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Editora Saber Ltda<br />
Diretor<br />
Hélio Fittipaldi<br />
www.mecatronicaatual.com.br<br />
Editor e Diretor Responsável<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Revisão Técnica<br />
Eutíquio Lopez<br />
Redação<br />
Rafaela Turiani<br />
Publicidade<br />
Caroline Ferreira<br />
Designer<br />
Diego Moreno Gomes<br />
Carlos C. Tartaglioni<br />
Colaboradores<br />
Alexandre Capelli<br />
Bruno Castellani<br />
César Cassiolato<br />
Eutíquio Lopez<br />
Leandro Henrique Batista Torres<br />
Rob Hockley<br />
Ron Beck<br />
Steven D. Garbrecht<br />
Thomaz Oliveira<br />
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />
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Capa<br />
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Impressão<br />
Neograf Gráfica e Editora<br />
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Brasil: DINAP<br />
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />
ASSINATURAS<br />
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fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />
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ao preço da última edição em banca.<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />
Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />
administração, publicidade e correspondência:<br />
Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />
03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />
Associada da:<br />
Associação Nacional<br />
das Editoras de Publicações Técnicas,<br />
Dirigidas e Especializadas<br />
Começa a reação do setor<br />
industrial no Brasil<br />
Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, apresentou<br />
em coletiva de imprensa como foi o ano de 2012 para<br />
a indústria de máquinas. O departamento de estatís-<br />
tica preparou uma vasta quantidade de informações,<br />
comparando-as com os últimos oito anos (mês a mês).<br />
Assim foi possível notar os movimentos do mercado<br />
e como estamos indo para uma desindustrialização<br />
massiva, se não forem tomadas urgentes providências<br />
governamentais. O ponto positivo é que o governo começou a reagir. Um pouco tarde, é<br />
claro, mas já é alguma coisa. Pelo menos foi o que todos puderam notar no bom ânimo<br />
da direção da ABIMAQ quanto ao futuro próximo, começando pelo ano de 2013.<br />
O leitor poderá ver esta matéria nesta edição e os assinantes da revista e do portal<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> terão acesso exclusivo ao material adicional, onde mostramos vários<br />
quadros da pesquisa que embasarão melhor o seu conhecimento do mercado para o futuro,<br />
a curto e médio prazos.<br />
Desejamos a todos um Feliz Natal e um ótimo ano novo.<br />
Viva o ano da retomada!<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Submissões de Artigos<br />
Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor, serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar<br />
cada apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>. Iremos trabalhar<br />
com afinco em cada etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor<br />
apresentação dos artigos aceitos em versão impressa e online.<br />
Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />
Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial<br />
dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou ideias<br />
oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da<br />
Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados<br />
todos os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade<br />
legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco<br />
assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto<br />
ou desenho, será publicada errata na primeira oportunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por<br />
nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por<br />
alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
Hélio Fittipaldi<br />
3
índice<br />
Índice de Anunciantes:<br />
HSM ............................... 05<br />
Invensys ............................... 07<br />
Metaltex ................................ 11<br />
Feimafe 2013 ........................ 21<br />
4<br />
30<br />
16<br />
Nova Saber ......................... 29<br />
Nova Saber ......................... 41<br />
Mouser ....................... Capa 02<br />
MDA 2013 ................... Capa 03<br />
Festo ............................ Capa 04<br />
42<br />
14<br />
16<br />
22<br />
30<br />
34<br />
42<br />
46<br />
Editorial<br />
Eventos<br />
Notícias:<br />
Começa a reação do setor<br />
de máquinas no Brasil<br />
Os benefícios de arquiteturas<br />
baseadas em objetos para SCADA<br />
e Sistemas Supervisórios<br />
Profibus: Instalação Avançada<br />
– Parte 2<br />
Manutenção e Calibração de<br />
Medidores de Vazão<br />
Gerenciamento de Ativos e Autodiagnose<br />
Modelos de engenharia utilizados<br />
em operações de plantas<br />
Acionamento de máquinas<br />
em corrente contínua<br />
03<br />
06<br />
Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM ........................................08<br />
Robtec lança no Brasil a Máquina de Medição Óptica<br />
mais avançada do Mundo .....................................................................08<br />
Série de instrumentos de medição industrial LJ-V, da Keyence....09<br />
Endress+Hauser reforça participação no mercado<br />
de açúcar e etanol ..........................................................................10<br />
A nova solução M-Bus, da HMS, permite aos usuários<br />
otimizarem o consumo de energia ...........................................10<br />
Okuma fornece centro de usinagem<br />
para segmento ferroviário ............................................................11<br />
Novo Sistema de Controle de Estabilidade Automotiva, da TRW ..12<br />
Novo atuador IVAC da Norgren oferece aos<br />
fabricantes de máquinas e usuários finais,<br />
redução expressiva de energia e custos operacionais.............13
literatura O livro é indicado para alunos e profissionais da área de Automação. O assunto é<br />
desenvolvido, passo a passo, desde suas aplicações até a utilização mais elevada do<br />
Controlador Lógico Programável (CLP) com variáveis analógicas.<br />
Compara os conceitos com metodologias já conhecidas, diagrama de contatos,<br />
álgebra de Boole etc. Cada capítulo apresenta teoria, exercícios resolvidos com<br />
experimentos testados e exercícios propostos, seguindo uma linguagem comum a<br />
todos os fabricantes de CLPs por meio da norma IEC 1131-3.<br />
Na décima edição o livro foi totalmente reestruturado e atualizado, inclusive, no<br />
que se refere à linguagem que passa a ser normalizada, eliminando a necessidade<br />
de praticar neste ou naquele equipamento de fabricantes diferentes. Alguns capítulos<br />
foram reformulados a fim de enriquecer o conteúdo da obra, apresentando os<br />
últimos lançamentos e simulação virtual de programação.<br />
curso<br />
Dezembro<br />
Automação Industrial com Redes<br />
de Comunicação em Ambiente<br />
CoDeSys<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 17 – 21<br />
Horário: 18h00 às 22h00<br />
Duração: 20 horas<br />
Investimento: R$ 1.050,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 1.100,00 /<br />
participante (nos demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt<br />
Hidráulica Móbil<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 17 – 19<br />
Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />
17h30<br />
Duração: 20 horas<br />
Investimento: R$ 1.125,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 1.175,00 /<br />
participante (nos demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt<br />
Automação Industrial - 10ª Edição Revisada<br />
Autor: Ferdinando Natale<br />
ISBN: 978-85-365-0210-6<br />
Preço: R$ 99,00<br />
Onde comprar: www.novasaber.com.br<br />
Janeiro<br />
Automação Pneumática - Projetos<br />
de Circuitos Avançados Utilizando<br />
Métodos Sistemáticos<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 07 – 09<br />
Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />
17h30<br />
Duração: 20 horas<br />
Investimento: R$ 990,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 1030,00 /<br />
participante (nos demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt<br />
Técnicas de Detecção e Resolução<br />
de Falhas em Sistemas Pneumáticos<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 14 – 16<br />
Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />
17h30<br />
Duração: 20 horas<br />
Investimento: R$ 990,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 1030,00 /<br />
participante (nos demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt<br />
Tecnologia de Vácuo para Sistemas<br />
Handling<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 24<br />
Horário: 08h30 às 17h30<br />
Duração: 1 dia / 8 horas<br />
Investimento: R$ 480,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 500,00 /<br />
participante (nos Demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt<br />
Automação com Controladores<br />
Lógicos Programáveis<br />
Organizador: Festo<br />
Data: 28 – 30<br />
Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />
17h30<br />
Duração: 20 horas<br />
Investimento: R$ 1.210,00 / participante<br />
(no Estado de São Paulo) e R$ 1.260,00 /<br />
participante (nos Demais Estados)<br />
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />
www.festo-didactic.com/br-pt
notícias<br />
Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM<br />
Lançada no dia 14 de novembro, a nova versão<br />
do Elipse Plant Manager possui um ambiente<br />
integrado de análise com suporte a Python e<br />
uma nova ferramenta gráfica<br />
Com a crescente e contínua evolução tecnológica,<br />
deu-se início à era da inclusão digital, onde a informação<br />
é vista como o principal patrimônio de uma organização.<br />
A grande quantidade de dados que precisa ser coletada,<br />
armazenada e analisada passou a representar um enorme<br />
desafio às equipes de manutenção, engenharia e tecnologia<br />
da informação (TI) de uma planta industrial. Em decorrência<br />
disso, as corporações começaram a dar mais ênfase a sistemas<br />
capazes de transformar os dados armazenados em informações<br />
úteis para a tomada de decisões mais assertivas.<br />
Atenta a esta nova realidade, que coloca o tratamento da<br />
informação como ponto-chave para o sucesso, a Elipse Software<br />
apresenta a versão 2.0 do Elipse Plant Manager (EPM). Lançada no<br />
dia 14 de novembro, a nova versão possui um ambiente integrado<br />
com suporte a Python e uma ferramenta de análise de tendências<br />
com visualização de dados históricos e em tempo real. Com ela, o<br />
usuário pode armazenar resultados da avaliação de cálculos realizados<br />
pelo próprio EPM. Além destas novas funcionalidades, agora<br />
também é possível pesquisar dados em um portal corporativo<br />
baseado no Sharepoint através dos novos webparts do software.<br />
Uma solução capaz de coletar e converter os dados em<br />
informações, disponibilizando-as de maneira clara e organizada<br />
através das suas ferramentas gráficas. A forma fácil e precisa<br />
Robtec lança no Brasil a<br />
Máquina de Medição Óptica<br />
mais avançada do Mundo<br />
ATOS ScanBox tem tecnologia alemã e é o que<br />
há de mais novo em digitalização óptica<br />
A Robtec, líder em prototipagem rápida na América Latina,<br />
traz para o Brasil o ATOS ScanBox, célula de medição óptica<br />
automatizada produzida pela alemã GOM, parceira da empresa.<br />
O equipamento tem rápida operação e combina utilização<br />
flexível com máxima confiabilidade.<br />
A máquina está pronta para uso, pois é a primeira solução<br />
padronizada incluindo todos os componentes para medição e<br />
inspeção automatizada. O conceito é plug-and-play, necessitando<br />
apenas de uma ligação elétrica e um espaço de 11 m². Possui<br />
componentes especificamente selecionados para assegurar que<br />
eles possam ser transportados em pallets-padrão e colocados<br />
em operação em qualquer local de um ambiente de produção.<br />
8<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />
O Elipse Plant Manager chamou a atenção dos visitantes da ISA 2012.<br />
como o EPM permite manipular dados, com a possibilidade de<br />
exibi-los em gráficos através de um simples clique, assim como<br />
sua interação com a linguagem Python, chamaram a atenção<br />
dos visitantes presentes no Brazil Automation ISA 2012.<br />
Considerado um dos maiores encontros de instrumentação<br />
e automação da América Latina, o evento reuniu um total de<br />
12,4 mil participantes e 84 expositores, entre os dias 6 e 8 de<br />
novembro, em São Paulo.<br />
“Com poucos cliques, o software faz uma análise aprofundada<br />
de qualquer informação. As diferentes formas como consegue<br />
exibir os dados, com a possibilidade de dar um zoom e ampliar<br />
a escala das imagens é muito interessante”, disse João Luiz Ferri,<br />
do setor de manutenção da Braskem / Polo de Triunfo (RS).<br />
"Gostei muito do que vi. Creio que o EPM já esteja bem<br />
maduro para conquistar cada vez mais espaço no mercado”, afirmou<br />
Gabriel Domenech, gerente da parceira argentina Geding.<br />
Com as suas dimensões exteriores compactas, o lançamento<br />
pode ser carregado com componentes de até 2 metros de<br />
diâmetro e de altura, e peso de até 500 kg.<br />
Componentes e potencial<br />
A novidade inclui em seus componentes o comprovado<br />
sensor da GOM, ATOS Triple Scan, com tecnologia Blue Light,<br />
desenvolvido especificamente para medição óptica 3D de alta<br />
resolução e uso em cenários de produção industrial, além de um<br />
robô com alcance ideal, cabeamento profissional e um manual<br />
de usuário. Para operar a célula de inspeção e avaliar os dados,<br />
apenas um software é utilizado, o GOM Inspect Professional,<br />
sendo que agora o cliente pode contar com um ponto de<br />
contato para tudo.<br />
No módulo VMR (Virtual Measuring Room), componente<br />
central do ATOS ScanBox, a mensuração de processos completos<br />
pode ser planejada rapidamente e de maneira fácil e<br />
programada sem a necessidade de roteiros convencionais.
Série de instrumentos de medição<br />
industrial LJ-V, da Keyence<br />
Sendo aproximadamente 30 vezes mais rápida<br />
que o melhor aparelho padrão do mercado, a<br />
Série de instrumentos LJ-V da Keyence permite<br />
verificar imediatamente os resultados de um<br />
alvo lido usando uma visualização 3D online. Os<br />
instrumentos também são caracterizados pela<br />
simplicidade de sua implementação, precisão<br />
e estabilidade de detecção<br />
Para muitos setores industriais, poder dispor de um<br />
controle metrológico 3D no final de suas linhas de produção<br />
tem sido um sonho. As vantagens são fundamentais:<br />
não são necessárias mais verificações manuais, análises<br />
em tempo real dos desvios de produção e rastreabilidade<br />
total. Infelizmente, em muitos casos, esse controle não foi<br />
possível, pois as soluções disponíveis no mercado tinham<br />
duas grandes desvantagens: a velocidade de medição não<br />
era frequentemente compatível com o ritmo de produção<br />
e suas implementações eram complexas.<br />
Com a Série LJ-V online, as verificações em altas velocidades<br />
são, eventualmente, possíveis. Além disso, a velocidade<br />
não altera a estabilidade de detecção. Isso deve-se ao fato<br />
da Keyence ter desenvolvido uma eletrônica específica e,<br />
especialmente, um novo sensor CMOS com elevada sensibilidade<br />
e processador GP64.<br />
O VMR permite o controle de robôs com um simples<br />
“arrastar e soltar” pelos comandos, bem como a possibilidade<br />
de programar em ambiente off-line.<br />
Esta solução para análise da dimensão com o planejamento<br />
de inspeção, programação de robôs e relatórios<br />
de inspeção já foi comprovada por clientes com diversas<br />
necessidades das indústrias automotiva, aeronáutica e<br />
aeroespacial, assim como do setor de bens de consumo.<br />
//notícias<br />
A Keyence domina os sensores CMOS há muitos anos. O<br />
sensor HSE3-CMOS oferece uma gama dinâmica mais ampla (64<br />
vezes superior aos melhores sistemas 2D). Com sua sensibilidade<br />
extremamente elevada, é possível medir, superfícies escuras e<br />
brilhantes. O processo é garantido pelo GP64 que processa em<br />
oleodutos com velocidade ultra-alta. São medidos 12,8 milhões de<br />
pontos em um segundo, ou seja, 64 000 perfis por segundo. Por<br />
exemplo, consegue medir alvos que se movem a uma velocidade<br />
de 6,4 m/s com um passo de 0,1 mm.<br />
A precisão e a estabilidade de detecção também estão acima<br />
dos padrões do mercado.<br />
A Série LJ-V7000 combina um laser azul (caracterizado por<br />
um feixe menor devido a um comprimento de onda mais curto)<br />
com uma lente Ernostar 2D que focaliza ao máximo a luz do laser.<br />
Consequentemente, o feixe é muito fino e tem uma intensidade<br />
alta, criando uma precisão de perfil muito estável e alta. Durante<br />
o funcionamento, a precisão é de ±7,6 µm e a repetibilidade é<br />
de 0,4 µm. A linearidade é de 0,1% em escala completa. O laser<br />
azul também disponibiliza uma detecção mais estável em alvos de<br />
temperatura alta, pois a difusão na superfície é menos importante<br />
do que para um laser vermelho.<br />
Além disso, a Keyence usa uma fonte de luz dupla. As diferenças<br />
de quantidade de luz são processadas de modo a identificar<br />
os vários problemas de reflexões que perturbam a medição. Essa<br />
funcionalidade, conhecida como polarização dupla, é única no<br />
mundo. Ela já demonstrou ser essencial para a medição de metais<br />
com perfis e superfícies complexos.<br />
A Série LJ-V dispõe de 74 funcionalidades de medição de fácil configuração<br />
para configurar as medições mais atuais. Tenha em atenção<br />
que podem ser realizadas 16 medições simultâneas no mesmo perfil.<br />
Outra extraordinária inovação é o fato de o LJ-V estar equipado<br />
com uma funcionalidade que gera um perfil 3D a partir de perfis 2D<br />
medidos. Já não é necessário um programador especializado.<br />
Agora, uma funcionalidade de regulagem automática da posição<br />
permite gerenciar as diferenças do posicionamento das peças a<br />
serem medidas. Durante a regulagem ou a medição, o operador<br />
pode verificar os resultados imediatamente em um tela tátil, especificamente<br />
desenvolvida para esse fim. Também é possível conectar a<br />
uma outra tela imediatamente disponível. As distâncias de referência<br />
atingem os 300 mm para perfis de 240 mm.<br />
ATOS ScanBox, célula de medição<br />
óptica automatizada da Robtec.<br />
Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
9
notícias<br />
Endress+Hauser reforça participação<br />
no mercado de açúcar e etanol<br />
Empresa comemora contrato fechado com a produtora<br />
de alimentos e energia Adecoagro além<br />
de anunciar novo produto voltado para a medição<br />
“online” da densidade e concentração de fluidos.<br />
A Endress+Hauser anunciou o seu mais recente projeto voltado<br />
para este mercado, com a Adecoagro, uma das principais<br />
produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul.<br />
Com presença no Brasil, Argentina e Uruguai, as atividades a<br />
que a empresa se dedica incluem a produção de açúcar, etanol,<br />
energia, grãos, arroz, oleaginosas, lácteos, café e algodão.<br />
Soluções customizadas para o segmento<br />
Como destaque das soluções oferecidas, está a medição de<br />
nível em pré-evaporadores, caixas de evaporação, tanques de<br />
xarope, bases de colunas de destilação e silos de açúcar, por princípio<br />
de radar de onda livre e radar de onda guiada (Micropilot<br />
e Levelflex). Esta tecnologia tem substituído instrumentos que<br />
usam pressão como princípio de medição, devido aos benefícios<br />
oferecidos aos usuários, por não serem influenciadas por condições<br />
de processo como variação de densidade, por exemplo,<br />
garantindo maior confiabilidade e menores custos de manutenção.<br />
O equipamento, de fácil instalação e com ampla disponibilidade<br />
de conexões de processo e protocolos de comunicação,<br />
oferece excelentes níveis de confiabilidade e precisão, podendo<br />
ser facilmente instalado tanto em tubulações quanto diretamente<br />
em tanques. Entre as aplicações de sucesso estão a medição<br />
de grau INPM de álcool hidratado e anidro em destilarias. Tradicionalmente,<br />
em grande parte das usinas, a medição de °INPM<br />
é feita manualmente. Com a aplicação da Liquiphant M Density,<br />
a medição do grau é feita de maneira contínua, possibilitando<br />
o controle automático do processo. O custo-benefício é uma<br />
das principais vantagens deste equipamento, pois em um só<br />
transmissor podem ser instalados até cinco pontos de medição,<br />
reduzindo significativamente os custos por ponto de medição.<br />
O conjunto de equipamentos que formam o Liquiphant M Density.<br />
10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />
A nova solução M-Bus, da HMS,<br />
permite aos usuários otimizarem<br />
o consumo de energia<br />
A HMS acaba de lançar uma solução que permite a comunicação<br />
entre M-Bus e qualquer tipo de rede industrial.<br />
O M-Bus é um padrão amplamente utilizado em dispositivos<br />
de medição, tais como contadores de eletricidade,<br />
contadores de gás, contadores de água, etc. A coleta de<br />
informação destes dispositivos para uma rede industrial<br />
permite aos proprietários de estabelecimentos industriais<br />
controlarem melhor o consumo total de energia e simplificarem<br />
as operações.<br />
O M-Bus (Meter-Bus/Contador Bus) é um padrão para a<br />
leitura remota de dispositivos de medição. É especialmente<br />
utilizado em edifícios como, por exemplo, em contadores<br />
de eletricidade, de gás, de água ou em qualquer outro tipo<br />
de contadores de consumo. Ao recolher dados a partir<br />
destes dispositivos de medição para um sistema CLP ou<br />
SCADA, os proprietários de estabelecimentos industriais<br />
conseguem ter uma noção geral da energia total consumida,<br />
incluindo parâmetros de edifícios cujos valores tinham,<br />
anteriormente, de ser contados em separado.<br />
A solução é composta de duas partes: a primeira é um<br />
conversor M-Bus transparente, que converte os sinais<br />
M-Bus para RS232. O conversor funciona como gestor<br />
(master) M-Bus e permite a ligação de até 10 dispositivos<br />
M-Bus padrão (slaves). A segunda parte é um gateway Anybus<br />
Communicator que traduz o sinal RS232 para os campos<br />
industriais ou rede industrial Ethernet escolhidos.<br />
A solução permite estabelecer a ligação dos dispositivos<br />
M-Bus a: CANopen, CC-Link, ControlNet, DeviceNet,<br />
EtherCAT, EtherNet/IP, FIPIO, Interbus, Modbus Plus,<br />
Modbus TCP, Modbus RTU, PROFIBUS, PROFINET.<br />
O Anybus Communicator é configurado para utili-<br />
zar um software Windows que inclui no produto. Deste<br />
O Anybus Communicator RS232 (à esquerda)<br />
e o conversor M-Bus (à direita).<br />
modo, não é necessário<br />
outro tipo de<br />
programação para<br />
configurar a ligação<br />
entre o M-Bus e a<br />
rede industrial pretendida.<br />
Quando a<br />
configuração para<br />
uma rede estiver<br />
concluída, será mais<br />
fácil reutilizá-la para<br />
criar ligações a outras<br />
redes.
