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Mecatrônica Atual

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Editora Saber Ltda<br />

Diretor<br />

Hélio Fittipaldi<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Editor e Diretor Responsável<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Revisão Técnica<br />

Eutíquio Lopez<br />

Redação<br />

Rafaela Turiani<br />

Publicidade<br />

Caroline Ferreira<br />

Designer<br />

Diego Moreno Gomes<br />

Carlos C. Tartaglioni<br />

Colaboradores<br />

Alexandre Capelli<br />

Bruno Castellani<br />

César Cassiolato<br />

Eutíquio Lopez<br />

Leandro Henrique Batista Torres<br />

Rob Hockley<br />

Ron Beck<br />

Steven D. Garbrecht<br />

Thomaz Oliveira<br />

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />

publicidade@editorasaber.com.br<br />

Capa<br />

Banco de imagens - www.sxc.hu<br />

Impressão<br />

Neograf Gráfica e Editora<br />

Distribuição<br />

Brasil: DINAP<br />

Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />

ASSINATURAS<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />

atendimento das 8:30 às 17:30h<br />

Edições anteriores (mediante disponibilidade de<br />

estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330,<br />

ao preço da última edição em banca.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />

Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />

administração, publicidade e correspondência:<br />

Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />

03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />

Associada da:<br />

Associação Nacional<br />

das Editoras de Publicações Técnicas,<br />

Dirigidas e Especializadas<br />

Começa a reação do setor<br />

industrial no Brasil<br />

Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, apresentou<br />

em coletiva de imprensa como foi o ano de 2012 para<br />

a indústria de máquinas. O departamento de estatís-<br />

tica preparou uma vasta quantidade de informações,<br />

comparando-as com os últimos oito anos (mês a mês).<br />

Assim foi possível notar os movimentos do mercado<br />

e como estamos indo para uma desindustrialização<br />

massiva, se não forem tomadas urgentes providências<br />

governamentais. O ponto positivo é que o governo começou a reagir. Um pouco tarde, é<br />

claro, mas já é alguma coisa. Pelo menos foi o que todos puderam notar no bom ânimo<br />

da direção da ABIMAQ quanto ao futuro próximo, começando pelo ano de 2013.<br />

O leitor poderá ver esta matéria nesta edição e os assinantes da revista e do portal<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> terão acesso exclusivo ao material adicional, onde mostramos vários<br />

quadros da pesquisa que embasarão melhor o seu conhecimento do mercado para o futuro,<br />

a curto e médio prazos.<br />

Desejamos a todos um Feliz Natal e um ótimo ano novo.<br />

Viva o ano da retomada!<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Submissões de Artigos<br />

Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor, serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar<br />

cada apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>. Iremos trabalhar<br />

com afinco em cada etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor<br />

apresentação dos artigos aceitos em versão impressa e online.<br />

Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial<br />

dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou ideias<br />

oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da<br />

Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados<br />

todos os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade<br />

legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco<br />

assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto<br />

ou desenho, será publicada errata na primeira oportunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por<br />

nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por<br />

alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

Hélio Fittipaldi<br />

3


índice<br />

Índice de Anunciantes:<br />

HSM ............................... 05<br />

Invensys ............................... 07<br />

Metaltex ................................ 11<br />

Feimafe 2013 ........................ 21<br />

4<br />

30<br />

16<br />

Nova Saber ......................... 29<br />

Nova Saber ......................... 41<br />

Mouser ....................... Capa 02<br />

MDA 2013 ................... Capa 03<br />

Festo ............................ Capa 04<br />

42<br />

14<br />

16<br />

22<br />

30<br />

34<br />

42<br />

46<br />

Editorial<br />

Eventos<br />

Notícias:<br />

Começa a reação do setor<br />

de máquinas no Brasil<br />

Os benefícios de arquiteturas<br />

baseadas em objetos para SCADA<br />

e Sistemas Supervisórios<br />

Profibus: Instalação Avançada<br />

– Parte 2<br />

Manutenção e Calibração de<br />

Medidores de Vazão<br />

Gerenciamento de Ativos e Autodiagnose<br />

Modelos de engenharia utilizados<br />

em operações de plantas<br />

Acionamento de máquinas<br />

em corrente contínua<br />

03<br />

06<br />

Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM ........................................08<br />

Robtec lança no Brasil a Máquina de Medição Óptica<br />

mais avançada do Mundo .....................................................................08<br />

Série de instrumentos de medição industrial LJ-V, da Keyence....09<br />

Endress+Hauser reforça participação no mercado<br />

de açúcar e etanol ..........................................................................10<br />

A nova solução M-Bus, da HMS, permite aos usuários<br />

otimizarem o consumo de energia ...........................................10<br />

Okuma fornece centro de usinagem<br />

para segmento ferroviário ............................................................11<br />

Novo Sistema de Controle de Estabilidade Automotiva, da TRW ..12<br />

Novo atuador IVAC da Norgren oferece aos<br />

fabricantes de máquinas e usuários finais,<br />

redução expressiva de energia e custos operacionais.............13


literatura O livro é indicado para alunos e profissionais da área de Automação. O assunto é<br />

desenvolvido, passo a passo, desde suas aplicações até a utilização mais elevada do<br />

Controlador Lógico Programável (CLP) com variáveis analógicas.<br />

Compara os conceitos com metodologias já conhecidas, diagrama de contatos,<br />

álgebra de Boole etc. Cada capítulo apresenta teoria, exercícios resolvidos com<br />

experimentos testados e exercícios propostos, seguindo uma linguagem comum a<br />

todos os fabricantes de CLPs por meio da norma IEC 1131-3.<br />

Na décima edição o livro foi totalmente reestruturado e atualizado, inclusive, no<br />

que se refere à linguagem que passa a ser normalizada, eliminando a necessidade<br />

de praticar neste ou naquele equipamento de fabricantes diferentes. Alguns capítulos<br />

foram reformulados a fim de enriquecer o conteúdo da obra, apresentando os<br />

últimos lançamentos e simulação virtual de programação.<br />

curso<br />

Dezembro<br />

Automação Industrial com Redes<br />

de Comunicação em Ambiente<br />

CoDeSys<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 17 – 21<br />

Horário: 18h00 às 22h00<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 1.050,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 1.100,00 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Hidráulica Móbil<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 17 – 19<br />

Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />

17h30<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 1.125,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 1.175,00 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Automação Industrial - 10ª Edição Revisada<br />

Autor: Ferdinando Natale<br />

ISBN: 978-85-365-0210-6<br />

Preço: R$ 99,00<br />

Onde comprar: www.novasaber.com.br<br />

Janeiro<br />

Automação Pneumática - Projetos<br />

de Circuitos Avançados Utilizando<br />

Métodos Sistemáticos<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 07 – 09<br />

Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />

17h30<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 990,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 1030,00 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Técnicas de Detecção e Resolução<br />

de Falhas em Sistemas Pneumáticos<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 14 – 16<br />

Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />

17h30<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 990,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 1030,00 /<br />

participante (nos demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Tecnologia de Vácuo para Sistemas<br />

Handling<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 24<br />

Horário: 08h30 às 17h30<br />

Duração: 1 dia / 8 horas<br />

Investimento: R$ 480,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 500,00 /<br />

participante (nos Demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt<br />

Automação com Controladores<br />

Lógicos Programáveis<br />

Organizador: Festo<br />

Data: 28 – 30<br />

Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às<br />

17h30<br />

Duração: 20 horas<br />

Investimento: R$ 1.210,00 / participante<br />

(no Estado de São Paulo) e R$ 1.260,00 /<br />

participante (nos Demais Estados)<br />

Local: Rua Giuseppe Crespi, 76<br />

Jd. Santa Emília - São Paulo - SP<br />

www.festo-didactic.com/br-pt


notícias<br />

Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM<br />

Lançada no dia 14 de novembro, a nova versão<br />

do Elipse Plant Manager possui um ambiente<br />

integrado de análise com suporte a Python e<br />

uma nova ferramenta gráfica<br />

Com a crescente e contínua evolução tecnológica,<br />

deu-se início à era da inclusão digital, onde a informação<br />

é vista como o principal patrimônio de uma organização.<br />

A grande quantidade de dados que precisa ser coletada,<br />

armazenada e analisada passou a representar um enorme<br />

desafio às equipes de manutenção, engenharia e tecnologia<br />

da informação (TI) de uma planta industrial. Em decorrência<br />

disso, as corporações começaram a dar mais ênfase a sistemas<br />

capazes de transformar os dados armazenados em informações<br />

úteis para a tomada de decisões mais assertivas.<br />

Atenta a esta nova realidade, que coloca o tratamento da<br />

informação como ponto-chave para o sucesso, a Elipse Software<br />

apresenta a versão 2.0 do Elipse Plant Manager (EPM). Lançada no<br />

dia 14 de novembro, a nova versão possui um ambiente integrado<br />

com suporte a Python e uma ferramenta de análise de tendências<br />

com visualização de dados históricos e em tempo real. Com ela, o<br />

usuário pode armazenar resultados da avaliação de cálculos realizados<br />

pelo próprio EPM. Além destas novas funcionalidades, agora<br />

também é possível pesquisar dados em um portal corporativo<br />

baseado no Sharepoint através dos novos webparts do software.<br />

Uma solução capaz de coletar e converter os dados em<br />

informações, disponibilizando-as de maneira clara e organizada<br />

através das suas ferramentas gráficas. A forma fácil e precisa<br />

Robtec lança no Brasil a<br />

Máquina de Medição Óptica<br />

mais avançada do Mundo<br />

ATOS ScanBox tem tecnologia alemã e é o que<br />

há de mais novo em digitalização óptica<br />

A Robtec, líder em prototipagem rápida na América Latina,<br />

traz para o Brasil o ATOS ScanBox, célula de medição óptica<br />

automatizada produzida pela alemã GOM, parceira da empresa.<br />

O equipamento tem rápida operação e combina utilização<br />

flexível com máxima confiabilidade.<br />

A máquina está pronta para uso, pois é a primeira solução<br />

padronizada incluindo todos os componentes para medição e<br />

inspeção automatizada. O conceito é plug-and-play, necessitando<br />

apenas de uma ligação elétrica e um espaço de 11 m². Possui<br />

componentes especificamente selecionados para assegurar que<br />

eles possam ser transportados em pallets-padrão e colocados<br />

em operação em qualquer local de um ambiente de produção.<br />

8<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

O Elipse Plant Manager chamou a atenção dos visitantes da ISA 2012.<br />

como o EPM permite manipular dados, com a possibilidade de<br />

exibi-los em gráficos através de um simples clique, assim como<br />

sua interação com a linguagem Python, chamaram a atenção<br />

dos visitantes presentes no Brazil Automation ISA 2012.<br />

Considerado um dos maiores encontros de instrumentação<br />

e automação da América Latina, o evento reuniu um total de<br />

12,4 mil participantes e 84 expositores, entre os dias 6 e 8 de<br />

novembro, em São Paulo.<br />

“Com poucos cliques, o software faz uma análise aprofundada<br />

de qualquer informação. As diferentes formas como consegue<br />

exibir os dados, com a possibilidade de dar um zoom e ampliar<br />

a escala das imagens é muito interessante”, disse João Luiz Ferri,<br />

do setor de manutenção da Braskem / Polo de Triunfo (RS).<br />

"Gostei muito do que vi. Creio que o EPM já esteja bem<br />

maduro para conquistar cada vez mais espaço no mercado”, afirmou<br />

Gabriel Domenech, gerente da parceira argentina Geding.<br />

Com as suas dimensões exteriores compactas, o lançamento<br />

pode ser carregado com componentes de até 2 metros de<br />

diâmetro e de altura, e peso de até 500 kg.<br />

Componentes e potencial<br />

A novidade inclui em seus componentes o comprovado<br />

sensor da GOM, ATOS Triple Scan, com tecnologia Blue Light,<br />

desenvolvido especificamente para medição óptica 3D de alta<br />

resolução e uso em cenários de produção industrial, além de um<br />

robô com alcance ideal, cabeamento profissional e um manual<br />

de usuário. Para operar a célula de inspeção e avaliar os dados,<br />

apenas um software é utilizado, o GOM Inspect Professional,<br />

sendo que agora o cliente pode contar com um ponto de<br />

contato para tudo.<br />

No módulo VMR (Virtual Measuring Room), componente<br />

central do ATOS ScanBox, a mensuração de processos completos<br />

pode ser planejada rapidamente e de maneira fácil e<br />

programada sem a necessidade de roteiros convencionais.


Série de instrumentos de medição<br />

industrial LJ-V, da Keyence<br />

Sendo aproximadamente 30 vezes mais rápida<br />

que o melhor aparelho padrão do mercado, a<br />

Série de instrumentos LJ-V da Keyence permite<br />

verificar imediatamente os resultados de um<br />

alvo lido usando uma visualização 3D online. Os<br />

instrumentos também são caracterizados pela<br />

simplicidade de sua implementação, precisão<br />

e estabilidade de detecção<br />

Para muitos setores industriais, poder dispor de um<br />

controle metrológico 3D no final de suas linhas de produção<br />

tem sido um sonho. As vantagens são fundamentais:<br />

não são necessárias mais verificações manuais, análises<br />

em tempo real dos desvios de produção e rastreabilidade<br />

total. Infelizmente, em muitos casos, esse controle não foi<br />

possível, pois as soluções disponíveis no mercado tinham<br />

duas grandes desvantagens: a velocidade de medição não<br />

era frequentemente compatível com o ritmo de produção<br />

e suas implementações eram complexas.<br />

Com a Série LJ-V online, as verificações em altas velocidades<br />

são, eventualmente, possíveis. Além disso, a velocidade<br />

não altera a estabilidade de detecção. Isso deve-se ao fato<br />

da Keyence ter desenvolvido uma eletrônica específica e,<br />

especialmente, um novo sensor CMOS com elevada sensibilidade<br />

e processador GP64.<br />

O VMR permite o controle de robôs com um simples<br />

“arrastar e soltar” pelos comandos, bem como a possibilidade<br />

de programar em ambiente off-line.<br />

Esta solução para análise da dimensão com o planejamento<br />

de inspeção, programação de robôs e relatórios<br />

de inspeção já foi comprovada por clientes com diversas<br />

necessidades das indústrias automotiva, aeronáutica e<br />

aeroespacial, assim como do setor de bens de consumo.<br />

//notícias<br />

A Keyence domina os sensores CMOS há muitos anos. O<br />

sensor HSE3-CMOS oferece uma gama dinâmica mais ampla (64<br />

vezes superior aos melhores sistemas 2D). Com sua sensibilidade<br />

extremamente elevada, é possível medir, superfícies escuras e<br />

brilhantes. O processo é garantido pelo GP64 que processa em<br />

oleodutos com velocidade ultra-alta. São medidos 12,8 milhões de<br />

pontos em um segundo, ou seja, 64 000 perfis por segundo. Por<br />

exemplo, consegue medir alvos que se movem a uma velocidade<br />

de 6,4 m/s com um passo de 0,1 mm.<br />

A precisão e a estabilidade de detecção também estão acima<br />

dos padrões do mercado.<br />

A Série LJ-V7000 combina um laser azul (caracterizado por<br />

um feixe menor devido a um comprimento de onda mais curto)<br />

com uma lente Ernostar 2D que focaliza ao máximo a luz do laser.<br />

Consequentemente, o feixe é muito fino e tem uma intensidade<br />

alta, criando uma precisão de perfil muito estável e alta. Durante<br />

o funcionamento, a precisão é de ±7,6 µm e a repetibilidade é<br />

de 0,4 µm. A linearidade é de 0,1% em escala completa. O laser<br />

azul também disponibiliza uma detecção mais estável em alvos de<br />

temperatura alta, pois a difusão na superfície é menos importante<br />

do que para um laser vermelho.<br />

Além disso, a Keyence usa uma fonte de luz dupla. As diferenças<br />

de quantidade de luz são processadas de modo a identificar<br />

os vários problemas de reflexões que perturbam a medição. Essa<br />

funcionalidade, conhecida como polarização dupla, é única no<br />

mundo. Ela já demonstrou ser essencial para a medição de metais<br />

com perfis e superfícies complexos.<br />

A Série LJ-V dispõe de 74 funcionalidades de medição de fácil configuração<br />

para configurar as medições mais atuais. Tenha em atenção<br />

que podem ser realizadas 16 medições simultâneas no mesmo perfil.<br />

Outra extraordinária inovação é o fato de o LJ-V estar equipado<br />

com uma funcionalidade que gera um perfil 3D a partir de perfis 2D<br />

medidos. Já não é necessário um programador especializado.<br />

Agora, uma funcionalidade de regulagem automática da posição<br />

permite gerenciar as diferenças do posicionamento das peças a<br />

serem medidas. Durante a regulagem ou a medição, o operador<br />

pode verificar os resultados imediatamente em um tela tátil, especificamente<br />

desenvolvida para esse fim. Também é possível conectar a<br />

uma outra tela imediatamente disponível. As distâncias de referência<br />

atingem os 300 mm para perfis de 240 mm.<br />

ATOS ScanBox, célula de medição<br />

óptica automatizada da Robtec.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

9


notícias<br />

Endress+Hauser reforça participação<br />

no mercado de açúcar e etanol<br />

Empresa comemora contrato fechado com a produtora<br />

de alimentos e energia Adecoagro além<br />

de anunciar novo produto voltado para a medição<br />

“online” da densidade e concentração de fluidos.<br />

A Endress+Hauser anunciou o seu mais recente projeto voltado<br />

para este mercado, com a Adecoagro, uma das principais<br />

produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul.<br />

Com presença no Brasil, Argentina e Uruguai, as atividades a<br />

que a empresa se dedica incluem a produção de açúcar, etanol,<br />

energia, grãos, arroz, oleaginosas, lácteos, café e algodão.<br />

Soluções customizadas para o segmento<br />

Como destaque das soluções oferecidas, está a medição de<br />

nível em pré-evaporadores, caixas de evaporação, tanques de<br />

xarope, bases de colunas de destilação e silos de açúcar, por princípio<br />

de radar de onda livre e radar de onda guiada (Micropilot<br />

e Levelflex). Esta tecnologia tem substituído instrumentos que<br />

usam pressão como princípio de medição, devido aos benefícios<br />

oferecidos aos usuários, por não serem influenciadas por condições<br />

de processo como variação de densidade, por exemplo,<br />

garantindo maior confiabilidade e menores custos de manutenção.<br />

O equipamento, de fácil instalação e com ampla disponibilidade<br />

de conexões de processo e protocolos de comunicação,<br />

oferece excelentes níveis de confiabilidade e precisão, podendo<br />

ser facilmente instalado tanto em tubulações quanto diretamente<br />

em tanques. Entre as aplicações de sucesso estão a medição<br />

de grau INPM de álcool hidratado e anidro em destilarias. Tradicionalmente,<br />

em grande parte das usinas, a medição de °INPM<br />

é feita manualmente. Com a aplicação da Liquiphant M Density,<br />

a medição do grau é feita de maneira contínua, possibilitando<br />

o controle automático do processo. O custo-benefício é uma<br />

das principais vantagens deste equipamento, pois em um só<br />

transmissor podem ser instalados até cinco pontos de medição,<br />

reduzindo significativamente os custos por ponto de medição.<br />

O conjunto de equipamentos que formam o Liquiphant M Density.<br />

10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

A nova solução M-Bus, da HMS,<br />

permite aos usuários otimizarem<br />

o consumo de energia<br />

A HMS acaba de lançar uma solução que permite a comunicação<br />

entre M-Bus e qualquer tipo de rede industrial.<br />

O M-Bus é um padrão amplamente utilizado em dispositivos<br />

de medição, tais como contadores de eletricidade,<br />

contadores de gás, contadores de água, etc. A coleta de<br />

informação destes dispositivos para uma rede industrial<br />

permite aos proprietários de estabelecimentos industriais<br />

controlarem melhor o consumo total de energia e simplificarem<br />

as operações.<br />

O M-Bus (Meter-Bus/Contador Bus) é um padrão para a<br />

leitura remota de dispositivos de medição. É especialmente<br />

utilizado em edifícios como, por exemplo, em contadores<br />

de eletricidade, de gás, de água ou em qualquer outro tipo<br />

de contadores de consumo. Ao recolher dados a partir<br />

destes dispositivos de medição para um sistema CLP ou<br />

SCADA, os proprietários de estabelecimentos industriais<br />

conseguem ter uma noção geral da energia total consumida,<br />

incluindo parâmetros de edifícios cujos valores tinham,<br />

anteriormente, de ser contados em separado.<br />

A solução é composta de duas partes: a primeira é um<br />

conversor M-Bus transparente, que converte os sinais<br />

M-Bus para RS232. O conversor funciona como gestor<br />

(master) M-Bus e permite a ligação de até 10 dispositivos<br />

M-Bus padrão (slaves). A segunda parte é um gateway Anybus<br />

Communicator que traduz o sinal RS232 para os campos<br />

industriais ou rede industrial Ethernet escolhidos.<br />

A solução permite estabelecer a ligação dos dispositivos<br />

M-Bus a: CANopen, CC-Link, ControlNet, DeviceNet,<br />

EtherCAT, EtherNet/IP, FIPIO, Interbus, Modbus Plus,<br />

Modbus TCP, Modbus RTU, PROFIBUS, PROFINET.<br />

O Anybus Communicator é configurado para utili-<br />

zar um software Windows que inclui no produto. Deste<br />

O Anybus Communicator RS232 (à esquerda)<br />

e o conversor M-Bus (à direita).<br />

modo, não é necessário<br />

outro tipo de<br />

programação para<br />

configurar a ligação<br />

entre o M-Bus e a<br />

rede industrial pretendida.<br />

Quando a<br />

configuração para<br />

uma rede estiver<br />

concluída, será mais<br />

fácil reutilizá-la para<br />

criar ligações a outras<br />

redes.


