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Mecatrônica Atual

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Associada da:<br />

Editora Saber Ltda<br />

Diretor<br />

Hélio Fittipaldi<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Editor e Diretor Responsável<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Revisão Técnica<br />

Eutíquio Lopez<br />

Redação<br />

Augusto Heiss<br />

Rafaela Turiani<br />

Publicidade<br />

Caroline Ferreira<br />

Nikole Barros<br />

Designer<br />

Diego Moreno Gomes<br />

Colaboradores<br />

Adriano Oliveira, Alex Pisciotta, Cesár Cassiolato,<br />

Cleiton Rubens Formiga Barbosa, Delcio Prizon,<br />

Igor Marcel Gomes Almeida, Edson A. de Araujo<br />

Querido de Oliveira, Emerson Luiz Anaia Duque,<br />

Fabiano Rosa, Francisco José Grandinetti,<br />

Luiz Eduardo N. do Patrocinio Nunes,<br />

Marc Solomon, Rob Hockley, Ron Beck<br />

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />

publicidade@editorasaber.com.br<br />

Capa<br />

Banco de imagens - www.sxc.hu<br />

Impressão<br />

Neograf Gráfica e Editora<br />

Distribuição<br />

Brasil: DINAP<br />

Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />

ASSINATURAS<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />

atendimento das 8:30 às 17:30h<br />

Edições anteriores (mediante disponibilidade de<br />

estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330,<br />

ao preço da última edição em banca.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />

Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />

administração, publicidade e correspondência:<br />

Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />

03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />

Associação Nacional<br />

das Editoras de Publicações Técnicas,<br />

Dirigidas e Especializadas<br />

Marketing Industrial<br />

Nesta edição trazemos a contribuição do Adriano<br />

Oliveira, responsável pelo Departamento de Marketing<br />

da Mectrol. O artigo sobre “Marketing Industrial” foi o<br />

resultado de uma conversa que tivemos a respeito desse<br />

assunto em nosso país, e a maneira pouco profissional<br />

como ele é tratado. Muitos pensam que marketing é uma<br />

coisa trivial e que qualquer um pode ser contratado para<br />

dirigir as ações da empresa, claro que sob a supervisão<br />

do dono ou do gerente de vendas, mas sem autonomia<br />

e poder de decisão.<br />

Quem assume esta função, por mais boa vontade<br />

que tenha, sem um embasamento técnico não consegue<br />

Hélio Fittipaldi<br />

valorizar a marca da empresa e nem promover as vendas.<br />

Mesmo o recém-formado em Marketing, sem experiência, pode tornar-se uma péssima<br />

solução para a empresa.<br />

O produto industrial com vendas de empresa para empresa, o conhecido B2B, é geralmente<br />

de produtos que requerem uma venda com suporte técnico, sendo de média e longa<br />

maturação. A equipe de vendas está preparada adequadamente para a venda acontecer?<br />

O vendedor conhece bem os produtos que está vendendo? Quantas horas de treinamento<br />

passou neste último ano? O material referente a vendas, catálogos, amostras, etc,<br />

é bem feito? E os banners?<br />

Quantos não se julgam aptos a fazer um banner acreditando que está "bonitinho", e<br />

quando o publicam no site... não geram contatos e nem conseguem valorizar a marca?<br />

Nessa hora, o "errado" passa a ser o site que hospeda e não o "artista" que executou<br />

o banner. Outra coisa que não se tem atenção, normalmente, é levantar a estatística de<br />

acessos (clicks) e visualizações (views). Sem este controle não iremos notar que pequenas<br />

modificações no layout do banner podem gerar muitos acessos, além daqueles minguados<br />

e costumeiros?<br />

Muitas empresas gastam dinheiro à toa, pois não cuidaram de todos os detalhes e<br />

não fizeram um plano de marketing. Um plano bem feito, além de economizar recursos,<br />

promove a marca e aumenta as vendas. Pensem nisso!<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Submissões de Artigos<br />

Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor, serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar<br />

cada apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>. Iremos trabalhar<br />

com afinco em cada etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor<br />

apresentação dos artigos aceitos em versão impressa e online.<br />

Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial<br />

dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou ideias<br />

oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da<br />

Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados<br />

todos os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade<br />

legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco<br />

assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto<br />

ou desenho, será publicada errata na primeira oportunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por<br />

nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por<br />

alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.<br />

3


índice<br />

Índice de Anunciantes:<br />

Cognex ............................... 05<br />

Altus .................................... 07<br />

Patola ................................... 11<br />

MDA 2013 ............................ 15<br />

Fluid&Process 2013 ........... 17<br />

SPS IPC Drives 2012 ........... 21<br />

4<br />

32<br />

38<br />

Metaltex ............................ 29<br />

Nova Saber ......................... 31<br />

Nova Saber ......................... 47<br />

Mouser ....................... Capa 02<br />

Rio Mech 2012 .......... Capa 03<br />

Festo ............................ Capa 04<br />

27<br />

18<br />

23<br />

27<br />

32<br />

38<br />

40<br />

42<br />

Editorial<br />

Eventos<br />

Gestão da Inovação na<br />

Automação Industrial<br />

Comandos básicos para supervisório<br />

com fala feito em Excel<br />

Controle de Acesso<br />

Automático de Veículos<br />

Profibus – Instalação Avançada<br />

Parte 1<br />

Vírus em Redes Scada: Proteção<br />

Garante o Faturamento<br />

SIL ou não SIL?<br />

Eis a Questão<br />

Avaliação de Propriedades Termodinâmicas<br />

e Termofísicas da Aplicação de<br />

Hidrocarbonetos em Refrigeradores<br />

Notícias:<br />

Nova linha de ferramentas para pneus<br />

fora de estrada, da Schrader .........................................................08<br />

Lentes líquidas para o leitor DATAMAN 300 .......................09<br />

Sensores de Funcionamento por Radar,<br />

da Banner Engineering ....................................................................10<br />

Padrão Ethernet, cada vez mais no chão de fábrica .................10<br />

Novo Detector de Chama, Paragon ...........................................11<br />

Medidor de vazão econômico para gases<br />

de utilidades, da Endress+Hauser ................................................12<br />

Novo analisador de vibração FastTracer, da Sequoia ...........13<br />

Esteira porta-cabos Igus ...................................................................13<br />

Novo Software para Programação de<br />

Máquinas: Fikus VisualCam 17 .......................................................14<br />

Varta Consumer Batteries utiliza VisionPro 3D<br />

na produção de baterias ................................................................14<br />

Equipamentos Médico-hospitalares .............................................16<br />

Portal <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> .................................................................16<br />

Chão de Fábrica<br />

03<br />

06<br />

49


literatura<br />

curso<br />

Setembro<br />

P110 - Automação Pneumática<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 17 a 21 (noturno) e 24 a 26<br />

(Diurno)<br />

Horário: 8h30 às 17h30<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 750 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 780 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Poka Yoke - Técnicas à Prova de Erros<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 20 e 21<br />

Horário: 8h30 às 17h30<br />

Duração: 2 dias/ 16 horas<br />

Investimento: R$ 390 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 420 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Análise de Riscos em Projetos<br />

Organizador: SAE Brasil<br />

Data: 24 e 25<br />

Horário: 8h às 18h<br />

Destinado a técnicos de nível médio, projetistas, acadêmicos de engenharia mecânica<br />

e professores, este livro busca apresentar de forma clara e organizada, toda a<br />

seqüência de passos necessários para o projeto e dimensionamento de circuitos<br />

hidráulicos. Rico em conceitos, figuras, exemplos de aplicações, equacionamentos e<br />

tabelas, ele apresenta a correta forma de dimensionar atuadores lineares e rotativos,<br />

tubulações, bombas e motores hidráulicos, análise de perda de carga (pressão)<br />

e carga térmica, dimensionamento necessário ao reservatório, circuitos série,<br />

paralelo e misto. Aborda também aplicações e dimensionamento de acumuladores e<br />

intensificadores, circuitos seqüenciais, regenerativos e sincronizados, uma introdução<br />

à eletroidráulica, dois apêndices com tabelas de conversão de medidas, normas e<br />

diagramas, além de todas as soluções passo a passo dos exercícios propostos.<br />

Automação Hidráulica - 5a Edição Revisada e <strong>Atual</strong>izada<br />

Autor: Eng. Arivelto Bustamante Fialho<br />

ISBN: 978-85-365-0210-6<br />

Preço: R$ 99,00<br />

Onde comprar: www.novasaber.com.br<br />

Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II<br />

Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP<br />

www.saebrasil.org.br<br />

Train the Trainer - Formação de<br />

Multiplicadores Excelentes<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 27 e 28<br />

Horário: 8h30 às 17h30<br />

Duração: 2 dias/ 16 horas<br />

Investimento: R$ 640 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 670 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

PN152 - Tecnologia de Vácuo para<br />

Sistemas Handling<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 27<br />

Horário: 8h30 às 17h30<br />

Duração: 1 dia/ 8 horas<br />

Investimento: R$ 450 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 470 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Outubro<br />

Gestão de Custos Industriais<br />

Organizador: SAE Brasil<br />

Data: 8 e 9<br />

Horário: 8h às 18h<br />

Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II<br />

Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP<br />

www.saebrasil.org.br<br />

Veículos Elétricos e Híbridos<br />

Organizador: SAE Brasil<br />

Data: 26 e 27<br />

Horário: 8h às 18h<br />

Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II<br />

Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP<br />

www.saebrasil.org.br<br />

Eletrônica Embarcada – Algoritmos<br />

e Estrutura de Dados – E-learning<br />

Organizador: SAE Brasil<br />

Data: 6 a 27<br />

Horário: 9h às 18h<br />

Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II<br />

Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP<br />

www.saebrasil.org.br


notícias<br />

Nova linha completa de<br />

ferramentas para pneus fora<br />

de estrada, da Schrader<br />

São sete ferramentas portáteis para a desmontagem<br />

de pneus agrícolas e off road, além de três acessórios,<br />

que agregam tecnologia superior, ergonomia,<br />

leveza e mobilidade. O resultado é mais segurança<br />

e redução significativa no tempo de troca, uma<br />

operação complexa uma vez que alguns modelos<br />

de pneus podem chegar até 4 metros de diâmetro<br />

A Schrader International, fornecedora de soluções de sensores,<br />

válvulas para pneus e componentes para sistemas de ar condicionado<br />

diversifica os seus negócios e introduz no país a primeira<br />

linha completa de ferramentas hidráulicas para desmontagem<br />

de pneus agrícolas e OTR (Off Tire Road). A companhia anuncia<br />

também os investimentos em equipe técnica de campo altamente<br />

especializada nesta linha de ferramentais para assessoria aos<br />

clientes, além do novo Centro de Formação OTR localizado<br />

em Jacareí, no estado de São Paulo, na sede da Schrader, para a<br />

capacitação de revendas e usuários no uso das novas tecnologias.<br />

As ferramentas hidráulicas para desmontagem de pneus<br />

da Schrader, comercializadas na França, EUA, China e agora<br />

também no Brasil, estão divididas em duas linhas distintas:<br />

linha agrícola – direcionada para pneus de tratores e de alta<br />

flutuação, para os mais diferentes tipos e tamanhos de aros;<br />

e linha OTR – destinada para pneus de veículos usados nas<br />

áreas de mineração, logística portuária e infraestrutura (construção<br />

e terraplanagem), como pás carregadeiras, caminhões<br />

fora de estrada e motoniveladoras. Na parte de acessórios, a<br />

empresa apresenta também o dispositivo Barjuky, a Bomba<br />

Hidropneumática e o Distribuidor Hidráulico para o uso de<br />

mais ferramentas simultaneamente.<br />

“O setor agrícola deve crescer exponencialmente no Brasil,<br />

país que é um grande celeiro mundial, com o aumento da população<br />

e a necessidade de volumes cada vez maiores de alimentos.<br />

Também acreditamos na demanda crescente de infraestrutura<br />

com os Jogos Olímpicos e a Copa, além do aquecimento do<br />

setor de mineração. Fatores que impõem como imperativo a<br />

eficiência e otimização de recursos e que são campos férteis<br />

para a boa aceitação de nossas ferramentas off road”, diz Carlos<br />

Storniolo, diretor geral da Schrader Brasil.<br />

O lançamento da Schrader é inovador. A empresa introduz<br />

no Brasil ferramentas funcionais sem paralelo no mercado. São<br />

soluções profissionais que substituem alavancas, marretas e<br />

outras ferramentas rudimentares perigosas por equipamentos<br />

modernos e adequados ao trabalho, que resultam em mais<br />

segurança e redução significativa no tempo de troca dos pneus<br />

(operação complexa que pode envolver pneus de até quatro<br />

metros de altura, como os modelos utilizados nos veículos da<br />

área de mineração).<br />

8<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Outros benefícios relevantes são tecnologia superior, ergonomia,<br />

leveza e mobilidade. As ferramentas Schrader são portáteis<br />

(atingindo no máximo 50 centímetros de comprimento e 25<br />

centímetros de largura), ergonômicas (em formato apropriado<br />

com hastes para segurar e prender no pneu) e leves (em média<br />

11 kg), podendo ser levadas até o lugar de sua utilização.<br />

“A relação custo-benefício da linha de destalonadores Schrader<br />

é muito boa, já que cada equipamento se paga com alguns<br />

poucos dias de uso, se levarmos em consideração que uma<br />

máquina agrícola ou de OTR parada significa perda de dinheiro.<br />

Ou mesmo, se considerarmos a possibilidade de dano no pneu,<br />

que frequentemente ocorre no processo manual de troca que<br />

ainda predomina nas empresas. Pneus off road podem custar até<br />

R$ 80 mil cada, dependendo do tamanho”, destaca Storniolo.<br />

Ferramentas Hidráulicas<br />

Destalonadores Compact e Mini-Kousma<br />

O modelo Compact (5 kg) é utilizado para afastar o pneu e a<br />

roda com uma força de 2.500 kg. É indicado para aro simples ou<br />

de uma única peça, de veículos agrícolas (como tratores), com<br />

diâmetros variados e pneus de alta flutuação. Já o Mini-Kousma<br />

(8,7 kg), possui a mesma função do anterior, mas imprime uma<br />

força de 2.830 kg.<br />

Destalonador Shuttle-T<br />

O modelo Shuttle-T (6,8 kg), capaz de imprimir força de destalonamento<br />

de 13.700 kg, foi desenvolvido para veículos fora de<br />

estrada com aros de cinco peças e diâmetros entre 25” e 45”.<br />

Destalonadores Kousma e Maxi-Kousma<br />

O modelo Kousma (13,2 kg), capaz de imprimir uma força<br />

de destalonamento de 4.536 kg, foi desenvolvido para veículos<br />

fora de estrada com aros de três peças e diâmetro entre 25”<br />

e 29”. O Maxi-Kousma (13,5 kg), por sua vez, possui a mesma<br />

função do Kousma, com a mesma força e comprimento do


O destalonador<br />

Kousma (13,2 kg)<br />

e Maxi-Kousma<br />

(13,5 kg) com<br />

força de 4.536 kg,<br />

de veículos fora<br />

de estrada, da<br />

Schrader.<br />

gancho de aperto maior, mas atende aros de três peças<br />

com diâmetros igual ou maior que 29”.<br />

Destalonador Magma<br />

O modelo Magma (12 kg), capaz de imprimir força de<br />

destalonamento de 20.000 kg, foi desenvolvido para aros de<br />

veículos fora de estrada de grandes dimensões, com diâmetros<br />

entre 45” a 63”.<br />

Acessórios<br />

Bomba Hidropneumática<br />

Utilizada em todas as ferramentas hidráulicas, o equipamento<br />

de funcionamento ar-hidráulico depende de uma<br />

linha de ar comprimido que ofereça no mínimo 100 libras<br />

de pressão para funcionar e amplifica a pressão de saída<br />

hidráulica para 700 bar ou 10.000 psi. Não requer esforço<br />

do operador e mantém bombeamento contínuo de óleo<br />

para alimentação da ferramenta com vazão de até 0,7 l/min.<br />

Distribuidor Hidráulico<br />

O distribuidor hidráulico é um produto desenvolvido<br />

pela Schrader, especialmente para a necessidade brasileira,<br />

que junta o acionamento de até quatro destalonadores ao<br />

mesmo tempo em uma mesma bomba. O dispositivo agiliza<br />

ainda mais a troca do pneu, na medida em que quatro destalonadores<br />

afastam todo a extensão do diâmetro do pneu.<br />

Dispositivo Barjuky<br />

É um produto mecânico que auxilia na liberação do<br />

anel-trava e demais flanges, permitindo a troca do anel de<br />

vedação (O’Ring) sem remover o pneu do aro e veículo. Está<br />

disponível na versão R155134 ( para aros com diâmetros<br />

entre 25” e 39”) e R155135 ( para aros com diâmetros entre<br />

29” e 51”). Oferece total segurança e agilidade na operação,<br />

garantindo mobilidade plena para o uso do dispositivo.<br />

//notícias<br />

Lentes líquidas para o leitor de<br />

código de barras DATAMAN 300<br />

A Cognex anunciou o acréscimo de lentes líquidas para<br />

as séries de leitores de código de barras de montagem fixa,<br />

DataMan ® 300. O novo acessório permite que qualquer leitor<br />

DataMan 300 seja atualizado facilmente a partir de foco fixo para<br />

foco automático. A tecnologia de foco automático variável das<br />

lentes líquidas é ideal para aplicações que exijam uma grande<br />

profundidade de campo, ou quando um novo foco seja necessário<br />

depois de uma mudança de produto.<br />

"A lente líquida é um poderoso adicional à nossa série de leitores<br />

de identificação DataMan 300," diz Carl Gerst, vice-presidente<br />

e gerente da unidade de negócios, sobre os produtos de identificação.<br />

"O recurso de foco automático torna o ajuste a diferentes<br />

distâncias de trabalho tão simples quanto apertar um botão".<br />

O recurso de ajuste inteligente do DataMan 300 seleciona<br />

automaticamente a melhor configuração para iluminação integrada<br />

e para foco automático para cada aplicação. Esse processo de<br />

ajuste garante que o leitor de código de barras será configurado<br />

para alcançar as taxas de leitura mais altas possíveis para 1-D, 2-D<br />

e DPM (códigos de marcação direta na peça). As lentes líquidas<br />

também podem ser ajustadas com software ou comandos de<br />

série sem a necessidade de tocar o leitor.<br />

Para leitura de apresentação, leitura de palete e aplicações<br />

com classificação de pacote pequeno, as lentes líquidas podem ser<br />

configuradas para percorrer o alcance focal total das óticas e ler<br />

códigos de barras sob uma vasta gama de distâncias de trabalho.<br />

O DataMan 300 está disponível em dois modelos. Ele tem uma<br />

resolução de 800x600 pixels, e o DataMan 302 é um modelo de<br />

alta resolução, com 1280x1024 pixels. Este último é ideal para<br />

leitura de códigos DPM pequenos, geralmente encontrados em<br />

aplicações nas indústrias eletrônicas e automotivas.<br />

Os leitores DataMan utilizam os mais avançados algoritmos<br />

de leitura de códigos. 1DMax+ usa a tecnologia Hotbars<br />

(de patente pendente), que pode localizar e extrair dados de<br />

códigos mais facilmente e com maior precisão que qualquer<br />

outro sistema. O algoritmo 2DMax+ fornece desempenho de<br />

leitura superior em código 2-D (com marcações precárias ou<br />

danificadas em ambas as linhas estacionárias) e de alta velocidade.<br />

O acessório lente líquida para o DataMan 300 está disponível.<br />

Para obter mais informações sobre a série DataMan 300, visite<br />

www.cognex.com/300.<br />

O leitor de código de barras, agora com lentes líquidas, da Cognex.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