Okuma fornece centro de usinagem<br />
para segmento ferroviário<br />
A Okuma, tradicional fabricante de máquinas operatrizes<br />
de última geração, forneceu um Centro de Usinagem<br />
Vertical, modelo Dupla Coluna, para a Manser, empresa<br />
especializada em fabricação, recuperação e modernização<br />
de motores de tração de corrente contínua e alternada para<br />
aplicações ferroviárias, metroviárias e mineração. O modelo<br />
fornecido é o MCR-A5C 25X50, que produz motor elétrico<br />
para locomotivas.<br />
Com dupla coluna de cinco eixos, e centro de usinagem<br />
de alta precisão, a máquina possui design compacto, totalmente<br />
automático. Faz a usinagem de peças em geral em alta<br />
velocidade, sua cabine é blindada, e seu corte silencioso se<br />
destaca pela alta produtividade. Com uma seção transversal<br />
de 350 x (13,78 x ), possui, ainda, rigidez suficiente para lidar<br />
com qualquer corte horizontal. Já os longos trilhos (superior<br />
e inferior na vertical) garantem alta precisão e durabilidade.<br />
Com movimento suave sobre os trilhos, a mesa se move e<br />
absorve as vibrações do corte, que mantém a exatidão da<br />
operação durante longos períodos.<br />
Carl Janer, diretor de desenvolvimento de novos negócios<br />
da Manser, afirma que optou pela máquina da Okuma após<br />
diversas consultas no mercado, em função da qualidade,<br />
//notícias<br />
Com dupla coluna de 5 eixos, e centro de usinagem de<br />
alta precisão, a máquina possui design compacto.<br />
custo-benefício, prazo da entrega, instalação e treinamento<br />
oferecidos. “Este equipamento atende nossa necessidade, que é<br />
o aumento de produtividade e competitividade. É a primeira vez<br />
que adquirimos uma máquina da Okuma e pretendemos investir<br />
em outras muito satisfeitos, pois superou as nossas expectativas”.<br />
Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
11
notícias<br />
Novo Sistema de Controle de<br />
Estabilidade Automotiva, da TRW<br />
A companhia lançou sua nova família de produtos<br />
EBC460, referente a sistemas eletrônicos de Controle<br />
de Estabilidade Automotiva nas 4 principais<br />
regiões produtoras de carros do planeta<br />
A família EBC460 da TRW Automotive Holdings Corp. disponibiliza<br />
um projeto de produto padronizado unido à capacidade de<br />
fabricação na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia,<br />
onde foram feitos investimentos significativos em equipamentos e<br />
engenharia de suporte. A família global de produtos possui sistemas<br />
“standard”, “high” e “premium” - os quais podem oferecer freios<br />
anti-lock, controle de tração, e funcionalidade ESC com variantes que<br />
dão suporte tanto a veículos híbridos como totalmente elétricos.<br />
“A tecnologia ESC é um exemplo excelente de um sistema de<br />
segurança inteligente. Desde a época em que a TRW lançou seu<br />
primeiro ESC, a companhia vem acrescentando continuamente mais<br />
especificações e funções e, ao mesmo tempo, tornando o sistema<br />
menor, mais leve e mais barato”, diz Peter Lake - vice-presidente<br />
executivo de Vendas e Desenvolvimento de Negócios.<br />
Veja no Portal:<br />
www.mecatronicaatual.com.br<br />
Acoplamento por impedância comum. Como minimizar<br />
seus efeitos em instalações industriais<br />
A energia eletromagnética nas instalações pode interferir na operação<br />
de equipamentos eletrônicos. Controlar o ruído em sistemas<br />
de automação é vital, porque ele pode se tornar um problema sério<br />
mesmo nos melhores instrumentos e hardware de aquisição de dados<br />
e atuação. Este artigo provê informações e dicas sobre a minimização<br />
do efeito de acoplamento por impedância. Veja o artigo em: http://<br />
www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1031<br />
12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />
A família<br />
EBC460, da<br />
TRW, de sistemas<br />
de controle<br />
de tração: qualidade,desempenho<br />
e compatibilidade.<br />
“A família EBC460 incorpora os três temas da Segurança<br />
Cognitiva: Advanced thinking, por sua capacidade de corrigir<br />
derrapagens e patinação; Smart thinking, por suas muitas muitas<br />
formas de barateamento do produto; e Green thinking, por<br />
sua compatibilidade com veículos híbridos e outros alternativos.”<br />
A EBC460 inclui numerosas atualizações (upgrades) para melhorar<br />
valor e desempenho, comparada aos sistemas anteriores.<br />
Ela utiliza bomba com motor de longa vida com um projeto de<br />
meia-junta opcional, dois sensores de pressão integrados para<br />
aumentar a capacidade de produzir e manter a pressão no freio,<br />
redução da aspereza e vibração ruidosa e aumento da vida do<br />
motor através do controle de sua velocidade em alta frequência.<br />
A plataforma EBC 460 especifica também a integração de<br />
sensores de giro e aceleração com a sua unidade de controle<br />
EHCU, a qual é capaz de funcionar como controlador para o<br />
sistema elétrico de freio para estacionar – um sistema integrado<br />
conhecido como EPBi.<br />
“ESC é uma tecnologia–chave que tem sido mandatória nos<br />
principais mercados europeus e dos Estados Unidos e fornece<br />
um bloco construtivo sobre o qual se baseia uma variedade de<br />
sistemas integrados de segurança”, afirma Josef Pickenhahn,<br />
vice-presidente de Engenharia para os sistemas de freios.<br />
“A EBC460 consiste na mais avançada ESC que nós já<br />
produzimos até hoje, e ela proporcionará todos os benefícios<br />
(vantagens) das gerações anteriores e, ao mesmo tempo, incluirá<br />
características como gerenciamento do rollover ativo<br />
para ajudar a evitar a probabilidade do veículo balançar e<br />
controlar a estabilidade do reboque (trailer), o que auxilia<br />
na manutenção da estabilidade de ambos (veículo e trailer).<br />
Funções adicionais serão possíveis para suportar um controle<br />
de viagem adaptativo através de freio emergencial automático,<br />
altamente sofisticado, e sistemas de alívio de choque de<br />
modo a criar oportunidades estimulantes para a segurança<br />
dos futuros veículos.”<br />
Hidráulica Industrial e Móbil - O braço forte da automação<br />
Neste artigo abordamos os princípios fundamentais da Hidráulica<br />
e, especificamente, da Óleo-hidráulica. Como utilizar a transmissão<br />
de energia através dos fluidos líquidos e quais os benefícios e cuidados<br />
que se devem observar são os pontos aqui abordados. Considerada o<br />
braço forte da automação, a hidráulica industrial é um segmento tecnológico<br />
fundamental nas mais diversas áreas industriais. Veja mais em:<br />
http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1023
Novo atuador IVAC da Norgren<br />
oferece aos fabricantes de máquinas<br />
e usuários finais, redução expressiva<br />
de energia e custos operacionais<br />
A Norgren, líder global em automação pneumática e<br />
controle de fluidos, anunciou o lançamento de uma linha de<br />
atuadores inovadores e de alto desempenho, desenvolvidos<br />
para reduzir significantemente o consumo de energia e<br />
custos operacionais para fabricantes de máquinas (OEM) e<br />
usuários finais em diversas aplicações.<br />
Os controles pneumáticos convencionais possuem uma<br />
combinação de válvulas e ilhas de válvulas, atuadores, controles<br />
de fluxo e sensores juntamente com conexões e acessórios.<br />
Em aplicações típicas, mais de 13 componentes diferentes<br />
podem ser necessários para operar um atuador. Essa complexidade<br />
apresenta algumas desvantagens e restrições de<br />
desempenho. Através de uma colaboração muito próxima<br />
com os clientes e no intuito de fornecer uma solução que<br />
pudesse superar essas deficiências, a Norgren desenvolveu o<br />
IVAC (atuador com válvula de controle integrada) – uma única<br />
unidade que combina a válvula, os controles de fluxo, amortecimento<br />
e sensores em um pacote integrado de atuação.<br />
O IVAC é um atuador com peso e espaço otimizado,<br />
apropriado para uma diversidade de diâmetros, de 40 a 80<br />
mm, com válvula integrada e sensores magnéticos para o<br />
seu controle completo. Capaz de ser adaptado ou integrado<br />
a novos sistemas, cada unidade exige apenas uma conexão<br />
pneumática e elétrica, eliminando a necessidade de ilha com<br />
múltiplas válvulas, componentes, tubos e acessórios.<br />
Essa plataforma integrada diminui custos para os usuários<br />
de várias formas. É fácil de instalar, manter e substituir uma<br />
única unidade, instalação programada e não programada,<br />
//notícias<br />
Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
O IVAC é um<br />
atuador com<br />
peso e espaço<br />
otimizado, apropriado<br />
para uma<br />
diversidade de<br />
diâmetros, de 40<br />
a 80 mm.<br />
menos paradas para manutenção e custos reduzidos. Enquanto<br />
isso, eliminando as tubulações de ar entre a válvula e atuador, o<br />
que minimiza o volume “morto”, reduzimos o consumo de ar em<br />
até 50%, diminuição significativa no custo por mm de curso quando<br />
comparado com sistemas pneumáticos convencionais. Para uma<br />
máquina operando em 2 milhões de ciclos por ano, esse resultado<br />
em economia de energia é suficiente para pagar custo do produto<br />
em 1 ano. Em suma, o IVAC proporciona uma estética melhorada<br />
da máquina. A aparência ajuda a passar uma imagem mais sofisticada<br />
da fábrica, e para os usuários, ela parece mais limpa e avançada.<br />
Um número de opcionais e variáveis estão disponíveis, incluindo<br />
versão cleanline (limpa) para os cilindros industriais, que é mais<br />
fácil de lavar e ajuda os OEMs a atingirem os regulamentos de<br />
higiene mais facilmente.<br />
Os fabricantes de máquinas podem se beneficiar dessa vantagem<br />
sem nenhuma mudança no design mecânico da máquina, uma vez<br />
que o IVAC está em conformidade com ISO VDMA. Seu conector<br />
único M12 para entradas e saídas pode ser ligado por multipolo<br />
ou conectado diretamente a um sistema fieldbus, não importando<br />
qual o protocolo que está sendo utilizado.<br />
O design de um atuador integrado é baseado no máximo de<br />
modularidade para permitir que todos os componentes sejam<br />
montados e desmontados facilmente. Os fatores essenciais do<br />
conceito de um IVAC modular incluem módulo de pilotos localizado<br />
no cabeçote traseiro do atuador, integrado por uma interface pneumática,<br />
sensores de posição, indicador de status e conexão elétrica.<br />
O IVAC já está gerando interesse considerável entre grandes<br />
clientes, engenheiros de desenvolvimento, gerentes de fábricas<br />
e responsáveis pela manutenção e principalmente em aplicações<br />
onde a higiene não pode ser comprometida. Um exemplo de<br />
grande empresa que já está usufruindo Engineering Advantage<br />
através do IVAC é o líder global no mercado de equipamentos<br />
para processamento – a KHS Kriftel, que já instalou as unidades<br />
do IVAC em sua nova linha de produção CombiKeg”.<br />
13
eportagem<br />
Começa a reação do<br />
setor de máquinas<br />
no Brasil<br />
A ABIMAQ fez um balanço de janeiro até outubro de<br />
2012 e mostrou que neste mês houve um faturamento<br />
bruto nominal de R$ 6,5 bilhões, o que representa um<br />
aumento de 7 % sobre o mês anterior. Este resultado se<br />
deveu ao aumento das exportações enquanto o mercado<br />
interno sofreu uma retração forte<br />
saiba mais<br />
Os assinantes da revista<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> (que<br />
possuem acesso exclusivo),<br />
poderão ver mais sobre esta<br />
entrevista com diversos outros<br />
indicadores da indústria em 2012,<br />
em nosso portal na internet:<br />
www.mecatronicaatual.com.br<br />
L<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, em<br />
apresentação contundente mas otimista para<br />
o ano de 2013, mostrou o que vem passando<br />
o setor de máquinas no Brasil e a demora<br />
do governo em tomar decisões para salvar<br />
o setor da desindustrialização.<br />
Uma das coisas inéditas citadas por Aubert<br />
foi a união dos empresários com os diversos<br />
sindicatos de trabalhadores nesta luta, para<br />
evitar também que a força de trabalho seja<br />
dizimada pelas demissões, dificultando uma<br />
retomada no futuro.<br />
O resultado positivo mostrado neste<br />
primeiro mês do último trimestre de 2012<br />
deveu-se ao crescimento das exportações,<br />
pois, o mercado interno teve uma retração<br />
de 18,2% em relação ao mês anterior e uma<br />
queda de 48,5% em comparação com o<br />
mesmo período do ano anterior.<br />
Comparando este mês de outubro/2012<br />
com o de 2011, houve uma retração de<br />
2,7% e no acumulado de janeiro a outubro<br />
de 2012 tivemos uma queda de 2,3% em<br />
relação a 2011, como mostra a figura 1 –<br />
Faturamento Bruto mensal. Nesta figura<br />
podemos notar, inclusive, que aumentou<br />
a exportação e isto é o reflexo da cotação<br />
do dólar, devido à desvalorização do real.<br />
O consumo aparente, que representa<br />
o consumo total de máquinas e equipamentos<br />
no mercado nacional, incluindo as<br />
produzidas aqui e as importadas, menos<br />
as máquinas e equipamentos exportados,<br />
fechou o acumulado de 2012 em R$ 94,3<br />
bilhões, resultado 1,9% superior ao mesmo<br />
período de 2011.<br />
Os importados representaram 61,1%<br />
deste valor, seguido das vendas internas<br />
das empresas locais, que foram 23,6% e<br />
dos produtos importados incorporados à<br />
produção de bens de capital, que somaram<br />
15,3%, evidenciando a forte participação dos<br />
produtos importados no mercado doméstico.<br />
O mercado interno de consumo de<br />
máquinas está aquecido, agora a produção<br />
nacional é menor como podemos notar na<br />
figura 2 – Consumo Aparente Mensal. Vejam<br />
o resultado do mês apresentado no gráfico<br />
desta figura, na coluna de outubro de 2012,<br />
onde a parte em azul é a receita líquida de<br />
produção nacional (que nos últimos meses<br />
vem diminuindo sistematicamente) e em<br />
vermelho temos o aumento de participação<br />
dos importados.<br />
Luis Aubert chamou a atenção dos presentes,<br />
afirmando: “Neste gráfico (figura 2),<br />
a coluna azul neste ano (2012) está menor<br />
do que em 2004, oito anos atrás, isto mostra<br />
claramente que as nossas porteiras estão<br />
completamente abertas e os importados estão<br />
arrasando. Isto é o processo de desindustrialização...<br />
é quase terra arrasada. E posso<br />
afirmar que todos os males neste caso aqui<br />
no Brasil residem no câmbio... é o câmbio.
Observem nossas exportações para os países<br />
do primeiro mundo, EUA e Europa, estão<br />
subindo e para a América Latina estão caindo<br />
20 %. Isto é a invasão chinesa.”<br />
Ainda, segundo o presidente da ABI-<br />
MAQ, que transmitia esta apresentação<br />
por televisão fechada a todas as suas mais<br />
de 1200 sedes espalhadas pelo Brasil para<br />
um público de mais de 10000 pessoas,<br />
enquanto é exigido pela lei brasileira que as<br />
máquinas aqui fabricadas sejam obrigadas<br />
a atender a norma NR12 (de proteção do<br />
trabalhador), as máquinas chinesas não sofrem<br />
esta exigência, custando ainda mais barato<br />
do que as nacionais e colocando em risco a<br />
integridade do trabalhador brasileiro. Este<br />
problema não é novo, como a reportagem da<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> já mostrou na edição nº<br />
43 com um caso de trabalhador acidentado.<br />
O custo Brasil é lembrado em algumas<br />
citações da imprensa, onde sempre se referem<br />
aos altíssimos impostos sem a devida contrapartida<br />
de benefícios. Mas, no fundo, a<br />
lista é muito maior e impactante em todos os<br />
setores, como portos pouco eficientes, estradas<br />
mal cuidadas, burocracia em todo o serviço<br />
público que, além da demora, provoca custos<br />
de logística, contratação de despachantes,<br />
etc. e muitos outros como câmbio, juros<br />
bancários, justiça lenta, Constituição de<br />
1998 ainda não totalmente regulamentada,<br />
leis trabalhistas ultrapassadas, e leis atuais<br />
mal elaboradas por muitos políticos sem<br />
estudo e despreparados, que não exigem<br />
as mesmas coisas dos produtos importados.<br />
Balança Comercial<br />
Em outubro de 2012, as exportações<br />
alcançaram o total de US$ 1,3 bilhões,<br />
apresentando uma forte alta em comparação<br />
com o mês imediatamente anterior de<br />
13,6%. Luis Aubert ressaltou: “As exportações<br />
para a Europa aumentaram 20% e<br />
a crise econômica lá, é muito acentuada.<br />
Para os EUA aumentaram 30%. Vejam<br />
que só com uma desvalorização do real<br />
aumentamos nossas vendas lá. É sinal de<br />
que ainda somos competitivos em alguns<br />
produtos e a Europa mesmo em condições<br />
muito adversas, comprou mais de nós, só<br />
com a diferença cambial e os impostos IPI,<br />
ICM, etc, que não incidem nas exportações.<br />
Esta é a hora também de refletirmos porque<br />
estamos crescendo só 1,5% neste ano, enquanto<br />
a África do Sul e a América Latina<br />
estão crescendo mais”.<br />
F1. Faturamento Bruto mensal.<br />
F2. Consumo aparente mensal.<br />
Quanto às importações, o resultado de<br />
outubro com US$ 2,9 bilhões ficou 28,5%<br />
acima do total alcançado em setembro de<br />
2012. Na comparação com outubro do<br />
ano anterior, essas variáveis, exportações e<br />
importações, tiveram um resultado com alta<br />
de 11,2% e queda de 3,2% respectivamente.<br />
O déficit da balança comercial de janeiro<br />
a outubro de 2012 foi US$ 14,4 bilhões,<br />
ficando 2,1% inferior ao resultado observado<br />
no mesmo período de 2011.<br />
O presidente da ABIMAQ disse, ainda,<br />
que: “apesar de tudo, é para ficarmos<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
reportagem<br />
otimistas para o próximo ano. Perdemos<br />
quase 10 mil empregos de alta qualidade e<br />
é difícil recuperá-los. Em dezembro de 2012<br />
e janeiro de 2013 deverão aumentar estes<br />
desempregos, mas o governo federal está<br />
fazendo esforços e o ministro Guido Mantega<br />
diz que a economia brasileira está intoxicada<br />
por juros e rendimentos altos, prejudicando<br />
os negócios. O ano da virada será 2013. Se<br />
você está pagando juros escorchantes no<br />
seu banco, faça como eu e minha empresa:<br />
mude para o Banco do Brasil que tem as<br />
menores taxas.”<br />
MA<br />
15
supervisão<br />
Os benefícios de<br />
arquiteturas baseadas<br />
em objetos para<br />
SCADA e Sistemas<br />
Supervisórios<br />
Com a agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas<br />
baseadas em objetos, os desenvolvimentos de aplicações<br />
de supervisão SCADA oferecem até 80% de economia<br />
no custo de engenharia ao longo de arquiteturas base-<br />
adas em tag.<br />
saiba mais<br />
Vírus em redes SCADA: proteção<br />
garante o faturamento<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58<br />
Arquiteturas para sistemas de<br />
medição<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 37<br />
Sistema supervisório: único e<br />
absoluto<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 11<br />
C<br />
16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Autor: Steven D. Garbrecht<br />
Tradução e adaptação: Thomaz Oliveira<br />
ondições econômicas enfrentadas em instalações<br />
industriais ditam que a produtividade<br />
de engenharia deve ser maximizada com a<br />
agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas<br />
baseadas em objetos, os desenvolvimentos de<br />
aplicações de supervisão SCADA oferecem<br />
até 80% de economia no custo de engenharia<br />
ao longo de arquiteturas baseadas em tag.<br />
Ser capaz de construir uma única vez<br />
e usar muitas vezes é fundamental para o<br />
gerenciamento de custos do projeto, e o<br />
desenvolvimento baseado em objeto permite<br />
melhores práticas a serem encapsuladas em<br />
aplicações e padronização em toda a empresa.<br />
Veja a figura 1.<br />
Arquitetura de Software com base em<br />
objeto têm estado ao redor, por muitos anos,<br />
no mundo da computação comercial. Agora,<br />
essas arquiteturas estão sendo aplicadas em<br />
controle de processos e aplicações SCADA<br />
para entregar um custo significativo e be-<br />
nefícios operacionais. Neste artigo vamos<br />
discutir o que são arquiteturas baseadas em<br />
objeto, como elas melhoraram o desenvolvimento<br />
de aplicações SCADA e HMI e como<br />
você pode calcular potenciais economias<br />
de custos sobre os tradicionais sistemas<br />
baseados em tag.<br />
Sistemas baseados em Tag<br />
vs. Baseados em Objetos<br />
Sistemas baseados em Tag<br />
Desde o início do PC baseado em HMI<br />
e sistemas de supervisão, o acesso a dados<br />
de processo, scripting, análise de alarmes e<br />
de dados foram baseados no conceito de<br />
tags. Estes sistemas utilizam uma lista de<br />
“flat” de tags com built-in de hierarquia,<br />
relacionamentos ou interdependências.<br />
Grandes mudanças globais para uma<br />
base de dados de um sistema de tag são<br />
tipicamente realizadas externamente à aplicação,<br />
muitas vezes através de um arquivo<br />
de texto ou através de ferramentas como o<br />
Microsoft Excel ®.<br />
Uma vez feitas, as alterações são importadas<br />
para o banco de dados do aplicativo.<br />
Reutilização de engenharia em um sistema<br />
baseado em tags é comumente instituída<br />
através da referência a dinâmica ou cliente-<br />
-servidor.<br />
O sistema cria gráficos comuns contendo<br />
os scripts que mudam em tempo de
Estrutura da<br />
Aplicação<br />
Arquitetura baseado em objeto Arquitetura baseado em tag<br />
Desenvolvimento Runtime Desenvolvimento Runtime<br />
Hierarquia – Objetos criados usando<br />
objetos orientados a metodologia<br />
Workflow<br />
Desenvolvimento<br />
Gráfico<br />
Scripting Desenvolvido em modelos de objetos,<br />
em seguida implantado para aplicação<br />
em tempo de execução específico.<br />
T1. O contraste entre sistemas: Tag x<br />
Baseado em Objetos.<br />
execução. Devido a estrutura da aplicação<br />
ser “flat”, o usuário deve então mudar cada<br />
tag no sistema e analisar como a mudança<br />
afeta o resto da aplicação.<br />
Manutenção de aplicações baseadas em<br />
tag geralmente envolve análise tag por tag<br />
e atualização, que pode consumir quantidades<br />
significativas de trabalho. Uma vez<br />
que as alterações do sistema são demoradas<br />
