> “Dimples”.<br />

A fratura <strong>por</strong> clivagem envolve separação ao longo <strong>de</strong> planos cristalográficos específicos.<br />

Como a fratura <strong>por</strong> clivagem está geralmente associada com <strong>de</strong>formação plástica<br />

pequena, ela é <strong>de</strong>nominada fratura frágil. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se encontrar fratura <strong>por</strong><br />

clivagem a<strong>um</strong>enta com o abaixamento da temperatura e com o a<strong>um</strong>ento da taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação. Quan<strong>do</strong> observadas <strong>por</strong> meio <strong>de</strong> <strong>um</strong> microscópio ótico ou eletrônico, as<br />

facetas <strong>de</strong> clivagem parecem conter <strong>de</strong>graus. Esses <strong>de</strong>graus se formam pela união <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong>s paralelas, através <strong>de</strong> clivagem secundária ou pela passagem <strong>de</strong> discordâncias em<br />

hélice.<br />

Em materiais submeti<strong>do</strong>s à tração, os estágios observa<strong>do</strong>s na fratura dúctil são: formação<br />

<strong>de</strong> superfície livre junto à inclusão ou partícula <strong>de</strong> segunda fase pela <strong>de</strong>coesão da<br />

interface ou <strong>trinca</strong> da partícula, <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s junto a partícula e<br />

coalescência <strong>de</strong>stas microcavida<strong>de</strong>s com microcavida<strong>de</strong>s adjacentes. A fractografia em<br />

MEV mostra a presença <strong>de</strong> “dimples” característico <strong>de</strong> coalescência <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s.<br />

“Dimples” sempre têm <strong>um</strong>a forma irregular, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ocorrência aleatória <strong>de</strong><br />

microcavida<strong>de</strong>s. “Dimples” equiaxiais se formam, quan<strong>do</strong> as tensões são<br />

pre<strong>do</strong>minantemente <strong>de</strong> tração. “Dimples” alonga<strong>do</strong>s se formam no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> cisalhamento<br />

ou <strong>de</strong> rasgamento.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 30<br />

Figura 2.11 – Representações esquemáticas <strong>de</strong> mecanismos mais comuns <strong>de</strong> fratura em<br />

metais, dúctil (a) e clivagem (b) (An<strong>de</strong>rson, 1995).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 31<br />

Sob impacto, <strong>aço</strong> ferrítico ten<strong>de</strong> a ser frágil em “baixas” temperaturas e a falha ocorre <strong>por</strong><br />

clivagem. Em “altas” temperaturas, o material ten<strong>de</strong> a ser dúctil e falha <strong>por</strong> coalescência<br />

<strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s. Na região <strong>de</strong> transição entre o <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> dúctil e frágil, ambos<br />

os mecanismos <strong>de</strong> fratura po<strong>de</strong>m ocorrer.<br />

A principal característica <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> é a falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica<br />

macroscópica antes <strong>do</strong> colapso. Uma análise da superfície <strong>de</strong> fratura po<strong>de</strong> revelar a<br />

existência <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong> praia, em torno <strong>do</strong> núcleo da fratura e linhas radiais partin<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>le. Essas linhas po<strong>de</strong>m ajudar na localização <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> origem da fratura. O<br />

aparecimento <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong> praia é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a alterações no nível <strong>de</strong> carregamento e ou na<br />

freqüência <strong>de</strong> aplicação da carga. Nesta etapa a propagação da <strong>trinca</strong> é estável. Além<br />

das marcas <strong>de</strong> praia, observadas macroscopicamente, <strong>um</strong>a característica da fratura par<br />

<strong>fadiga</strong>, particularmente em metais dúcteis é a presença <strong>de</strong> estrias vistas através <strong>de</strong><br />

microscopia eletrônica.<br />

Os principais parâmetros microestruturais que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sempenhar <strong>um</strong> papel im<strong>por</strong>tante<br />

na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> fratura são: tamanho <strong>de</strong> grão, partículas <strong>de</strong> segunda fase,<br />

fibramento mecânico e textura cristalográfica.<br />

2.7.1- Composição Química<br />

Em <strong>aço</strong>s <strong>de</strong> baixo Carbono recozi<strong>do</strong>s, a diminuição <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> Carbono reduz a<br />

temperatura <strong>de</strong> transição dúctil-frágil (Krauss, 1992). Este efeito é mais pronuncia<strong>do</strong>, on<strong>de</strong><br />

o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> fratura é a coalescimento <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 32<br />

2.7.2 - Partículas <strong>de</strong> segunda fase<br />

A presença <strong>de</strong> partícula <strong>de</strong> segunda fase quer na forma <strong>de</strong> inclusão ou <strong>de</strong> precipita<strong>do</strong>s<br />

duros, induz a nucleação <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s.<br />

2.7.3 - Tamanho <strong>de</strong> Grão<br />

O refino da microestrutura representa <strong>um</strong>a o<strong>por</strong>tunida<strong>de</strong> pela qual o material tem <strong>um</strong>a<br />

elevação simultânea na resistência mecânica e na tenacida<strong>de</strong>, conforme mostra<strong>do</strong> na Fig.<br />

2.12.<br />

Em <strong>aço</strong>s <strong>de</strong> baixa e média resistência mecânica, verifica-se que <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento no tamanho<br />

<strong>de</strong> grão afeta <strong>de</strong> maneira significativa o valor <strong>de</strong> ∆K0<br />

, (Fig. 2.13).<br />

2.7.4 - Efeito da Anisotropia<br />

O fibramento mecânico ocorre em razão <strong>do</strong> alinhamento preferencial <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, tais como inclusões, microsegregações, segunda fase e até mesmo<br />

grãos na direção da conformação mecânica. A anisotropia, <strong>por</strong>tanto, é a mudança <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>s com senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> conformação.<br />

A Figura 2.14 mostra os três tipos <strong>de</strong> arranjos básicos <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>: divisor,<br />

obstrutor e <strong>de</strong>lamina<strong>do</strong>r. Os arranjos obstrutor e divisor possuem tenacida<strong>de</strong> maior <strong>do</strong> que<br />

o arranjo <strong>de</strong>lamina<strong>do</strong>r.<br />

A resistência ao <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> nos <strong>aço</strong>s po<strong>de</strong> ser influenciada pela direção <strong>de</strong><br />

medição, como mostra<strong>do</strong> na Fig. 2.15.


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 33<br />

Figura 2.12- Evolução da tenacida<strong>de</strong> e resistência mecânica da liga com a diminuição <strong>do</strong><br />

tamanho <strong>de</strong> grão (Go<strong>de</strong>froid, 1999).<br />

Figura 2.13 – Variação <strong>do</strong> limiar ∆K0<br />

com o tamanho <strong>de</strong> grão para <strong>aço</strong>s <strong>de</strong> baixa e alta<br />

resistência e R =<br />

0,<br />

05 (Go<strong>de</strong>froid, 1999).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 34<br />

Figura 2.14 - Espécies conten<strong>do</strong> interfases relativamente fracas: (a) arranjo obstrutor, (b)<br />

arranjo divisor e (c) arranjo <strong>de</strong>lamina<strong>do</strong>r (Go<strong>de</strong>froid, 1999).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 35<br />

Figura 2.15 – Taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> em <strong>aço</strong>s, testa<strong>do</strong> em cada <strong>um</strong>a das<br />

seis orientações (Go<strong>de</strong>froid, 1999).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 36<br />

2.7.5 – Textura<br />

Em geral, as proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong>s cristais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m fortemente da direção em que<br />

são medidas, isto significa dizer que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s cristais são anisotrópicos.<br />

Se os grãos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a amostra policristalina estão orienta<strong>do</strong>s aleatoriamente, então ela<br />

apresentará as mesmas proprieda<strong>de</strong>s em todas as direções e diz-se que esta amostra é<br />

isotrópica. Entretanto, <strong>um</strong> arranjo cristalino verda<strong>de</strong>iramente ao acaso raramente é<br />

atingi<strong>do</strong>, <strong>por</strong>que os processos <strong>de</strong> fabricação ten<strong>de</strong>m a alinhar os grãos, <strong>de</strong> forma que<br />

suas orientações não estão uniformemente distribuídas. O resulta<strong>do</strong> é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

textura cristalográfica ou orientação preferencial, que po<strong>de</strong> simplesmente ser <strong>de</strong>finida<br />

como <strong>um</strong>a condição, na qual a distribuição <strong>de</strong> orientação <strong>do</strong> cristal é não aleatória.<br />

Normalmente, cost<strong>um</strong>a-se <strong>de</strong>screver a textura cristalográfica através <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> Miller.<br />

Descreve-se a textura das chapas como (hkl)[uvw], significan<strong>do</strong> que o plano (hkl) <strong>do</strong>s<br />

grãos é aproximadamente paralelo ao plano da chapa e a direção [uvw] é coinci<strong>de</strong>nte com<br />

a direção <strong>de</strong> laminação.<br />

Em seu trabalho, Raabe (Raabe, 1996) mostra <strong>um</strong>a outra maneira <strong>de</strong> se representar às<br />

texturas <strong>de</strong> laminação. Elas são, frequentemente, representadas em termos <strong>de</strong> textura <strong>de</strong><br />

fibra, on<strong>de</strong> as principais são:<br />

α -fibra: //DL→{001}, {112} e {111}<br />

γ -fibra: //PC→{111} e {111}<br />

ε -fibra: //DT→{001}, {112}, {111} e {001}<br />

Textura <strong>de</strong> Goss<br />

on<strong>de</strong>: DL – direção <strong>de</strong> laminação


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 37<br />

PC – plano da chapa<br />

DT – direção transversal ao plano da chapa<br />

A anisotropia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da textura cristalográfica presente no material. É usual representar<br />

a textura na forma <strong>de</strong> figura <strong>de</strong> polo que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada <strong>por</strong> técnicas <strong>de</strong> difração <strong>de</strong><br />

raios-x. A informação contida na figura <strong>de</strong> polo, no entanto, é incompleta e<br />

semiquantitativa. Uma maneira <strong>de</strong> remover esta dificulda<strong>de</strong> é utilizar a ODF (Função da<br />

Distribuição <strong>de</strong> Orientação <strong>do</strong>s Cristais), que essencialmente <strong>de</strong>screve a frequência <strong>de</strong><br />

ocorrência <strong>de</strong> orientações particulares no esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> orientação tridimensional <strong>de</strong> Euler<br />

(Jonas, 1994). Através da análise da Função da Distribuição <strong>de</strong> Orientação (ODF),<br />

<strong>de</strong>termina-se a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polo <strong>de</strong> <strong>um</strong> plano cristalográfico em diversas orientações<br />

com relação a superfície e a direção <strong>de</strong> laminação em <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> projeção<br />

estereográfica.<br />

A ODF é representada no esp<strong>aço</strong> Euleriano ϕ , ϕ e Φ (Fig. 2.16). Neste diagrama,<br />

alg<strong>um</strong>as orientações estão mostradas juntamente com as fibras tecnologicamente<br />

im<strong>por</strong>tantes segun<strong>do</strong> as direções <strong>de</strong> laminação ( α ), normal ( γ ) e transversal a ela ( ε ).<br />

A Microscopia <strong>de</strong> Imagem <strong>de</strong> Orientação (MIO) é <strong>um</strong>a técnica <strong>de</strong> caracterização<br />

microestrutural baseada na difração <strong>de</strong> elétrons retro-espalha<strong>do</strong>s (EBSD). Nesta técnica,<br />

o contraste é forma<strong>do</strong> <strong>por</strong> gradiente <strong>de</strong> orientação cristalográfica, e obtêm-se mapas que<br />

<strong>de</strong>screvem a morfologia, como nas técnicas <strong>de</strong> microscopia ótica e varredura, mas que<br />

estão associa<strong>do</strong>s com medidas absolutas da orientação cristalográfica. Ela fornece <strong>um</strong><br />

meio prático <strong>de</strong> associar a orientação cristalográfica com aspecto morfológico <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

microestrutura, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma quantitativa e estatisticamente representativa. Esta técnica<br />

foi <strong>de</strong>senvolvida para a investigação da microtextura (relação da textura local com a<br />

microestrutura).<br />

1<br />

2


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 38<br />

Figura 2.16 – Esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> Euler reduzi<strong>do</strong> com alg<strong>um</strong>as fibras im<strong>por</strong>tantes e orientações<br />

para cristais cúbico <strong>de</strong> corpo centra<strong>do</strong> (Park, 1996).