Okuma fornece centro de usinagem<br />

para segmento ferroviário<br />

A Okuma, tradicional fabricante de máquinas operatrizes<br />

de última geração, forneceu um Centro de Usinagem<br />

Vertical, modelo Dupla Coluna, para a Manser, empresa<br />

especializada em fabricação, recuperação e modernização<br />

de motores de tração de corrente contínua e alternada para<br />

aplicações ferroviárias, metroviárias e mineração. O modelo<br />

fornecido é o MCR-A5C 25X50, que produz motor elétrico<br />

para locomotivas.<br />

Com dupla coluna de cinco eixos, e centro de usinagem<br />

de alta precisão, a máquina possui design compacto, totalmente<br />

automático. Faz a usinagem de peças em geral em alta<br />

velocidade, sua cabine é blindada, e seu corte silencioso se<br />

destaca pela alta produtividade. Com uma seção transversal<br />

de 350 x (13,78 x ), possui, ainda, rigidez suficiente para lidar<br />

com qualquer corte horizontal. Já os longos trilhos (superior<br />

e inferior na vertical) garantem alta precisão e durabilidade.<br />

Com movimento suave sobre os trilhos, a mesa se move e<br />

absorve as vibrações do corte, que mantém a exatidão da<br />

operação durante longos períodos.<br />

Carl Janer, diretor de desenvolvimento de novos negócios<br />

da Manser, afirma que optou pela máquina da Okuma após<br />

diversas consultas no mercado, em função da qualidade,<br />

//notícias<br />

Com dupla coluna de 5 eixos, e centro de usinagem de<br />

alta precisão, a máquina possui design compacto.<br />

custo-benefício, prazo da entrega, instalação e treinamento<br />

oferecidos. “Este equipamento atende nossa necessidade, que é<br />

o aumento de produtividade e competitividade. É a primeira vez<br />

que adquirimos uma máquina da Okuma e pretendemos investir<br />

em outras muito satisfeitos, pois superou as nossas expectativas”.<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

11


notícias<br />

Novo Sistema de Controle de<br />

Estabilidade Automotiva, da TRW<br />

A companhia lançou sua nova família de produtos<br />

EBC460, referente a sistemas eletrônicos de Controle<br />

de Estabilidade Automotiva nas 4 principais<br />

regiões produtoras de carros do planeta<br />

A família EBC460 da TRW Automotive Holdings Corp. disponibiliza<br />

um projeto de produto padronizado unido à capacidade de<br />

fabricação na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia,<br />

onde foram feitos investimentos significativos em equipamentos e<br />

engenharia de suporte. A família global de produtos possui sistemas<br />

“standard”, “high” e “premium” - os quais podem oferecer freios<br />

anti-lock, controle de tração, e funcionalidade ESC com variantes que<br />

dão suporte tanto a veículos híbridos como totalmente elétricos.<br />

“A tecnologia ESC é um exemplo excelente de um sistema de<br />

segurança inteligente. Desde a época em que a TRW lançou seu<br />

primeiro ESC, a companhia vem acrescentando continuamente mais<br />

especificações e funções e, ao mesmo tempo, tornando o sistema<br />

menor, mais leve e mais barato”, diz Peter Lake - vice-presidente<br />

executivo de Vendas e Desenvolvimento de Negócios.<br />

Veja no Portal:<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Acoplamento por impedância comum. Como minimizar<br />

seus efeitos em instalações industriais<br />

A energia eletromagnética nas instalações pode interferir na operação<br />

de equipamentos eletrônicos. Controlar o ruído em sistemas<br />

de automação é vital, porque ele pode se tornar um problema sério<br />

mesmo nos melhores instrumentos e hardware de aquisição de dados<br />

e atuação. Este artigo provê informações e dicas sobre a minimização<br />

do efeito de acoplamento por impedância. Veja o artigo em: http://<br />

www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1031<br />

12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Setembro/Outubro 2012<br />

A família<br />

EBC460, da<br />

TRW, de sistemas<br />

de controle<br />

de tração: qualidade,desempenho<br />

e compatibilidade.<br />

“A família EBC460 incorpora os três temas da Segurança<br />

Cognitiva: Advanced thinking, por sua capacidade de corrigir<br />

derrapagens e patinação; Smart thinking, por suas muitas muitas<br />

formas de barateamento do produto; e Green thinking, por<br />

sua compatibilidade com veículos híbridos e outros alternativos.”<br />

A EBC460 inclui numerosas atualizações (upgrades) para melhorar<br />

valor e desempenho, comparada aos sistemas anteriores.<br />

Ela utiliza bomba com motor de longa vida com um projeto de<br />

meia-junta opcional, dois sensores de pressão integrados para<br />

aumentar a capacidade de produzir e manter a pressão no freio,<br />

redução da aspereza e vibração ruidosa e aumento da vida do<br />

motor através do controle de sua velocidade em alta frequência.<br />

A plataforma EBC 460 especifica também a integração de<br />

sensores de giro e aceleração com a sua unidade de controle<br />

EHCU, a qual é capaz de funcionar como controlador para o<br />

sistema elétrico de freio para estacionar – um sistema integrado<br />

conhecido como EPBi.<br />

“ESC é uma tecnologia–chave que tem sido mandatória nos<br />

principais mercados europeus e dos Estados Unidos e fornece<br />

um bloco construtivo sobre o qual se baseia uma variedade de<br />

sistemas integrados de segurança”, afirma Josef Pickenhahn,<br />

vice-presidente de Engenharia para os sistemas de freios.<br />

“A EBC460 consiste na mais avançada ESC que nós já<br />

produzimos até hoje, e ela proporcionará todos os benefícios<br />

(vantagens) das gerações anteriores e, ao mesmo tempo, incluirá<br />

características como gerenciamento do rollover ativo<br />

para ajudar a evitar a probabilidade do veículo balançar e<br />

controlar a estabilidade do reboque (trailer), o que auxilia<br />

na manutenção da estabilidade de ambos (veículo e trailer).<br />

Funções adicionais serão possíveis para suportar um controle<br />

de viagem adaptativo através de freio emergencial automático,<br />

altamente sofisticado, e sistemas de alívio de choque de<br />

modo a criar oportunidades estimulantes para a segurança<br />

dos futuros veículos.”<br />

Hidráulica Industrial e Móbil - O braço forte da automação<br />

Neste artigo abordamos os princípios fundamentais da Hidráulica<br />

e, especificamente, da Óleo-hidráulica. Como utilizar a transmissão<br />

de energia através dos fluidos líquidos e quais os benefícios e cuidados<br />

que se devem observar são os pontos aqui abordados. Considerada o<br />

braço forte da automação, a hidráulica industrial é um segmento tecnológico<br />

fundamental nas mais diversas áreas industriais. Veja mais em:<br />

http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1023


Novo atuador IVAC da Norgren<br />

oferece aos fabricantes de máquinas<br />

e usuários finais, redução expressiva<br />

de energia e custos operacionais<br />

A Norgren, líder global em automação pneumática e<br />

controle de fluidos, anunciou o lançamento de uma linha de<br />

atuadores inovadores e de alto desempenho, desenvolvidos<br />

para reduzir significantemente o consumo de energia e<br />

custos operacionais para fabricantes de máquinas (OEM) e<br />

usuários finais em diversas aplicações.<br />

Os controles pneumáticos convencionais possuem uma<br />

combinação de válvulas e ilhas de válvulas, atuadores, controles<br />

de fluxo e sensores juntamente com conexões e acessórios.<br />

Em aplicações típicas, mais de 13 componentes diferentes<br />

podem ser necessários para operar um atuador. Essa complexidade<br />

apresenta algumas desvantagens e restrições de<br />

desempenho. Através de uma colaboração muito próxima<br />

com os clientes e no intuito de fornecer uma solução que<br />

pudesse superar essas deficiências, a Norgren desenvolveu o<br />

IVAC (atuador com válvula de controle integrada) – uma única<br />

unidade que combina a válvula, os controles de fluxo, amortecimento<br />

e sensores em um pacote integrado de atuação.<br />

O IVAC é um atuador com peso e espaço otimizado,<br />

apropriado para uma diversidade de diâmetros, de 40 a 80<br />

mm, com válvula integrada e sensores magnéticos para o<br />

seu controle completo. Capaz de ser adaptado ou integrado<br />

a novos sistemas, cada unidade exige apenas uma conexão<br />

pneumática e elétrica, eliminando a necessidade de ilha com<br />

múltiplas válvulas, componentes, tubos e acessórios.<br />

Essa plataforma integrada diminui custos para os usuários<br />

de várias formas. É fácil de instalar, manter e substituir uma<br />

única unidade, instalação programada e não programada,<br />

//notícias<br />

Setembro/Outubro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

O IVAC é um<br />

atuador com<br />

peso e espaço<br />

otimizado, apropriado<br />

para uma<br />

diversidade de<br />

diâmetros, de 40<br />

a 80 mm.<br />

menos paradas para manutenção e custos reduzidos. Enquanto<br />

isso, eliminando as tubulações de ar entre a válvula e atuador, o<br />

que minimiza o volume “morto”, reduzimos o consumo de ar em<br />

até 50%, diminuição significativa no custo por mm de curso quando<br />

comparado com sistemas pneumáticos convencionais. Para uma<br />

máquina operando em 2 milhões de ciclos por ano, esse resultado<br />

em economia de energia é suficiente para pagar custo do produto<br />

em 1 ano. Em suma, o IVAC proporciona uma estética melhorada<br />

da máquina. A aparência ajuda a passar uma imagem mais sofisticada<br />

da fábrica, e para os usuários, ela parece mais limpa e avançada.<br />

Um número de opcionais e variáveis estão disponíveis, incluindo<br />

versão cleanline (limpa) para os cilindros industriais, que é mais<br />

fácil de lavar e ajuda os OEMs a atingirem os regulamentos de<br />

higiene mais facilmente.<br />

Os fabricantes de máquinas podem se beneficiar dessa vantagem<br />

sem nenhuma mudança no design mecânico da máquina, uma vez<br />

que o IVAC está em conformidade com ISO VDMA. Seu conector<br />

único M12 para entradas e saídas pode ser ligado por multipolo<br />

ou conectado diretamente a um sistema fieldbus, não importando<br />

qual o protocolo que está sendo utilizado.<br />

O design de um atuador integrado é baseado no máximo de<br />

modularidade para permitir que todos os componentes sejam<br />

montados e desmontados facilmente. Os fatores essenciais do<br />

conceito de um IVAC modular incluem módulo de pilotos localizado<br />

no cabeçote traseiro do atuador, integrado por uma interface pneumática,<br />

sensores de posição, indicador de status e conexão elétrica.<br />

O IVAC já está gerando interesse considerável entre grandes<br />

clientes, engenheiros de desenvolvimento, gerentes de fábricas<br />

e responsáveis pela manutenção e principalmente em aplicações<br />

onde a higiene não pode ser comprometida. Um exemplo de<br />

grande empresa que já está usufruindo Engineering Advantage<br />

através do IVAC é o líder global no mercado de equipamentos<br />

para processamento – a KHS Kriftel, que já instalou as unidades<br />

do IVAC em sua nova linha de produção CombiKeg”.<br />

13


eportagem<br />

Começa a reação do<br />

setor de máquinas<br />

no Brasil<br />

A ABIMAQ fez um balanço de janeiro até outubro de<br />

2012 e mostrou que neste mês houve um faturamento<br />

bruto nominal de R$ 6,5 bilhões, o que representa um<br />

aumento de 7 % sobre o mês anterior. Este resultado se<br />

deveu ao aumento das exportações enquanto o mercado<br />

interno sofreu uma retração forte<br />

saiba mais<br />

Os assinantes da revista<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> (que<br />

possuem acesso exclusivo),<br />

poderão ver mais sobre esta<br />

entrevista com diversos outros<br />

indicadores da indústria em 2012,<br />

em nosso portal na internet:<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

L<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, em<br />

apresentação contundente mas otimista para<br />

o ano de 2013, mostrou o que vem passando<br />

o setor de máquinas no Brasil e a demora<br />

do governo em tomar decisões para salvar<br />

o setor da desindustrialização.<br />

Uma das coisas inéditas citadas por Aubert<br />

foi a união dos empresários com os diversos<br />

sindicatos de trabalhadores nesta luta, para<br />

evitar também que a força de trabalho seja<br />

dizimada pelas demissões, dificultando uma<br />

retomada no futuro.<br />

O resultado positivo mostrado neste<br />

primeiro mês do último trimestre de 2012<br />

deveu-se ao crescimento das exportações,<br />

pois, o mercado interno teve uma retração<br />

de 18,2% em relação ao mês anterior e uma<br />

queda de 48,5% em comparação com o<br />

mesmo período do ano anterior.<br />

Comparando este mês de outubro/2012<br />

com o de 2011, houve uma retração de<br />

2,7% e no acumulado de janeiro a outubro<br />

de 2012 tivemos uma queda de 2,3% em<br />

relação a 2011, como mostra a figura 1 –<br />

Faturamento Bruto mensal. Nesta figura<br />

podemos notar, inclusive, que aumentou<br />

a exportação e isto é o reflexo da cotação<br />

do dólar, devido à desvalorização do real.<br />

O consumo aparente, que representa<br />

o consumo total de máquinas e equipamentos<br />

no mercado nacional, incluindo as<br />

produzidas aqui e as importadas, menos<br />

as máquinas e equipamentos exportados,<br />

fechou o acumulado de 2012 em R$ 94,3<br />

bilhões, resultado 1,9% superior ao mesmo<br />

período de 2011.<br />

Os importados representaram 61,1%<br />

deste valor, seguido das vendas internas<br />

das empresas locais, que foram 23,6% e<br />

dos produtos importados incorporados à<br />

produção de bens de capital, que somaram<br />

15,3%, evidenciando a forte participação dos<br />

produtos importados no mercado doméstico.<br />

O mercado interno de consumo de<br />

máquinas está aquecido, agora a produção<br />

nacional é menor como podemos notar na<br />

figura 2 – Consumo Aparente Mensal. Vejam<br />

o resultado do mês apresentado no gráfico<br />

desta figura, na coluna de outubro de 2012,<br />

onde a parte em azul é a receita líquida de<br />

produção nacional (que nos últimos meses<br />

vem diminuindo sistematicamente) e em<br />

vermelho temos o aumento de participação<br />

dos importados.<br />

Luis Aubert chamou a atenção dos presentes,<br />

afirmando: “Neste gráfico (figura 2),<br />

a coluna azul neste ano (2012) está menor<br />

do que em 2004, oito anos atrás, isto mostra<br />

claramente que as nossas porteiras estão<br />

completamente abertas e os importados estão<br />

arrasando. Isto é o processo de desindustrialização...<br />

é quase terra arrasada. E posso<br />

afirmar que todos os males neste caso aqui<br />

no Brasil residem no câmbio... é o câmbio.


Observem nossas exportações para os países<br />

do primeiro mundo, EUA e Europa, estão<br />

subindo e para a América Latina estão caindo<br />

20 %. Isto é a invasão chinesa.”<br />

Ainda, segundo o presidente da ABI-<br />

MAQ, que transmitia esta apresentação<br />

por televisão fechada a todas as suas mais<br />

de 1200 sedes espalhadas pelo Brasil para<br />

um público de mais de 10000 pessoas,<br />

enquanto é exigido pela lei brasileira que as<br />

máquinas aqui fabricadas sejam obrigadas<br />

a atender a norma NR12 (de proteção do<br />

trabalhador), as máquinas chinesas não sofrem<br />

esta exigência, custando ainda mais barato<br />

do que as nacionais e colocando em risco a<br />

integridade do trabalhador brasileiro. Este<br />

problema não é novo, como a reportagem da<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> já mostrou na edição nº<br />

43 com um caso de trabalhador acidentado.<br />

O custo Brasil é lembrado em algumas<br />

citações da imprensa, onde sempre se referem<br />

aos altíssimos impostos sem a devida contrapartida<br />

de benefícios. Mas, no fundo, a<br />

lista é muito maior e impactante em todos os<br />

setores, como portos pouco eficientes, estradas<br />

mal cuidadas, burocracia em todo o serviço<br />

público que, além da demora, provoca custos<br />

de logística, contratação de despachantes,<br />

etc. e muitos outros como câmbio, juros<br />

bancários, justiça lenta, Constituição de<br />

1998 ainda não totalmente regulamentada,<br />

leis trabalhistas ultrapassadas, e leis atuais<br />

mal elaboradas por muitos políticos sem<br />

estudo e despreparados, que não exigem<br />

as mesmas coisas dos produtos importados.<br />

Balança Comercial<br />

Em outubro de 2012, as exportações<br />

alcançaram o total de US$ 1,3 bilhões,<br />

apresentando uma forte alta em comparação<br />

com o mês imediatamente anterior de<br />

13,6%. Luis Aubert ressaltou: “As exportações<br />

para a Europa aumentaram 20% e<br />

a crise econômica lá, é muito acentuada.<br />

Para os EUA aumentaram 30%. Vejam<br />

que só com uma desvalorização do real<br />

aumentamos nossas vendas lá. É sinal de<br />

que ainda somos competitivos em alguns<br />

produtos e a Europa mesmo em condições<br />

muito adversas, comprou mais de nós, só<br />

com a diferença cambial e os impostos IPI,<br />

ICM, etc, que não incidem nas exportações.<br />

Esta é a hora também de refletirmos porque<br />

estamos crescendo só 1,5% neste ano, enquanto<br />

a África do Sul e a América Latina<br />

estão crescendo mais”.<br />

F1. Faturamento Bruto mensal.<br />

F2. Consumo aparente mensal.<br />

Quanto às importações, o resultado de<br />

outubro com US$ 2,9 bilhões ficou 28,5%<br />

acima do total alcançado em setembro de<br />

2012. Na comparação com outubro do<br />

ano anterior, essas variáveis, exportações e<br />

importações, tiveram um resultado com alta<br />

de 11,2% e queda de 3,2% respectivamente.<br />

O déficit da balança comercial de janeiro<br />

a outubro de 2012 foi US$ 14,4 bilhões,<br />

ficando 2,1% inferior ao resultado observado<br />

no mesmo período de 2011.<br />

O presidente da ABIMAQ disse, ainda,<br />

que: “apesar de tudo, é para ficarmos<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

reportagem<br />

otimistas para o próximo ano. Perdemos<br />

quase 10 mil empregos de alta qualidade e<br />

é difícil recuperá-los. Em dezembro de 2012<br />

e janeiro de 2013 deverão aumentar estes<br />

desempregos, mas o governo federal está<br />

fazendo esforços e o ministro Guido Mantega<br />

diz que a economia brasileira está intoxicada<br />

por juros e rendimentos altos, prejudicando<br />

os negócios. O ano da virada será 2013. Se<br />

você está pagando juros escorchantes no<br />

seu banco, faça como eu e minha empresa:<br />

mude para o Banco do Brasil que tem as<br />

menores taxas.”<br />

MA<br />

15


supervisão<br />

Os benefícios de<br />

arquiteturas baseadas<br />

em objetos para<br />

SCADA e Sistemas<br />

Supervisórios<br />

Com a agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas<br />

baseadas em objetos, os desenvolvimentos de aplicações<br />

de supervisão SCADA oferecem até 80% de economia<br />

no custo de engenharia ao longo de arquiteturas base-<br />

adas em tag.<br />

saiba mais<br />

Vírus em redes SCADA: proteção<br />

garante o faturamento<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58<br />

Arquiteturas para sistemas de<br />

medição<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 37<br />

Sistema supervisório: único e<br />

absoluto<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 11<br />

C<br />

16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Autor: Steven D. Garbrecht<br />

