Entrevista Destaque - aicep Portugal Global
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Julho 2013 // www.portugalglobal.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global<br />
<strong>Entrevista</strong><br />
José Graça Bau<br />
TIC educativas:<br />
O presente do futuro 6<br />
<strong>Destaque</strong><br />
E-xample global 12<br />
Mercados<br />
Colômbia e Curdistão 30<br />
Empresas<br />
Concept Bags e Couro Azul 24<br />
Pense global pense <strong>Portugal</strong>
sumário<br />
Julho 2013 // www.portugalglobal.pt<br />
<strong>Entrevista</strong> // 6<br />
Nesta edição, a entrevista ao presidente do Agrupamento Complementar<br />
de Empresas (ACE) E-xample, José Graça Bau, sobre<br />
a internacionalização do projecto que desenvolve e potencia a<br />
utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no<br />
sector da educação.<br />
<strong>Destaque</strong> // 12<br />
<strong>Portugal</strong>, através do consórcio E-xample, ganha terreno no<br />
mercado global das tecnologias de educação, posicionandose<br />
como um importante player neste sector. O E-xample quer<br />
atingir, nos próximos cinco anos, um volume de negócios de<br />
cerca de 4 mil milhões de euros, em mais de 19 geografias e<br />
servindo 16 milhões de alunos.<br />
Projectos internacionais // 20<br />
Multilaterais financeiras: MIGA – Agência de Garantia de<br />
Investimentos Multilaterais. Um artigo de Olivier Lambert,<br />
director regional da MIGA.<br />
Empresas // 24<br />
CONCEPT BAGS: sacos “verdes” em expansão internacional.<br />
COURO AZUL: sucesso no mercado internacional.<br />
Mercados // 30<br />
Colômbia, o “eldorado” para muitas empresas portuguesas,<br />
em análise pelo director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel<br />
Crespo, e pelo Embaixador de <strong>Portugal</strong> naquele país, João<br />
Ribeiro de Almeida.<br />
Conheça também os testemunhos das empresas Saphety, Vision-<br />
Box e Saraiva + Associados que apostaram no mercado colombiano.<br />
Curdistão iraquiano. Breve entrevista ao representante do Governo<br />
Regional do Curdistão, Daban Shadala, sedeado em Madrid,<br />
e que efectuou recentemente uma visita a Lisboa para encontros<br />
com as autoridades portuguesas.<br />
Análise de risco por país – COSEC // 50<br />
Veja também a tabela classificativa de países.<br />
Estatísticas // 53<br />
Investimento directo e comércio externo.<br />
AICEP Rede Externa // 56<br />
Bookmarks // 58
EDITORIAL<br />
4<br />
Revista <strong>Portugal</strong>global<br />
Av. 5 de Outubro, 101<br />
1050-051 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 909 500<br />
Fax: +351 217 909 578<br />
Propriedade<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto<br />
4050-012 Porto<br />
Tel.: +351 226 055 300<br />
Fax: +351 226 055 399<br />
NIFiscal 506 320 120<br />
Conselho de Administração<br />
Pedro Reis (Presidente),<br />
José Vital Morgado,<br />
Manuel Mendes Brandão,<br />
Pedro Pessoa e Costa (Vogais)<br />
Directora<br />
Ana de Carvalho<br />
ana.carvalho@portugalglobal.pt<br />
Redacção<br />
Cristina Cardoso<br />
cristina.cardoso@portugalglobal.pt<br />
Vitor Quelhas<br />
vitor.quelhas@portugalglobal.pt<br />
Colaboram neste número<br />
Cândida Lobo, Daban Shadala,<br />
Direcção Grandes Empresas da AICEP,<br />
Direcção de Informação da AICEP,<br />
Direcção Internacional da COSEC,<br />
Direcção PME da AICEP,<br />
Grupo de Trabalho das Multilaterais Financeiras<br />
(AICEP/GPEARI), João Ribeiro de Almeida,<br />
João Silva Martins, José Graça Bau,<br />
Miguel Crespo, Olivier Lambert.<br />
Fotografia e ilustração<br />
©Fotolia, Rodrigo Marques.<br />
Publicidade<br />
Cristina Valente Almeida<br />
cristina.valente@portugalglobal.pt<br />
Secretariado<br />
Cristina Santos<br />
cristina.santos@portugalglobal.pt<br />
Projecto gráfico<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
Paginação e programação<br />
Rodrigo Marques<br />
rodrigo.marques@portugalglobal.pt<br />
ERC: Registo nº 125362<br />
As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-<br />
ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente<br />
da revista <strong>Portugal</strong>global ou da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />
A aceitação de publicidade pela revista <strong>Portugal</strong>global<br />
não implica qualquer compromisso por parte desta<br />
com os produtos/serviços visados.<br />
// Julho 2013 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Novos mercados,<br />
Novas oportunidades<br />
A actual relação entre empreendedorismo,<br />
inovação e exportação é incontornável<br />
no dinamismo da economia produtiva<br />
de qualquer país desenvolvido ou<br />
em desenvolvimento. Mas este trinómio<br />
é ainda mais solidário e fundamental<br />
quando se aplica à indústria das Tecnologias<br />
de Informação e Comunicação<br />
(TIC), um dos sectores mais pujantes,<br />
promissores e competitivos da economia<br />
portuguesa em contexto global.<br />
Num momento em que a internacionalização<br />
representa a continuidade<br />
no mercado de muitas PME e, não sendo<br />
fácil ter dimensão para enfrentar a<br />
concorrência global, o associativismo<br />
empresarial e os consórcios mostram-se<br />
cada vez mais como uma boa solução<br />
quando as empresas portuguesas falam<br />
de internacionalização e exportação.<br />
Neste sentido percebe-se bem a formação<br />
do E-xample – em destaque nesta<br />
edição – um consórcio de 26 empresas<br />
das mais inovadoras no sector das TIC,<br />
inteiramente focadas na internacionalização<br />
da sua actividade, e que integram<br />