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 39<br />

Dessas técnicas para avaliar a orientação cristalina, a difração <strong>de</strong> raios-X analisa gran<strong>de</strong>s<br />

vol<strong>um</strong>es e é estável, enquanto que a MIO tem resolução menor que 0,2 µm e capacida<strong>de</strong><br />

da analise <strong>de</strong> macro e microtextura (Acesita , 2003).


Capítulo 3<br />

METODOLOGIA EXPERIMENTAL<br />

3.1- Análise Química e Metalográfica <strong>do</strong> Material<br />

A análise química foi feita em corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> dimensões 50x50x19 mm em<br />

espectrômetro ótico <strong>de</strong> emissão. Os elementos químicos carbono e enxofre foram<br />

analisa<strong>do</strong>s no equipamento marca Leco a partir <strong>de</strong> limalhas obtidas <strong>de</strong>sses<br />

corpos-<strong>de</strong>-prova com brocas <strong>de</strong> 3/16”.<br />

Os corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para os ensaios mecânicos foram<br />

corta<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> chapas laminadas a quente com espessura <strong>de</strong> 12 mm e 19<br />

mm. O corte foi feito em serra <strong>de</strong> fita, marca Franho, com lâmina <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>a. Os<br />

cortes foram feitos segun<strong>do</strong> as direções paralela e perpendicular à laminação. As<br />

tiras cortadas foram fresadas e, posteriormente, retificadas para as dimensões<br />

<strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova.<br />

As amostras para análise metalográfica foram cortadas na direção da laminação e<br />

perpendicular a esta direção. Essas amostras foram fresadas e, posteriormente,<br />

preparadas em lixas com granulometrias <strong>de</strong> 180, 240, 320, 400, 500, 600 e 1000<br />

mesh. Em seguida, foi feito polimento <strong>de</strong> acabamento em feltro impregna<strong>do</strong> com<br />

pasta <strong>de</strong> diamante com dimensões 7, 3 e 1 mícrons. Para análise da<br />

microestrutura, estas amostras foram atacadas com nital 5%, e, posteriormente,<br />

analisadas em microscópio ótico marca Leitz, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X.<br />

40


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 41<br />

Utilizou-se o software Quantikov (Pinto, 1996) para <strong>de</strong>terminação da <strong>por</strong>centagem<br />

vol<strong>um</strong>étrica <strong>de</strong> perlita e ferrita, bem como diâmetro médio <strong>de</strong> grão.<br />

A técnica <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> elétrons retro-espalha<strong>do</strong>s (EBSD) (Fig. 3.1) foi utilizada<br />

para caracterização da estrutura <strong>de</strong> grãos e microtextura tanto da superfície como<br />

<strong>do</strong> centro das chapas <strong>de</strong> 12 mm e 19 mm. Para medição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> grão<br />

ferrítico foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> como critério <strong>de</strong> medida contornos com <strong>de</strong>sorientação mínima<br />

<strong>de</strong> 5º.<br />

3.2- Ensaio Charpy<br />

As dimensões <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> Charpy estão mostradas na Fig. 3.2<br />

(ASTM E-23/96, 1996). Utilizou-se <strong>um</strong>a retifica plana e o sobremetal <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> foi<br />

<strong>de</strong> 0,2 mm para as dimensões <strong>de</strong> 10,0 mm <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova. O entalhe foi<br />

feito em <strong>um</strong>a máquina marca CDTN-1, construída no Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Tecnologia Nuclear, <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> ferramenta com perfil <strong>do</strong> entalhe <strong>de</strong>seja<strong>do</strong><br />

(Lourenço, 1999).<br />

Foi utiliza<strong>do</strong> <strong>um</strong>a máquina <strong>de</strong> ensaio Charpy instr<strong>um</strong>entada, marca Instron<br />

Wolpert PW30, <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> máxima 40kN. Esta máquina é constituída,<br />

basicamente, <strong>de</strong> <strong>um</strong> pêndulo, dial <strong>de</strong> leitura, su<strong>por</strong>te para corpo-<strong>de</strong>-prova, martelo<br />

e cutelo. Utilizou-se, os meios <strong>de</strong> resfriamento, nitrogênio, água e gelo, para se<br />

garantir as temperaturas <strong>de</strong> ensaio que foram <strong>de</strong> –197ºC, -90ºC, -70ºC, –50ºC, -<br />

40ºC, -30ºC, -20ºC, -10ºC, 0ºC, 6ºC, 17ºC, 23ºC, 50ºC, 70ºC, 97ºC, 125ºC e<br />

140ºC.


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 42<br />

Figura 3.1 – Representação esquemática <strong>do</strong> equipamento para a Difração <strong>de</strong><br />

Elétrons Retro-Espalha<strong>do</strong> (EBSD) (Acesita, 2003)<br />

Figura 3.2 - Dimensões <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova para ensaio Charpy, conforme norma<br />

ASTM E-23/96 (1996).


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 43<br />

Para medição <strong>de</strong>stas temperaturas, foi utiliza<strong>do</strong> <strong>um</strong> termopar <strong>de</strong> mercúrio com<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> +/- 5ºC.<br />

Essa máquina <strong>de</strong> ensaio Charpy é <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> interface, marca Impact 95, cuja<br />

freqüência <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s é <strong>de</strong> 1MHz. Um medi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação é<br />

cola<strong>do</strong> no martelo e o sinal <strong>de</strong> carga é envia<strong>do</strong> à interface. A coleta <strong>de</strong> sinal inicia-<br />

se no contato <strong>do</strong> martelo com o corpo-<strong>de</strong>-prova. Esse sinal coleta<strong>do</strong> em mV é<br />

converti<strong>do</strong> em carga através <strong>de</strong> <strong>um</strong>a curva <strong>de</strong> calibração da máquina (Fig. 3.3).<br />

Esse sinal <strong>de</strong> carga versus tempo, F ( t)<br />

, é utiliza<strong>do</strong> para cálculo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

pêndulo através da Eq. 3.1.<br />

on<strong>de</strong>: v0<br />

= velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> pêndulo;<br />

m = massa <strong>do</strong> pêndulo;<br />

t = tempo.<br />

⎛ 1 ⎞ t<br />

v ( t)<br />

= v0<br />

− ⎜ ⎟∫<br />

F(<br />

t)<br />

dt<br />

(3.1)<br />

⎝ m ⎠0<br />

A <strong>de</strong>flexão <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova em função <strong>do</strong> tempo, s(<br />

t)<br />

, foi <strong>de</strong>terminada da<br />

integração da curva velocida<strong>de</strong> versus tempo (Eq. 3.2).<br />

= ∫<br />

t<br />

s ( t)<br />

v(<br />

t)<br />

dt<br />

(3.2)<br />

0<br />

A energia absorvida pelo corpo-<strong>de</strong>-prova em função <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento, E ( s)<br />

, foi<br />

<strong>de</strong>terminada pela integração da curva força versus <strong>de</strong>slocamento (Eq. 3.3) (Fig.<br />

3.4 (a), (b) e (c)).<br />

= ∫<br />

s<br />

E W ( s)<br />

F(<br />

s)<br />

ds<br />

(3.3)<br />

0<br />

W


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 44<br />

Figura 3.3 – Curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> carga versus tensão para a máquina Wolpert<br />

PW30 (CDTN, 2003).


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 45<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Figuras 3.4 – Evolução da carga com o <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong> pêndulo e energia para<br />

fratura nas temperaturas <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC (c) (CDTN, 2003).


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 46<br />

A superfície <strong>de</strong> fratura <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> Charpy para as espessuras <strong>de</strong> 12<br />

e 19 mm, nos senti<strong>do</strong>s LT e TL, foi analisada em MEV, marca Phillips, com<br />

tensão 20kV e a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 100, 200, 500X.<br />

Foi feito ensaio <strong>de</strong> microdureza Vickers em microdurômetro, marca Leitz, carga<br />

<strong>de</strong> 100gf.<br />

3.3- Ensaio <strong>de</strong> Tração<br />

As dimensões <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> tração estão mostradas na Fig. 3.5 (a) e<br />

(b) (ASTM E-8M, 1995). Foram retira<strong>do</strong>s 3 corpos-<strong>de</strong>-prova para cada direção.<br />

Mediu-se a espessura e largura com micrômetro digital “Mitutoyo” (resolução <strong>de</strong><br />

0,001m).<br />

O equipamento utiliza<strong>do</strong> para o ensaio <strong>de</strong> tração foi <strong>um</strong>a máquina universal<br />

Instron, mo<strong>de</strong>lo 1125, com acionamento servo-hidráulico e células <strong>de</strong> carga <strong>de</strong><br />

10t e 30t.<br />

O valor <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> escoamento foi obti<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> gráfico tensão versus<br />

<strong>de</strong>formação, a partir da <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> 0,2%. Esse limite <strong>de</strong> escoamento foi<br />

utiliza<strong>do</strong> para cálculo da variável P ( a)<br />

, no ensaio <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>.<br />

Outros corpos-<strong>de</strong>-prova da mesma dimensão foram utiliza<strong>do</strong>s para avaliação <strong>do</strong><br />

coeficiente <strong>de</strong> anisotropia. Para essa finalida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>formação convencional<br />

utilizada foi <strong>de</strong> 15%. Para obtenção <strong>do</strong>s coeficientes <strong>de</strong> anisotropia normal ( R)<br />

e<br />

planar (∆R)<br />

, utilizou-se <strong>do</strong>is extensômetros, sen<strong>do</strong> <strong>um</strong> transversal e o outro<br />

longitudinal.


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 47<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 3.5 – Dimensões, em mm, <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova utiliza<strong>do</strong>s no ensaio <strong>de</strong><br />

tração retira<strong>do</strong>s na chapa nas posições <strong>de</strong> 0º, 45º e 90º da direção <strong>de</strong> laminação,<br />

respectivamente para as chapas <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b) (ASTM E-8M, 1995).