Tradução e adaptação: Thomaz Oliveira<br />

ondições econômicas enfrentadas em instalações<br />

industriais ditam que a produtividade<br />

de engenharia deve ser maximizada com a<br />

agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas<br />

baseadas em objetos, os desenvolvimentos de<br />

aplicações de supervisão SCADA oferecem<br />

até 80% de economia no custo de engenharia<br />

ao longo de arquiteturas baseadas em tag.<br />

Ser capaz de construir uma única vez<br />

e usar muitas vezes é fundamental para o<br />

gerenciamento de custos do projeto, e o<br />

desenvolvimento baseado em objeto permite<br />

melhores práticas a serem encapsuladas em<br />

aplicações e padronização em toda a empresa.<br />

Veja a figura 1.<br />

Arquitetura de Software com base em<br />

objeto têm estado ao redor, por muitos anos,<br />

no mundo da computação comercial. Agora,<br />

essas arquiteturas estão sendo aplicadas em<br />

controle de processos e aplicações SCADA<br />

para entregar um custo significativo e be-<br />

nefícios operacionais. Neste artigo vamos<br />

discutir o que são arquiteturas baseadas em<br />

objeto, como elas melhoraram o desenvolvimento<br />

de aplicações SCADA e HMI e como<br />

você pode calcular potenciais economias<br />

de custos sobre os tradicionais sistemas<br />

baseados em tag.<br />

Sistemas baseados em Tag<br />

vs. Baseados em Objetos<br />

Sistemas baseados em Tag<br />

Desde o início do PC baseado em HMI<br />

e sistemas de supervisão, o acesso a dados<br />

de processo, scripting, análise de alarmes e<br />

de dados foram baseados no conceito de<br />

tags. Estes sistemas utilizam uma lista de<br />

“flat” de tags com built-in de hierarquia,<br />

relacionamentos ou interdependências.<br />

Grandes mudanças globais para uma<br />

base de dados de um sistema de tag são<br />

tipicamente realizadas externamente à aplicação,<br />

muitas vezes através de um arquivo<br />

de texto ou através de ferramentas como o<br />

Microsoft Excel ®.<br />

Uma vez feitas, as alterações são importadas<br />

para o banco de dados do aplicativo.<br />

Reutilização de engenharia em um sistema<br />

baseado em tags é comumente instituída<br />

através da referência a dinâmica ou cliente-<br />

-servidor.<br />

O sistema cria gráficos comuns contendo<br />

os scripts que mudam em tempo de


Estrutura da<br />

Aplicação<br />

Arquitetura baseado em objeto Arquitetura baseado em tag<br />

Desenvolvimento Runtime Desenvolvimento Runtime<br />

Hierarquia – Objetos criados usando<br />

objetos orientados a metodologia<br />

Workflow<br />

Desenvolvimento<br />

Gráfico<br />

Scripting Desenvolvido em modelos de objetos,<br />

em seguida implantado para aplicação<br />

em tempo de execução específico.<br />

T1. O contraste entre sistemas: Tag x<br />

Baseado em Objetos.<br />

execução. Devido a estrutura da aplicação<br />

ser “flat”, o usuário deve então mudar cada<br />

tag no sistema e analisar como a mudança<br />

afeta o resto da aplicação.<br />

Manutenção de aplicações baseadas em<br />

tag geralmente envolve análise tag por tag<br />

e atualização, que pode consumir quantidades<br />

significativas de trabalho. Uma vez<br />

que as alterações do sistema são demoradas<br />

e muitas vezes envolvem o uso de mão de<br />

obra de terceiros, os sistemas baseados em<br />

tags ficam limitados.<br />

Sistemas baseados em Objetos<br />

O conceito de desenvolvimento orientado<br />

a objeto é originado em tecnologia da<br />

informação (TI). O objetivo foi o de fornecer<br />

ferramentas que liberam o desenvolvedor de<br />

programas repetitivos, enquanto, ao mesmo<br />

tempo maximizassem a reutilização de código<br />

através do desenvolvimento de objetos de<br />

software comuns.<br />

Como seria de esperar, essas ferramentas<br />

não são um ajuste exato para o ambiente<br />

industrial. Por um lado, integradores<br />

de sistemas e engenheiros de produção<br />

não são tipicamente os programadores de<br />

computador. Além disso, existem algumas<br />

diferenças fundamentais entre arquitetura de<br />

TI e aplicações de automação de produção.<br />

Por exemplo, aplicações de TI normalmente<br />

envolvem acessar bancos de dados<br />

não determinísticos, baseados em interfaces<br />

de formulários que realizam coisas como<br />

bancos online, relatórios de negócios, gestão<br />

de RH, contabilidade financeira ou pesquisas<br />

de informações estáticas.<br />

Hierarquia – Componentes que<br />

representam dispositivos físicos e<br />

podem coordenar com components<br />

em diferentes computadores<br />

F1. Sistemas com arquitetura baseadas em objetos.<br />

Por outro lado, o controle de supervisão,<br />

sistemas de execução de manufatura (MES)<br />

e aplicativos de inteligência de plantas envolvem<br />

a aquisição de dados em tempo real do<br />

processo; executar cálculos sofisticados para<br />

determinar os fluxos e os valores de produção,<br />

mostrando dados em tempo real nas telas<br />

de operação ou de relatórios de processo e<br />

ferramentas de análise e armazenamento<br />

de dados para historiadores ou produções<br />

relacionados com bases de dados.<br />

Os dois ambientes são diferentes o suficiente<br />

para ditar que ferramentas baseadas<br />

em objetos são construídas propositadamente<br />

para o ambiente industrial. O ArchestrA<br />

System Platfoem® usa uma arquitetura baseada<br />

em objetos que se chama ArchestrA.<br />

Ele é projetado especificamente para clientes<br />

industriais que desenvolvem, gerenciam e<br />

mantêm sistemas de supervisão.<br />

Hierarquia – Conteúdos gráficos<br />

criados algumas vezes usando<br />

orientação a objetos<br />

Último Realizado N/A Primeiro Realizado N/A<br />

N/A Desenvolvidos separadamente, ligada<br />

a uma interface gráfica<br />

Padrões Rigorosamente aplicados N/A Não são Rigorosamente aplicados N/A<br />

Alterações de<br />

aplicação<br />

Como os<br />

dados são<br />

representados<br />

Propagado a partir de modelos de<br />

objetos<br />

Construções lógicas, tais como dispositivos<br />

físicos (por exemplo, válvulas<br />

ou bombas) ou dispositivos lógicos<br />

(por exemplo, loops PID ou cálculos)<br />

são representados como objetos<br />

Os objetos podem ser distribuídos,<br />

trocados ou melhorados<br />

Com base em gráficos ou alterados<br />

usando ferramentas como Excel<br />

N/A Dispositivos gráficos são representados<br />

como objetos ou tags<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

Plano – Exemplos Monolíticos<br />

de software executado em uma<br />

/ múltiplas máquinas como<br />

“Aplicações” separadas<br />

N/A<br />

Exigi recompilação da<br />

aplicação<br />

N/A<br />

Comparando os dois sistemas<br />

A tabela 1, a seguir, mostra o contraste<br />

de sistemas de Tag X Baseados em Objetos.<br />

Atente também para a figura 2.<br />

Objetos ajudam a trabalhar<br />

com Consistência e aplicar<br />

as Melhores Práticas<br />

Em aplicações SCADA com base em<br />

objetos, aplicação com objetos contém<br />

aspectos ou parâmetros associados com a<br />

representação de ativos. Por exemplo, um<br />

objeto-válvula pode conter todos os eventos,<br />

alarmes, segurança, cálculos, coleta de<br />

dados, integração, comunicação e scripts<br />

associados ao ativo.<br />

Objetos não representam apenas equipamentos<br />

da fábrica. Eles podem incluir<br />

cálculos, métodos de acesso a banco de<br />

dados, indicadores-chaves de desempenho<br />

17


supervisão<br />

F2. Exemplo de um objeto-válvula contendo os eventos mostrados.<br />

(KPIs), monitoramento de condições de<br />

eventos, ERP operações de transferência<br />

de dados, procedimentos de operadores<br />

móveis, atividades de fluxo de trabalho e<br />

tarefas MES. Todos esses objetos podem ser<br />

padronizados e usados em todas as aplicações<br />

de supervisão para conduzir consistência no<br />

design e operação do sistema.<br />

Por exemplo, um objeto de pedido de<br />

trabalho padronizado pode ser criado e<br />

em seguida adicionado a qualquer ativo da<br />

planta, tal como uma bomba, no interior de<br />

uma aplicação de supervisório para garantir<br />

uma abordagem consistente e padronizada<br />

para iniciar solicitações de trabalho.<br />

Um modelo de objeto contém informações<br />

valiosas sobre Alarmes / Eventos, Segurança,<br />

História, SCADA, Scripts e entradas / saídas.<br />

Instalações industriais controladas por um<br />

moderno sistema de supervisão compartilham<br />

um conjunto de características comuns:<br />

• Dispositivos da Planta e equipamentos;<br />

• Procedimentos Operacionais;<br />

• Medições do processo;<br />

• Cálculos;<br />

• Display Gráfico para Operadores.<br />

Arquiteturas baseadas em Objetos facilitam<br />

uma abordagem do tipo “cookie-cutter”<br />

para projetos de sistema de supervisão, onde<br />

a funcionalidade do sistema bem como as<br />

características mencionadas acima podem ser<br />

encapsulados em modelos de objetos, que,<br />

duplicados e juntos formam um completo<br />

sistema de supervisão.<br />

18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

A principal vantagem da abordagem<br />

baseada em objetos é o conceito de modelos<br />

de objetos. Na figura 3 está uma representação<br />

gráfica de como modelos de objetos<br />

permitem um rápido projeto do sistema e<br />

propagação de mudanças.<br />

A primeira linha dessa figura mostra<br />

a replicação de um modelo de objeto que<br />

representa uma válvula de diafragma e<br />

todas as suas características. Replicação é<br />

o processo onde instâncias em tempo de<br />

execução, ou componentes, são criados a<br />

partir de modelos de objetos. A próxima<br />

linha ilustra como uma mudança de uma<br />

característica da válvula (ativação manual<br />

para ativação automática) é propagada ao<br />

longo de todas as instâncias do objeto-válvula<br />

em tempo de execução.<br />

Esta relação pai-filho é um dos principais<br />

benefícios da abordagem baseada em<br />

objetos. As alterações são automaticamente<br />

propagadas para todas as instâncias em<br />

tempo de execução do modelo de objeto,<br />

incluindo qualquer número de aplicações<br />

de supervisão em execução em diferentes<br />

localizações físicas. Ninguém precisa visitar<br />

cada site para fazer as mudanças necessárias<br />

que irão executar para centenas (ou mesmo<br />

milhares) de instâncias de ativos comuns<br />

como uma válvula.<br />

• A criação do aplicativo é otimizado<br />

pelo uso de modelos de objeto para<br />

gerar automaticamente componentes<br />

de tempo real;<br />

• Alterações de projeto são facilmente<br />

realizadas, fazendo mudanças no<br />

modelo de objeto e tendo os componentes<br />

herdando as mudanças através<br />

da propagação;<br />

• Mudanças no sistema em execução<br />

e expansões são mais fáceis e mais<br />

rentáveis por causa da replicação<br />

automática e propagação de mudanças.<br />

Desenvolver uma única vez<br />

e reutilizar várias vezes<br />

A abordagem do ArchestrA System<br />

Platform é baseada em objeto e simplifica o<br />

desenvolvimento de aplicações de supervisão<br />

e manutenção. O Integrated Development<br />

Environment (IDE) permite o uso de simples<br />

janelas de arrastar-e-soltar, clique para<br />

selecionar ou preencher a caixa de texto para<br />

criar e manipular objetos.<br />

Na maioria dos casos, esta abordagem é<br />

muito mais fácil do que modificar os scripts<br />

de linha por- inha. Além disso, o número<br />

de erros de sintaxe e tempo de execução é<br />

reduzido porque o IDE reforça específicas<br />

regras do sistema. Além disso, os usuários<br />

podem desenvolver modelos de objeto uma<br />

vez e depois reutilizá-los muitas vezes e em<br />

muitas aplicações, maximizando o retorno<br />

de engenharia.<br />

Gráficos da IHM<br />

Orientados a Objetos<br />

O termo “gráfico orientado a objetos” foi<br />

usado no ambiente SCADA/HMI desde o<br />

início de 1990. Gráficos Orientados a objetos<br />

permitem aos usuários construir um símbolo<br />

e replicá-lo em toda aplicação HMI.<br />

Eles podem, então, editar o símbolo e<br />

distribuir facilmente as mudanças para todos<br />

os símbolos semelhantes ao mesmo tempo.<br />

Enquanto esta é uma funcionalidade útil,<br />

aplicações SCADA/HMI requerem mais do<br />

que gráficos. Grande parte do trabalho de<br />

desenvolvimento dos aplicativos de supervisão<br />

é gasto na criação de funcionalidades,<br />

tais como:<br />

• Monitoramento de Alarme;<br />

• Scripts de animação;<br />

• Scripts de segurança;<br />

• Scripts de Supervisão;<br />

• Armazenamento de dados históricos;<br />

• Integração com outros aplicativos ou<br />

bancos de dados;<br />

• Detecção de eventos;<br />

• Cálculos de movimento e fluxo;


• Integração de dispositivos;<br />

• Fluxo de trabalho.<br />

Para realizar plenamente os benefícios<br />

de uma arquitetura baseada em objetos, um<br />

sistema SCADA/HMI precisa incluir todas<br />

estas funções ou capacidades em modelos<br />

de objetos, incluindo gráficos.<br />

Vantagens de desenvolvimento<br />

de arquiteturas<br />

baseadas em objetos<br />

Arquiteturas baseadas em Tag<br />

Desde o início do software SCADA e<br />

HMI baseados em PC, os usuários construíram<br />

gráficos para operadores e ligavam<br />

as tags que representam endereços em um<br />

CLP ou um sistema de controle.<br />

Os passos abaixo representam o desenvolvimento<br />

do processo típico para a tradicional<br />

aplicação SCADA baseada em tags:<br />

• Utiliza um único computador para<br />

o desenvolvimento;<br />

• Gráficos para o operador e telas são<br />

criados para a aplicação;<br />

• Definições de tag são importadas do<br />

CLP, ou configuradas manualmente;<br />

• Os scripts de alarme e detecção de<br />

eventos são definidos para cada tag;<br />

• Tags e I/O associados são ligados a<br />

elementos gráficos;<br />

• Scripts de animação gráfica ou links<br />

são criados;<br />

• As alterações no sistema requerem fechar<br />

o aplicativo, fazer alterações em muitos<br />

scripts e referências de banco de dados de<br />

tags para permitirem a nova funcionalidade.<br />

O aplicativo é então reinstalado<br />

em cada estação de trabalho<br />

do operador.<br />

Arquiteturas baseadas em Objeto<br />

Arquiteturas baseadas em objetos associados<br />

com aplicações de supervisão e SCADA/<br />

HMI foram pioneiras pela Wonderware®. O<br />

ArchestrA System Platform e sua ferramenta<br />

de desenvolvimento, o Integrated Development<br />

Environment (IDE), mudaram<br />

fundamentalmente a forma de criação de<br />

aplicações SCADA/HMI desenvolvidas.<br />

Usando o ambiente de desenvolvimento<br />

integrado, o desenvolvedor do aplicativo cria<br />

um modelo de planta única com modelos<br />

reutilizáveis de objetos.<br />

O desenvolvedor é, assim, removido das<br />

complexidades do ambiente de computação<br />

F3. Representação gráfica de vários modelos de objetos.<br />

e pode concentrar-se na modelagem da<br />

unidade de produção. O desenvolvedor<br />

pode se concentrar em diferentes ativos e<br />

processos de produção que compõem toda<br />

a supervisão do controle da fábrica. Depois<br />

que o modelo de planta é capturado, é fácil<br />

de implementar as funções de controle de<br />

supervisão. Um pequeno investimento em<br />

criação de modelos de objeto produz grandes<br />

resultados em produtividade de engenharia.<br />

Criar um aplicativo de supervisão utilizando<br />

o ArchestrA System Platform, envolve:<br />

• Uma pesquisa do site conduzido<br />

para entender o layout da operação<br />

de produção ou processo;<br />

• Criação de uma lista de peças similares,<br />

de equipamentos / ativos. Áreas<br />

distintas de operação também são<br />

identificadas;<br />

• Modelos de objetos são configurados<br />

para cada ativo comum na instalação,<br />

incluindo gráficos de IHM.<br />

Este passo essencial permite que as<br />

melhores práticas e padrões sejam<br />

criados para uso em todos os projetos<br />

de aplicações futuras;<br />

• Dispositivos ou Componentes Modelados<br />

em objeto podem estar contidos<br />

dentro de um ou outro para criar<br />

peças complexas de equipamento;<br />

• Modelos de objetos de dispositivo têm<br />

atributos que representam verdadeiros<br />

I/Os disponíveis no sistema CLP ou<br />

controle. Estes atributos são, então,<br />

ligados a E/S através de objetos de<br />

integração de positivos (Objetos DI);<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

• O aplicativo pode ser montado no<br />

IDE usando a simples operação de<br />

arrastar-e-soltar;<br />

• Objetos de aplicação são atribuídos<br />

a grupos de segurança;<br />

• O modelo de planta criada no IDE<br />

pode, agora, ser implantado nos<br />

computadores que vão armazenar<br />

a aplicação;<br />

• Assim que o aplicativo é desenvolvido,<br />

a manutenção do sistema é fácil. As<br />

alterações feitas em modelos de objeto<br />

podem ser propagadas para os<br />

componentes-filhos encontrados em<br />

aplicativos implementados.<br />

Economizando Ciclo de Vida<br />

Arquiteturas baseadas em objeto podem<br />

proporcionar economia significativa durante<br />

o seu ciclo de vida. Estas economias podem<br />

ser classificadas em quatro áreas básicas tal<br />

como ilustrado na tabela 2.<br />

Num sistema baseado em tags tradicionais,<br />

as tags 162 (27 * 6 válvulas parâmetros<br />

(I / O) valores por válvula) seriam criadas.<br />

Em um Sistema SCADA baseado em objeto,<br />

um modelo de objeto comum de válvula é<br />

criado e objetos que representam cada válvula<br />

individual são instanciados ou replicados a<br />

partir desse modelo de objeto<br />

Agora, vamos supor que ele leva 0,4<br />

horas por tag para desenvolver o aplicativo<br />

usando um tradicional tagbased Sistema<br />

SCADA. Isso não inclui gráficos de processo<br />

ou de desenvolvimento CLP lógica<br />

de controle.<br />

19


supervisão<br />

Área de economia Explicação<br />

Economia de Desenvolvimentos iniciais<br />

relacionados a geração de aplicações<br />

Economia de Desenvolvimentos iniciais<br />

relacionados a alterações de aplicativos<br />

Economia de manutenção ao longo<br />

do Ciclo de Vida do Sistema<br />

Vamos estimar que leve duas horas para<br />

desenvolver um modelo de objeto da válvula<br />

e um adicional de 20% mais (ou 0,4 horas)<br />

por instância de objetos para customizar<br />

cada válvula individualmente na aplicação.<br />

Observe na tabela 3 o Exemplo de<br />

Dispositivo e a Estimação Individual.<br />

Vamos supor que nós estamos desenvolvendo<br />

uma aplicação de supervisão que<br />

tem, entre outras coisas, 27 válvulas de<br />

assento duplo, cada um com seis parâmetros<br />

de processo (I/O) que vai ser monitorado.<br />

Estes são pontos I/O do CLP que medem<br />

o desempenho desta válvula.<br />

Lembre-se que um modelo de objeto<br />

encapsula scripting, segurança, alarmes,<br />

eventos, história e configuração do dispositivo<br />

comunicações. Em um sistema baseado em<br />

tags, tudo isso precisa ser programado usando<br />

as tags de memória adicionais. Agora, vamos<br />

comparar o tempo total para desenvolver o<br />

aplicativo usando cada tipo de abordagem<br />

de desenvolvimento.<br />

Veja na tabela 4 o Esforço de desenvolvimento<br />

Inicial.<br />

Esta é uma economia impressionante<br />

e mesmo se você estimar a metade deste<br />

número, economizará 40% em custos de<br />

desenvolvimento.<br />

20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Isto representa a economia que resulta do tempo quando usuários desenvolvem aplicações definindo modelos de<br />

objetos uma vez e, em seguida, usando esses modelos várias vezes.<br />

Isso representa a economia de desenvolvimento obtida através da capacidade para propagar alterações a partir de<br />

modelos de objeto para todas as instâncias em tempos de execução derivados desses modelos. Quando múltiplas<br />

alterações são solicitadas para aplicação durante o desenvolvimento, a economia pode realmente ser maior.<br />

Utilizando um sistema de distribuição, reduz significativamente os custos de manutenção através da capacidade<br />

de monitorar remotamente, alterar e implementar o software para todos os computadores com IHM em rede . Isto<br />

é especialmente importante para redes geograficamente distribuídas, pois os usuários podem economizar tempo e<br />

dinheiro, eliminando a necessidade de viajar para cada local para manutenção ou upgrades.<br />

Economia em todos os sites Estas economias resultam de reutilizar os modelos e aplicações criados para este projeto em outros projetos. As<br />

empresas usam isso para conduzir os padrões em seus projetos. Isto é particularmente benéfico para integradores<br />

de sistemas, revendedores de valor agregado (VARs), equipamentos originais fabricantes (OEMs), fabricantes de<br />

máquinas e operadores de instalações.<br />

T2. Clasificação das economias por área.<br />

Tipo do Dispositivo Número de Instâncias I/O por instância<br />

Double seat valve 27 6<br />

T3. Aplicação de supervisão com 27 válvulas com 6 parâmetros.<br />

Tradicional IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia<br />

162 tags*0,4 h por tag = 64,8 h (2 h * 1 Modelo de Objeto) + (27 Instâncias<br />

de válvulas * 0,4 h por instância) = 12,8 h<br />

T4. Comparação entre os tempos totais (Tag x SCADA baseado em objeto).<br />

52 h ou 80%<br />

Tradicional, IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia<br />

64,8 h * 10% mudança = 6,48 h 2 h / modelo de objetos * 10% mudança = 0,2 h 6,28 h ou 96%<br />

T5. A mesma comparação entre os tempos totais, agora com mudança de 10% da aplicação.<br />