as suas aplicações e tecnologias<br />
para uma oferta final competitiva nos<br />
mercados interno e externo. Uma entrevista<br />
de José Graça Bau, presidente do<br />
E-xample, e um conjunto de artigos reforçam<br />
a importância deste tipo de opção.<br />
Em matéria de mercados, são analisados<br />
os contextos e as oportunidades<br />
de negócio de dois países: a Colômbia<br />
e o Curdistão.<br />
A Colômbia, com um crescimento económico<br />
de 5 por cento ao ano, é um<br />
mercado com enormes oportunidades<br />
de negócio que está a tornar-se cada vez<br />
mais apetecível para as empresas portuguesas,<br />
muitas das quais já estão a caminho<br />
deste país (que faz fronteira com a<br />
Venezuela e o Brasil), ou já têm negócios<br />
no mercado colombiano, e onde já se<br />
encontram com presença consolidada o<br />
grupo Jerónimo Martins, a Mota-Engil, a<br />
Sonae ou a Prebuild. Alguns dos motivos<br />
de atractividade para as empresas são a<br />
actual estabilidade social decorrente do<br />
processo de paz, a expansão do crédito<br />
ao investimento, uma forte liberalização<br />
do comércio, a emergência de uma nova<br />
classe média com crescente poder de<br />
compra e um mercado de 47 milhões<br />
de consumidores. Entre as oportunidades<br />
de negócio encontram-se o turismo<br />
e hotelaria, agro-indústria, construção e<br />
obras públicas, bens de equipamento e<br />
tecnologias de informação, saúde e retalho<br />
especializado. Neste contexto, as<br />
perspectivas para o futuro são seguramente<br />
boas.<br />
Quanto ao Curdistão, embora não<br />
sendo um mercado com relações comerciais<br />
consolidadas com <strong>Portugal</strong>,<br />
oferece um leque variado de negócios<br />
para as empresas portuguesas<br />
que, numa óptica de diversificação de<br />
mercados, devem ficar atentas às suas<br />
possibilidades. As infra-estruturas (estradas,<br />
pontes e ferrovias), o turismo<br />
e a agricultura são alguns dos sectores<br />
com potencialidades para as empresas<br />
portuguesas que queiram investir na<br />
região do Curdistão iraquiano, como<br />
explica em entrevista o Representante<br />
do Governo Regional do Curdistão,<br />
que esteve em Lisboa.<br />
PEDRO REIS<br />
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
ENTREVISTA<br />
6<br />
José Graça Bau<br />
Presidente do ACE E-xample<br />
O E-XAMPLE E AS TIC<br />
EDUCAÇÃO PARA<br />
O FUTURO GLOBAL<br />
<strong>Portugal</strong> é hoje dos países mais avançados na utilização das TIC aplicadas à educação,<br />
desfrutando de experiência e credibilidade internacional, bem como de boas<br />
perspectivas de negócio. O aparecimento de produtos e serviços de elevada qualidade e<br />
usabilidade pedagógica e tecnológica, focados na educação e na aprendizagem, revelase<br />
como uma poderosa alavanca que transformará para sempre o modelo de ensino a<br />
nível nacional e dos países a que o E-xample pretende estender o seu projecto.<br />
O ACE E-xample é um consórcio que tem como missão potenciar a cooperação<br />
empresarial na área do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento industrial e<br />
internacionalização no sector das indústrias do ensino, aprendizagem e formação.<br />
Uma entrevista com José Graça Bau, presidente do ACE E-xample.<br />
// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global
O que é o E-xample? Como nasceu a ideia e se<br />
desenvolveu o projecto de investimento deste<br />
consórcio, o qual envolve algumas das nossas<br />
melhores empresas de hardware e software?<br />
O E-xample é uma peça de uma política de desenvolvimento<br />
para um sector económico, neste caso o da educação,<br />
que vale, tipicamente, 5 a 7 por cento do PIB e que influencia<br />
definitivamente o desenvolvimento de um país.<br />
<strong>Portugal</strong> definiu a partir de 2003 uma política de desenvolvimento<br />
do sector da educação em que as TIC deveriam<br />
desempenhar um papel relevante inseridas no contexto das<br />
mudanças a que se assistia na economia e na sociedade,<br />
tanto a nível nacional como global.<br />
Pode sintetizar essa estratégia em que o E-xample<br />
se integra?<br />
Antes de mais ela passa pela criação e aplicação de tecnologia<br />
de modo a garantir uma evolução qualitativa no ensino,<br />
abrangendo todos os estudantes e envolvendo as famílias,<br />
ligando-as ao processo de ensino e procurando combater a<br />
info-exclusão de todo o agregado familiar.<br />
Esta criação e aplicação de TIC, por parte da indústria nacional,<br />
bem como a inovação e o investimento realizados<br />
no sector, contribui para dar um salto qualitativo na sua<br />
performance, de modo a poder posicionar-se como player<br />
internacional, criando um sector exportador relevante para<br />
a economia nacional.<br />
E este passo abre necessariamente o caminho para ensaiar<br />
e testar um novo modelo de relação entre a indústria e a<br />
diplomacia económica, dado que este sector tem a particularidade<br />
de se desenvolver de forma sustentada apenas com<br />
uma forte relação entre governos, pois o ensino é, em todo o<br />
mundo, um sector que os governos não prescindem de gerir.<br />
Nesta medida, a indústria respondeu como lhe competia,<br />
unindo-se e trabalhando em conjunto, criando um novo paradigma<br />
de desenvolvimento e de internacionalização.<br />
É estratégico para o consórcio posicionar-se como<br />
um dos principais players no mercado global de<br />
tecnologias educativas, apostando e competindo<br />
internacionalmente com soluções para o século XXI?<br />
