Tomo III.pdf - Ibama

diversos ambientes não estavam sendo utilizados como sítio de desova e criação de peixes no
momento das amostragens.
Para a comunidade zooplantônica, os estudos realizados em Aritaguá e em Ponta da Tulha
apresentam organismos típicos do holoplâncton (plâncton permanente) e do meroplâncton
(plâncton temporário). O holoplâncton foi formado por principalmente por Copepoda e
Cladocera, com representantes típicos de águas continentais e estuarinas. Entretanto, a riqueza
na área de Aritaguá foi maior que aquela encontrada em Ponta da Tulha o que deve ser
considerado quando das medidas de planejamento do uso da água, bem como, ações de
manejo para conservação e preservação dos ambientes aquáticos.
Na lagoa Encantada foram registradas as seguintes diatomáceas bioindicadoras: Aulacoseira
granullata, Achnanthes inflata, Brachisira vítrea, Bacillaria paxillifera, Eunotia monodon,
Urosolenia longiseta. Estas espécies são indicadoras de ambientes litorâneos que apresentam
lagoas com pouca profundidade e com muito baixa salinidade (abaixo de 5 g/L). Na lagoa
Encantada e no rio Almada foram identificados diversos gêneros (Anabaenopsis,
Cylindrospermopsis, Lyngbya, Mycrocystis e Oscillatoria) de cianobactérias, potencialmente
tóxicas, que são capazes de formarem florações nocivas.
Para as áreas diretamente afetadas, também foram encontradas diatomáceas indicadoras
(Achnanthes inflata, Urosolenia longiseta) que caracterizam ambientes rasos, com salinidade
variando entre água doce e salobra. Entre os diversos taxa identificados, foram encontradas
gêneros ou espécies citadas na literatura como tóxicas ou potencialmente tóxicas, capazes de
formarem Florações Nocivas, em especial Cylindrospermopsis raciborskii. Além da
Cylindrospermopsis, outros gêneros encontrados que podem estar associados a eventos de
floração nociva estão: Anabaenopsis, Lyngbya, Mycrocystis e Oscillatoria.
Vale ressaltar que para a comunidade fitoplanctônica amostrada em maio/2011 na região de
Aritaguá não houve diferenças significativas entre a ADA e a AID, indicando semelhança na
composição de espécies destas áreas.
Comunidade Bentônica Dulciaquícola e Estuarina
Para a avaliação das comunidades bentônicas de águas continentais foram realizadas
amostragens nos pontos Almada 1, Almada 2 (AID), Almada3, C2, C3, C4, C5, C6 e C7
(ADA - período chuvoso de 2011). Além destes pontos amostrais, foram utilizados os dados
obtidos no contexto do projeto em ponta da Tulha (antigo posicionamento do
empreendimento – maio/2010) nos pontos, lagoa Encantada (pontos LE1, LE2 e LE3), no rio
Almada pontos AL1, AL2, AL3, AL4, AL5 e AL6 e nos pontos P1 e P2 (dentro da antiga
ADA). O ponto C7 (atual estudo) e Almada 6 (Estudo ponta da Tulha) foram pontos de
ambientes com maior influência salina.
No estudo realizado em Aritaguá (maio/2011), as amostras das assembléias bentônicas
analisadas foram compostas por vermes anelídeos (hirudíneos), moluscos, cheliceriformes,
insetos (várias ordens) e crustáceos. Estes grupos são relatados na literatura como altamente
freqüentes em ambientes de lagos, lagoas, riachos e rios (TUNDISI; TUNDISI, 2008). No
estudo em Ponta da Tulha, grupos muito semelhantes estiveram presentes. Nesta primeira
campanha (maio/2011), o estudo de Aritaguá registrou um total de 140 UTO’s nos 9 pontos
amostrais considerados. Já o estudo de Ponta da Tulha, registrou para ambos os períodos de
amostragem 157 UTO’s (entretanto, em duas campanhas de amostragem).
9-16