9


notícias<br />

Sensores de Funcionamento por Radar<br />

Detecção Confiável de Objetos Estacionários (ou<br />

em Movimento) em todas as Condições Climáticas<br />

A Série R-GAGE, da Banner Engineering (www.bannerengineering.com),<br />

detecta veículos e ajuda a prevenir colisões.<br />

Lançada por essa empresa, a nova série de sensores baseados em<br />

radar, possui recursos aperfeiçoados para detectar grandes objetos<br />

em difíceis situações externas. Os sensores R-GAGE são aplicados<br />

na prevenção de colisões e no monitoramento de veículos em<br />

portos de contêineres, sistemas de trânsito e estacionamento,<br />

manufatura, mineração, manuseio de materiais e ferrovias.<br />

Os novos sensores proporcionam a redução de 'zona morta',<br />

detectando objetos mais próximos. O radar de onda contínua<br />

de frequência modulada (FMCW, na sigla em inglês) oferece<br />

detecção confiável em quase todas as condições climáticas, não<br />

sendo afetado por chuva, neve, vento, nevoeiro, luz, umidade<br />

ou temperatura. Ele também detecta objetos estacionários que<br />

não podem ser detectados pelo radar Doppler.<br />

Os sensores oferecem dupla zona de detecção para prevenir<br />

colisões entre guindastes portuários. Além disso, podem aumentar<br />

a eficiência na movimentação de contêineres, fornecendo<br />

informações precisas de posição ao operador do guindaste.<br />

Há modelos disponíveis para aplicações que necessitam longo<br />

alcance (até 40 m), grande amplitude e feixe estreito. Todos<br />

apresentam a facilidade de configuração através de chaves DIP,<br />

sem necessidade de PC.<br />

Padrão Ethernet, cada vez<br />

mais no chão de fábrica<br />

Vantagens da tecnologia foram apresentadas no<br />

Workshop Internacional de Automação e Tecnologia<br />

da Informação, que o SENAI/SC promoveu<br />

em Florianópolis<br />

O padrão de redes Ethernet, antes usado principalmente<br />

nos ambientes de escritório e doméstico, está ganhando cada<br />

vez mais espaço também no ambiente fabril - e promovendo a<br />

comunicação entre equipamentos e entre centrais de controle e<br />

o chão de fábrica. Para se ter uma ideia, somente a especificação<br />

Profinet, uma das adequações possíveis das redes Ethernet no<br />

ambiente industrial e a mais utilizada, aumentou o número de nós<br />

(ponto de rede) a uma taxa de quase 40% ao ano na última década.<br />

A tecnologia foi uma das tendências apresentadas no<br />

Workshop Internacional de Automação e Tecnologia da Informação<br />

e Comunicação, em Florianópolis. O evento gratuito, foi<br />

promovido pelo SENAI de Santa Catarina, entidade do Sistema<br />

Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).<br />

10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Os sensores são<br />

baseados em<br />

radar e possuem<br />

longo alcance<br />

(canto superior<br />

esquerdo), grande<br />

amplitude (canto<br />

superior direito)<br />

e feixe estreito<br />

(parte inferior).<br />

contêiner.<br />

Os sensores ajudam a prevenir colisões de guindastes em<br />

portos de contêiner.<br />

Com a tendência entre as empresas de aumentar a disponibilidade<br />

das plantas fabris para ter uma constância ou aumento na<br />

produção, e de conseguir produzir de maneira mais flexível – de<br />

acordo com a demanda – o controle das fábricas à distância<br />

aumenta sua importância. Com ele, é possível que um centro<br />

de decisão acompanhe, controle e otimize o fluxo de produção<br />

em vários pontos, distantes geograficamente.<br />

Essa integração escritório-fábrica, no entanto, muitas vezes<br />

esbarra nas diferenças de padrão de comunicação entre máquinas<br />

e entre máquinas e computadores, o que não acontece quando<br />

o padrão Ethernet é adotado. “Um dos principais benefícios<br />

do uso da Ethernet é a possibilidade de usar o mesmo padrão<br />

desde o escritório até o chão de fábrica, trazendo uma redução<br />

de interfaces, além de possibilitar a transparência fácil de dados<br />

em qualquer ponto da planta”, explica Robert Gries Drumond,<br />

responsável pela área de negócios da Siemens Factory Automation<br />

no Brasil, que falou sobre o tema no Workshop Internacional.<br />

Segundo ele, que também é vice-presidente da Associação<br />

Profibus/Profinet da Regional Brasil, a comunicação via padrão<br />

Ethernet proporciona maior produtividade e redução de custos de<br />

instalação, operacionalização e manutenção. Isso porque a adoção


Novo Detector de Chama: Paragon<br />

O Paragon é o detector de chama capaz de realizar<br />

também a leitura da temperatura da chama. Este detector<br />

faz parte da série de produtos integrais da Fireye para a segurança<br />

em combustão, em ambientes de multiqueimadores,<br />

ou mesmo de queimadores simples. Embora se utilize apenas<br />

da radiação IR, é indicado para queima de gás e óleos, leves<br />

e pesados, e de uma variedade de carvões, pois possui avançadas<br />

técnicas de sensoriamento e discriminação de chama,<br />

tais como flicker frequency e comparação da assinatura da<br />

chama aprendida com sinal em tempo real<br />

Para tanto, o detector de chama possui dois sensores: um<br />

detecta a existência da chama e o outro infere a temperatura<br />

da mesma, por meio da técnica do corpo negro. Ele ainda<br />

realiza auto-diagnóstico, incorpora 3 relés de chama internos<br />

(um para a temperatura e dois para a chama) e dois sinais 4-20<br />

mA (temperatura e chama), que se comunicam diretamente<br />

com o sistema BMS (Burner Management System), eliminando<br />

assim a necessidade de controladores ou outros módulos.<br />

O Paragon foi concebido para diversas aplicações, entre<br />

elas, as que dependem de combustão acima de ou em determinada<br />

temperatura, assim como incineradores, combustão<br />

de gases de processo e aplicações com baixíssima emissão<br />

de NOx. O equipamento também interage com o software<br />

FEX1 (Fireye Explorer), o qual permite ao usuário obter maior<br />

controle e mais informações sobre o funcionamento do<br />

detector de chama Paragon e da combustão.<br />

A Vorah representa e distribui os produtos e serviços<br />

Fireye em todo o Brasil.<br />

de padrão também unifica o uso dos sensores, cabeamento e<br />

atuadores – já que não é preciso comprar para cada um dos<br />

padrões. “É possível ajudar o cliente a reduzir os custos em<br />

até 40% em todo ciclo de vida da planta”, garante. Isso, claro,<br />

sempre assegurando o real-time, ou seja, a certeza de a comunicação<br />

será feita no tempo necessário. Afinal, no ambiente<br />

fabril, diferente do uso doméstico, décimos de segundo de<br />

atraso na comunicação entre máquinas fazem toda a diferença.<br />

Comparado aos outros padrões, Drumond afirma que o<br />

Ethernet possui alto desempenho, quantidades de equipamentos<br />

conectáveis praticamente ilimitados e uma operação<br />

mais simples. No mais, permite tanto o uso comum de redes<br />

(acesso a servidor, conexão entre máquinas, internet), sem<br />

comprometer as necessidades especiais do cliente industrial.<br />

O Workshop Internacional de Automação e Tecnologia da<br />

Informação, do SENAI/SC, contou com palestras com representantes<br />

das empresas de referência como Cisco, Siemens<br />

e da Sociedade Fraunhofer, uma das principais instituições<br />

de pesquisa e inovação tecnológica da Europa. Estiveram<br />

em discussão, temas como robótica, computação em nuvem,<br />

Ethernet industrial, pesquisa aplicada e sustentabilidade.<br />

//notícias<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

Por meio da técnica<br />

do corpo negro,<br />

o Paragon detecta<br />

a existência da<br />

chama e infere a<br />

temperatura da<br />

mesma.<br />

11


notícias<br />

Medidor de vazão econômico<br />

para gases de utilidades,<br />

da Endress+Hauser<br />

Em muitos setores da indústria existem gases como Ar<br />

Comprimido, Nitrogênio, Dióxido de Carbono ou Argônio.<br />

A produção, transporte, distribuição e compra desses gases<br />

consomem uma considerável quantidade de energia e dinheiro.<br />

E o objetivo de qualquer operador está claramente definido:<br />

controle eficiente do processo e baixo custo de operação. O<br />

novo medidor de vazão termal t-mass 150, da Endress+Hauser,<br />

foi desenvolvido com esse objetivo.<br />

Seja para o monitoramento e controle de ar comprimido,<br />

para alocação de custo, detecção de vazamento ou uso em<br />

sistemas de gerenciamento de energia, o t-mass 150, que tem<br />

um turndown de até 100:1, é capaz de medir pequenas vazões,<br />

mesmo em baixa pressão.<br />

Como um medidor de vazão multivariável, o t-mass 150<br />

mede não apenas a vazão mássica, mas também o volume<br />

corrigido de vazão, a temperatura do processo e a vazão<br />

equivalente em free air delivery (FAD). Devido ao princípio de<br />

medição térmica, não é necessário nenhuma compensação de<br />

pressão ou temperatura.<br />

Por conta do “Gas Engine” integrado ao dispositivo, usuários<br />

podem implementar o medidor com excelente flexibilidade. O<br />

“Gas Engine” torna possível mudar entre diferentes gases sem<br />

a necessidade de recalibração.<br />

Para instalação em dutos retangulares ou em tubos de DN15<br />

a DN1500 (1/2” à 60”), disponível em versões em linha e inserção.<br />

Uma grande variedade de conexões de processo pode ser<br />

escolhida, tal como roscas, flanges comuns ou flanges lap-joint.<br />

O sensor em aço inox e o automonitoramento contínuo da<br />

eletrônica fornecem operação confiável por um longo período.<br />

O equipamento pode ser usado em temperaturas de processo<br />

de -40 a +100ºC e pressões de até 40 bar. A operação via o<br />

menu guiado em português, com textos adicionais explicativos,<br />

garante o rápido comissionamento.<br />

Produção eficiente de ar<br />

comprimido – um exemplo<br />

b)<br />

A maior parte da energia usada na produção de ar comprimido<br />

é perdida sem necessidade, seja por meio de vazamentos,<br />

pressão excessiva no sistema ou calor desperdiçado dos compressores.<br />

Como parte de um sistema de gerenciamento de<br />

energia, o t-mass 150 pode fornecer as respostas necessárias<br />

para questões importantes ao consumo de energia ou demanda<br />

regular de ar comprimido.<br />

Outros campos de aplicações estão na correta alocação de<br />

custos da produção de ar comprimido para diferentes setores,<br />

assim como uma medição confiável do consumo para controle<br />

e otimização do processo. Como resultado, esse medidor<br />

econômico permite uma operação econômica. Fa. Proline t-mass B 150 (versão inserção).<br />

Fb. Proline t-mass A 150 (versão inline com flanges).<br />

Fc. Proline t-mass A 150 (versão inline, conexão<br />

roscada).<br />

12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

a)<br />

c)


O FastTracer é usado na manutenção<br />

preditiva, evitando paradas na produção.<br />

Novo analisador de vibração<br />

FastTracer, da Sequoia<br />

A Sequoia apresenta equipamento portátil e compacto<br />

para executar análise de vibrações e detectar<br />

desbalanceamento, folgas, desalinhamento e problemas<br />

de rolamento.<br />

A Manupre, distribuidora exclusiva no Brasil dos produtos<br />

da Sequoia – empresa italiana especializada em soluções<br />

avançadas para monitoramento de vibrações – apresenta<br />

o lançamento FastTracer, um equipamento portátil voltado<br />

à medição e análise de vibrações, ideal para ser usado na<br />

manutenção preditiva. “O produto é essencial para prever<br />

e detectar problemas de desbalanceamento, folgas,<br />

desalinhamento e rolamento. Identificando esses pontos,<br />

é possível prevenir paradas de produção e, consequentemente,<br />

evitar prejuízos financeiros e equipe ociosa enquanto<br />

a máquina é consertada”, orienta o diretor da Manupre,<br />

Fábio Chavernac.<br />

A conexão do FastTracer é feita por meio da porta USB<br />

do computador dando um retorno de medição imediata,<br />

como onda no tempo, espectro de frequências, real, RMS,<br />

pico a pico, aceleração, velocidade e deslocamento. Tudo<br />

isso nos três eixos simultaneamente. “A interface desta<br />

tecnologia permite uma visualização das informações em<br />

tempo real, registra aquisições de dados e fornece relatórios<br />

automáticos, possibilitando o envio pela internet para<br />

suporte remoto ou para medições centralizadas, além do<br />

armazenamento pós-processamento em arquivos de Excel”,<br />

complementa Chavernac.<br />

Outro benefício do equipamento é que ele utiliza a<br />

tecnologia MEMS (Micro-Electro-Mechanical-System), que<br />

significa Micro Sistema Eletromecânico, sendo que o sensor<br />

em três eixos trabalha com mercúrio e dispensa a calibração<br />

periódica, sempre garantindo a segurança e aumentando a<br />

vida útil dos maquinários.<br />

A solução FastTracer é indicada tanto para a indústria<br />

como nas pesquisas ou análises de estruturas. No setor<br />

industrial, sua aplicação é indicada para motores, turbinas,<br />

engrenamentos, rolamentos, ventiladores e sistemas<br />

complexos, permitindo uma rápida visualização de fadiga e<br />

//notícias<br />

Esteira porta-cabos Igus ®<br />

A esteira porta-cabos Igus ® se adequa a todos os tipos de<br />

ambientes e zonas climáticas, e é utilizada em vários tipos de<br />

movimentos e cursos, podendo também ser utilizada na posição<br />

vertical e fazendo os movimentos de “zigue-zague”. Ela melhora a<br />

condução e proteção dos cabos e mangueiras em movimentações;<br />

se adapta a muitas máquinas e acessórios para montagens e ajuda<br />

na condução de cabos “bus” e dados mais sensíveis.<br />

As esteiras porta-cabos Igus ® se aplicam em diversos segmentos<br />

como por exemplo, indústria petrolífera, máquinas para<br />

cortes, guinchos plataformas, empresas que utilizam pontes<br />

rolantes, entres outras.<br />

Esteira porta-cabos<br />

“E6”: 37% mais leve<br />

A segunda geração, a<br />

E6.1, é até 37% mais leve<br />

e mais silenciosa. Além<br />

da facilidade de montá-<br />

-la e da possibilidade de<br />

uso em outros tipos de<br />

aplicação construtiva.<br />

Essas alterações tornam<br />

a proteção de seus<br />

cabos e tubos mais resistente,<br />

fazendo com<br />

que aumente a vida útil<br />

do produto.<br />

Esteira porta-cabos “E6” da Igus ® :<br />

mais leve e mais silenciosa.<br />

desgaste das peças mecânicas analisadas. Já em pesquisa e análise<br />

de estrutura pode monitorar edificações, pontes e estruturas em<br />

geral, por conta de sua sensitividade mesmo em casos de vibrações<br />

em baixas frequências.<br />

Características técnicas:<br />

- Pequeno (30 x 55,5 x 15 mm), tamanho similar a uma caixa<br />

de fósforo;<br />

- Baixo peso (55 g);<br />

- Fácil de transportar;<br />

- Fornecido com CD para instalação imediata;<br />

- Resistente a choque mecânico de até 10000g;<br />

- Proteção IP67;<br />

- Imunidade contra distúrbios garantida pela comunicação digital;<br />

- Possibilidade para extensão de cabo de até 30 m;<br />

- Registro em banco de dados;<br />

- Configurável em várias escalas de alarmes em baixas e altas<br />

frequências.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

13


notícias<br />

Novo Software para Programação<br />

de Máquinas: Fikus VisualCam 17<br />

A Fitso - Soluções em Tecnologia CAD/CAM/CAE em parceria<br />

com a Metalcam apresentou o lançamento da nova versão<br />

do Fikus VisualCam, software para programação de máquinas<br />

com controle númerico CNC, tais como tornos, centros de<br />

torneamento, eletroerosão a fio, corte a fio e jato d'água.<br />

O Fikus VisualCam 17 traz uma série de melhorias em todas<br />

as aplicações, novas funcionalidades e desenvolvimentos para<br />

melhorar a automação e a produtividade. Conheça algumas delas:<br />

Torno 2 Eixos<br />

A fim de calcular mais precisamente o tempo de processos,<br />

é possível definir o avanço rápido e o tempo de troca das ferramentas<br />

em cada máquina. Também pode-se colocar o arquivo<br />

de tabela de ferramentas em uma pasta definida pelo usuário,<br />

e compartilhá-la entre vários usuários.<br />

Visualização padrão (ZX+ ou ZX-) na configuração da<br />

máquina. Agora podemos escolher a visualização padrão do<br />

torno, em X negativo ou positivo, para coincidir com o layout<br />

da máquina usada.<br />

Verificação de colisão para ferramentas de canal com ângulo.<br />

Verificações de colisão de ângulos em ferramentas de canal<br />

foram adicionadas ao cálculo.<br />

Eletroerosão a Fio<br />

Agora, você pode importar as trajetórias e processos completos<br />

de outro arquivo Fikus. Assim, se tivermos um arquivo<br />

no qual criamos uma estratégia de usinagem e implementamos<br />

diferentes processos, aplicaremos essa mesma estrutura para<br />

um novo arquivo, simplesmente importando a usinagem para<br />

o novo arquivo.<br />

Ponto de troca da tecnologia definido pelo usuário. Agora<br />

é possível definir o ponto onde ocorre a troca de tecnologia,<br />

sendo viável definir esse ponto também no movimento de<br />

entrada e no contorno.<br />

Diferentes tipos de movimentos de entrada/saída para o contorno<br />

foram adicionados: livre, perpendicular, tangente “gota”,<br />

tangente semicircular, tangente “bala”, tangente “sino”, etc.<br />

Centro de Torneamento<br />

Suporte aos centros de torneamento: 2 Spindles/ 2 Torres,<br />

1 Spindle/ 2 Torres, 3 ou mais Spindles / Torres. Eixos X,Y,Z,B<br />

e C são alguns dos exemplos suportados.<br />

Implementado um novo algoritmo computacional para gerar<br />

o contorno de revolução de um conjunto de superfícies 3D. Este<br />

recurso é particularmente útil para usinagem de peças com a<br />

tecnologia combinada de Centro de Torneamento, quando a obtenção<br />

do contorno de revolução do torno não é óbvia nem fácil.<br />

Software de excelente custo/ benefício, com rápida curva<br />

de aprendizagem e em língua portuguesa. Com menus rápidos,<br />

poucos cliques e assistentes para facilitar o desenvolvimento<br />

da programação NC.<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Varta Consumer<br />

Batteries utiliza<br />

VisionPro 3D na<br />

produção de baterias<br />

A Varta Consumer Batteries GmbH & Co. KgaA, em<br />

Dischingen, Alemanha, produz cerca de 1 bilhão de baterias<br />

portáteis anualmente. A fim de atender às demandas dos<br />

clientes por qualidade dos produtos, a empresa depende de<br />

um alto grau de automação. A Varta tem limites rígidos de<br />

tolerância para a produção de pilhas, especificamente para<br />

as interfaces para transferência de energia (ou seja, os polos<br />

positivo e negativo). Baterias que tenham falhas mecânicas<br />

ou defeitos de desempenho devem ser rejeitadas. No entanto,<br />

a empresa também se preocupa com a preservação<br />

da eficiência de produção e redução de custos e, por isso,<br />

é importante inclusive manter a proporção de rejeições a<br />

mais baixa possível.<br />

A Varta aku.automation selecionou sistemas de visão<br />

compostos com o software VisionPro ® 3D e uma câmera<br />

SmartRay 3D. Eles foram bem-sucedidos na obtenção de<br />

100% de detecção de falhas e de rejeição mínima de peças<br />

aceitáveis em sete linhas de produção com este sistema de<br />

visão alocado.<br />

Uma diferença pequena, mas importante<br />

Até a introdução de sistemas de visão industrial, seres<br />

humanos inspecionavam produtos para identificar possíveis<br />

defeitos mecânicos. Em 2010, a Varta passou a utilizar visão<br />

2-D para detectar defeitos de qualidade causados por<br />

contaminação e distorção mecânica ao invés de pessoal.<br />

Entretanto, esses sistemas identificavam pseudo-rejeições<br />

a uma taxa inaceitável de 8 a 10%. Mesmo as mais pequenas<br />

partículas de contaminação, que não tinham qualquer<br />

efeito negativo sobre qualquer desempenho da bateria ou<br />

sua aparência, eram classificados pelos sistemas de visão<br />

2-D como defeitos.<br />

A Varta aku.automation resolveu este problema usando<br />

uma câmera SmartRay 3-D em combinação com o poderoso<br />

software VisionPro ® 3D. Este novo sistema fez a diferenciação<br />

entre a contaminação e distorção mecânica fácil e<br />

reduziu as taxas de pseudo-rejeição para um nível aceitável.<br />

Desempenho sem limites<br />

No processo de testes do sistema de visão 3-D, a Varta<br />

usou o software VisionPro 3D para compilar um catálogo<br />

extenso de amostras de referência. Ela é capaz de diferenciar<br />

com sucesso a contaminação e defeitos mecânicos, graças ao<br />

histograma e à ferramenta de análise de blobs do VisionPro<br />

3D, entre outras coisas. As capacidades de multiprocessamento<br />

do VisionPro 3D entregam o suporte a aplicações de<br />

alta velocidade que a Varta requer e o VisionPro 3D permite<br />

que o sistema 3D faça uso das capacidades máximas dos<br />

dispositivos multinúcleos modernos.