e muitas vezes envolvem o uso de mão de<br />
obra de terceiros, os sistemas baseados em<br />
tags ficam limitados.<br />
Sistemas baseados em Objetos<br />
O conceito de desenvolvimento orientado<br />
a objeto é originado em tecnologia da<br />
informação (TI). O objetivo foi o de fornecer<br />
ferramentas que liberam o desenvolvedor de<br />
programas repetitivos, enquanto, ao mesmo<br />
tempo maximizassem a reutilização de código<br />
através do desenvolvimento de objetos de<br />
software comuns.<br />
Como seria de esperar, essas ferramentas<br />
não são um ajuste exato para o ambiente<br />
industrial. Por um lado, integradores<br />
de sistemas e engenheiros de produção<br />
não são tipicamente os programadores de<br />
computador. Além disso, existem algumas<br />
diferenças fundamentais entre arquitetura de<br />
TI e aplicações de automação de produção.<br />
Por exemplo, aplicações de TI normalmente<br />
envolvem acessar bancos de dados<br />
não determinísticos, baseados em interfaces<br />
de formulários que realizam coisas como<br />
bancos online, relatórios de negócios, gestão<br />
de RH, contabilidade financeira ou pesquisas<br />
de informações estáticas.<br />
Hierarquia – Componentes que<br />
representam dispositivos físicos e<br />
podem coordenar com components<br />
em diferentes computadores<br />
F1. Sistemas com arquitetura baseadas em objetos.<br />
Por outro lado, o controle de supervisão,<br />
sistemas de execução de manufatura (MES)<br />
e aplicativos de inteligência de plantas envolvem<br />
a aquisição de dados em tempo real do<br />
processo; executar cálculos sofisticados para<br />
determinar os fluxos e os valores de produção,<br />
mostrando dados em tempo real nas telas<br />
de operação ou de relatórios de processo e<br />
ferramentas de análise e armazenamento<br />
de dados para historiadores ou produções<br />
relacionados com bases de dados.<br />
Os dois ambientes são diferentes o suficiente<br />
para ditar que ferramentas baseadas<br />
em objetos são construídas propositadamente<br />
para o ambiente industrial. O ArchestrA<br />
System Platfoem® usa uma arquitetura baseada<br />
em objetos que se chama ArchestrA.<br />
Ele é projetado especificamente para clientes<br />
industriais que desenvolvem, gerenciam e<br />
mantêm sistemas de supervisão.<br />
Hierarquia – Conteúdos gráficos<br />
criados algumas vezes usando<br />
orientação a objetos<br />
Último Realizado N/A Primeiro Realizado N/A<br />
N/A Desenvolvidos separadamente, ligada<br />
a uma interface gráfica<br />
Padrões Rigorosamente aplicados N/A Não são Rigorosamente aplicados N/A<br />
Alterações de<br />
aplicação<br />
Como os<br />
dados são<br />
representados<br />
Propagado a partir de modelos de<br />
objetos<br />
Construções lógicas, tais como dispositivos<br />
físicos (por exemplo, válvulas<br />
ou bombas) ou dispositivos lógicos<br />
(por exemplo, loops PID ou cálculos)<br />
são representados como objetos<br />
Os objetos podem ser distribuídos,<br />
trocados ou melhorados<br />
Com base em gráficos ou alterados<br />
usando ferramentas como Excel<br />
N/A Dispositivos gráficos são representados<br />
como objetos ou tags<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
supervisão<br />
Plano – Exemplos Monolíticos<br />
de software executado em uma<br />
/ múltiplas máquinas como<br />
“Aplicações” separadas<br />
N/A<br />
Exigi recompilação da<br />
aplicação<br />
N/A<br />
Comparando os dois sistemas<br />
A tabela 1, a seguir, mostra o contraste<br />
de sistemas de Tag X Baseados em Objetos.<br />
Atente também para a figura 2.<br />
Objetos ajudam a trabalhar<br />
com Consistência e aplicar<br />
as Melhores Práticas<br />
Em aplicações SCADA com base em<br />
objetos, aplicação com objetos contém<br />
aspectos ou parâmetros associados com a<br />
representação de ativos. Por exemplo, um<br />
objeto-válvula pode conter todos os eventos,<br />
alarmes, segurança, cálculos, coleta de<br />
dados, integração, comunicação e scripts<br />
associados ao ativo.<br />
Objetos não representam apenas equipamentos<br />
da fábrica. Eles podem incluir<br />
cálculos, métodos de acesso a banco de<br />
dados, indicadores-chaves de desempenho<br />
17
supervisão<br />
F2. Exemplo de um objeto-válvula contendo os eventos mostrados.<br />
(KPIs), monitoramento de condições de<br />
eventos, ERP operações de transferência<br />
de dados, procedimentos de operadores<br />
móveis, atividades de fluxo de trabalho e<br />
tarefas MES. Todos esses objetos podem ser<br />
padronizados e usados em todas as aplicações<br />
de supervisão para conduzir consistência no<br />
design e operação do sistema.<br />
Por exemplo, um objeto de pedido de<br />
trabalho padronizado pode ser criado e<br />
em seguida adicionado a qualquer ativo da<br />
planta, tal como uma bomba, no interior de<br />
uma aplicação de supervisório para garantir<br />
uma abordagem consistente e padronizada<br />
para iniciar solicitações de trabalho.<br />
Um modelo de objeto contém informações<br />
valiosas sobre Alarmes / Eventos, Segurança,<br />
História, SCADA, Scripts e entradas / saídas.<br />
Instalações industriais controladas por um<br />
moderno sistema de supervisão compartilham<br />
um conjunto de características comuns:<br />
• Dispositivos da Planta e equipamentos;<br />
• Procedimentos Operacionais;<br />
• Medições do processo;<br />
• Cálculos;<br />
• Display Gráfico para Operadores.<br />
Arquiteturas baseadas em Objetos facilitam<br />
uma abordagem do tipo “cookie-cutter”<br />
para projetos de sistema de supervisão, onde<br />
a funcionalidade do sistema bem como as<br />
características mencionadas acima podem ser<br />
encapsulados em modelos de objetos, que,<br />
duplicados e juntos formam um completo<br />
sistema de supervisão.<br />
18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
A principal vantagem da abordagem<br />
baseada em objetos é o conceito de modelos<br />
de objetos. Na figura 3 está uma representação<br />
gráfica de como modelos de objetos<br />
permitem um rápido projeto do sistema e<br />
propagação de mudanças.<br />
A primeira linha dessa figura mostra<br />
a replicação de um modelo de objeto que<br />
representa uma válvula de diafragma e<br />
todas as suas características. Replicação é<br />
o processo onde instâncias em tempo de<br />
execução, ou componentes, são criados a<br />
partir de modelos de objetos. A próxima<br />
linha ilustra como uma mudança de uma<br />
característica da válvula (ativação manual<br />
para ativação automática) é propagada ao<br />
longo de todas as instâncias do objeto-válvula<br />
em tempo de execução.<br />
Esta relação pai-filho é um dos principais<br />
benefícios da abordagem baseada em<br />
objetos. As alterações são automaticamente<br />
propagadas para todas as instâncias em<br />
tempo de execução do modelo de objeto,<br />
incluindo qualquer número de aplicações<br />
de supervisão em execução em diferentes<br />
localizações físicas. Ninguém precisa visitar<br />
cada site para fazer as mudanças necessárias<br />
que irão executar para centenas (ou mesmo<br />
milhares) de instâncias de ativos comuns<br />
como uma válvula.<br />
• A criação do aplicativo é otimizado<br />
pelo uso de modelos de objeto para<br />
gerar automaticamente componentes<br />
de tempo real;<br />
• Alterações de projeto são facilmente<br />
realizadas, fazendo mudanças no<br />
modelo de objeto e tendo os componentes<br />
herdando as mudanças através<br />
da propagação;<br />
• Mudanças no sistema em execução<br />
e expansões são mais fáceis e mais<br />
rentáveis por causa da replicação<br />
automática e propagação de mudanças.<br />
Desenvolver uma única vez<br />
e reutilizar várias vezes<br />
A abordagem do ArchestrA System<br />
Platform é baseada em objeto e simplifica o<br />
desenvolvimento de aplicações de supervisão<br />
e manutenção. O Integrated Development<br />
Environment (IDE) permite o uso de simples<br />
janelas de arrastar-e-soltar, clique para<br />
selecionar ou preencher a caixa de texto para<br />
criar e manipular objetos.<br />
Na maioria dos casos, esta abordagem é<br />
muito mais fácil do que modificar os scripts<br />
de linha por- inha. Além disso, o número<br />
de erros de sintaxe e tempo de execução é<br />
reduzido porque o IDE reforça específicas<br />
regras do sistema. Além disso, os usuários<br />
podem desenvolver modelos de objeto uma<br />
vez e depois reutilizá-los muitas vezes e em<br />
muitas aplicações, maximizando o retorno<br />
de engenharia.<br />
Gráficos da IHM<br />
Orientados a Objetos<br />
O termo “gráfico orientado a objetos” foi<br />
usado no ambiente SCADA/HMI desde o<br />
início de 1990. Gráficos Orientados a objetos<br />
permitem aos usuários construir um símbolo<br />
e replicá-lo em toda aplicação HMI.<br />
Eles podem, então, editar o símbolo e<br />
distribuir facilmente as mudanças para todos<br />
os símbolos semelhantes ao mesmo tempo.<br />
Enquanto esta é uma funcionalidade útil,<br />
aplicações SCADA/HMI requerem mais do<br />
que gráficos. Grande parte do trabalho de<br />
desenvolvimento dos aplicativos de supervisão<br />
é gasto na criação de funcionalidades,<br />
tais como:<br />
• Monitoramento de Alarme;<br />
• Scripts de animação;<br />
• Scripts de segurança;<br />
• Scripts de Supervisão;<br />
• Armazenamento de dados históricos;<br />
• Integração com outros aplicativos ou<br />
bancos de dados;<br />
• Detecção de eventos;<br />
• Cálculos de movimento e fluxo;
• Integração de dispositivos;<br />
• Fluxo de trabalho.<br />
Para realizar plenamente os benefícios<br />
de uma arquitetura baseada em objetos, um<br />
sistema SCADA/HMI precisa incluir todas<br />
estas funções ou capacidades em modelos<br />
de objetos, incluindo gráficos.<br />
Vantagens de desenvolvimento<br />
de arquiteturas<br />
baseadas em objetos<br />
Arquiteturas baseadas em Tag<br />
Desde o início do software SCADA e<br />
HMI baseados em PC, os usuários construíram<br />
gráficos para operadores e ligavam<br />
as tags que representam endereços em um<br />
CLP ou um sistema de controle.<br />
Os passos abaixo representam o desenvolvimento<br />
do processo típico para a tradicional<br />
aplicação SCADA baseada em tags:<br />
• Utiliza um único computador para<br />
o desenvolvimento;<br />
• Gráficos para o operador e telas são<br />
criados para a aplicação;<br />
• Definições de tag são importadas do<br />
CLP, ou configuradas manualmente;<br />
• Os scripts de alarme e detecção de<br />
eventos são definidos para cada tag;<br />
• Tags e I/O associados são ligados a<br />
elementos gráficos;<br />
• Scripts de animação gráfica ou links<br />
são criados;<br />
• As alterações no sistema requerem fechar<br />
o aplicativo, fazer alterações em muitos<br />
scripts e referências de banco de dados de<br />
tags para permitirem a nova funcionalidade.<br />
O aplicativo é então reinstalado<br />
em cada estação de trabalho<br />
do operador.<br />
Arquiteturas baseadas em Objeto<br />
Arquiteturas baseadas em objetos associados<br />
com aplicações de supervisão e SCADA/<br />
HMI foram pioneiras pela Wonderware®. O<br />
ArchestrA System Platform e sua ferramenta<br />
de desenvolvimento, o Integrated Development<br />
Environment (IDE), mudaram<br />
fundamentalmente a forma de criação de<br />
aplicações SCADA/HMI desenvolvidas.<br />
Usando o ambiente de desenvolvimento<br />
integrado, o desenvolvedor do aplicativo cria<br />
um modelo de planta única com modelos<br />
reutilizáveis de objetos.<br />
O desenvolvedor é, assim, removido das<br />
complexidades do ambiente de computação<br />
F3. Representação gráfica de vários modelos de objetos.<br />
e pode concentrar-se na modelagem da<br />
unidade de produção. O desenvolvedor<br />
pode se concentrar em diferentes ativos e<br />
processos de produção que compõem toda<br />
a supervisão do controle da fábrica. Depois<br />
que o modelo de planta é capturado, é fácil<br />
de implementar as funções de controle de<br />
supervisão. Um pequeno investimento em<br />
criação de modelos de objeto produz grandes<br />
resultados em produtividade de engenharia.<br />
Criar um aplicativo de supervisão utilizando<br />
o ArchestrA System Platform, envolve:<br />
• Uma pesquisa do site conduzido<br />
para entender o layout da operação<br />
de produção ou processo;<br />
• Criação de uma lista de peças similares,<br />
de equipamentos / ativos. Áreas<br />
distintas de operação também são<br />
identificadas;<br />
• Modelos de objetos são configurados<br />
para cada ativo comum na instalação,<br />
incluindo gráficos de IHM.<br />
Este passo essencial permite que as<br />
melhores práticas e padrões sejam<br />
criados para uso em todos os projetos<br />
de aplicações futuras;<br />
• Dispositivos ou Componentes Modelados<br />
em objeto podem estar contidos<br />
dentro de um ou outro para criar<br />
peças complexas de equipamento;<br />
• Modelos de objetos de dispositivo têm<br />
atributos que representam verdadeiros<br />
I/Os disponíveis no sistema CLP ou<br />
controle. Estes atributos são, então,<br />
ligados a E/S através de objetos de<br />
integração de positivos (Objetos DI);<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
supervisão<br />
• O aplicativo pode ser montado no<br />
IDE usando a simples operação de<br />
arrastar-e-soltar;<br />
• Objetos de aplicação são atribuídos<br />
a grupos de segurança;<br />
• O modelo de planta criada no IDE<br />
pode, agora, ser implantado nos<br />
computadores que vão armazenar<br />
a aplicação;<br />
• Assim que o aplicativo é desenvolvido,<br />
a manutenção do sistema é fácil. As<br />
alterações feitas em modelos de objeto<br />
podem ser propagadas para os<br />
componentes-filhos encontrados em<br />
aplicativos implementados.<br />
Economizando Ciclo de Vida<br />
Arquiteturas baseadas em objeto podem<br />
proporcionar economia significativa durante<br />
o seu ciclo de vida. Estas economias podem<br />
ser classificadas em quatro áreas básicas tal<br />
como ilustrado na tabela 2.<br />
Num sistema baseado em tags tradicionais,<br />
as tags 162 (27 * 6 válvulas parâmetros<br />
(I / O) valores por válvula) seriam criadas.<br />
Em um Sistema SCADA baseado em objeto,<br />
um modelo de objeto comum de válvula é<br />
criado e objetos que representam cada válvula<br />
individual são instanciados ou replicados a<br />
partir desse modelo de objeto<br />
Agora, vamos supor que ele leva 0,4<br />
horas por tag para desenvolver o aplicativo<br />
usando um tradicional tagbased Sistema<br />
SCADA. Isso não inclui gráficos de processo<br />
ou de desenvolvimento CLP lógica<br />
de controle.<br />
19
supervisão<br />
Área de economia Explicação<br />
Economia de Desenvolvimentos iniciais<br />
relacionados a geração de aplicações<br />
Economia de Desenvolvimentos iniciais<br />
relacionados a alterações de aplicativos<br />
Economia de manutenção ao longo<br />
do Ciclo de Vida do Sistema<br />
Vamos estimar que leve duas horas para<br />
desenvolver um modelo de objeto da válvula<br />
e um adicional de 20% mais (ou 0,4 horas)<br />
por instância de objetos para customizar<br />
cada válvula individualmente na aplicação.<br />
Observe na tabela 3 o Exemplo de<br />
Dispositivo e a Estimação Individual.<br />
Vamos supor que nós estamos desenvolvendo<br />
uma aplicação de supervisão que<br />
tem, entre outras coisas, 27 válvulas de<br />
assento duplo, cada um com seis parâmetros<br />
de processo (I/O) que vai ser monitorado.<br />
Estes são pontos I/O do CLP que medem<br />
o desempenho desta válvula.<br />
Lembre-se que um modelo de objeto<br />
encapsula scripting, segurança, alarmes,<br />
eventos, história e configuração do dispositivo<br />
comunicações. Em um sistema baseado em<br />
tags, tudo isso precisa ser programado usando<br />
as tags de memória adicionais. Agora, vamos<br />
comparar o tempo total para desenvolver o<br />
aplicativo usando cada tipo de abordagem<br />
de desenvolvimento.<br />
Veja na tabela 4 o Esforço de desenvolvimento<br />
Inicial.<br />
Esta é uma economia impressionante<br />
e mesmo se você estimar a metade deste<br />
número, economizará 40% em custos de<br />
desenvolvimento.<br />
20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Isto representa a economia que resulta do tempo quando usuários desenvolvem aplicações definindo modelos de<br />
objetos uma vez e, em seguida, usando esses modelos várias vezes.<br />
Isso representa a economia de desenvolvimento obtida através da capacidade para propagar alterações a partir de<br />
modelos de objeto para todas as instâncias em tempos de execução derivados desses modelos. Quando múltiplas<br />
alterações são solicitadas para aplicação durante o desenvolvimento, a economia pode realmente ser maior.<br />
Utilizando um sistema de distribuição, reduz significativamente os custos de manutenção através da capacidade<br />
de monitorar remotamente, alterar e implementar o software para todos os computadores com IHM em rede . Isto<br />
é especialmente importante para redes geograficamente distribuídas, pois os usuários podem economizar tempo e<br />
dinheiro, eliminando a necessidade de viajar para cada local para manutenção ou upgrades.<br />
Economia em todos os sites Estas economias resultam de reutilizar os modelos e aplicações criados para este projeto em outros projetos. As<br />
empresas usam isso para conduzir os padrões em seus projetos. Isto é particularmente benéfico para integradores<br />
de sistemas, revendedores de valor agregado (VARs), equipamentos originais fabricantes (OEMs), fabricantes de<br />
máquinas e operadores de instalações.<br />
T2. Clasificação das economias por área.<br />
Tipo do Dispositivo Número de Instâncias I/O por instância<br />
Double seat valve 27 6<br />
T3. Aplicação de supervisão com 27 válvulas com 6 parâmetros.<br />
Tradicional IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia<br />
162 tags*0,4 h por tag = 64,8 h (2 h * 1 Modelo de Objeto) + (27 Instâncias<br />
de válvulas * 0,4 h por instância) = 12,8 h<br />
T4. Comparação entre os tempos totais (Tag x SCADA baseado em objeto).<br />
52 h ou 80%<br />
Tradicional, IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia<br />
64,8 h * 10% mudança = 6,48 h 2 h / modelo de objetos * 10% mudança = 0,2 h 6,28 h ou 96%<br />
T5. A mesma comparação entre os tempos totais, agora com mudança de 10% da aplicação.<br />
Agora, o que acontece se uma mudança<br />
é necessária e afeta 10% da aplicação?<br />
Usando-se desenvolvimento baseado em<br />
tag é razoável assumir que 10% do esforço<br />
gasto no desenvolvimento inicial seria necessário<br />
para efetuar as alterações. No entanto,<br />
usando-se desenvolvimento baseado em objeto,<br />
tal como o Wonderware ArchestrA System<br />
Platform, o esforço de mudança 10% apenas<br />
necessita ser aplicado no modelo do objeto -<br />
por causa da relação pai-filho entre objetos e<br />
componentes. Nesta situação, as economias<br />
adicionais podem ser calculadas assim:<br />
Veja na tabela 5 o Esforço na alteração<br />
da aplicação.<br />
Desenvolvimento baseado<br />
em objetos é o Futuro<br />
Arquiteturas baseadas em Objeto podem<br />
proporcionar grandes vantagens no<br />
desenvolvimento e manutenção de sistemas<br />
SCADA e de supervisão.<br />
Ao avaliar arquiteturas é importante<br />
avaliar os seguintes aspectos técnicos considerados,<br />
incluindo:<br />
• A ferramenta de desenvolvimento<br />
fornece um modelo realista de equipamentos<br />
da fábrica e áreas de produção,<br />
processos e linhas de produção?<br />
• Pode a segurança de rede ser facilmente<br />
integrada na aplicação, incluindo a<br />
configuração de segurança centralizada?<br />
• Será que oferecem conectividade<br />
de dispositivos flexíveis e de custo/<br />
ferramentas eficazes para fazer a<br />
interface com todos os dispositivos<br />
de campo na planta?<br />
• Ela fornece utilitários de diagnóstico<br />
centralizados?<br />
• Pode o ambiente de desenvolvimento<br />
permitir escalabilidade da aplicação<br />
de um único nó para muitos nós<br />
sem precisar refazer toda a aplicação?<br />
• Aplicações IHM podem ser remotamente<br />
implantadas em computadores<br />
através da rede?<br />
• A ferramenta de desenvolvimento<br />
fornece um espaço unificado que<br />
facilita a navegação de tags do PLC<br />
em rede, tanto em tempo de execução<br />
como em off-line de desenvolvimento?<br />
• É possível fazer download de dados<br />
distribuídos em vários computadores?<br />
• O sistema fornece redundância rentável<br />
usando a tecnologia de virtualização<br />
comercial “off the shelf”?<br />
• O subsistema de alarme é distribuído?<br />
• O arquivamento histórico definido<br />
durante o desenvolvimento ou HMI<br />
é uma ferramenta separada?<br />
Um sistema SCADA moderno deve ser<br />
capaz de oferecer todos os itens acima. MA<br />
Steven D. Garbrecht é vice-presidente<br />
de Software e Marketing de aplicações<br />
avançadas, Invensys Operations Management<br />
- Lake Forest/CA - USA<br />
Thomaz Oliveira, Technical Sales Consultant<br />
Wonderware, Invensys Operations<br />
Management - São Paulo/SP - Brasil
conectividade<br />
Profibus<br />
Instalação Avançada<br />
Parte 2<br />
Veremos nesta segunda parte o aterramento da Rede<br />
Profibus, e também abordaremos algumas vantagens<br />
da RS485-IS<br />
saiba mais<br />
Miminizando Ruídos em Instalações<br />
PROFIBUS<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 46<br />
Utilização Eficiente de Canaletas<br />
Metálicas para a Prevenção de<br />
Problemas de Compatibilidade<br />
Eletromagnética em Instalações<br />
Elétricas - Ricardo L. Araújo,<br />
Leonardo M. Ardjomand, Artur R.<br />
Araújo e Danilo Martins, 2008. www.<br />
emfield.com.br<br />
Manuais:<br />
Manual Inversor WEG<br />
Manual Inversor Drive Siemens<br />
Manual Smar Profibus<br />
Artigos técnicos – César Cassiolato<br />
www.smar.com/brasil2/<br />
artigostecnicos/<br />
Site do fabricante:<br />
www.smar.com.br<br />
Interferência Eletromagnética<br />
em Redes de Computadores.<br />
José Mauricio Santos Pinheiro:<br />
www.projetoderedes.com.br/<br />
artigos/artigo_interferencias_<br />
eletromagneticas.php<br />
N<br />
22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
César Cassiolato<br />
o campo é muito comum se ter problemas<br />
devidos à EMC (Emissão Eletromagnética)<br />
e à diferença de potencial de terra, e estes<br />
geram inconvenientes intermitências na<br />