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 48<br />

O extensômetro transversal foi o responsável pela <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>formação<br />

na direção da largura e o longitudinal, com 50mm <strong>de</strong> comprimento útil, foi usa<strong>do</strong><br />

para a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>formação na direção <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-<br />

prova.<br />

O cálculo <strong>de</strong> R 1, R e ∆R<br />

foi feito através das Eqs. 3.4, 3.5, 3.6 e 3.7. A partir<br />

<strong>de</strong>stes valores, calculou-se o valor médio e o <strong>de</strong>svio padrão associa<strong>do</strong> a essas<br />

medidas. O <strong>de</strong>svio padrão foi calcula<strong>do</strong> através da Eq. 3.8:<br />

R1<br />

ε<br />

= W<br />

(3.4)<br />

εT<br />

⎛ W ⎞<br />

ln ⎜ 0<br />

⎟<br />

⎝ Wf<br />

R<br />

⎠<br />

1 =<br />

(3.5)<br />

⎛ l ⎞<br />

⎜ 0W<br />

ln O<br />

⎟<br />

⎝ lf<br />

Wf<br />

⎠<br />

−<br />

R =<br />

( R + 2R<br />

+ R )<br />

0<br />

45<br />

4<br />

90<br />

( R + R − 2R<br />

)<br />

(3.6)<br />

∆ R = 0 90 45<br />

(3.7)<br />

2<br />

( x x)<br />

2<br />

∑ −<br />

Sn<br />

= (3.8)<br />

n −1<br />

Para cálculo <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> encruamento n , utilizou-se a <strong>de</strong>formação<br />

convencional <strong>de</strong> 10% e o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Nelson e Winlock (Guimarães Filho, 1990).<br />

n<br />

Pm<br />

⎡ 1,<br />

10 ⎤⎡<br />

n ⎤<br />

= ⎢ ⎥<br />

P15%<br />

1 e<br />

⎢<br />

m ln(<br />

1,<br />

10)<br />

⎥<br />

(3.9)<br />

⎣ + ⎦⎣<br />


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 49<br />

on<strong>de</strong>: W 0 e l0<br />

são, respectivamente, a largura inicial e comprimento inicial;<br />

Wf é a largura final após 15% <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação;<br />

lf<br />

é o comprimento final após 15% <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.<br />

P é a carga máxima;<br />

m<br />

P 15%<br />

é a carga em 15% <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação;<br />

em<br />

é a <strong>de</strong>formação máxima.<br />

O limite <strong>de</strong> resistência foi calcula<strong>do</strong> através da Eq. 3.10.<br />

P<br />

σ<br />

m<br />

R =<br />

(3.10)<br />

S0<br />

O valor da carga máxima foi obti<strong>do</strong> no ponto on<strong>de</strong> o coeficiente <strong>de</strong> encruamento<br />

ass<strong>um</strong>iu o valor zero (ponto <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>). O coeficiente <strong>de</strong> encruamento foi<br />

calcula<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s tensão versus <strong>de</strong>formação real através da<br />

Eq. 3.11.<br />

O alongamento foi calcula<strong>do</strong> pela relação<br />

n<br />

σ R = KRe<br />

(3.11)<br />

lff<br />

− l<br />

∆ l = 0<br />

(3.12)<br />

l0<br />

on<strong>de</strong> l e l são , respectivamente, os comprimentos inicial e final.<br />

0 ff<br />

A fratura <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> tração foi analisada em MEV, marca Phillips,<br />

tensão <strong>de</strong> 20kV e a<strong>um</strong>ento 50 e 800X.


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 50<br />

3.3- Ensaio <strong>de</strong> Fadiga<br />

As dimensões <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> estão mostradas na Fig. 3.6 (ASTM E<br />

647-00 (2000)). Foram retira<strong>do</strong>s 2 corpos-<strong>de</strong>-prova para cada <strong>um</strong>a das direções,<br />

0º (LT) e 90º (TL) <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação. Esses corpos-<strong>de</strong>-prova foram<br />

corta<strong>do</strong>s em serra <strong>de</strong> fita, marca Franho, com lâmina <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>a. Em seguida, foram<br />

usina<strong>do</strong>s em centro <strong>de</strong> usinagem, marca Discovery, visan<strong>do</strong> às dimensões <strong>do</strong><br />

corpo-<strong>de</strong>-prova da norma ASTM E 647-00 (2000). Alg<strong>um</strong>as dimensões <strong>do</strong> corpo-<br />

<strong>de</strong>-prova, tais como 0 , 20W<br />

, 0,<br />

06W<br />

e a espessura, apresentam-se sem tolerância<br />

na norma. A usinagem <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova foi feita, conforme Fig. 3.7, (a) para a<br />

chapa <strong>de</strong> 12 mm e (b) para a chapa <strong>de</strong> 19 mm <strong>de</strong> espessura. A distância entre os<br />

furos e o ângulo <strong>do</strong> entalhe <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova foram medi<strong>do</strong>s em projetor <strong>de</strong><br />

perfil, marca Wolpert.<br />

O equipamento utiliza<strong>do</strong> para o ensaio <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> foi <strong>um</strong>a máquina universal<br />

Instron, mo<strong>de</strong>lo 8802 (CDTN), composta <strong>de</strong> sistema dinâmico com capacida<strong>de</strong><br />

máxima <strong>de</strong> 250 kN, garras <strong>de</strong> cabeçote e levantamento hidráulico com distância<br />

máxima 1515 mm, controla<strong>do</strong>r eletrônico digital <strong>de</strong> carga e posicionamento,<br />

construí<strong>do</strong> em torre modular para 5 controla<strong>do</strong>res ou placas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s. Cada sistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> acomodar até 8 transdutores<br />

adicionais, controla<strong>do</strong>r eletrônico digital com atualização <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> PID<br />

automático até 1 kHz, processamento digital <strong>de</strong> sinais com a resolução <strong>de</strong> 19<br />

“bits” sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuste manual ou supressão, condicionamento <strong>de</strong><br />

sinal <strong>do</strong> transdutor <strong>de</strong> alta exatidão, baixo ruí<strong>do</strong> com filtros variáveis <strong>de</strong> 0 até 1<br />

kHz.


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 51<br />

Figura 3.6 – Dimensões <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>do</strong> tipo tração-compacto, C(T), <strong>de</strong><br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>, conforme norma ASTM E 647-00 (2000).


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 52<br />

Figura 3.7 - Dimensões obtidas após usinagem <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova C(T)<br />

retira<strong>do</strong>s das chapas <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 12 mm (a) e 19 mm (b) para propagação<br />

<strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>.<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 53<br />

Para a execução <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, a norma ASTM E-647-00<br />

(2000), estabelece que <strong>de</strong>ve-se ter <strong>um</strong>a pré-<strong>trinca</strong> mínima <strong>de</strong> comprimento 0,1B,<br />

0,06W ou 1 mm. Para abertura <strong>de</strong>ssa pré-<strong>trinca</strong>, calculou-se o valor <strong>de</strong> f( )<br />

w<br />

a ,<br />

mostra<strong>do</strong> na Tab. 2.1. Esse valor <strong>de</strong> f( )<br />

w<br />

a é função <strong>do</strong>s parâmetros geométricos<br />

<strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />

Com o valor <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> escoamento obti<strong>do</strong> <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> tração para as<br />

dimensões <strong>de</strong> 12 e 19 mm, foi calcula<strong>do</strong> o P ( a)<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Eq. 3.13.<br />

P(<br />

a)<br />

2<br />

0,<br />

4B(<br />

W − a)<br />

σe<br />

= (3.13)<br />

( 2W<br />

− a)<br />

Para <strong>um</strong> R = 0,<br />

1,<br />

calculou-se P ( a)<br />

= 0,<br />

1P(<br />

a)<br />

. Os valores da carga média Sp e<br />

amplitu<strong>de</strong> ∆F<br />

, foram calcula<strong>do</strong>s a partir das Eq. 3.14 e 3.15.<br />

1<br />

P(<br />

a)<br />

+ P ( a)<br />

Sp = 1<br />

(3.14)<br />

2<br />

P(<br />

a)<br />

− P ( a)<br />

∆ F =<br />

1<br />

(3.15)<br />

2<br />

Em seguida, calculou-se K ( a)<br />

, K ( a)<br />

e ∆K( a)<br />

a partir das Eq. 3.16, 3.17 e 3.18.<br />

K(<br />

a)<br />

1<br />

a<br />

P(<br />

a)<br />

f(<br />

)<br />

=<br />

w<br />

(3.16)<br />

B W<br />

K1 ( a)<br />

= 0,<br />

1K(<br />

a)<br />

(3.17)<br />

∆ ( a)<br />

= K(<br />

a)<br />

− K ( a)<br />

(3.18)<br />

K 1


Capítulo 3 – Meto<strong>do</strong>logia Experimental 54<br />

No primeiro estágio, a<strong>do</strong>tou-se <strong>um</strong>a pré-<strong>trinca</strong> máxima <strong>de</strong> 1mm, e trabalhou-se<br />

∆K(<br />

a)<br />

−4<br />

1/<br />

2<br />

com a relação < 2,<br />

0x10<br />

( m ) . Os estágios subseqüentes, segun<strong>do</strong> e<br />

E<br />

terceiro, foram calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira similar ao primeiro estágio e, também,<br />

∆K(<br />

a)<br />

−4<br />

1/<br />

2<br />

<strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r a relação < 2,<br />

0x10<br />

( m ) . Os valores <strong>de</strong> tensão média e<br />

E<br />

amplitu<strong>de</strong> para o primeiro, segun<strong>do</strong> e terceiro estágios foram, respectivamente, <strong>de</strong><br />

15,9, 12,6; 13,2, 10,8 e 12,1, 8,9 kN (Apêndice A). Essa amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8,9kN<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao terceiro estágio foi o valor utiliza<strong>do</strong> no ensaio <strong>de</strong> propagação<br />

<strong>de</strong> <strong>trinca</strong>.<br />

Os parâmetros geométricos <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova, a amplitu<strong>de</strong>, o comprimento inicial<br />

da <strong>trinca</strong> e a taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> foram os da<strong>do</strong>s informa<strong>do</strong>s ao<br />

“software” Max <strong>de</strong> controle da máquina. O comprimento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> medi<strong>do</strong> pelo<br />

“clip gauge” e o número <strong>de</strong> ciclos são registra<strong>do</strong>s dinamicamente no computa<strong>do</strong>r.<br />

No final <strong>do</strong> ensaio, foi obti<strong>do</strong> o gráfico d a dN versus ∆K<br />

.


Capítulo 4<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1- Análise Química e Metalográfica <strong>do</strong> Material<br />

A Tabela 4.1 mostra a análise química <strong>do</strong> material da pesquisa, em <strong>por</strong>centagem<br />

em peso.<br />

Tabela 4.1 – Composição química <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>aço</strong> <strong>do</strong> tipo USI-SAC-50 utilizada nos<br />

experimentos, em <strong>por</strong>centagem em peso.<br />

C Mn Si P S Cr Ni Cu Ti Nb V Al N(ppm)<br />

0,11 1,13 0,33 0,024 0,013 0,44 0,18 0,27 0,010 0,010 0,005 0,035 53<br />

Observa-se que a composição química aten<strong>de</strong> a norma NBR 6215 (1991) a qual<br />

estabelece que os <strong>aço</strong>s patináveis <strong>de</strong>vem apresentar teor <strong>de</strong> carbono menor ou<br />

igual a 0,25%, com teor total <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> liga inferior a 2,0% (excetuan<strong>do</strong> o<br />

manganês), com limite <strong>de</strong> escoamento maior ou igual a 300MPa.<br />

A análise metalográfica, sem ataque, evi<strong>de</strong>nciou a presença <strong>de</strong> inclusões (Fig.<br />

4.1), sen<strong>do</strong> provavelmente <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>. Após o ataque, as amostras obtidas segun<strong>do</strong><br />

as direções <strong>de</strong> laminação e perpendicular a esta direção, apresentaram ferrita e<br />

perlita na microestrutura (Fig. 4.2 (a) e (b)). A fração vol<strong>um</strong>étrica <strong>de</strong> perlita e<br />

55


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 56<br />

Figura 4.1 - Amostra <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 sem ataque, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença<br />

<strong>de</strong> microinclusões, sen<strong>do</strong> provavelmente <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X.<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.2 - Microestrutura <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em seção longitudinal (a) e<br />

transversal (b), evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> ferrita e perlita. Ataque Nital 5%,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 57<br />

ferrita foi, respectivamente, <strong>de</strong> 18,63 % e 81,37%, com <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> 1,21. O<br />

tamanho <strong>de</strong> grão ferrítico medi<strong>do</strong> pelo intercepto linear médio foi <strong>de</strong> 7µm, com<br />

<strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> 0,5.<br />

O valor médio <strong>de</strong> microdureza foi <strong>de</strong> 154,25 HV com <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> 22,60.<br />

Esse valor confirma a inexistência <strong>de</strong> constituinte acicular que <strong>de</strong>terioraria a<br />

tenacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material.<br />

A microestrutura obtida pela técnica <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> elétrons retro-espalha<strong>do</strong>s<br />

(EBSD), para o centro das chapas <strong>de</strong> 12 e 19 mm é mostrada, na Fig. 4.3 (a) e<br />