notícias<br />

Equipamentos médico-hospitalares<br />

Estratégia da SKF consiste em aumentar o índice<br />

de nacionalização do segmento e reduzir as perdas<br />

da balança comercial<br />

A SKF do Brasil está atenta ao saldo negativo da balança<br />

comercial no setor da Saúde, que deve atingir a cifra recorde<br />

de US$ 12 bilhões neste ano. Para ajudar a minimizar essas<br />

perdas, a companhia sueca decidiu aportar por aqui com uma<br />

plataforma de produtos e serviços em mecatrônica. Essa tecnologia<br />

auxilia, por exemplo, no acionamento e controle de<br />

movimento de camas hospitalares ou cadeiras odontológicas.<br />

Com a chegada dessa ciência no Brasil, a empresa espera que<br />

fabricantes de equipamentos médico-hospitalares aumentem o<br />

índice de nacionalização de suas máquinas e ajudem a diminuir<br />

o déficit transacional na Saúde.<br />

“Enquanto o Governo Federal negocia a instalação de<br />

fábricas no País com grandes fabricantes de equipamentos<br />

médico-hospitalares, podemos fornecer produtos e serviços<br />

em mecatrônica que ajudam a melhorar o desempenho, a<br />

produtividade e a eficiência dessas máquinas. São sistemas<br />

mecânicos, eletrônicos e de controle totalmente integrados e<br />

dotados de moderna tecnologia”, conta Paola Jimenez, gerente<br />

de Produtos em <strong>Mecatrônica</strong>.<br />

16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

No segmento médico, a SKF conta com uma extensa linha<br />

de produtos que vão desde guias e atuadores lineares até pilares<br />

telescópicos. Esses componentes têm a função de ajudar<br />

a empurrar, baixar ou levantar uma cama hospitalar, aparelho<br />

de tomografia ou cadeira odontológica.<br />

“É um setor que não para de crescer. Somente no ano passado<br />

foram movimentados mundialmente cerca de US$ 690<br />

milhões com a venda de equipamentos médico-hospitalares.<br />

O Brasil é um importante player e estamos atentos às mais<br />

recentes movimentações de mercado. Vamos entrar forte<br />

nessa disputa”, revela Paola.<br />

Além do setor médico, a SKF está de olho em outros setores<br />

importantes, como o de máquinas-ferramenta, alimentos<br />

e bebidas, automotivo, agrícola e petroquímico. “Atuamos no<br />

mundo com cera de 500 engenheiros altamente capacitados<br />

em mecatrônica. É uma equipe qualificada e especializada em<br />

soluções de engenharia avançada. Essa tecnologia está sendo<br />

transferida agora para o Brasil”, detalha a executiva.<br />

O Grupo SKF está presente em 10 países com sua plataforma<br />

de mecatrônica. Tem operações no Canadá, Suécia, Estados<br />

Unidos, Alemanha, Itália, China, Tailândia, Suiça, França e Itália.<br />

“Estamos trazendo para cá diversas opções de produtos e<br />

serviços em mecatrônica. Projetamos faturar em torno de R$<br />

10 milhões a partir de 2015”, antecipa Paola. Todos os produtos<br />

poderão ser adquiridos por meio de venda direta ou pela Rede<br />

de Distribuição SKF.<br />

Veja no Portal:<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Avaliação da Resposta a Transientes de Robôs Industriais<br />

Ao avaliar um robô impulsionado por motor, o consumo de energia do motor e do<br />

controlador devem ser medidos ao mesmo tempo que a velocidade é controlada através<br />

de um padrão de ações.<br />

A empresa que mostra como isso pode ser feito é a Yokogawa que emprega seu<br />

analisador de energia PZ4000.<br />

Por tempo indeterminado, este artigo completo estará disponível gratuitamente no<br />

portal http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/179 . Aproveite!<br />

CLPs e Sensores<br />

Controle de Malha Aberta e em Malha Fechada são as duas formas básicas de Controle<br />

de Processos Industriais.Assim através dos sensores o sistema recebe a confirmação das<br />

ações dos atuadores.<br />

Veja a matéria em http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/862


automação<br />

Gestão da<br />

Inovação na<br />

Automação<br />

Industrial<br />

Neste artigo, veremos alguns aspectos das áreas de<br />

gerenciamento de projetos e inovação aplicados à Automação<br />

Industrial<br />

saiba mais<br />

Gerenciamento de energia elétrica<br />

para redução de demanda<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 33<br />

Gerenciamento de Ferramentas de<br />

Corte<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 44<br />

Gerenciamento de ativos na<br />

manutenção<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />

Critérios para projetos de automação<br />

eficientes<br />

Portal <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

www.mecatronicaatual.com.br/<br />

secoes/leitura/748<br />

A Delcio<br />

18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Prizon<br />

década de 1970 presenciou o desenvolvimento<br />

de uma boa parte de projetos, os<br />

quais culminaram para a implantação da<br />

tecnologia de produção de açúcar e álcool<br />

no país. Destes projetos, boa parte deles<br />

obtiveram sucesso, e foram o resultado de<br />

pesquisas, desenvolvimentos e experimentos<br />

práticos cuja finalidade era viabilizar e<br />

melhorar etapas e processos da produção<br />

açucareira de combustíveis.<br />

A tecnologia foi dominada, produtos<br />

foram criados, e também a primeira crise<br />

do setor foi vivenciada, talvez por falta de<br />

um planejamento mais amplo ou falta de<br />

avaliação dos riscos envolvidos naquele<br />

empreendimento. O gerenciamento das<br />

várias etapas existentes seguiu a intuição e<br />

a experiência dos vários gerentes e empreendedores<br />

envolvidos.<br />

Coincidentemente, na mesma época,<br />

grandes empreendimentos no mundo<br />

inteiro estavam carentes de técnicas que<br />

pudessem otimizar processos, e torná-los<br />

mais gerenciados. Surgiu neste período,<br />

uma tentativa de documentação de boas<br />

práticas de gerenciamento, trabalho este<br />

liderado pelo PMI (Project Management<br />

Institute), na Pensilvânia, Estados Unidos.<br />

Deste trabalho, iniciado em 1969, resultou<br />

um guia do conjunto de conhecimentos em<br />

gerenciamento de projetos (o PMBOK), que<br />

vem sendo atualizado constantemente, e<br />

teve sua quarta edição em 2008.<br />

Mais recentemente em 2006, os guias<br />

para gerenciamento de programas e portfólio<br />

também se tornaram disponíveis. Estes vieram<br />

a complementar todas as macroetapas que<br />

envolvem o gerenciamento dos projetos e<br />

empreendimentos, nos quais estamos cada<br />

vez mais envolvidos, principalmente neste<br />

momento de grandes obras no Brasil.<br />

O trecho descrito no box, extraído de<br />

um livro de geografia inspirou este artigo.<br />

No item 2 será discutida a noção de<br />

gerenciamentos de projetos, programas e<br />

portfólios e seus principais focos. No itens<br />

3 a 5 um detalhamento um pouco maior<br />

de cada modalidade de gerenciamento. Pela<br />

extensão do assunto, este artigo apresenta<br />

uma visão bastante simplificada das modalidades<br />

de gerenciamento, mesmo porque<br />

o objetivo é dar uma visão integrada do<br />

todo e como a aplicação é benéfica quando<br />

adaptada nas corporações.


O Gerenciamento de Projetos,<br />

Programas e Portfólio<br />

Assim como bem definido no PMBOK,<br />

“um projeto é um esforço temporário empreendido<br />

para criar um produto, serviço<br />

ou resultado exclusivo”. Esta definição é<br />

muito feliz pois estabelece bem a fronteira<br />

de como um projeto deve ser concebido.<br />

Ou seja, o caráter temporário nos diz que<br />

todo projeto tem início e fim bem definidos.<br />

O fim será atingido assim que as entregas<br />

planejadas forem criadas.<br />

Temos, portanto, que o gerenciamento<br />

de projetos irá se preocupar com a aplicação<br />

de conhecimentos, habilidades, ferramentas<br />

e técnicas para atender os requisitos necessários<br />

para a criação das entregas. O PMBOK<br />

estabelece como boas práticas a integração<br />

dos processos de iniciação, planejamento,<br />

execução, monitoramento e controle e<br />

encerramento. Todos estes processos se<br />

aplicam à nove áreas de conhecimentos que<br />

são: Integração, Escopo, Tempo, Custos,<br />

Qualidade, Recursos Humanos, Comunicações,<br />

Riscos e Aquisições.<br />

Uma vez entendido o conceito de projeto,<br />

o seu caráter temporário e objetivo bem definido,<br />

podemos então avançar e coordenar<br />

vários projetos simultâneos com a finalidade de<br />

obtenção de um benefício maior, só atendido<br />

pelas entregas conjuntas de todos os projetos.<br />

Neste momento, estaremos atuando com o<br />

conceito de gerenciamento de programa.<br />

O gerenciamento de programa tem um<br />

contexto estratégico bastante definido, pois<br />

certamente, o agrupamento de quais projetos<br />

devem ser coordenados surge de uma visão<br />

corporativa, tipicamente através de um<br />

comitê estratégico ou Steering Committee.<br />

Um exemplo deste objetivo maior pode ser<br />

entendido, no nosso mundo da automação<br />

industrial, como os recentes lançamentos<br />

dos modernos sistemas de automação e<br />

controle, cujo valor é determinado pela<br />

operacionalização de todos os projetos de<br />

hardware e software operando de forma<br />

síncrona e coordenada, gerando um grande<br />

benefício para o usuário.<br />

Subindo um pouco mais no topo da<br />

hierarquia da corporação, nos deparamos<br />

com aspectos estratégicos que vão além de<br />

um sistema composto por vários projetos e<br />

programas. Para cumprir a missão e visão<br />

da empresa, muitas vezes existem outros<br />

programas e projetos que devem ser identificados,<br />

categorizados, avaliados, selecionados,<br />

priorizados e finalmente autorizados. Este<br />

alinhamento dos objetivos e da estratégia<br />

da corporação entra no campo do Gerenciamento<br />

de Portfólio. É através desta ótica<br />

que se estabelece então um novo conceito<br />

de gerenciamento nas empresas (figura 1).<br />

A escolha do Portfólio<br />

A escolha do portfólio se dá através de vários<br />

momentos, sendo um deles no momento em<br />

que as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento,<br />

Marketing, Comercial e outras da corporação<br />

visualizam uma oportunidade de mercado<br />

não atendida pelo atual portfólio disponível.<br />

Tipicamente, acontece uma análise crítica<br />

junto ao corpo estratégico da empresa com o<br />

Perspectiva Financeira<br />

Perspectiva Marketing<br />

Perspectiva Processos Internos<br />

Objetivos<br />

Estratégicos<br />

Perspectiva Recursos Humanos<br />

T1. Exemplo de Balanced Scorecard.<br />

A inspiração<br />

De acordo com Schumpeter, a economia<br />

industrial evolui por meio da “destruição<br />

criadora”. Quando um conjunto de novas<br />

tecnologias encontra aplicação produtiva,<br />

as tecnologias tradicionais são “destruí-<br />

das”, isto é, deixam de criar produtos<br />

capazes de competir no mercado e<br />

acabam sendo abandonadas.<br />

Na fase inicial, ascendente, do ciclo, as<br />

novas tecnologias distinguem os empresários<br />

inovadores dos que continuam<br />

utilizando as tecnologias tradicionais. Os<br />

inovadores são “premiados” com elevadas<br />

taxas de lucros e erguem verdadeiros<br />

impérios empresariais. Na fase de estabilização,<br />

os lucros caem para patamares<br />

menores, pois a maior parte das empresas<br />

adotou o novo conjunto de tecno-<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

objetivo de examinar possíveis soluções. Outra<br />

oportunidade que culminará com um novo<br />

portfólio se dá com a ferramenta Balanced<br />

Scorecard, onde os objetivos estratégicos serão<br />

submetidos à avaliações sob o prisma das áreas<br />

financeira, Marketing, Processos Internos e<br />

a área de Recursos Humanos.<br />

Um exemplo de Balanced Scorecard está<br />

demonstrado na tabela 1.<br />

Na maior parte das vezes surgirão iniciativas<br />

de produtos que serão enviados à<br />

equipe de projetos para pré-análise. Desta<br />

pré-análise é dimensionado o tamanho do<br />

projeto e/ou programa em questão e uma<br />

visão inicial do escopo aparece, muito embora<br />

ainda sem detalhamento.<br />

Indicadores Alvos Iniciativas<br />

logias e a competição tornou-se mais<br />

acirrada. Finalmente, a fase descendente<br />

caracteriza-se por um excesso de oferta<br />

em relação à demanda. As tecnologias<br />

que inauguraram o ciclo tornaram-se, a<br />

essa altura, tradicionais. A queda acentuada<br />

dos lucros prenuncia mais uma<br />

ruptura na base técnica, que deflagrará<br />

novo ciclo.<br />

As ideias de Schumpeter permitem<br />

identificar os cinco ciclos - ou ondas - de<br />

inovação, das fábricas têxteis do século<br />

XVIII até a “era dos computadores” (veja<br />

a figura abaixo).<br />

Fonte: Magnoli, Demétrio e Araújo,<br />

Regina, Projeto de Ensino de Geografia:<br />

natureza, tecnologia, sociedades.<br />

São Paulo, Moderna, prelo.<br />

Ciclos ou Ondas de Inovação na Indústria, desde o século XVIII até os dias de hoje.<br />

19


automação<br />

F1. Relacionamento dentro da corporação.<br />

Item Investimento<br />

necessário<br />

Transmissor de<br />

pressão<br />

Transmissor de<br />

temperatura<br />

Sistema de<br />

Monitoramento<br />

Controlador<br />

Programável<br />

Gestão de Ativos<br />

Sistema Wireless<br />

...<br />

T2. Exemplo de Portfólio.<br />

NPV (valor<br />

presente líquido)<br />

Programa Sistema de Automação Industrial<br />

Missão ...<br />

Visão ...<br />

Valores<br />

Benefício 1<br />

...<br />

Sistema Nativo<br />

Fieldbus Foundation<br />

H1 e HSE<br />

Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia<br />

Projeto 2 Módulo ethernet suportando HSE<br />

Benefício 2<br />

Projeto n Servidores OPC com plugin HSE<br />

Suporte ao<br />

Protocolo Profibus<br />

DP e PA<br />

Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia<br />

Projeto 2 Módulo ethernet suportando Profibus DP e PA<br />

...<br />

Benefício n<br />

Projeto n Servidores OPC com plugin SNMP para diagnóstico<br />

Suporte ao<br />

Protocolo<br />

DeviceNet<br />

Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia<br />

Projeto 2 Módulo ethernet suportando DeviceNet<br />

Projeto n Servidores OPC com suporte a Alarmes e Eventos<br />

T3. Exemplo de Programa.<br />

20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Payback Prioridade<br />

Nesta fase é bastante importante o gerenciamento<br />

do portfólio, uma vez que uma<br />

decisão errada aqui, levará a um custo muito<br />

grande a partir de então, e espera-se como<br />

resultado um produto que corresponda as<br />

expectativas da área comercial.<br />

Um exemplo de portfólio possível para<br />

uma empresa de desenvolvimento de produtos<br />

de automação e controle aparece como na<br />

tabela 2. Neste modelo de gerenciamento, a<br />

ferramenta Balanced Scorecard será utilizada<br />

para a garantia do cumprimento dos indicadores<br />

e métricas dos portfólios dos projetos.<br />

O estabelecimento do Programa<br />

Uma vez priorizados os itens do Portfólio,<br />

são então autorizados programas e projetos.<br />

Alguns projetos podem ser melhor gerenciados<br />

como programas, devido a quantidade<br />

de subprojetos. Um exemplo de programa<br />

para uma empresa de desenvolvimento de<br />

produtos de automação e controle, aparece<br />

como na tabela 3.<br />

No caso do ciclo de vida de um programa,<br />

devemos atender o gerenciamento de<br />

resultados e benefícios. O ciclo de vida de<br />

um programa se divide tipicamente em cinco<br />

fases, separadas entre si por revisões de final<br />

de fase (phase-gate reviews). Ver figura 2.<br />

Na fase de Set-up do Programa, normalmente<br />

será gerado um “roadmap” detalhado<br />

que irá direcionar o gerenciamento do<br />

programa e definir suas entregas principais.<br />

Os benefícios são gerados a partir da<br />

fase de Entrega de Benefícios incrementais,<br />

que é também a fase que consome a maior<br />

quantidade de recursos do programa. Uma<br />

atividade importante a ser desempenhada<br />

nesta fase é buscar garantir que atividades<br />

comuns e dependências entre projetos e<br />

outros programas no portfólio sejam coordenadas.<br />

Esta função é desempenhada pelo<br />

Gerente de Programa em conjunto com os<br />

Gerentes de Projeto.<br />

O Gerenciamento do Projeto<br />

Como já foi dito, um projeto é mapeado<br />

nos processos de iniciação, planejamento,<br />

execução, monitoramento/controle e encerramento.<br />

Sempre que aplicável, é recomendado<br />

o desenvolvimento dos planos abrangendo as<br />

várias áreas de conhecimento, que são Integração,<br />

Escopo, Tempo, Custos, Qualidade,<br />

RH, Comunicações, Riscos e Aquisições.<br />

Na fase de iniciação temos a declaração<br />

preliminar de escopo, na qual a empresa


coloca os primeiros requisitos de alto nível<br />

dos projetos, requisitos do produto e limites.<br />

Um exemplo disto poderia ser o projeto<br />

2 do Benefício 1 anterior, onde os requisitos<br />

de alto nível ditarão que o hardware deve<br />

suportar Ethernet 10/100 Mbps, sistema<br />

operacional de tempo real, suporte a TCP/<br />

IP, etc. Veja na tabela 4.<br />

Uma visão geral dos processos de planejamento<br />

é apresentada na figura 3.<br />

Para a fase de planejamento iremos desenvolver<br />

de forma bem detalhada o plano<br />

de gerenciamento do projeto, que incluirá o<br />

desenvolvimento do Escopo através da EAP<br />

(estrutura analítica do projeto) ou WBS (work<br />

breakdown structure), conforme tabela 5.<br />

Com os pacotes de entrega pré-determinados,<br />

é feito o sequenciamento de<br />

atividades para cada pacote de entrega, e<br />

posteriormente é desenvolvido o cronograma,<br />

onde podemos estabelecer a linha<br />

temporal do projeto, conforme figura 4<br />

determinando os caminhos críticos, assim<br />

como determinar custos, orçamentação,<br />

recrutamento do pessoal necessário, decisão<br />

de fazer ou contratar externamente algumas<br />

ou todas as entregas do projeto. Utiliza-se<br />

F2. Ciclo de Gerenciamento de Programa.<br />

F3. Visão geral dos processos de planejamento.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

21


automação<br />

nesta fase tipicamente as ferramentas de<br />

desenvolvimento de cronograma como o<br />

Project ou Open workbench (freeware), mas<br />

dependendo da natureza e complexidade, é<br />

possível inclusive o uso de planilhas Excel.<br />

Devemos a partir deste momento gerar<br />

o plano de riscos do projeto. Devemos encarar<br />

estes riscos como possíveis ameaças<br />

e também oportunidades que porventura<br />

possam existir no projeto.<br />

O primeiro passo será identificar os riscos,<br />

faremos então uma análise qualitativa e<br />

quantitativa (dando ênfase a esta última) e<br />

então poderemos propor as respostas a cada<br />

risco identificado, nos preocupando em<br />

eliminar, mitigar, transferir e até em aceitar<br />

cada ameaça. Para as oportunidades podemos<br />

também provocá-las de forma a amplificar as<br />

probabilidades de ocorrência. Ver tabela 6.<br />

Os projetos da indústria<br />

brasileira<br />

Apesar dos exemplos deste artigo serem<br />

focados em desenvolvimento de produto<br />

para aplicação na automação industrial, estas<br />

mesmas técnicas de gerenciamento têm sido<br />

amplamente aplicadas ao setor industrial como<br />

um todo, ou seja, desde o desenvolvimento<br />

da infraestrutura física de uma nova planta<br />

industrial, assim como na implantação do<br />

sistema de automação no chão de fábrica.<br />

Afinal, tudo acaba sendo mapeado em projetos.<br />

A visibilidade que o Brasil vem atingindo,<br />

principalmente com o Etanol, coloca a<br />

indústria brasileira como uma das principais<br />

fornecedoras de commodities e de tecnologia<br />

do cenário mundial. Temos portanto, um importante<br />

papel na automação industrial neste<br />

momento, que é gerenciar adequadamente os<br />

projetos concebidos pelo nível corporativo.<br />

Com o uso intensivo das boas práticas<br />

de gerenciamento de portfólio, programa e<br />

projetos, podemos nos colocar como grandes<br />

jogadores deste campeonato mundial. As boas<br />

práticas podem ser obtidas através do PMI<br />

e também mediante treinamento adequado<br />

em cursos específicos de gerenciamento.<br />

O gerenciamento de riscos nos mostra<br />

que temos uma grande oportunidade neste<br />

momento e podemos provocá-la ainda mais.<br />

Juntando o treinamento adequado, profissionais<br />

capacitados e a capacidade de inovação<br />

das indústrias nacionais, provocamos o avanço<br />

da automação industrial e vendemos nossa<br />

tecnologia para todo o mundo, o que já vem<br />

acontecendo há alguns anos.<br />

MA<br />

22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

F4. Exemplo de cronograma de projeto.<br />

Declaração Preliminar de Escopo<br />

Projeto Módulo ethernet suportando HSE<br />

Gerente ...<br />

Justificativa ...<br />

Descrição O hardware deve suportar Ethernet 10/100 Mbps, sistema operacional de<br />

tempo real, suporte a TCP/IP, etc.<br />

Premissas A CPU XYZ da Intel pode ser utilizada, uma vez que a performance dos testes<br />

efetuados em Janeiro/2004 foi adequada e eles se mantiveram dentro dos<br />

limites de performance previstos.<br />

Restrições É necessário que o projeto não ultrapasse o custo de desenvolvimento de $$$ e<br />

o produto final tenha um custo de componentes $$.<br />

T4. Declaração Preliminar de Escopo.<br />

Estrutura Analítica do Projeto<br />

Projeto Módulo ethernet suportando HSE<br />

Gerente ...<br />

Entrega 1<br />

Hardware Sub-Projeto 1 Fonte de alimentação Universal<br />

Entrega 2<br />

Item Data<br />

Identificação<br />

1 15/01/2008 Recursos<br />

Humanos<br />

2<br />

...<br />

n<br />

T6. Identificação dos Riscos do Projeto.<br />

Sub-Projeto 2 Hardware ethernet 10/100 Mbps<br />

Sub-Projeto n ...<br />

Firmware Sub-Projeto 1 Sistema Operacional de tempo Real<br />

...<br />

Entrega n<br />

Sub-Projeto 2 Stack TCP/IP<br />

Sub-Projeto n ...<br />

Software de Configuração Sub-Projeto 1 Sistema Configurador de endereços<br />

Sub-Projeto 2 Sistema de troca de firmware<br />

Sub-Projeto n ...<br />

T5. Estrutura Analítica do Projeto.<br />

Categoria Causa Raiz Efeito Probabilidade Impacto<br />

Profissionais capacitados<br />

são assediados<br />

pela concorrência<br />

Atraso de<br />

projeto<br />

20% $$$<br />

Delcio Prizon é engenheiro elétrico com especializaçao em gerenciamento de projetos e gerente de área na<br />

Divisao de Pesquisa e Desenvolvimento da Smar Equipamentos Industriais Ltda.