É completamente estratégico estar no mercado global, pelo<br />
menos de língua portuguesa e castelhana, pois hoje em<br />
dia não faz qualquer sentido falar-se em indústria apenas<br />
orientada para o mercado nacional em praticamente nenhum<br />
sector da economia. As indústrias deverão utilizar o<br />
mercado português como laboratório de teste e geração<br />
de produtos, mas sempre com foco nas necessidades dos<br />
mercados internacionais. A massa crítica necessária à produção<br />
inovadora e eficiente consegue-se trabalhando para,<br />
no mínimo, dez “Portugais”.<br />
Em 2012, o ACE E-xample assinou um protocolo com<br />
o Estado português para a cooperação nas áreas<br />
ENTREVISTA<br />
do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento<br />
industrial e internacionalização das TIC portuguesas.<br />
Pode fazer um balanço da evolução desse acordo?<br />
O protocolo com o Estado português pretende apoiar o Example,<br />
as suas agrupadas e empresas nascentes no sector,<br />
no seu crescimento e maturação e trazer os benefícios correspondentes<br />
para a economia portuguesa.<br />
Em primeiro lugar considera-se necessário continuar o programa<br />
tecnológico português, nomeadamente no âmbito<br />
dos objectivos da Agenda <strong>Portugal</strong> Digital aprovada no<br />
início do ano, garantindo assim uma crescente eficiência e<br />
inovação no sector, nomeadamente na área dos conteúdos.<br />
A imagem de <strong>Portugal</strong> como país de vanguarda na integração<br />
das TIC no ensino, experimentando novas tecnologias de<br />
hardware e software e novos modelos pedagógicos com o<br />
envolvimento de pais e professores, além de representar um<br />
benefício directo para o ensino em <strong>Portugal</strong>, é um cartão-devisita<br />
para a indústria ao actuar no mercado internacional.<br />
Evidenciamos também, neste âmbito de evolução em curso,<br />
a criação de salas de aula laboratório – Edulabs – em instalação<br />
em várias escolas, onde a última palavra tecnológica<br />
das diversas componentes é integrada com a pedagogia e<br />
experimentada por professores, pais e alunos, para garan-<br />
“Esta criação e aplicação de TIC, por parte da<br />
indústria nacional, bem como a inovação e o<br />
investimento realizados no sector, contribui para<br />
dar um salto qualitativo na sua performance,<br />
de modo a poder posicionar-se como player<br />
internacional, criando um sector exportador<br />
relevante para a economia nacional.”<br />
tir que tudo converge para um funcionamento que satisfaz,<br />
cada vez melhor, os requisitos de todos os actores do ensino.<br />
Finalmente relativamente à diplomacia económica, ponto<br />
fundamental do acordo, posso dizer que estamos numa<br />
convergência de ambição e objectivos quase perfeita, e que<br />
no entanto a aperfeiçoamos todos os dias. Nesta medida, a<br />
ambição de internacionalização do E-xample envolve mais<br />
de 40 países com representação portuguesa a nível de embaixada<br />
e, em grande parte dos casos, com a AICEP a trabalhar<br />
de modo integrado.<br />
Em que medida o QREN apoia a competitividade do sector?<br />
A um segundo nível temos a articulação da política económica<br />
com a realidade industrial e todo o projecto de apoio<br />
à competitividade, que é hoje proporcionado à indústria no<br />
âmbito do QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional,<br />
e que o E-xample e as suas agrupadas, bem como todas<br />
as outras empresas do sector deverão aproveitar.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 7
ENTREVISTA<br />
8<br />
Neste âmbito, estamos a apostar no apoio do programa à evolução<br />
do nosso ecossistema global e a fazer um esforço de<br />
adaptação ao modelo do programa COMPETE, muito exigente<br />
em termos de inovação e componentes científicas, a que<br />
acrescentamos os nossos requisitos de integração e usabilidade,<br />
fundamentais para ter sucesso no mercado internacional.<br />
Qual é o volume de vendas expectável, em termos<br />
de exportação a médio prazo, digamos a cinco anos,<br />
para o E-xample, e qual o valor estimado do mercado<br />
internacional da educação apoiada nas TIC?<br />
Há um mercado quase incomensurável para as TIC no sector<br />
da educação. Nós acreditamos que as TIC poderão ser<br />
os grandes responsáveis pelo aumento do interesse e envolvimento<br />
dos alunos no estudo.<br />
É certo que nem todas as crianças nasceram com atributos<br />
naturais e circunstanciais para serem altamente dedicadas ao<br />
“As indústrias deverão utilizar o mercado<br />
português como laboratório de teste e geração<br />
de produtos, mas sempre com foco nas<br />
necessidades dos mercados internacionais.”<br />
estudo, e que nem todos os professores nasceram para ser<br />
grandes mestres ou que todos os pais têm condições para se<br />
envolver na formação escolar dos seus filhos, porém nós consideramos<br />
que, mesmo para estes, as TIC, com uma estratégia<br />
bem estruturada de apoio ao ensino, mudarão drasticamente<br />
os resultados médios da performance educativa e permitirão<br />
uma educação flexível, que se adapta constantemente à evolução<br />
da sociedade e às necessidades do mercado de trabalho.<br />
Neste contexto, que começa a ser de entendimento universal,<br />
o mercado que está ao alcance da indústria portuguesa<br />
é de vários milhares de milhões de euros, sendo que os factores<br />
críticos de sucesso serão alcançados pela mobilização<br />
nacional que estamos a sentir e que se está a formar à volta<br />
deste sector e deste projecto.<br />
Pode falar sobre os projectos em que o E-xample está<br />