Agora, o que acontece se uma mudança<br />

é necessária e afeta 10% da aplicação?<br />

Usando-se desenvolvimento baseado em<br />

tag é razoável assumir que 10% do esforço<br />

gasto no desenvolvimento inicial seria necessário<br />

para efetuar as alterações. No entanto,<br />

usando-se desenvolvimento baseado em objeto,<br />

tal como o Wonderware ArchestrA System<br />

Platform, o esforço de mudança 10% apenas<br />

necessita ser aplicado no modelo do objeto -<br />

por causa da relação pai-filho entre objetos e<br />

componentes. Nesta situação, as economias<br />

adicionais podem ser calculadas assim:<br />

Veja na tabela 5 o Esforço na alteração<br />

da aplicação.<br />

Desenvolvimento baseado<br />

em objetos é o Futuro<br />

Arquiteturas baseadas em Objeto podem<br />

proporcionar grandes vantagens no<br />

desenvolvimento e manutenção de sistemas<br />

SCADA e de supervisão.<br />

Ao avaliar arquiteturas é importante<br />

avaliar os seguintes aspectos técnicos considerados,<br />

incluindo:<br />

• A ferramenta de desenvolvimento<br />

fornece um modelo realista de equipamentos<br />

da fábrica e áreas de produção,<br />

processos e linhas de produção?<br />

• Pode a segurança de rede ser facilmente<br />

integrada na aplicação, incluindo a<br />

configuração de segurança centralizada?<br />

• Será que oferecem conectividade<br />

de dispositivos flexíveis e de custo/<br />

ferramentas eficazes para fazer a<br />

interface com todos os dispositivos<br />

de campo na planta?<br />

• Ela fornece utilitários de diagnóstico<br />

centralizados?<br />

• Pode o ambiente de desenvolvimento<br />

permitir escalabilidade da aplicação<br />

de um único nó para muitos nós<br />

sem precisar refazer toda a aplicação?<br />

• Aplicações IHM podem ser remotamente<br />

implantadas em computadores<br />

através da rede?<br />

• A ferramenta de desenvolvimento<br />

fornece um espaço unificado que<br />

facilita a navegação de tags do PLC<br />

em rede, tanto em tempo de execução<br />

como em off-line de desenvolvimento?<br />

• É possível fazer download de dados<br />

distribuídos em vários computadores?<br />

• O sistema fornece redundância rentável<br />

usando a tecnologia de virtualização<br />

comercial “off the shelf”?<br />

• O subsistema de alarme é distribuído?<br />

• O arquivamento histórico definido<br />

durante o desenvolvimento ou HMI<br />

é uma ferramenta separada?<br />

Um sistema SCADA moderno deve ser<br />

capaz de oferecer todos os itens acima. MA<br />

Steven D. Garbrecht é vice-presidente<br />

de Software e Marketing de aplicações<br />

avançadas, Invensys Operations Management<br />

- Lake Forest/CA - USA<br />

Thomaz Oliveira, Technical Sales Consultant<br />

Wonderware, Invensys Operations<br />

Management - São Paulo/SP - Brasil


conectividade<br />

Profibus<br />

Instalação Avançada<br />

Parte 2<br />

Veremos nesta segunda parte o aterramento da Rede<br />

Profibus, e também abordaremos algumas vantagens<br />

da RS485-IS<br />

saiba mais<br />

Miminizando Ruídos em Instalações<br />

PROFIBUS<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 46<br />

Utilização Eficiente de Canaletas<br />

Metálicas para a Prevenção de<br />

Problemas de Compatibilidade<br />

Eletromagnética em Instalações<br />

Elétricas - Ricardo L. Araújo,<br />

Leonardo M. Ardjomand, Artur R.<br />

Araújo e Danilo Martins, 2008. www.<br />

emfield.com.br<br />

Manuais:<br />

Manual Inversor WEG<br />

Manual Inversor Drive Siemens<br />

Manual Smar Profibus<br />

Artigos técnicos – César Cassiolato<br />

www.smar.com/brasil2/<br />

artigostecnicos/<br />

Site do fabricante:<br />

www.smar.com.br<br />

Interferência Eletromagnética<br />

em Redes de Computadores.<br />

José Mauricio Santos Pinheiro:<br />

www.projetoderedes.com.br/<br />

artigos/artigo_interferencias_<br />

eletromagneticas.php<br />

N<br />

22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

César Cassiolato<br />

o campo é muito comum se ter problemas<br />

devidos à EMC (Emissão Eletromagnética)<br />

e à diferença de potencial de terra, e estes<br />

geram inconvenientes intermitências na<br />

comunicação que, normalmente, não são<br />

fáceis de se detectar.<br />

Quando se tem o sinal de comunicação<br />

PROFIBUS-DP e o cabeamento distribuído<br />

entre as diversas áreas, o recomendado é<br />

equalizar o terra conforme mostra a figura<br />

1. Com isto, elimina-se a possível diferença<br />

de potencial entre o aterramento da área<br />

01 e o sinal DP, assim como a diferença de<br />

potencial entre o aterramento da área 02.<br />

O que é terra equipotencial?<br />

A condição ideal de aterramento para uma<br />

planta e suas instalações é quando se obtém<br />

o mesmo potencial em qualquer ponto. Isso<br />

pode ser conseguido com a interligação de<br />

todos os sistemas de aterramento da mesma<br />

através de um condutor de equalização de<br />

potencial. Essa condição é chamada na<br />

literatura técnica de “terra equipotencial”.<br />

Assim, para qualquer pessoa dentro das<br />

edificações, mesmo se houver um aumento<br />

das tensões presentes não haverá o risco<br />

de choque elétrico, uma vez que todos os<br />

elementos estarão com o mesmo potencial<br />

de terra.<br />

Existem algumas regras que devem ser<br />

seguidas em termos do cabeamento e separação<br />

entre outros cabos, quer sejam de sinais<br />

ou de potência. Deve-se preferencialmente<br />

utilizar bandejamentos ou calhas metálicas,<br />

observando as distâncias conforme indica<br />

a tabela 3 da primeira parte desta série de<br />

artigos, na <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58.<br />

Nunca se deve passar o cabo Profibus-<br />

-PA ao lado de linhas de alta potência, pois<br />

a indução é uma fonte de ruído e pode afetar<br />

o sinal de comunicação.<br />

Quando se fala em shield e aterramento,<br />

na prática existem outras maneiras de tratar<br />

este assunto, onde há muitas controvérsias,<br />

como por exemplo, o aterramento do shield<br />

pode ser feito em cada estação através do<br />

conector 9-pin sub D, onde a carcaça do<br />

conector dá contato com o shield neste ponto<br />

e ao conectar na estação é aterrado. Este caso,<br />

porém, deve ser analisado pontualmente e<br />

verificado em cada ponto a graduação de<br />

potencial dos terras e se necessário, equalizar<br />

estes pontos. Do ponto de vista funcional,<br />

o propósito da blindagem dos cabos é criar<br />

uma zona equipotencial de acoplamento<br />

capacitivo ao redor do cabo. Mas isso só<br />

é verdadeiro se a blindagem for conectada<br />

ao referencial de terra equipotencial. Nesta<br />

condição, a recomendação é que ambas<br />

as extremidades da blindagem dos cabos<br />

sejam aterradas.<br />

Porém, se a condição de terra equipotencial<br />

não for garantida é recomendado<br />

aterrar apenas uma das extremidades da<br />

blindagem, preferencialmente no lado do


sistema. Caso contrário, se a blindagem<br />

for conectada em ambas extremidades sem<br />

equalização do terra, haverá a circulação de<br />

uma corrente parasita pela blindagem que<br />

pode provocar problemas funcionais, além<br />

de perigo potencial de choques elétricos na<br />

extremidade não blindada. Desta forma,<br />

recomenda-se o uso de cabo blindado com<br />

isolação extra na blindagem para evitar<br />

choques elétricos acidentais por contato.<br />

O sistema de linha equipotencial é usado<br />

para nivelar o potencial de terra em diferentes<br />

locais da planta de forma que nenhuma<br />

corrente circule sobre a blindagem do cabo:<br />

• Use cabos de cobre ou fitas de aterramento<br />

galvanizadas para a linha<br />

equipotencial no sistema e entre<br />

componentes do sistema,<br />

• Conecte a linha equipotencial ao<br />

terminal de aterramento ou à barra<br />

com uma área de superfície ampla,<br />

• Conecte todas as conexões de terra<br />

e de blindagem (se existirem) do<br />

instrumento ao sistema de linha<br />

equipotencial,<br />

• Conecte a superfície de montagem<br />

(por exemplo, o painel do gabinete<br />

ou trilhos de montagem) ao sistema<br />

de linha equipotencial,<br />

• Sempre que possível, conecte o sistema<br />

de linha equipotencial das redes<br />

ao sistema de linha equipotencial<br />

do prédio,<br />

• Se as partes são pintadas, remova a<br />

tinta do ponto de conexão antes de<br />

conectá-lo,<br />

• Proteja o ponto de conexão contra<br />

corrosão depois da montagem, por<br />

exemplo, com tinta de zinco ou verniz,<br />

• Proteja a linha equipotencial contra<br />

corrosão. Uma opção é pintar os<br />

pontos de contato,<br />

• Use parafuso de segurança ou conexões<br />

de terminal para todas as conexões<br />

de terra e superfície. Use arruelas de<br />

pressão para evitar que as conexões<br />

fiquem frouxas por causa de vibração<br />

ou movimento,<br />

• Use terminais nos cabos flexíveis<br />

da linha equipotencial. As extremidades<br />

do cabo não devem nunca ser<br />

estanhadas (não é mais permitido)!<br />

• Faça o roteamento da linha equipotencial<br />

o mais perto possível do cabo,<br />

• Conecte as partes individuais de<br />

bandejas de cabos metálicas umas<br />

às outras. Use anéis de acoplamento<br />

(bonding links) especiais ou jumpers<br />

específicos. Certifique-se que os<br />

anéis de acoplamento são feitos do<br />

mesmo material que as bandejas de<br />

cabos. Os fabricantes das bandejas<br />

de cabos podem fornecer os anéis de<br />

acoplamento apropriados,<br />

• Sempre que possível, conecte as<br />

bandejas de cabos feitas de metal ao<br />

sistema de linha equipotencial,<br />

• Use anéis de acoplamento flexíveis<br />

(flexible bonding links) para expansão<br />

das juntas. Esses anéis de acoplamento<br />

são fornecidos pelos fabricantes de<br />

cabos.<br />

Para conexões entre prédios diferentes<br />

ou entre partes de prédios, a rota da linha<br />

equipotencial deve ser traçada paralela ao<br />

cabo. Mantenha as seguintes seções transversais<br />

mínimas, de acordo com a IEC<br />

60364-5-54:<br />

• Cobre: 6 mm²<br />

• Alumínio: 16 mm²<br />

• Aço: 50 mm²<br />

Em áreas perigosas deve-se sempre<br />

fazer o uso das recomendações dos órgãos<br />

certificadores e das técnicas de instalação<br />

exigidas pela classificação das áreas. Um<br />

sistema intrinsecamente seguro deve possuir<br />

componentes que devem ser aterrados<br />

e outros que não. O aterramento tem a<br />

função de evitar o aparecimento de tensões<br />

consideradas inseguras na área classificada.<br />

Na área classificada evita-se o aterramento<br />

de componentes intrinsecamente seguros, a<br />

menos que o mesmo seja necessário para fins<br />

funcionais, quando se emprega a isolação<br />

galvânica. A normalização estabelece uma<br />

isolação mínima de 500 Vca. A resistência<br />

entre o terminal de aterramento e o terra do<br />

sistema deve ser inferior a 1 Ω. No Brasil,<br />

a NBR-5418 regulamenta a instalação em<br />

atmosferas potencialmente explosivas.<br />

Quanto ao aterramento, recomenda-<br />

-se agrupar circuitos e equipamentos com<br />

características semelhantes de ruído em<br />

distribuição em série e unir estes pontos em<br />

uma referência paralela. Recomenda aterrar<br />

as calhas e bandejamentos.<br />

Um erro comum é o uso de terra de<br />

proteção como terra de sinal. Vale lembrar<br />

que este terra é muito ruidoso e pode<br />

apresentar alta impedância. É interessante<br />

o uso de malhas de aterramento, pois<br />

apresentam baixa impedância. Condutores<br />

conectividade<br />

F1. Sistema de aterramento com diferentes<br />

áreas em PROFIBUS-DP.<br />

F2. Terminador RS485-IS.<br />

comuns com altas frequências apresentam<br />

a desvantagem de terem alta impedância.<br />

Os loops de correntes devem ser evitados.<br />

O sistema de aterramento deve ser visto<br />

como um circuito que favorece o fluxo de<br />

corrente sob a menor impedância possível.<br />

O valor de terra recomendado é que seja<br />

menor do que 10 Ω.<br />

RS485–IS<br />

Existia grande demanda entre usuários<br />

para apoiar o uso da RS485 com suas rápidas<br />

taxas de transmissão em áreas intrinsecamente<br />

seguras. O PNO encarou esta tarefa e<br />

desenvolveu uma diretriz para a configuração<br />

de soluções RS485 intrinsecamente seguras<br />

com capacidade de troca de dados simples<br />

de dispositivos.<br />

A especificação dos detalhes da interface,<br />

os níveis para corrente e tensão que<br />

precisam ser aderidos para todas as estações<br />

devem assegurar um funcionamento seguro<br />

durante a operação.<br />

Um circuito elétrico permite correntes<br />

máximas em um nível de tensão específico.<br />

Quando conectar fontes ativas, a soma<br />

das correntes de todas as estações não pode<br />

exceder a corrente máxima permitida. Uma<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

23


conectividade<br />

Parameter Description Value Remark<br />

Bus System<br />

Maximum input voltage UI [V] +- 4.2<br />

Maximum input current I [A] 4.8<br />

Maximum inductance to resistance ratio L’ / R’ [mH / W] 15 For the whole operation temperature range of the bus system<br />

Number of devices NTN ≤32<br />

Communication Device<br />

Maximum output voltage UO [V] +- 4.2<br />

Maximum output current IU [mA] 149 Total current from wires A, B and supply for bus termination<br />

Maximum input voltage UI [V] ≥+- 4.2<br />

Maximum internal inductance LI [H] 0<br />

Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety<br />

External active bus termination<br />

Maximum output voltage UO [V] +- 4.2<br />

Maximum output current IO [mA] 16<br />

Maximum input voltage UI [V] ≥ +- 4.2<br />

Maximum internal inductance LI [H] 0<br />

Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety<br />

T1. Valores Limitantes RS485-IS.<br />

Parameter Description (1) Value (2) Remark<br />

Communication device<br />

1. Minimum idle level UODidle [V] 0.50 Only relevant for devices with an integrated or a<br />

connectable bus termination<br />

2. Transmission level on the bus connection (peak-to-peak) UODss [V] ≥2.7 For the worst-case bus configuration and maximum<br />

load on the<br />

3. Positive and negative transmission level on the<br />

bus connection<br />

24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

UODhigh [V] > 1.5 For the worst-case bus configuration and maximum<br />

load on the transmitter (see Section 2.6)<br />

UODlow [V] < -1.1<br />

4. Signal level on the receiver input UlDhigh [V] ≥ 0.8 For the worst-case bus configuration (see Section 2.6)<br />

UlDlow [V] < - 0.4<br />

5. Data transmission rate Kbits/s 9.6; 19.2; 45.45; 93.75;<br />

187.5; 500; 1500<br />

A field device can be design with limited data<br />

transmission rate<br />

6. Input impedance (receiver) RIN [kW] > 12 For a device supplied or not supplied<br />

CIN [pF] ≤ 40<br />

LIN ~ 0<br />

7. Supply voltage RS 485 driver and bus termination<br />

T2. Valores Elétricos RS485-IS.<br />

UO [V] 3.3 +- 5%<br />

Parameter Cable type A Limiting safety values<br />

Surge impedance (W) 135... 165 at a frequency of 3... 20 MHz Not relevant<br />

Working capacitance (nF / km) ≤ 30 Not relevant<br />

Wire diameter > 0.64 > 0.1 single wire for a fine-stranded conductor (1)<br />

T3. Cabo padrão RS485-IS e os limites de taxa de comunicação.<br />

> 0.35 (2)<br />

Core cross-sectional area (mm)2 > 0.34 > 0.0962 (2)<br />

Loop resistance (W / km) ≤110 Not relavant<br />

L / R ≤ 15 ≤ 15 for the lowest ambient temperature (3)<br />

Data transmission rate (kBit / s) ≤ 93.75 187.5 500 1500<br />

Max. segment length (m) 1200 1000 400 200<br />

1) In accordance with the installation rules in EN 60079-14. The wire ends of fine-stranded conductors must be<br />

protected against separation of the strands, e.g. by means of cable lugs or core end sleeves.<br />

2) This minimum value applies for a maximum ambient temperature of 40º C and the temperature class T6 for a total<br />

current in the field bus cable of max. 4.8 A . According to EN 50020 / 5.<br />

3) Cable type A fulfils this requirement for a ambient temperature above -40º C.


inovação do conceito RS485–IS é que, em<br />

contraste ao modelo FISCO que tem somente<br />

uma fonte intrinsecamente segura, todas as<br />

estações representam agora fontes ativas.<br />

Vejamos algumas características:<br />

Áreas perigosas (Ex i):<br />

• RS485-IS: cada estação representa<br />

fontes ativas;<br />

• Tensão de saída máxima (Uo) = 4,2 V<br />

• L/R < 15 µH/Ω (Cabo);<br />

• Σ Io = 4,8 A;<br />

• Devices, Couplers, Links, Terminadores<br />

devem atender à classificação<br />

• A máxima corrente de um device<br />

DP-IS: 4,2V/32 = 0,149 A;<br />

• A corrente restante de 32 mA é reservada<br />

para os 2 BTs ativos;<br />

• A resistência limitante da corrente<br />

vale: 4,2/0,149 = 28,3 Ω;<br />

• Máximo baud rate: 1,5 MHz.<br />

Valores Limitantes e elétricos<br />

Veja as tabelas 1 e 2.<br />

A figura 2 detalha a terminação para<br />

a RS485-IS.<br />

A figura 3 mostra detalhes das possibilidades<br />

de topologia da RS485-IS.<br />

A tabela 3 mostra o tipo de cabo padrão<br />

e os limites de taxa de comunicação.<br />

Para detalhes de shield e aterramento, veja<br />

a figura 4.<br />

Em resumo, o que devemos verificar em<br />

termos de RS485-IS:<br />

• Verifique nos manuais de cada dispositivo,<br />

se estão de acordo com<br />

PTB-Mitteilungen/1/;<br />

• Verifique se todos os dispositivos<br />

estão de acordo com os guias do<br />

PNO(Certificado, etc.);<br />

• Verifique que o cabo utilizado está<br />

de acordo com as especificações do<br />

cabo tipo A (IEC 61158/IEC61784<br />

/3/) (L’ , C’ and R’);<br />

• Verifique se o cabo atende as regulações<br />

à prova de explosão (EN 50014 /19/,<br />

EN 50020 /5/ e EN 60079-14 /7/)<br />

em termos de instalação, diâmetro<br />

mínimo do condutor, etc.<br />

• Verifique se a máxima corrente de<br />

cada device DP-IS é


conectividade<br />

F4. Shield e Aterramento no RS485-IS.<br />

absorver o excesso de tensão e consequentemente<br />

será danificado ou poderá responder<br />

inadequadamente à comunicação.<br />

Mesmo em situações em que o potencial<br />

de tensão não atinja níveis suficientes para<br />

causar danos nos equipamentos, o loop de<br />

terra pode ser prejudicial para as transmissões<br />

de dados, gerando erros, devido às oscilações<br />

causadas. Este tipo de intermitência é<br />

comum em instalações e muito complicado<br />

de ser diagnosticado.<br />

Para evitar os efeitos de loop de terra,<br />

pode-se utilizar isoladores ópticos (repetidores)<br />

ou links de fibra óptica nas linhas de<br />

dados mais longas. Manter todos os pontos<br />

de terra vinculados por cabos independentes,<br />

garantindo a equipotencialidade dos mesmos.<br />

Aterramento e inversores<br />

Os requisitos de aterramento dependem<br />

do tipo de inversor. Inversores com terra<br />

verdadeiro (TE) devem necessariamente ter<br />

uma barra de potencial de 0 V separado do<br />

barra de terra de proteção (PE). Tem-se duas<br />

possibilidades: conectar os barramentos em<br />

um único ponto no gabinete da sala elétrica<br />

ou levar separadamente estas barras até a<br />

malha de terra. Vale sempre consultar os<br />

manuais dos fabricantes e suas recomendações.<br />

Layout e Painéis de automação e<br />

elétricos<br />

Não aproximar o cabo da rede Profibus<br />

com os cabos de alimentação e saída dos<br />

inversores, evitando-se assim, a corrente de<br />

modo comum. Sempre que possível limitar o<br />

tamanho dos cabos, evitando comprimentos<br />

longos e ainda, as conexões devem ser as<br />

26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

menores possíveis. Cabos longos e paralelos<br />

atuam como um grande capacitor.<br />

A boa prática de layout em painéis<br />

permite que a corrente de ruído flua entre<br />

os dutos de saída e de entrada ficando<br />

fora da rota dos sinais de comunicação e<br />

controladores:<br />

• Todas as partes metálicas do armário/<br />

gabinete devem estar eletricamente<br />

conectadas com a maior área de<br />

contato. Deve-se utilizar braçadeira<br />

e aterrar as malhas(shield) dos cabos;<br />

• Cabos de controle, comando e de<br />

potência devem estar fisicamente<br />

separados (> 30 cm). Sempre que<br />

possível, utilizar placas de separação<br />

e aterradas;<br />

• Contatores, solenoides e outros dispositivos<br />

e acessórios eletromagnéticos<br />

devem ser instalados com dispositivos<br />

supressores, tais como: snubbers (RCs,<br />

os snubbers podem amortecer oscilações,<br />

controlar a taxa de variação<br />

da tensão e/ou corrente, e grampear<br />

sobretensões), diodos ou varistores;<br />

• Cabos de controle e comandos devem<br />

estar sempre em um mesmo nível e<br />

de um mesmo lado;<br />

• Evitar comprimentos de fiação desnecessários,<br />

assim diminuem-se as<br />

capacitâncias e indutâncias de acoplamento;<br />

• Se utilizada uma fonte auxiliar 24<br />

Vcc para o drive, esta deve ser de<br />

aplicação exclusiva ao inversor local.<br />

Não alimente outros dispositivos DP<br />

com a fonte que alimenta o inversor.<br />

O inversor e os equipamentos de<br />

automação não devem ser conectados<br />

diretamente em uma mesma fonte;<br />

• Recomenda-se o uso de filtro RFI e<br />

que sempre se conecte o filtro RFI<br />

o mais próximo possível da fonte<br />

de ruído;<br />

• Nunca misture cabos de entrada e<br />

de saída;<br />

• Todos os motores acionados por<br />

inversores devem ser alimentados<br />

com cabos blindados aterrados nas<br />

duas extremidades;<br />

• Um reator de linha deve ser instalado<br />

entre o filtro RFI e o drive;<br />

• Sempre que possível utilizar trafo<br />

isolador para a alimentação do sistema<br />

de automação.<br />

Os reatores de linha constituem um meio<br />

simples e barato para aumentar a impedância<br />

da fonte de uma carga isolada (como um<br />

comando de frequência variável, no caso dos<br />

inversores). Os reatores são conectados em<br />

série à carga geradora de harmônicas e ao<br />

aumentar a impedância da fonte, a magnitude<br />

da distorção harmônica pode ser reduzida<br />

para a carga na qual o reator é adicionado.<br />

Aqui se recomenda consultar o manual do<br />

inversor e verificar suas recomendações.<br />

O ideal é ter um indutor de entrada<br />

incorporado e filtro RFI/EMC para funcionar<br />

como uma proteção a mais para o<br />

equipamento e como um filtro de harmônicas<br />

para a rede elétrica, onde o mesmo<br />

encontra-se ligado.<br />

A principal função do filtro RFI de<br />

entrada é reduzir as emissões conduzidas<br />

por radiofrequência às principais linhas de<br />

distribuição e aos fios-terra. O Filtro RFI<br />

de entrada é conectado entre a linha de<br />

alimentação CA de entrada e os terminais<br />

de entrada do inversor. Deve-se consultar<br />

o manual do fabricante do inversor e seguir<br />

os detalhes recomendados:<br />

• Os cabos do motor devem estar separados<br />

dos cabos da rede. Instalar o<br />

inversor e seus acionamentos auxiliares<br />

como relés e contatores em gabinetes<br />

independentes de outros dispositivos,<br />

não misturando cabos de sinais com<br />

cabos de controle/comando, principalmente<br />

de controladores e mestre<br />

Profibus-DP;<br />

• Para atender as exigências de proteção<br />

de EMI todos os cabos externos<br />

devem ser blindados, exceto os cabos<br />

de alimentação da rede. A malha de


lindagem deve ser contínua e não<br />

pode ser interrompida;<br />

• Separe em zonas diferentes os sinais<br />

de entrada de potência, controle/comandos,<br />

saída de potência, etc. Utilize<br />

blindagem entre as diferentes zonas;<br />

• Certifique-se de que cabos de diferentes<br />

zonas estão roteados em dutos<br />

separados;<br />

• Certifique-se de que os cabos se<br />

cruzam em ângulos retos a fim de<br />

minimizar acoplamentos;<br />

• Use cabos que possuam valores de<br />

impedância de transferência os mais<br />

baixos possíveis;<br />

• Nos cabos de controle recomenda-se,<br />

instalar um pequeno capacitor (100<br />

nF a 220 nF) entre a blindagem e o<br />

terra para evitar circuito AC de retorno<br />

ao terra. Esse capacitor atuará como<br />

um supressor de interferência. Mas<br />

a orientação é sempre consultar os<br />

manuais dos fabricantes dos inversores.<br />

Atenuando ruído<br />

Escolher inversores com toroides ou<br />

adicionar toroides (Common mode choke) na<br />

saída do inversor. A orientação é verificar o<br />

manual do fabricante e suas recomendações:<br />

• Utilizar cabo isolado e shieldado (4<br />

vias) entre o inversor e o motor e<br />

entre o sistema de alimentação até<br />

o inversor;<br />

• Tentar trabalhar com a frequência de<br />

chaveamento, a mais baixa possível.<br />

A orientação é verificar o manual<br />

do fabricante e suas recomendações;<br />

• Conecte a blindagem em cada extremidade<br />

ao ponto de aterramento do<br />

inversor e à carcaça do motor;<br />

• Sempre aterre a carcaça do motor.<br />

Faça o aterramento do motor no<br />

painel onde o inversor está instalado<br />

ou no próprio inversor;<br />

• Inversores geram correntes de fuga<br />

e nestes casos, de acordo com os<br />

fabricantes, pode-se introduzir um<br />

reator de linha na saída do inversor;<br />

• Ondas refletidas: se a impedância do<br />

cabo utilizado não estiver casada com<br />

a do motor acontecerá reflexões. Vale<br />

lembrar que o cabo entre o inversor e<br />

o motor apresenta uma impedância<br />

para os pulso de saída do inversor (a<br />

chamada Surge Impedance). Nestes<br />

casos também se recomenda reatores.<br />

F5. Blindagem em baixa e alta frequência & aterramento em um e dois pontos.<br />