comunicação que, normalmente, não são<br />
fáceis de se detectar.<br />
Quando se tem o sinal de comunicação<br />
PROFIBUS-DP e o cabeamento distribuído<br />
entre as diversas áreas, o recomendado é<br />
equalizar o terra conforme mostra a figura<br />
1. Com isto, elimina-se a possível diferença<br />
de potencial entre o aterramento da área<br />
01 e o sinal DP, assim como a diferença de<br />
potencial entre o aterramento da área 02.<br />
O que é terra equipotencial?<br />
A condição ideal de aterramento para uma<br />
planta e suas instalações é quando se obtém<br />
o mesmo potencial em qualquer ponto. Isso<br />
pode ser conseguido com a interligação de<br />
todos os sistemas de aterramento da mesma<br />
através de um condutor de equalização de<br />
potencial. Essa condição é chamada na<br />
literatura técnica de “terra equipotencial”.<br />
Assim, para qualquer pessoa dentro das<br />
edificações, mesmo se houver um aumento<br />
das tensões presentes não haverá o risco<br />
de choque elétrico, uma vez que todos os<br />
elementos estarão com o mesmo potencial<br />
de terra.<br />
Existem algumas regras que devem ser<br />
seguidas em termos do cabeamento e separação<br />
entre outros cabos, quer sejam de sinais<br />
ou de potência. Deve-se preferencialmente<br />
utilizar bandejamentos ou calhas metálicas,<br />
observando as distâncias conforme indica<br />
a tabela 3 da primeira parte desta série de<br />
artigos, na <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58.<br />
Nunca se deve passar o cabo Profibus-<br />
-PA ao lado de linhas de alta potência, pois<br />
a indução é uma fonte de ruído e pode afetar<br />
o sinal de comunicação.<br />
Quando se fala em shield e aterramento,<br />
na prática existem outras maneiras de tratar<br />
este assunto, onde há muitas controvérsias,<br />
como por exemplo, o aterramento do shield<br />
pode ser feito em cada estação através do<br />
conector 9-pin sub D, onde a carcaça do<br />
conector dá contato com o shield neste ponto<br />
e ao conectar na estação é aterrado. Este caso,<br />
porém, deve ser analisado pontualmente e<br />
verificado em cada ponto a graduação de<br />
potencial dos terras e se necessário, equalizar<br />
estes pontos. Do ponto de vista funcional,<br />
o propósito da blindagem dos cabos é criar<br />
uma zona equipotencial de acoplamento<br />
capacitivo ao redor do cabo. Mas isso só<br />
é verdadeiro se a blindagem for conectada<br />
ao referencial de terra equipotencial. Nesta<br />
condição, a recomendação é que ambas<br />
as extremidades da blindagem dos cabos<br />
sejam aterradas.<br />
Porém, se a condição de terra equipotencial<br />
não for garantida é recomendado<br />
aterrar apenas uma das extremidades da<br />
blindagem, preferencialmente no lado do
sistema. Caso contrário, se a blindagem<br />
for conectada em ambas extremidades sem<br />
equalização do terra, haverá a circulação de<br />
uma corrente parasita pela blindagem que<br />
pode provocar problemas funcionais, além<br />
de perigo potencial de choques elétricos na<br />
extremidade não blindada. Desta forma,<br />
recomenda-se o uso de cabo blindado com<br />
isolação extra na blindagem para evitar<br />
choques elétricos acidentais por contato.<br />
O sistema de linha equipotencial é usado<br />
para nivelar o potencial de terra em diferentes<br />
locais da planta de forma que nenhuma<br />
corrente circule sobre a blindagem do cabo:<br />
• Use cabos de cobre ou fitas de aterramento<br />
galvanizadas para a linha<br />
equipotencial no sistema e entre<br />
componentes do sistema,<br />
• Conecte a linha equipotencial ao<br />
terminal de aterramento ou à barra<br />
com uma área de superfície ampla,<br />
• Conecte todas as conexões de terra<br />
e de blindagem (se existirem) do<br />
instrumento ao sistema de linha<br />
equipotencial,<br />
• Conecte a superfície de montagem<br />
(por exemplo, o painel do gabinete<br />
ou trilhos de montagem) ao sistema<br />
de linha equipotencial,<br />
• Sempre que possível, conecte o sistema<br />
de linha equipotencial das redes<br />
ao sistema de linha equipotencial<br />
do prédio,<br />
• Se as partes são pintadas, remova a<br />
tinta do ponto de conexão antes de<br />
conectá-lo,<br />
• Proteja o ponto de conexão contra<br />
corrosão depois da montagem, por<br />
exemplo, com tinta de zinco ou verniz,<br />
• Proteja a linha equipotencial contra<br />
corrosão. Uma opção é pintar os<br />
pontos de contato,<br />
• Use parafuso de segurança ou conexões<br />
de terminal para todas as conexões<br />
de terra e superfície. Use arruelas de<br />
pressão para evitar que as conexões<br />
fiquem frouxas por causa de vibração<br />
ou movimento,<br />
• Use terminais nos cabos flexíveis<br />
da linha equipotencial. As extremidades<br />
do cabo não devem nunca ser<br />
estanhadas (não é mais permitido)!<br />
• Faça o roteamento da linha equipotencial<br />
o mais perto possível do cabo,<br />
• Conecte as partes individuais de<br />
bandejas de cabos metálicas umas<br />
às outras. Use anéis de acoplamento<br />
(bonding links) especiais ou jumpers<br />
específicos. Certifique-se que os<br />
anéis de acoplamento são feitos do<br />
mesmo material que as bandejas de<br />
cabos. Os fabricantes das bandejas<br />
de cabos podem fornecer os anéis de<br />
acoplamento apropriados,<br />
• Sempre que possível, conecte as<br />
bandejas de cabos feitas de metal ao<br />
sistema de linha equipotencial,<br />
• Use anéis de acoplamento flexíveis<br />
(flexible bonding links) para expansão<br />
das juntas. Esses anéis de acoplamento<br />
são fornecidos pelos fabricantes de<br />
cabos.<br />
Para conexões entre prédios diferentes<br />
ou entre partes de prédios, a rota da linha<br />
equipotencial deve ser traçada paralela ao<br />
cabo. Mantenha as seguintes seções transversais<br />
mínimas, de acordo com a IEC<br />
60364-5-54:<br />
• Cobre: 6 mm²<br />
• Alumínio: 16 mm²<br />
• Aço: 50 mm²<br />
Em áreas perigosas deve-se sempre<br />
fazer o uso das recomendações dos órgãos<br />
certificadores e das técnicas de instalação<br />
exigidas pela classificação das áreas. Um<br />
sistema intrinsecamente seguro deve possuir<br />
componentes que devem ser aterrados<br />
e outros que não. O aterramento tem a<br />
função de evitar o aparecimento de tensões<br />
consideradas inseguras na área classificada.<br />
Na área classificada evita-se o aterramento<br />
de componentes intrinsecamente seguros, a<br />
menos que o mesmo seja necessário para fins<br />
funcionais, quando se emprega a isolação<br />
galvânica. A normalização estabelece uma<br />
isolação mínima de 500 Vca. A resistência<br />
entre o terminal de aterramento e o terra do<br />
sistema deve ser inferior a 1 Ω. No Brasil,<br />
a NBR-5418 regulamenta a instalação em<br />
atmosferas potencialmente explosivas.<br />
Quanto ao aterramento, recomenda-<br />
-se agrupar circuitos e equipamentos com<br />
características semelhantes de ruído em<br />
distribuição em série e unir estes pontos em<br />
uma referência paralela. Recomenda aterrar<br />
as calhas e bandejamentos.<br />
Um erro comum é o uso de terra de<br />
proteção como terra de sinal. Vale lembrar<br />
que este terra é muito ruidoso e pode<br />
apresentar alta impedância. É interessante<br />
o uso de malhas de aterramento, pois<br />
apresentam baixa impedância. Condutores<br />
conectividade<br />
F1. Sistema de aterramento com diferentes<br />
áreas em PROFIBUS-DP.<br />
F2. Terminador RS485-IS.<br />
comuns com altas frequências apresentam<br />
a desvantagem de terem alta impedância.<br />
Os loops de correntes devem ser evitados.<br />
O sistema de aterramento deve ser visto<br />
como um circuito que favorece o fluxo de<br />
corrente sob a menor impedância possível.<br />
O valor de terra recomendado é que seja<br />
menor do que 10 Ω.<br />
RS485–IS<br />
Existia grande demanda entre usuários<br />
para apoiar o uso da RS485 com suas rápidas<br />
taxas de transmissão em áreas intrinsecamente<br />
seguras. O PNO encarou esta tarefa e<br />
desenvolveu uma diretriz para a configuração<br />
de soluções RS485 intrinsecamente seguras<br />
com capacidade de troca de dados simples<br />
de dispositivos.<br />
A especificação dos detalhes da interface,<br />
os níveis para corrente e tensão que<br />
precisam ser aderidos para todas as estações<br />
devem assegurar um funcionamento seguro<br />
durante a operação.<br />
Um circuito elétrico permite correntes<br />
máximas em um nível de tensão específico.<br />
Quando conectar fontes ativas, a soma<br />
das correntes de todas as estações não pode<br />
exceder a corrente máxima permitida. Uma<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
23
conectividade<br />
Parameter Description Value Remark<br />
Bus System<br />
Maximum input voltage UI [V] +- 4.2<br />
Maximum input current I [A] 4.8<br />
Maximum inductance to resistance ratio L’ / R’ [mH / W] 15 For the whole operation temperature range of the bus system<br />
Number of devices NTN ≤32<br />
Communication Device<br />
Maximum output voltage UO [V] +- 4.2<br />
Maximum output current IU [mA] 149 Total current from wires A, B and supply for bus termination<br />
Maximum input voltage UI [V] ≥+- 4.2<br />
Maximum internal inductance LI [H] 0<br />
Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety<br />
External active bus termination<br />
Maximum output voltage UO [V] +- 4.2<br />
Maximum output current IO [mA] 16<br />
Maximum input voltage UI [V] ≥ +- 4.2<br />
Maximum internal inductance LI [H] 0<br />
Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety<br />
T1. Valores Limitantes RS485-IS.<br />
Parameter Description (1) Value (2) Remark<br />
Communication device<br />
1. Minimum idle level UODidle [V] 0.50 Only relevant for devices with an integrated or a<br />
connectable bus termination<br />
2. Transmission level on the bus connection (peak-to-peak) UODss [V] ≥2.7 For the worst-case bus configuration and maximum<br />
load on the<br />
3. Positive and negative transmission level on the<br />
bus connection<br />
24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
UODhigh [V] > 1.5 For the worst-case bus configuration and maximum<br />
load on the transmitter (see Section 2.6)<br />
UODlow [V] < -1.1<br />
4. Signal level on the receiver input UlDhigh [V] ≥ 0.8 For the worst-case bus configuration (see Section 2.6)<br />
UlDlow [V] < - 0.4<br />
5. Data transmission rate Kbits/s 9.6; 19.2; 45.45; 93.75;<br />
187.5; 500; 1500<br />
A field device can be design with limited data<br />
transmission rate<br />
6. Input impedance (receiver) RIN [kW] > 12 For a device supplied or not supplied<br />
CIN [pF] ≤ 40<br />
LIN ~ 0<br />
7. Supply voltage RS 485 driver and bus termination<br />
T2. Valores Elétricos RS485-IS.<br />
UO [V] 3.3 +- 5%<br />
Parameter Cable type A Limiting safety values<br />
Surge impedance (W) 135... 165 at a frequency of 3... 20 MHz Not relevant<br />
Working capacitance (nF / km) ≤ 30 Not relevant<br />
Wire diameter > 0.64 > 0.1 single wire for a fine-stranded conductor (1)<br />
T3. Cabo padrão RS485-IS e os limites de taxa de comunicação.<br />
> 0.35 (2)<br />
Core cross-sectional area (mm)2 > 0.34 > 0.0962 (2)<br />
Loop resistance (W / km) ≤110 Not relavant<br />
L / R ≤ 15 ≤ 15 for the lowest ambient temperature (3)<br />
Data transmission rate (kBit / s) ≤ 93.75 187.5 500 1500<br />
Max. segment length (m) 1200 1000 400 200<br />
1) In accordance with the installation rules in EN 60079-14. The wire ends of fine-stranded conductors must be<br />
protected against separation of the strands, e.g. by means of cable lugs or core end sleeves.<br />
2) This minimum value applies for a maximum ambient temperature of 40º C and the temperature class T6 for a total<br />
current in the field bus cable of max. 4.8 A . According to EN 50020 / 5.<br />
3) Cable type A fulfils this requirement for a ambient temperature above -40º C.
inovação do conceito RS485–IS é que, em<br />
contraste ao modelo FISCO que tem somente<br />
uma fonte intrinsecamente segura, todas as<br />
estações representam agora fontes ativas.<br />
Vejamos algumas características:<br />
Áreas perigosas (Ex i):<br />
• RS485-IS: cada estação representa<br />
fontes ativas;<br />
• Tensão de saída máxima (Uo) = 4,2 V<br />
• L/R < 15 µH/Ω (Cabo);<br />
• Σ Io = 4,8 A;<br />
• Devices, Couplers, Links, Terminadores<br />
devem atender à classificação<br />
• A máxima corrente de um device<br />
DP-IS: 4,2V/32 = 0,149 A;<br />
• A corrente restante de 32 mA é reservada<br />
para os 2 BTs ativos;<br />
• A resistência limitante da corrente<br />
vale: 4,2/0,149 = 28,3 Ω;<br />
• Máximo baud rate: 1,5 MHz.<br />
Valores Limitantes e elétricos<br />
Veja as tabelas 1 e 2.<br />
A figura 2 detalha a terminação para<br />
a RS485-IS.<br />
A figura 3 mostra detalhes das possibilidades<br />
de topologia da RS485-IS.<br />
A tabela 3 mostra o tipo de cabo padrão<br />
e os limites de taxa de comunicação.<br />
Para detalhes de shield e aterramento, veja<br />
a figura 4.<br />
Em resumo, o que devemos verificar em<br />
termos de RS485-IS:<br />
• Verifique nos manuais de cada dispositivo,<br />
se estão de acordo com<br />
PTB-Mitteilungen/1/;<br />
• Verifique se todos os dispositivos<br />
estão de acordo com os guias do<br />
PNO(Certificado, etc.);<br />
• Verifique que o cabo utilizado está<br />
de acordo com as especificações do<br />
cabo tipo A (IEC 61158/IEC61784<br />
/3/) (L’ , C’ and R’);<br />
• Verifique se o cabo atende as regulações<br />
à prova de explosão (EN 50014 /19/,<br />
EN 50020 /5/ e EN 60079-14 /7/)<br />
em termos de instalação, diâmetro<br />
mínimo do condutor, etc.<br />
• Verifique se a máxima corrente de<br />
cada device DP-IS é
conectividade<br />
F4. Shield e Aterramento no RS485-IS.<br />
absorver o excesso de tensão e consequentemente<br />
será danificado ou poderá responder<br />
inadequadamente à comunicação.<br />
Mesmo em situações em que o potencial<br />
de tensão não atinja níveis suficientes para<br />
causar danos nos equipamentos, o loop de<br />
terra pode ser prejudicial para as transmissões<br />
de dados, gerando erros, devido às oscilações<br />
causadas. Este tipo de intermitência é<br />
comum em instalações e muito complicado<br />
de ser diagnosticado.<br />
Para evitar os efeitos de loop de terra,<br />
pode-se utilizar isoladores ópticos (repetidores)<br />
ou links de fibra óptica nas linhas de<br />
dados mais longas. Manter todos os pontos<br />
de terra vinculados por cabos independentes,<br />
garantindo a equipotencialidade dos mesmos.<br />
Aterramento e inversores<br />
Os requisitos de aterramento dependem<br />
do tipo de inversor. Inversores com terra<br />
verdadeiro (TE) devem necessariamente ter<br />
uma barra de potencial de 0 V separado do<br />
barra de terra de proteção (PE). Tem-se duas<br />
possibilidades: conectar os barramentos em<br />
um único ponto no gabinete da sala elétrica<br />
ou levar separadamente estas barras até a<br />
malha de terra. Vale sempre consultar os<br />
manuais dos fabricantes e suas recomendações.<br />
Layout e Painéis de automação e<br />
elétricos<br />
Não aproximar o cabo da rede Profibus<br />
com os cabos de alimentação e saída dos<br />
inversores, evitando-se assim, a corrente de<br />
modo comum. Sempre que possível limitar o<br />
tamanho dos cabos, evitando comprimentos<br />
longos e ainda, as conexões devem ser as<br />
26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
menores possíveis. Cabos longos e paralelos<br />
atuam como um grande capacitor.<br />
A boa prática de layout em painéis<br />
permite que a corrente de ruído flua entre<br />
os dutos de saída e de entrada ficando<br />
fora da rota dos sinais de comunicação e<br />
controladores:<br />
• Todas as partes metálicas do armário/<br />
gabinete devem estar eletricamente<br />
conectadas com a maior área de<br />
contato. Deve-se utilizar braçadeira<br />
e aterrar as malhas(shield) dos cabos;<br />
• Cabos de controle, comando e de<br />
potência devem estar fisicamente<br />
separados (> 30 cm). Sempre que<br />
possível, utilizar placas de separação<br />
e aterradas;<br />
• Contatores, solenoides e outros dispositivos<br />
e acessórios eletromagnéticos<br />
devem ser instalados com dispositivos<br />
supressores, tais como: snubbers (RCs,<br />
os snubbers podem amortecer oscilações,<br />
controlar a taxa de variação<br />
da tensão e/ou corrente, e grampear<br />
sobretensões), diodos ou varistores;<br />
• Cabos de controle e comandos devem<br />
estar sempre em um mesmo nível e<br />
de um mesmo lado;<br />
• Evitar comprimentos de fiação desnecessários,<br />
assim diminuem-se as<br />
capacitâncias e indutâncias de acoplamento;<br />
• Se utilizada uma fonte auxiliar 24<br />
Vcc para o drive, esta deve ser de<br />
aplicação exclusiva ao inversor local.<br />
Não alimente outros dispositivos DP<br />
com a fonte que alimenta o inversor.<br />
O inversor e os equipamentos de<br />
automação não devem ser conectados<br />
diretamente em uma mesma fonte;<br />
• Recomenda-se o uso de filtro RFI e<br />
que sempre se conecte o filtro RFI<br />
o mais próximo possível da fonte<br />
de ruído;<br />
• Nunca misture cabos de entrada e<br />
de saída;<br />
• Todos os motores acionados por<br />
inversores devem ser alimentados<br />
com cabos blindados aterrados nas<br />
duas extremidades;<br />
• Um reator de linha deve ser instalado<br />
entre o filtro RFI e o drive;<br />
• Sempre que possível utilizar trafo<br />
isolador para a alimentação do sistema<br />
de automação.<br />
Os reatores de linha constituem um meio<br />
simples e barato para aumentar a impedância<br />
da fonte de uma carga isolada (como um<br />
comando de frequência variável, no caso dos<br />
inversores). Os reatores são conectados em<br />
série à carga geradora de harmônicas e ao<br />
aumentar a impedância da fonte, a magnitude<br />
da distorção harmônica pode ser reduzida<br />
para a carga na qual o reator é adicionado.<br />
Aqui se recomenda consultar o manual do<br />
inversor e verificar suas recomendações.<br />
O ideal é ter um indutor de entrada<br />
incorporado e filtro RFI/EMC para funcionar<br />
como uma proteção a mais para o<br />
equipamento e como um filtro de harmônicas<br />
para a rede elétrica, onde o mesmo<br />
encontra-se ligado.<br />
A principal função do filtro RFI de<br />
entrada é reduzir as emissões conduzidas<br />
por radiofrequência às principais linhas de<br />
distribuição e aos fios-terra. O Filtro RFI<br />
de entrada é conectado entre a linha de<br />
alimentação CA de entrada e os terminais<br />
de entrada do inversor. Deve-se consultar<br />
o manual do fabricante do inversor e seguir<br />
os detalhes recomendados:<br />
• Os cabos do motor devem estar separados<br />
dos cabos da rede. Instalar o<br />
inversor e seus acionamentos auxiliares<br />
como relés e contatores em gabinetes<br />
independentes de outros dispositivos,<br />
não misturando cabos de sinais com<br />
cabos de controle/comando, principalmente<br />
de controladores e mestre<br />
Profibus-DP;<br />
• Para atender as exigências de proteção<br />
de EMI todos os cabos externos<br />
devem ser blindados, exceto os cabos<br />
de alimentação da rede. A malha de
lindagem deve ser contínua e não<br />
pode ser interrompida;<br />
• Separe em zonas diferentes os sinais<br />
de entrada de potência, controle/comandos,<br />
saída de potência, etc. Utilize<br />
blindagem entre as diferentes zonas;<br />
• Certifique-se de que cabos de diferentes<br />
zonas estão roteados em dutos<br />
separados;<br />
• Certifique-se de que os cabos se<br />
cruzam em ângulos retos a fim de<br />
minimizar acoplamentos;<br />
• Use cabos que possuam valores de<br />
impedância de transferência os mais<br />
baixos possíveis;<br />
• Nos cabos de controle recomenda-se,<br />
instalar um pequeno capacitor (100<br />
nF a 220 nF) entre a blindagem e o<br />
terra para evitar circuito AC de retorno<br />
ao terra. Esse capacitor atuará como<br />
um supressor de interferência. Mas<br />
a orientação é sempre consultar os<br />
manuais dos fabricantes dos inversores.<br />
Atenuando ruído<br />
Escolher inversores com toroides ou<br />
adicionar toroides (Common mode choke) na<br />
saída do inversor. A orientação é verificar o<br />
manual do fabricante e suas recomendações:<br />
• Utilizar cabo isolado e shieldado (4<br />
vias) entre o inversor e o motor e<br />
entre o sistema de alimentação até<br />
o inversor;<br />
• Tentar trabalhar com a frequência de<br />
chaveamento, a mais baixa possível.<br />
A orientação é verificar o manual<br />
do fabricante e suas recomendações;<br />
• Conecte a blindagem em cada extremidade<br />
ao ponto de aterramento do<br />
inversor e à carcaça do motor;<br />
• Sempre aterre a carcaça do motor.<br />
Faça o aterramento do motor no<br />
painel onde o inversor está instalado<br />
ou no próprio inversor;<br />
• Inversores geram correntes de fuga<br />
e nestes casos, de acordo com os<br />
fabricantes, pode-se introduzir um<br />
reator de linha na saída do inversor;<br />
• Ondas refletidas: se a impedância do<br />
cabo utilizado não estiver casada com<br />
a do motor acontecerá reflexões. Vale<br />
lembrar que o cabo entre o inversor e<br />
o motor apresenta uma impedância<br />
para os pulso de saída do inversor (a<br />
chamada Surge Impedance). Nestes<br />
casos também se recomenda reatores.<br />
F5. Blindagem em baixa e alta frequência & aterramento em um e dois pontos.<br />
A orientação é verificar o manual do<br />
fabricante e suas recomendações;<br />
• Cabos especiais: outro detalhe importante<br />
e que ajuda a minimizar os<br />
efeitos dos ruídos eletromagnéticos<br />
gerados em instalações com inversores<br />
e motores AC é o uso de cabos<br />
especiais que evitam o efeito corona<br />
de descargas que podem deteriorar a<br />
rigidez dielétrica da isolação, permitindo<br />
a presença de ondas estacionárias<br />
e a transferência de ruídos para a<br />
malha de terras. Outra característica<br />
construtiva de alguns cabos é a dupla<br />
blindagem que é mais eficiente na<br />
proteção à EMI;<br />
• Em termos da rede DP, distanciá-la<br />
do inversor, onde os sinais vão para<br />
os motores e colocar repetidores<br />
isolando as áreas. O ideal é usar<br />
conectores com indutores de 110 nH<br />
em série com os sinais A e B, onde a<br />
taxa de comunicação for maior que<br />
1,5 Mbit/s. Estes indutores ajudam<br />