(b). Para medição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> grão ferrítico foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> como critério <strong>de</strong><br />

medida contornos com <strong>de</strong>sorientação mínima <strong>de</strong> 5º. A Figura 4.4 (a) e (b) mostra<br />

o histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação e índice <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> com a fração<br />

<strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> 12mm. Observa-se que mais <strong>de</strong> 9,5% da<br />

amostra apresenta o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação da ferrita menor que 5º (Fig. 4.4<br />

(a)). Essa fração <strong>de</strong> ferrita correspon<strong>de</strong> à parcela <strong>do</strong> material lamina<strong>do</strong> a quente<br />

que está recuperada. Este fato acarretou que o tamanho <strong>de</strong> grão ferrítico medi<strong>do</strong><br />

<strong>por</strong> microscopia ótica fosse aproximadamente o mesmo obti<strong>do</strong> <strong>por</strong> EBSD (7µm).<br />

Essa proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s se <strong>de</strong>ve em razão da fração <strong>de</strong> contornos <strong>de</strong><br />

médio ângulo (5 a 15°) ser pequena (


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 58<br />

Figuras 4.3 - Microestrutura <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 obtida em EBSD no centro das<br />

(a)<br />

(b)<br />

chapas <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 59<br />

Figura 4.4 - Histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação (a) e índice <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

(b) com a fração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 12mm.<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 60<br />

A Figura 4.5 (a) e (b) mostra o histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação e índice <strong>de</strong><br />

confiabilida<strong>de</strong> com a fração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> 19mm. Observa-<br />

se que aproximadamente 10,0% da amostra apresenta o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação<br />

da ferrita menor que 5º (Fig. 4.5 (a)). De mo<strong>do</strong> análogo, essa fração <strong>de</strong> ferrita<br />

correspon<strong>de</strong> à parcela <strong>do</strong> material lamina<strong>do</strong> a quente que está recuperada.<br />

A fração vol<strong>um</strong>étrica <strong>de</strong> ferrita obtida <strong>por</strong> essa técnica foi <strong>de</strong> 76% (24% <strong>de</strong> pontos<br />

com baixo índice <strong>de</strong> confiança – CI


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 61<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.5 - Histograma <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação (a) e índice <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

(b) com a fração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> ferrita, para a chapa <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> 19mm.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 62<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.6 – Função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> orientação (ODF) para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50,<br />

com espessura <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b), na posição correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> centro.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 63<br />

Figura 4.7 - Função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> orientação (ODF) para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50,<br />

com espessura <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b), na posição correspon<strong>de</strong>nte à superfície.<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 64<br />

Embora a orientação na superfície seja praticamente aleatória e textura fraca para<br />

as chapas <strong>de</strong> 12 e 19 mm, observa-se, tendência a orientação preferencial típica<br />

<strong>de</strong> cisalhamento, com [ 110 ] // DN e pico em ( )[001 e<br />

110 ] ( 112)[<br />

11 1]<br />

e intensida<strong>de</strong><br />

máxima <strong>de</strong> 1,4, para a chapa <strong>de</strong> 12mm (Fig. 4.7(a)) e [ 110]<br />

// DN e pico em<br />

( 112 )[ 1 1 0]<br />

e ( )[ 112]<br />

111 e intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1,9, para a chapa <strong>de</strong> 19mm (Fig.<br />

4.7 (b)). Conclui-se, <strong>por</strong> tanto, que não houve mudança <strong>de</strong> textura entre o centro e<br />

a superfície das amostras <strong>de</strong> 12 e 19 mm <strong>de</strong> espessura laminadas a quente.<br />

Esses resulta<strong>do</strong>s diferem <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> textura obti<strong>do</strong>s <strong>por</strong> Park et al (Park,<br />

1996). Provavelmente, tal discrepância se <strong>de</strong>ve à transformação <strong>de</strong> fase<br />

diferenciada nos <strong>aço</strong>s Livre Intersticial (LI) e baixo carbono acalma<strong>do</strong> ao Al, isto é,<br />

durante a laminação a quente, a fase austenítica <strong>de</strong>senvolve <strong>um</strong>a textura<br />

cristalográfica que é, posteriormente, herdada pela ferrita na transformação (Ray,<br />

1994)<br />

Para o conhecimento das orientações cristalográficas preferenciais segun<strong>do</strong> as<br />

direções <strong>de</strong> laminação, transversal e na espessura, foi obti<strong>do</strong> as figuras <strong>de</strong> polo<br />

inversa em <strong>um</strong>a seção longitudinal (DL-DN) <strong>de</strong> dimensão 0,42 x 1 mm² (Fig. 4.8<br />

(a) e (b)). As orientações correspon<strong>de</strong>ntes às direções DN [ 001 , DL[ 100 e<br />

]<br />

DT[ 010 , evi<strong>de</strong>nciam que a textura é fraca e as direções cristalográficas mais<br />

fortes em cada direção DN, DL e DT são respectivamente [ 111],<br />

[101]<br />

e [ 111]<br />

e<br />

intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1,7, para a chapa <strong>de</strong> 12mm (Fig. 4.8 (a)) e [ 111],<br />

[101 e<br />

[<br />

101<br />

]<br />

e intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1,9, para a chapa <strong>de</strong> 19mm (Fig. 4.8 (b)).<br />

] ]<br />

]


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 65<br />

Figura 4.8 - Figuras <strong>de</strong> pólo inversas com orientações correspon<strong>de</strong>ntes às<br />

direções DN [ 001] , DL[ 100 ] e DT [010]<br />

, para as chapas <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b).<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 66<br />

4.2- Ensaio Charpy<br />

A Figura 4.9 (a) e (b) mostra a energia absorvida pelo corpo-<strong>de</strong>-prova versus<br />

temperatura para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm nos senti<strong>do</strong>s LT e TL. Nota-se a<br />

transição dúctil-frágil <strong>do</strong> material para os senti<strong>do</strong>s LT e TL. No intervalo <strong>de</strong><br />

temperatura <strong>de</strong> –197ºC a –50ºC, a energia absorvida foi em torno <strong>de</strong> 10J,<br />

caracterizan<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> frágil. A energia <strong>de</strong> transição obtida para a<br />

chapa <strong>de</strong> 12mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL foi, respectivamente, <strong>de</strong> 60 e 15J. Para a<br />

chapa <strong>de</strong> 19mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL foi, respectivamente, <strong>de</strong> 75 e 40J. Esse valor<br />

<strong>de</strong> 60J encontra<strong>do</strong> para temperatura <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> –25ºC para a chapa <strong>de</strong><br />

12mm no senti<strong>do</strong> LT, não coincidiu com o valor obti<strong>do</strong> <strong>por</strong> Pickering (Krauss,<br />

1992) à temperatura <strong>de</strong> -50ºC. Krauss (Krauss, 1992) expressou a temperatura <strong>de</strong><br />

transição ao impacto através da Eq. 4.1.<br />

−1/<br />

2<br />

Tt<br />

(º C)(<br />

± 30º<br />

C)<br />

= −19<br />

+ 44(%<br />

Si)<br />

+ 700(<br />

Nf<br />

) −11,<br />

5(<br />

d ) + 2,<br />

2(%<br />

Perlita)<br />

(4.1)<br />

Para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, a expressão proposta, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o nitrogênio<br />

combina<strong>do</strong> como AlN , fornece o valor <strong>de</strong> –99ºC, <strong>por</strong>tanto, diferente <strong>do</strong> valor<br />

obti<strong>do</strong> experimentalmente (-25ºC).<br />

No intervalo <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> 50ºC a 197ºC, a energia absorvida para a chapa<br />

<strong>de</strong> 12mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL foi, respectivamente, <strong>de</strong> 120 e 45J. Para a chapa <strong>de</strong><br />

19mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL foi, respectivamente, <strong>de</strong> 150 e 75J, caracterizan<strong>do</strong> <strong>um</strong><br />

<strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> dúctil. Esses valores foram diferentes <strong>do</strong> valor obti<strong>do</strong> <strong>por</strong><br />

Pickering <strong>de</strong> 200J (Krauss, 1992).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 67<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.9 – Curvas <strong>de</strong> energia absorvida versus temperatura para o <strong>aço</strong> USI-<br />

SAC-50 segun<strong>do</strong> as direções LT e TL, para os corpos-<strong>de</strong>-prova com espessuras<br />

<strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 68<br />

As Figuras 4.10 (a), (b) e (c) e 4.11 (a) e (b) mostram as superfícies <strong>de</strong> fratura <strong>de</strong><br />

corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm com entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à direção <strong>de</strong><br />

laminação (LT), nas respectivas temperaturas <strong>de</strong> –30ºC e 24ºC.<br />

A Figura 4.10 (a) evi<strong>de</strong>ncia a presença <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s somente junto ao<br />

entalhe. Essa região foi analisada em <strong>de</strong>talhe (Fig. 4.10 (b)) e mostrou a<br />

presença <strong>de</strong> “dimples” o que indica <strong>de</strong>formação plástica. A partir <strong>de</strong>sta região, a<br />

fratura ocorreu <strong>por</strong> clivagem (Fig. 4.10 (c)).<br />

A Figura 4.11 (a) evi<strong>de</strong>ncia a presença <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s ao longo <strong>de</strong> toda a<br />

superfície <strong>de</strong> fratura. Essa região foi analisada em <strong>de</strong>talhe (Fig. 4.11 (b)) e<br />

mostrou a presença <strong>de</strong> “dimples” sem a presença <strong>de</strong> inclusão no interior das<br />

microcavida<strong>de</strong>s. Essa diferença <strong>de</strong> <strong>com<strong>por</strong>tamento</strong> à fratura justifica a variação<br />

<strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> energia absorvida 30J a -30ºC e 120J a 24ºC.<br />

Na temperatura <strong>de</strong> 140ºC, a energia absorvida foi <strong>de</strong> 120J com fratura dúctil<br />

próximo ao entalhe com presença <strong>de</strong> <strong>um</strong> número maior <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s e<br />

“dimples” (Fig. 4.12 (a) e (b)). Esse maior número <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s presentes<br />

no ensaio <strong>de</strong> 140ºC em comparação ao <strong>de</strong> 24ºC, se justificou pela coalescência<br />

e o aparecimento <strong>de</strong> novas microcavida<strong>de</strong>s.<br />

No senti<strong>do</strong> TL, os valores <strong>de</strong> energia absorvida para a fratura nas temperaturas<br />

<strong>de</strong> –30ºC, 24ºC e 140ºC foram, respectivamente, <strong>de</strong> 22, 43 e 38J, para a<br />

espessura <strong>de</strong> 12mm. A temperatura <strong>de</strong> transição foi <strong>de</strong> –25ºC. Os valores<br />

próximos da energia <strong>de</strong> fratura a 24ºC e 140ºC, <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato que a 24ºC já se<br />

atingiu a energia <strong>do</strong> platô.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 69<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Figura 4.10- Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> -30ºC,<br />

analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 100X (a), 500X (b) e 200X (c).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 70<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.11 – Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> 24ºC,<br />

analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e 200X (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 71<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.12 – Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura da amostra <strong>de</strong> 12mm com<br />

entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong> ensaio 140ºC,<br />

analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e 100X (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 72<br />

As microfractografias para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, para espessura <strong>de</strong> 12mm, nas<br />

temperaturas <strong>de</strong> -30ºC, 24ºC e 140ºC, e no senti<strong>do</strong> TL, estão mostradas,<br />

respectivamente, na Fig. 4.13 (a), (b) e (c). A fratura na Fig. 4.13 (a) ocorre <strong>por</strong><br />

clivagem sem presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica junto ao entalhe. A Figura 4.13<br />

(b) mostra a fratura na região central com presença <strong>de</strong> “dimples” e<br />

microcavida<strong>de</strong>s em número menor ao observa<strong>do</strong> para a mostra <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong><br />

