15 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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robustos, como Dicksonia Scllozviana, Hemitelia capensis, Alsophila elegans.<br />
Quanto maior a altitu<strong>de</strong>, menor o número <strong>de</strong> árvores altas. O número<br />
das espécies diminue progressivamente nas altitu<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 2.000<br />
metros. A Proteaceae Roupala lucens é das poucas espécies <strong>de</strong> porte eleva<strong>do</strong>,<br />
qüe <strong>do</strong>minam nas gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s'. Também Cunoniaceae, Teaceae,<br />
Magnoliaceae e Clethraccae fazem parte das matas <strong>de</strong>ssas regiões.<br />
Em certos trechos, a 2.000 metros, ou pouco acima, aparece a Araucária<br />
brasiliana Rich [Araucária angustijolia (Bertol.) O. Ktze.], em formações<br />
mais ou menos <strong>de</strong>nsas. Aí, no limite nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> sua distribuição<br />
geográfica, essa espécie não aparece em formações tão típicas e extensas,<br />
como no seu "habitat" próprio, no sul. Não obstante', já vimos no Itatiaia<br />
imponentes exemplares <strong>de</strong> 1 (um) metro <strong>de</strong> diâmetro ou mais.<br />
Po<strong>do</strong>carpus Lambertii, planta característica das Serras da Mantiqueira,<br />
Bocaina e outras, é encontrada no Itatiaia, mas, só na região nor<strong>de</strong>ste<br />
(Serra Negra).<br />
A forte insolação nos altos da serra, ao la<strong>do</strong> da baixa temperatura,<br />
impe<strong>de</strong> que a maioria das plantas da mata pluvial possa se estabelecer<br />
acima <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada altitu<strong>de</strong>. Dizem que a insolação mais forte substitue<br />
a baixa <strong>de</strong> temperatura; mas, em relação às Pteri<strong>do</strong>phyta, não se<br />
po<strong>de</strong> comprovar facilmente essa teoria. E' verda<strong>de</strong> que se acham, ocasionalmente,<br />
nas gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s algumas espécies humbrófilas em lugares<br />
bastante isola<strong>do</strong>s; mas, isto é <strong>de</strong> certo conseqüência da maior umida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> ar e da nebulosida<strong>de</strong> mais freqüente. Infelizmente, não possuímos <strong>de</strong><br />
nossa região observações exatas sobre a insolação e a nebulosida<strong>de</strong>, o que<br />
permitiria conclusões certas sobre a influência <strong>de</strong> um e <strong>de</strong> outro <strong>de</strong>sses<br />
fatores.<br />
Embora os pontos mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Itatiaia não ultrapassem os limites<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s quais é possível a formação das matas, há gran<strong>de</strong>s<br />
extensões <strong>de</strong> campos no planalto e nas encostas da serra. Esses campos<br />
são, em parte, sem dúvida, <strong>de</strong> origem natural, influencia<strong>do</strong>s por fatores<br />
físicos, como a natureza <strong>do</strong> solo, a insolação e a freqüência <strong>do</strong>s ventos<br />
secos. Só nos pontos mais favoráveis, abriga<strong>do</strong>s contra os ventos <strong>de</strong>ssecantes,<br />
nos vales e gargantas, observam-se formações <strong>de</strong> matas, que<br />
atingem os lugares mais eleva<strong>do</strong>s.<br />
As queimadas aci<strong>de</strong>ntais, incontroladas, teem naturalmente aumenta<strong>do</strong><br />
a extensão <strong>de</strong>sses campos. E' bem difícil, se não impossível,, para as<br />
espécies florestais, a reconquista <strong>de</strong> terrenos <strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>s pelo fogo. Encontram-se,<br />
freqüentemente, outras formações, como, por exemplo, <strong>de</strong> Bam-