A orientação é verificar o manual do<br />

fabricante e suas recomendações;<br />

• Cabos especiais: outro detalhe importante<br />

e que ajuda a minimizar os<br />

efeitos dos ruídos eletromagnéticos<br />

gerados em instalações com inversores<br />

e motores AC é o uso de cabos<br />

especiais que evitam o efeito corona<br />

de descargas que podem deteriorar a<br />

rigidez dielétrica da isolação, permitindo<br />

a presença de ondas estacionárias<br />

e a transferência de ruídos para a<br />

malha de terras. Outra característica<br />

construtiva de alguns cabos é a dupla<br />

blindagem que é mais eficiente na<br />

proteção à EMI;<br />

• Em termos da rede DP, distanciá-la<br />

do inversor, onde os sinais vão para<br />

os motores e colocar repetidores<br />

isolando as áreas. O ideal é usar<br />

conectores com indutores de 110 nH<br />

em série com os sinais A e B, onde a<br />

taxa de comunicação for maior que<br />

1,5 Mbit/s. Estes indutores ajudam<br />

a evitar em cabos com menos de 1m<br />

entre estações DPs o efeito reflexivo<br />

proporcionado pelas capacitâncias<br />

internas dos equipamentos. Evite<br />

deixar conexões sem a proteção do<br />

cabo, os chamados stub-lines e que<br />

podem favorecer reflexões;<br />

• Deixar sempre mais de 1 m de cabo<br />

entre as estações DPs, para que não<br />

haja efeito capacitivo entre as estações<br />

e a impedância do cabo elimine este<br />

efeito;<br />

• Verificar se os inversores possuem<br />

capacitores de modo comum no Bar-<br />

conectividade<br />

ramento CC. Verificar as orientações<br />

dos manuais do fabricante;<br />

• Colocar repetidores isolando as áreas<br />

de inversores das demais áreas em<br />

uma rede Profibus.<br />

• Quando se tem OLM (Optical Link<br />

Module), verificar a topologia, pois<br />

a programação dos mesmos pode<br />

afetar a performance da rede gerando<br />

timeouts;<br />

• Um ponto muito importante e que<br />

pode gerar interferência pela mudança<br />

física do cabo Profibus DP é quando<br />

se dobra o cabo ou se tem curvatura<br />

além da permitida pelo fabricante,<br />

isto forma um splice. Isto é muito<br />

comum nas instalações. Verifique se<br />

existem curvaturas acentuadas no cabo<br />

PROFIBUS que ultrapassem o raio<br />

de curvatura mínimo recomendado<br />

pelo fabricante. Uma curva muito<br />

acentuada no cabo pode esmagá-<br />

-lo, mudando a sua impedância e<br />

facilitando a ocorrência de reflexões,<br />

especialmente em altas velocidades<br />

de transmissão.<br />

Para saber mais sobre acoplamentos<br />

Capacitivos e Indutivos, veja o artigo Dicas<br />

de blindagem e aterramento em Automação<br />

Industrial, na <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> nº 53.<br />

Uso de Cabos Blindados na<br />

minimização de ruídos<br />

Na questão da melhor eficiência de<br />

proteção a ruídos, a dupla blindagem (trança<br />

e folha) tem sido aplicada com melhora significativa<br />

na relação sinal/ruído e podemos<br />

comentar que:<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

27


conectividade<br />

• Com dupla proteção com certeza a<br />

eficiência é maior. Existem cabos até<br />

com mais de 3 proteções. Quanto<br />

mais fechada a malha, melhor é a<br />

proteção;<br />

• Pode utilizar de o shield (trança) e a<br />

folha de maneiras distintas, aplicando-<br />

-os para baixas e altas frequências.<br />

No caso das baixas frequências pode-se<br />

aterrar o cabo em apenas uma das extremidades<br />

e espera-se neste caso que nestas<br />

frequências a blindagem apresente o mesmo<br />

potencial. Com isto teríamos uma maior<br />

proteção em ruídos de baixas frequências.<br />

No caso das altas frequências, a blindagem<br />

apresentará alta suscetibilidade ao ruído e<br />

neste caso, recomenda-se que seja aterrada<br />

nas duas extremidades (aqui alguns cuidados<br />

devem ser tomados na prática por questões<br />

da equipotencialidade e mesmo segurança).<br />

Com esta alternativa da dupla proteção,<br />

protegeria a comunicação das baixas e altas<br />

frequências, sendo melhor na proteção a EMI.<br />

A eficácia da malha (trança) é geralmente<br />

mais eficaz em baixas frequências, enquanto<br />

que a folha é mais eficaz em frequências<br />

mais altas.<br />

Cabos com shield em espiral precisam<br />

ser avaliados, pois podem apresentar efeitos<br />

indutivos e serem ineficientes em altas<br />

frequências.<br />

Quando se tem o aterramento da malha<br />

em um só ponto (vide figura 5), a corrente<br />

não circulará pela malha e não cancelará<br />

campos magnéticos. Quando se aterra em<br />

dois pontos tem dois caminhos da corrente,<br />

um para baixas e outro para altas frequências.<br />

Vale ainda lembrar que:<br />

• Minimizar o comprimento do condutor<br />

que se estende fora da blindagem;<br />

• Garantir uma boa conexão do shield<br />

ao terra.<br />

Ocorre uma distribuição das correntes,<br />

em função das suas frequências, pois a corrente<br />

tende a seguir o caminho de menor<br />

impedância. Até alguns kHz: a reatância<br />

indutiva é desprezível e a corrente circulará<br />

pelo caminho de menor resistência.<br />

Acima de kHz: há predominância da<br />

reatância indutiva e com isto a corrente<br />

circulará pelo caminho de menor indutância.<br />

O caminho de menor impedância é<br />

aquele cujo percurso de retorno é próximo<br />

ao percurso de ida, por apresentar maior<br />

capacitância distribuída e menor indutância<br />

distribuída.<br />

28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Ao se aterrar o shield em dois pontos:<br />

• Não há proteção contra loops de terra;<br />

• Danos aos equipamentos ativos possivelmente<br />

significativos quando a<br />

diferença de potencial de terra entre<br />

ambos os extremos ultrapassar 1<br />

V(rms) (acima de 1 Vrms não é recomendado<br />

aterrar em dois pontos.<br />

Deve-se ter cuidado!);<br />

• A resistência elétrica do aterramento<br />

deve ser a mais baixa possível em<br />

ambos os extremos do segmento<br />

para minimizar os loops de terra,<br />

principalmente em baixas frequências;<br />

• Minimizar comprimento da ligação<br />

blindagem-referência, pois este<br />

excesso de comprimento funciona<br />

como uma bobina e pode facitar a<br />

susceptibilidade a ruídos;<br />

• A melhor solução para blindagem<br />

magnética é reduzir a área de loop.<br />

Utiliza-se um par trançado ou o<br />

retorno de corrente pela blindagem;<br />

• A efetividade da blindagem do cabo<br />

trançado aumenta com o número de<br />

voltas por cm.<br />

Em relação a inversores, que normalmente<br />

serão geradores de ruídos, um ponto<br />

importante é que a maioria dos inversores<br />

possui frequência de comutação que pode<br />

ir desde 1,0 kHz a 30 kHz. Além disso,<br />

alguns fabricantes de inversores comentam<br />

que atendem as normas CE, mas que em<br />

instalações envolvendo inversores deve-se:<br />

• Aterrar adequadamente e segundo<br />

os seus manuais (shield aterrado<br />

nos dois extremos e as carcaças de<br />

motores aterradas são recomendações<br />

de fabricantes);<br />

• Potência de saída, fiação de controle<br />

(E/S) e sinal devem ser de cabo blindado,<br />

trançado com cobertura igual<br />

ou superior a 75%, conduíte metálico<br />

ou atenuação equivalente;<br />

• Todos os cabos blindados devem<br />

ter sua terminação num conector<br />

blindado apropriado;<br />

• Os cabos de controle e sinais devem<br />

ficar afastados no mínimo 0,3 m fios<br />

de força/potência.<br />

Conclusão<br />

Vimos neste artigo vários detalhes importantes.<br />

Na próxima parte veremos mais<br />

detalhes de instalação. Vale a pena lembrar<br />

que o sucesso de toda rede de comunicação<br />

está intimamente ligada à qualidade das<br />

instalações. Sempre consulte as normas.<br />

A blindagem contra campos magnéticos<br />

não é tão eficiente quanto é contra campos<br />

elétricos. A blindagem só é eficiente<br />

quando estabelece um caminho de baixa<br />

impedância para o terra e, além disso, uma<br />

blindagem flutuante não protege contra<br />

interferências. A malha de blindagem deve<br />

ser conectada ao potencial de referência<br />

(terra) do circuito que está sendo blindado.<br />

Aterrar a blindagem em mais de um ponto<br />

pode ser problemático.<br />

Em baixas frequências, os pares trançados<br />

absorvem a maior parte dos efeitos da<br />

interferência eletromagnética. Já em altas<br />

frequências esses efeitos são absorvidos pela<br />

blindagem do cabo.<br />

Vale lembrar ainda que se um material<br />

não magnético envolve um condutor faz com<br />

que a corrente deste condutor retorne por<br />

um outro caminho de tal modo que a área<br />

definida pelo trajeto desta corrente é menor<br />

do que quando o condutor não é envolvido,<br />

então esta proteção será mais efetiva.<br />

Sempre que possível, conecte as bandejas<br />

de cabos ao sistema de linha equipotencial.<br />

O seu tempo de comissionamento, startup<br />

e seus resultados podem estar comprometidos<br />

com a qualidade dos serviços de instalações.<br />

Como cliente, contrate serviços de empresas<br />

que conheçam e dominam a tecnologia Profibus<br />

e que façam instalações profissionais e<br />

de acordo com o padrão Profibus. MA<br />

O conteúdo deste artigo foi elaborado<br />

cuidadosamente. Entretanto, erros não<br />

podem ser excluídos e assim nenhuma<br />

responsabilidade poderá ser atribuída ao<br />

autor. Sugestões de melhorias podem ser<br />

enviadas ao email cesarcass@smar.com.<br />

br. Este artigo não substitui os padrões<br />

IEC 61158 e IEC 61784 e nem os perfis<br />

e guias técnicos do PROFIBUS. Em caso<br />

de discrepância ou dúvida, os padrões IEC<br />

61158 e IEC 61784, perfis, guias técnicos e<br />

manuais de fabricantes prevalecem.<br />

César Cassiolato é Diretor de Marketing,<br />

Qualidade e Engenharia de Projetos e<br />

Serviços da Smar Equipamentos Ind. Ltda.,<br />

Diretor Técnico do Centro de Competência<br />

e Treinamento em Profibus e Engenheiro<br />

Certificado na Tecnologia Profibus e Instalações<br />

Profibus pela Universidade de Manchester.


instrumentação<br />

Manutenção e<br />

Calibração de<br />

Medidores<br />

de Vazão<br />

A medição de vazão é crítica para o seu processo industrial?<br />

Uma indicação errônea implica em perdas e<br />

qualidade do produto final? Como saberemos se o medidor<br />

precisa de manutenção? Estas e outras perguntas<br />

serão respondidas de forma clara e objetiva para facilitar<br />

nas rotinas operacionais e tomadas de decisões de<br />

engenheiros e técnicos de instrumentação e qualidade.<br />

saiba mais<br />

Uma nova tecnologia para medição<br />

de vazão<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 22<br />

Calibração de medidores de vazão<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 25<br />

Seleção de Medidores de Vazão<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 26<br />

Medição de Vazão: a 3ª Grandeza Mais<br />

Medida nos Processos Industriais<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 50<br />

30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Bruno Castellani<br />

M<br />

edidores de vazão são instrumentos que<br />

medem diretamente ou indiretamente a<br />

quantidade de fluido (volume ou massa)<br />

que passa por um determinado tempo. Os<br />

medidores de vazão são utilizados para medição<br />

de fluidos líquidos, pastosos e gasosos.<br />

Temos no mercado uma gama diversificada<br />

de medidores de vazão que utilizam<br />

diversos princípios de funcionamento, como<br />

os mostrados nas figuras 1.<br />

F1. Medidores Magnéticos, Medidores tipo Vortex, Coriolis, Turbina, Ultrassônico e placa de<br />

orifício por pressão diferencial.


F2. Medidor magnético em operação por 10 anos sem manutenção.<br />

Manutenção<br />

A correta medição dos medidores de<br />

vazão está diretamente ligada às condições<br />

de instalação, condições do processo e uma<br />

correta engenharia de aplicação. Qualquer<br />

desgaste, contaminação, incrustação, instalação<br />

incorreta e danos internos e externos,<br />

provocará erros de medição. De fato, os medidores<br />

de vazão, ao longo do uso, sofrerão<br />

desgastes, pois estão em contato direto com<br />

o fluido do processo, mas estes desgastes<br />

podem ser minimizados.<br />

Imaginem um medidor fabricado há<br />

10 anos que nunca foi retirado do processo<br />

para inspeção. Será que o desgaste, incrustação,<br />

etc, estão provocando algum erro de<br />

medição? (figura 2)<br />

Se partirmos para a análise a seguir, em<br />

qual medidor você confiaria para instalação<br />

em seu processo? (figuras 3 e 4)<br />

O comparativo mostra, com clareza,<br />

a condição em que o medidor estava em<br />

processo, medindo a vazão erroneamente.<br />

Após intervenção e constatação do<br />

problema, foi realizada a manutenção e<br />

calibração do medidor para garantir uma<br />

medição correta no mesmo ponto de aplicação.<br />

O grande diferencial para manter um<br />

medidor de vazão dentro das condições<br />

operacionais por vários anos consiste na<br />

realização das três ações básicas, abaixo:<br />

• Manutenção preventiva - inspeção<br />

periódica interna de incrustação e<br />

desgaste interno dos componentes,<br />

e realização de limpeza geral.<br />

• Manutenção preditiva - monitoramento<br />

e acompanhamento das medições<br />

de vazão para verificação de tendência<br />

de erro de medição (figura 5).<br />

F3. Medidor em operação.<br />

F5. Gráfico de tendência de erro x desgaste do medidor.<br />

instrumentação<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

31


instrumentação<br />

• Calibração - verificação do erro<br />

do medidor nas condições atuais, e<br />

possível ajuste do fator de calibração<br />

para o erro aceitável.<br />

Os medidores de vazão, na sua grande<br />

maioria, possuem um número de calibração,<br />

conhecido como Fator de Calibração<br />

(figura 6). Este número é encontrado após<br />

diversos testes e a realização da calibração<br />

de fábrica do medidor.<br />

O fator de calibração é a garantia de<br />

que o erro de medição esteja dentro do erro<br />

F4. Medidor após manutenção.<br />

F6. Exemplo de número ou fator de calibração.<br />

32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

admissível pelo fabricante, no momento<br />

da venda.<br />

A maneira mais confiável de sabermos<br />

qual erro de medição que o medidor apresenta,<br />

é através da realização de calibração em<br />

laboratório de vazão acreditado pelo Inmetro.<br />

A calibração é muito importante, pois<br />

além de calibrar, é possível calcular um novo<br />

Fator de Calibração e compensar o desgaste<br />

do medidor, retornando-o às condições de<br />

erro admissível estipulado pelo fabricante.<br />

Veja a tabela 1.<br />

Observando-se essa tabela, inicialmente<br />

o medidor com calibração de fábrica possuía<br />

o Fator de Calibração 1000 e um erro de<br />

medição de 0,5%. Este mesmo medidor em<br />

operação por certo tempo e depois enviado<br />

para calibração, apresentou um erro de<br />

medição de 1,2%, ou seja, o tempo de uso<br />

e o seu desgaste ocasionaram o aumento<br />

do erro.<br />

Após a recalibração e ajuste do fator<br />

de calibração, o medidor retornou ao erro<br />

admissível de fábrica. Figura 7.<br />

Calibração<br />

Comumente conhecida como aferição,<br />

esta nomenclatura foi substituída pelo termo<br />

Calibração, que significa a atividade de<br />

comparação de valores medidos e incertezas<br />

de medição entre um medidor-padrão e o<br />

medidor a ser calibrado.<br />

De acordo com o Vocabulário Internacional<br />

de Metrologia, o termo Calibração<br />

significa: “Operação que estabelece, sob<br />

condições especificadas, numa primeira<br />

etapa, a relação entre os valores e as incertezas<br />

de medição, fornecidos pelos padrões<br />

e as indicações correspondentes com as<br />

incertezas associadas”.<br />

Ou seja, comparando um medidor-padrão<br />

e o medidor a ser calibrado, obtém-se um<br />

erro de indicação, visualizado através da<br />

emissão de um certificado de calibração.<br />

Na tabela 2, temos a explicação simplificada<br />

da relação entre erro e correção,<br />

baseada na comparação entre instrumentos<br />

de Teste e Padrão.<br />

E = Teste - Padrão<br />

e<br />

C = Padrão - Teste<br />

onde:<br />

E= Erro;<br />

C= Correção<br />

onde:<br />

E1= Erro referente o mesmo ponto;<br />

E2 = Erro referente ao fundo de escala


Sistema de calibração<br />

de vazão – Líquidos<br />

O sistema de calibração de vazão (figura 8)<br />

consiste, basicamente, de cinco componentes:<br />

• Reservatório de água- armazena a<br />

água para ser utilizada na calibração<br />

de vazão.<br />

• Bomba- gera a vazão para realizar a<br />

calibração.<br />

• Medidor padrão- medidor de referência<br />

de vazão, tanque volumétrico<br />

e balança.<br />

• Medidor a ser calibrado- medidor<br />

que será comparado com o padrão<br />

para encontrar o erro.<br />

• Válvula de controle- regula a vazão,<br />

conforme os pontos de calibração.<br />

Com o medidor de teste instalado na<br />

mesma linha que o medidor-padrão, é<br />

acionada a bomba para gerar vazão.<br />

Após certo tempo de estabilidade e ajuste<br />

da válvula de controle no ponto de vazão<br />

desejada, é realizada a coleta de no mínimo<br />

três amostras para executar a comparação.<br />

Este procedimento é repetido de acordo<br />

com a quantidade de pontos desejados para<br />

calibração.<br />

Finalizado as coletas, as informações são<br />

analisadas e validadas através da emissão de<br />

certificado de calibração.<br />

Conclusão<br />

Para um aumento da vida útil dos medidores<br />

de vazão e a garantia da confiabilidade<br />

na medição do processo, é necessário uma<br />

forte atuação em manutenção preventiva,<br />

preditiva e suportada pela confiança metrológica,<br />

atrelada a Laboratórios de Vazão<br />

confiáveis, idôneos e acreditados pelo Inmetro.<br />

Desta forma, manteremos a confiança<br />

no ponto de medição, histórico de manutenção<br />

do medidor e erros apresentados<br />

pelo medidor.<br />

MA<br />

Bruno Castellani é Coordenador de Serviços<br />

- Laboratório de Vazão na Emerson Process<br />

Management<br />

instrumentação<br />

Medidor Novo Medidor em Operação Medidor em Operação Recalibrado<br />

Fator de calibração* 1000 1000 Novo Fator - 1012<br />

Erro de medição 0,50% 1,20% 0,50%<br />

T1. Comparativo de fator de calibração.<br />

Medidor Teste Medidor Padrão E = erro E1% E2% C = correção<br />

100 99 1 1,01 1 -1<br />

74 75 -1 -1,3 -1 1<br />

50 51,5 -1,5 -2,9 -1,5 1,5<br />

T2. Tabela de erro Padrão x Teste.<br />

F7. Laboratório de calibração Emerson acreditado pelo Inmetro.<br />

F8. Sistema de calibração de vazão de líquidos - Emerson.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

33


ferramentas<br />

Gerenciamento de<br />

Ativos e Autodiagnose:<br />

Tecnologia para facilitar a vida do<br />

usuário, reduzir custos operacionais<br />

e de manutenção, além de contribuir<br />

para a melhoria contínua de processos<br />

industriais autossustentáveis<br />

Neste artigo faremos uma abordagem do impacto dessas tecnologias<br />

de manutenção e controle de plantas industriais, visando a obtenção<br />

de processos de manufatura mais autossustentáveis.<br />

saiba mais<br />

Gerenciamento de energia elétrica<br />

para redução de demanda<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 33<br />

Gerenciamento de ativos na<br />

manutenção<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />

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empresa lucrar mais<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 29<br />

Ações para melhorar a<br />

disponibilidade dos equipamentos e<br />

reduzir custos de manutenção<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 13<br />