a evitar em cabos com menos de 1m<br />
entre estações DPs o efeito reflexivo<br />
proporcionado pelas capacitâncias<br />
internas dos equipamentos. Evite<br />
deixar conexões sem a proteção do<br />
cabo, os chamados stub-lines e que<br />
podem favorecer reflexões;<br />
• Deixar sempre mais de 1 m de cabo<br />
entre as estações DPs, para que não<br />
haja efeito capacitivo entre as estações<br />
e a impedância do cabo elimine este<br />
efeito;<br />
• Verificar se os inversores possuem<br />
capacitores de modo comum no Bar-<br />
conectividade<br />
ramento CC. Verificar as orientações<br />
dos manuais do fabricante;<br />
• Colocar repetidores isolando as áreas<br />
de inversores das demais áreas em<br />
uma rede Profibus.<br />
• Quando se tem OLM (Optical Link<br />
Module), verificar a topologia, pois<br />
a programação dos mesmos pode<br />
afetar a performance da rede gerando<br />
timeouts;<br />
• Um ponto muito importante e que<br />
pode gerar interferência pela mudança<br />
física do cabo Profibus DP é quando<br />
se dobra o cabo ou se tem curvatura<br />
além da permitida pelo fabricante,<br />
isto forma um splice. Isto é muito<br />
comum nas instalações. Verifique se<br />
existem curvaturas acentuadas no cabo<br />
PROFIBUS que ultrapassem o raio<br />
de curvatura mínimo recomendado<br />
pelo fabricante. Uma curva muito<br />
acentuada no cabo pode esmagá-<br />
-lo, mudando a sua impedância e<br />
facilitando a ocorrência de reflexões,<br />
especialmente em altas velocidades<br />
de transmissão.<br />
Para saber mais sobre acoplamentos<br />
Capacitivos e Indutivos, veja o artigo Dicas<br />
de blindagem e aterramento em Automação<br />
Industrial, na <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> nº 53.<br />
Uso de Cabos Blindados na<br />
minimização de ruídos<br />
Na questão da melhor eficiência de<br />
proteção a ruídos, a dupla blindagem (trança<br />
e folha) tem sido aplicada com melhora significativa<br />
na relação sinal/ruído e podemos<br />
comentar que:<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
27
conectividade<br />
• Com dupla proteção com certeza a<br />
eficiência é maior. Existem cabos até<br />
com mais de 3 proteções. Quanto<br />
mais fechada a malha, melhor é a<br />
proteção;<br />
• Pode utilizar de o shield (trança) e a<br />
folha de maneiras distintas, aplicando-<br />
-os para baixas e altas frequências.<br />
No caso das baixas frequências pode-se<br />
aterrar o cabo em apenas uma das extremidades<br />
e espera-se neste caso que nestas<br />
frequências a blindagem apresente o mesmo<br />
potencial. Com isto teríamos uma maior<br />
proteção em ruídos de baixas frequências.<br />
No caso das altas frequências, a blindagem<br />
apresentará alta suscetibilidade ao ruído e<br />
neste caso, recomenda-se que seja aterrada<br />
nas duas extremidades (aqui alguns cuidados<br />
devem ser tomados na prática por questões<br />
da equipotencialidade e mesmo segurança).<br />
Com esta alternativa da dupla proteção,<br />
protegeria a comunicação das baixas e altas<br />
frequências, sendo melhor na proteção a EMI.<br />
A eficácia da malha (trança) é geralmente<br />
mais eficaz em baixas frequências, enquanto<br />
que a folha é mais eficaz em frequências<br />
mais altas.<br />
Cabos com shield em espiral precisam<br />
ser avaliados, pois podem apresentar efeitos<br />
indutivos e serem ineficientes em altas<br />
frequências.<br />
Quando se tem o aterramento da malha<br />
em um só ponto (vide figura 5), a corrente<br />
não circulará pela malha e não cancelará<br />
campos magnéticos. Quando se aterra em<br />
dois pontos tem dois caminhos da corrente,<br />
um para baixas e outro para altas frequências.<br />
Vale ainda lembrar que:<br />
• Minimizar o comprimento do condutor<br />
que se estende fora da blindagem;<br />
• Garantir uma boa conexão do shield<br />
ao terra.<br />
Ocorre uma distribuição das correntes,<br />
em função das suas frequências, pois a corrente<br />
tende a seguir o caminho de menor<br />
impedância. Até alguns kHz: a reatância<br />
indutiva é desprezível e a corrente circulará<br />
pelo caminho de menor resistência.<br />
Acima de kHz: há predominância da<br />
reatância indutiva e com isto a corrente<br />
circulará pelo caminho de menor indutância.<br />
O caminho de menor impedância é<br />
aquele cujo percurso de retorno é próximo<br />
ao percurso de ida, por apresentar maior<br />
capacitância distribuída e menor indutância<br />
distribuída.<br />
28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Ao se aterrar o shield em dois pontos:<br />
• Não há proteção contra loops de terra;<br />
• Danos aos equipamentos ativos possivelmente<br />
significativos quando a<br />
diferença de potencial de terra entre<br />
ambos os extremos ultrapassar 1<br />
V(rms) (acima de 1 Vrms não é recomendado<br />
aterrar em dois pontos.<br />
Deve-se ter cuidado!);<br />
• A resistência elétrica do aterramento<br />
deve ser a mais baixa possível em<br />
ambos os extremos do segmento<br />
para minimizar os loops de terra,<br />
principalmente em baixas frequências;<br />
• Minimizar comprimento da ligação<br />
blindagem-referência, pois este<br />
excesso de comprimento funciona<br />
como uma bobina e pode facitar a<br />
susceptibilidade a ruídos;<br />
• A melhor solução para blindagem<br />
magnética é reduzir a área de loop.<br />
Utiliza-se um par trançado ou o<br />
retorno de corrente pela blindagem;<br />
• A efetividade da blindagem do cabo<br />
trançado aumenta com o número de<br />
voltas por cm.<br />
Em relação a inversores, que normalmente<br />
serão geradores de ruídos, um ponto<br />
importante é que a maioria dos inversores<br />
possui frequência de comutação que pode<br />
ir desde 1,0 kHz a 30 kHz. Além disso,<br />
alguns fabricantes de inversores comentam<br />
que atendem as normas CE, mas que em<br />
instalações envolvendo inversores deve-se:<br />
• Aterrar adequadamente e segundo<br />
os seus manuais (shield aterrado<br />
nos dois extremos e as carcaças de<br />
motores aterradas são recomendações<br />
de fabricantes);<br />
• Potência de saída, fiação de controle<br />
(E/S) e sinal devem ser de cabo blindado,<br />
trançado com cobertura igual<br />
ou superior a 75%, conduíte metálico<br />
ou atenuação equivalente;<br />
• Todos os cabos blindados devem<br />
ter sua terminação num conector<br />
blindado apropriado;<br />
• Os cabos de controle e sinais devem<br />
ficar afastados no mínimo 0,3 m fios<br />
de força/potência.<br />
Conclusão<br />
Vimos neste artigo vários detalhes importantes.<br />
Na próxima parte veremos mais<br />
detalhes de instalação. Vale a pena lembrar<br />
que o sucesso de toda rede de comunicação<br />
está intimamente ligada à qualidade das<br />
instalações. Sempre consulte as normas.<br />
A blindagem contra campos magnéticos<br />
não é tão eficiente quanto é contra campos<br />
elétricos. A blindagem só é eficiente<br />
quando estabelece um caminho de baixa<br />
impedância para o terra e, além disso, uma<br />
blindagem flutuante não protege contra<br />
interferências. A malha de blindagem deve<br />
ser conectada ao potencial de referência<br />
(terra) do circuito que está sendo blindado.<br />
Aterrar a blindagem em mais de um ponto<br />
pode ser problemático.<br />
Em baixas frequências, os pares trançados<br />
absorvem a maior parte dos efeitos da<br />
interferência eletromagnética. Já em altas<br />
frequências esses efeitos são absorvidos pela<br />
blindagem do cabo.<br />
Vale lembrar ainda que se um material<br />
não magnético envolve um condutor faz com<br />
que a corrente deste condutor retorne por<br />
um outro caminho de tal modo que a área<br />
definida pelo trajeto desta corrente é menor<br />
do que quando o condutor não é envolvido,<br />
então esta proteção será mais efetiva.<br />
Sempre que possível, conecte as bandejas<br />
de cabos ao sistema de linha equipotencial.<br />
O seu tempo de comissionamento, startup<br />
e seus resultados podem estar comprometidos<br />
com a qualidade dos serviços de instalações.<br />
Como cliente, contrate serviços de empresas<br />
que conheçam e dominam a tecnologia Profibus<br />
e que façam instalações profissionais e<br />
de acordo com o padrão Profibus. MA<br />
O conteúdo deste artigo foi elaborado<br />
cuidadosamente. Entretanto, erros não<br />
podem ser excluídos e assim nenhuma<br />
responsabilidade poderá ser atribuída ao<br />
autor. Sugestões de melhorias podem ser<br />
enviadas ao email cesarcass@smar.com.<br />
br. Este artigo não substitui os padrões<br />
IEC 61158 e IEC 61784 e nem os perfis<br />
e guias técnicos do PROFIBUS. Em caso<br />
de discrepância ou dúvida, os padrões IEC<br />
61158 e IEC 61784, perfis, guias técnicos e<br />
manuais de fabricantes prevalecem.<br />
César Cassiolato é Diretor de Marketing,<br />
Qualidade e Engenharia de Projetos e<br />
Serviços da Smar Equipamentos Ind. Ltda.,<br />
Diretor Técnico do Centro de Competência<br />
e Treinamento em Profibus e Engenheiro<br />
Certificado na Tecnologia Profibus e Instalações<br />
Profibus pela Universidade de Manchester.
instrumentação<br />
Manutenção e<br />
Calibração de<br />
Medidores<br />
de Vazão<br />
A medição de vazão é crítica para o seu processo industrial?<br />
Uma indicação errônea implica em perdas e<br />
qualidade do produto final? Como saberemos se o medidor<br />
precisa de manutenção? Estas e outras perguntas<br />
serão respondidas de forma clara e objetiva para facilitar<br />
nas rotinas operacionais e tomadas de decisões de<br />
engenheiros e técnicos de instrumentação e qualidade.<br />
saiba mais<br />
Uma nova tecnologia para medição<br />
de vazão<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 22<br />
Calibração de medidores de vazão<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 25<br />
Seleção de Medidores de Vazão<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 26<br />
Medição de Vazão: a 3ª Grandeza Mais<br />
Medida nos Processos Industriais<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 50<br />
30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Bruno Castellani<br />
M<br />
edidores de vazão são instrumentos que<br />
medem diretamente ou indiretamente a<br />
quantidade de fluido (volume ou massa)<br />
que passa por um determinado tempo. Os<br />
medidores de vazão são utilizados para medição<br />
de fluidos líquidos, pastosos e gasosos.<br />
Temos no mercado uma gama diversificada<br />
de medidores de vazão que utilizam<br />
diversos princípios de funcionamento, como<br />
os mostrados nas figuras 1.<br />
F1. Medidores Magnéticos, Medidores tipo Vortex, Coriolis, Turbina, Ultrassônico e placa de<br />
orifício por pressão diferencial.
F2. Medidor magnético em operação por 10 anos sem manutenção.<br />
Manutenção<br />
A correta medição dos medidores de<br />
vazão está diretamente ligada às condições<br />
de instalação, condições do processo e uma<br />
correta engenharia de aplicação. Qualquer<br />
desgaste, contaminação, incrustação, instalação<br />
incorreta e danos internos e externos,<br />
provocará erros de medição. De fato, os medidores<br />
de vazão, ao longo do uso, sofrerão<br />
desgastes, pois estão em contato direto com<br />
o fluido do processo, mas estes desgastes<br />
podem ser minimizados.<br />
Imaginem um medidor fabricado há<br />
10 anos que nunca foi retirado do processo<br />
para inspeção. Será que o desgaste, incrustação,<br />
etc, estão provocando algum erro de<br />
medição? (figura 2)<br />
Se partirmos para a análise a seguir, em<br />
qual medidor você confiaria para instalação<br />
em seu processo? (figuras 3 e 4)<br />
O comparativo mostra, com clareza,<br />
a condição em que o medidor estava em<br />
processo, medindo a vazão erroneamente.<br />
Após intervenção e constatação do<br />
problema, foi realizada a manutenção e<br />
calibração do medidor para garantir uma<br />
medição correta no mesmo ponto de aplicação.<br />
O grande diferencial para manter um<br />
medidor de vazão dentro das condições<br />
operacionais por vários anos consiste na<br />
realização das três ações básicas, abaixo:<br />
• Manutenção preventiva - inspeção<br />
periódica interna de incrustação e<br />
desgaste interno dos componentes,<br />
e realização de limpeza geral.<br />
• Manutenção preditiva - monitoramento<br />
e acompanhamento das medições<br />
de vazão para verificação de tendência<br />
de erro de medição (figura 5).<br />
F3. Medidor em operação.<br />
F5. Gráfico de tendência de erro x desgaste do medidor.<br />
instrumentação<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
31
instrumentação<br />
• Calibração - verificação do erro<br />
do medidor nas condições atuais, e<br />
possível ajuste do fator de calibração<br />
para o erro aceitável.<br />
Os medidores de vazão, na sua grande<br />
maioria, possuem um número de calibração,<br />
conhecido como Fator de Calibração<br />
(figura 6). Este número é encontrado após<br />
diversos testes e a realização da calibração<br />
de fábrica do medidor.<br />
O fator de calibração é a garantia de<br />
que o erro de medição esteja dentro do erro<br />
F4. Medidor após manutenção.<br />
F6. Exemplo de número ou fator de calibração.<br />
32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
admissível pelo fabricante, no momento<br />
da venda.<br />
A maneira mais confiável de sabermos<br />
qual erro de medição que o medidor apresenta,<br />
é através da realização de calibração em<br />
laboratório de vazão acreditado pelo Inmetro.<br />
A calibração é muito importante, pois<br />
além de calibrar, é possível calcular um novo<br />
Fator de Calibração e compensar o desgaste<br />
do medidor, retornando-o às condições de<br />
erro admissível estipulado pelo fabricante.<br />
Veja a tabela 1.<br />
Observando-se essa tabela, inicialmente<br />
o medidor com calibração de fábrica possuía<br />
o Fator de Calibração 1000 e um erro de<br />
medição de 0,5%. Este mesmo medidor em<br />
operação por certo tempo e depois enviado<br />
para calibração, apresentou um erro de<br />
medição de 1,2%, ou seja, o tempo de uso<br />
e o seu desgaste ocasionaram o aumento<br />
do erro.<br />
Após a recalibração e ajuste do fator<br />
de calibração, o medidor retornou ao erro<br />
admissível de fábrica. Figura 7.<br />
Calibração<br />
Comumente conhecida como aferição,<br />
esta nomenclatura foi substituída pelo termo<br />
Calibração, que significa a atividade de<br />
comparação de valores medidos e incertezas<br />
de medição entre um medidor-padrão e o<br />
medidor a ser calibrado.<br />
De acordo com o Vocabulário Internacional<br />
de Metrologia, o termo Calibração<br />
significa: “Operação que estabelece, sob<br />
condições especificadas, numa primeira<br />
etapa, a relação entre os valores e as incertezas<br />
de medição, fornecidos pelos padrões<br />
e as indicações correspondentes com as<br />
incertezas associadas”.<br />
Ou seja, comparando um medidor-padrão<br />
e o medidor a ser calibrado, obtém-se um<br />
erro de indicação, visualizado através da<br />
emissão de um certificado de calibração.<br />
Na tabela 2, temos a explicação simplificada<br />
da relação entre erro e correção,<br />
baseada na comparação entre instrumentos<br />
de Teste e Padrão.<br />
E = Teste - Padrão<br />
e<br />
C = Padrão - Teste<br />
onde:<br />
E= Erro;<br />
C= Correção<br />
onde:<br />
E1= Erro referente o mesmo ponto;<br />
E2 = Erro referente ao fundo de escala
Sistema de calibração<br />
de vazão – Líquidos<br />
O sistema de calibração de vazão (figura 8)<br />
consiste, basicamente, de cinco componentes:<br />
• Reservatório de água- armazena a<br />
água para ser utilizada na calibração<br />
de vazão.<br />
• Bomba- gera a vazão para realizar a<br />
calibração.<br />
• Medidor padrão- medidor de referência<br />
de vazão, tanque volumétrico<br />
e balança.<br />
• Medidor a ser calibrado- medidor<br />
que será comparado com o padrão<br />
para encontrar o erro.<br />
• Válvula de controle- regula a vazão,<br />
conforme os pontos de calibração.<br />
Com o medidor de teste instalado na<br />
mesma linha que o medidor-padrão, é<br />
acionada a bomba para gerar vazão.<br />
Após certo tempo de estabilidade e ajuste<br />
da válvula de controle no ponto de vazão<br />
desejada, é realizada a coleta de no mínimo<br />
três amostras para executar a comparação.<br />
Este procedimento é repetido de acordo<br />
com a quantidade de pontos desejados para<br />
calibração.<br />
Finalizado as coletas, as informações são<br />
analisadas e validadas através da emissão de<br />
certificado de calibração.<br />
Conclusão<br />
Para um aumento da vida útil dos medidores<br />
de vazão e a garantia da confiabilidade<br />
na medição do processo, é necessário uma<br />
forte atuação em manutenção preventiva,<br />
preditiva e suportada pela confiança metrológica,<br />
atrelada a Laboratórios de Vazão<br />
confiáveis, idôneos e acreditados pelo Inmetro.<br />
Desta forma, manteremos a confiança<br />
no ponto de medição, histórico de manutenção<br />
do medidor e erros apresentados<br />
pelo medidor.<br />
MA<br />
Bruno Castellani é Coordenador de Serviços<br />
- Laboratório de Vazão na Emerson Process<br />
Management<br />
instrumentação<br />
Medidor Novo Medidor em Operação Medidor em Operação Recalibrado<br />
Fator de calibração* 1000 1000 Novo Fator - 1012<br />
Erro de medição 0,50% 1,20% 0,50%<br />
T1. Comparativo de fator de calibração.<br />
Medidor Teste Medidor Padrão E = erro E1% E2% C = correção<br />
100 99 1 1,01 1 -1<br />
74 75 -1 -1,3 -1 1<br />
50 51,5 -1,5 -2,9 -1,5 1,5<br />
T2. Tabela de erro Padrão x Teste.<br />
F7. Laboratório de calibração Emerson acreditado pelo Inmetro.<br />
F8. Sistema de calibração de vazão de líquidos - Emerson.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
33
ferramentas<br />
Gerenciamento de<br />
Ativos e Autodiagnose:<br />
Tecnologia para facilitar a vida do<br />
usuário, reduzir custos operacionais<br />
e de manutenção, além de contribuir<br />
para a melhoria contínua de processos<br />
industriais autossustentáveis<br />
Neste artigo faremos uma abordagem do impacto dessas tecnologias<br />
de manutenção e controle de plantas industriais, visando a obtenção<br />
de processos de manufatura mais autossustentáveis.<br />
saiba mais<br />
Gerenciamento de energia elétrica<br />
para redução de demanda<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 33<br />
Gerenciamento de ativos na<br />
manutenção<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />
Com investimento Zero faça a sua<br />
empresa lucrar mais<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 29<br />
Ações para melhorar a<br />
disponibilidade dos equipamentos e<br />
reduzir custos de manutenção<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 13<br />
N<br />
34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Nos últimos anos temos acompanhado que<br />
os mercados de instrumentação e automação<br />
vêm demandando equipamentos de campo<br />
(transmissores de pressão e temperatura,<br />
conversores, posicionadores, atuadores,<br />
etc.) com alta performance, confiabilidade,<br />
disponibilidade, recursividade, etc, com a<br />
intenção de minimizar consumos, reduzir a<br />
variabilidade dos processos, proporcionar a<br />
redução de custos operacionais e de manutenção,<br />
assim como garantir a otimização e<br />
melhoria contínua dos processos. Isso resulta<br />
em fortes aliados, na busca por indústrias<br />
mais autossustentáveis.<br />
Por outro lado, os microprocessadores<br />
estão se tornando mais poderosos e mais<br />
baratos e, os fornecedores na instrumentação<br />
vêm respondendo às demandas dos usuários<br />
por mais e melhores informações em seus<br />
processos. Quanto mais informação, melhor<br />
uma planta pode ser operada e sendo assim,<br />
mais produtos pode gerar e mais lucrativa<br />
pode ser. A informação digital permite<br />
que uma sistema colete informações dos<br />
mais diversos tipos e finalidades de uma<br />
planta, como ninguém jamais imaginou e<br />
César Cassiolato<br />
Leandro Henrique Batista Torres<br />
neste sentido, com o advento da tecnologia<br />
Filedbus(HART, Profibus, Foundation<br />
Fieldbus), pode-se transformar preciosos<br />
bits e bytes em um relacionamento lucrativo<br />
e obter também um ganho qualitativo do<br />
sistema como um todo.<br />
A tecnologia Fieldbus é rica no fornecimento<br />
de informação, não somente<br />
pertinente ao processo, mas em especial<br />
dos equipamentos de campo. Desta forma,<br />
condições de autodiagnoses podem poupar<br />
custos operacionais e de manutenção, principalmente<br />
em áreas classificadas (perigosas)<br />
ou mesmo em áreas de difícil acesso. Da<br />
própria sala de controle pode-se ter uma<br />
visão geral do sistema e ainda com ferramentas<br />
baseadas em Internet, a qualquer<br />
hora e de qualquer lugar. Através de um<br />
gerenciamento destas informações vindas<br />
do campo, pode-se selecionar convenientemente<br />
os dados para se atingir os objetivos<br />
de produção, direcionando as informações<br />
às pessoas e/ou departamentos corretos e<br />
agindo de maneira a melhorar os processos.<br />
É claro que em termos automação<br />
industrial sustentável, a escolha correta de
tecnologias de controle e manutenção de<br />
plantas por si só, já é base para traçar ações<br />
iniciais eficazes em busca de processos mais<br />
sustentáveis. Entre outras ações podemos<br />
destacar aquelas que são complementares<br />
e tão ou mais importantes quanto:<br />
• Implantação de tecnologias colaborativas.<br />
• Estabelecimento de governança para<br />
alinhamento interno.<br />
• Conscientização de visão holística -<br />
recursos, fabricação e vendas.<br />
• Identificação de fatores impactantes<br />
chaves – ambiental, social, etc.<br />
• Alinhamento de estratégias externas.<br />
• Criação de um plano de ações.<br />
• Acompanhamento através de parâmetros<br />
e métricas de processos.<br />
Basicamente existem quatro grandes<br />
grupos de profissionais em uma planta que<br />
precisam ter acesso à informação, diretamente<br />
relacionados ao processo de produção, sendo<br />
que cada grupo vê o processo conforme sua<br />
perspectiva:<br />
• Manutenção: sempre estão preocupados<br />
com o processo no sentido de<br />
como está trabalhando o processo<br />
produtivo e se é necessária manutenção<br />
em algum equipamento;<br />