Comandos básicos<br />

para supervisório<br />

com fala<br />

feito em Excel<br />

Invariavelmente, precisamos extrair e/ou colocar dados no<br />

CLP com uma interface para usuários ou operadores que não<br />

tenham conhecimento em linguagens de programação usadas<br />

nos autômatos. As interfaces hoje são chamadas de supervisórios.<br />

Em alguns casos, o Excel com o VBA pode fazer esta função<br />

para pequenas aplicações e para suprir provisoriamente a falta<br />

de uma IHM de poucas trocas de dados.<br />

Fabiano Rosa<br />

saiba mais<br />

Instalação e Alimentação<br />

de um CLP<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 52<br />

Entenda os CLPs<br />

<strong>Mecatrônica</strong> Fácil 49<br />

Programação de um CLP - Modos<br />

de programação<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 46<br />

CLPs e Sensores<br />

Saber Eletrônica 453<br />

A<br />

través da troca dinâmica de dados entre<br />

softwares é possível ler e escrever no CLP.<br />

Nós temos como forma desde “copiar com<br />

vínculo” até códigos em VBA (Visual Basic<br />

for Application), e utilizando esta programação<br />

com recurso Text-to-Speech podemos<br />

fazer falar o que desejarmos para alertar<br />

ou sugerir ao usuário/operador através de<br />

uma lógica com entrada de dados vindos<br />

do CLP, acionando frases prontas com os<br />

recursos relatados nesta matéria.<br />

As aplicações ficam limitadas aos programadores<br />

que podem ser estudantes,<br />

técnicos ou engenheiros. Desta forma,<br />

também temos a vantagem de desenvolver<br />

a aplicação conforme nossa expertise, e se o<br />

programador conhecer mais de linguagem<br />

de programação do que a programação de<br />

automatismo, ele poderá se sentir à vontade<br />

para desenvolver em VBA ou vice-versa.<br />

Com o Excel / VBA podemos descarregar<br />

valores de receitas, para mudanças de setup<br />

de máquinas, no CLP, ou até mesmo ler<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

valores de dados que estão no CLP (temperatura,<br />

velocidade, quantidade produzida)<br />

para gravarmos como um arquivo normal<br />

para futuro rastreamento de uma produção.<br />

Coletando dados do CLP<br />

Usaremos como exemplo o emulador<br />

do Contrologix 5000 da Rockwell, mas os<br />

mesmos passos servem para os da família<br />

5, 500 e Micrologix.<br />

Passos no Rslinx:<br />

• Abrimos o Rslinx, (software que<br />

estabelece comunicação com os equipamentos<br />

da Rockwell, ele possui<br />

diversos drives) e configuramos o<br />

driver de comunicação do CLP que<br />

desejamos até aparecer no browser<br />

como (neste exemplo foi o do emulador<br />

do Contrologix 5000 e o controlador<br />

tem o nome Teste_de_Fala).<br />

• Criamos o caminho que vai ser o<br />

vínculo com Excel selecionando o CLP<br />

que tem o programa que gostaríamos<br />

23


automação<br />

F1. Crie o vínculo entre o Excel e o CLP com o software RSlinx.<br />

F2. Configuração do tópico no RSlinx.<br />

F3. Os comandos do CLP no VBA após "colar o vínculo".<br />

24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

de extrair os dados e selecionando a<br />

opção Data Monitor, clicando com<br />

o botão direito do mouse (figura 1),<br />

aparecerão as tags disponíveis que<br />

são usadas no programa que está no<br />

controlador. Escolha a tag clicando<br />

com o botão esquerdo do mouse,<br />

aparecendo “copy to clipboard”.<br />

• Para finalizar, no lado CLP, depois de<br />

clicar em “copy to clipboard” aparecerá<br />

a tela para criar o tópico. Se ele não<br />

existir, ele tem o caminho para as tags<br />

(figura 2), clicar em DONE e logo a<br />

seguir abrirá a tela “Copy DDE/OPC<br />

link”. Ela colocará a tag disponível na<br />

área de transferência, clicar em OK.<br />

Passos no Excel:<br />

• Abra o Excel;<br />

• Use colar especial > colar vínculo > OK.<br />

Existem outras formas para ler dados<br />

do CLP que seria, escrevendo dados em<br />

VBA, mas para o nosso propósito “Colar<br />

com vínculo” atende. A diferença entre as<br />

formas é que lendo diretamente na célula, a<br />

atualização é em tempo real, não dependendo<br />

de eventos para atualizar e ler e também<br />

pouco uma lógica de programação para isso.<br />

Para fazer falar:<br />

• Com o Excel aberto, pressionar Alt<br />

+ F11 para abrir o VBA. A linha de<br />

comando Application.speech.speak<br />

“palavra ou frase a ser reproduzida”<br />

(figura 3) faz o Excel falar.<br />

• Confira os recursos de fala do Windows<br />

(iniciar -> configurações -> painel de<br />

controle -> fala) o default é a biblioteca<br />

“Microsoft Sam” em inglês. Para falar<br />

em português é necessário instalar<br />

uma biblioteca em português, a voz<br />

“Raquel 22 kHz” da Scansoft dá um<br />

bom entendimento para a aplicação.<br />

Obs.: Para verificar se tem recurso de<br />

text-to-speech (falar textos), habilite no Excel<br />

clicando em Exibir > Barra de ferramentas ><br />

Converter texto em fala. Estando desabilitado,<br />

os botões da caixa estarão desativados.<br />

Enviando dados para o CLP<br />

Para enviarmos dados para o CLP é<br />

necessário escrevermos um código no VBA<br />

do Excel, onde basicamente é composto por<br />

três comandos específicos:<br />

• DDeinitiate - para iniciar um canal<br />

de comunicação. O seu escopo é<br />

composto do aplicativo utilizado<br />

(no nosso caso é o RSlinx), e do


tópico (onde se encontram as tags a<br />

serem utilizadas). Quando o canal é<br />

iniciado com sucesso, ele retorna um<br />

número que representa este canal onde<br />

atribuímos uma variável;<br />

• DDepoke - Envia o dado pelo canal<br />

de comunicação aberto. Composto<br />

por canal de comunicação, destino<br />

do dado, fonte do dado;<br />

• DDeTerminate - fecha o canal de<br />

comunicação.<br />

Para facilitar quando for escrever o código,<br />

use o Copy DDe/OPC (do Rslinx) e o<br />

Colar especial com vínculo (do Excel) como<br />

se fosse coletar dados para ver o caminho<br />

completo até a tag, veja na figura 4.<br />

Os valores das células A1 e A3 são escritos<br />

na tag “Botao” do CLP, como apresentado<br />

na figura 5.<br />

O conteúdo de A1 é escrito quando o<br />

botão TESTE no Excel é pressionado, e o<br />

conteúdo de A2 quando o botão é solto,<br />

fazendo assim um botão pulsador.<br />

Na figura 6 temos todo o trâmite da<br />

informação no Excel, Rslinx e Contrologix<br />

(CLP) e um exemplo de código e toda o<br />

troca de dados para um botão pulsador..<br />

Para trabalharmos com valores que não<br />

são binários, basta colocar o valor na célula<br />

A1 da figura 6 e retirar todo o procedimento<br />

“Commandbutton1_Mouseup” para não<br />

escrevermos o valor da célula A3; quando<br />

soltarmos o botão “TESTE”, temos que<br />

atentar para o seguinte: a tag "botão" no<br />

CLP está declarada como Booleana e estamos<br />

escrevendo um valor que pode ser inteiro, ou<br />

até mesmo real, ficando assim incompatível<br />

com o valor a ser escrito.<br />

Com um pouco de criatividade podemos<br />

fazer as mais diversas aplicações e sair<br />

de algumas situações que o dia a dia da<br />

indústria nos proporciona, por isso quanto<br />

mais recursos melhor.<br />

Conclusão<br />

Esperamos que com este simples artigo,<br />

o leitor tenha mais criatividade para utilizar<br />

o Excel com o VBA como supervisório com<br />

fala, para pequenas aplicações com CLP. MA<br />

Fabiano Rosa é Técnico em Eletrotécnica,<br />

Eletrônica e Informática Industrial. Ocupa<br />

atualmente o cargo de Técnico de Manutenção<br />

Especializado em Automação e Eletricidade<br />

na Sociedade Michelin de Part. Ind. e Com,<br />

divisão de pneus de carga. Trabalha há 19 anos<br />

na Manutenção da Michelin.<br />

F6. Todo o trâmite da informação apresentado, nos três softwares.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F4. Utilize as funções Copy DDe/OPC e Colar Especial com Vínculo para ver o caminho até a tag.<br />

F5. Os valores lógicos do CLP visualizados também no Excel.<br />

25


automação<br />

Controle de Acesso<br />

Automático<br />

de Veículos<br />

Este artigo tem como objetivo desenvolver uma solução<br />

tecnológica que permita o controle dos portões automáticos<br />

remotamente através da internet. Aplicando-se<br />

esse sistema no campus da Juta, por consequência, um<br />

profissional da segurança pode permanecer em seu posto<br />

de guarda localizado nos fundos do Campus enquanto<br />

controla entrada e saída de automóveis remotamente,<br />

através de um computador que exibe a imagem da entrada<br />

principal capturada por uma câmera WEB. Assim,<br />

o segurança que hoje fica exclusivamente controlando<br />

a entrada e saída de veículos do Campus na portaria<br />

principal poderá fazer ronda dentro da Universidade,<br />

aumentando a segurança do campus.<br />

Alex Pisciotta<br />

Emerson Luiz Anaia Duque<br />

Francisco José Grandinetti<br />

Luiz Eduardo Nicolini do Patrocinio Nunes<br />

Edson Aparecida de Araujo Querido de Oliveira<br />

saiba mais<br />

Manual da placa picoFlash ® , da<br />

empresa JK Microsystems<br />

Manual WEBTCP e WATTCP,<br />

disponibilizado pela empresa JK<br />

Microsystems<br />

Manual da câmera IP FEASSO,<br />

modelo F-IPCAM01<br />

Site para consulta e atualizações de<br />

software:<br />

www.jkmicro.com<br />

Site do fabricante:<br />

www.datasheetcatalog.com<br />

Site: http://www.youtube.<br />

com/watch?v=wlF_<br />

IysSKHE&feature=related<br />

26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Nos últimos anos a segurança patrimonial vem<br />

ganhando espaço nas instalações prediais<br />

privadas e públicas, porém o custo para<br />

manter dois servidores em cada unidade/<br />

prédio para vigiar e recepcionar as portarias<br />

de acesso é elevado.<br />

Entretanto, se o administrador alocar um<br />

servidor para monitor e acionar as portarias<br />

dos prédios à distância, centro de monitoramento,<br />

e um servidor para recepcionar<br />

cada portaria, o custo será reduzido em<br />

50%. Portanto, o objetivo deste trabalho é<br />

apresentar o desenvolvimento de uma solução<br />

tecnológica que permita o controle dos<br />

portões automáticos remotamente através<br />

da internet.<br />

Aplicando-se esse sistema no campus da<br />

Juta ou outro prédio, consequentemente, um<br />

profissional da segurança pode permanecer<br />

em seu posto de guarda enquanto um outro<br />

controla entrada e saída de automóveis remotamente,<br />

no centro de monitoramento,


através de um computador que exibe a<br />

imagem da entrada principal capturada<br />

por uma câmera WEB. Assim, o segurança<br />

que hoje fica exclusivamente controlando<br />

a entrada e saída de veículos do campus/<br />

prédio na portaria principal poderá fazer<br />

ronda dentro da Universidade, aumentando<br />

a segurança do campus.<br />

Para tal, desenvolveu-se uma aplicação<br />

utilizando uma placa microprocessada que<br />

contém suporte a ambiente WEB, permitindo<br />

uma fácil conectividade do periférico por<br />

qualquer computador conectado à rede, como<br />

pode ser observado na figura 1. Com isso,<br />

dispensa-se o uso de um computador ligado<br />

24 horas apenas para controlar o portão,<br />

barateando o projeto tanto em hardware<br />

quanto em consumo de energia elétrica.<br />

Além disso, o espaço físico necessário é<br />

bem menor, uma vez que o sistema se torna<br />

muito mais compacto.<br />

Desenvolvimento<br />

O sistema deve coletar comandos através<br />

da internet e então enviar esses comandos<br />

para o módulo de controle dos portões<br />

automáticos. Pesquisou-se um dispositivo<br />

que pudesse funcionar como um servidor<br />

conectado à rede, no qual uma página<br />

recebe os comandos e o dispositivo aciona<br />

pinos de saída, que então são convertidos<br />

em sinal de contato para serem aplicados<br />

aos controladores do portão. Para tal fim,<br />

escolheu-se a placa picoFlash® da empresa<br />

JK Microsystems, que possui as seguintes<br />

características:<br />

• Baseada nos microprocessadores<br />

R8822 de 40 MHz;<br />

• 512 kB de memória RAM;<br />

• 512 kB de Memória Flash EEPROM;<br />

• 2 Portas Seriais de alta velocidade;<br />

• 16 linhas de entrada/saída digital;<br />

• Adaptador Ethernet.<br />

Uma foto da placa é apresentada na<br />

figura 2.<br />

A placa picoFlash é configurada com<br />

dois discos virtuais A: e B:, sendo que no<br />

disco A: encontra-se o DOS, o BIOS e os<br />

programas utilitários essenciais à operação<br />

da placa picoFlash, e, por isso, o disco A: é<br />

somente de leitura. O disco B: permite escrita<br />

e leitura e contém programas utilitários<br />

opcionais e está disponível para os arquivos<br />

de usuários e aplicativos.<br />

Quando a energia é aplicada à placa<br />

picoFlash ou quando ela é resetada, a placa<br />

F1. Diagrama em blocos do sistema proposto.<br />

F2. Placa picoFlash®.<br />

F3. Diagrama Esquemático da Placa de Interface.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

27


automação<br />

F4. Programa Express PCB quando na criação do leiaute (lay-out).<br />

F5. Placa de Interface - Lado Bottom. F6. Disposição dos componentes - Lado Top.<br />

F7. Placa finalizada – Lado BOT.<br />

28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

executa um procedimento de inicialização<br />

e então inicia o DOS. Um simples arquivo<br />

AUTOEXEC.BAT é executado e então a<br />

placa está pronta para o uso. Assim, os aplicativos<br />

desejados podem ser configurados<br />

para iniciar automaticamente ao iniciar a<br />

placa, e é isso que é feito com este projeto.<br />

O segundo item, muito importante no<br />

desenvolvimento do projeto, foi a placa de<br />

interface, que faz o intercâmbio entre a placa<br />

de controle e o circuito de acionamento dos<br />

motores do portão automático.<br />

Placa de Interface<br />

A Placa de interface foi desenvolvida para<br />

permitir a comunicação entre a placa de comando<br />

picoFlash e o sistema de acionamento<br />

do portão automático, transformando o sinal<br />

de 5 V e baixa capacidade de corrente da saída<br />

digital da placa de comando em um fechamento<br />

de contato momentâneo, desempenhando o<br />

mesmo efeito de uma pessoa pressionando o<br />

botão de controle do portão.<br />

A placa possui as seguintes características:<br />

• Comando independente para cada<br />

uma das folhas do portão;<br />

• Compatível com a lógica TTL;<br />

• Utiliza alimentação da placa de<br />

controle.<br />

Essa placa teve que ser especialmente<br />

desenvolvida para este fim. O circuito eletrônico<br />

foi desenvolvido para permitir que<br />

o sinal de 3,3 V disponível na saída digital<br />

da placa de controle seja convertido em um<br />

contato fechado que é aplicado ao botão de<br />

comando dos portões. A figura 3 exibe o<br />

diagrama esquemático do circuito.<br />

Funcionamento da Placa de Interface<br />

A placa de interface é composta por dois<br />

circuitos caracterizados como “transistor<br />

como chave”, acionando dois relés independentemente.<br />

Quando um sinal positivo (cerca<br />

de 3,3 V) é enviado pela placa de controle<br />

picoFlash, esse sinal é coletado pelos pinos<br />

2 e/ou 3 da placa de interface.<br />

O sinal positivo gera uma corrente que<br />

passa pelos resistores limitadores R 1 e R 2<br />

que limitam o valor dessa corrente a fim<br />

de não sobrecarregar a porta de saída I/O<br />

digital da placa picoFlash. Essa corrente é<br />

direcionada para a base do transistor NPN<br />

BC337, que permite uma corrente elétrica<br />

com valor b vezes maior que I B circular<br />

de coletor para emissor, acionando o relé<br />

correspondente.