N<br />

34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Nos últimos anos temos acompanhado que<br />

os mercados de instrumentação e automação<br />

vêm demandando equipamentos de campo<br />

(transmissores de pressão e temperatura,<br />

conversores, posicionadores, atuadores,<br />

etc.) com alta performance, confiabilidade,<br />

disponibilidade, recursividade, etc, com a<br />

intenção de minimizar consumos, reduzir a<br />

variabilidade dos processos, proporcionar a<br />

redução de custos operacionais e de manutenção,<br />

assim como garantir a otimização e<br />

melhoria contínua dos processos. Isso resulta<br />

em fortes aliados, na busca por indústrias<br />

mais autossustentáveis.<br />

Por outro lado, os microprocessadores<br />

estão se tornando mais poderosos e mais<br />

baratos e, os fornecedores na instrumentação<br />

vêm respondendo às demandas dos usuários<br />

por mais e melhores informações em seus<br />

processos. Quanto mais informação, melhor<br />

uma planta pode ser operada e sendo assim,<br />

mais produtos pode gerar e mais lucrativa<br />

pode ser. A informação digital permite<br />

que uma sistema colete informações dos<br />

mais diversos tipos e finalidades de uma<br />

planta, como ninguém jamais imaginou e<br />

César Cassiolato<br />

Leandro Henrique Batista Torres<br />

neste sentido, com o advento da tecnologia<br />

Filedbus(HART, Profibus, Foundation<br />

Fieldbus), pode-se transformar preciosos<br />

bits e bytes em um relacionamento lucrativo<br />

e obter também um ganho qualitativo do<br />

sistema como um todo.<br />

A tecnologia Fieldbus é rica no fornecimento<br />

de informação, não somente<br />

pertinente ao processo, mas em especial<br />

dos equipamentos de campo. Desta forma,<br />

condições de autodiagnoses podem poupar<br />

custos operacionais e de manutenção, principalmente<br />

em áreas classificadas (perigosas)<br />

ou mesmo em áreas de difícil acesso. Da<br />

própria sala de controle pode-se ter uma<br />

visão geral do sistema e ainda com ferramentas<br />

baseadas em Internet, a qualquer<br />

hora e de qualquer lugar. Através de um<br />

gerenciamento destas informações vindas<br />

do campo, pode-se selecionar convenientemente<br />

os dados para se atingir os objetivos<br />

de produção, direcionando as informações<br />

às pessoas e/ou departamentos corretos e<br />

agindo de maneira a melhorar os processos.<br />

É claro que em termos automação<br />

industrial sustentável, a escolha correta de


tecnologias de controle e manutenção de<br />

plantas por si só, já é base para traçar ações<br />

iniciais eficazes em busca de processos mais<br />

sustentáveis. Entre outras ações podemos<br />

destacar aquelas que são complementares<br />

e tão ou mais importantes quanto:<br />

• Implantação de tecnologias colaborativas.<br />

• Estabelecimento de governança para<br />

alinhamento interno.<br />

• Conscientização de visão holística -<br />

recursos, fabricação e vendas.<br />

• Identificação de fatores impactantes<br />

chaves – ambiental, social, etc.<br />

• Alinhamento de estratégias externas.<br />

• Criação de um plano de ações.<br />

• Acompanhamento através de parâmetros<br />

e métricas de processos.<br />

Basicamente existem quatro grandes<br />

grupos de profissionais em uma planta que<br />

precisam ter acesso à informação, diretamente<br />

relacionados ao processo de produção, sendo<br />

que cada grupo vê o processo conforme sua<br />

perspectiva:<br />

• Manutenção: sempre estão preocupados<br />

com o processo no sentido de<br />

como está trabalhando o processo<br />

produtivo e se é necessária manutenção<br />

em algum equipamento;<br />

• Produção: preocupados com o rendimento,<br />

matéria-prima e os estoques.<br />

• Controle de qualidade: preocupados<br />

com a qualidade do que está sendo<br />

produzido e com a percentagem de<br />

produtos rejeitados;<br />

• Gerenciamento: sempre atentos à<br />

demanda do mercado e procurando<br />

maximizar as margens de lucro via<br />

processos produtivos e atualmente,<br />

guiados por premissas de criação de<br />

processos sustentáveis.<br />

Exemplifica-se a seguir, equipamentos<br />

de campo e o que eles têm a colaborar com<br />

esta nova perspectiva operacional no gerenciamento<br />

de informações de uma planta,<br />

com a disponibilidade de autodiagnoses,<br />

facilitando a operação e manutenção e<br />

muito mais.w<br />

Adequando-se ao novo cenário<br />

<strong>Atual</strong>mente, 60% das manutenções<br />

efetuadas têm caráter corretivo, 33% caráter<br />

preventivo, 6% caráter preditivo e somente<br />

1%, caráter proativo. E ainda, em mais de<br />

60% das idas ao campo não se consegue<br />

detectar problemas nos equipamentos. Porém,<br />

F1. Tela de diagnósticos de um Posicionador de Válvulas.<br />

atualmente este cenário vem se alterando<br />

graças à utilização de autodiagnoses nos<br />

equipamentos de campo combinadas com<br />

as ferramentas de gerenciamento (Asset Managment).<br />

A tendência é que a percentagem<br />

de manutenção preditiva e proativa tenha<br />

um aumento significativo nos próximos<br />

anos e que as idas ao campo só sejam feitas<br />

na real necessidade.<br />

Uma vez que se tem a disponibilidade<br />

de recursos de diagnósticos e ferramentas<br />

adequadas, é de extrema importância que o<br />

usuário crie a cultura de administrar estas<br />

informações, começando pela coleta de informações<br />

durante a fase de comissionamento<br />

dos equipamentos e startup dos processos,<br />

onde criará sua base de dados de referência<br />

que deve ser comparada periodicamente com<br />

os dados correntes. Neste processo inicial,<br />

por exemplo, é que se busca otimizar as<br />

sintonias das malhas de acordo com a otimização<br />

dos processos. Aqui se encaixam os<br />

gráficos e trends. Através do monitoramento<br />

on-line dos diagnósticos, o usuário poderá<br />

detectar facilmente a condição de status dos<br />

equipamentos de campo.<br />

Independentemente das ferramentas, os<br />

equipamentos executam análises de suas condições<br />

de operação e determinam potenciais<br />

de condições de falhas, disponibilizando<br />

sempre estas informações aos usuários. É<br />

claro que o uso destes recursos dos equipamentos<br />

combinados com a comunicação<br />

digital em protocolo aberto e softwares<br />

de gerenciamento (Asset Management)<br />

permite ao usuário diagnósticos remotos<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

que extrapolam as gerações de alarmes e<br />

permitem a manutenção preventiva, preditiva<br />

e proativa. Tudo isto contribuindo para a<br />

diminuição de paradas não programadas e<br />

aumentando sensivelmente a confiabilidade<br />

e disponibilidade da planta.<br />

O objetivo é tornar a manutenção<br />

mais fácil, mais prática e menos custosa,<br />

garantindo a funcionalidade operacional<br />

e contínua dos equipamentos em um nível<br />

de desempenho aceitável no controle<br />

de processo , minimizando os esforços e<br />

adaptando o sistema para uma expansão<br />

operacional confiável e segura. Vale lembrar<br />

ainda que muitos dos problemas e questões<br />

de performance, às vezes, estão relacionados<br />

às péssimas condições de instalação e critérios<br />

de manutenção, que com certeza merecem<br />

um outro foco e artigo dedicado.<br />

Autodiagnósticos<br />

Normalmente, os recursos de diagnósticos<br />

estão associados ao hardware<br />

dos equipamentos e ao tratamento pelos<br />

softwares que gerenciam as informações<br />

disponibilizando-as ao usuário.<br />

O objetivo principal para o usuário é a<br />

redução do tempo de parada quando esta for<br />

exigida em uma condição extrema de falha ou<br />

antecipadamente prever o melhor momento<br />

da mesma, causando o menor impacto ao<br />

processo e a um custo efetivo interessante.<br />

Em outras palavras, é com o recurso de<br />

diagnoses que os equipamentos vão ajudar<br />

o usuário a isolar as fontes de problemas.<br />

Veja a figura 1.<br />

35


ferramentas<br />

F2. Recursos de autodiagnósticos do Posicionador.<br />

36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Observa-se nesta figura, onde se destaca<br />

a indicação de violação do número de<br />

reversões de um posicionador, o que pode<br />

caracterizar uma má sintonia de malha, por<br />

exemplo. Além disso, uma má sintonia de<br />

malha implica em movimentar desnecessariamente<br />

uma válvula, facilitando o seu<br />

desgaste, aumentando o consumo de ar e<br />

a variabilidade do processo. Aqui já temos<br />

um claro indício de que com um simples<br />

autodiagnóstico no posicionador poderíamos<br />

maximizar o tempo entre manutenções, além<br />

de termos uma economia com o consumo de<br />

ar e consumo de insumos pela minimização<br />

da variabilidade do processo. É o sistema<br />

de manutenção monitorando a análise de<br />

autodiagnose do posicionador, avisando<br />

automaticamente ao usuário quando fazer a<br />

manutenção em determinado equipamento<br />

ou que algo no processo não está adequado.<br />

Autodiagnósticos em<br />

Posicionadores<br />

Veremos a seguir, na figura 2, os recursos<br />

de autodiagnose disponíveis em um posicionador<br />

fieldbus desenvolvido com tecnologia<br />

aberta. Existem alguns parâmetros no bloco<br />

transdutor do posicionador que podem ser<br />

usados na manutenção preditiva e proativa.<br />

Alguns deles podem ser lidos on-line<br />

enquanto outros parâmetros exigem que o<br />

processo pare, ou que o controle da planta<br />

esteja configurado como manual. É possível<br />

detectar degradações no desempenho<br />

comparando-se os parâmetros atuais com<br />

os valores padrões e, então, agendar uma<br />

manutenção preditiva e proativa.<br />

Valve Totals<br />

• STROKES: indica o número de vezes<br />

que a válvula abre e fecha totalmente.<br />

É o indício de que os batentes precisam<br />

de reparos.<br />

• REVERSALS: indica o número de<br />

vezes que a válvula muda de direção<br />

de acordo com o movimento. O<br />

número de reversos é incrementado<br />

quando a válvula muda de direção<br />

e o número de movimentos excede a<br />

zona morta. Já vimos anteriormente<br />

sua importância.<br />

• TRAVEL (hodômetro): indica o<br />

número equivalente de deslocamentos<br />

totais. O hodômetro é incrementado<br />

quando o número de mudanças<br />

excede o valor da zona morta. É


usado para indicar que o diafragma<br />

precisa ser substituído e o atuador/<br />

válvula revisados.<br />

Valve Performance<br />

• CLOSING TIME: indica o tempo<br />

(em segundos) que a válvula leva para<br />

ir de totalmente aberta a totalmente<br />

fechada.<br />

• OPENING TIME: indica o tempo<br />

(em segundos) que a válvula leva para<br />

ir de totalmente fechada a totalmente<br />

aberta.<br />

Estes tempos são usados para indicar um<br />

problema com o atuador ou posicionador,<br />

rompimento do diafragma e problemas com<br />

o sistema de ar, assim como agarramentos<br />

e stress mecânicos.<br />

Temperature<br />

• HIGHEST TEMPERATURE: indica<br />

o maior valor da temperatura<br />

medida pelo sensor de temperatura<br />

do posicionador.<br />

• LOWEST TEMPERATURE: indica<br />

o menor valor da temperatura<br />

medida pelo sensor de temperatura<br />

do posicionador.<br />

• TEMPERATURE: indica o valor da<br />

temperatura medida pelo sensor de<br />

temperatura do posicionador.<br />

Estes parâmetros poupam que o equipamento<br />

trabalhe fora dos limites industriais,<br />

alertando o usuário.<br />

Advanced Status<br />

Indica o estado do diagnóstico contínuo,<br />

incluindo as condições do módulo<br />

mecânico:<br />

• REVERSAL LIMIT EXCEEDED:<br />

este alarme indica o limite de reversos<br />

configurado.<br />

• TRAVEL LIMIT EXCEEDED: este<br />

alarme indica o limite do hodômetro<br />

configurado.<br />

• DEVIATION LIMIT EXCEEDED:<br />

este alarme indica o limite do desvio<br />

configurado.<br />

• MODULE PARAMETERS NOT<br />

INITIALIZED, alarme automático:<br />

parâmetros do módulo mecânico não<br />

foram inicializados.<br />

• MODULE NOT CONNECTED<br />

TO THE CIRCUIT, alarme automático:<br />

módulo mecânico não está<br />

conectado ao circuito eletrônico.<br />

• TEMPERATURE OUT OF RAN-<br />

GE, alarme automático: temperatura<br />

fora da faixa operacional.<br />

• SLOW VALVE MOVEMENT OR<br />

LOW AIR SUPPLY, alarme automático:<br />

movimento lento de válvula, ou<br />

baixa pressão da fonte de ar.<br />

• MAGNET NOT DETECTED,<br />

alarme automático: o ímã não foi<br />

detectado.<br />

• BASE NOT TRIMMED, alarme<br />

automático: a base não está ajustada.<br />

O campo em destaque indica a condição<br />

atual do diagnóstico.<br />

Sensor Pressure<br />

• SENSOR PRESSURE IN: indica a<br />

leitura do sensor de pressão da entrada.<br />

• SENSOR PRESSURE OUT1: indica<br />

a leitura do sensor de pressão<br />

da saída 1.<br />

• SENSOR PRESSURE OUT2: indica<br />

a leitura do sensor de pressão<br />

da saída 2.<br />

Sensor Pressure Status<br />

• SENSOR PRESSURE STATUS:<br />

indica o estado do sensor de pressão<br />

da entrada.<br />

Com os sensores de pressão podemos<br />

analisar as condições de posicionamento<br />

versus pressão de ar, criando condições de<br />

identificação de agarramentos, stress e desgastes,<br />

determinando antecipadamente uma<br />

parada não programada para manutenção do<br />

conjunto válvula/atuador ou sistema de ar.<br />

Status<br />

Mostra o diagnóstico contínuo do estado<br />

do equipamento, incluindo a condição do<br />

bloco funcional, do módulo eletrônico e<br />

do módulo mecânico. Todos os alarmes<br />

são automáticos, ou seja, o equipamento<br />

irá notificar o usuário mesmo que o alarme<br />

não tenha sido configurado.<br />

• BLOCK CONFIGURATION ER-<br />

ROR: indica erro nos componentes de<br />

hardware e software associados ao bloco.<br />

• LINK CONFIGURATION ERROR:<br />

indica erro na configuração do link.<br />

• SIMULATE ACTIVE: indica que<br />

o equipamento está no modo de<br />

simulação.<br />

• LOCAL OVERRIDE: indica que<br />

o equipamento está sendo operado<br />

manualmente.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

• DEVICE FAULT STATE SET:<br />

indica que o equipamento está em<br />

condição de falha.<br />

• DEVICE NEEDS MAINTE-<br />

NANCE SOON: o diagnóstico<br />

interno da configuração do<br />

usuário ou a avaliação interna<br />

do equipamento detectou que o<br />

equipamento precisará de manutenção<br />

em breve.<br />

• INPUT FAILURE/PROCESS VA-<br />

RIABLE HAS BAD STATUS: a<br />

condição da variável de processo é<br />

BAD.<br />

• OUTPUT FAILURE: indica uma<br />

falha na saída que pode ter sido<br />

causada pelo módulo eletrônico ou<br />

mecânico.<br />

• MEMORY FAILURE: indica uma<br />

falha eletrônica, dependendo do<br />

processo de avaliação interna. Por<br />

exemplo, um checksum errado foi<br />

detectado na memória principal.<br />

• LOST STATIC DATA: indica que<br />

o equipamento perdeu dados da<br />

memória flash ou EEPROM.<br />

• LOST NV DATA: indica que o<br />

equipamento perdeu dados da memória<br />

RAM.<br />

• READBACK CHECK FAILED:<br />

indica uma discrepância na leitura<br />

do valor de retorno, isto é, entre o<br />

setpoint e a posição real da válvula.<br />

Pode ter sido causada por uma falha<br />

de hardware ou mesmo de emperramento,<br />

ou falta de ar no atuador ou<br />

posicionador.<br />

• DEVICE NEEDS MAINTENAN-<br />

CE NOW: o diagnóstico interno<br />

da configuração do usuário ou a<br />

avaliação interna do equipamento<br />

detectou que o equipamento precisa<br />

de manutenção.<br />

• POWER UP: indica que o equipamento<br />

finalizou o procedimento<br />

inicial de operação.<br />

• OUT-OF-SERVICE: indica que o<br />

bloco funcional está fora de serviço.<br />

• GENERAL ERROR: um erro ocorreu<br />

e não pode ser classificado como um<br />

dos erros abaixo.<br />

• CALIBRATION ERROR: um erro<br />

ocorreu durante a calibração do equipamento,<br />

ou um erro de calibração<br />

foi detectado durante a operação do<br />

equipamento.<br />

37


ferramentas<br />

F3. Assinatura da válvula.<br />

F4. Desvio da Válvula.<br />

38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

• CONFIGURATION ERROR: um<br />

erro ocorreu durante a configuração<br />

do equipamento, ou um erro de<br />

configuração foi detectado durante<br />

a operação do equipamento.<br />

• ELECTRONIC FAILURE: um<br />

componente eletrônico falhou.<br />

• MECHANICAL FAILURE: um<br />

componente mecânico falhou.<br />

• I/O FAILURE: uma falha de E/S<br />

ocorreu.<br />

• DATA INTEGRITY ERROR: indica<br />

que dados armazenados no sistema<br />

podem não ser mais válidos porque a<br />

somatória dos dados feita na memória<br />

RAM falhou ao ser comparada com<br />

os dados da memória não volátil.<br />

• SOFTWARE ERROR: o software<br />

detectou um erro que pode ter sido<br />

causado por um desvio para uma<br />

rotina errada, uma interrupção, um<br />

ponteiro perdido, etc.<br />

• ALGORITHM ERROR: o algoritmo<br />

usado no bloco transdutor gerou<br />

um erro. Por exemplo, pode ter sido<br />

causado por excesso de dados.<br />

Note que alguns diagnósticos são úteis<br />

também para os fabricantes dos equipamentos<br />

como uma maneira de identificar<br />

itens com maior incidência de falhas e, com<br />

isto, pode-se continuamente melhorar a<br />

qualidade de componentes utilizados e a<br />

confiabilidade dos equipamentos. Note ainda<br />

pela figura 3 que vários recursos gráficos<br />

ficam facilitados pelos autodiagnósticos,<br />

como por exemplo a assinatura da válvula.<br />

Este gráfico mostra o comportamento da<br />

posição em relação a pressão de saída. O<br />

usuário pode analisar o comportamento de<br />

resposta da válvula de acordo com a pressão<br />

do ar. Por exemplo, ele pode salvar o gráfico<br />

durante a instalação ou o comissionamento<br />

e, depois, comparar o gráfico atual com o<br />

que foi salvo anteriormente.<br />

É possível verificar se será preciso mais<br />

pressão para alcançar a mesma posição, e<br />

neste caso pode significar que existe um<br />

emperramento ou desgaste da válvula.<br />

Figura 4.<br />

Manutenção em<br />

Posicionadores e Válvulas<br />

O estado dos posicionadores e das<br />

válvulas deve ser periodicamente acompanhado<br />

através dos diagnósticos, visando<br />

a manutenção preditiva e proativa. Este


acompanhamento periódico promove a<br />

redução dos custos de manutenção, uma<br />

vez que a manutenção passa a focalizar<br />

somente os equipamentos que realmente<br />

necessitam de manutenção, possibilitando<br />

um melhor planejamento e menor tempo de<br />

parada para a planta (downtime). Entende-<br />

-se por melhor planejamento, atividades<br />

relacionadas com a aquisição de peças<br />

de reposição, uma vez que em casos não<br />

incomuns, podem chegar a um prazo de<br />

entrega de dezenas de meses.<br />

Com o processo configurado em manual<br />

ou off-line, é possível monitorar e testar o<br />

desempenho para avaliar a condição geral<br />

de operação dos posicionadores e válvulas.<br />

O serviço e a calibração dos posicionadores<br />

são executados com o objetivo de assegurar<br />

a precisão do controle e o melhor desempenho<br />

possível das válvulas.<br />

Estes procedimentos são executados<br />

normalmente durante as paradas do processo<br />

ou em modo Manual, não sendo<br />

necessário retirar as válvulas do processo.<br />

Os serviços recomendados pelo resultado<br />

das análises são relatados imediatamente<br />

após os testes, e todos os resultados podem<br />

ser arquivados na base de dados da<br />

manutenção. Por exemplo, através destas<br />

análises é possível concluir que uma válvula<br />

está emperrada ou que necessita de<br />

engraxamento.<br />

Com a análise dos testes, é possível<br />

criar uma referência de tempo entre as<br />

calibrações ou entre a manutenção dos<br />

posicionadores, dos atuadores e das válvulas.<br />

Nos posicionadores, os testes podem<br />

indicar a necessidade de ajuste de ganho,<br />

limpeza de restrições de ar, melhoria do<br />

sistema de ar e ajuste de sintonia.<br />

O critério de periodicidade e toda<br />

sistemática de análise são fundamentais<br />

nesta etapa de conhecimento das informações,<br />

para que a manutenção preditiva<br />

possa aproveitar todas as informações<br />

armazenadas.<br />

Após a calibração, é necessário checar<br />

a assinatura da válvula e avaliar a resposta<br />

dinâmica. Caso o resultado não seja satisfatório,<br />

será preciso analisar as condições<br />

válvula/atuador e atuador/ posicionador<br />

para obter a melhor parametrização. Se as<br />

válvulas de controle testadas continuam<br />

apresentando problemas no controle, o<br />

dimensionamento das válvulas também<br />

deverá ser analisado. O dimensionamento<br />

estará baseado nas condições mínimas,<br />

médias e extremas do processo. Esta etapa<br />

deve ser acompanhada por um engenheiro<br />

de aplicação ou um técnico especializado.<br />

A grande vantagem da tecnologia<br />

digital é o tratamento das informações<br />

qualitativas, não só dos valores de processo,<br />

aliado à monitoração on-line das condições<br />

de operação de válvulas de controle e à<br />

análise on-line de curvas de desempenho<br />

e desvios.<br />

A tecnologia de ponta utilizada no<br />

posicionador permite executar poderosos<br />

algoritmos de diagnósticos internamente<br />

e oferecer recursos poderosos na análise<br />

preditiva e proativa de problemas.<br />

O posicionador possui recursos de<br />

caracterização (tabelas; curvas QO (Quick<br />

Open) e EP (Equal Percentage), monitoração<br />

da pressão de entrada e saída,<br />

monitoração da temperatura, controle de<br />

milhagem, strokes, movimentos reversos,<br />

sinais de entrada, setpoint, desvios, etc. É<br />

possível realizar diagnósticos on-line com<br />

segurança, sem interromper o processo. É<br />

possível configurar os limites de milhagem<br />

(hodômetro), strokes, reversals e alertas em<br />

geral. Através destes recursos o usuário<br />

pode acompanhar qualquer tendência a<br />

defeitos , e evitar problemas no processo<br />

antecipadamente. As informações são coletadas<br />

e armazenadas em históricos para<br />

uma configuração específica, facilitando<br />

o planejamento e as ações de manutenção.<br />

F5. Vista Geral do Posicionador de Válvula.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