envolvido, em termos de mercados, como por exemplo<br />
o México? Qual é a actual estratégia, bem como a<br />
geografia da exportação do consórcio E-xample, e<br />
quais são os próximos mercados de expansão?<br />
O E-xample está a transportar a experiência portuguesa e<br />
as tecnologias criadas, e obviamente constantemente aperfeiçoadas,<br />
com a experiência de outros países, para outros<br />
destinos que também acalentam o sonho de mudar o seu ensino,<br />
criar uma nova geração de cidadãos que lance os seus<br />
países para o top mundial de desenvolvimento económico e<br />
social, criando uma sociedade mais homogénea e solidária.<br />
Esta ambição tem de estar presente em países de todos os<br />
continentes e o México é certamente um país líder desta nova<br />
// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
visão, estando o seu Presidente altamente empenhado e a dirigir<br />
um grande programa de mudança. Mas falar apenas no<br />
México é redutor, pois o Brasil também está a seguir de modo<br />
acelerado esta estratégia, bem como a Colômbia e a Venezuela,<br />
e de um modo genérico em toda a América do Sul, onde<br />
referenciamos um mercado equivalente a 50 “Portugais”.<br />
Temos grandes referências da língua portuguesa por todos<br />
os continentes e, nesta medida, pensamos logo em Angola,<br />
Moçambique, Cabo Verde e Timor como prioridades.<br />
A grande Europa em construção não pode estar esquecida<br />
e teremos rapidamente novidades partindo de fronteiras da<br />
Europa Central até à Turquia.<br />
Actualmente, potenciado pelo E-xample, já se pode falar<br />
de um cluster industrial nas áreas de hardware, software<br />
e conteúdos digitais para a educação e a formação?<br />
Nesta medida, são facilmente internacionalizáveis as<br />
tecnologias da educação “made in <strong>Portugal</strong>”?<br />
Na verdade o E-xample é hoje um consórcio de 26 empresas em<br />
que há um pelotão da frente de empresas focadas, inovadoras<br />
e que integram as suas aplicações e tecnologias oferecendo<br />
um produto vendável à peça ou de modo integrado, com uma<br />
oferta de A a Z, que vai da construção civil à tecnologia mais<br />
sofisticada, passando pelos computadores, tablets, quadros e<br />
mesas interactivas, incluindo os e-books e plataformas integradas<br />
de ensino, que ligam pais, professores e alunos.<br />
Hoje já conseguimos pôr os computadores ou tablets dos<br />
alunos e professores a trabalhar, de modo integrado, com<br />
os quadros interactivos da sala de aula, utilizando plataformas<br />
de ensino e aprendizagem com os seus e e-books multimédia,<br />
que são grandes auxiliares para todos os actores do<br />
processo educativo e que o professor devidamente treinado<br />
consegue orquestrar com uma enorme facilidade.<br />
“A ambição de internacionalização do<br />
E-xample envolve mais de 40 países com<br />
representação portuguesa a nível de<br />
embaixada e, em grande parte dos casos, com<br />
a AICEP a trabalhar de modo integrado.”<br />
Além do aperfeiçoamento do processo educativo, estamos<br />
a trabalhar nas ferramentas de gestão da escola e sua interligação<br />
com as próprias ferramentas de ensino, permitindo<br />
seguir os resultados dos alunos e dando indicadores, quer<br />
para as adaptações necessárias para o ensino customizado<br />
a cada aluno, quer permitindo que os processos sejam mais<br />
eficientes e portanto produzindo-se muito mais e reduzindo<br />
custos e tempo de implementação dos processos.<br />
Há aqui um grande avanço que nos posiciona de modo único<br />
a nível mundial mas ainda há muito a fazer. Refiro desde já<br />
um trabalho específico para que tenho natural vocação, como
homem das telecomunicações, que é o de integrar as empresas<br />
de telecomunicações com mais força neste projecto, nomeadamente<br />
conseguindo um trabalho em parceria a nível internacional<br />
nos mercados em que estas já prestam serviços ou<br />
operam. As nossas empresas e as nossas tecnologias podem<br />
ser avaliadas no catálogo do nosso site www.e-xample.com.<br />
<strong>Portugal</strong> é hoje um dos países mais avançados na<br />
utilização das TIC aplicadas á educação. Como vê<br />
a evolução destas aplicações na frente interna<br />
do ensino? Em que é diferente um aluno ou um<br />
formando com um computador e a nova forma de<br />
ensino que propõe o E-xample?<br />
O E-xample considera que está a construir ferramentas de<br />
produtividade para melhorar o ensino, percepcionado como é<br />
hoje, mas também como deve ser no futuro e mesmo dentro<br />
de evoluções que estão para além da nossa visão actual.<br />
Com o nosso ecossistema vai ser possível cativar os alunos e<br />
levá-los a assimilar muito melhor as matérias hoje tão faladas<br />
como matemática, línguas e ciências, mas também será<br />
possível criar cidadãos que percebam melhor as suas capacidades<br />
e o seu perfil de empreendedores e que possam,<br />
assim, construir, de modo mais eficiente, uma sociedade<br />
cujos contornos evoluem todos os dias.<br />
Eu defendo que o ensino, apoiado nas tecnologias, tem de<br />
despertar as novas gerações, para uma vida para além da<br />
tabuada e do velho português dos erros gramaticais e ortográficos<br />
de que as máquinas já hoje nos defendem e apostar<br />
muito forte nas novas capacidades que preparam para a<br />
sociedade da imprevisibilidade.<br />
ENTREVISTA<br />
Cada vez se fala mais de economia digital, bem como<br />
de literacia, qualificação e inclusão digitais. Em que<br />
medida o consórcio E-xample pode contribuir para<br />