• Produção: preocupados com o rendimento,<br />
matéria-prima e os estoques.<br />
• Controle de qualidade: preocupados<br />
com a qualidade do que está sendo<br />
produzido e com a percentagem de<br />
produtos rejeitados;<br />
• Gerenciamento: sempre atentos à<br />
demanda do mercado e procurando<br />
maximizar as margens de lucro via<br />
processos produtivos e atualmente,<br />
guiados por premissas de criação de<br />
processos sustentáveis.<br />
Exemplifica-se a seguir, equipamentos<br />
de campo e o que eles têm a colaborar com<br />
esta nova perspectiva operacional no gerenciamento<br />
de informações de uma planta,<br />
com a disponibilidade de autodiagnoses,<br />
facilitando a operação e manutenção e<br />
muito mais.w<br />
Adequando-se ao novo cenário<br />
<strong>Atual</strong>mente, 60% das manutenções<br />
efetuadas têm caráter corretivo, 33% caráter<br />
preventivo, 6% caráter preditivo e somente<br />
1%, caráter proativo. E ainda, em mais de<br />
60% das idas ao campo não se consegue<br />
detectar problemas nos equipamentos. Porém,<br />
F1. Tela de diagnósticos de um Posicionador de Válvulas.<br />
atualmente este cenário vem se alterando<br />
graças à utilização de autodiagnoses nos<br />
equipamentos de campo combinadas com<br />
as ferramentas de gerenciamento (Asset Managment).<br />
A tendência é que a percentagem<br />
de manutenção preditiva e proativa tenha<br />
um aumento significativo nos próximos<br />
anos e que as idas ao campo só sejam feitas<br />
na real necessidade.<br />
Uma vez que se tem a disponibilidade<br />
de recursos de diagnósticos e ferramentas<br />
adequadas, é de extrema importância que o<br />
usuário crie a cultura de administrar estas<br />
informações, começando pela coleta de informações<br />
durante a fase de comissionamento<br />
dos equipamentos e startup dos processos,<br />
onde criará sua base de dados de referência<br />
que deve ser comparada periodicamente com<br />
os dados correntes. Neste processo inicial,<br />
por exemplo, é que se busca otimizar as<br />
sintonias das malhas de acordo com a otimização<br />
dos processos. Aqui se encaixam os<br />
gráficos e trends. Através do monitoramento<br />
on-line dos diagnósticos, o usuário poderá<br />
detectar facilmente a condição de status dos<br />
equipamentos de campo.<br />
Independentemente das ferramentas, os<br />
equipamentos executam análises de suas condições<br />
de operação e determinam potenciais<br />
de condições de falhas, disponibilizando<br />
sempre estas informações aos usuários. É<br />
claro que o uso destes recursos dos equipamentos<br />
combinados com a comunicação<br />
digital em protocolo aberto e softwares<br />
de gerenciamento (Asset Management)<br />
permite ao usuário diagnósticos remotos<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
que extrapolam as gerações de alarmes e<br />
permitem a manutenção preventiva, preditiva<br />
e proativa. Tudo isto contribuindo para a<br />
diminuição de paradas não programadas e<br />
aumentando sensivelmente a confiabilidade<br />
e disponibilidade da planta.<br />
O objetivo é tornar a manutenção<br />
mais fácil, mais prática e menos custosa,<br />
garantindo a funcionalidade operacional<br />
e contínua dos equipamentos em um nível<br />
de desempenho aceitável no controle<br />
de processo , minimizando os esforços e<br />
adaptando o sistema para uma expansão<br />
operacional confiável e segura. Vale lembrar<br />
ainda que muitos dos problemas e questões<br />
de performance, às vezes, estão relacionados<br />
às péssimas condições de instalação e critérios<br />
de manutenção, que com certeza merecem<br />
um outro foco e artigo dedicado.<br />
Autodiagnósticos<br />
Normalmente, os recursos de diagnósticos<br />
estão associados ao hardware<br />
dos equipamentos e ao tratamento pelos<br />
softwares que gerenciam as informações<br />
disponibilizando-as ao usuário.<br />
O objetivo principal para o usuário é a<br />
redução do tempo de parada quando esta for<br />
exigida em uma condição extrema de falha ou<br />
antecipadamente prever o melhor momento<br />
da mesma, causando o menor impacto ao<br />
processo e a um custo efetivo interessante.<br />
Em outras palavras, é com o recurso de<br />
diagnoses que os equipamentos vão ajudar<br />
o usuário a isolar as fontes de problemas.<br />
Veja a figura 1.<br />
35
ferramentas<br />
F2. Recursos de autodiagnósticos do Posicionador.<br />
36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Observa-se nesta figura, onde se destaca<br />
a indicação de violação do número de<br />
reversões de um posicionador, o que pode<br />
caracterizar uma má sintonia de malha, por<br />
exemplo. Além disso, uma má sintonia de<br />
malha implica em movimentar desnecessariamente<br />
uma válvula, facilitando o seu<br />
desgaste, aumentando o consumo de ar e<br />
a variabilidade do processo. Aqui já temos<br />
um claro indício de que com um simples<br />
autodiagnóstico no posicionador poderíamos<br />
maximizar o tempo entre manutenções, além<br />
de termos uma economia com o consumo de<br />
ar e consumo de insumos pela minimização<br />
da variabilidade do processo. É o sistema<br />
de manutenção monitorando a análise de<br />
autodiagnose do posicionador, avisando<br />
automaticamente ao usuário quando fazer a<br />
manutenção em determinado equipamento<br />
ou que algo no processo não está adequado.<br />
Autodiagnósticos em<br />
Posicionadores<br />
Veremos a seguir, na figura 2, os recursos<br />
de autodiagnose disponíveis em um posicionador<br />
fieldbus desenvolvido com tecnologia<br />
aberta. Existem alguns parâmetros no bloco<br />
transdutor do posicionador que podem ser<br />
usados na manutenção preditiva e proativa.<br />
Alguns deles podem ser lidos on-line<br />
enquanto outros parâmetros exigem que o<br />
processo pare, ou que o controle da planta<br />
esteja configurado como manual. É possível<br />
detectar degradações no desempenho<br />
comparando-se os parâmetros atuais com<br />
os valores padrões e, então, agendar uma<br />
manutenção preditiva e proativa.<br />
Valve Totals<br />
• STROKES: indica o número de vezes<br />
que a válvula abre e fecha totalmente.<br />
É o indício de que os batentes precisam<br />
de reparos.<br />
• REVERSALS: indica o número de<br />
vezes que a válvula muda de direção<br />
de acordo com o movimento. O<br />
número de reversos é incrementado<br />
quando a válvula muda de direção<br />
e o número de movimentos excede a<br />
zona morta. Já vimos anteriormente<br />
sua importância.<br />
• TRAVEL (hodômetro): indica o<br />
número equivalente de deslocamentos<br />
totais. O hodômetro é incrementado<br />
quando o número de mudanças<br />
excede o valor da zona morta. É
usado para indicar que o diafragma<br />
precisa ser substituído e o atuador/<br />
válvula revisados.<br />
Valve Performance<br />
• CLOSING TIME: indica o tempo<br />
(em segundos) que a válvula leva para<br />
ir de totalmente aberta a totalmente<br />
fechada.<br />
• OPENING TIME: indica o tempo<br />
(em segundos) que a válvula leva para<br />
ir de totalmente fechada a totalmente<br />
aberta.<br />
Estes tempos são usados para indicar um<br />
problema com o atuador ou posicionador,<br />
rompimento do diafragma e problemas com<br />
o sistema de ar, assim como agarramentos<br />
e stress mecânicos.<br />
Temperature<br />
• HIGHEST TEMPERATURE: indica<br />
o maior valor da temperatura<br />
medida pelo sensor de temperatura<br />
do posicionador.<br />
• LOWEST TEMPERATURE: indica<br />
o menor valor da temperatura<br />
medida pelo sensor de temperatura<br />
do posicionador.<br />
• TEMPERATURE: indica o valor da<br />
temperatura medida pelo sensor de<br />
temperatura do posicionador.<br />
Estes parâmetros poupam que o equipamento<br />
trabalhe fora dos limites industriais,<br />
alertando o usuário.<br />
Advanced Status<br />
Indica o estado do diagnóstico contínuo,<br />
incluindo as condições do módulo<br />
mecânico:<br />
• REVERSAL LIMIT EXCEEDED:<br />
este alarme indica o limite de reversos<br />
configurado.<br />
• TRAVEL LIMIT EXCEEDED: este<br />
alarme indica o limite do hodômetro<br />
configurado.<br />
• DEVIATION LIMIT EXCEEDED:<br />
este alarme indica o limite do desvio<br />
configurado.<br />
• MODULE PARAMETERS NOT<br />
INITIALIZED, alarme automático:<br />
parâmetros do módulo mecânico não<br />
foram inicializados.<br />
• MODULE NOT CONNECTED<br />
TO THE CIRCUIT, alarme automático:<br />
módulo mecânico não está<br />
conectado ao circuito eletrônico.<br />
• TEMPERATURE OUT OF RAN-<br />
GE, alarme automático: temperatura<br />
fora da faixa operacional.<br />
• SLOW VALVE MOVEMENT OR<br />
LOW AIR SUPPLY, alarme automático:<br />
movimento lento de válvula, ou<br />
baixa pressão da fonte de ar.<br />
• MAGNET NOT DETECTED,<br />
alarme automático: o ímã não foi<br />
detectado.<br />
• BASE NOT TRIMMED, alarme<br />
automático: a base não está ajustada.<br />
O campo em destaque indica a condição<br />
atual do diagnóstico.<br />
Sensor Pressure<br />
• SENSOR PRESSURE IN: indica a<br />
leitura do sensor de pressão da entrada.<br />
• SENSOR PRESSURE OUT1: indica<br />
a leitura do sensor de pressão<br />
da saída 1.<br />
• SENSOR PRESSURE OUT2: indica<br />
a leitura do sensor de pressão<br />
da saída 2.<br />
Sensor Pressure Status<br />
• SENSOR PRESSURE STATUS:<br />
indica o estado do sensor de pressão<br />
da entrada.<br />
Com os sensores de pressão podemos<br />
analisar as condições de posicionamento<br />
versus pressão de ar, criando condições de<br />
identificação de agarramentos, stress e desgastes,<br />
determinando antecipadamente uma<br />
parada não programada para manutenção do<br />
conjunto válvula/atuador ou sistema de ar.<br />
Status<br />
Mostra o diagnóstico contínuo do estado<br />
do equipamento, incluindo a condição do<br />
bloco funcional, do módulo eletrônico e<br />
do módulo mecânico. Todos os alarmes<br />
são automáticos, ou seja, o equipamento<br />
irá notificar o usuário mesmo que o alarme<br />
não tenha sido configurado.<br />
• BLOCK CONFIGURATION ER-<br />
ROR: indica erro nos componentes de<br />
hardware e software associados ao bloco.<br />
• LINK CONFIGURATION ERROR:<br />
indica erro na configuração do link.<br />
• SIMULATE ACTIVE: indica que<br />
o equipamento está no modo de<br />
simulação.<br />
• LOCAL OVERRIDE: indica que<br />
o equipamento está sendo operado<br />
manualmente.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
• DEVICE FAULT STATE SET:<br />
indica que o equipamento está em<br />
condição de falha.<br />
• DEVICE NEEDS MAINTE-<br />
NANCE SOON: o diagnóstico<br />
interno da configuração do<br />
usuário ou a avaliação interna<br />
do equipamento detectou que o<br />
equipamento precisará de manutenção<br />
em breve.<br />
• INPUT FAILURE/PROCESS VA-<br />
RIABLE HAS BAD STATUS: a<br />
condição da variável de processo é<br />
BAD.<br />
• OUTPUT FAILURE: indica uma<br />
falha na saída que pode ter sido<br />
causada pelo módulo eletrônico ou<br />
mecânico.<br />
• MEMORY FAILURE: indica uma<br />
falha eletrônica, dependendo do<br />
processo de avaliação interna. Por<br />
exemplo, um checksum errado foi<br />
detectado na memória principal.<br />
• LOST STATIC DATA: indica que<br />
o equipamento perdeu dados da<br />
memória flash ou EEPROM.<br />
• LOST NV DATA: indica que o<br />
equipamento perdeu dados da memória<br />
RAM.<br />
• READBACK CHECK FAILED:<br />
indica uma discrepância na leitura<br />
do valor de retorno, isto é, entre o<br />
setpoint e a posição real da válvula.<br />
Pode ter sido causada por uma falha<br />
de hardware ou mesmo de emperramento,<br />
ou falta de ar no atuador ou<br />
posicionador.<br />
• DEVICE NEEDS MAINTENAN-<br />
CE NOW: o diagnóstico interno<br />
da configuração do usuário ou a<br />
avaliação interna do equipamento<br />
detectou que o equipamento precisa<br />
de manutenção.<br />
• POWER UP: indica que o equipamento<br />
finalizou o procedimento<br />
inicial de operação.<br />
• OUT-OF-SERVICE: indica que o<br />
bloco funcional está fora de serviço.<br />
• GENERAL ERROR: um erro ocorreu<br />
e não pode ser classificado como um<br />
dos erros abaixo.<br />
• CALIBRATION ERROR: um erro<br />
ocorreu durante a calibração do equipamento,<br />
ou um erro de calibração<br />
foi detectado durante a operação do<br />
equipamento.<br />
37
ferramentas<br />
F3. Assinatura da válvula.<br />
F4. Desvio da Válvula.<br />
38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
• CONFIGURATION ERROR: um<br />
erro ocorreu durante a configuração<br />
do equipamento, ou um erro de<br />
configuração foi detectado durante<br />
a operação do equipamento.<br />
• ELECTRONIC FAILURE: um<br />
componente eletrônico falhou.<br />
• MECHANICAL FAILURE: um<br />
componente mecânico falhou.<br />
• I/O FAILURE: uma falha de E/S<br />
ocorreu.<br />
• DATA INTEGRITY ERROR: indica<br />
que dados armazenados no sistema<br />
podem não ser mais válidos porque a<br />
somatória dos dados feita na memória<br />
RAM falhou ao ser comparada com<br />
os dados da memória não volátil.<br />
• SOFTWARE ERROR: o software<br />
detectou um erro que pode ter sido<br />
causado por um desvio para uma<br />
rotina errada, uma interrupção, um<br />
ponteiro perdido, etc.<br />
• ALGORITHM ERROR: o algoritmo<br />
usado no bloco transdutor gerou<br />
um erro. Por exemplo, pode ter sido<br />
causado por excesso de dados.<br />
Note que alguns diagnósticos são úteis<br />
também para os fabricantes dos equipamentos<br />
como uma maneira de identificar<br />
itens com maior incidência de falhas e, com<br />
isto, pode-se continuamente melhorar a<br />
qualidade de componentes utilizados e a<br />
confiabilidade dos equipamentos. Note ainda<br />
pela figura 3 que vários recursos gráficos<br />
ficam facilitados pelos autodiagnósticos,<br />
como por exemplo a assinatura da válvula.<br />
Este gráfico mostra o comportamento da<br />
posição em relação a pressão de saída. O<br />
usuário pode analisar o comportamento de<br />
resposta da válvula de acordo com a pressão<br />
do ar. Por exemplo, ele pode salvar o gráfico<br />
durante a instalação ou o comissionamento<br />
e, depois, comparar o gráfico atual com o<br />
que foi salvo anteriormente.<br />
É possível verificar se será preciso mais<br />
pressão para alcançar a mesma posição, e<br />
neste caso pode significar que existe um<br />
emperramento ou desgaste da válvula.<br />
Figura 4.<br />
Manutenção em<br />
Posicionadores e Válvulas<br />
O estado dos posicionadores e das<br />
válvulas deve ser periodicamente acompanhado<br />
através dos diagnósticos, visando<br />
a manutenção preditiva e proativa. Este
acompanhamento periódico promove a<br />
redução dos custos de manutenção, uma<br />
vez que a manutenção passa a focalizar<br />
somente os equipamentos que realmente<br />
necessitam de manutenção, possibilitando<br />
um melhor planejamento e menor tempo de<br />
parada para a planta (downtime). Entende-<br />
-se por melhor planejamento, atividades<br />
relacionadas com a aquisição de peças<br />
de reposição, uma vez que em casos não<br />
incomuns, podem chegar a um prazo de<br />
entrega de dezenas de meses.<br />
Com o processo configurado em manual<br />
ou off-line, é possível monitorar e testar o<br />
desempenho para avaliar a condição geral<br />
de operação dos posicionadores e válvulas.<br />
O serviço e a calibração dos posicionadores<br />
são executados com o objetivo de assegurar<br />
a precisão do controle e o melhor desempenho<br />
possível das válvulas.<br />
Estes procedimentos são executados<br />
normalmente durante as paradas do processo<br />
ou em modo Manual, não sendo<br />
necessário retirar as válvulas do processo.<br />
Os serviços recomendados pelo resultado<br />
das análises são relatados imediatamente<br />
após os testes, e todos os resultados podem<br />
ser arquivados na base de dados da<br />
manutenção. Por exemplo, através destas<br />
análises é possível concluir que uma válvula<br />
está emperrada ou que necessita de<br />
engraxamento.<br />
Com a análise dos testes, é possível<br />
criar uma referência de tempo entre as<br />
calibrações ou entre a manutenção dos<br />
posicionadores, dos atuadores e das válvulas.<br />
Nos posicionadores, os testes podem<br />
indicar a necessidade de ajuste de ganho,<br />
limpeza de restrições de ar, melhoria do<br />
sistema de ar e ajuste de sintonia.<br />
O critério de periodicidade e toda<br />
sistemática de análise são fundamentais<br />
nesta etapa de conhecimento das informações,<br />
para que a manutenção preditiva<br />
possa aproveitar todas as informações<br />
armazenadas.<br />
Após a calibração, é necessário checar<br />
a assinatura da válvula e avaliar a resposta<br />
dinâmica. Caso o resultado não seja satisfatório,<br />
será preciso analisar as condições<br />
válvula/atuador e atuador/ posicionador<br />
para obter a melhor parametrização. Se as<br />
válvulas de controle testadas continuam<br />
apresentando problemas no controle, o<br />
dimensionamento das válvulas também<br />
deverá ser analisado. O dimensionamento<br />
estará baseado nas condições mínimas,<br />
médias e extremas do processo. Esta etapa<br />
deve ser acompanhada por um engenheiro<br />
de aplicação ou um técnico especializado.<br />
A grande vantagem da tecnologia<br />
digital é o tratamento das informações<br />
qualitativas, não só dos valores de processo,<br />
aliado à monitoração on-line das condições<br />
de operação de válvulas de controle e à<br />
análise on-line de curvas de desempenho<br />
e desvios.<br />
A tecnologia de ponta utilizada no<br />
posicionador permite executar poderosos<br />
algoritmos de diagnósticos internamente<br />
e oferecer recursos poderosos na análise<br />
preditiva e proativa de problemas.<br />
O posicionador possui recursos de<br />
caracterização (tabelas; curvas QO (Quick<br />
Open) e EP (Equal Percentage), monitoração<br />
da pressão de entrada e saída,<br />
monitoração da temperatura, controle de<br />
milhagem, strokes, movimentos reversos,<br />
sinais de entrada, setpoint, desvios, etc. É<br />
possível realizar diagnósticos on-line com<br />
segurança, sem interromper o processo. É<br />
possível configurar os limites de milhagem<br />
(hodômetro), strokes, reversals e alertas em<br />
geral. Através destes recursos o usuário<br />
pode acompanhar qualquer tendência a<br />
defeitos , e evitar problemas no processo<br />
antecipadamente. As informações são coletadas<br />
e armazenadas em históricos para<br />
uma configuração específica, facilitando<br />
o planejamento e as ações de manutenção.<br />
F5. Vista Geral do Posicionador de Válvula.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
É recomendado realizar os gráficos antes<br />
e depois de uma manutenção, para registrar<br />
os estados do posicionador, da válvula e<br />
do atuador no banco de dados. A base de<br />
dados será estudada posteriormente para<br />
auxiliar na decisão do período de tempo<br />
necessário entre a realização de manutenções,<br />
espaçando ao máximo o intervalo de<br />
tempo entre duas manutenções seguidas<br />
e a parada do equipamento. Através dos<br />
diagnósticos, os responsáveis pela planta<br />
executam a manutenção proativa com<br />
base na informação em tempo real, antes<br />
mesmo que o problema aconteça, sem ter<br />
que esperar por uma parada programada,<br />
evitando e reduzindo o tempo ocioso da<br />
planta. A manutenção proativa no posicionador<br />
é realizada configurando-se alguns<br />
alarmes, por exemplo, Reversal, Deviation e<br />
Travel. Acompanhe nas figuras 5, 6, 7 e 8.<br />
Quais são os novos paradigmas<br />
para o gerenciamento de ativos?<br />
São os que tiram vantagens dos modernos<br />
recursos de rede e arquitetura de software,<br />
como interface OPC, Microsoft services,<br />
acesso via WEB, FDT/DTMs e onde estas<br />
ferramentas oferecem ao usuário ampla<br />
visibilidade da planta, a qualquer hora, em<br />
qualquer lugar, seja através de um PC, PDA<br />
ou telefone celular (WAP, SMS). Hoje é comum<br />
encontrarmos ferramentas no mercado<br />
que utilizam o próprio WEB Browser como<br />
plataforma para as interfaces gráficas com<br />
39
ferramentas<br />
F6. Notificação das manutenções necessárias.<br />
F7. Lista dos eventos de diagnósticos e ações recomendadas.<br />
40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
o usuário. Um exemplo é o AssetView, da<br />
Smar. Sendo um recurso nativo da maioria<br />
dos sistemas operacionais mais usados<br />
(Windows, Linux, Solaris, QNX etc), o uso<br />
de WEB Browsers simplifica o treinamento<br />
e manutenção do próprio sistema, além de<br />
eliminar a tradicional atualização dos clientes.<br />
É fundamental que o sistema utilize<br />
tecnologias abertas garantindo a interoperabilidade.<br />
Quais os benefícios do<br />
gerenciamento de ativos?<br />
Os benefícios são amplos, onde podemos<br />
citar:<br />
• Redução dos tempos de parada<br />
(downtime) e, consequentemente,<br />
redução de custos com a parada<br />
planejada.<br />
• A escolha do melhor momento de<br />
parada para uma manutenção.<br />
• A manutenção no equipamento<br />
que realmente tenha um problema.<br />
Hoje, mais de 60% das idas ao<br />
campo não indicam que realmente<br />
um equipamento tem problemas.<br />
Com o gerenciamento economiza-<br />
-se principalmente com as idas à<br />
áreas perigosas que, por sua vez,<br />
diminuem os custos financeiros e<br />
humanos envolvidos em atividades<br />
perigosas ou insalubres.<br />
• Melhoria nos processos industriais,<br />
garantindo-se o perfeito funcionamento<br />
e reduzindo-se a variabilidade<br />
dos processos com a consequente<br />
redução de matérias-primas, redução<br />
de custos e aumento da qualidade<br />
final dos produtos.<br />
• Criação da ferramenta-base para<br />
a implantação e manutenção de<br />
processos produtivos sustentáveis.<br />
Conclusão<br />
As pessoas já têm recebido a mensagem<br />
de que a sustentabilidade é importante. As<br />
agências regulamentadoras vêm fazendo<br />
o seu papel através de diretivas, padrões<br />
e outros mecanismos, que não devem ser<br />
relegados a um monte de papéis. Muito<br />
pelo contrário, a adoção dessas normas e<br />
padrões fortalecem a cadeia de valor de<br />
todo um setor industrial. O desafio atual<br />
é torná-la operacional e esse é o papel das<br />
empresas fornecedoras de tecnologia de<br />
automação.