É recomendado realizar os gráficos antes<br />

e depois de uma manutenção, para registrar<br />

os estados do posicionador, da válvula e<br />

do atuador no banco de dados. A base de<br />

dados será estudada posteriormente para<br />

auxiliar na decisão do período de tempo<br />

necessário entre a realização de manutenções,<br />

espaçando ao máximo o intervalo de<br />

tempo entre duas manutenções seguidas<br />

e a parada do equipamento. Através dos<br />

diagnósticos, os responsáveis pela planta<br />

executam a manutenção proativa com<br />

base na informação em tempo real, antes<br />

mesmo que o problema aconteça, sem ter<br />

que esperar por uma parada programada,<br />

evitando e reduzindo o tempo ocioso da<br />

planta. A manutenção proativa no posicionador<br />

é realizada configurando-se alguns<br />

alarmes, por exemplo, Reversal, Deviation e<br />

Travel. Acompanhe nas figuras 5, 6, 7 e 8.<br />

Quais são os novos paradigmas<br />

para o gerenciamento de ativos?<br />

São os que tiram vantagens dos modernos<br />

recursos de rede e arquitetura de software,<br />

como interface OPC, Microsoft services,<br />

acesso via WEB, FDT/DTMs e onde estas<br />

ferramentas oferecem ao usuário ampla<br />

visibilidade da planta, a qualquer hora, em<br />

qualquer lugar, seja através de um PC, PDA<br />

ou telefone celular (WAP, SMS). Hoje é comum<br />

encontrarmos ferramentas no mercado<br />

que utilizam o próprio WEB Browser como<br />

plataforma para as interfaces gráficas com<br />

39


ferramentas<br />

F6. Notificação das manutenções necessárias.<br />

F7. Lista dos eventos de diagnósticos e ações recomendadas.<br />

40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

o usuário. Um exemplo é o AssetView, da<br />

Smar. Sendo um recurso nativo da maioria<br />

dos sistemas operacionais mais usados<br />

(Windows, Linux, Solaris, QNX etc), o uso<br />

de WEB Browsers simplifica o treinamento<br />

e manutenção do próprio sistema, além de<br />

eliminar a tradicional atualização dos clientes.<br />

É fundamental que o sistema utilize<br />

tecnologias abertas garantindo a interoperabilidade.<br />

Quais os benefícios do<br />

gerenciamento de ativos?<br />

Os benefícios são amplos, onde podemos<br />

citar:<br />

• Redução dos tempos de parada<br />

(downtime) e, consequentemente,<br />

redução de custos com a parada<br />

planejada.<br />

• A escolha do melhor momento de<br />

parada para uma manutenção.<br />

• A manutenção no equipamento<br />

que realmente tenha um problema.<br />

Hoje, mais de 60% das idas ao<br />

campo não indicam que realmente<br />

um equipamento tem problemas.<br />

Com o gerenciamento economiza-<br />

-se principalmente com as idas à<br />

áreas perigosas que, por sua vez,<br />

diminuem os custos financeiros e<br />

humanos envolvidos em atividades<br />

perigosas ou insalubres.<br />

• Melhoria nos processos industriais,<br />

garantindo-se o perfeito funcionamento<br />

e reduzindo-se a variabilidade<br />

dos processos com a consequente<br />

redução de matérias-primas, redução<br />

de custos e aumento da qualidade<br />

final dos produtos.<br />

• Criação da ferramenta-base para<br />

a implantação e manutenção de<br />

processos produtivos sustentáveis.<br />

Conclusão<br />

As pessoas já têm recebido a mensagem<br />

de que a sustentabilidade é importante. As<br />

agências regulamentadoras vêm fazendo<br />

o seu papel através de diretivas, padrões<br />

e outros mecanismos, que não devem ser<br />

relegados a um monte de papéis. Muito<br />

pelo contrário, a adoção dessas normas e<br />

padrões fortalecem a cadeia de valor de<br />

todo um setor industrial. O desafio atual<br />

é torná-la operacional e esse é o papel das<br />

empresas fornecedoras de tecnologia de<br />

automação.


Isso se evidencia através deste artigo,<br />

com o avanço dos equipamentos de<br />

campo aliado aos benefícios das tecnologias<br />

abertas no sentido de facilitar o<br />

dia a dia do usuário, disponibilizando<br />

informações que podem ser usadas<br />

para prognosticar falhas e problemas,<br />

além de proporcionar condições para<br />

redução de custos operacionais e de<br />

manutenção, assim como a redução de<br />

insumos com a otimização contínua dos<br />

processos e a redução da variabilidade<br />

dos mesmos. Os autodiagnósticos são<br />

os pontos-chave para a manutenção<br />

preditiva e proativa.<br />

É importante a adoção de soluções<br />

abertas como HART, Foundation Fieldbus<br />

e Profibus, onde os benefícios da tecnologia<br />

digital são decisivos e garantem condições<br />

de intercambiabilidade, interoperabilidade,<br />

integração com sistemas convencionais e<br />

futuras expansões, protegendo investimentos,<br />

criando sistemas com ciclo de<br />

vida maior. Em termos de ferramentas de<br />

gerenciamento, as baseadas em Internet<br />

são as mais indicadas, visto que garantem<br />

a informação a qualquer hora e em<br />

qualquer lugar, além de poder alimentar<br />

um banco de dados único, que permitirá<br />

a análise estatística das ocorrências no<br />

chão de fábrica.<br />

Um sistema de manutenção deve ter<br />

recursos que permitam ao usuário identificar<br />

ou prognosticar facilmente e rapidamente<br />

F8. Análise da distribuição de Ocorrências em Campo.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

qualquer mau funcionamento de sua planta.<br />

Neste sentido, deve ter tecnicamente facilidades<br />

de gerações de dados estatísticos,<br />

levantamento de históricos, gerações de<br />

relatórios, e permitir fácil acesso de qualquer<br />

lugar, mesmo fora da planta. MA<br />

41


ferramentas<br />

Modelos de<br />

engenharia<br />

utilizados em<br />

operações<br />

de plantas<br />

Veja como obter maior eficiência e segurança<br />

saiba mais<br />

1. Mullick, S. e V. Dhole, Consider<br />

integrated plant design and<br />

engineering, p. 81, Hydrocarbon<br />

Proc. (dez. 2007)<br />

2. Lofton, W. e L. Dansby, Adding<br />

value by integrating process<br />

engineering concepts and<br />

cost estimating, apresentado na<br />

AspenWorld 2002 Conference<br />

3. Wiesel, A. e A. Polt, Paradigm<br />

shifts in conceptual process<br />

optimization, AspenTech User<br />

Group Meeting, Frankfurt, Alemanha<br />

(abr. 2007)<br />

4. Donkers, M., Runaway reaction<br />

hazard assessment within Shell<br />

International Chemicals, disponível<br />

on-line em www.safetynet.de<br />

42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Rob Hockley e Ron Beck,<br />

Aspen Technology, Inc.<br />

5. Cox, R. et al., Can simulation<br />

technology enable a paradigm<br />

shift in process control? Modeling<br />

for the rest of us, p. 1.542,<br />

Computers & Chem. Eng. (set. 2006)<br />

6. Pres, R. e P. S. Peyrigain, Minimizing<br />

VDU heat exchanger fauling<br />

through application of rigorous<br />

modeling, apresentado no Aspen<br />

HTFS Annual User Group Meeting,<br />

Colônia, Alemanha (dez. 2006)<br />

7. Griffith, J. et al., Advances in frontend<br />

engineering workflow and<br />

integration, p. 32, Hydrocarbon Eng.<br />

(jan. 2008)<br />

O<br />

s Modelos de Engenharia podem desempenhar<br />

um papel significativo na melhoria<br />

da eficiência e da segurança da planta. A<br />

modularização de software, inovações na<br />

interface do usuário e potência de computação<br />

estão abrindo cada vez mais oportunidades<br />

de uso de modelos em operações.<br />

Este potencial crescente torna ainda mais<br />

crítica a reutilização dos mesmos modelos<br />

para resolver problemas diferentes em todo<br />

o ciclo de vida dos ativos e em diferentes<br />

níveis de granularidade em operações.<br />

Afinal de contas, uma simulação que prevê<br />

confiavelmente um aplicativo e uma situação<br />

específica torna-se muito mais valiosa<br />

se pode ser aplicada a todas as tarefas que<br />

requerem a modelagem desta unidade ou<br />

deste processo. Na verdade, a utilização<br />

mais ampla destes modelos promete ter um<br />

impacto profundo nos negócios. Em vista<br />

disso, descreveremos aqui as tendências atuais<br />

em reutilização dos modelos e os workflows<br />

(fluxos de trabalho) integrados resultantes.<br />

Em primeiro lugar, vamos apresentar o<br />

cenário resumindo os desafios de negócio<br />

que estão estimulando o uso da tecnologia<br />

de modelagem orientada ao ciclo de vida<br />

completo da planta:<br />

• A pressão da competição global<br />

impõe a necessidade de acelerar a<br />

engenharia, reduzir os custos de<br />

capital e otimizar as operações. Isso<br />

aumenta ainda mais o valor de se ter<br />

um conjunto comum de modelos que<br />

possa ser utilizado desde a síntese do<br />

processo até as operações da planta e<br />

a eliminação de gargalos.<br />

• Os custos crescentes de energia e o<br />

custo secundário das emissões de<br />

gases de efeito estufa exigem que<br />

os processos sejam redesenhados<br />

e otimizados. Modelos adequados<br />

para uso por grupos de projeto, de<br />

engenharia da planta, de compliance e<br />

operações são uma ferramenta-chave.<br />

• A escassez de engenheiros “veteranos”<br />

qualificados se estenderá à próxima<br />

década. A transferência eficaz<br />

de expertise em otimização para os<br />

“novatos” demanda modelos cada<br />

vez mais poderosos e fáceis de usar,<br />

capazes de capturar conhecimento e<br />

experiência organizacionais.<br />

Estes desafios pedem a adoção dos modelos<br />

comuns para resolver múltiplos problemas,<br />

a criação de modelos mais fáceis de usar e a


integração dos modelos com software para<br />

solucionar problemas de negócio de maior<br />

amplitude. As atuais ferramentas integradas<br />

de modelagem já abordam muitas dessas áreas<br />

e a tecnologia continua a evoluir.<br />

Principais Tendências<br />

em Modelagem<br />

O papel da modelagem de processos<br />

está evoluindo de duas maneiras distintas:<br />

1. No início, as ferramentas de modelagem<br />

foram desenvolvidas para resolver<br />

problemas específicos, tais como análise<br />

de energia, projeto de trocador de calor,<br />

análise dinâmica e estimativa de custo. Em<br />

seguida, a indústria começou a criar ligações<br />

entre essas ferramentas individuais para<br />

que pudessem compartilhar informações<br />

e dados. Então, com o desenvolvimento de<br />

modelos de dados de processos e ferramentas<br />

modularizadas, estas ligações evoluíram<br />

para um autêntico workflow integrado de<br />

simulação de processos (figura 1). Esta abordagem<br />

integrada traz benefícios em termos<br />

de tempo, custo e qualidade. (O workflow<br />

dinamizado também oferece vantagens para<br />

as empresas de engenharia, que enfrentam<br />

pressões crescentes para executar projetos<br />

eficazmente com menos engenheiros. [1] )<br />

2. Os modelos de processos desenvolvidos<br />

originalmente para Front-End Engineering<br />

Design (FEED), agora, são usados em operações<br />

na planta. Os operadores se apoiam<br />

cada vez mais em modelos para dar suporte<br />

a decisões operacionais, otimizar processos<br />

em tempo real e melhorar a precisão dos<br />

sistemas de planejamento.<br />

Vejamos alguns exemplos de como a<br />

modelagem integrada está agregando valor<br />

atualmente.<br />

Simulação/processo de trabalho em<br />

economia<br />

A integração de análise econômica com<br />

a atividade básica de desenvolvimento de<br />

processo gera benefícios consideráveis. Os<br />

engenheiros de processos não precisam esperar<br />

até que um pacote formal seja fornecido<br />

ao departamento de estimativa para que<br />

tenham a compreensão exata dos trade-offs<br />

econômicos entre projetos alternativos. Os<br />

custos do processo são calculados e otimizados<br />

simultaneamente ao desenvolvimento<br />

conceitual do processo, permitindo que os<br />

engenheiros entendam melhor o impacto<br />

econômico de suas decisões de projeto.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

F1. Os modelos de processos podem desempenhar um papel importante em todas as fases.<br />

A Fluor, que define esta integração como<br />

“desenho otimizado para custo”, cita uma<br />

série de benefícios [2] , entre eles capacidade<br />

de focar em trade-offs de tecnologia/custo<br />

antecipadamente, melhoria da qualidade<br />

das estimativas e maior conscientização do<br />

custo durante o desenho.<br />

A BASF calcula que economiza 10% a<br />

30% em custos de capital e até US$2 milhões/ano<br />

em energia com sua abordagem<br />

de desenho i-TCM (intelligent Total Cost<br />

Minimization - Minimização de Custo<br />

Total inteligente), que envolve a execução<br />

simultânea de simulação de processo, análise<br />

de custo e modelagem de equipamento [3] . O<br />

objetivo é otimizar a capacidade, reduzir os<br />

custos operacionais e desenvolver desenhos<br />

melhores para plantas novas ou reformuladas.<br />

Workflows de desenho/operabilidade<br />

O uso de modelos dinâmicos para análise<br />

de segurança e operabilidade é outro avanço<br />

ao mostrar se uma solução de simulação de<br />

desenho é estável em condições dinâmicas<br />

reais. A meta é usar os mesmos modelos de<br />

operações da unidade para análise tanto<br />

estacionária quanto dinâmica, evitando<br />

ter que desenvolver os modelos novamente.<br />

A Shell Chemicals adota esta abordagem<br />

para modelar sistemas de reator e de alívio<br />

de modo a garantir que os sistemas de segurança<br />

projetados possam conter quaisquer<br />

reações não controladas (runaway reactions).<br />

Esta utilização de modelagem dinâmica<br />

aumenta a segurança e a confiabilidade das<br />

operações e reduz custos operacionais por<br />

meio da otimização das operações normais [4] .<br />

Workflow de engenharia conceitual/<br />

básica/detalhada<br />

A engenharia básica integrada é mais uma<br />

área onde os workflows evoluíram. O balanço<br />

de calor e de materiais e os fluxogramas de<br />

estudos de simulações são inseridos diretamente<br />

no processo de engenharia básica, no<br />

qual diversas disciplinas definem o FEED<br />

e, em seguida, passam esta informação para<br />

o desenho detalhado.<br />

A Worley Parsons, ao unir simulação<br />

de processo, engenharia básica e desenho<br />

detalhado, obtém um aumento estimado de<br />

25% na eficiência de engenharia e redução<br />

de 50% no tempo de engenharia básica [5] .<br />

Migração de modelos de P&D/<br />

Engenharia para operações da planta<br />

Os modelos criados durante as fases de<br />

desenho e desenvolvimento de uma planta<br />

envolvem conhecimento e trabalho de engenharia<br />

substanciais. Os benefícios incluem<br />

aumento de produtividade da engenharia e<br />

redução de despesas de capital/custos do ciclo<br />

de vida da planta. A reutilização dos mesmos<br />

modelos no ambiente operacional da planta<br />

pode proporcionar ainda mais benefícios.<br />

Os modelos de processo adequados para<br />

uso em operações na planta abrangem desde<br />

a simulação de estado estacionário off-line<br />

até a eliminação de gargalos da análise e a<br />

otimização de performance de processos em<br />

tempo real em malha fechada. A tabela 1<br />

destaca os diferentes níveis de benefícios e o<br />

trabalho e o tempo de implantação. A figura<br />

2 mostra o workflow típico da transposição<br />

de modelos de desenho para operações.<br />

43


ferramentas<br />

Fazendo a Transição<br />

Os modelos de processo off-line representam<br />

o primeiro passo para a reutilização<br />

de modelos de desenho de uma forma mais<br />

automatizada ou conveniente. Pelo fato de<br />

serem usados em uma unidade operacional<br />

ou planta individual, têm topologia fixa e<br />

uma gama de condições de operação bem<br />

compreendida. Os modelos são utilizados<br />

para cálculos específicos, tais como:<br />

• orientar sobre parâmetros (set-points)<br />

operacionais para itens de equipamento<br />

individuais;<br />

• atingir um balanço de massas reconciliadas<br />

na planta;<br />

• determinar as propriedades do produto;<br />

• analisar o uso de energia;<br />

• comparar performance do desenho<br />

versus real;<br />

• responder a mudanças nas condições<br />

de mercado;<br />

• atender às especificações do produto; e<br />

• manter e aprimorar o conhecimento<br />

de processo.<br />

Mesmo que possam conectar-se com<br />

sistemas de dados em tempo real, os modelos<br />

off-line não são totalmente automatizados.<br />

As execuções normalmente são iniciadas<br />

por uma pessoa.<br />

Em geral, os modelos produzidos durante<br />

a fase de desenho requerem trabalho<br />

adicional para serem usados como modelos<br />

de processo off-line. Afinal, no âmbito do<br />

desenho, a simulação é criada e executada<br />

por um engenheiro experiente, que entende<br />

as restrições do modelo e faixa de condições<br />

válidas. Se houver dificuldades, como falha<br />

de convergência, o engenheiro de projeto<br />

está apto a superá-las.<br />

Para uso em operações, o modelo tem<br />

que ser ajustado às condições da planta e<br />

aos cálculos específicos que estão sendo<br />

executados. Por exemplo, a configuração<br />

da planta pode mudar de um dia para o<br />

outro, com diferentes grades de produtos<br />

sendo produzidas e unidades individuais<br />

ou controladoras sendo ligadas/desligadas.<br />

Os modelos de processos off-line precisam<br />

levar em conta estas especificidades.<br />

Além do mais, considerando-se que as<br />

simulações somente são válidas dentro de<br />

uma faixa limitada de condições operacionais,<br />

esta faixa deve ser rigorosamente entendida e<br />

imposta. Os modelos terão que ser robustos<br />

de modo a sempre convergir dentro de faixas<br />

operacionais válidas. As inserções em mode-<br />

44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

Uso de Modelos em Operações na Planta<br />

Tipo de Modelo Usado para Descrição<br />

Simulações de<br />

Diagnosticar e resolver pro- Usadas por engenheiros na planta “conforme a<br />

processos tradicionais blemas, eliminar gargalos,<br />

reformular processos.<br />

necessidade” para suportar operações na planta<br />

Modelos de processos Suportar decisões opera- Usados todo dia, toda semana ou sempre que for<br />

off-line<br />

cionais, orientar operações, preciso. Normalmente, têm interface de usuário<br />

reconciliar balanço de personalizada em Excel ou Visual Basic.<br />

massas na planta, calcular Podem referenciar a alguns dados em tempo real.<br />

propriedades de produto,<br />

treinar equipe de processo<br />

Iniciados por uma pessoa.<br />

Modelos em tempo real Calcular e orientar sobre Normalmente, usados em cada turno, todo dia<br />

em malha aberta<br />

condições operacionais Execução automática de modelos<br />

ideais da planta para Uma pessoa aceita ou rejeita qualquer orientação<br />

maximizar o desempenho<br />

financeiro<br />

operacional<br />

Modelos em tempo real O mesmo que para malha Interfaceiam diretamente com o sistema de controle<br />

em malha fechada aberta<br />

da planta e ajustam o processo automaticamente<br />

T1. Modelos em tempo real são mais capazes, porém torná-los robustos envolve mais trabalho.<br />

los (tanto manuais quanto provenientes de<br />

sistemas de dados em tempo real) também<br />

devem ser mantidas dentro dessas faixas. Por<br />

isso, em geral, os modelos são executados<br />

através de uma interface personalizada mais<br />

simples, como a baseada no Excel, em vez da<br />

interface de usuário normal de “engenharia”.<br />

O box “Principais Considerações” traz<br />

outras dicas práticas para migrar modelos<br />

do desenho às operações.<br />

Próximos Passos<br />

Caso um modelo de processo off-line<br />

venha a ser usado regularmente em operações,<br />

pode ser apropriado convertê-lo<br />

em um modelo em tempo real em malha<br />

aberta. A execução do modelo, então, pode<br />

ser automatizada para ocorrer, digamos, uma<br />

vez por turno, a cada N minutos ou quando<br />

acionada por um evento de processo. Tais<br />

modelos de malha aberta também podem<br />

gravar resultados de volta nos sistemas de<br />

dados em tempo real da planta. Os resultados<br />

do modelo, entretanto, são sempre avaliados<br />

por uma pessoa, que aceitará ou rejeitará<br />

quaisquer conselhos ou dados.<br />

Fazer com que estes modelos automatizados<br />

sejam ainda mais robustos, leiam<br />

mais dados em tempo real da planta e<br />

reconciliem dados da planta (por exemplo,<br />

fluxos de massa medidos dentro e fora de<br />

uma unidade que não fazem balanço) exige<br />

trabalho adicional.<br />

O nível final de modelagem em operações<br />

emprega modelos em tempo real<br />

em malha fechada, com seus resultados<br />

implementados de forma automatizada<br />

para otimizar os processos. Estes sistemas<br />

requerem esforço extra para se tornarem<br />

totalmente robustos e seguros, mas prometem<br />

benefícios ainda maiores, sobretudo onde os<br />

processos precisam responder a variabilidade<br />

previsível (por exemplo, em características<br />

de matéria-prima).<br />

As empresas químicas já estão usufruindo<br />

benefícios significativos em operações na<br />

planta com cada uma dessas abordagens [6] .<br />

A experiência relatada pela INEOS é muito<br />

instrutiva. A empresa utilizou uma abordagem<br />

de modelagem para otimizar o monitoramento<br />

e a limpeza do trocador de calor em suas unidades<br />

de destilação a vácuo, economizando<br />

mais de US$3 milhões por unidade ao ano [7] .<br />

Futuros Rumos<br />

Os desafios mais expressivos da engenharia<br />

integrada estão em duas frentes:<br />

• colaboração entre disciplinas; e<br />

• migração de rigorosos modelos analíticos<br />

para o ambiente operacional.<br />

O trabalho envolvido em criar modelos<br />

específicos para plantas e específicos para<br />

disciplinas, aliado à necessidade de ocultar<br />

a complexidade destes modelos das pessoas<br />

que executam funções específicas, trouxe<br />

inovações para as ferramentas de modelagem.<br />

Veja alguns destes desenvolvimentos-chave:<br />

Sistemas modularizados<br />

Os sistemas de modelagem de processos<br />

podem ser redesenhados para reutilização<br />

de forma modular durante todo o ciclo de<br />

vida de um ativo. Um exemplo é o banco de<br />

dados de propriedades físicas. A AspenTech<br />

agora oferece isso como um recurso reutilizável,<br />

um “componente padronizado” para<br />

uma série de diferentes aplicações baseadas<br />

em modelo. Isso garante flexibilidade e<br />

consistência máximas, independentemente<br />

da ferramenta de modelagem escolhida.