implementar estes factores de desenvolvimento e<br />
mudança na sociedade portuguesa?<br />
O ecossistema que promovemos permite um ensino atractivo<br />
e eficiente mas também ensina aquilo que ainda não<br />
“Com o nosso ecossistema vai ser possível<br />
cativar os alunos e levá-los a assimilar muito<br />
melhor as matérias hoje tão faladas como<br />
matemática, línguas e ciências, mas também<br />
será possível criar cidadãos que percebam<br />
melhor as suas capacidades e o seu perfil de<br />
empreendedores e que possam, assim, construir,<br />
de modo mais eficiente, uma sociedade cujos<br />
contornos evoluem todos os dias.”<br />
sabemos ensinar, nem sabemos que é preciso aprender,<br />
porque não conhecemos a sociedade de amanhã. Nesta<br />
medida, as novas tecnologias são ferramentas para trabalhar<br />
em equipa mas também para cada um descobrir o novo<br />
mundo e as novas competências.<br />
Isto de acreditarmos nuns seres iluminados que por si só<br />
fazem o ensino e avaliam os alunos é uma visão que está<br />
a mudar. Temos de reconhecer que as pessoas que estão<br />
a mudar a nova sociedade não foram muito bons alunos,<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 9
ENTREVISTA<br />
pois estavam acima do ensino que lhes queriam dar e das<br />
competências que lhes queriam criar.<br />
Na minha opinião, se alguém menosprezar o papel da<br />
tecnologia na educação, integrada de modo inteligente e<br />
participado, envolvendo pais, professores e alunos, será responsável<br />
por uma oportunidade perdida para o seu país.<br />
Como vê a evolução e o futuro das TIC em <strong>Portugal</strong><br />
na área da formação e da educação? Podem e devem<br />
ser consideradas como instrumentos de qualificação<br />
estratégica do futuro ou já o são no presente?<br />
São no presente obviamente instrumentos de qualificação<br />
estratégica, tanto mais que <strong>Portugal</strong> tem investido nas TIC e<br />
tem projectos de referência internacional na área dos serviços<br />
de telecomunicações, saúde e e-gov.<br />
Há, no entanto, um trabalho hercúleo a fazer, nomeadamente<br />
na área da educação em que já houve um investimento<br />
público e privado próximo dos dois mil milhões de<br />
euros, trabalho árduo, é certo, mas que faremos, ainda que<br />
possa haver períodos, embora obrigatoriamente curtos,<br />
com interregnos de dúvida e decisão.<br />
Considero que deverá, no entanto, prevalecer a visão estratégica<br />
e a linha condutora de um plano com ambição,<br />
metas e resultados operacionais mensuráveis. <strong>Portugal</strong> tem<br />
de ter futuro e ninguém pode ficar de fora deste desafio<br />
que está ao nosso alcance.<br />
Para si os actores do conhecimento, com pleno uso das<br />
TIC, contam-se entre os arquitectos do futuro? Em que<br />
medida potenciam e consolidam novas dinâmicas de<br />
10 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
produção e inovação, bem como a competitividade<br />
exportadora das empresas portuguesas?<br />
As TIC são hoje uma das bases de desenvolvimento social e<br />
económico transversal a todo o universo empresarial, cultural<br />
e social. Assim, criar novas gerações de portugueses cuja<br />
educação lhes permite perceber o papel das TIC e aprender a<br />
desenvolver e a integrar as suas componentes, traduz-se numa<br />
vantagem inestimável para o desenvolvimento do país.<br />
Estar no mundo da internacionalização com sucesso também<br />
só é possível com uma difusão transversal das TIC a toda economia,<br />
nomeadamente nas componentes de business intelligence,<br />
gestão, produção, distribuição e marketing. Diga-se<br />
que, a curto prazo, saberemos passar sem combustíveis fósseis,<br />
mas não seremos capazes de passar sem as TIC.<br />
Com o know-how e as tecnologias detidos pelo<br />
E-xample pode-se começar a falar de escola do<br />
futuro, de ensino para a o século XXI? Neste quadro,<br />
pode desenvolver o conceito de ecossistema digital e<br />
do novo paradigma proposto pela evolução das TIC?<br />
A escola do século XXI tem as suas tecnologias a sair do<br />
forno, mas temos de estudar como vamos conquistar pelas<br />
melhores razões o corpo docente e como aperfeiçoaremos<br />
a integração/fusão do mestre pedagogo com a tecnologia.<br />
É esta a grande urgência, a da fusão tecnologia-pedagogia e a<br />
da revolução dos objectivos do ensino e aprendizagem, como<br />
se referiu, tirando todo o partido do novo paradigma tecnológico.<br />
Nós, tecnólogos, ambicionamos não só esta união<br />
virtuosa, como queremos ganhar este desafio, e dizermos<br />
“presente!”, pois sabemos que, se não o conseguíssemos,<br />
nada teríamos feito afinal de relevante para promover um real<br />
desenvolvimento social e humano no séc. XXI e mais além.
EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO DE BENS TRANSACIONÁVEIS<br />
600 MILHÕES DE EUROS<br />
COM MELHORES CONDIÇÕES<br />
DE PRAZO E SPREAD.<br />
Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. A Caixa dispõe de mais<br />
de 600 milhões de euros com condições especiais de fi nanciamento para as empresas exportadoras<br />
e produtoras de bens transacionáveis. Através do crédito com prazo e condições fl exíveis, redução de spread<br />
e antecipação de recebimentos de exportação, vamos ajudar a levar o espírito empreendedor nacional cada vez mais longe.<br />
HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDAR<br />
A ECONOMIA A DAR A VOLTA.<br />
A CAIXA. COM CERTEZA.<br />
www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 08h às 22h/todos os dias do ano. Informe-se na Caixa.