12mm no senti<strong>do</strong> LT (Fig 4.11 (b)). A Figura 4.13 (c) mostra a fratura na região<br />

próxima ao entalhe com presença <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s em número menor ao<br />

observa<strong>do</strong> na Fig. 4.12 (a). Esse fato justifica a diferença <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> platô,<br />

entre os senti<strong>do</strong>s LT <strong>de</strong> 120J e TL <strong>de</strong> 38J. Segun<strong>do</strong> Sakir (Sakir, 1991), a<br />

separação <strong>do</strong>s constituintes <strong>de</strong> ferrita e perlita em bandas afeta as proprieda<strong>de</strong>s<br />

ao impacto. As energias <strong>de</strong> impacto no platô <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova longitudinais<br />

a<strong>um</strong>entam <strong>de</strong> 3 a 6 vezes aos transversais para geometria divisoras e obstrutora<br />

(Sakir, 1991). Segun<strong>do</strong> Doherty (Doherty, 1997), a presença <strong>de</strong> ferrita e perlita<br />

arranja<strong>do</strong>s em “bandas”, <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> microsegregação <strong>de</strong> manganês na austenita<br />

o que, no resfriamento, acelera a formação <strong>de</strong> ferrita pro-eutetói<strong>de</strong>, o que<br />

enriquece a área adjacente em carbono e formação <strong>de</strong> perlita. Grange (Grange,<br />

1971), <strong>de</strong>monstrou o efeito <strong>do</strong> ban<strong>de</strong>amento na redução da ductilida<strong>de</strong><br />

transversal e tenacida<strong>de</strong> à fratura da liga.<br />

A Figura 4.14 (a), (b) e (c) mostra a superfície <strong>de</strong> fratura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

19mm com entalhe no senti<strong>do</strong> transversal à direção <strong>de</strong> laminação (LT), nas<br />

temperaturas <strong>de</strong> –30ºC, 24ºC e 140ºC. De mo<strong>do</strong> semelhante ao ocorri<strong>do</strong> na<br />

chapa <strong>de</strong> 12mm, observa-se, já na temperatura <strong>de</strong> –30ºC (Fig. 4.14 (a)),<br />

presença <strong>de</strong> “dimples” junto ao entalhe segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> clivagem fora da região <strong>do</strong><br />

entalhe.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 73<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Figura 4.13- Microfractografia da superfície da amostra <strong>de</strong> 12mm com entalhe no<br />

senti<strong>do</strong> da laminação (TL), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC<br />

(c), analisada em MEV, com respectivos a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X, 100X e 50X.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 74<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Figura 4.14- Microfractografia da superfície da amostra <strong>de</strong> 19mm com entalhe no<br />

senti<strong>do</strong> transversal à laminação (LT), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC<br />

(b) e 140ºC (c), analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 75<br />

Nas temperaturas <strong>de</strong> 24ºC e 140ºC (Fig. 4.14 (b) e (c)), observa-se a presença<br />

<strong>de</strong> “dimples” e a nucleação e coalescência <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s, sem região com<br />

clivagem e presença <strong>de</strong> microinclusões nas microcavida<strong>de</strong>s. Essas<br />

microinclusões parecem não ser <strong>de</strong>terminantes nestes resulta<strong>do</strong>s.<br />

A Figura 4.15 (a), (b) e (c) mostra a superfície <strong>de</strong> fratura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

19mm com entalhe no senti<strong>do</strong> da laminação (TL), nas temperaturas <strong>de</strong> –30ºC,<br />

24ºC e 140ºC. Na temperatura <strong>de</strong> –30ºC (Fig. 4.15 (a)), observa-se a presença<br />

<strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s e <strong>trinca</strong>s. A fratura ocorreu essencialmente <strong>por</strong> clivagem. Na<br />

temperatura <strong>de</strong> 24ºC e 140ºC (Fig. 4.15 (b) e (c)), observa-se que não houve<br />

<strong>crescimento</strong> acentua<strong>do</strong> <strong>do</strong> número <strong>de</strong> “dimples”.<br />

4.3- Ensaio <strong>de</strong> Tração<br />

A Figura 4.16 (a) e (b) mostra as curvas tensão versus <strong>de</strong>formação convencional<br />

para os corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12 e 19 mm <strong>de</strong> espessura, retira<strong>do</strong>s a 0º, 45º e 90º<br />

<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação. Observa-se que o gráfico é típico <strong>de</strong> <strong>aço</strong> baixo carbono,<br />

mostran<strong>do</strong> <strong>um</strong> primeiro trecho linear e, posteriormente, o patamar <strong>de</strong> escoamento.<br />

Os <strong>aço</strong>s que apresentam esse patamar <strong>de</strong> escoamento são susceptíveis a sofrer<br />

o fenômeno <strong>de</strong> envelhecimento e apresentarem <strong>de</strong>feitos no processo <strong>de</strong><br />

estampagem.<br />

Krauss (Krauss, 1992) expressou o limite <strong>de</strong> escoamento em função da<br />

composição química através da Eq. 4.2.<br />

−1/<br />

2<br />

σ e(<br />

MPa)(<br />

± 31MPa)<br />

= 88 + 37(%<br />

Mn)<br />

+ 83(%<br />

Si)<br />

+ 2918(<br />

Nf<br />

) + 15,<br />

1(<br />

d ) (4.2)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 76<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Figura 4.15- Microfractografia da superfície da amostra <strong>de</strong> 19mm com entalhe no<br />

senti<strong>do</strong> da laminação (TL), temperatura <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> –30ºC (a), 24ºC (b) e 140ºC<br />

(c), analisada em MEV, com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 77<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.16 - Gráficos <strong>de</strong> tensão versus <strong>de</strong>formação convencional para os<br />

corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm (a) e 19mm (b) <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 retira<strong>do</strong>s a 0º, 45º<br />

e 90º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 78<br />

A Tabela 4.2 mostra os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, limites <strong>de</strong><br />

escoamento e resistência, alongamento, coeficiente <strong>de</strong> encruamento e <strong>de</strong><br />

anisotropia obti<strong>do</strong>s no ensaio <strong>de</strong> tração <strong>do</strong>s corpos-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12 e 19 mm.<br />

Tabela 4.2 – Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, limite <strong>de</strong> escoamento, limite<br />

<strong>de</strong> resistência, alongamento, coeficiente <strong>de</strong> encruamento e coeficiente <strong>de</strong><br />

anisotropia, para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm<br />

retira<strong>do</strong>s a 0º, 45º e 90º <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação.<br />

Dimensões 12mm 19mm<br />

Módulo <strong>de</strong> Elasticida<strong>de</strong> (MPa) 116078,3 ± 10841,5 127068,3 ± 10818,5<br />

Limite Escoamento (MPa) 442,9 ± 7,8<br />

415,2 ± 31,8<br />

Limite <strong>de</strong> Resistência (MPa) 554,7 ± 1,1<br />

546,2 ± 32,0<br />

Alongamento (%) 27,0 ± 1,4<br />

28,7 ± 0,6<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Encruamento 0,152 ± 0,003<br />

0,162 ± 0,003<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Anisotropia<br />

0º 0,76 0º 0,76<br />

45º 0,73 0,77 ± 0,04 45º 0,70<br />

90º 0,81<br />

90º 0,74<br />

0,73 ± 0,03<br />

O resulta<strong>do</strong> teórico <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> escoamento obti<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> Eq. 4.2, foi <strong>de</strong><br />

172,6 ± 31MPa, <strong>por</strong>tanto, bem discrepante <strong>do</strong>s valores encontra<strong>do</strong>s. A Equação<br />

4.2, não consi<strong>de</strong>ra como mecanismo endurece<strong>do</strong>r a fração vol<strong>um</strong>étrica <strong>de</strong> perlita,<br />

o espaçamento interlamelar da perlita e a subestrutura.<br />

O valor <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> anisotropia encontra<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> 0,77 ± 0,04, para<br />

espessura <strong>de</strong> 12mm e 0,73 ±<br />

0,03, para espessura <strong>de</strong> 19mm. Esses valores


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 79<br />

baixos <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> anisotropia se justificam pela textura difusa encontrada<br />

pela técnica <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> elétrons retro-espalha<strong>do</strong>s (EBSD).<br />

A Figura 4.17 (a) e (b) mostra a fratura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong><br />

12mm, analisada em MEV. Essa figura mostra a presença <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s e<br />

“dimples” na superfície <strong>de</strong> fratura. Na região <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s, havia presença<br />

<strong>de</strong> inclusões cujas análises <strong>por</strong> EDS, revelaram a presença <strong>de</strong> Al2O3<br />

(Fig. 4.18<br />

(a)), FeO (Fig. 4.18 (b)) e 2 3 , FeO (Fig. 4.18 (c)).<br />

O Al<br />

4.3- Ensaio <strong>de</strong> Fadiga<br />

A Figura 4.19 mostra <strong>um</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> espessura 19mm após ensaio <strong>de</strong><br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>. Não se observou <strong>de</strong>svio da trajetória da <strong>trinca</strong> ao<br />

longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> ensaio.<br />

Para obtenção <strong>do</strong> estágio Ι , foi reduzida a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para 3,60kN, com<br />

comprimento <strong>de</strong> pré <strong>trinca</strong> <strong>de</strong> 6mm. A evolução da curva da dN versus ∆ K , para<br />

estágio Ι , ocorreu conforme mostra<strong>do</strong> na Fig. 4.20. Não se observou <strong>um</strong>a relação<br />

linear entre<br />

da dN versus ∆K<br />

, conforme proposto <strong>por</strong> Lal (Lal, 1994). É possível<br />

que, para valores baixos <strong>de</strong><br />

∆K<br />

⎛ ⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎜<br />

<<br />

2<br />

⎟<br />

⎝<br />

⎠<br />

1<br />

10 , 5MPam<br />

, a taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

<strong>de</strong>cresce com o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> ∆K<br />

, passan<strong>do</strong> <strong>por</strong> <strong>um</strong> mínimo. Após esse valor<br />

mínimo a taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> cresce com o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> ∆K<br />

, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

ser linear (Fig. 4.20).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 80<br />

Figura 4.17- Microfractografia da superfície <strong>de</strong> fratura <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

espessura 12mm obti<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> laminação (TL) com a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X<br />

(a) e 800X (b).<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 81<br />

Figura 4.18 – Presença <strong>de</strong> inclusões não metálicas <strong>de</strong> 2 3 (a), FeO (b) e<br />

O Al<br />

2 3 , (c), na superfície <strong>de</strong> fratura da chapa <strong>de</strong> espessura 12mm, senti<strong>do</strong><br />

O Al FeO<br />

TL.<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 82<br />

Figura 4.19 - Corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> espessura 19mm após ensaio <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>.<br />

Figura 4.20 - Evolução <strong>de</strong> da dN versus ∆K<br />

, para chapa <strong>de</strong> espessura 19 mm,<br />

senti<strong>do</strong> LT, para estágio Ι , freqüência <strong>de</strong> 20Hz e temperatura ambiente.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 83<br />

A Figura 4.21 (a) e (b) mostra os gráficos d a dN versus ∆K<br />

, para o corpo-<strong>de</strong>-<br />

prova <strong>de</strong> 12 e 19 mm respectivamente, no senti<strong>do</strong> LT, estágio ΙΙ , para razão <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

1 e freqüência <strong>de</strong> 20Hz. Os coeficientes e expoentes <strong>de</strong><br />

∆K<br />

encontra<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o proposto <strong>por</strong> Lal (Lal, 1994) e em<br />

<strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> com o proposto Barsom (Rolfe & Barsom, 1987), para <strong>aço</strong>s ferrito-<br />

perlítico. Observou-se que os coeficientes C e m foram próximos e,<br />

simultaneamente, o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação foi eleva<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> <strong>um</strong><br />

bom ajuste estatístico.<br />

A Figura 4.22 mostra o gráfico da dN versus ∆K<br />

, para o corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

espessura <strong>de</strong> 12 e 19 mm, no senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ . Observa-se <strong>um</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento da curva<br />

d a dN versus ∆K<br />

para a direita, correspon<strong>de</strong>nte a<br />

espessura <strong>de</strong> 19mm. K<strong>um</strong>ar e Singh (K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995) comprovaram para<br />