Os modelos de operações da unidade<br />

são outro exemplo. É possível modularizá-<br />

-los para que sejam utilizados por sistemas<br />

que abrangem desde simulação, engenharia<br />

básica, otimização e avaliação econômica<br />

até controle avançado de processo.<br />

Console do usuário e simplicidade<br />

Novos conceitos incorporam o workflow<br />

diretamente na interface do usuário,<br />

apresentando os modelos e as ferramentas<br />

analíticas adequadas para os usuários de<br />

acordo com sua função, a fase do projeto e<br />

sua posição no workflow.<br />

Modelos em engenharia<br />

Os modelos podem ser invocados de<br />

downstream no processo de desenho, incluindo<br />

desenho básico, partida e controle (sem<br />

loop de volta para o grupo de modelagem).<br />

A modelagem pode ser realizada na planta<br />

sem intervenção da engenharia de desenho.<br />

“Backbone” comum de dados de<br />

engenharia<br />

Um banco de dados do ciclo de vida<br />

incorpora modelos de operações da unidade,<br />

dados de processos, equipamento e<br />

instrumentação e informações de controle<br />

para facilitar a otimização do ciclo de vida.<br />

Usufrua Benefícios Reais<br />

Os modelos de engenharia de processos<br />

criados durante o desenho conceitual são<br />

cada vez mais aplicados downstream no<br />

processo de desenho e nas operações, graças<br />

aos avanços que tornam esses modelos<br />

analíticos utilizáveis por outras disciplinas<br />

e pela equipe de funcionários da planta. O<br />

resultado é uma economia mensurável de<br />

dinheiro, energia, tempo e pessoal.<br />

O futuro trabalho dos inovadores de<br />

software conduzirá à modularização dos<br />

modelos de operações da unidade e maior<br />

facilidade de uso e integração de processos<br />

de trabalho. Modelos rigorosos estão destinados<br />

a se tornarem ferramentas ainda<br />

mais valiosas e mais amplamente utilizadas<br />

na operação e na otimização de instalações<br />

de processos.<br />

MA<br />

ROB HOCKLEY é consultor sênior da Aspen<br />

Technology, Inc. em Warrington, Reino Unido.<br />

rob.hockley@aspentech.com<br />

RON BECK é gerente de marketing da Aspen<br />

Technologies em Burlington, Massachusetts<br />

ron.beck@aspentech.com<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

ferramentas<br />

F2. Os novos usos de modelos de desenho em operações requerem um workflow modificado.<br />

Principais Considerações<br />

Ao migrar os modelos de desenho<br />

para operações, preste especial<br />

atenção aos seguintes aspectos:<br />

• Número de componentes químicos.<br />

Os modelos de desenho<br />

talvez contenham mais do que um<br />

modelo de processo necessita.<br />

Um número menor de componentes<br />

irá acelerar as simulações.<br />

• A topologia do modelo está atualizada?<br />

A planta mudou desde<br />

que o modelo de desenho foi<br />

desenvolvido?<br />

• Quais são as faixas válidas para<br />

o modelo de processo? Em que<br />

taxa de rendimento (throughput)?<br />

• O modelo precisa dar conta de<br />

diferentes grades de produtos? Se<br />

assim for, talvez você necessite de<br />

modelos alternativos.<br />

• É preciso levar em conta mudanças<br />

na atividade catalítica?<br />

• Quais inputs em modelos podem<br />

ser corrigidos, quais serão feitos<br />

manualmente e quais virão de<br />

sistemas de dados em tempo real?<br />

Alguns modelos de equipamento<br />

podem requerer uma mudança<br />

de desenho para “classificação”<br />

(“rating”). Em desenho, por exemplo,<br />

o trocador de calor é especificado<br />

por condições de saída sem<br />

fluxo de utilidades incluído. Em<br />

classificação, ambos os lados do<br />

trocador de calor são incluídos e<br />

simulados com área e coeficiente<br />

de transferência de calor:<br />

• As eficiências da coluna de destilação<br />

talvez tenham que ser combinadas<br />

com dados da planta ou<br />

modelos de estágios de equilíbrio<br />

convertidos para modelos baseados<br />

em transferência de massa.<br />

• A planta ainda pode operar com<br />

algum equipamento desligado?<br />

Em caso afirmativo, o modelo<br />

terá que dar conta disso.<br />

• Quais são os principais resultados<br />

que o modelo deve calcular?<br />

• Quais itens de equipamento<br />

podem ser excluídos do modelo<br />

de desenho? Quais deles não são<br />

necessários para os cálculos on-<br />

-line específicos?<br />

• Algum item de equipamento adicional<br />

tem que ser incluído? Por<br />

exemplo, às vezes dutos longos,<br />

válvulas e bombas ficam fora dos<br />

modelos de desenho.<br />

• Até que ponto o modelo de<br />

desenho é robusto? Ele é capaz<br />

de lidar com as diferentes válvulas<br />

de entrada existentes no<br />

modelo da planta?<br />

45


automação<br />

Acionamento<br />

de Máquinas<br />

em Corrente<br />

Contínua<br />

Neste artigo trataremos das principais arquiteturas dos<br />

conversores CC, bem como dos quadrantes de operação<br />

e das equações fundamentais.<br />

Alexandre Capelli<br />

saiba mais<br />

Medição Contínua de Densidade<br />

e Concentração em Processos<br />

Industriais<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 44<br />

Gestão da Inovação na Automação<br />

Industrial<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 58<br />

Sensores na Automação Industrial<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 54<br />

A<br />

46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

credito que a primeira dúvida dos leitores,<br />

familiarizados com a eletrônica da Automação<br />

Industrial, ao se depararem com o<br />

título desta matéria será “Acionamentos de<br />

Máquinas CC! Eles já não estão obsoletos?”<br />

De fato, a partir do início da década de<br />

1990 o uso de acionamentos em corrente<br />

contínua (também chamados de conversores<br />

de corrente contínua) vem caindo vertiginosamente.<br />

Hoje, com o desenvolvimento<br />

dos inversores de frequência em corrente<br />

alternada do tipo vetorial, podemos dizer<br />

que a aplicação da corrente contínua está<br />

restrita a casos muito particulares.<br />

“Então, por quê fazer um artigo sobre<br />

esse assunto?”talvez seja a segunda dúvida.<br />

Embora ultrapassado, o conversor CC pode<br />

ser facilmente construído. Além disso, o custo<br />

para projetar e montar um dispositivo deste<br />

é bastante atrativo. Essa característica faz<br />

com que a tecnologia em corrente contínua<br />

seja uma solução prática, simples, e (desconsiderando<br />

o custo do motor CC) barata.<br />

Por outro lado, os atributos acima não<br />

podem ser considerados pontos fortes dos<br />

inversores de frequência vetoriais. Não é<br />

raro encontrarmos equipamentos que funcionam<br />

com esta filosofia equipados com<br />

componentes de processamento complexos,<br />

tais como DSPs e microprocessadores de<br />

32 bits.<br />

O próprio software de controle vetorial<br />

é bastante “elaborado”, e possui funções<br />

matemáticas sofisticadas, o que exige uma<br />

alta velocidade de processamento, tanto em<br />

malha aberta como fechada.<br />

Se um inversor escalar não corresponder<br />

às suas necessidades, e um vetorial seria um<br />

“preciosismo caro”, um pequeno conversor<br />

CC talvez seja uma alternativa.<br />

Princípios Fundamentais das<br />

Máquinas de Corrente Contínua<br />

A figura 1 mostra um diagrama representativo<br />

de um motor CC.<br />

Podemos resumir seu funcionamento<br />

através de duas equações fundamentais,<br />

sendo uma relativa à força contraeletromatriz<br />

da armadura (rotor), e a outra do torque.<br />

Sendo assim, temos:<br />

Onde:<br />

Eg = força contraeletromotriz da armadura<br />

K = constante determinada por características<br />

construtivas do motor<br />

Ø = fluxo magnético do entreferro<br />

(espaço entre o estator e rotor)


ω = velocidade angular da máquina<br />

I = corrente da armadura<br />

T = torque<br />

Através das equações acima, podemos<br />

concluir que a velocidade de rotação é inversamente<br />

proporcional ao fluxo magnético:<br />

porém, é diretamente proporcional à<br />

tensão de armadura. Isto significa que, para<br />

controlar a velocidade de rotação de um<br />

motor CC, basicamente, podemos atuar em<br />

duas variáveis: tensão da armadura (ddp nas<br />

escovas do motor), e corrente da bobina por<br />

excitação do campo magnético (estator).<br />

Quanto maior Eg, maior será ω, e<br />

quanto maior a corrente de magnetização,<br />

menor ω, uma vez que o fluxo magnético<br />

no entreferro diminui.<br />

A melhor alternativa para controle, entretanto,<br />

é manter o fluxo constante, e o maior<br />

possível, uma vez que sua diminuição acarreta<br />

um decréscimo de torque (T = K . Ø . i).<br />

A figura 2 ilustra uma curva de controle<br />

pela armadura e pelo campo.<br />

O controle da velocidade pelo fluxo de<br />

entreferro é utilizado em acionamentos independentes,<br />

mas quando se quer velocidade<br />

acima da velocidade nominal da máquina.<br />

Tipicamente, opera-se com campo pleno (para<br />

maximizar o torque) e, ao ser atingida a velocidade<br />

nominal, inicia-se o enfraquecimento<br />

do campo (para se ter maior velocidade), às<br />

custas, é claro, de uma redução de torque.<br />

Quadrantes de Operação<br />

Considerando o fluxo magnético constante,<br />

basicamente, pode-se dizer que “o<br />

torque está para a corrente de armadura (Ia),<br />

assim como a velocidade para a tensão (Eg).”<br />

Conforme podemos observar na figura 3,<br />

há quatro modos possíveis de um conversor<br />

CC atuar. Na verdade, esses “modos” são<br />

chamados de quadrantes.<br />

a) Quadrante I<br />

No quadrante I temos torque e velocidade<br />

positivos, o que significa que a máquina<br />

está se comportando como motor e girando<br />

em um sentido concordante como uma<br />

referência (figura 4).<br />

b) Quadrante III<br />

Analogamente à operação em I, no quadrante<br />

III tanto o torque como a velocidade<br />

são negativos. Isso quer dizer que o sistema<br />

F1. Circuito elétrico da máquina de corrente contínua.<br />

F2. Controle pela armadura e pelo campo.<br />

continua funcionando como motor, porém,<br />

houve uma inversão no sentido da rotação.<br />

Este, agora, passa a girar ao contrário da<br />

referência. Figura 5.<br />

c) Quadrante II<br />

O quadrante II é a operação de frenagem<br />

da situação anterior, ou seja,estando<br />

a máquina no quadrante III, esta passa a<br />

frear. Dessa forma teremos uma velocidade<br />

negativa (sentido contrário ao da referência),<br />

porém com torque positivo. Figura 6.<br />

d) Quadrante IV<br />

Na situação em II o motor tenderá a parar<br />

e inverter o sentido de rotação. Agora, em<br />

concordância com o sentido de referência.<br />

Supondo que a velocidade já esteja positiva,<br />

se aplicarmos um torque negativo, novamente,<br />

estaremos realizando uma frenagem. Este<br />

é o último quadrante, onde a velocidade é<br />

positiva, porém, o torque é negativo (figura<br />

7). Resumindo, temos a tabela 1.<br />

Os conversores são classificados em<br />

categorias quanto ao quadrante de operação:<br />

• Classe A: opera somente no I quadrante.<br />

F3. Quadrantes de operação.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

• Classe B: opera somente no IV quadrante.<br />

• Classe C: opera no I e IV quadrante.<br />

• Classe D: opera no I e II quadrante.<br />

• Classe E: opera nos quatro quadrantes.<br />

Topologias dos Conversores CC<br />

A maioria dos acionamentos emprega<br />

conversores abaixadores de tensão, isto é,<br />

aqueles nos quais a tensão média aplicada<br />

à carga é menor do que a tensão de alimentação<br />

do conversor.<br />

Os conversores elevadores de tensão são<br />

utilizados apenas quando se deseja frear a<br />

máquina, com a recuperação (envio) de<br />

energia para fonte. Esses conversores são<br />

chamados “choppers”, e a operação de enviar<br />

47


automação<br />

a energia gasta na frenagem de volta à rede<br />

é denominada “regeneração”.<br />

Geralmente, o controle dos conversores<br />

CC é feito por PWM, com uma frequência<br />

de chaveamento cujo período seja muito<br />

menor do que a constante de tempo elétrica<br />

da carga. Esta técnica reduz a ondulação na<br />

corrente, e, portanto, o torque.<br />

Conversor Classe A<br />

Na figura 8 temos o diagrama de um conversor<br />

capaz de operar somente no quadrante<br />

I. Como a carga é puramente indutiva, o uso<br />

do diodo “free-wheeling” é indispensável.<br />

Podemos notar que a corrente na carga<br />

pode circular apenas em um único sentido,<br />

bem como não há possibilidade de inversão<br />

Quadrante Torque, velocidade Sentido de rotação Variação de velocidade<br />

I > 0 Avante Acelera<br />

II > 0 À ré Freia<br />

III < 0 À ré Acelera<br />

IV < 0 Avante Freia<br />

T1. Resumo da atuação do Conversor CC nos quatro quadrantes.<br />

F4. Máquina (motor) funcionando no<br />

quadrante I.<br />

F5. Máquina (motor) funcionando no<br />

F7. Máquina (motor) funcionando no<br />

quadrante III. quadrante IV.<br />

F8. Conversor Classe A.<br />

48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

da polaridade da tensão de armadura, uma<br />

vez que o diodo impede a formação de tensões<br />

negativas aplicadas na saída para a carga.<br />

A corrente de armadura, por sua vez,<br />

pode comportar-se de duas formas: condução<br />

contínua, e descontínua (figura 9).<br />

No modo de condução contínua, a corrente<br />

de armadura não chega a zero dentro de cada<br />

ciclo de chaveamento, o que significa que há<br />

corrente circulando através do diodo durante<br />

todo o tempo e que o transistor está em “off”<br />

(desligado), ou seja, tensão terminal nula.<br />

No modo de condução descontínua, a<br />

corrente chega a zero, fazendo com que o<br />

diodo deixe de conduzir.<br />

Como não há corrente, não temos queda<br />

de tensão sobre Ra e La, de modo que a<br />

F6. Máquina (motor) funcionando no<br />

quadrante II.<br />

tensão disponível nos terminais de saída é<br />

a própria tensão de armadura (Eg).<br />

O valor médio da tensão terminal em<br />

condução contínua é:<br />

Já o valor médio em condução descontínua<br />

é:<br />

Onde: δ = ciclo de trabalho.<br />

Conversor Classe B<br />

Conforme já dito anteriormente, o conversor<br />

Classe B opera somente no IV quadrante,<br />

ou seja: frenagem avante. Nesta situação, a<br />

velocidade mantém seu sentido (assim como<br />

Eg), porém, o torque (Ia) se inverte. Através<br />

da figura 10 podemos notar que o diodo e o<br />

transistor trocaram de posição, havendo uma<br />

inversão da corrente de armadura e da fonte.<br />

Para que seja possível à corrente retornar<br />

para a fonte (regeneração), é necessário que a<br />

tensão média no terminal de saída tenha um<br />

valor maior do que a tensão da fonte (Eg > E).<br />

Isso ocorre, por exemplo, quando controlamos<br />

a velocidade através do enfraquecimento<br />

do campo. Ao frear o motor, eleva-se<br />

a corrente de campo, aumentando Eg, e<br />

possibilitando a transferência de energia da<br />

máquina para a fonte.<br />

Neste caso também podemos ter a operação<br />

em modo contínuo ou descontínuo<br />

(figura 11).<br />

Durante a condução do transistor, há<br />

um acúmulo de energia na “indutância” da<br />

armadura. Assim que este componente é<br />

desligado, a continuidade da corrente por L a<br />

leva à condução do diodo. Essa técnica faz<br />

com que a energia acumulada na indutância<br />

seja entregue à fonte. Quanto maior o ciclo<br />

de trabalho, tanto maior será a corrente.<br />

O valor médio da tensão terminal em<br />

modo contínuo é:


Já o valor médio da tensão em modo<br />

descontínuo é:<br />

Conversor Classe C<br />

Este tipo de conversor pode operar nos<br />

quadrantes I e IV, ou seja, podemos acelerar<br />

ou frear a máquina, porém, sem alterar seu<br />

sentido de rotação (figura 12).<br />

Os componentes T 3 , D 3 , e Rd formam<br />

o circuito de frenagem dinâmica.<br />

No primeiro quadrante T 1 está em condução;<br />

T 2 e T 3 estão em corte. A corrente,<br />

portanto, circula por T 1 , D 3 e D 2 (intervalo<br />

de circulação).<br />

No IV quadrante T 1 está desligado,<br />

enquanto T 2 e T 3 estão ligados. O intervalo<br />

de circulação ocorre através de D 1 e T 3 .<br />

Para realizar a frenagem dinâmica<br />

(também conhecida como dissipativa) basta<br />

estabelecer a seguinte condição:<br />

T 1 = desligado;<br />

T 2 = ligado;<br />

T 3 = quando comandado, desliga, e a<br />

corrente contínua circula por Rd, onde há<br />

dissipação de energia.<br />

Conversor Classe D<br />

Essa topologia não permite frenagem,<br />

porém, é ideal para aplicações onde há necessidade<br />

de uma rápida extinção da corrente<br />

após o período de alimentação.<br />

O acionamento de motor de passo é um<br />

clássico exemplo de utilização do conversor<br />

classe D. Através da figura 13, podemos<br />

notar que, uma vez T 1 e T 4 acionados simultaneamente,<br />

teremos uma tensão positiva<br />

nos terminais do motor. Entretanto, ao<br />

desligarmos os transistores, teremos uma<br />

rápida inversão de polaridade, “gerada” pela<br />

condução dos diodos D 2 e D 3 .<br />

Essa inversão não tem energia suficiente<br />

para causar uma frenagem, mas ela apressa a<br />

extinção da corrente através de uma tensão<br />

negativa.<br />

A figura 14 exibe os modos contínuo<br />

e descontínuo de operação.<br />

O ciclo de trabalho neste conversor é<br />

crítico e, geralmente, é superior a 50%.<br />

A tensão média em modo contínuo pode<br />

ser expressa por:<br />

Já o modo descontínuo tem:<br />

F9. Formas de onda do conversor Classe A.<br />

Podemos entender melhor o ciclo de<br />

trabalho crítico do conversor classe D para<br />

diferentes relações entre a constante de<br />

tempo elétrica e o período de chaveamento,<br />

observando a figura 15.<br />

A figura 16 nos mostra a curva característica<br />

desse conversor para diferentes tensões<br />

de armadura, supondo a queda de tensão<br />

nas bobinas desprezível, isto é, o valor de<br />

tensão terminal sendo igual à tensão Eg.<br />

Conversor Classe E<br />

Este conversor é o mais versátil em termos<br />

de operação. Ele pode operar nos quatro<br />

quadrantes (sentido horário, anti-horário,<br />

acelerando ou freando).<br />

Conforme podemos observar na figura<br />

17, temos quatro transistores. Há três filosofias<br />

de controle para o conversor classe E:<br />

comando simultâneo, comando separado,<br />

e deslocamento de fase.<br />

O comando simultâneo é o mais simples<br />

de ser implementado, e, por essa razão, o<br />

F11. Formas de onda do conversor Classe B.<br />

F10. Conversor Classe B.<br />

Novembro/Dezembro 2012 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

mais comum. Neste caso, o comando é feito<br />

simultaneamente a dois pares de transistores<br />

T 1 /T 4 , ou T 2 /T 3 .<br />

Quando o acionamento trabalha nos<br />

quadrantes I e II, temos: T 1 /T 4 ligados, e<br />

T 2 /T 3 desligados.<br />

As equações e curvas características são<br />

as mesmas do conversor classe D.<br />

Uma outra possibilidade é executarmos o<br />

comando separadamente. Embora com um<br />

circuito de controle mais complexo, podemos<br />

alterar o comportamento e a forma de onda da<br />

49


automação<br />

F12. Conversor Classe C.<br />

F13. Conversor Classe D.<br />

saída de modo que o conversor possa operar<br />

como qualquer um das classes anteriores.<br />

A filosofia de deslocamento de fase,<br />

por sua vez, limita o campo de atuação do<br />

dispositivo, porém, pode ser realizada através<br />

de uma lógica bem simples.<br />

Os transistores também são acionados<br />

aos pares (T 1 /T 4 e T 2 /T 3 ), agora, entretanto,<br />

de forma complementar. Quando se desliga<br />

um par, liga-se o outro. Isso garante a não<br />

descontinuidade de corrente. A desvantagem<br />

é que, mesmo com o motor parado,<br />

os transistores estão sendo acionados com<br />

ciclo de trabalho de 50%.<br />

Conclusão<br />

Os conversores CC para motores de<br />

corrente contínua podem representar uma<br />

solução econômica para processos da automação<br />

industrial, principalmente os da<br />

manufatura.<br />

Caso o desenvolvedor utilize estes recursos<br />

juntamente com microcontroladores, por<br />

exemplo, todo um sistema de controle de<br />

movimento pode ser implementado facilmente.<br />

O software deverá ser bem simples, uma<br />

vez que a arquitetura mais complexa possui<br />

apenas quatro variáveis de comando. Além disso,<br />

bastam alguns optoacopladores para fazermos<br />

uma interface entre comando e potência.<br />

Bem, a partir de agora depende da<br />

criatividade de cada um.<br />

MA<br />

50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2012<br />

F14. Formas de onda do conversor Classe D.<br />

F15. Ciclo de trabalho crítico para o conversor Classe D.<br />

F16. Curva característica estática do conversor Classe D.<br />

F17. Conversor Classe E.

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