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O uso das TIC na educação e a promoção de inclusão social

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O <strong>uso</strong> <strong>das</strong> <strong>TIC</strong> <strong>na</strong> <strong>educação</strong> e a <strong>promoção</strong> <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong>...<br />

ou mesmo o simples fato <strong>de</strong> ter uma conta bancária em ativida<strong>de</strong>s relevantes,<br />

e até mesmo atraentes, que valham a pe<strong>na</strong>, em vez <strong>de</strong> partir<br />

do princípio <strong>de</strong> que o simples brilho tecnológico as tor<strong>na</strong>rá mais sedutoras<br />

e tentadoras. Como Earle (2005, p. 2) observou, “nenhuma<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> digital com pessoas entre 13 e 23 anos é<br />

propensa a mudar o fato <strong>de</strong> que a atual or<strong>de</strong>m estabelecida está <strong>de</strong>stituída<br />

<strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> futuro que possa atrair tanto jovens quanto velhos”.<br />

Problemas sociais como a privação dos direitos civis, o <strong>de</strong>semprego<br />

ou não saber ler, escrever nem contar costumam exigir soluções<br />

sociais mais do que remendos técnicos. É por aí que os formuladores<br />

<strong>de</strong> políticas sociais <strong>de</strong>veriam começar.<br />

Disso <strong>de</strong>corre que, <strong>na</strong>s pessoas, mudanças significativas e contínuas<br />

nos comportamentos baseados em <strong>TIC</strong> serão mais facilmente<br />

alcança<strong>das</strong> através <strong>de</strong> meios verda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong> baixo para cima, em<br />

vez <strong>de</strong> <strong>de</strong> cima para baixo. Como argumentamos neste artigo, o ímpeto<br />

para que jovens se envolvam em qualquer tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> digital<br />

virá antes dos próprios jovens do que <strong>de</strong> coerções ou direcio<strong>na</strong>mentos<br />

externos. Logo, faz mais sentido estimular as pessoas a prosseguirem,<br />

<strong>de</strong>senvolverem e esten<strong>de</strong>rem os tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s digitais <strong>de</strong> que já<br />

estão participando, do que tentar redirigi-los para o que “<strong>de</strong>veriam” fazer.<br />

Isso vai <strong>de</strong> encontro a muitas abordagens atuais que visam estimular<br />

o <strong>uso</strong> <strong>das</strong> <strong>TIC</strong> nos jovens, as quais ainda buscam remo<strong>de</strong>lar e re-<strong>de</strong>senvolver<br />

o “grau <strong>na</strong>turalizado <strong>de</strong> competência digital e técnica [dos<br />

jovens] (...) em recursos adultos transferíveis” (Beastall, 2006, p.109, grifo<br />

meu). Como Hudson (2003) argumentou, apesar <strong>das</strong> reivindicações<br />

em contrário, a maioria dos planos pela mo<strong>de</strong>rnização dos serviços públicos<br />

permanece arraigada <strong>na</strong> lógica <strong>de</strong> usar as <strong>TIC</strong> para uma prestação<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> cima para baixo e em mão única. Em vez disso, po<strong>de</strong>ria<br />

valer mais a pe<strong>na</strong> adotar a estratégia <strong>de</strong> acompanhar as ativida<strong>de</strong>s <strong>na</strong>s<br />

quais os jovens já estão envolvidos, em vez <strong>de</strong> impor as ativida<strong>de</strong>s que<br />

se gostaria que praticassem.<br />

Portanto, existe uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se concentrar nos elementos<br />

verda<strong>de</strong>iramente informais, experimentais e embrionários do <strong>uso</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>TIC</strong>, especialmente on<strong>de</strong> as pessoas estão <strong>de</strong>senvolvendo sistemas <strong>de</strong> conexão<br />

e envolvimento políticos e sociais alter<strong>na</strong>tivos, não-tradicio<strong>na</strong>is.<br />

Em termos <strong>de</strong> engajamento político, por exemplo, alguns hábitos políticos<br />

dos jovens divergem notavelmente dos <strong>das</strong> gerações mais velhas.<br />

836<br />

Educ. Soc., Campi<strong>na</strong>s, vol. 29, n. 104 - Especial, p. 815-850, out. 2008<br />

Disponível em

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