<strong>aço</strong> baixo carbono que, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> carga com a mesma espessura e razão <strong>de</strong><br />

carga R = 0 , R = 0,<br />

2 e R = 0,<br />

4 , a<strong>um</strong>enta a taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> ciclo.<br />

Em nossos experimentos, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para o ensaio <strong>de</strong> espessura<br />

19mm foi <strong>de</strong> 8,90kN e superior a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> espessura<br />

12mm (3,6kN). A taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> ciclo para a espessura <strong>de</strong><br />

19mm a<strong>um</strong>entou em relação à espessura <strong>de</strong> 12mm. Para verificar somente o<br />

efeito da espessura na taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, foi feito ensaio na<br />

espessura <strong>de</strong> 19 mm com a mesma razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1 e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga<br />

∆F = 3,<br />

6kN.<br />

A Figura 4.23 mostra gráfico da dN versus ∆K , para R = 0,<br />

1 e<br />

∆F<br />

=<br />

3,<br />

6kN,<br />

para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm, senti<strong>do</strong> LT. Observa-se, agora,<br />

que não houve variação na taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> para as espessuras <strong>de</strong><br />

12 e 19 mm.<br />

f


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 84<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.21 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12mm<br />

(a) e 19mm (b), senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ<br />

, para amostra <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 85<br />

Figura 4.22 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12 e<br />

19 mm, senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ , com variação <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>.<br />

Figura 4.23 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, para as espessuras <strong>de</strong> 12 e<br />

19 mm, senti<strong>do</strong> LT, no estágio ΙΙ<br />

, com a mesma amplitu<strong>de</strong> (3,60kN).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 86<br />

A Figura 4.24 mostra os gráficos da dN<br />

versus ∆K<br />

, para o corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

19mm, no senti<strong>do</strong> TL, no estágio ΙΙ , para diferentes razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e<br />

R = 0,<br />

7 . Observa-se que com o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> R , as curvas d a dN versus ∆K<br />

, se<br />

superpõem, isto é, não houve variação na taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong><br />

com essa variação <strong>de</strong> R . Além <strong>de</strong>sse fato, verificou-se a linearida<strong>de</strong> entre<br />

versus ∆K e, também, o aparecimento <strong>do</strong> estágio ΙΙΙ para R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 com<br />

1/<br />

2<br />

os valores <strong>de</strong> ∆Kmáx<br />

, respectivamente, <strong>de</strong> 77,9 e 60,8 MPa m .<br />

Crooker (Crooker, 1973) estu<strong>do</strong>u o efeito da razão <strong>de</strong> carga − 2 ≤ R ≤ 0,<br />

75 para o<br />

<strong>aço</strong> HY com 140ksi <strong>de</strong> limite <strong>de</strong> resistência. Os da<strong>do</strong>s experimentais ajustaram-se<br />

através da Eq. 4.3:<br />

da<br />

=<br />

dN<br />

2,<br />

25<br />

A(<br />

∆K)<br />

0,<br />

5<br />

( 1−<br />

R)<br />

(4.3)<br />

A Figura 4.25 mostra os da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as<br />

razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong> o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Crooker (Crooker, 1973). Verifica-se que este mo<strong>de</strong>lo não se ajustou<br />

para valores<br />

da<br />

dN<br />

< 1, 0E<br />

− 4(<br />

mm / ciclo)<br />

. Vale, também, lembrar que para valores <strong>de</strong><br />

da<br />

R > 0,<br />

3 já se atingiu o estágio ΙΙΙ , n<strong>um</strong> intervalo <strong>de</strong> 1 , 0E<br />

− 4 ≤ ≤ 1,<br />

0E<br />

− 3 .<br />

dN<br />

K<strong>um</strong>ar e Singh (K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995) estudaram o fenômeno <strong>de</strong> abertura e<br />

fechamento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> durante o ciclo <strong>de</strong> carregamento. Foi concluí<strong>do</strong> que a <strong>trinca</strong><br />

<strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> inicia-se após abertura completa durante a <strong>por</strong>ção <strong>de</strong> tração <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong><br />

carregamento. A taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> é função <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tensão efetiva ∆Keff<br />

, para <strong>aço</strong> carbono, através das Eq. 4.4, 4.5 e 4.6:<br />

da<br />

dN


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 87<br />

Figura 4.24 - Evolução da curva da dN versus ∆K<br />

, segun<strong>do</strong> a direção TL, no<br />

estágio ΙΙ , diferentes razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 , para amostra <strong>do</strong> <strong>aço</strong><br />

USI-SAC-50, espessura 19mm.<br />

Figura 4.25 - Da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as razões <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

3 e R =<br />

0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Crooker (Crooker, 1973).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 88<br />

U k<br />

∆ Keff = Uk∆K<br />

(4.4)<br />

= 0,<br />

7 + 0,<br />

15R(<br />

2 + R)<br />

(4.5)<br />

da<br />

=<br />

dN<br />

( C<br />

∆<br />

mf<br />

eff ) K<br />

(4.6)<br />

A Figura 4.26 mostra os da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as<br />

razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong> o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> K<strong>um</strong>ar e Singh (K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995). Verifica-se que, quan<strong>do</strong> ∆K<br />

é<br />

substituí<strong>do</strong> <strong>por</strong> ∆Keff<br />

na equação <strong>de</strong> Paris, todas as curvas<br />

da<br />

versus ∆K<br />

, para<br />

dN<br />

diferentes valores <strong>de</strong> R no intervalo <strong>de</strong> 0, 3 ≤ R ≤ 0,<br />

7 , se ajustaram à Eq. 4.6.<br />

A Tabela 4.3 mostra os diferentes valores <strong>de</strong> e m encontra<strong>do</strong>s para <strong>aço</strong>s<br />

baixo Carbono, <strong>de</strong>sse trabalho em comparação ao encontra<strong>do</strong> <strong>por</strong> K<strong>um</strong>ar e Singh<br />

(K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995).<br />

C f<br />

Tabela 4.3 – Diferentes valores <strong>de</strong>C e mf<br />

encontra<strong>do</strong>s para o ajuste da equação<br />

da<br />

=<br />

dN<br />

( C<br />

∆<br />

mf<br />

eff ) K<br />

.<br />

C f m<br />

Este Trabalho 6,0E-9 3,24<br />

K<strong>um</strong>ar 8,16E-10 3,64<br />

A Figura 4.27 (a) e (b) mostra os gráficos da dN<br />

versus ∆K<br />

, para <strong>um</strong> corpo-<strong>de</strong>-<br />

prova <strong>de</strong> 12mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL, estágio ΙΙ , para razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1 e<br />

freqüência <strong>de</strong> 20Hz.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 89<br />

Figura 4.26 - Da<strong>do</strong>s experimentais para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 para as razões <strong>de</strong><br />

carga R = 0,<br />

3 e R =<br />

0,<br />

7 e espessura 19mm, na direção TL, segun<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

K<strong>um</strong>ar e Singh (K<strong>um</strong>ar & Singh, 1995).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 90<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.27 - Gráficos da dN versus ∆K<br />

, para <strong>um</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm, no<br />

senti<strong>do</strong> LT (a) e TL (b), estágio ΙΙ , para razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1 e freqüência <strong>de</strong><br />

20Hz.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 91<br />

Observou-se que os coeficientes e m foram próximos e, simultaneamente, o<br />

C f<br />

coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação foi eleva<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> <strong>um</strong> bom ajuste estatístico.<br />

A Figura 4.28 mostra gráfico d a dN versus ∆ K , para R = 0,<br />

1 e ∆F<br />

= 3,<br />

6kN,<br />

para<br />

as espessuras <strong>de</strong> 12mm, senti<strong>do</strong> LT e TL. Observa-se que não houve variação na<br />

taxa <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> para as espessuras <strong>de</strong> 12mm nos senti<strong>do</strong>s LT e TL.<br />

Cortie (Cortie, 1991) estabeleceu que a correlação entre os parâmetros e m<br />

da equação <strong>de</strong> Paris:<br />

- é formal e tem pequena relevância física;<br />

- é causada pela forma dimensional e o coeficiente <strong>de</strong> correlação eleva<strong>do</strong> é<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a representação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em escala logarítmica.<br />

C f<br />

Bergner e Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), propuseram <strong>um</strong>a correlação entre<br />

C 0 e<br />

m que é estatisticamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> coeficiente e expoente <strong>de</strong> Paris<br />

(C e m ). Esta representação é obtida dividin<strong>do</strong> o fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão<br />

∆K<br />

f<br />

f<br />

, <strong>por</strong> <strong>um</strong> fator <strong>de</strong> escala ∆Kp e <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> <strong>um</strong> novo coeficiente C 0 ,<br />

conforme mostra<strong>do</strong> nas Eqs. 4.7, 4.8, 4.9 e 4.10.<br />

1/<br />

k<br />

Cg = ( ∏ C j )<br />

j=<br />

1,<br />

k<br />

(4.7)<br />

⎛<br />

⎞<br />

⎜ ∑ ( m j −m<br />

) log( C j / Cg<br />

) ⎟<br />

⎜ j=<br />

1,<br />

k<br />

⎟<br />

−⎜<br />

⎟<br />

⎜ ∑ ( m −m<br />

)<br />

2<br />

⎟<br />

⎜<br />

j<br />

⎟<br />

⎝ j=<br />

1,<br />

k<br />

∆K<br />

=<br />

⎠<br />

p 10<br />

(4.8)<br />

mf<br />

da<br />

⎛ K ⎞<br />

C ⎜<br />

∆<br />

= ⎟<br />

0<br />

dN ⎜ K ⎟<br />

⎝<br />

∆ p ⎠<br />

mf<br />

p<br />

(4.9)<br />

C =<br />

C∆K<br />

(4.10)<br />

0


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 92<br />

Figura 4.28 - Gráfico da dN versus ∆K , para razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1 e<br />

∆F<br />

=<br />

3,<br />

6kN,<br />

para a espessura <strong>de</strong> 12mm, senti<strong>do</strong> LT e TL, freqüência <strong>de</strong> 20Hz.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 93<br />

A Tabela 4.4 mostra o expoente m , o coeficiente da lei <strong>de</strong> potência C , o fator <strong>de</strong><br />

f<br />

escala ∆ Kp<br />

e o log( C<br />

0<br />

) para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, espessura 12, nos senti<strong>do</strong>s LT<br />

e TL, e 19 mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL em diferentes razões <strong>de</strong> carga 0 , 3 ≤ R ≤ 0,<br />

7 .<br />

Tabela 4.4 - Resulta<strong>do</strong>s da taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e log( C<br />

0<br />

) para o <strong>aço</strong><br />

USI-SAC-50, espessura 12, nos senti<strong>do</strong>s LT e TL, e 19 mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL<br />

em diferentes razões <strong>de</strong> carga 0, 3 ≤ R ≤ 0,<br />

7 .<br />

Espessura (mm) / Direção R f<br />

m C Kp<br />

∆ log( C<br />

0<br />

)<br />

19 / LT 0,1 3,22 2,19E-9 -3,66<br />

19 / LT 0,1 3,40 1,15E-9 35,82 -3,66<br />

19 / LT 0,1 3,31 1,62E-9<br />

-3,65<br />

19 / TL 0,3 3,20 4,07E-9 -4,65<br />

14,72<br />

19 / TL 0,7 3,67 1,15E-9<br />

-4,65<br />

12 / LT 0,1 3,12 4,59E-9 -2,88<br />

56,10<br />

12 / LT 0,1 3,19 3,47E-9<br />

-2,88<br />

12 / TL 0,1 3,54 1,32E-9 -23,4<br />

7,82E-5<br />

12 / TL 0,1 3,53 1,20E-9<br />

-23,4<br />

A Figura 4.29 mostra o gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( ) e segun<strong>do</strong> a<br />

m<br />

equação <strong>de</strong> Paris, para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, espessura 12mm, senti<strong>do</strong> TL e LT e<br />