Isso se evidencia através deste artigo,<br />
com o avanço dos equipamentos de<br />
campo aliado aos benefícios das tecnologias<br />
abertas no sentido de facilitar o<br />
dia a dia do usuário, disponibilizando<br />
informações que podem ser usadas<br />
para prognosticar falhas e problemas,<br />
além de proporcionar condições para<br />
redução de custos operacionais e de<br />
manutenção, assim como a redução de<br />
insumos com a otimização contínua dos<br />
processos e a redução da variabilidade<br />
dos mesmos. Os autodiagnósticos são<br />
os pontos-chave para a manutenção<br />
preditiva e proativa.<br />
É importante a adoção de soluções<br />
abertas como HART, Foundation Fieldbus<br />
e Profibus, onde os benefícios da tecnologia<br />
digital são decisivos e garantem condições<br />
de intercambiabilidade, interoperabilidade,<br />
integração com sistemas convencionais e<br />
futuras expansões, protegendo investimentos,<br />
criando sistemas com ciclo de<br />
vida maior. Em termos de ferramentas de<br />
gerenciamento, as baseadas em Internet<br />
são as mais indicadas, visto que garantem<br />
a informação a qualquer hora e em<br />
qualquer lugar, além de poder alimentar<br />
um banco de dados único, que permitirá<br />
a análise estatística das ocorrências no<br />
chão de fábrica.<br />
Um sistema de manutenção deve ter<br />
recursos que permitam ao usuário identificar<br />
ou prognosticar facilmente e rapidamente<br />
F8. Análise da distribuição de Ocorrências em Campo.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
qualquer mau funcionamento de sua planta.<br />
Neste sentido, deve ter tecnicamente facilidades<br />
de gerações de dados estatísticos,<br />
levantamento de históricos, gerações de<br />
relatórios, e permitir fácil acesso de qualquer<br />
lugar, mesmo fora da planta. MA<br />
41
ferramentas<br />
Modelos de<br />
engenharia<br />
utilizados em<br />
operações<br />
de plantas<br />
Veja como obter maior eficiência e segurança<br />
saiba mais<br />
1. Mullick, S. e V. Dhole, Consider<br />
integrated plant design and<br />
engineering, p. 81, Hydrocarbon<br />
Proc. (dez. 2007)<br />
2. Lofton, W. e L. Dansby, Adding<br />
value by integrating process<br />
engineering concepts and<br />
cost estimating, apresentado na<br />
AspenWorld 2002 Conference<br />
3. Wiesel, A. e A. Polt, Paradigm<br />
shifts in conceptual process<br />
optimization, AspenTech User<br />
Group Meeting, Frankfurt, Alemanha<br />
(abr. 2007)<br />
4. Donkers, M., Runaway reaction<br />
hazard assessment within Shell<br />
International Chemicals, disponível<br />
on-line em www.safetynet.de<br />
42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Rob Hockley e Ron Beck,<br />
Aspen Technology, Inc.<br />
5. Cox, R. et al., Can simulation<br />
technology enable a paradigm<br />
shift in process control? Modeling<br />
for the rest of us, p. 1.542,<br />
Computers & Chem. Eng. (set. 2006)<br />
6. Pres, R. e P. S. Peyrigain, Minimizing<br />
VDU heat exchanger fauling<br />
through application of rigorous<br />
modeling, apresentado no Aspen<br />
HTFS Annual User Group Meeting,<br />
Colônia, Alemanha (dez. 2006)<br />
7. Griffith, J. et al., Advances in frontend<br />
engineering workflow and<br />
integration, p. 32, Hydrocarbon Eng.<br />
(jan. 2008)<br />
O<br />
s Modelos de Engenharia podem desempenhar<br />
um papel significativo na melhoria<br />
da eficiência e da segurança da planta. A<br />
modularização de software, inovações na<br />
interface do usuário e potência de computação<br />
estão abrindo cada vez mais oportunidades<br />
de uso de modelos em operações.<br />
Este potencial crescente torna ainda mais<br />
crítica a reutilização dos mesmos modelos<br />
para resolver problemas diferentes em todo<br />
o ciclo de vida dos ativos e em diferentes<br />
níveis de granularidade em operações.<br />
Afinal de contas, uma simulação que prevê<br />
confiavelmente um aplicativo e uma situação<br />
específica torna-se muito mais valiosa<br />
se pode ser aplicada a todas as tarefas que<br />
requerem a modelagem desta unidade ou<br />
deste processo. Na verdade, a utilização<br />
mais ampla destes modelos promete ter um<br />
impacto profundo nos negócios. Em vista<br />
disso, descreveremos aqui as tendências atuais<br />
em reutilização dos modelos e os workflows<br />
(fluxos de trabalho) integrados resultantes.<br />
Em primeiro lugar, vamos apresentar o<br />
cenário resumindo os desafios de negócio<br />
que estão estimulando o uso da tecnologia<br />
de modelagem orientada ao ciclo de vida<br />
completo da planta:<br />
• A pressão da competição global<br />
impõe a necessidade de acelerar a<br />
engenharia, reduzir os custos de<br />
capital e otimizar as operações. Isso<br />
aumenta ainda mais o valor de se ter<br />
um conjunto comum de modelos que<br />
possa ser utilizado desde a síntese do<br />
processo até as operações da planta e<br />
a eliminação de gargalos.<br />
• Os custos crescentes de energia e o<br />
custo secundário das emissões de<br />
gases de efeito estufa exigem que<br />
os processos sejam redesenhados<br />
e otimizados. Modelos adequados<br />
para uso por grupos de projeto, de<br />
engenharia da planta, de compliance e<br />
operações são uma ferramenta-chave.<br />
• A escassez de engenheiros “veteranos”<br />
qualificados se estenderá à próxima<br />
década. A transferência eficaz<br />
de expertise em otimização para os<br />
“novatos” demanda modelos cada<br />
vez mais poderosos e fáceis de usar,<br />
capazes de capturar conhecimento e<br />
experiência organizacionais.<br />
Estes desafios pedem a adoção dos modelos<br />
comuns para resolver múltiplos problemas,<br />
a criação de modelos mais fáceis de usar e a
integração dos modelos com software para<br />
solucionar problemas de negócio de maior<br />
amplitude. As atuais ferramentas integradas<br />
de modelagem já abordam muitas dessas áreas<br />
e a tecnologia continua a evoluir.<br />
Principais Tendências<br />
em Modelagem<br />
O papel da modelagem de processos<br />
está evoluindo de duas maneiras distintas:<br />
1. No início, as ferramentas de modelagem<br />
foram desenvolvidas para resolver<br />
problemas específicos, tais como análise<br />
de energia, projeto de trocador de calor,<br />
análise dinâmica e estimativa de custo. Em<br />
seguida, a indústria começou a criar ligações<br />
entre essas ferramentas individuais para<br />
que pudessem compartilhar informações<br />
e dados. Então, com o desenvolvimento de<br />
modelos de dados de processos e ferramentas<br />
modularizadas, estas ligações evoluíram<br />
para um autêntico workflow integrado de<br />
simulação de processos (figura 1). Esta abordagem<br />
integrada traz benefícios em termos<br />
de tempo, custo e qualidade. (O workflow<br />
dinamizado também oferece vantagens para<br />
as empresas de engenharia, que enfrentam<br />
pressões crescentes para executar projetos<br />
eficazmente com menos engenheiros. [1] )<br />
2. Os modelos de processos desenvolvidos<br />
originalmente para Front-End Engineering<br />
Design (FEED), agora, são usados em operações<br />
na planta. Os operadores se apoiam<br />
cada vez mais em modelos para dar suporte<br />
a decisões operacionais, otimizar processos<br />
em tempo real e melhorar a precisão dos<br />
sistemas de planejamento.<br />
Vejamos alguns exemplos de como a<br />
modelagem integrada está agregando valor<br />
atualmente.<br />
Simulação/processo de trabalho em<br />
economia<br />
A integração de análise econômica com<br />
a atividade básica de desenvolvimento de<br />
processo gera benefícios consideráveis. Os<br />
engenheiros de processos não precisam esperar<br />
até que um pacote formal seja fornecido<br />
ao departamento de estimativa para que<br />
tenham a compreensão exata dos trade-offs<br />
econômicos entre projetos alternativos. Os<br />
custos do processo são calculados e otimizados<br />
simultaneamente ao desenvolvimento<br />
conceitual do processo, permitindo que os<br />
engenheiros entendam melhor o impacto<br />
econômico de suas decisões de projeto.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
F1. Os modelos de processos podem desempenhar um papel importante em todas as fases.<br />
A Fluor, que define esta integração como<br />
“desenho otimizado para custo”, cita uma<br />
série de benefícios [2] , entre eles capacidade<br />
de focar em trade-offs de tecnologia/custo<br />
antecipadamente, melhoria da qualidade<br />
das estimativas e maior conscientização do<br />
custo durante o desenho.<br />
A BASF calcula que economiza 10% a<br />
30% em custos de capital e até US$2 milhões/ano<br />
em energia com sua abordagem<br />
de desenho i-TCM (intelligent Total Cost<br />
Minimization - Minimização de Custo<br />
Total inteligente), que envolve a execução<br />
simultânea de simulação de processo, análise<br />
de custo e modelagem de equipamento [3] . O<br />
objetivo é otimizar a capacidade, reduzir os<br />
custos operacionais e desenvolver desenhos<br />
melhores para plantas novas ou reformuladas.<br />
Workflows de desenho/operabilidade<br />
O uso de modelos dinâmicos para análise<br />
de segurança e operabilidade é outro avanço<br />
ao mostrar se uma solução de simulação de<br />
desenho é estável em condições dinâmicas<br />
reais. A meta é usar os mesmos modelos de<br />
operações da unidade para análise tanto<br />
estacionária quanto dinâmica, evitando<br />
ter que desenvolver os modelos novamente.<br />
A Shell Chemicals adota esta abordagem<br />
para modelar sistemas de reator e de alívio<br />
de modo a garantir que os sistemas de segurança<br />
projetados possam conter quaisquer<br />
reações não controladas (runaway reactions).<br />
Esta utilização de modelagem dinâmica<br />
aumenta a segurança e a confiabilidade das<br />
operações e reduz custos operacionais por<br />
meio da otimização das operações normais [4] .<br />
Workflow de engenharia conceitual/<br />
básica/detalhada<br />
A engenharia básica integrada é mais uma<br />
área onde os workflows evoluíram. O balanço<br />
de calor e de materiais e os fluxogramas de<br />
estudos de simulações são inseridos diretamente<br />
no processo de engenharia básica, no<br />
qual diversas disciplinas definem o FEED<br />
e, em seguida, passam esta informação para<br />
o desenho detalhado.<br />
A Worley Parsons, ao unir simulação<br />
de processo, engenharia básica e desenho<br />
detalhado, obtém um aumento estimado de<br />
25% na eficiência de engenharia e redução<br />
de 50% no tempo de engenharia básica [5] .<br />
Migração de modelos de P&D/<br />
Engenharia para operações da planta<br />
Os modelos criados durante as fases de<br />
desenho e desenvolvimento de uma planta<br />
envolvem conhecimento e trabalho de engenharia<br />
substanciais. Os benefícios incluem<br />
aumento de produtividade da engenharia e<br />
redução de despesas de capital/custos do ciclo<br />
de vida da planta. A reutilização dos mesmos<br />
modelos no ambiente operacional da planta<br />
pode proporcionar ainda mais benefícios.<br />
Os modelos de processo adequados para<br />
uso em operações na planta abrangem desde<br />
a simulação de estado estacionário off-line<br />
até a eliminação de gargalos da análise e a<br />
otimização de performance de processos em<br />
tempo real em malha fechada. A tabela 1<br />
destaca os diferentes níveis de benefícios e o<br />
trabalho e o tempo de implantação. A figura<br />
2 mostra o workflow típico da transposição<br />
de modelos de desenho para operações.<br />
43
ferramentas<br />
Fazendo a Transição<br />
Os modelos de processo off-line representam<br />
o primeiro passo para a reutilização<br />
de modelos de desenho de uma forma mais<br />
automatizada ou conveniente. Pelo fato de<br />
serem usados em uma unidade operacional<br />
ou planta individual, têm topologia fixa e<br />
uma gama de condições de operação bem<br />
compreendida. Os modelos são utilizados<br />
para cálculos específicos, tais como:<br />
• orientar sobre parâmetros (set-points)<br />
operacionais para itens de equipamento<br />
individuais;<br />
• atingir um balanço de massas reconciliadas<br />
na planta;<br />
• determinar as propriedades do produto;<br />
• analisar o uso de energia;<br />
• comparar performance do desenho<br />
versus real;<br />
• responder a mudanças nas condições<br />
de mercado;<br />
• atender às especificações do produto; e<br />
• manter e aprimorar o conhecimento<br />
de processo.<br />
Mesmo que possam conectar-se com<br />
sistemas de dados em tempo real, os modelos<br />
off-line não são totalmente automatizados.<br />
As execuções normalmente são iniciadas<br />
por uma pessoa.<br />
Em geral, os modelos produzidos durante<br />
a fase de desenho requerem trabalho<br />
adicional para serem usados como modelos<br />
de processo off-line. Afinal, no âmbito do<br />
desenho, a simulação é criada e executada<br />
por um engenheiro experiente, que entende<br />
as restrições do modelo e faixa de condições<br />
válidas. Se houver dificuldades, como falha<br />
de convergência, o engenheiro de projeto<br />
está apto a superá-las.<br />
Para uso em operações, o modelo tem<br />
que ser ajustado às condições da planta e<br />
aos cálculos específicos que estão sendo<br />
executados. Por exemplo, a configuração<br />
da planta pode mudar de um dia para o<br />
outro, com diferentes grades de produtos<br />
sendo produzidas e unidades individuais<br />
ou controladoras sendo ligadas/desligadas.<br />
Os modelos de processos off-line precisam<br />
levar em conta estas especificidades.<br />
Além do mais, considerando-se que as<br />
simulações somente são válidas dentro de<br />
uma faixa limitada de condições operacionais,<br />
esta faixa deve ser rigorosamente entendida e<br />
imposta. Os modelos terão que ser robustos<br />
de modo a sempre convergir dentro de faixas<br />
operacionais válidas. As inserções em mode-<br />
44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
Uso de Modelos em Operações na Planta<br />
Tipo de Modelo Usado para Descrição<br />
Simulações de<br />
Diagnosticar e resolver pro- Usadas por engenheiros na planta “conforme a<br />
processos tradicionais blemas, eliminar gargalos,<br />
reformular processos.<br />
necessidade” para suportar operações na planta<br />
Modelos de processos Suportar decisões opera- Usados todo dia, toda semana ou sempre que for<br />
off-line<br />
cionais, orientar operações, preciso. Normalmente, têm interface de usuário<br />
reconciliar balanço de personalizada em Excel ou Visual Basic.<br />
massas na planta, calcular Podem referenciar a alguns dados em tempo real.<br />
propriedades de produto,<br />
treinar equipe de processo<br />
Iniciados por uma pessoa.<br />
Modelos em tempo real Calcular e orientar sobre Normalmente, usados em cada turno, todo dia<br />
em malha aberta<br />
condições operacionais Execução automática de modelos<br />
ideais da planta para Uma pessoa aceita ou rejeita qualquer orientação<br />
maximizar o desempenho<br />
financeiro<br />
operacional<br />
Modelos em tempo real O mesmo que para malha Interfaceiam diretamente com o sistema de controle<br />
em malha fechada aberta<br />
da planta e ajustam o processo automaticamente<br />
T1. Modelos em tempo real são mais capazes, porém torná-los robustos envolve mais trabalho.<br />
los (tanto manuais quanto provenientes de<br />
sistemas de dados em tempo real) também<br />
devem ser mantidas dentro dessas faixas. Por<br />
isso, em geral, os modelos são executados<br />
através de uma interface personalizada mais<br />
simples, como a baseada no Excel, em vez da<br />
interface de usuário normal de “engenharia”.<br />
O box “Principais Considerações” traz<br />
outras dicas práticas para migrar modelos<br />
do desenho às operações.<br />
Próximos Passos<br />
Caso um modelo de processo off-line<br />
venha a ser usado regularmente em operações,<br />
pode ser apropriado convertê-lo<br />
em um modelo em tempo real em malha<br />
aberta. A execução do modelo, então, pode<br />
ser automatizada para ocorrer, digamos, uma<br />
vez por turno, a cada N minutos ou quando<br />
acionada por um evento de processo. Tais<br />
modelos de malha aberta também podem<br />
gravar resultados de volta nos sistemas de<br />
dados em tempo real da planta. Os resultados<br />
do modelo, entretanto, são sempre avaliados<br />
por uma pessoa, que aceitará ou rejeitará<br />
quaisquer conselhos ou dados.<br />
Fazer com que estes modelos automatizados<br />
sejam ainda mais robustos, leiam<br />
mais dados em tempo real da planta e<br />
reconciliem dados da planta (por exemplo,<br />
fluxos de massa medidos dentro e fora de<br />
uma unidade que não fazem balanço) exige<br />
trabalho adicional.<br />
O nível final de modelagem em operações<br />
emprega modelos em tempo real<br />
em malha fechada, com seus resultados<br />
implementados de forma automatizada<br />
para otimizar os processos. Estes sistemas<br />
requerem esforço extra para se tornarem<br />
totalmente robustos e seguros, mas prometem<br />
benefícios ainda maiores, sobretudo onde os<br />
processos precisam responder a variabilidade<br />
previsível (por exemplo, em características<br />
de matéria-prima).<br />
As empresas químicas já estão usufruindo<br />
benefícios significativos em operações na<br />
planta com cada uma dessas abordagens [6] .<br />
A experiência relatada pela INEOS é muito<br />
instrutiva. A empresa utilizou uma abordagem<br />
de modelagem para otimizar o monitoramento<br />
e a limpeza do trocador de calor em suas unidades<br />
de destilação a vácuo, economizando<br />
mais de US$3 milhões por unidade ao ano [7] .<br />
Futuros Rumos<br />
Os desafios mais expressivos da engenharia<br />
integrada estão em duas frentes:<br />
• colaboração entre disciplinas; e<br />
• migração de rigorosos modelos analíticos<br />
para o ambiente operacional.<br />
O trabalho envolvido em criar modelos<br />
específicos para plantas e específicos para<br />
disciplinas, aliado à necessidade de ocultar<br />
a complexidade destes modelos das pessoas<br />
que executam funções específicas, trouxe<br />
inovações para as ferramentas de modelagem.<br />
Veja alguns destes desenvolvimentos-chave:<br />
Sistemas modularizados<br />
Os sistemas de modelagem de processos<br />
podem ser redesenhados para reutilização<br />
de forma modular durante todo o ciclo de<br />
vida de um ativo. Um exemplo é o banco de<br />
dados de propriedades físicas. A AspenTech<br />
agora oferece isso como um recurso reutilizável,<br />
um “componente padronizado” para<br />
uma série de diferentes aplicações baseadas<br />
em modelo. Isso garante flexibilidade e<br />
consistência máximas, independentemente<br />
da ferramenta de modelagem escolhida.