Com o circuito pronto, foi possível<br />

partir para o desenvolvimento do leiaute<br />

(lay-out) da placa de circuito impresso da<br />

placa de interface. Utilizou-se o software<br />

gratuito Express PCB versão 7.0.2, o qual<br />

possui ferramenta que destaca os pontos em<br />

comum do circuito, facilitando o trabalho<br />

(figura 4).<br />

Concepção da Placa<br />

A partir do leiaute pronto, pôde-se partir<br />

para a confecção da placa de interface. A<br />

figura 5 mostra o leiaute pronto da placa,<br />

considerando uma placa de face única de<br />

50 mm x 50 mm.<br />

A figura 6 exibe a disposição dos componentes<br />

no lado TOP.<br />

A confecção da placa foi realizada pelo<br />

método de transferência térmica, no qual se<br />

imprime o leiaute em folha de papel fotográfico<br />

(conhecido como papel Glossy) em<br />

impressora a laser. É importante observar<br />

que a impressão do leiaute deve ser feita de<br />

maneira espelhada, para que o processo de<br />

transferência térmica resulte no posicionamento<br />

correto.<br />

O resultado pode ser observado nas<br />

figuras 7 e 8. Os testes funcionais com a<br />

placa confirmaram o funcionamento antes<br />

da ligação direta à placa de comando. Para<br />

se realizar o teste, a placa foi alimentada<br />

por uma fonte de 5 V, através dos pinos 1<br />

e 4 de J 1 , e então aplicado 3 V nos pinos<br />

2 e 3, consecutivamente, observando-se o<br />

acionamento do respectivo relé.<br />

A Câmera de Vigilância<br />

A câmera IP é um equipamento projetado<br />

para rede do sistema de vigilância por<br />

vídeo, que pode ser ligada com fio ou sem<br />

fio. Foi adotado um chip de alta qualidade<br />

no processador de mídia, que processa<br />

áudio e coleção de vídeos, compressão e<br />

transmissão.<br />

O formato-padrão de compressão<br />

MJPEG garante claramente o desempenho<br />

de vídeos. A câmera pode ser aplicada nas<br />

residências, ou em qualquer outro estabelecimento<br />

onde seja necessária a utilização<br />

de transmissão de imagens e áudio para<br />

um devido monitoramento do ambiente<br />

de forma geral em que esteja instalada. O<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

monitoramento pode ser processado de<br />

modo local ou remoto.<br />

A câmera IP pode ser ligada em modo de<br />

acesso local, contendo a câmera IP, Roteador<br />

e o PC, conforme a figura 9.<br />

A configuração da câmera foi realizada<br />

através do software que acompanha o<br />

produto, chamado DevFind, que encontra<br />

os dispositivos conectados à rede local.<br />

Pode-se realizar alterações na configuração<br />

original da câmera, conforme mostrado<br />

pela figura 10.<br />

Após ter configurado a câmera IP, é<br />

criado um endereço de acesso na internet<br />

que, quando acessado, solicitará o login e<br />

senha do usuário.<br />

Assim que for acessado, abrirá a página de<br />

controle da câmera. Esse sistema da câmera<br />

IP permite aos usuários verem através do<br />

navegador IE, software de gestão central e<br />

software cliente (figura 11).<br />

Ainda nesta figura, pode-se observar os<br />

controles disponíveis, como movimentação<br />

do ponto de observação, brilho, contraste,<br />

captura de foto, gravação de vídeo, entre<br />

outros.<br />

29


automação<br />

F8. Finalização do Processo de Montagem – Lado TOP.<br />

F10. Painel de configuração da Câmera IP.<br />

F11. Imagem da Câmera após configuração de rede.<br />

30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

F9. Diagrama de ligação da Câmera IP.<br />

Realizadas as configurações, procedeu-<br />

-se à confecção da página da Internet a<br />

ser carregada no servidor picoFlash para,<br />

além das funcionalidades de fechamento<br />

e abertura dos portões, também receber os<br />

sinais da câmera.<br />

Para isso utilizou-se linguagem HTML,<br />

constituindo-se 3 páginas: a primeira<br />

chamada homepage.htm, que comporta<br />

um frame, dividindo a tela em duas outras<br />

páginas. A segunda é a Navigato.htm, que<br />

apresenta o título do projeto e a página de<br />

comandos, e a terceira é a página Comando.htm,<br />

que consiste apenas no botão de<br />

controle do portão.<br />

Conclusão<br />

Neste artigo mostramos a implementação<br />

de uma solução tecnológica que integra um<br />

sistema de controle de portões automáticos<br />

com um servidor de internet, o que possibilita<br />

uma maior praticidade de trabalho aos seus<br />

usuários e, no caso específico do Campus<br />

da Juta (UNITAU), uma maior segurança<br />

dentro da universidade.<br />

MA<br />

Francisco José Grandinetti é Prof. do Depto de<br />

Engenharia mecânica da UNITAU<br />

Luiz Eduardo Nicolini do Patrocinio Numes é<br />

Prof. do Depto de Infomática da UNITAU<br />

Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira é<br />

Prof. do Depto de economia e Administração<br />

da UNITAU<br />

Alex Pisciotta é Líder de Projetos na Autoliv do<br />

Brasil LTDA.


conectividade<br />

Profibus<br />

Instalação Avançada<br />

É notório o crescimento do Profibus em nível mundial<br />

e, principalmente, no Brasil. Decidi escrever este artigo<br />

sobre instalação avançada, pois tenho visto na prática<br />

muita instalação de forma inadequada, assim como erros<br />

básicos e que têm estendido o tempo de comissionamento<br />

e startup, e consequentemente gerado uma degradação<br />

da qualidade da performance da rede. Esta série de<br />

artigos foi dividida, dada sua extensão e abrangência,<br />

em várias partes. Esta é a primeira parte.<br />

saiba maisA César Cassiolato<br />

Miminizando Ruídos em Instalações<br />

PROFIBUS<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 46<br />

Utilização Eficiente de Canaletas<br />

Metálicas para a Prevenção de<br />

Problemas de Compatibilidade<br />

Eletromagnética em Instalações<br />

Elétricas - Ricardo L. Araújo,<br />

Leonardo M. Ardjomand, Artur R.<br />

Araújo e Danilo Martins, 2008. www.<br />

emfield.com.br<br />

Manuais:<br />

Manual Inversor WEG<br />

Manual Inversor Drive Siemens<br />

Manual Smar Profibus<br />

Artigos técnicos – César Cassiolato<br />

www.smar.com/brasil2/<br />

artigostecnicos/<br />

Site do fabricante:<br />

www.smar.com.br<br />

32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

história do PROFIBUS começa na aventura<br />

de um projeto da associação apoiado por<br />

autoridades públicas, que se iniciou em 1987<br />

na Alemanha. Dentro do contexto desta<br />

aventura, 21 companhias e institutos uniram<br />

forças e criaram um projeto estratégico<br />

em fieldbus. O objetivo era a realização e<br />

estabilização de um barramento de campo<br />

bitserial, sendo o requisito básico a padronização<br />

da interface de dispositivo de campo.<br />

Por esta razão, os membros relevantes das<br />

companhias do ZVEI (Associação Central da<br />

Indústria Elétrica) concordaram em apoiar<br />

um conceito técnico mútuo para manufatura<br />

e automação de processos.<br />

Um primeiro passo foi a especificação<br />

do protocolo de comunicações complexas<br />

PROFIBUS FMS (Especificação de Mensagens<br />

Fieldbus), que foi preparado para<br />

exigência de tarefas de comunicação.<br />

Um passo mais adiante, em 1993, foi<br />

a conclusão da especificação para uma<br />

variante mais simples e com comunicação<br />

mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia<br />

Descentralizada). Este protocolo está disponível<br />

agora em três versões funcionais, o<br />

DP-V0, DP-V1 e DP-V2.<br />

Parte 1<br />

Baseado nestes dois protocolos de comunicação,<br />

acoplado com o desenvolvimento de<br />

numerosos perfis de aplicações orientadas e<br />

um número de dispositivos de crescimento<br />

rápido, o PROFIBUS começou seu avanço<br />

inicialmente na automação de manufatura e<br />

desde 1995 na automação de processos com<br />

a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o<br />

PROFIBUS é o barramento de campo líder<br />

no mercado mundial.<br />

O PROFIBUS é um padrão de rede de<br />

campo aberto e independente de fornecedores,<br />

onde a interface entre eles permite uma<br />

ampla aplicação em processos, manufatura e<br />

automação predial. Esse padrão é garantido<br />

segundo as normas EN 50170 e EN 50254.<br />

Desde janeiro de 2000, o PROFIBUS foi<br />

firmemente estabelecido com a IEC 61158,<br />

ao lado de mais sete outros fieldbuses.<br />

A IEC 61158 está dividida em sete partes,<br />

nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais estão<br />

as especificações segundo o modelo OSI.<br />

Nessa versão houve a expansão que incluiu o<br />

DPV-2. Mundialmente, os usuários podem<br />

agora se referenciar a um padrão internacional<br />

de protocolo aberto, cujo desenvolvimento<br />

procurou e procura a redução de custos,<br />

flexibilidade, confiabilidade, segurança,<br />

orientação ao futuro, atendimento às mais<br />

diversas aplicações, interoperabilidade e<br />

múltiplos fornecedores.


Profibus<br />

O PROFIBUS é um padrão de rede de<br />

campo aberto e independente de fornecedores,<br />

onde a interface entre eles permite uma ampla<br />

aplicação em processos e manufatura. Esse<br />

padrão é garantido segundo as normas EN<br />

50170 e EN 50254, além da IEC 611158-2<br />

no caso do PROFIBUS-PA.<br />

O PROFIBUS-DP é a solução de alta<br />

velocidade (high-speed) do PROFIBUS. Seu<br />

desenvolvimento foi otimizado especialmente<br />

para comunicações entre os sistemas de automação<br />

e equipamentos descentralizados,<br />

voltada para sistemas de controle, onde se<br />

destaca o acesso aos dispositivos de I/O<br />

distribuídos.<br />

O PROFIBUS DP utiliza a RS485 como<br />

meio físico, ou a fibra ótica em ambientes<br />

com susceptibilidade a ruídos ou que necessitem<br />

de cobertura a grandes distâncias.<br />

O PROFIBUS-PA é a solução PROFIBUS<br />

que atende aos requisitos da automação de<br />

processos, onde se tem a conexão em processos<br />

com equipamentos de campo, tais<br />

como: transmissores de pressão, temperatura,<br />

conversores, posicionadores, etc. Esta rede<br />

pode ser usada em substituição ao padrão<br />

4 a 20 mA.<br />

Existem vantagens potenciais da utilização<br />

dessa tecnologia, onde resumidamente<br />

destacam-se as vantagens funcionais<br />

(transmissão de informações confiáveis,<br />

tratamento de status das variáveis, sistema<br />

de segurança em caso de falha, equipamentos<br />

com capacidades de autodiagnose, rangeabilidade<br />

dos equipamentos, alta resolução<br />

nas medições, integração com controle<br />

discreto em alta velocidade, aplicações em<br />

qualquer segmento, etc.). Além dos benefícios<br />

econômicos pertinentes às instalações<br />

(redução de até 40% em alguns casos em<br />

relação aos sistemas convencionais), custos de<br />

manutenção (redução de até 25% em alguns<br />

casos em relação aos sistemas convencionais)<br />

e menor tempo de startup, oferece um<br />

aumento significativo em funcionalidade,<br />

disponibilidade e segurança.<br />

O PROFIBUS-PA permite a medição<br />

e controle por um barramento a dois fios.<br />

Também permite alimentar os equipamentos<br />

de campo e aplicações em áreas intrinsecamente<br />

seguras, bem como a manutenção e<br />

a conexão/desconexão de equipamentos até<br />

mesmo durante a operação, sem interferir<br />

em outras estações em áreas potencialmente<br />

explosivas. O PROFIBUS-PA foi desen-<br />

F1. Cabeamento e Terminação para Transmissão RS485 no Profibus.<br />

volvido em cooperação com os usuários da<br />

Indústria de Controle e Processo (NAMUR),<br />

satisfazendo as exigências especiais dessa<br />

área de aplicação:<br />

• O perfil original da aplicação para a<br />

automação do processo e interoperabilidade<br />

dos equipamentos de campo<br />

dos diferentes fabricantes;<br />

• Adição e remoção de estações de<br />

barramentos mesmo em áreas intrinsecamente<br />

seguras sem influência<br />

para outras estações;<br />

• Uma comunicação transparente<br />

através dos acopladores do segmento<br />

entre o barramento de automação<br />

do processo (PROFIBUS-PA) e o<br />

barramento de automação industrial<br />

(PROFIBUS-DP);<br />

• Alimentação e transmissão de dados<br />

sobre o mesmo par de fios baseado<br />

na tecnologia IEC 61158-2;<br />

• Uso em áreas potencialmente explosivas,<br />

intrinsecamente seguras.<br />

As conexões dos transmissores, conversores<br />

e posicionadores em uma rede<br />

PROFIBUS-DP são feitas por um coupler<br />

DP/PA. O par trançado a dois fios é utilizado<br />

na alimentação e na comunicação de<br />

dados para cada equipamento, facilitando<br />

a instalação e resultando em baixo custo<br />

de hardware, menor tempo para startup,<br />

manutenção livre de problemas, baixo custo<br />

do software de engenharia e alta confiança<br />

na operação.<br />

O protocolo de comunicação PROFIBUS-<br />

-PA utiliza o mesmo protocolo de comunicação<br />

PROFIBUS-DP, onde o serviço de<br />

comunicação e telegramas é idêntico. Na<br />

verdade, o PROFIBUS PA = PROFIBUS<br />

DP - protocolo de comunicação + serviço<br />

acíclico estendido + IEC 61158, também<br />

conhecida como nível H1.<br />

conectividade<br />

O PROFIBUS permite uma integração<br />

uniforme e completa entre todos os níveis<br />

da automação e as diversas áreas de uma<br />

planta. Isto significa que a integração de<br />

todas as áreas da planta pode ser realizada<br />

com um protocolo de comunicação que usa<br />

diferentes variações.<br />

No nível de campo, a periferia distribuída,<br />

tal como: módulos de E/S, transdutores,<br />

acionamentos (drives), válvulas e painéis<br />

de operação trabalham em sistemas de automação<br />

através de um eficiente sistema de<br />

comunicação em tempo real, o PROFIBUS-<br />

-DP ou PA. A transmissão de dados do<br />

processo é efetuada ciclicamente, enquanto<br />

alarmes, parâmetros e diagnósticos são<br />

transmitidos somente quando necessário,<br />

de maneira acíclica.<br />

Este artigo apresenta detalhes de instalações<br />

em PROFIBUS-DP e PROFIBUS-PA.<br />

Citarei brevemente sobre o padrão RS485-IS.<br />

Sempre que possível, consulte a EN50170<br />

para as regulamentações físicas, assim como<br />

as práticas de segurança de cada área.<br />

É necessário agir com segurança nas<br />

medições, evitando contatos com terminais e<br />

fiação, pois a alta tensão pode estar presente<br />

e causar choque elétrico. Lembre-se que<br />

cada planta e sistema têm seus detalhes de<br />

segurança. Se informar deles antes de iniciar<br />

o trabalho é muito importante.<br />

Para minimizar o risco de problemas<br />

potenciais relacionados à segurança, é preciso<br />

seguir as normas de segurança e de áreas<br />

classificadas em locais aplicáveis que regulam<br />

a instalação e operação dos equipamentos.<br />

Estas normas variam de área para área e estão<br />

em constante atualização. É responsabilidade<br />

do usuário determinar quais normas devem<br />

ser seguidas em suas aplicações e garantir que<br />

a instalação de cada equipamento esteja de<br />

acordo com as mesmas.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

33


conectividade<br />

Cabo Profibus- DP Recomendado<br />

Cabo utilizado A<br />

Impedância (Ω) 135 a 165<br />

Frequência 3 a 20 MHz<br />

Capacitância (pF/m) < 30<br />

Resistência de Loop (Ω/km) = 0,34<br />

T1. Cabo Profibus-DP tipo A.<br />

Uma instalação inadequada ou o uso de<br />

um equipamento em aplicações não recomendadas<br />

podem prejudicar a performance de um<br />

sistema e consequentemente a do processo,<br />

além de representar uma fonte de perigo e<br />

acidentes. Devido a isto, recomenda-se utilizar<br />

somente profissionais treinados e qualificados<br />

para instalação, operação e manutenção.<br />

Meio Físico, Cabeamento e<br />

Instalação – PROFIBUS-DP<br />

A transmissão RS 485 é a tecnologia de<br />

transmissão mais utilizada no Profibus, embora<br />

a fibra ótica possa ser usada em casos de<br />

longas distâncias (maior do que 80 km). Vale<br />

lembrar que os equipamentos PROFIBUS-<br />

-DP não são alimentados pelo barramento.<br />

Seguem abaixo as principais características:<br />

• Transmissão assíncrona NRZ;<br />

• Baud rate de 9,6 kbit/s a 12 Mbit/s,<br />

único no barramento e selecionável<br />

(de acordo com o equipamento que<br />

suportar o menor baud rate);<br />

• Par trançado com blindagem;<br />

• Estações por segmento, máximo de<br />

127 estações;<br />

• Distância dependente da taxa de<br />

transmissão (Veja tabela 1);<br />

• Distância expansível até 10 km com<br />

o uso de repetidores;<br />

• Atenuação máxima de 9 dB ao longo<br />

de todo o comprimento do segmento;<br />

• PIN, D-Sub conector (mais comum).<br />

O Profibus normalmente se aplica em<br />

áreas envolvendo alta taxa de transmissão<br />

e instalação simples a um baixo custo. A<br />

estrutura do barramento permite a adição<br />

e remoção de estações sem influências em<br />

outras estações com expansões posteriores<br />

e sem nenhum efeito em estações que já<br />

estão em operação.<br />

Quando o sistema é configurado, apenas<br />

uma única taxa de transmissão é selecionada<br />

para todos os dispositivos no barramento.<br />

Há necessidade da terminação ativa no<br />

barramento no começo e no fim de cada<br />

segmento, conforme apresenta a figura<br />

34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Cabo de<br />

Comunicação<br />

Digital<br />

F2. Terminador de Barramento PROFIBUS-DP.<br />

1, sendo que, para manter a integridade<br />

do sinal de comunicação, ambos os terminadores<br />

devem ser energizados, sendo<br />

possível perceber a existência do sinal de<br />

Vp. É recomendado utilizá-lo somente para<br />

alimentar os terminadores, pois qualquer<br />

inadequação neste sinal pode gerar uma<br />

situação de falha de comunicação.<br />

Quando houver um terminador na rede,<br />

o cabeamento irá funcionar como uma<br />

antena, facilitando a distorção de sinais e<br />

aumentando a susceptibilidade a ruídos. A<br />

impedância característica é o valor da carga,<br />

que colocada no final desta linha, não reflete<br />

nenhuma energia. Em outras palavras, é o<br />

valor da carga que proporciona um coeficiente<br />

de reflexão zero, ou ainda, uma relação de<br />

ondas estacionárias igual a um.<br />

Tanto a rede Profibus-DP quanto a rede<br />

Profibus-PA exigem terminadores, pois sua<br />

ausência causa o desbalanceamento, provocando<br />

atraso de propagação, assim como<br />

oscilações ressonantes amortecidas, causando<br />

transposição dos níveis lógicos (thresholds),<br />

além de melhorar a margem de ruído estático.<br />

No Profibus-DP, os terminadores são ativos,<br />

isto é, são alimentados. Veja a figura 2.<br />

Cuidados Necessários com<br />

Terminadores na Rede PROFIBUS-DP<br />

Devido ao fato dos terminadores serem<br />

ativos, um erro muito comum é colocar<br />

Cabos com e sem<br />

shield: Vdc ou<br />

25Vac e < 400Vac<br />

Cabos com e<br />

sem shield: ><br />

400Vac<br />

Cabo de Comunicação<br />

Digital<br />

10 cm 20 cm 50 cm<br />

Cabos com e sem shield:<br />

Vdc ou 25Vac e < 400Vac<br />

10 cm 10 cm 50 cm<br />

Cabos com e sem<br />

shield: > 400Vac<br />

20 cm 10 cm 50 cm<br />

Qualquer cabo sujeito à<br />

exposição de raios<br />

50 cm 50 cm 50 cm<br />

T2. Distâncias de Separação entre Cabeamentos.<br />

Qualquer cabo sujeito<br />

à exposição<br />

de raios<br />

como escravo DP as estações de trabalho,<br />

onde em uma queda de energia ou reset do<br />

microcomputador as linhas de alimentação<br />

oscilam desbalanceando a rede.<br />

Na figura 3 a terminação ativa na posição<br />

incorreta (esquerda) mostra que tanto o nível<br />

quanto a forma de onda são degradados.<br />

A ativação incorreta do terminador causa<br />

descasamento de impedância e reflexões do<br />

sinal, uma vez que além do terminador há<br />

um cabo com tal impedância.<br />

A falta de terminação, ilustrada na forma<br />

de onda à esquerda da figura 4, promove<br />

o não casamento de impedância, fazendo<br />

com que o cabo Profibus fique susceptível<br />

à reflexão de sinal, atuando como uma antena.<br />

Na forma de onda à direita, é possível<br />

observar a terminação adequada.<br />

Cuidado com cabeamento e<br />

lançamento de cabos<br />

Cabos danificados (machucados, mordidos,<br />

com a capa de proteção danificada,<br />

etc.) podem representar um grande risco.<br />

Eles em contato físico podem energizar<br />

partes e componentes e, consequentemente,<br />

produzir o risco de danos pessoais ou no<br />

funcionamento da planta. Estes sempre<br />

devem ser removidos e substituídos.<br />

Cabos em geral, em plantas ou fábricas,<br />

podem estar energizados com tensões e correntes<br />

elevadas. Lançar cabos Profibus-DP


F3. Forma de Onda na RS485 I (PROFIBUS-DP).<br />

F4. Forma de Onda na RS485 II (PROFIBUS-DP).<br />

em paralelo com tais cabos pode resultar em<br />

captação de interferência e, consequentemente,<br />

provocar erros na transmissão de dados.<br />

A interferência pode ser reduzida separando<br />

os cabos Profibus-DP da fonte de<br />

interferência e também reduzindo ao mínimo<br />

o comprimento dos cabos que correm em<br />

paralelo com quaisquer outros (tabela 2).<br />

Mantenha sempre o raio de curvatura<br />

mínimo permitido, pois exceder o limite<br />

mínimo de curvatura pode ocasionar danos<br />

ao cabo Profibus e alterar suas propriedades<br />

físicas e elétricas. O raio de curvatura mínimo<br />

pode ser encontrado nos manuais dos<br />

fabricantes de cabos.<br />

Para curvar o cabo somente uma vez, o<br />

raio de curvatura deve ser, no mínimo, 10<br />

vezes o diâmetro do cabo. Se o cabo precisar<br />

ser dobrado várias vezes durante a operação,<br />

por exemplo, para a conexão e desconexão<br />

de estações Profibus, deve-se considerar um<br />

raio maior (tipicamente cerca de 20 vezes o<br />

diâmetro do cabo).<br />

Durante a sua instalação, o cabo Profibus<br />

pode ser submetido a forças de tração<br />

adicionais e sendo assim, durante a montagem<br />

deve-se manter um raio de curvatura<br />

maior do que aquele da posição final. Puxar<br />

cabos Profibus ao redor de cantos vivos é<br />

um problema em particular. Utilize polias<br />

conectividade<br />

(roletes) a fim de evitar qualquer forma de<br />

esforço excessivo em curvas acentuadas<br />

quando for puxar um cabo Profibus para<br />

contornar cantos vivos.<br />

A especificação de raio de curvatura<br />

para cabos Profibus chatos (planos) aplica-se<br />

somente para curvatura para o lado plano.<br />

Para curvar lateralmente tais cabos é preciso<br />

adotar um raio de curvatura significantemente<br />

maior.<br />

Cabo Utilizado no Profibus-DP<br />

Pode-se determinar a resistência de loop<br />

da seguinte maneira: faça um curto entre os<br />

conectores em uma extremidade do cabo e<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