19 mm, senti<strong>do</strong> LT e razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1.<br />

Esta figura mostra que existe <strong>um</strong>a<br />

correlação linear entre os parâmetros <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> C e m e esse<br />

coeficiente <strong>de</strong> correlação foi <strong>de</strong> r c<br />

= −0,<br />

89 .<br />

C f<br />

f


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 94<br />

Figura 4.29 - Gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( ) e m segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong><br />

Paris, para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, espessura 12mm, senti<strong>do</strong> TL e LT e 19 mm<br />

senti<strong>do</strong> LT e razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1.<br />

C f


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 95<br />

Justifica-se tal fato pela estrutura algébrica da equação <strong>de</strong> Paris e a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

medida <strong>de</strong> ∆ K ( MPa m ) está distante <strong>de</strong> (Fig. 4.30). Não foi<br />

2 / 1<br />

∆K<br />

representa<strong>do</strong> no gráfico <strong>de</strong> r versus ∆K<br />

, os valores obti<strong>do</strong>s para o ensaio na<br />

c<br />

espessura <strong>de</strong> 12mm, senti<strong>do</strong> TL, em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> m serem próximos, o<br />

1/<br />

2<br />

que provocou <strong>um</strong> <strong>de</strong>créscimo no valor <strong>de</strong> log ∆K<br />

para -4,10MPa m .<br />

A Figura 4.31 mostra o gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( C0 ) e m f segun<strong>do</strong> a<br />

equação <strong>de</strong> Bergner e Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50,<br />

espessura 12mm, senti<strong>do</strong> TL e LT, e 19mm, senti<strong>do</strong> LT e TL e razão <strong>de</strong> carga<br />

R = 0,<br />

1,<br />

R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 . Esta figura mostra que não existe <strong>um</strong>a correlação<br />

linear entre os parâmetros <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

p<br />

p<br />

C 0 .<br />

A Figura 4.32 (a), (b) e (c) mostra os gráficos da dN versus ∆K<br />

/ ∆Kp<br />

segun<strong>do</strong> a<br />

equação <strong>de</strong> Bergner e Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), para o corpo-<strong>de</strong>-prova<br />

<strong>de</strong> 12mm, no senti<strong>do</strong> LT e TL, e 19mm, senti<strong>do</strong> LT, para razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1.<br />

A Figura 4.33 mostra as fraturas <strong>de</strong> corpos-<strong>de</strong>-prova, <strong>de</strong> espessura 19mm, no<br />

senti<strong>do</strong> TL e LT e razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1.<br />

Observa-se, respectivamente, as<br />

regiões 1, 2 e 3 as quais representam, região <strong>de</strong> pré <strong>trinca</strong>, interface e<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>. A parte final <strong>do</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova mostra a região <strong>de</strong> ruptura<br />

instantânea. O comprimento total <strong>de</strong> propagação foi <strong>de</strong> aproximadamente 74mm.<br />

p<br />

f


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 96<br />

Figura 4.30 - Dependência <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> correlação, r c , entre log( C0<br />

) e m f<br />

no fator <strong>de</strong> escala ∆K<br />

.<br />

p<br />

Figura 4.31 - Gráfico <strong>de</strong> correlação entre log( C0 ) e m f segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong><br />

Bergner e Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), espessura 12mm, senti<strong>do</strong> TL e LT, e<br />

19 mm, senti<strong>do</strong> LT e TL e razões <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

R = 0, 3 e R =<br />

0,<br />

7 .


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 97<br />

(a)<br />

(b)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 98<br />

(c)<br />

Figura 4.32 - Gráficos da dN versus ∆K<br />

/ ∆Kp<br />

segun<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong> Bergner e<br />

Zouhar (Bergner & Zouhar, 2000), para <strong>um</strong> corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong> 12mm, no senti<strong>do</strong><br />

LT (a) e TL (b), e 19mm, senti<strong>do</strong> LT (c), para razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1.<br />

Figura 4.33 - Fraturas <strong>de</strong> corpos-<strong>de</strong>-prova, <strong>de</strong> espessura 19mm, no senti<strong>do</strong> TL e<br />

LT, mostran<strong>do</strong> as regiões <strong>de</strong> pré <strong>trinca</strong> (1), interface da pré <strong>trinca</strong> e propagação<br />

(2), propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> (3) e ruptura.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 99<br />

A Figura 4.34 (a) e (b) mostra as microfractografias <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na<br />

espessura 19mm, senti<strong>do</strong> TL, na região 1. Essa figura representa a região <strong>de</strong> pré-<br />

<strong>trinca</strong> e evi<strong>de</strong>ncia a presença <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as microcavida<strong>de</strong>s, ruptura <strong>de</strong>coesiva<br />

(ASM, 1992) e clivagem em maior quantida<strong>de</strong>. O aparecimento <strong>de</strong><br />

microcavida<strong>de</strong>s se justifica em razão da <strong>de</strong>formação plástica junto ao entalhe. Até<br />

à distância <strong>de</strong> 0,5mm <strong>do</strong> entalhe havia presença <strong>de</strong>ssas microcavida<strong>de</strong>s.<br />

A Figura 4.35 (a) e (b) mostra as microfractografias da região <strong>de</strong> interface (região<br />

2). Observa-se a presença <strong>de</strong> estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> e estas mudam <strong>de</strong> direção em<br />

<strong>um</strong>a distância muito curta. Estas estrias, ao cruzarem contorno <strong>de</strong> grão, alteram o<br />

seu trajeto. Essas estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> se posicionam perpendicularmente ao senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> aplicação da carga <strong>de</strong> tração. Houve presença <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong>coesiva ao longo<br />

<strong>do</strong> contorno <strong>de</strong> grão, que não esteve associada à presença <strong>de</strong> microinclusões.<br />

A Figura 4.36 (a) e (b) mostra as microfractografias da região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong> (região 3). Observa-se a presença <strong>de</strong> estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> e estas mudam <strong>de</strong><br />

direção em razão <strong>do</strong> contorno <strong>de</strong> grão.<br />

A Figura 4.37 (a), (b) e (c) mostra as microfractografias <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na<br />

espessura 19mm, senti<strong>do</strong> LT e razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1,<br />

nas regiões 1, 2 e 3. A<br />

Figura 4.37 (a) mostra a microfractografia da região <strong>de</strong> pré <strong>trinca</strong> próximo ao<br />

entalhe (região 1). Evi<strong>de</strong>ncia a presença <strong>de</strong> micro<strong>trinca</strong>s cujo <strong>de</strong>talhe verificou ser<br />

ruptura <strong>de</strong>coesiva intergranular. Notou-se, também, presença <strong>de</strong> estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong><br />

que mudam <strong>de</strong> direção em grãos adjacentes à ruptura <strong>de</strong>coesiva. Esses aspectos<br />

da fractografia foram similares, respectivamente, na região <strong>de</strong> interface e<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> (Fig. 4.37 (b) e (c)).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 100<br />

(a) (b)<br />

Figura 4.34 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> pré-<strong>trinca</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> clivagem, microcavida<strong>de</strong>s e ruptura<br />

<strong>de</strong>coesiva, razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X (a) e 1000X (b).<br />

(a) (b)<br />

Figura 4.35 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> interface entre pré <strong>trinca</strong> e propagação, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong><br />

clivagem, ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento<br />

<strong>de</strong> 200X (a) e 2000X (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 101<br />

(a) (b)<br />

Figura 4.36 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> TL, região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> <strong>trinca</strong>s e estrias <strong>de</strong><br />

<strong>fadiga</strong>, razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200X (a) e 4000X (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 102<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.37 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

senti<strong>do</strong> LT, região 1 (a), região 2 (b) e região 3 (c), evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> micro<strong>trinca</strong>s,<br />

ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

1,<br />

a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 4000X.<br />

(c)


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 103<br />

A Figura 4.38 (a) e (b) mostra as microfractografias, <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na<br />

espessura <strong>de</strong> 19mm, região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, senti<strong>do</strong> TL e razão <strong>de</strong> carga<br />

R = 0,<br />

7<br />

. Evi<strong>de</strong>ncia a presença <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> com<br />

largura maior <strong>do</strong> que as encontradas para razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1 (Fig. 4.38 (a) e<br />

(b)).<br />

A Figura 4.39 (a) e (b) mostra as microfractografias da região <strong>de</strong> interface entre<br />

propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e ruptura <strong>por</strong> tração, <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na espessura <strong>de</strong><br />

19mm, senti<strong>do</strong> TL e razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

7 , evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong><br />

microcavida<strong>de</strong>s e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> (Fig. 4.39 (a) e (b)). Analogamente a<br />

fractografia em Charpy, senti<strong>do</strong> TL à temperatura ambiente, não se observou a<br />

presença <strong>de</strong> “dimples”.<br />

A análise <strong>de</strong> fratura <strong>por</strong> tração mostrou que o aparecimento da micro<strong>trinca</strong> se<br />

associou à presença <strong>de</strong> microinclusões. No ensaio <strong>de</strong> Charpy, a iniciação da<br />

micro<strong>trinca</strong> ocorreu em razão da <strong>de</strong>formação plástica na região <strong>do</strong> entalhe ou<br />

clivagem em temperaturas baixas. A análise <strong>de</strong> fratura <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong>, <strong>por</strong> sua vez,<br />

apresentou estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> e ruptura <strong>de</strong>coesiva intergranular que não foram<br />

motivadas pela presença <strong>de</strong> microinclusão. É provável pela mudança <strong>de</strong> direção<br />

<strong>de</strong>ssas estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> em unida<strong>de</strong>s cristalinas adjacentes que a <strong>de</strong>formação<br />

plástica em planos e direções mais compactas <strong>de</strong> escorregamentos esteja sen<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>cisiva como mecanismo <strong>de</strong> fratura. A partir <strong>de</strong>ssa premissa, a técnica <strong>de</strong> EBSD,<br />

po<strong>de</strong>rá fornecer informações relevantes na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>sse fenômeno, <strong>um</strong>a vez<br />

que essa técnica <strong>de</strong>screve a microtextura e orientação cristalográfica <strong>do</strong> material.<br />

A correlação da microtextura com propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> é <strong>um</strong> estu<strong>do</strong> que esta em<br />

aberto na literatura.


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 104<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.38 - Microfractografia <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em MEV, na espessura 19mm,<br />

região <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, senti<strong>do</strong> TL, razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

7 , evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong><br />

ruptura <strong>de</strong>coesiva e estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 4000X (a) e (b).


Capítulo 4 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussão 105<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 4.39 – Microfractografia da região <strong>de</strong> interface entre propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong><br />

e a ruptura <strong>por</strong> tração, <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50, na espessura <strong>de</strong> 19mm, senti<strong>do</strong> TL e<br />

razão <strong>de</strong> carga R =<br />

0,<br />

7 , evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> microcavida<strong>de</strong>s e estrias <strong>de</strong><br />

<strong>fadiga</strong>, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 50X (a) e 200X (b).