DESTAQUE<br />
E-XAMPLE<br />
NEGÓCIO EM EXPANSÃO VOLTADO<br />
PARA AS GERAÇÕES FUTURAS<br />
Tirando partido da actual vantagem competitiva, o consórcio E-xample, um<br />
agrupamento complementar de 26 empresas das áreas mais inovadoras das TIC, está<br />
a posicionar-se como um dos principais players no mercado global das tecnologias<br />
educativas. O seu objectivo estratégico é conquistar uma quota de mercado relevante,<br />
sendo as parcerias locais e a colaboração com multinacionais de referência mundial,<br />
dois dos seus factores de sucesso. O E-xample tem como objectivo atingir um volume<br />
de negócios de 5 a 6 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos (3,75 a 4,5 mil<br />
milhões de euros), em mais de 19 geografias e servindo 16 milhões de alunos.<br />
12 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global
O E-xample integra-se num dos sectores<br />
mais promissores da economia<br />
portuguesa – o das tecnologias de informação<br />
e comunicação (TIC) – uma<br />
área de negócio fortemente exportadora,<br />
com empreendedores determinados<br />
e inovadores, e com empresas<br />
altamente internacionalizadas, que no<br />
seu conjunto formam um ecossistema<br />
exportador único.<br />
<strong>Portugal</strong> é hoje dos países mais avançados<br />
na utilização das tecnologias da<br />
informação e comunicação (TIC) aplicadas<br />
à Educação. O aparecimento de<br />
produtos e serviços de elevada usabilidade<br />
e qualidade apresenta-se como<br />
o factor decisivo que transformará o<br />
modelo de ensino em <strong>Portugal</strong> e nos<br />
países a que o E-xample pretende estender<br />
o projeto.<br />
É neste quadro que o E-xample, pela<br />
voz do presidente do consórcio, analisa<br />
com optimismo os investimentos feitos<br />
ao longo da última década em programas<br />
de infra-estruturação tecnológica<br />
das escolas, formação de professores,<br />
desenvolvimento de conteúdos digitais<br />
e inclusão digital de alunos, professores<br />
e famílias. Estes investimentos tornaram<br />
possível o nascimento em <strong>Portugal</strong> de um<br />
cluster industrial nas áreas do hardware,<br />
software, conteúdos digitais e projecto e<br />
implementação de ecossistemas de ensino,<br />
o que gerou um ambiente de elevada<br />
inovação e empreendedorismo, sem<br />
paralelo a nível mundial e que tem sido<br />
continuamente estimulado pela competência<br />
das empresas portuguesas.<br />
Scriptor – Plataforma de gestão de conteúdos e processo<br />
Na realidade, a dinâmica do sector<br />
das tecnologias de informação e comunicação<br />
(TIC) em <strong>Portugal</strong> está em<br />
vantajosa aceleração. A rápida evolução<br />
tecnológica, associada às enormes<br />
mudanças no mercado e à transformação<br />
dos próprios consumidores, agora<br />
mais informados e exigentes, marcam<br />
pela positiva este mercado imparável<br />
e que desempenha um papel estrutu-<br />
“A rápida evolução<br />
tecnológica, associada às<br />
enormes mudanças no<br />
mercado e à transformação<br />
dos próprios consumidores,<br />
agora mais informados e<br />
exigentes, marcam pela<br />
positiva este mercado<br />
imparável e que desempenha<br />
um papel estruturante no<br />
desenvolvimento económico<br />
e social, contribuindo<br />
de modo significativo<br />
para a competitividade e<br />
crescimento do país.”<br />
rante no desenvolvimento económico<br />
e social, contribuindo de modo significativo<br />
para a competitividade e crescimento<br />
do país.<br />
O forte desenvolvimento do sector, que<br />
é transversal à economia e à sociedade<br />
globais, tem impacto positivo no teci-<br />
DESTAQUE<br />
do empresarial das TIC portuguesas,<br />
sobretudo nas que estão focadas na<br />
actividade exportadora. Um estudo recente<br />
da IDC, empresa líder mundial na<br />
área de market intelligence, revela que<br />
se em 2010 apenas 30 por cento das<br />
empresas utilizavam os social media<br />
para desenvolverem novos produtos e<br />
serviços; em 2020 esta percentagem<br />
subirá para 75 por cento.<br />
As profundas alterações na economia<br />
e na sociedade, cada vez mais globalizadas,<br />
estão a apostar num crescente<br />
investimento, não só mais inteligente e<br />
mais produtivo, como mais inovador e<br />
capaz de gerir um efectivo e sustentado<br />
crescimento. Não deve surpreender,<br />
pois, que os gastos mundiais com tecnologia<br />
da informação e comunicações<br />
devam atingir, segundo a projecção do<br />
reputado Gartner Group, os 3,8 biliões<br />
de dólares este ano, o que representará<br />
um crescimento de 4,1 por cento em<br />
relação aos 3,6 biliões registados no<br />
ano passado.<br />
Não apenas o sector das TIC prospera<br />
neste clima favorável, como hoje já não<br />
há quem duvide que as tecnologias<br />
de informação e comunicação podem<br />
contribuir não só para a melhoria e<br />
optimização de processos de negócio<br />
das empresas e instituições, mas também<br />
para a criação de novos produtos<br />
e serviços, desenvolvimento de novas<br />
capacidades de negócio ou para a melhoria<br />
da produtividade e formação de<br />
colaboradores. O E-xample é um bom<br />
exemplo disso.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 13
DESTAQUE<br />
EMPRESAS DE TIC<br />
CONSÓRCIOS SÃO ESTRATÉGICOS<br />
NA INTERNACIONALIZAÇÃO<br />
>POR MARIA CÂNDIDA AZEREDO LOBO, DIRECÇÃO PME DA AICEP<br />
A cooperação empresarial tem vindo<br />
a assumir uma crescente importância<br />