35


conectividade<br />

com um multímetro, meça a resistência entre<br />

os dois conectores na outra extremidade e<br />

aplique a seguinte fórmula:<br />

Resistência de<br />

loop (Ω/km)<br />

=<br />

Valor Medido (Ω) * 1000 m<br />

Comprimento do Cabo<br />

Tomado como Referência (m)<br />

Onde:<br />

Valor Medido (Ω) = Rm<br />

Resistência de loop = Rs<br />

O valor Rs deve ser


ocorre quando dois circuitos estão magneticamente<br />

acoplados.<br />

A maioria das ocorrências de EMI se<br />

dá através de condução ou combinação de<br />

irradiação e condução.<br />

A EMI por indução é mais difícil de<br />

ocorrer e o modo de acoplamento vai depender<br />

da frequência e do comprimento<br />

de onda, sendo que as baixas frequências<br />

propagam-se muito facilmente por meios<br />

condutivos, mas não tão eficientemente<br />

pelo meio irradiado. Já as altas frequências<br />

se propagam com eficiência pelo ar<br />

e são bloqueadas pelas indutâncias do<br />

cabeamento.<br />

As perturbações conduzidas normalmente<br />

estão na faixa de 10 kHz a 30 MHz<br />

e se classificam em:<br />

• modo-comum - onde a interferência<br />

acontece entre as linhas de sinal e o<br />

terra. O ruído é provocado pela resistência<br />

existente e comum ao sinal e ao<br />

retorno. Os sinais de radiofrequência<br />

são fontes comuns de ruído de modo-<br />

-comum. O ruído em modo-comum<br />

é o maior problema em cabos devido<br />

a impedância comum entre o sinal<br />

e seu retorno;<br />

• modo-diferencial - onde a interferência<br />

acontece entre as linhas de sinal.<br />

As perturbações induzidas normalmente<br />

estão acima de 30 MHz e dependem<br />

das técnicas de aterramento, blindagem e<br />

mesmo da posição física em relação a fonte<br />

de indução.<br />

A topologia e a distribuição do cabeamento<br />

são fatores que devem ser considerados<br />

para a proteção de EMI. Lembrar que em<br />

altas frequências, os cabos se comportam<br />

como um sistema de transmissão com linhas<br />

cruzadas e confusas, refletindo energia e<br />

espalhando-a de um circuito a outro.<br />

Mantenha em boas condições as conexões.<br />

Conectores inativos por muito tempo<br />

podem desenvolver resistência ou se tornar<br />

detectores de RF.<br />

Em geral, quanto maior a distância entre<br />

os cabos e quanto menor o comprimento do<br />

cabo PROFIBUS que corre paralelamente a<br />

outros cabos, menor o risco de interferência<br />

(crosstalk). Figura 6.<br />

Os cabos Profibus-DP instalados em<br />

canaletas ou dutos podem estar sujeitos a<br />

fontes geradoras de perturbações quando<br />

são instalados paralelamente com cabos de<br />

energia, compartilhando a mesma infraes-<br />

F5. Medindo a resistência de loop.<br />

F6. Espaçamento entre cabos.<br />

conectividade<br />

Baud rate (kbit/s) 9,6 19,2 93,75 187,5 500 1500 12000<br />

Comprimento Total (m)<br />

ou Segmento (m)<br />

trutura, tendo como efeito interferências<br />

eletromagnéticas indesejáveis como o crosstalk<br />

(diafonia).<br />

Neste sentido deve-se ter uma maior<br />

atenção e cuidado na fase de instalação,<br />

objetivando-se adotar medidas para atenuar<br />

ou mesmo eliminar seus efeitos. O mercado<br />

de equipamentos e acessórios para instalação<br />

de redes de campo dispõe basicamente de<br />

canaletas e dutos fabricados com os seguintes<br />

materiais:<br />

• Plástico – é um excelente isolante<br />

elétrico, mas não oferece proteção<br />

contra campos eletromagnéticos;<br />

• Alumínio – é um bom condutor de<br />

eletricidade, mas não oferece proteção<br />

elétrica. Porém, oferece boa blindagem<br />

eletromagnética;<br />

• Aço (zincado ou pintado) – não é<br />

bom condutor de eletricidade, não<br />

oferece proteção elétrica, mas proporciona<br />

boa blindagem eletromagnética.<br />

Dentre os tipos apresentados, os acessórios<br />

fabricados com alumínio são os que<br />

apresentam uma melhor blindagem eletromagnética<br />

interna e externa. As canaletas<br />

de alumínio são praticamente imunes às<br />

correntes de Foucaut devido a sua condutibilidade<br />

elétrica.<br />

Conclusão<br />

Vimos neste artigo vários detalhes importantes.<br />

Na próxima parte estudaremos o<br />

1200 1200 1200 1000 400 200 100<br />

Tronco Máximo (m) 500 500 900 967 380 193,4 100<br />

Spur Máximo (m) 500 500 100 33 20 6,6 0<br />

T3. Comprimento em Função da Velocidade de Transmissão com Cabo Tipo A.<br />

aterramento, e também abordaremos algumas<br />

vantagens da RS485-IS.<br />

Vale a pena lembrar que o sucesso de<br />

toda rede de comunicação está intimamente<br />

ligada à qualidade das instalações. Consulte<br />

sempre as normas.<br />

MA<br />

Este artigo não substitui os padrões IEC 61158<br />

e IEC 61784 e nem os perfis e guias técnicos do<br />

PROFIBUS. Em caso de discrepância ou dúvida,<br />

os padrões IEC 61158 e IEC 61784, perfis, guias<br />

técnicos e manuais de fabricantes prevalecem.<br />

O conteúdo deste artigo foi elaborado cuidadosamente.<br />

Entretanto, erros não podem ser excluídos<br />

e assim nenhuma responsabilidade poderá ser<br />

atribuída ao autor.<br />

Sugestões de melhorias podem ser enviadas ao<br />

email: cesarcass@smar.com.br.<br />

César Cassiolato - Diretor de Desenvolvimento<br />

de Equipamentos de Campo, Engenharia de<br />

Produtos, Qualidade , Assistência Técnica e<br />

Instalações Industriais - Smar Equipamentos<br />

Industriais Ltda.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

37


supervisão<br />

Vírus em redes<br />

SCADA:<br />

proteção garante<br />

o faturamento<br />

Este artigo alerta para a urgência de implementação de<br />

um sistema de proteção para redes de controle industriais<br />

tipo SCADA<br />

saiba mais<br />

Ataques de roubo de dados e<br />

redes zumbi continuam em alta na<br />

América Latina<br />

Site da revista PC&Cia<br />

Redes Industriais<br />

Saber Eletrônica 461 à 463<br />

Redes da Organização Profibus<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 16<br />

N<br />

38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Marc Solomon*<br />

os últimos tempos, os executivos começaram<br />

a perceber a importância e urgência de<br />

proteger as suas redes de controle de processos.<br />

O Stuxnet, por exemplo, um worm<br />

de computador projetado especificamente<br />

para atacar sistemas de controle de processos<br />

industriais, abriu caminho para mostrar o<br />

que é possível fazer por profissionais. Mais<br />

recentemente, o Duqu entrou no mercado<br />

de ameaças permitindo que os invasores<br />

roubem dados dos fabricantes de sistemas<br />

de controle de processo industrial e utilizem<br />

esses dados para explorar as entidades que<br />

usam esses sistemas.<br />

Mas, por que essas redes são suscetíveis a<br />

ataques? A grande maioria das empresas possui<br />

departamentos especializados responsáveis<br />

pela proteção de duas redes-chave: Data<br />

Centers (servidores) e Workstations (estações<br />

de trabalho). No entanto, uma “terceira<br />

rede”, a de controle de processos, ainda<br />

precisa receber o mesmo nível de atenção.<br />

Frequentemente chamadas de redes<br />

SCADA (Supervisory Control and Data<br />

Acquisition) devido à sua associação com<br />

processos industriais, essas redes se conectam<br />

a equipamentos ao invés de computadores e<br />

aos sistemas de suporte ao invés de pessoas.<br />

Em setores como serviços públicos,<br />

transportes, logística, manufatura e indústria<br />

farmacêutica, essas redes são essenciais<br />

para o funcionamento da organização. Em<br />

serviços públicos, por exemplo, elas são tão<br />

importantes que são consideradas parte<br />

de uma infraestrutura crítica nacional. Já<br />

na área de logística, são responsáveis por<br />

encaminhar milhões de encomendas por<br />

dia. Em algumas empresas essa rede opera<br />

nos bastidores, intermediando o acesso aos<br />

prédios, controlando o ar-condicionado,<br />

elevadores e refrigeração de um data center.<br />

As redes SCADA são consideradas as<br />

redes mais desprotegidas e, por isso, estão<br />

na mira dos cibercriminosos. Se eles conseguem<br />

o acesso, podem trazer consequências<br />

prejudiciais às empresas, seus clientes e até<br />

à população em geral, o que seria extremamente<br />

perigoso.


O que faz com que essas redes<br />

sejam mais vulneráveis?<br />

Alguns fatores que tornam essas redes<br />

mais vulneráveis são:<br />

• As ameaças estão se tornando mais<br />

sofisticadas. Se antes os motivos eram<br />

amadores, agora estão relacionados,<br />

em forma de ‘hacktivismo’, à política,<br />

espionagem e agressão ao Estado. As<br />

ameaças persistentes avançadas – as<br />

profissionais - estão impulsionando<br />

o surgimento de um novo nível de<br />

ataques complexos e furtivos, difíceis<br />

de identificar e ainda mais de desativar;<br />

• As redes estão se tornando cada vez<br />

mais conectadas, na medida em que<br />

as empresas estão sedentas por obter<br />

dados que permitam uma melhor<br />

tomada de decisão e fornecedores<br />

que habilitem tudo na internet com<br />

o objetivo de diminuir os custos de<br />

suporte e aumentar a retenção de<br />

clientes;<br />

• Projetadas em uma época diferente, as<br />

redes de controle de processos têm sido<br />

consideradas inerentemente seguras<br />

e muitas vezes não incluem noções<br />

básicas de segurança. Quando divulgados<br />

por fornecedores de sistemas,<br />

os patches de correção são difíceis de<br />

se implementar devido às exigências<br />

de disponibilidade do sistema;<br />

• A rede SCADA é frequentemente<br />

‘invisível’ e não recebe a atenção e<br />

investimento necessários para aumentar<br />

o nível de segurança compatível<br />

com o aumento das ameaças;<br />

• Na maior parte das organizações, os<br />

engenheiros de controle de processo<br />

gerenciam a rede de processo de<br />

controle industrial, enquanto o departamento<br />

de TI gerencia as demais<br />

redes. Esses dois grupos possuem<br />

demandas e prioridades distintas.<br />

Dada a separação típica de funções,<br />

quando consideramos que as empresas de<br />

soluções de segurança deveriam mudar seu<br />

pensamento em relação a “Segurança da TI”,<br />

falamos que elas deveriam mudar a forma<br />

de considerar as prioridades e necessidades<br />

específicas dos engenheiros de controle de<br />

processos responsáveis por gerenciar a rede<br />

SCADA. Em primeiro lugar, as ferramentas de<br />

segurança não devem interferir nos processos<br />

de circuito fechado, pois podem colocar em<br />

risco o controle. Em segundo lugar, a disponi-<br />

F1. Tela de exemplo do SCADA.<br />

bilidade/tempo de atividade da rede é o mais<br />

importante objetivo da rede. Em terceiro lugar,<br />

as políticas de alteração regulares de senha<br />

podem pôr em risco a empresa, bloqueando<br />

o acesso dos engenheiros de um sistema. E<br />

em quarto lugar, as ferramentas de segurança<br />

que exigem acesso direto à internet não são<br />

redes viáveis, pois muitas redes de controles<br />

são bloqueadas por Firewalls.<br />

Ao mesmo tempo, as redes de controle<br />

de processos têm várias áreas de vulnerabilidades<br />

que devem ser protegidas. A Interface<br />

Homem-Máquina (em inglês, The Humam<br />

Machine Interface), os servidores de processos<br />

e históricos são normalmente baseados em<br />

Microsoft Windows e são pontos potenciais<br />

de entrada para qualquer invasor que tenha<br />

acesso através da rede corporativa e que esteja<br />

utilizando exploits conhecidos. A Unidade<br />

Terminal Remota (RTU) e Controladores<br />

Lógicos Programáveis (CLPs) são muitas<br />

vezes proprietários e exigem conhecimento<br />

sofisticado no sistema de controle para que<br />

seja possível a invasão, como acontece com<br />

o Stuxnet e Duqu.<br />

As seguintes diretrizes podem ajudar<br />

as empresas a identificar as soluções de<br />

segurança que respeitem as exigências e<br />

prioridades do processo de controle de<br />

ambiente de rede, ao mesmo tempo em que<br />

reforçam sua proteção. As empresas devem<br />

pensar em soluções que podem:<br />

• Fornecer a flexibilidade para operar<br />

de modo passivo ou in-line sem<br />

interromper o processo de circuito<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

fechado, mesmo quando acontece<br />

alguma falha no software, hardware<br />

ou energia;<br />

• Apoiar uma vasta biblioteca de normas<br />

e em formato de código aberto para<br />

aceitar conjuntos de regras SCADA,<br />

além das normas determinadas pelas<br />

agências do governo, outras regras de<br />

terceiros e proprietárias, únicas para<br />

a rede da própria empresa;<br />

• Controlar o uso da rede por aplicação,<br />

usuário e grupo como uma forma ideal<br />

de segregar zonas de controle de rede<br />

para obter a máxima flexibilidade;<br />

• Prover a descoberta passiva de dispositivos,<br />

avaliação automática de<br />

impacto e ajuste de regras para tomar<br />

uma ação corretiva somente nas<br />

ameaças que são relevantes para uma<br />

rede específica da empresa;<br />

• Oferecer monitoramento e gerenciamento<br />

centralizados para unificar<br />

funções críticas de segurança de rede,<br />

agilizar a administração e resposta.<br />

Os processos de controle de rede e sua<br />

segurança são de extrema importância. Cada<br />

vez mais no radar dos invasores profissionais,<br />

é a vez da rede SCADA simplificar o<br />

gerenciamento da empresa e obter a atenção<br />

e proteção que merece.<br />

*Marc Solomon, Chief Marketing Officer,<br />

possui mais de 15 anos de experiência em<br />

Software de Gerenciamento e plataformas de<br />

SaaS (Software as a Service) para operações<br />

de TI e Segurança.<br />

39


supervisão<br />

SIL ou não SIL?<br />

Eis a questão<br />

As condições de segurança devem ser sempre seguidas<br />

e adotadas em plantas e as melhores práticas operacionais<br />

e de instalação são deveres dos empregadores e<br />

empregados. O que se busca é reduzir a probabilidade<br />

de ocorrência de falhas. Este artigo nos esclarece alguns<br />

pontos sobre o uso de segurança instrumentada<br />

saiba mais<br />

SIS - Sistemas Instrumentados de<br />

Segurança - Partes 1 à 5<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 51 à 55<br />