Capítulo 5<br />

CONCLUSÕES<br />

Neste capítulo são apresentadas as conclusões obtidas <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

ensaios experimentais realiza<strong>do</strong>s neste trabalho e sugestões para trabalhos<br />

futuros.<br />

• A orientação cristalográfica <strong>do</strong> <strong>aço</strong> USI-SAC-50 avaliada <strong>por</strong> EBSD,<br />

mostrou-se aleatória nos senti<strong>do</strong>s TL e LT, ou seja, textura fraca. As<br />

direções cristalográficas mais fortes em cada direção DN, DL e DT foram<br />

[ ]<br />

respectivamente 111 , [101 e [111 com intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1,7, para<br />

a chapa <strong>de</strong> 12mm e [ 111],<br />

[101] e [ 101]<br />

com intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1,9,<br />

para a chapa <strong>de</strong> 19mm.<br />

] ]<br />

• A textura fraca justifica o valor baixo <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> anisotropia médio,<br />

R , encontra<strong>do</strong> para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 em tração. Não houve variação <strong>de</strong><br />

textura entre a superfície e o centro da chapa.<br />

• O <strong>aço</strong> USI-SAC-50, lamina<strong>do</strong> a quente, apresentou-se com estrutura<br />

ban<strong>de</strong>ada nos senti<strong>do</strong>s TL e LT. Esse ban<strong>de</strong>amento não afeta as<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resistência mecânica (limite <strong>de</strong> escoamento e resistência),<br />

mas altera a tenacida<strong>de</strong> no ensaio <strong>de</strong> Charpy.<br />

106


Capítulo 5 – Conclusões 107<br />

• O mo<strong>de</strong>lo proposto <strong>por</strong> Krauss (Krauss, 1992) para cálculo <strong>do</strong> limite <strong>de</strong><br />

escoamento, não se ajustou para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50, em razão <strong>de</strong> não<br />

consi<strong>de</strong>rar como mecanismos endurece<strong>do</strong>res a fração vol<strong>um</strong>étrica <strong>de</strong><br />

perlita, o espaçamento interlamelar na perlita e a subestrutura.<br />

• A correlação entre o coeficiente e o expoente da lei <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> no regime <strong>de</strong> Paris foi eliminada <strong>por</strong> meio <strong>de</strong> <strong>um</strong> fator <strong>de</strong><br />

escala <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão, ∆Kp . Os valores <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> escala ∆Kp<br />

1/<br />

2<br />

para o <strong>aço</strong> USI-SAC-50 foram, respectivamente, 56,10 e 35,82 MPa m ,<br />

nas espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm, no senti<strong>do</strong> LT e razão <strong>de</strong> carga R = 0,<br />

1.<br />

• Comprovou-se, com base no conceito <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, que a<br />

relação da / dN versus ∆Keff<br />

, on<strong>de</strong> ∆Keff<br />

= Uk∆K<br />

, se ajustou a equação<br />

3,<br />

24<br />

da / dN = 6, 0E<br />

− 9x∆K<br />

eff<br />

U k<br />

=<br />

0,<br />

7<br />

+ 0,<br />

15R(<br />

2 + R)<br />

(K<strong>um</strong>ar e Singh, 1995).<br />

para valores <strong>de</strong> R = 0,<br />

3 e R = 0,<br />

7 e<br />

• Os coeficientes C e m , <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Paris, para o corpo-<strong>de</strong>-prova <strong>de</strong><br />

f<br />

espessura 12mm, senti<strong>do</strong>s TL e LT, foram próximos e, simultaneamente, o<br />

coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação foi eleva<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> <strong>um</strong> bom ajuste<br />

estatístico. Observou-se que não houve variação na taxa <strong>de</strong> propagação<br />

<strong>de</strong> <strong>trinca</strong> para as espessuras <strong>de</strong> 12mm nos senti<strong>do</strong>s LT e TL, regiãoΙΙ .<br />

• Não houve diferença entre as taxas <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong>, d a dN ,<br />

versus ∆K<br />

/ ∆Kp<br />

para as espessuras <strong>de</strong> 12 e 19 mm no senti<strong>do</strong> LT.<br />

• A energia <strong>de</strong> fratura no platô <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> Charpy mostrou valor mais<br />

eleva<strong>do</strong> na direção LT (espessura 12mm (120J) e espessura 19mm (150J)


Capítulo 5 – Conclusões 108<br />

<strong>do</strong> que encontra<strong>do</strong> na direção TL (espessura 12mm (40J) e espessura<br />

19mm (75J).<br />

• A análise <strong>de</strong> fratura <strong>por</strong> tração, Charpy e <strong>fadiga</strong> mostrou mecanismos<br />

diferentes <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> fratura. É provável, pela mudança <strong>de</strong> direção<br />

das estrias <strong>de</strong> <strong>fadiga</strong> em unida<strong>de</strong>s cristalinas adjacentes, que a<br />

<strong>de</strong>formação plástica em planos e direções mais compactas <strong>de</strong><br />

escorregamentos esteja sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisiva como mecanismo <strong>de</strong> fratura <strong>por</strong><br />

<strong>fadiga</strong>. A partir <strong>de</strong>ssa premissa, a técnica <strong>de</strong> EBSD, po<strong>de</strong>ria fornecer<br />

informações relevantes na melhor <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>sse fenômeno.<br />

5.1 – Sugestões para Trabalhos Futuros<br />

• Desenvolver ensaios <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> para<br />

<strong>de</strong>crescente em materiais frágeis.<br />

• Desenvolver ensaios <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> <strong>por</strong> <strong>fadiga</strong> em diferentes<br />

ambientes corrosivos.<br />

• Investigar a variabilida<strong>de</strong> da taxa <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong> <strong>trinca</strong> e o efeito da<br />

espessura nessa variabilida<strong>de</strong>.<br />

• Desenvolver o ensaio <strong>de</strong> Charpy <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a obter proprieda<strong>de</strong>s liga<strong>do</strong>s<br />

a tenacida<strong>de</strong> a fratura.<br />

∆K


APÊNDICE A<br />

Cálculo <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> forma e <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensões<br />

cps CT; espessura: 19 mm.<br />

1º Estágio<br />

a 0.02 , 0.0202 . . 0.021 B<br />

f( a )<br />

P( a)<br />

K( a )<br />

a<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

1<br />

2<br />

a<br />

W<br />

a<br />

W<br />

. 0.866<br />

3<br />

2<br />

0.4. B . ( W a) . 2 σ<br />

( 2W . a )<br />

P( a)<br />

.<br />

.<br />

B W<br />

a<br />

W<br />

0.2<br />

0.202<br />

0.204<br />

0.206<br />

0.208<br />

0.21<br />

f( a)<br />

f( a)<br />

SP = 15,9 kN<br />

4.212<br />

4.237<br />

4.263<br />

4.288<br />

4.313<br />

4.338<br />

Ampl. = 12,6 kN<br />

P( a)<br />

0.0285<br />

0.0285<br />

0.0285<br />

0.0285<br />

0.0285<br />

0.0285<br />

.<br />

4.64<br />

.0175 W<br />

a<br />

W<br />

.<br />

13.32<br />

0.100 σ<br />

a<br />

W<br />

2<br />

.<br />

14.72<br />

405<br />

a<br />

W<br />

3<br />

.<br />

5.6<br />

P( a) 0.0285 P1 ( a ) 0.1. P(a )<br />

K1( a )<br />

P1( a)<br />

0.00285<br />

0.00285<br />

0.00285<br />

0.00285<br />

0.00285<br />

0.00285<br />

a<br />

W<br />

K( a) . 0.1 ∆K( a) K( a) K1(a)<br />

K( a)<br />

21.693<br />

21.822<br />

21.952<br />

22.082<br />

22.212<br />

22.343<br />

K1( a)<br />

2.169<br />

2.182<br />

2.195<br />

2.208<br />

2.221<br />

2.234<br />

109<br />

∆K( a)<br />

19.523<br />

19.64<br />

19.757<br />

19.874<br />

19.991<br />

20.109<br />

∆K( a)<br />

200000<br />

9.762. 10 5<br />

9.82. 10 5<br />

9.879. 10 5<br />

9.937. 10 5<br />

9.996. 10 5<br />

1.005. 10 4<br />

4


Apêndice A 110<br />

Cálculo <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> forma e <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensões<br />

cps CT; espessura: 19 mm.<br />

2º Estágio<br />

a 0.021 , 0.0212 . . 0.022 B<br />

f( a )<br />

P( a)<br />

K( a )<br />

a<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.022<br />

0.022<br />

0.022<br />

1<br />

2<br />

a<br />

W<br />

a<br />

W<br />

. 0.866<br />

3<br />

2<br />

0.4. B . ( W a) . 2 σ<br />

( 2W . a )<br />

P( a)<br />

.<br />

.<br />

B W<br />

f( a)<br />

4.338<br />

4.364<br />

4.389<br />

4.415<br />

4.44<br />

4.466<br />

f( a)<br />

P( a)<br />

SP = 13,2 kN<br />

0.024<br />

0.024<br />

0.024<br />

0.024<br />

0.024<br />

0.024<br />

Ampl. = 10,8 kN<br />

P1( a)<br />

0.002<br />

0.002<br />

0.002<br />

0.002<br />

0.002<br />

0.002<br />

.<br />

4.64<br />

.0175 W<br />

a<br />

W<br />

.<br />

13.32<br />

a<br />

W<br />

0.100 σ<br />

2<br />

.<br />

14.72<br />

P( a) 0.024 P1 ( a )<br />

K( a)<br />

K1( a )<br />

18.815<br />

18.925<br />

19.035<br />

19.146<br />

19.256<br />

19.367<br />

K1( a)<br />

1.882<br />

1.893<br />

1.904<br />

1.915<br />

1.926<br />

1.937<br />

K( a) . 0.1<br />

∆K( a)<br />

16.934<br />

17.033<br />

17.132<br />

17.231<br />

17.331<br />

17.43<br />

a<br />

W<br />

3<br />

405<br />

.<br />

5.6<br />

0.1. P( a)<br />

a<br />

W<br />

∆K( a) K( a) K1(a)<br />

∆K( a)<br />

200000<br />

8.467. 10 5<br />

8.516. 10 5<br />

8.566. 10 5<br />

8.616. 10 5<br />

8.665. 10 5<br />

8.715. 10 5<br />

4


Apêndice A 111<br />

Cálculo <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> forma e <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensões<br />

cps CT; espessura: 19 mm.<br />

3º Estágio<br />

a 0.022 , 0.0222 . . 0.023 B<br />

f( a )<br />

P( a)<br />

K( a )<br />

a<br />

0.022<br />

0.022<br />

0.022<br />

0.023<br />

0.023<br />

0.023<br />

1<br />

2<br />

a<br />

W<br />

a<br />

W<br />

. 0.866<br />

3<br />

2<br />

0.4. B . ( W a) . 2 σ<br />

( 2W . a )<br />

P( a)<br />

.<br />

.<br />

B W<br />

f( a)<br />

4.466<br />

4.491<br />

4.517<br />

4.543<br />

4.568<br />

4.594<br />

f( a)<br />

P( a)<br />

SP = 12,1 kN<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

0.021<br />

Ampl. = 8,9 kN<br />

P1( a)<br />

0.0021<br />

0.0021<br />

0.0021<br />

0.0021<br />

0.0021<br />

0.0021<br />

.<br />

4.64<br />

.0175 W<br />

a<br />

W<br />

.<br />

13.32<br />

a<br />

W<br />

0.100 σ<br />

2<br />

.<br />

14.72<br />

a<br />

W<br />

3<br />

405<br />

.<br />

5.6<br />

P( a) 0.021 P1 ( a ) 0.1. P(a )<br />

K1( a )<br />

K( a)<br />

16.9462<br />

17.0433<br />

17.1406<br />

17.2381<br />

17.3358<br />

17.4337<br />

K( a) . 0.1<br />

K1( a)<br />

1.6946<br />

1.7043<br />

1.7141<br />

1.7238<br />

1.7336<br />

1.7434<br />

∆K( a)<br />

15.2516<br />

15.339<br />

15.4265<br />

15.5143<br />

15.6022<br />

15.6903<br />

a<br />

W<br />

∆K( a) K( a) K1(a)<br />

∆K( a)<br />

200000<br />

7.626. 10 5<br />

7.669. 10 5<br />

7.713. 10 5<br />

7.757. 10 5<br />

7.801. 10 5<br />

7.845. 10 5<br />

4


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