num cenário económico em que a internacionalização<br />
constitui uma considerável<br />
oportunidade de sobrevivência<br />
para muitas empresas portuguesas do<br />
sector das Tecnologias de Informação e<br />
Comunicação (TIC).<br />
<strong>Portugal</strong> é já reconhecido internacionalmente<br />
como um exemplo de sucesso<br />
no âmbito da sociedade da informação,<br />
com particular realce pela aplicação<br />
de tecnologias de informação e<br />
comunicação no ensino, na administração<br />
pública e na indústria aeronáutica,<br />
civil e militar, áreas nas quais as empresas<br />
registam um cada vez maior dinamismo<br />
e actividade.<br />
“<strong>Portugal</strong> é já reconhecido<br />
internacionalmente como<br />
um exemplo de sucesso no<br />
âmbito da sociedade da<br />
informação, com particular<br />
realce pela aplicação de<br />
tecnologias de informação<br />
e comunicação no ensino,<br />
na administração pública e<br />
na indústria aeronáutica,<br />
civil e militar, áreas nas quais<br />
as empresas registam um<br />
cada vez maior dinamismo e<br />
actividade.”<br />
A principal missão dos consórcios entre<br />
empresas de Tecnologias de Informação<br />
e Comunicação prende-se com<br />
14 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
a integração de competências tecnológicas<br />
de hardware, software e de<br />
conteúdos digitais com o objectivo de<br />
promover a adopção de ecossistemas<br />
no mercado global, através de uma<br />
estratégia de internacionalização assente<br />
em parcerias sustentáveis, a médio<br />
e longo prazo, com os governos<br />
e outros players públicos e privados,<br />
locais e mundiais.<br />
No âmbito da Agenda <strong>Portugal</strong> Digital<br />
foi assinado um protocolo de<br />
colaboração entre os Ministérios dos<br />
Negócios Estrangeiros, da Economia<br />
e Emprego e da Educação e Ciência<br />
com o consórcio E-xample – Agrupamento<br />
Complementar de Empresas<br />
(ACE). Este consórcio, que representa<br />
as indústrias de tecnologias de ensino,<br />
aprendizagem e formação aplicadas<br />
à Educação, beneficia de um<br />
novo modelo de diplomacia económica<br />
de abordagem aos mercados externos<br />
que fomenta as oportunidades<br />
de negócio no sector da educação e<br />
estimula a produção de soluções, produtos<br />
e serviços tecnológicos competitivos<br />
e orientados para os mercados<br />
internacionais.
Outros exemplos de consórcios bemsucedidos<br />
são o iGov2U, o Projecto LIFE<br />
e o Compass.<br />
O iGov2U, cluster constituído por um<br />
grupo de empresas portuguesas complementares<br />
na área das tecnologias<br />
“A AICEP tem tido um papel<br />
preponderante fomentando<br />
e apoiando este ambiente de<br />
cooperação e de articulação<br />
entre públicos e privados de<br />
forma institucional, quer em<br />
<strong>Portugal</strong> quer através da sua<br />
rede externa em colaboração<br />
com as embaixadas.”<br />
para o sector público que se uniram<br />
com o propósito de criar sinergias que,<br />
de forma eficiente, possam responder<br />
às necessidades dos governos na área<br />
do e-Government.<br />
O Projecto LIFE – desenvolvido por um<br />
consórcio que consistiu na construção<br />
de um protótipo de um novo conceito<br />
para o interior de cabina de aviões executivos,<br />
foi distinguido com o Crystal<br />
Cabin Award 2012.<br />
O Compass, no sector da aeronáutica,<br />
foi constituído para responder<br />
a propostas de execução de serviços<br />
relativos a sistemas aeronáuticos e de<br />
comunicações no âmbito do Programa<br />
KC-390, aproveitando assim uma<br />
oportunidade única para a indústria<br />
nacional de sistemas e software ganhar<br />
notoriedade e dimensão, subindo deste<br />
modo na cadeia de valor do sector<br />
Aeronáutico e da Defesa.<br />
A AICEP tem tido um papel preponderante<br />
fomentando e apoiando este<br />
ambiente de cooperação e de articulação<br />
entre públicos e privados de forma<br />
institucional, quer em <strong>Portugal</strong> quer<br />
através da sua rede externa em colaboração<br />
com as embaixadas.<br />
Uma actuação e entreajuda concertadas,<br />
ao nível dos diferentes patamares de decisão,<br />
desde os meios governamentais<br />
passando pelos corpos diplomáticos,<br />
estruturas representativas empresariais<br />
e a AICEP, junto dos decisores, em cada<br />
A participação em consórcio é susceptível<br />
de ser apoiada no âmbito de<br />
candidaturas ao QREN - Quadro de Referência<br />
Estratégico Nacional ao abrigo<br />
do Sistema de Incentivos à Qualificação<br />
e Internacionalização de PME, na<br />
modalidade de Projectos Individuais de<br />
Internacionalização, promovidos por<br />
ACE ou uma PME que congregue as<br />
participações dos parceiros. Futurebox.TV - Solução de IPTV<br />
DESTAQUE<br />
país, permitirá potenciar os negócios das<br />
empresas portuguesas em mercados até<br />
então desconhecidos e noutros onde dificilmente<br />
entrariam de forma isolada.<br />
Neste sentido, no quadro da internacionalização,<br />
a colaboração empresarial<br />
em consórcio terá de ser considerada<br />
como um dos esteios não só do<br />
crescimento das próprias empresas mas<br />
também e, sobretudo, do desenvolvimento<br />
da economia portuguesa, devendo<br />
ser uma referência de alto valor<br />
para <strong>Portugal</strong>.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 15
DESTAQUE<br />
AS TIC PORTUGUESAS NO CONTEXTO<br />
DO MERCADO MUNDIAL<br />
POR JOÃO SILVA MARTINS, DIRECTOR-GERAL DO E-XAMPLE<br />
