abril, maio, junho

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).
grave do Presidente - teremos de nos resig-
nar a dependencia e ao atraso. E inspirando-
me ainda naquele pronunciamento de Sua
, Excelencia, nao podemos permitir que a Ame-
rica Latina e o Caribe vivam da retorica do
pessimismo e do lamento. Ao contrario, de-
vemos trabalhar para assumir definitivamente
as responsabilidades que a Historia nos im-
poe: a integracao e a cooperacao.
Tendo forjado sua propria visao critica da rea-
lidade economica mundial, a America Latina e
o Caribe devem insistir em suas iniciativas
junto aos foros internacionais com vistas ao
estabelecimento de relacoes mais equitativas
entre os Estados. Essa tarefa, para a qual a
contribuicao da CEPAL e de grande valia, tor-
na-se urgente a medida que ocorrem rapidas
transformacoes na economia internacional.
Sobre as nacoes em desenvolvimento, paira
atualmente a ameaca de uma nova divisao in-
ternacional do trabalho, baseada, de um lado,
no controle das tecnologias avancadas por
parte de um reduzido numero de paises e, de
outro, nas dificuldades impostas a grande
maioria dos povos da Terra para acederem ao
dominio do saber cientifico. Este fosso mais
profundo e perigoso que a revolucao tecnolo-
gica pode abrir entre as nacoes deve ser de-
nunciado e combatido.
A nossa geracao cabe nao frustrar os anseios
dos povos em desenvolvimento. Temos que
assegurar nosso futuro e nosso direito a uma
vida digna e prospera. E para tanto o caminho
da modernidade e o que devemos trilhar. Ca-
minho das inovacoes tecnologicas, do cresci-
mento industrial, da captacao de maiores in-
vestimentos, da elevacao dos padroes de
consumo e producao.
A estabilidade da America Latina e do Caribe
depende da ampliacao constante e coerente
dos beneficios do desenvolvimento ao maior
-numero possivel de cidadaos. Nao ha paz du-
radoura em meio a pobreza e ao retrocesso. O
continente, que hoje trata de aperfeicoar seus
caminhos democraticos, ve no exito da sua lu-
ta pelo desenvolvimento a unica forma de
completar de maneira eficaz a realizacao de
seus ideais e aspiracoes.
Nosso compromisso com a democracia, o de-
senvolvimento e a justica encontra apoio e
elevada inspiracao nos principios da Organi-
zacao das Nacoes Unidas. Imbuido desses
principios e que pretendemos dar nossa con-
tribuicao para que prevaleca uma atmosfera
internacional de compreensao e tranquilidade.
Assim como juntos redescobrimos a trilha da
paz, da liberdade e da convivencia democrati-
ca, tambem juntos trataremos de revitalizar
nossos esforcos de desenvolvimento. O Brasil
tem a conviccao de que essa tarefa passa
obrigatoriamente pela construcao de um es-
paco economico comum. A integracao e o
caminho.
Hoje, a ideia da integracao se fortalece ex-
pressivamente no ambito regional, mesmo
porque o cenario que vislumbramos para o
proximo seculo comeca a estruturar-se a partir
de grandes conjuntos economicos. O dina-
mismo produtivo, comercial e tecnologico
desses novos espacos influenciara decisiva-
mente a face da sociedade mundial. Nos, lati-
no-americanos e caribenhos, nao podemos
deixar de acompanhar esse movimento para o
qual ja se dirigem varios paises do mundo,
superando seus antagonismos historicos e es-
tabelecendo fortes esquemas economicos as-
sociativos.
Os recursos naturais, a criatividade, a ciencia
e a tecnica ao nosso alcance, o trabalho in-
cansavel de nossa gente, esses sao os ins-
trumentos basicos para que a America Latina
e o Caribe construam o seu lugar ao lado dos
que viverao condignamente no futuro.
Esses instrumentos que devemos mobilizar
em beneficio da nossa integracao terao de
responder as nossas singularidades, compre-
ender nossas diversidades. Um so elemento,
essencial como os outros, tera que ser mobili-
zado indistintamente por todos, pois sem ele
nao passaremos da retorica: a determinada,
firme e esclarecida vontade politica.