Site do fabricante:<br />

www.smar.com/brasil/<br />

artigostecnicos/<br />

IEC 61508 – Functional safety of<br />

electrical/electronic/programmable<br />

electronic safety-related systems<br />

T<br />

40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

César Cassiolato<br />

enho visto na prática, em muitas aplicações,<br />

a especificação de equipamentos certificados<br />

SIL para executar funções de controle.<br />

Existe uma confusão no mercado levando<br />

à compra de equipamentos mais caros, desenvolvidos<br />

para funções de segurança, onde<br />

na realidade serão aplicados em funções de<br />

controle de processo.<br />

Além disso, os usuários acreditam que<br />

têm um sistema de controle seguro certificado,<br />

mas, na verdade, eles possuem um<br />

controlador com funções de segurança<br />

certificado.<br />

Neste artigo, veremos quais as diferenças<br />

básicas que ajudarão nestas especificações<br />

e em um melhor entendimento.<br />

A implantação de um SIS é uma medida<br />

de segurança que constitui uma das camadas<br />

de proteção independentes, previstas na norma<br />

IEC 61508, para manter a operação de uma<br />

planta ou processo em um nível aceitável<br />

de risco, garantindo assim a integridade de<br />

pessoas, da planta, patrimônios, evitando<br />

impactos ambientais. Veja a figura 1.<br />

Por que necessitamos<br />

de um SIS?<br />

Os Sistemas de Seguranças Instrumentados<br />

(SIS) são utilizados para monitorar a condição<br />

de valores e parâmetros de uma planta dentro<br />

dos limites operacionais e, quando houver<br />

condições de riscos, devem gerar alarmes e<br />

colocar a planta em uma condição segura ou<br />

mesmo na condição de shutdown.<br />

As condições de segurança devem ser<br />

sempre seguidas e adotadas em plantas<br />

e as melhores práticas operacionais e de<br />

instalação são deveres dos empregadores<br />

e empregados. Vale lembrar ainda que o<br />

primeiro conceito em relação à legislação de<br />

segurança é garantir que todos os sistemas<br />

sejam instalados e operados de forma segura,<br />

e o segundo é que instrumentos e alarmes<br />

envolvidos com segurança sejam operados<br />

com confiabilidade e eficiência.<br />

Os Sistemas Instrumentados de Segurança<br />

(SIS) são os sistemas responsáveis pela segurança<br />

operacional e que garantem a parada de<br />

emergência dentro dos limites considerados


seguros, sempre que a operação ultrapassar<br />

estes limites. O objetivo principal é se evitar<br />

acidentes dentro e fora das fábricas, como<br />

incêndios, explosões, danos aos equipamentos,<br />

proteção da produção e da propriedade e mais<br />

do que isso, evitar riscos de vidas ou danos à<br />

saúde pessoal e impactos catastróficos para a<br />

comunidade. Deve-se ter de forma clara que<br />

nenhum sistema é totalmente imune a falhas<br />

e sempre deve proporcionar mesmo em caso<br />

de falha, uma condição segura.<br />

SIS x BPCS (Sistema de<br />

Controle de Processo Básico)<br />

Tal como ilustrado na figura 2, é geralmente<br />

preferível que qualquer sistema de<br />

proteção (incluindo um SIS) seja mantido<br />

funcionalmente separado do sistema BPCS<br />

em termos da sua capacidade de operar<br />

independente.<br />

Quando a separação não é possível porque<br />

as funções de segurança são integradas com<br />

o sistema de controle de processo (cada vez<br />

mais comum em modernos sistemas complexos),<br />

todas as partes do sistema de segurança<br />

que têm funções relacionadas devem<br />

ser consideradas como um SIS para efeitos<br />

de avaliação da integridade de segurança.<br />

Saiba mais sobre SIS e SIL no artigo<br />

“Confiabilidade nos Sistemas de Medições<br />

e Sistemas Instrumentados de Segurança<br />

(SIS)” na <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> nº 56.<br />

Posicionadores de<br />

Válvulas Certificados<br />

Alguns usuários usam os posicionadores<br />

de válvulas fazendo o teste de stroke parcial<br />

(partial stroke testing/movimento parcial) com<br />

a finalidade de mostrar que a válvula está<br />

apta a atender uma solicitação do sistema<br />

de segurança. Esta função não é certificada.<br />

Na verdade, não se certifica a posição em si<br />

da válvula. O que se certifica é a habilidade<br />

de fechar a válvula todas as vezes que for<br />

necessário, isto é, a função de segurança.<br />

Por exemplo, se durante um partial stroke<br />

o equipamento for colocado em demanda,<br />

a certificação garante que ele vai parar o<br />

teste e fechará a válvula.<br />

O que você ainda precisa saber<br />

sobre equipamentos SIL?<br />

Nenhuma mudança de configuração,<br />

simulação, multidrop ou teste de loop pode<br />

ser feita com o equipamento em operação<br />

normal (isto é, exigindo segurança). Ao<br />

F1. Camadas de Segurança.<br />

comunicar, faz com que a saída não esteja<br />

em condição de ser avaliada seguramente:<br />

• Na condição segura deve estar com a<br />

proteção de escrita habilitada;<br />

• Nenhum ajuste local pode ser realizado<br />

(Ajuste local deve ser desabilitado);<br />

• Equipamento SIL para reparo deve<br />

ser enviado ao fabricante para que este<br />

garanta o certificado SIL. Qualquer<br />

intervenção do usuário descaracteriza<br />

o certificado SIL (mais um motivo<br />

para se atentar quando especificar SIL<br />

para uso em função de controle!!).<br />

Conclusão<br />

Vimos, neste artigo, que um sistema<br />

seguro de controle faz uma função de<br />

controle e não de segurança. Além disso,<br />

está claro que nada é totalmente seguro. O<br />

que se busca é reduzir a probabilidade de<br />

ocorrência de falhas.<br />

Vale lembrar que a principal preocupação<br />

das normas é garantir ao máximo a segurança<br />

e isto tem seu custo. Equipamentos aplicáveis<br />

em Sistemas de Seguranças Instrumentados<br />

custam mais que os usados em Sistemas<br />

Regulatórios de Controle. Um PLC de<br />

segurança pode custar muito mais que um<br />

convencional.<br />

Equipes precisam estar treinadas e todo<br />

processo documentado, desde o início do<br />

projeto, análises, startup/comissionamento,<br />

F2. SIS versus BPCS.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

manutenção e ciclos de vida de segurança,<br />

planos de emergências, etc. Verifique também<br />

preços de sobressalentes e custos com<br />

atendimentos e manutenções. Em plantas<br />

que já estão em operação os custos podem<br />

ser maiores. Quanto mais se aumenta a disponibilidade<br />

da planta, na maioria das vezes,<br />

se diminui a segurança e vice-versa. MA<br />

César Cassiolato - Diretor de Desenvolvimento<br />

de Equipamentos de Campo, Engenharia de<br />

Produtos, Qualidade , Assistência Técnica e<br />

Instalações Industriais - Smar Equipamentos<br />

Industriais Ltda.<br />

41


energia<br />

Avaliação de<br />

Propriedades<br />

Termodinâmicas e Termofísicas<br />

da Aplicação de<br />

Hidrocarbonetos em<br />

Refrigeradores<br />

Os esforços de pesquisa e desenvolvimento na área de<br />

Refrigeração e Ar Condicionado aplicados ao uso de fluidos<br />

refrigerantes naturais não está associada somente à<br />

necessidade de preservação do meio ambiente em si, mas<br />

também apresenta grande importância na necessidade<br />

latente do aumento da eficiência energética dos equipamentos.<br />

Neste sentido, o presente trabalho trata da avaliação<br />

termodinâmica da aplicação de fluidos refrigerantes<br />

hidrocarbonetos em um sistema de refrigeração residencial<br />

que utiliza o HFC134a como fluido de trabalho.<br />

saiba mais<br />

Quanto custa um banho?<br />

www.sabereletronica.com.br/<br />

secoes/leitura/60<br />

Nariz eletrônico<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 37<br />

Construindo geradores eólicos<br />

<strong>Mecatrônica</strong> Fácil 51<br />

Ionização Ambiente: A Eletrônica<br />

melhorando sua Saúde<br />

Eletrônica Total 139<br />

42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

Cleiton Rubens Formiga Barbosa<br />

Igor Marcel Gomes Almeida<br />

Uma análise teórico-computacional foi<br />

desenvolvida para o R134a, propano<br />

(R290) e as misturas selecionadas (R290/<br />

R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a<br />

40%/30%/30% e R600a/R290-GLP<br />

70%/30%) no ciclo de refrigeração padrão<br />

ASHRAE, utilizando as propriedades termodinâmicas<br />

e termofísicas fornecidas pelo<br />

Software REFPROP 6.0. Os resultados das<br />

simulações computacionais foram comparados<br />

entre os fluidos para indicação da melhor<br />

alternativa ao HFC134a.<br />

Dessa forma, pôde-se observar que os<br />

hidrocarbonetos reduzem os níveis de pressão<br />

no condensador e evaporador, além de<br />

menores trabalhos de compressão serem<br />

necessários no sistema devido às propriedades<br />

termofísicas privilegiadas destes fluidos. A<br />

utilização destes fluidos também proporciona<br />

uma menor temperatura de descarga<br />

do compressor, incrementando a vida útil<br />

deste componente de alto valor do sistema.<br />

A utilização do R290 e misturas envolvendo<br />

hidrocarbonetos proporciona uma triplicação<br />

do calor latente de vaporização em relação ao<br />

R134a. Tal fator acarreta uma redução de cerca<br />

de 50% da necessidade de carga em massa de<br />

refrigerante no sistema de refrigeração para<br />

uma mesma capacidade do equipamento.


Em setembro de 2007, quando se comemoravam<br />

os 20 anos de sucessos do Protocolo<br />

de Montreal, uma nova decisão histórica foi<br />

tomada pelo conjunto dos países signatários.<br />

Com o fim dos CFC’s, previsto para 2010,<br />

decidiu-se pelo início do processo de substituição<br />

dos HCFC’s já em 2013, antecipando<br />

em dez anos o prazo previsto pelo Protocolo<br />

de Montreal para o abandono destes gases.<br />

Além dos benefícios para a recomposição da<br />

Camada de Ozônio, objeto do Protocolo, a<br />

medida traz também um enorme benefício<br />

para o regime climático, dado o acentuado<br />

Potencial de Aquecimento Global (GWP)<br />

dos HCFC´s.<br />

Ao longo de seus 20 anos, a eliminação<br />

dos CFC´s contribuiu significativamente para<br />

que se evitasse a emissão de bilhões de toneladas<br />

de CO 2 equivalente e pode continuar<br />

a fazê-lo com uma relação custo-benefício<br />

das mais favoráveis. Somente no Brasil, a<br />

antecipação do prazo de eliminação dos CFC´s<br />

determinada pela Resolução 267/2000 do<br />

CONAMA evitou o consumo de 36,5 mil<br />

toneladas PDO de CFC´s, o que equivale,<br />

quanto ao seu efeito para o aquecimento<br />

global, a 360 milhões de toneladas de CO 2 .<br />

A título de comparação, o ProÁlcool, o mais<br />

bem-sucedido programa de combustíveis<br />

renováveis do mundo, evitou de 1975 a 2005<br />

a emissão de 650 milhões de toneladas de<br />

CO 2 . Antecipar os prazos de abandono de<br />

HCFC´s significará novos ganhos.<br />

No entanto, os esforços de pesquisa e<br />

desenvolvimento na área de Refrigeração e<br />

Ar Condicionado aplicados ao uso de fluidos<br />

refrigerantes naturais não estão associados<br />

somente à necessidade de preservação do<br />

meio ambiente em si, mas também apresentam<br />

grande importância na necessidade<br />

latente do aumento da eficiência energética<br />

dos equipamentos. Tal característica é<br />

observada na Decisão XIX/6 do Protocolo<br />

de Montreal. Neste sentido, de acordo com<br />

diversas pesquisas realizadas com tais fluidos,<br />

a utilização de hidrocarbonetos em operações<br />

de drop-in em equipamentos de refrigeração<br />

proporcionam condições favoráveis à redução<br />

do consumo energético.<br />

Hidrocarbonetos, como o Gás Liquefeito<br />

de Petróleo (GLP), são ambientalmente<br />

corretos e encontram-se disponíveis na natureza,<br />

então, a utilização destas substâncias<br />

como fluidos refrigerantes em refrigeradores<br />

é muito atrativa. Pouca informação se<br />

encontra disponível na literatura científica<br />

Categoria Exemplos Requisito<br />

A (doméstico/<br />

público)<br />

B (comercial/<br />

privado)<br />

C (industrial/<br />

restrito)<br />

Hospitais, prisões,<br />

teatros, escolas,<br />

supermercados, hotéis.<br />

Escritórios, pequenos<br />

shoppings, restaurantes,<br />

Câmaras frias,<br />

abatedouros, áreas não<br />

públicas,<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

energia<br />

< 1,5 kg por sistema hermético.<br />

< 5 kg em salas específicas de máquinas ou em sistemas indiretos.<br />

< 2,5 kg por sistema hermético.<br />

< 10 kg em salas específicas de máquinas ou em sistemas indiretos.<br />

< 10 kg em locais ocupados por pessoas.<br />

< 25 kg para lados de alta pressão (exceto condensadores<br />

resfriados a ar) se localizado em sala de máquinas específica.<br />

Sem limite, se todos os equipamentos forem localizados em salas<br />

específicas.<br />

T1. Requisitos de carga de refrigerante para várias categorias de espaços (ACRIB, 2001).<br />

sobre a utilização de hidrocarbonetos em<br />

refrigeradores domésticos<br />

A maioria dos trabalhos está concentrada<br />

na substituição do CFC-12, e poucas pesquisas<br />

abordam a substituição do HFC-134a,<br />

que é o fluido atualmente utilizado nestes<br />

equipamentos.<br />

Vale lembrar que a substituição dos<br />

HCFC´s se dará com a introdução de outros<br />

gases. Caso o HCFC- 22 venha a ser substituído<br />

predominantemente pelo HFC-134a,<br />

uma das alternativas mais consolidadas no<br />

mercado, grande parte deste ganho seria<br />

anulada, já que o GWP das duas substâncias<br />

são similares.<br />

Os refrigeradores estão dentre os equipamentos<br />

que representam as maiores participações<br />

no consumo residencial de eletricidade<br />

no Brasil. Essa participação é estimada em<br />

torno de 30% representando em 2004 um<br />

consumo de eletricidade aproximado de<br />

23.000 GWh, cerca de 6,3% do consumo total<br />

de eletricidade no país. Apesar dos avanços<br />

no aumento da eficiência no consumo de<br />

energia dos refrigeradores disponibilizados<br />

no mercado, o que é indicado pelo selo<br />

PROCEL, ainda existem em operação nos<br />

domicílios brasileiros muitos equipamentos<br />

antigos com tecnologias ineficientes.<br />

Estima-se que a participação de refrigeradores<br />

com idade superior a 15 anos no estoque<br />

em uso seja de aproximadamente 12%.<br />

Isso indica prolongamento da utilização de<br />

equipamentos com utilização de tecnologias<br />

ineficientes e com eficiência degradada. O<br />

consumo desses equipamentos pode ser até 5<br />

vezes superior aos equipamentos novos com<br />

classificação A do selo PROCEL (MELO e<br />

JANNUZZI, 2008).<br />

Desta forma, observa-se a importância<br />

de buscas de alternativas para redução<br />

do consumo energético de refrigeradores<br />

domésticos no Brasil. Especificamente no<br />

caso da cidade de Santa Cruz-RN, a maior<br />

parcela de consumo energético anual se dá<br />

no setor residencial, onde os refrigeradores<br />

contribuem em grande parte com tal nível<br />

de consumo, que é de 8695 MWh, de um<br />

total de 19232 MWh incluindo todos os<br />

setores (industrial, comercial, rural, poderes<br />

públicos, iluminação pública e outros setores)<br />

(IBGE, 2007).<br />

A constatação desta realidade local<br />

está sendo analisada no contexto do desenvolvimento<br />

de projetos de extensão<br />

junto à comunidade rural ou urbana para<br />

levantamento do consumo energético de<br />

refrigeração e estudo da possibilidade de<br />

realização de projetos de drop-in nos equipamentos.<br />

Uma das alternativas possíveis<br />

para tal objetivo consiste na substituição de<br />

fluidos refrigerantes sintéticos por naturais,<br />

como os hidrocarbonetos, em operações de<br />

drop-in. Resultados experimentais demonstram<br />

reduções no consumo de energia de<br />

4,3% (MOHANRAJ et al., 2007), 5%<br />

(WONGWISES e CHIMRES, 2005) e<br />

de até 20% (MACLAINE-CROSS, 1997).<br />

Devido a flamabilidade, um dos mais<br />

importantes avanços no projeto de equipamentos<br />

de refrigeração com hidrocarbonetos<br />

foi a minimização de carga em massa destes<br />

fluidos, ou em outras palavras, a obtenção de<br />

elevadas taxas de capacidade de refrigeração<br />

específica (kW/kg de refrigerante). Este<br />

objetivo pode ser alcançado pelo uso de<br />

trocadores de calor compactos, trocadores<br />

de calor de placa brasados com o fluido de<br />

transferência de calor sendo um líquido<br />

ou trocadores de microcanais utilizando<br />

ar como fluido de transferência e reduzindo<br />

ao máximo o volume de tubulações e<br />

componentes auxiliares, especialmente os<br />

componentes em que o fluido se encontra<br />

na fase líquida (MARTÍNEZ-GALVÁN et<br />

al., 2011). A tabela 1 apresenta os requisitos<br />

de carga de refrigerantes hidrocarbonetos<br />

para diversas categorias de aplicação.<br />

Um elemento-chave para a transformação<br />

do mercado de refrigeradores domésticos,<br />

43


energia<br />

especificamente, quanto à eficiência energética<br />

consiste no desenvolvimento de um processo<br />

de conscientização e reforço no processo educativo<br />

da população sobre o uso da energia de<br />

forma eficiente nestes equipamentos.<br />

Tal objetivo pode ser alcançado através<br />

do desenvolvimento de um currículo de ensino<br />

médio que aborde questões referentes à<br />

eficiência energética e à utilização da energia<br />

em disciplinas da área de ciências. Além do<br />

desenvolvimento deste currículo, uma outra<br />

tarefa importante consiste na divulgação de<br />

informação ao público em geral.<br />

Meios de comunicação social podem<br />

auxiliar na sensibilização de consumidores<br />

e usuários de sistemas de refrigeração sobre<br />

a utilização eficiente da energia. Documentários<br />

públicos e programas de educação são<br />

outros componentes essenciais na campanha<br />

para a transformação do mercado (VAN<br />

BUSKIRK et al., 2007).<br />

O presente artigo constitui parte introdutória<br />

de projeto de pesquisa relacionado<br />

ao uso de hidrocarbonetos em sistemas de<br />

refrigeração residencial. Enfoca-se a análise<br />

termodinâmica da utilização destes fluidos<br />

refrigerantes em comparação aos fluidos sintéticos<br />

convencionais através dos resultados<br />

de simulações computacionais realizadas<br />

mediante utilização do Software REFPROP<br />

6.0 (McLINDEN et al., 1998), de avaliação<br />

de propriedades termodinâmicas e termofísicas<br />

de fluidos refrigerantes.<br />

Modelagem Teórico-<br />

Computacional<br />

Primeiramente foi desenvolvida uma<br />

metodologia de análise teórico- computacional<br />

do sistema de refrigeração proposto<br />

de forma a se obter estimativa do processo<br />

de funcionamento do sistema bem como<br />

de sua performance. Para tal análise serão<br />

utilizados softwares específicos, a saber,<br />

REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998)<br />

de avaliação de propriedades termodinâmicas<br />

e termofísicas de fluidos refrigerantes.<br />

Uma análise teórica foi implementada<br />

para a utilização do R134a, propano<br />

(R290) e as misturas selecionadas de R290/<br />

R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a<br />

40%/30%/30% e R290/R600a 30%/70%<br />

no ciclo padrão de refrigeração ASHRAE<br />

(temperatura de evaporação: -23,3ºC, temperatura<br />

de condensação: 54,4ºC, temperatura<br />

de líquido e de sucção: 32,2ºC), utilizando<br />

as propriedades termodinâmicas do RE-<br />

44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

FPROP 6.0, conforme recomendado por<br />

KIM et al. (1998).<br />

O coeficiente de performance de sistemas<br />

de refrigeração comerciais e domésticos é incrementado<br />

de 10 a 20% quando se utilizam<br />

misturas de hidrocarbonetos que contenham<br />

R600a e R290 (SEKHAR et al., 2004).<br />

Com o objetivo de simular o refrigerador<br />

por compressão a vapor, algumas suposições<br />

são necessárias. São estas:<br />

a) operação em estado estacionário (regime<br />

permanente);<br />

b) não ocorre perda de pressão nas tubulações,<br />

isto é, as alterações nas pressões<br />

ocorrem apenas no compressor e no<br />

tubo capilar;<br />

c) perdas ou ganhos de calor são negligenciadas<br />

e,<br />

d) o compressor apresenta eficiência volumétrica<br />

ideal e eficiência isoentrópica<br />

de 75% (FATOUH e EL KAFAFY,<br />

2006a).<br />

A figura 1 apresenta o modelo de ciclo<br />

termodinâmico utilizado na análise teórico-<br />

computacional.<br />

Para a aceitação do drop-in (processo de<br />

substituição de um fluido refrigerante sem<br />

alteração nos componentes estruturais do<br />

refrigerador) de um fluido de trabalho em um<br />

sistema de refrigeração já existente, algumas<br />

importantes características de performance<br />

devem ser consideradas. São elas: pressões<br />

de operação, capacidade de refrigeração<br />

volumétrica, coeficiente de performance<br />

e temperatura de descarga do compressor<br />

(FATOUH e EL KAFAFY, 2006a).<br />

O refrigerante deve apresentar um número<br />

mínimo de características essenciais favoráveis,<br />

dentre as quais as mais significantes<br />

são: reduzida densidade na fase líquida,<br />

alto calor latente de vaporização, reduzido<br />

volume específico na fase vapor e reduzido<br />

calor específico na fase líquida, tais características<br />

serão avaliadas e confrontadas entre<br />

os fluidos em questão, conforme citado por<br />

POGGI et al. (2008).<br />

A capacidade de refrigeração volumétrica<br />

(Q vol ) é uma medida do tamanho do compressor<br />

requerido para condições de operação<br />

particulares. Expressa o efeito de refrigeração<br />

obtido por 1 m 3 de refrigerante aspirado pelo<br />

compressor (POGGI et al., 2008). Deve-se<br />

notar que à medida que a capacidade volumétrica<br />

de refrigeração aumenta, o tamanho<br />

do compressor requerido é reduzido. A capacidade<br />

de refrigeração volumétrica (Q vol )<br />

pode ser estimada como segue:<br />

onde h 5 e v 1 são a entalpia específica<br />

e o volume específico do refrigerante na<br />

condição de vapor saturado à entrada do<br />

compressor e h 4 é a entalpia específica do<br />

refrigerante à entrada do evaporador, de<br />

acordo com a figura 1. A razão de pressão<br />

(RP) é definida como a relação entre a<br />

pressão de condensação (P cond ) e a pressão<br />

de evaporação (P evap ), isto é,<br />

As pressões de condensação e evaporação<br />

são determinadas de acordo com as<br />

temperaturas de condensação e evaporação,<br />

respectivamente.<br />

O coeficiente de performance (COP)<br />

relaciona a capacidade de refrigeração com<br />

a potência requerida e indica o consumo de<br />

potência global para uma carga desejada.<br />

Alto COP significa baixo consumo de<br />

energia para absorção da mesma capacidade<br />

de refrigeração do espaço a ser refrigerado.<br />

Pode ser expresso como<br />

onde Q evap é a capacidade de refrigeração<br />

e P comp é potência requerida para acionar<br />

o compressor. O balanço de energia no<br />

evaporador resulta em:<br />

A potência requerida para acionar o<br />

compressor pode ser descrita como:<br />

A entalpia específica real do vapor refrigerante<br />

superaquecido à saída do compressor<br />

(h 2 ) pode ser calculada como segue:<br />

onde h is ,comp é a eficiência isoentrópica<br />

do compressor e h 2,is é a entalpia do vapor<br />

refrigerante superaquecido à saída do com


pressor para um processo de compressão<br />

isoentrópico.<br />

A vazão mássica de refrigerante (m r ) pode<br />

ser estimada utilizando a equação seguinte<br />

(TASHTOUSH et al., 2002):<br />

Onde Q evap é a capacidade de refrigeração<br />

em watts e qevap o efeito de refrigeração<br />

específico em kJ/kg.<br />

A temperatura de descarga do compressor<br />

(T des = T 2 ) é um importante parâmetro,<br />

devido ao seu efeito nos componentes do<br />

compressor e na estabilidade dos lubrificantes.<br />

Esta temperatura foi determinada<br />

utilizando ambos os dados de pressão de<br />

condensação e entalpia específica real à saída<br />

do compressor, determinada pela equação 6.<br />

Na análise do ciclo, a mesma capacidade<br />

de refrigeração foi aplicada para todos os<br />

refrigerantes considerados. A capacidade de<br />

refrigeração de 143 W foi obtida através da<br />

conversão da capacidade de congelamento<br />

de um refrigerador de 210 l, fornecida pelo<br />

fabricante, que é de 3,5 kg/24 h.<br />

Resultados e Discussões<br />

Aplicando-se as diversas equações relativas<br />

ao circuito de refrigeração representado na<br />

figura 1 sob as condições previamente definidas<br />

de operação (ciclo ASHRAE) e o Software<br />

REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998),<br />

obtiveram-se os dados operacionais referentes<br />

aos refrigerantes selecionados. A tabela 2<br />

apresenta os resultados das simulações.<br />

Analisando-se a figura 2, observa-se que<br />

a densidade do vapor da mistura de R290/<br />

R600a (50/50) é a menor para toda a faixa<br />

de temperaturas de operação, sendo esperada<br />

assim uma redução no trabalho de compressão<br />

requerido. A redução na densidade é um<br />

fator mais importante que o calor latente de<br />

vaporização do fluido (Poggi et al., 2008).<br />

A diminuição da proporção de R134a nas<br />

misturas acarreta uma redução da potência<br />

de compressão necessária e da transferência<br />

de calor no condensador.<br />

A mistura de hidrocarbonetos com o<br />

R134a proporciona um aumento na lubricidade<br />

e miscibilidade do óleo lubrificante<br />

com o R134a (Tashtoush et al., 2002). As<br />

densidades de vapor nas condições de sucção<br />

das misturas e do R290 puro se apresentam<br />

menores que as do R134a, correspondendo a<br />

F1. Ciclo termodinâmico real de um refrigerador.<br />

F2. Variação das densidades de vapor em função da temperatura.<br />

F3. Variação das densidades de líquido em função da temperatura.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

energia<br />

45


energia<br />

uma menor carga de massa necessária destes<br />

fluidos no sistema em relação ao R134a<br />

(Sekhar et al., 2004).<br />

De acordo com a figura 3, a mistura de<br />

R290/R600a (50:50) apresenta as menores<br />

densidades de líquido juntamente com a<br />

mistura R290/R600a (60:40), proporcionando<br />

assim, redução das perdas por fricção<br />

no sistema (Sekhar et al., 2004).<br />

Em qualquer sistema de refrigeração, uma<br />

parte do óleo lubrificante circula junto com<br />

o refrigerante pelos vários componentes do<br />

F4. Variação da viscosidade em função da temperatura.<br />

F5. Variação do volume específico na sucção do compressor em função da temperatura.<br />