Os modelos de operações da unidade<br />
são outro exemplo. É possível modularizá-<br />
-los para que sejam utilizados por sistemas<br />
que abrangem desde simulação, engenharia<br />
básica, otimização e avaliação econômica<br />
até controle avançado de processo.<br />
Console do usuário e simplicidade<br />
Novos conceitos incorporam o workflow<br />
diretamente na interface do usuário,<br />
apresentando os modelos e as ferramentas<br />
analíticas adequadas para os usuários de<br />
acordo com sua função, a fase do projeto e<br />
sua posição no workflow.<br />
Modelos em engenharia<br />
Os modelos podem ser invocados de<br />
downstream no processo de desenho, incluindo<br />
desenho básico, partida e controle (sem<br />
loop de volta para o grupo de modelagem).<br />
A modelagem pode ser realizada na planta<br />
sem intervenção da engenharia de desenho.<br />
“Backbone” comum de dados de<br />
engenharia<br />
Um banco de dados do ciclo de vida<br />
incorpora modelos de operações da unidade,<br />
dados de processos, equipamento e<br />
instrumentação e informações de controle<br />
para facilitar a otimização do ciclo de vida.<br />
Usufrua Benefícios Reais<br />
Os modelos de engenharia de processos<br />
criados durante o desenho conceitual são<br />
cada vez mais aplicados downstream no<br />
processo de desenho e nas operações, graças<br />
aos avanços que tornam esses modelos<br />
analíticos utilizáveis por outras disciplinas<br />
e pela equipe de funcionários da planta. O<br />
resultado é uma economia mensurável de<br />
dinheiro, energia, tempo e pessoal.<br />
O futuro trabalho dos inovadores de<br />
software conduzirá à modularização dos<br />
modelos de operações da unidade e maior<br />
facilidade de uso e integração de processos<br />
de trabalho. Modelos rigorosos estão destinados<br />
a se tornarem ferramentas ainda<br />
mais valiosas e mais amplamente utilizadas<br />
na operação e na otimização de instalações<br />
de processos.<br />
MA<br />
ROB HOCKLEY é consultor sênior da Aspen<br />
Technology, Inc. em Warrington, Reino Unido.<br />
rob.hockley@aspentech.com<br />
RON BECK é gerente de marketing da Aspen<br />
Technologies em Burlington, Massachusetts<br />
ron.beck@aspentech.com<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
ferramentas<br />
F2. Os novos usos de modelos de desenho em operações requerem um workflow modificado.<br />
Principais Considerações<br />
Ao migrar os modelos de desenho<br />
para operações, preste especial<br />
atenção aos seguintes aspectos:<br />
• Número de componentes químicos.<br />
Os modelos de desenho<br />
talvez contenham mais do que um<br />
modelo de processo necessita.<br />
Um número menor de componentes<br />
irá acelerar as simulações.<br />
• A topologia do modelo está atualizada?<br />
A planta mudou desde<br />
que o modelo de desenho foi<br />
desenvolvido?<br />
• Quais são as faixas válidas para<br />
o modelo de processo? Em que<br />
taxa de rendimento (throughput)?<br />
• O modelo precisa dar conta de<br />
diferentes grades de produtos? Se<br />
assim for, talvez você necessite de<br />
modelos alternativos.<br />
• É preciso levar em conta mudanças<br />
na atividade catalítica?<br />
• Quais inputs em modelos podem<br />
ser corrigidos, quais serão feitos<br />
manualmente e quais virão de<br />
sistemas de dados em tempo real?<br />
Alguns modelos de equipamento<br />
podem requerer uma mudança<br />
de desenho para “classificação”<br />
(“rating”). Em desenho, por exemplo,<br />
o trocador de calor é especificado<br />
por condições de saída sem<br />
fluxo de utilidades incluído. Em<br />
classificação, ambos os lados do<br />
trocador de calor são incluídos e<br />
simulados com área e coeficiente<br />
de transferência de calor:<br />
• As eficiências da coluna de destilação<br />
talvez tenham que ser combinadas<br />
com dados da planta ou<br />
modelos de estágios de equilíbrio<br />
convertidos para modelos baseados<br />
em transferência de massa.<br />
• A planta ainda pode operar com<br />
algum equipamento desligado?<br />
Em caso afirmativo, o modelo<br />
terá que dar conta disso.<br />
• Quais são os principais resultados<br />
que o modelo deve calcular?<br />
• Quais itens de equipamento<br />
podem ser excluídos do modelo<br />
de desenho? Quais deles não são<br />
necessários para os cálculos on-<br />
-line específicos?<br />
• Algum item de equipamento adicional<br />
tem que ser incluído? Por<br />
exemplo, às vezes dutos longos,<br />
válvulas e bombas ficam fora dos<br />
modelos de desenho.<br />
• Até que ponto o modelo de<br />
desenho é robusto? Ele é capaz<br />
de lidar com as diferentes válvulas<br />
de entrada existentes no<br />
modelo da planta?<br />
45
automação<br />
Acionamento<br />
de Máquinas<br />
em Corrente<br />
Contínua<br />
Neste artigo trataremos das principais arquiteturas dos<br />
conversores CC, bem como dos quadrantes de operação<br />
e das equações fundamentais.<br />
Alexandre Capelli<br />
saiba mais<br />
Medição Contínua de Densidade<br />
e Concentração em Processos<br />
Industriais<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 44<br />
Gestão da Inovação na Automação<br />
Industrial<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58<br />
Sensores na Automação Industrial<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 54<br />
A<br />
46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
credito que a primeira dúvida dos leitores,<br />
familiarizados com a eletrônica da Automação<br />
Industrial, ao se depararem com o<br />
título desta matéria será “Acionamentos de<br />
Máquinas CC! Eles já não estão obsoletos?”<br />
De fato, a partir do início da década de<br />
1990 o uso de acionamentos em corrente<br />
contínua (também chamados de conversores<br />
de corrente contínua) vem caindo vertiginosamente.<br />
Hoje, com o desenvolvimento<br />
dos inversores de frequência em corrente<br />
alternada do tipo vetorial, podemos dizer<br />
que a aplicação da corrente contínua está<br />
restrita a casos muito particulares.<br />
“Então, por quê fazer um artigo sobre<br />
esse assunto?”talvez seja a segunda dúvida.<br />
Embora ultrapassado, o conversor CC pode<br />
ser facilmente construído. Além disso, o custo<br />
para projetar e montar um dispositivo deste<br />
é bastante atrativo. Essa característica faz<br />
com que a tecnologia em corrente contínua<br />
seja uma solução prática, simples, e (desconsiderando<br />
o custo do motor CC) barata.<br />
Por outro lado, os atributos acima não<br />
podem ser considerados pontos fortes dos<br />
inversores de frequência vetoriais. Não é<br />
raro encontrarmos equipamentos que funcionam<br />
com esta filosofia equipados com<br />
componentes de processamento complexos,<br />
tais como DSPs e microprocessadores de<br />
32 bits.<br />
O próprio software de controle vetorial<br />
é bastante “elaborado”, e possui funções<br />
matemáticas sofisticadas, o que exige uma<br />
alta velocidade de processamento, tanto em<br />
malha aberta como fechada.<br />
Se um inversor escalar não corresponder<br />
às suas necessidades, e um vetorial seria um<br />
“preciosismo caro”, um pequeno conversor<br />
CC talvez seja uma alternativa.<br />
Princípios Fundamentais das<br />
Máquinas de Corrente Contínua<br />
A figura 1 mostra um diagrama representativo<br />
de um motor CC.<br />
Podemos resumir seu funcionamento<br />
através de duas equações fundamentais,<br />
sendo uma relativa à força contraeletromatriz<br />
da armadura (rotor), e a outra do torque.<br />
Sendo assim, temos:<br />
Onde:<br />
Eg = força contraeletromotriz da armadura<br />
K = constante determinada por características<br />
construtivas do motor<br />
Ø = fluxo magnético do entreferro<br />
(espaço entre o estator e rotor)
ω = velocidade angular da máquina<br />
I = corrente da armadura<br />
T = torque<br />
Através das equações acima, podemos<br />
concluir que a velocidade de rotação é inversamente<br />
proporcional ao fluxo magnético:<br />
porém, é diretamente proporcional à<br />
tensão de armadura. Isto significa que, para<br />
controlar a velocidade de rotação de um<br />
motor CC, basicamente, podemos atuar em<br />
duas variáveis: tensão da armadura (ddp nas<br />
escovas do motor), e corrente da bobina por<br />
excitação do campo magnético (estator).<br />
Quanto maior Eg, maior será ω, e<br />
quanto maior a corrente de magnetização,<br />
menor ω, uma vez que o fluxo magnético<br />
no entreferro diminui.<br />
A melhor alternativa para controle, entretanto,<br />
é manter o fluxo constante, e o maior<br />
possível, uma vez que sua diminuição acarreta<br />
um decréscimo de torque (T = K . Ø . i).<br />
A figura 2 ilustra uma curva de controle<br />
pela armadura e pelo campo.<br />
O controle da velocidade pelo fluxo de<br />
entreferro é utilizado em acionamentos independentes,<br />
mas quando se quer velocidade<br />
acima da velocidade nominal da máquina.<br />
Tipicamente, opera-se com campo pleno (para<br />
maximizar o torque) e, ao ser atingida a velocidade<br />
nominal, inicia-se o enfraquecimento<br />
do campo (para se ter maior velocidade), às<br />
custas, é claro, de uma redução de torque.<br />
Quadrantes de Operação<br />
Considerando o fluxo magnético constante,<br />
basicamente, pode-se dizer que “o<br />
torque está para a corrente de armadura (Ia),<br />
assim como a velocidade para a tensão (Eg).”<br />
Conforme podemos observar na figura 3,<br />
há quatro modos possíveis de um conversor<br />
CC atuar. Na verdade, esses “modos” são<br />
chamados de quadrantes.<br />
a) Quadrante I<br />
No quadrante I temos torque e velocidade<br />
positivos, o que significa que a máquina<br />
está se comportando como motor e girando<br />
em um sentido concordante como uma<br />
referência (figura 4).<br />
b) Quadrante III<br />
Analogamente à operação em I, no quadrante<br />
III tanto o torque como a velocidade<br />
são negativos. Isso quer dizer que o sistema<br />
F1. Circuito elétrico da máquina de corrente contínua.<br />
F2. Controle pela armadura e pelo campo.<br />
continua funcionando como motor, porém,<br />
houve uma inversão no sentido da rotação.<br />
Este, agora, passa a girar ao contrário da<br />
referência. Figura 5.<br />
c) Quadrante II<br />
O quadrante II é a operação de frenagem<br />
da situação anterior, ou seja,estando<br />
a máquina no quadrante III, esta passa a<br />
frear. Dessa forma teremos uma velocidade<br />
negativa (sentido contrário ao da referência),<br />
porém com torque positivo. Figura 6.<br />
d) Quadrante IV<br />
Na situação em II o motor tenderá a parar<br />
e inverter o sentido de rotação. Agora, em<br />
concordância com o sentido de referência.<br />
Supondo que a velocidade já esteja positiva,<br />
se aplicarmos um torque negativo, novamente,<br />
estaremos realizando uma frenagem. Este<br />
é o último quadrante, onde a velocidade é<br />
positiva, porém, o torque é negativo (figura<br />
7). Resumindo, temos a tabela 1.<br />
Os conversores são classificados em<br />
categorias quanto ao quadrante de operação:<br />
• Classe A: opera somente no I quadrante.<br />
F3. Quadrantes de operação.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
• Classe B: opera somente no IV quadrante.<br />
• Classe C: opera no I e IV quadrante.<br />
• Classe D: opera no I e II quadrante.<br />
• Classe E: opera nos quatro quadrantes.<br />
Topologias dos Conversores CC<br />
A maioria dos acionamentos emprega<br />
conversores abaixadores de tensão, isto é,<br />
aqueles nos quais a tensão média aplicada<br />
à carga é menor do que a tensão de alimentação<br />
do conversor.<br />
Os conversores elevadores de tensão são<br />
utilizados apenas quando se deseja frear a<br />
máquina, com a recuperação (envio) de<br />
energia para fonte. Esses conversores são<br />
chamados “choppers”, e a operação de enviar<br />
47
automação<br />
a energia gasta na frenagem de volta à rede<br />
é denominada “regeneração”.<br />
Geralmente, o controle dos conversores<br />
CC é feito por PWM, com uma frequência<br />
de chaveamento cujo período seja muito<br />
menor do que a constante de tempo elétrica<br />
da carga. Esta técnica reduz a ondulação na<br />
corrente, e, portanto, o torque.<br />
Conversor Classe A<br />
Na figura 8 temos o diagrama de um conversor<br />
capaz de operar somente no quadrante<br />
I. Como a carga é puramente indutiva, o uso<br />
do diodo “free-wheeling” é indispensável.<br />
Podemos notar que a corrente na carga<br />
pode circular apenas em um único sentido,<br />
bem como não há possibilidade de inversão<br />
Quadrante Torque, velocidade Sentido de rotação Variação de velocidade<br />
I > 0 Avante Acelera<br />
II > 0 À ré Freia<br />
III < 0 À ré Acelera<br />
IV < 0 Avante Freia<br />
T1. Resumo da atuação do Conversor CC nos quatro quadrantes.<br />
F4. Máquina (motor) funcionando no<br />
quadrante I.<br />
F5. Máquina (motor) funcionando no<br />
F7. Máquina (motor) funcionando no<br />
quadrante III. quadrante IV.<br />
F8. Conversor Classe A.<br />
48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
da polaridade da tensão de armadura, uma<br />
vez que o diodo impede a formação de tensões<br />
negativas aplicadas na saída para a carga.<br />
A corrente de armadura, por sua vez,<br />
pode comportar-se de duas formas: condução<br />
contínua, e descontínua (figura 9).<br />
No modo de condução contínua, a corrente<br />
de armadura não chega a zero dentro de cada<br />
ciclo de chaveamento, o que significa que há<br />
corrente circulando através do diodo durante<br />
todo o tempo e que o transistor está em “off”<br />
(desligado), ou seja, tensão terminal nula.<br />
No modo de condução descontínua, a<br />
corrente chega a zero, fazendo com que o<br />
diodo deixe de conduzir.<br />
Como não há corrente, não temos queda<br />
de tensão sobre Ra e La, de modo que a<br />
F6. Máquina (motor) funcionando no<br />
quadrante II.<br />
tensão disponível nos terminais de saída é<br />
a própria tensão de armadura (Eg).<br />
O valor médio da tensão terminal em<br />
condução contínua é:<br />
Já o valor médio em condução descontínua<br />
é:<br />
Onde: δ = ciclo de trabalho.<br />
Conversor Classe B<br />
Conforme já dito anteriormente, o conversor<br />
Classe B opera somente no IV quadrante,<br />
ou seja: frenagem avante. Nesta situação, a<br />
velocidade mantém seu sentido (assim como<br />
Eg), porém, o torque (Ia) se inverte. Através<br />
da figura 10 podemos notar que o diodo e o<br />
transistor trocaram de posição, havendo uma<br />
inversão da corrente de armadura e da fonte.<br />
Para que seja possível à corrente retornar<br />
para a fonte (regeneração), é necessário que a<br />
tensão média no terminal de saída tenha um<br />
valor maior do que a tensão da fonte (Eg > E).<br />
Isso ocorre, por exemplo, quando controlamos<br />
a velocidade através do enfraquecimento<br />
do campo. Ao frear o motor, eleva-se<br />
a corrente de campo, aumentando Eg, e<br />
possibilitando a transferência de energia da<br />
máquina para a fonte.<br />
Neste caso também podemos ter a operação<br />
em modo contínuo ou descontínuo<br />
(figura 11).<br />
Durante a condução do transistor, há<br />
um acúmulo de energia na “indutância” da<br />
armadura. Assim que este componente é<br />
desligado, a continuidade da corrente por L a<br />
leva à condução do diodo. Essa técnica faz<br />
com que a energia acumulada na indutância<br />
seja entregue à fonte. Quanto maior o ciclo<br />
de trabalho, tanto maior será a corrente.<br />
O valor médio da tensão terminal em<br />
modo contínuo é:
Já o valor médio da tensão em modo<br />
descontínuo é:<br />
Conversor Classe C<br />
Este tipo de conversor pode operar nos<br />
quadrantes I e IV, ou seja, podemos acelerar<br />
ou frear a máquina, porém, sem alterar seu<br />
sentido de rotação (figura 12).<br />
Os componentes T 3 , D 3 , e Rd formam<br />
o circuito de frenagem dinâmica.<br />
No primeiro quadrante T 1 está em condução;<br />
T 2 e T 3 estão em corte. A corrente,<br />
portanto, circula por T 1 , D 3 e D 2 (intervalo<br />
de circulação).<br />
No IV quadrante T 1 está desligado,<br />
enquanto T 2 e T 3 estão ligados. O intervalo<br />
de circulação ocorre através de D 1 e T 3 .<br />
Para realizar a frenagem dinâmica<br />
(também conhecida como dissipativa) basta<br />
estabelecer a seguinte condição:<br />
T 1 = desligado;<br />
T 2 = ligado;<br />
T 3 = quando comandado, desliga, e a<br />
corrente contínua circula por Rd, onde há<br />
dissipação de energia.<br />
Conversor Classe D<br />
Essa topologia não permite frenagem,<br />
porém, é ideal para aplicações onde há necessidade<br />
de uma rápida extinção da corrente<br />
após o período de alimentação.<br />
O acionamento de motor de passo é um<br />
clássico exemplo de utilização do conversor<br />
classe D. Através da figura 13, podemos<br />
notar que, uma vez T 1 e T 4 acionados simultaneamente,<br />
teremos uma tensão positiva<br />
nos terminais do motor. Entretanto, ao<br />
desligarmos os transistores, teremos uma<br />
rápida inversão de polaridade, “gerada” pela<br />
condução dos diodos D 2 e D 3 .<br />
Essa inversão não tem energia suficiente<br />
para causar uma frenagem, mas ela apressa a<br />
extinção da corrente através de uma tensão<br />
negativa.<br />
A figura 14 exibe os modos contínuo<br />
e descontínuo de operação.<br />
O ciclo de trabalho neste conversor é<br />
crítico e, geralmente, é superior a 50%.<br />
A tensão média em modo contínuo pode<br />
ser expressa por:<br />
Já o modo descontínuo tem:<br />
F9. Formas de onda do conversor Classe A.<br />
Podemos entender melhor o ciclo de<br />
trabalho crítico do conversor classe D para<br />
diferentes relações entre a constante de<br />
tempo elétrica e o período de chaveamento,<br />
observando a figura 15.<br />
A figura 16 nos mostra a curva característica<br />
desse conversor para diferentes tensões<br />
de armadura, supondo a queda de tensão<br />
nas bobinas desprezível, isto é, o valor de<br />
tensão terminal sendo igual à tensão Eg.<br />
Conversor Classe E<br />
Este conversor é o mais versátil em termos<br />
de operação. Ele pode operar nos quatro<br />
quadrantes (sentido horário, anti-horário,<br />
acelerando ou freando).<br />
Conforme podemos observar na figura<br />
17, temos quatro transistores. Há três filosofias<br />
de controle para o conversor classe E:<br />
comando simultâneo, comando separado,<br />
e deslocamento de fase.<br />
O comando simultâneo é o mais simples<br />
de ser implementado, e, por essa razão, o<br />
F11. Formas de onda do conversor Classe B.<br />
F10. Conversor Classe B.<br />
Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
mais comum. Neste caso, o comando é feito<br />
simultaneamente a dois pares de transistores<br />
T 1 /T 4 , ou T 2 /T 3 .<br />
Quando o acionamento trabalha nos<br />
quadrantes I e II, temos: T 1 /T 4 ligados, e<br />
T 2 /T 3 desligados.<br />
As equações e curvas características são<br />
as mesmas do conversor classe D.<br />
Uma outra possibilidade é executarmos o<br />
comando separadamente. Embora com um<br />
circuito de controle mais complexo, podemos<br />
alterar o comportamento e a forma de onda da<br />
49
automação<br />
F12. Conversor Classe C.<br />
F13. Conversor Classe D.<br />
saída de modo que o conversor possa operar<br />
como qualquer um das classes anteriores.<br />
A filosofia de deslocamento de fase,<br />
por sua vez, limita o campo de atuação do<br />
dispositivo, porém, pode ser realizada através<br />
de uma lógica bem simples.<br />
Os transistores também são acionados<br />
aos pares (T 1 /T 4 e T 2 /T 3 ), agora, entretanto,<br />
de forma complementar. Quando se desliga<br />
um par, liga-se o outro. Isso garante a não<br />
descontinuidade de corrente. A desvantagem<br />
é que, mesmo com o motor parado,<br />
os transistores estão sendo acionados com<br />
ciclo de trabalho de 50%.<br />
Conclusão<br />
Os conversores CC para motores de<br />
corrente contínua podem representar uma<br />
solução econômica para processos da automação<br />
industrial, principalmente os da<br />
manufatura.<br />
Caso o desenvolvedor utilize estes recursos<br />
juntamente com microcontroladores, por<br />
exemplo, todo um sistema de controle de<br />
movimento pode ser implementado facilmente.<br />
O software deverá ser bem simples, uma<br />
vez que a arquitetura mais complexa possui<br />
apenas quatro variáveis de comando. Além disso,<br />
bastam alguns optoacopladores para fazermos<br />
uma interface entre comando e potência.<br />
Bem, a partir de agora depende da<br />
criatividade de cada um.<br />
MA<br />
50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />
F14. Formas de onda do conversor Classe D.<br />
F15. Ciclo de trabalho crítico para o conversor Classe D.<br />
F16. Curva característica estática do conversor Classe D.<br />
F17. Conversor Classe E.