F6. Variação da condutividade térmica na fase líquida em função da temperatura.<br />

46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

sistema. Os efeitos do óleo estão fortemente<br />

relacionados com a habilidade do refrigerante<br />

de se dissolver no lubrificante. Níveis elevados<br />

da solubilidade do refrigerante levam a reduções<br />

de viscosidade da solução refrigerante/<br />

lubrificante, o que é benéfico para o retorno<br />

do óleo ao compressor, mas pode agir em<br />

detrimento da lubrificação dos mancais.<br />

A figura 4 apresenta as características<br />

de variação da viscosidade dos fluidos com<br />

relação à temperatura, observa-se que as misturas<br />

R290/R600a (60/40) e R290/R600a<br />

(50/50) apresentam os menores valores de<br />

viscosidade em toda a faixa de temperaturas<br />

em questão. Tal fato é positivo, já que<br />

proporciona redução das perdas de carga<br />

nas tubulações do circuito de refrigeração.<br />

A figura 5 apresenta a variação do volume<br />

específico nas condições de sucção<br />

(temperatura) do compressor. Observa-se<br />

que maiores valores de volume específico na<br />

sucção do compressor proporcionam maiores<br />

capacidades de refrigeração volumétricas, o que<br />

acarreta a necessidade de um maior deslocamento<br />

volumétrico do compressor para uma<br />

mesma capacidade de refrigeração do sistema.<br />

Nota-se que com o objetivo de realização<br />

de drop-in em um sistema de refrigeração, o<br />

fluido substituto deve apresentar capacidade<br />

de refrigeração volumétrica semelhante à do<br />

fluido original de modo a não ser necessária a<br />

troca do compressor. Neste sentido, observa-<br />

-se que o R290/R600a (50:50) apresenta<br />

os maiores valores de volume específico. O<br />

R290/R600a (60:40) apresentou valores mais<br />

próximos do R134a.<br />

A figura 6 apresenta as condutividades<br />

térmicas na fase líquida dos diversos<br />

fluidos refrigerantes analisados em função<br />

da temperatura. Observa-se que o R134a<br />

apresenta as menores condutividades em<br />

toda a faixa de temperatura. À medida que<br />

a fração de R134a é reduzida, estes valores<br />

aumentam. As misturas de hidrocarbonetos<br />

R290/R600a (60:40) e (50:50) possuem<br />

maiores condutividades em toda a faixa de<br />

temperatura, sendo estas praticamente iguais<br />

entre as duas misturas. Tal fato proporciona<br />

maiores taxas de transferência de calor ao<br />

sistema de refrigeração.<br />

A figura 7 apresenta as condutividades<br />

térmicas na fase vapor dos diversos<br />

fluidos refrigerantes analisados em função<br />

da temperatura. Observa-se que o R134a<br />

apresenta as menores condutividades em<br />

toda a faixa de temperatura. As misturas<br />

de hidrocarbonetos R290/R600a (60:40)<br />

e (50:50) possuem maiores condutividades<br />

em toda a faixa de temperatura, sendo estas<br />

praticamente iguais entre as misturas.<br />

Analisando-se os resultados apresentados<br />

na tabela 2, observa-se que quanto maior a<br />

fração em massa de propano (R290), maior<br />

será a pressão de condensação e menor a<br />

temperatura de evaporação, o que pode<br />

acarretar em grande formação de gelo no<br />

evaporador, a mistura de R290/R600a (60/40)<br />

aponta para a melhor solução neste quesito.


A mistura de R290/R600a (60/40)<br />

apresenta as menores densidades de líquido<br />

juntamente com o R290 puro, proporcionando<br />

assim reduzidas perdas por atrito no<br />

sistema. Esta mistura também apresenta as<br />

menores densidades na fase vapor e líquida,<br />

sendo esperada uma redução no trabalho<br />

total de compressão. A redução nos valores<br />

de densidades é mais importante que um<br />

aumento no calor latente de vaporização do<br />

fluido (POGGI et al., 2008).<br />

A diminuição da proporção de R134a<br />

nas misturas acarreta uma redução da<br />

potência de compressão necessária e da<br />

transferência de calor no condensador. A<br />

mistura de hidrocarbonetos com o R134a<br />

proporciona um aumento na lubricidade e<br />

miscibilidade do óleo lubrificante com o<br />

R134a (TASHTOUSH et al., 2002). As<br />

densidades de vapor nas condições de sucção<br />

das misturas e do R290 puro se apresentam<br />

menores que as do R134a, correspondendo a<br />

uma menor carga de massa necessária destes<br />

fluidos no sistema em relação ao R134a.<br />

Pode-se notar ainda que o calor latente<br />

de vaporização (efeito de refrigeração) da<br />

mistura R290/R600a é cerca de duas vezes<br />

maior que do R134a. No entanto, devido<br />

ao reduzido volume específico do R134a na<br />

sucção, a capacidade de refrigeração volumétrica<br />

dos dois fluidos são próximas. De<br />

modo a aceitar um fluido de trabalho como<br />

substituto para um sistema de refrigeração,<br />

uma similar capacidade de refrigeração<br />

volumétrica e performance comparada<br />

com o refrigerante existente são requeridas<br />

(FATOUH e KAFAFY, 2006a).<br />

O único fator real que pesa contra a<br />

utilização em massa dos hidrocarbonetos<br />

como refrigerantes em equipamentos de<br />

refrigeração e ar condicionado é a segurança<br />

quanto a utilização de quantidades relativamente<br />

grandes destes fluidos inflamáveis<br />

(MARTÍNEZ-GALVÁN et al., 2011). O<br />

isobutano já vem sendo utilizado há bastante<br />

tempo em refrigeradores e nenhum problema<br />

maior de segurança tem sido observado,<br />

principalmente devido às cargas reduzidas<br />

no sistema e ao índice muito diminuto de<br />

fugas. Um importante quesito no projeto dos<br />

sistemas que operam com hidrocarbonetos<br />

consiste na avaliação da possibilidade de<br />

exclusão de acumuladores/tanques de líquido<br />

na saída do condensador, e quando não<br />

for possível a exclusão deste componente,<br />

projetá-lo com um volume reduzido.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

energia<br />

47


energia<br />

Qualquer pessoa que esteja envolvida<br />

com o manuseio ou manutenção de circuitos<br />

refrigerantes com hidrocarbonetos deve possuir<br />

um certificado válido de algum órgão<br />

acreditado, comprovando sua competência<br />

para o manuseio destes refrigerantes de forma<br />

segura. Todas as ferramentas e equipamentos<br />

devem ser confiáveis para o uso com fluidos<br />

inflamáveis, atenção particular deve ser dada<br />

na seleção de: unidades de recuperação de<br />

fluido, detectores de vazamento, medidores<br />

elétricos, cilindros de recuperação de fluido<br />

e lâmpadas portáteis.<br />

Conclusão<br />

Os esforços de pesquisa e desenvolvimento<br />

na área de Refrigeração e Ar Condicionado<br />

aplicados ao uso de fluidos refrigerantes<br />

naturais não estão associados somente à<br />

necessidade de preservação do meio ambiente<br />

em si, mas também apresentam grande im-<br />

Refrigerante<br />

Parâmetros<br />

R134a R290<br />

R290/R600a<br />

(60/40)<br />

R290/R600a<br />

(30/70)<br />

R290/R600a/R134a<br />

(40/30/30)<br />

Pressão de condensação @<br />

54,4ºC (kPa)<br />

1470,0 1883,0 1370,5 1050,6 1604,0<br />

Pressão de evaporação @<br />

-23,3ºC (kPa)<br />

114,8 216,6 140,6 99,85 174,7<br />

Diferença de pressão (kPa) 1355,2 1666,4 1229,9 950,75 1429,3<br />

Razão de pressões 12,8 8,7 9,74 10,52 9,18<br />

Efeito de refrigeração (kJ/kg) 185,58 354,47 347,85 342,11 279,7<br />

Capacidade de refrigeração<br />

volumétrica (kJ/m3 )<br />

743,719 1171,9 819,718 619,5 980,391<br />

COP 2,049 2,041 2,093 2,160 2,085<br />

Capacidade de refrigeração (W) 143 143 143 143 143<br />

Vazão mássica (kg/h) 2,773 1,452 1,479 1,504 1,840<br />

Temperatura de descarga (°C) 139,5 134,5 128,8 123,6 126,0<br />

Temperatura de entrada no<br />

tubo capilar (°C)<br />

Volume específico na sucção<br />

32,2 32,2 32,2 32,2 32,2<br />

(m3 /kg)<br />

Calor específico na fase<br />

0,2121 0,2571 0,3607 0,4694 0,2425<br />

líquida (kJ/kgK) 1,44733 2,8002 2,66510 2,57641 2,28916<br />

Densidade na fase líquida<br />

(kg/m3 )<br />

1183,27 483,44 505,718 523,598 588,688<br />

T2. Características dos hidrocarbonetos no ciclo de refrigeração padrão ASHRAE.<br />

48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

portância na necessidade latente do aumento<br />

da eficiência energética dos equipamentos.<br />

Hidrocarbonetos, como o Gás Liquefeito<br />

de Petróleo (GLP), são ambientalmente<br />

corretos e encontram-se disponíveis na<br />

natureza, neste sentido, a utilização destas<br />

substâncias como fluidos refrigerantes em<br />

refrigeradores é muito atrativa.<br />

De acordo com a análise termodinâmica<br />

desenvolvida para os fluidos hidrocarbonetos,<br />

pode-se observar que estes reduzem os níveis<br />

de pressão desenvolvidas no condensador e<br />

evaporador.<br />

A utilização do R290 e misturas envolvendo<br />

hidrocarbonetos proporcionam uma<br />

triplicação do calor latente de vaporização em<br />

relação ao R134a. Tal fator acarreta numa<br />

redução de cerca de 50% da necessidade de<br />

carga de refrigerante em massa no sistema<br />

de refrigeração para uma mesma capacidade<br />

do equipamento.<br />

F7. Variação da condutividade térmica na fase vapor em função da temperatura.<br />

Os hidrocarbonetos apresentam menores<br />

temperaturas de descarga no compressor,<br />

proporcionando maior vida útil a estes<br />

componentes. O coeficiente de performance<br />

do sistema com hidrocarbonetos e misturas<br />

apresentou crescimento de cerca de 5% em<br />

relação ao R134a. Consequentemente, menores<br />

trabalhos de compressão são requeridos<br />

para os hidrocarbonetos em relação ao R134a<br />

devido a suas propriedades termofísicas<br />

relativas à densidade na fase líquida e vapor.<br />

De forma a consolidar os hidrocarbonetos<br />

e suas misturas como substitutos aos fluidos<br />

sintéticos, como o HFC134a, a indústria<br />

de refrigeração deve focar seus esforços no<br />

desenvolvimento de compressores adequados<br />

à capacidade de refrigeração volumétrica dos<br />

fluidos naturais. Além do desenvolvimento de<br />

novas metodologias de projeto de trocadores<br />

de calor, já que as misturas se comportam<br />

de forma diferente dos fluidos puros no que<br />

diz respeito à mudança de fase.<br />

O único fator real que pesa contra a<br />

utilização em massa dos hidrocarbonetos<br />

como refrigerantes em equipamentos de<br />

refrigeração e ar condicionado é a segurança<br />

quanto a utilização de quantidades relativamente<br />

grandes destes fluidos inflamáveis.<br />

Como continuidade do projeto de pesquisa<br />

serão desenvolvidas análises experimentais<br />

destas misturas selecionadas de modo a se<br />

obter um indicativo de performance em<br />

relação ao HFC-134a, tendo como objeto<br />

de comparação os resultados da análise<br />

teórico- computacional.<br />

Agradecimentos<br />

Agradecemos à Pró-Reitoria de Pesquisa<br />

e Inovação do IFRN pela concessão de<br />

auxílio financeiro como apoio ao desenvolvimento<br />

de projetos através do Edital<br />

Nº 23/2010.<br />

MA<br />

Igor Marcel Gomes Almeida<br />

Grupo de Estudos em Refrigeração e Ar Condicionado.<br />

Instituto Federal de Educação, Ciência<br />

e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus<br />

Santa Cruz. Rua São Braz, No.304, Bairro<br />

Paraíso. Santa Cruz-RN.<br />

E-mail: igor.almeida@ifrn.edu.br<br />

Cleiton Rubens Formiga Barbosa<br />

Grupo de Estudos em Sistemas Térmicos<br />

(GEST). Departamento de Engenharia Mecânica.<br />

Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Norte. Av. Salgado Filho. S/N. Lagoa Nova.<br />

Natal-RN.<br />

E-mail: cleiton@ufrnet.br


Marketing<br />

Industrial,<br />

por que não pensei<br />

nisso antes?<br />

Hoje, ainda se confunde muito o conceito de<br />

Marketing e suas funções com as outras áreas<br />

da organização, e isto dificulta ainda mais<br />

a sua aplicação. Na indústria há empresas<br />

de todo tipo de gestão, as de menor porte,<br />

por exemplo, desconhecem os preceitos do<br />

marketing, entendendo que esse tema se<br />

restringe à divulgação ou que serve apenas<br />

para ser um apoio comercial.<br />

No Brasil o termo marketing teve uma<br />

infeliz banalização e disseminação, muitas<br />

falácias confundem o termo com propaganda,<br />

promoção, publicidade e vendas.<br />

Analisando a fundo a raiz destas confusões<br />

e equívocos acerca da palavra marketing, os<br />

termos terminados em ing exigem mais que<br />

uma só palavra para sua definição, sendo<br />

que o sufixo ing (de origem inglesa) tanto<br />

indica um gerúndio quanto um substantivo.<br />

O marketing nunca encontrou por aqui<br />

uma interpretação digna do seu real significado,<br />

entretanto, uma das falácias que mais<br />

rebaixam a classe dos seus profissionais é ser<br />

chamado de “marqueteiro”, isso mesmo - no<br />

diminutivo - pois esta palavra não merece<br />

tal destaque, é o puro aportuguesamento<br />

da expressão marketeer usada no inglês para<br />

identificar as pessoas que trabalham com<br />

marketing.<br />

chão de fábrica<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

Adriano Oliveira é<br />

responsável pelo<br />

Departamento de<br />

Marketing na<br />

Mectrol do Brasil<br />

Para se entender melhor, de acordo com<br />

o dicionário, marqueteiro é "aquele que,<br />

oportunisticamente, se utiliza do marketing<br />

para projetos e interesses pessoais”. <strong>Atual</strong>mente<br />

no Brasil, “marqueteiro” é visto como<br />

um vulgo pejorativo e até mesmo ofensivo,<br />

usado para qualificar negativamente um<br />

profissional.<br />

No meio político, o vemos como aquele<br />

que cuida de campanhas de políticos, que<br />

muitas das vezes são incompetentes e corruptos.<br />

Por isso, entender seus conceitos é<br />

de fundamental importância para que este<br />

cenário compreenda a definição correta<br />

destes termos.<br />

No decorrer deste artigo veremos a<br />

importância desta área dentro da empresa<br />

e porque não devemos terceirizá-la. Primeiramente,<br />

iremos definir melhor o conceito<br />

de marketing na indústria.<br />

No setor industrial, ainda nos vemos<br />

amarrados a conceitos e paradigmas de um<br />

passado conservador, tanto nas estratégias de<br />

marketing quanto na comunicação, bastante<br />

restritos aos pensamentos das lideranças<br />

acomodadas em suas posições e no receio<br />

da inovação.<br />

É muito comum você se deparar na<br />

indústria com empresas que de certa forma<br />

49


chão de fábrica<br />

...a área de<br />

marketing é uma<br />

área estratégica<br />

da empresa e<br />

interdependente<br />

de diversas áreas,<br />

incluindo a direção<br />

da empresa...<br />

”<br />

50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

são bem sucedidas, mas com grandes<br />

"falhas de marketing". Exemplos disso<br />

vemos nas tradicionais revistas B2B,<br />

anúncios que mostram a pura falta de<br />

profissionalismo com erros gritantes ou<br />

nos sites que parecem verdadeiros blogs<br />

abandonados.<br />

Muito se perde, pois estas ações<br />

não levam em conta a importância da<br />

persuasão das palavras, das cores, dos<br />

elementos gráficos e de tudo aquilo que<br />

possa ser considerado influenciador para<br />

uma tomada de decisão. Certamente<br />

é difícil mudar o perfil de alguém já<br />

formado, principalmente quando este<br />

pertence a gerações mais tradicionais,<br />

que, por receio de algo que não viveram<br />

ou não vivem, não se arriscam.<br />

Marketing é muito além de saber o<br />

que o mercado pensa e deseja, é saber<br />

como oferecer, como ser inovador e ao<br />

mesmo tempo criativo.<br />

Uma definição conceitual de Marketing<br />

que gosto bastante, apesar de não ser<br />

definitiva: “É uma função organizacional<br />

e um conjunto de processos que envolvem<br />

a criação, a comunicação e a entrega de<br />

valor para os clientes, bem como a administração<br />

do relacionamento com eles, de<br />

modo que beneficie a organização e seu<br />

público interessado. (AMA - American<br />

Marketing Association).<br />

Toda decisão de compra tem componentes<br />

racionais e objetivos, e componentes<br />

emocionais. Como marca é associada ao<br />

produto, ela é um bom exemplo disso:<br />

marca tem elementos tangíveis, racionais,<br />

e outros intangíveis ou emocionais.<br />

Marketing industrial deve ser feito<br />

para todos, não saindo do princípio B2B<br />

(business-to-business) ou B2C (business-to-<br />

-customer). Um case que responde a esta<br />

tese é a empresa Tetra Pack, que passou<br />

um bom tempo fazendo propaganda em<br />

mídia de massa, sendo que nenhum consumidor<br />

final comprou embalagens, mas<br />

sim a marca, originando o conceito do<br />

“Por que não pensei nisto antes?”, levando<br />

sempre em consideração o uso das regras,<br />

do público-alvo e toda a sua atmosfera.Por<br />

isso é de fundamental importância que a<br />

área de Marketing não seja terceirizada,<br />

pois é a "coluna cervical" da empresa, e<br />

sem ela a empresa não fica de pé.<br />

É muito comum vermos diversas<br />

empresas da área de Marketing Digital/<br />

Comunicação "vendendo" as receitas<br />

de sucessos através de ferramentas de<br />

workflow, e-marketing e links patrocinados<br />

no Google, quando na verdade<br />

muitas das empresas na indústria não<br />

têm uma equipe de marketing própria,<br />

que dará o suporte necessário para essas<br />

ações internamente, ficando à mercê de<br />

um péssimo investimento.<br />

Muitas empresas de "tecnologia e<br />

comunicação" vendem esse conceito à<br />

indústria, alegando que para o crescimento,<br />

a grande “sacada” é terceirizar,<br />

mas ele não se suporta na prática, pois<br />

muitas das ações e decisões devem ser<br />

feitas internamente, até porque envolvem<br />

muitas vezes informações sigilosas e<br />

estratégicas da empresa, que não podem<br />

cair "na boca do mercado".<br />

Enfim, no cenário competitivo industrial,<br />

uma empresa que quer realmente<br />

ter um marketing industrial eficiente,<br />

precisa ter sua própria estrutura interna,<br />

mas essa estrutura pode ter o apoio de<br />

uma consultoria, agências de design e<br />

comunicação, dando suporte quando e<br />

onde for necessário.<br />

Entretanto, a área de marketing é<br />

uma área estratégica da empresa e interdependente<br />

de diversas áreas, incluindo<br />

a direção da empresa. Recomendo sim a<br />

terceirização de ações específicas, devidamente<br />

focando o plano de marketing,<br />

mas defendo uma postura de profissionais<br />

full time, sentindo a realidade da empresa<br />

e descobrindo diariamente como os seus<br />

clientes e mercado pensam, este é o grande<br />

desafio do Marketing Industrial.<br />

No segmento B2B e B2C, o que<br />

conta muito é a sua expertise, as empresas<br />

comprarão seus produtos ou serviços se<br />

acreditarem na sua competência, e isto<br />

gerará credibilidade e confiança.<br />

Já imaginou como serão as empresas<br />

lideradas pelas gerações Y e Z? Tenho<br />

certeza que ousadia e inovação serão<br />

suas marcas registradas. Fica aqui este<br />

questionamento, sucesso a todos, câmbio,<br />

desligo!<br />

MA<br />

Adriano Oliveira, formado em Publicidade e<br />

Propaganda pelas Faculdades Integradas de<br />

Bauru (FIB), responsável pelo Departamento<br />

de Marketing na Mectrol do Brasil, tem<br />

especializações em Design, Marketing<br />

Digital e eventos industriais.

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