As Tecnologias da Informação e Comunicação<br />
(TIC) estão em condições de<br />
dar uma contribuição decisiva para a<br />
evolução da Educação, independentemente<br />
do contexto geográfico, económico<br />
e cultural.<br />
O papel das TIC na Educação pode ser<br />
observado numa tripla óptica: primeiro,<br />
como um conjunto de ferramentas<br />
potenciador do acesso à Sociedade do<br />
Conhecimento; segundo, como um<br />
agente facilitador dos processos de<br />
ensino e aprendizagem e da gestão da<br />
escola; terceiro, como um factor motivador<br />
e mobilizador dos estudantes<br />
que desejam que a escola reproduza<br />
o ambiente tecnológico dominante na<br />
sociedade e na economia.<br />
<strong>Portugal</strong> apostou, desde 2003, de forma<br />
continuada, na construção de um<br />
ecossistema educativo com recurso às<br />
TIC através de programas como Ligar<br />
<strong>Portugal</strong>, a e-Escola e Plano Tecnológico<br />
da Educação (PTE). Neste sentido, o país<br />
soube ser visionário, sabendo antecipar<br />
uma evolução inexorável e fazendo investimentos<br />
elevados para concretizar a<br />
ambição de proporcionar às novas gerações<br />
uma escola digital que forme cidadãos<br />
com competência para o séc. XXI.<br />
Em resultado desta experiência, <strong>Portugal</strong><br />
conseguiu criar um cluster de competências<br />
na área das TIC aplicadas à<br />
Educação, consubstanciado num conjunto<br />
de empresas tecnológicas, com<br />
capacidade de construir, de forma colaborativa,<br />
ecossistemas educativos em<br />
qualquer parte do mundo, adaptados<br />
às condições e necessidades específicas<br />
de cada país ou região, que se associaram<br />
num Agrupamento Complementar<br />
de Empresas, denominado E-xample.<br />
Este promoveu e impulsionou, desde então,<br />
relações institucionais e empresariais<br />
16 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
com dezenas de países, de que resultou<br />
a assinatura de acordos de cooperação<br />
bilateral, com destaque para países como<br />
o México, Cabo Verde, Argélia, Bolívia e<br />
Andorra. Considera ainda como prioritários<br />
todos os mercados dos PALOP, assim<br />
como países como a Colômbia, Peru e<br />
Chile, os países do Magrebe e os países<br />
do Golfo. A ambição de internacionalização<br />
do E-xample envolve mais de 40<br />
países com representação portuguesa a<br />
nível de embaixada e, em grande parte<br />
dos casos, delegados AICEP a trabalhar<br />
de modo integrado.<br />
O nosso país já se tornou uma referência<br />
internacional na oferta de ecossistemas<br />
educativos suportados nas TIC e<br />
tem condições para evoluir e tornar-se<br />
num exemplo de benchmarking mundial.<br />
Para isso, necessita de expandir o<br />
mercado destas empresas para outros<br />
países, criando dimensão e massa crítica<br />
que lhes permita ser competitivas em<br />
preço e investir numa evolução contínua<br />
da sua oferta, em termos de tecnologia,<br />
integração e ligação à pedagogia. O<br />
mercado português, demasiado pequeno<br />
para permitir o crescimento destas<br />
empresas pode e deve ser o laboratório<br />
de teste e geração de produtos, mas<br />
sempre com foco nas necessidades dos<br />
mercados internacionais.<br />
Desde 2010 que a E-xample tem vindo a<br />
contribuir, em estreita colaboração com<br />
as suas agrupadas, para credibilizar e<br />
projectar o chamado “caso português”<br />
numa óptica de integração de soluções e<br />
ecossistema e de afirmação de um cluster<br />
industrial do sector das TIC educativas.<br />
No âmbito deste contexto, nos últimos<br />
anos, centenas de responsáveis técnicos<br />
e políticos de muitos países têm visitado<br />
as empresas que integram o consórcio<br />
E-xample e têm entrado em contacto<br />
com o cluster industrial e com os ecossistemas<br />
TIC em contexto escolar de que<br />
<strong>Portugal</strong> tem sido precursor.
EMPRESAS DO E-XAMPLE<br />
TÊM A PALAVRA<br />
Na sequência de um<br />
pedido endereçado às<br />
empresas que integram<br />
o consórcio E-xample,<br />
algumas houve que<br />
responderam com o seu<br />
depoimento, revelando<br />
deste modo um vasto<br />
leque de empresas e<br />
‘know-hows’ que se<br />
complementam e se<br />
potenciam nos mercados.<br />
BI-BRIGHT<br />
André Vasconcelos, CEO da Bi-Bright<br />
~<br />
‘<br />
A Bi-Bright tem um papel preponderante<br />
ao nível da promoção das TIC, nomeadamente<br />
nas áreas de formação e educação.<br />
Com a participação, desde o início,<br />
no E-xample, a Bi-Bright tem demonstrado<br />
a sua capacidade no desenvolvimento<br />
de soluções que melhorem a eficácia<br />
e a experiência do ambiente de ensino.<br />
Acreditamos que a escola é e deve ser um<br />
centro de excelência e de competências.<br />
CAIXA MÁGICA<br />
Paulo Trezentos, Partner da Caixa Mágica<br />
Os principais desafios que se colocam<br />
à Caixa Mágica, enquanto fornecedora<br />
de sistema operativo Linux e aplicações<br />
em ambiente educativo, prendem-se<br />
com a diversificação de mercados. O investimento<br />
necessário e a falta de massa<br />
crítica são um obstáculo. O consórcio Example<br />
permite não só ultrapassar esses<br />
obstáculos mas trabalhar na evolução<br />
do nosso produto de forma integrada e<br />
articulada com os nossos parceiros.<br />
CRITICAL LINKS<br />
A Critical Links comercializa uma solução<br />
integrada de software para educação,<br />
incluindo o premiado servidor educativo<br />
“Education Appliance”, bem como serviços<br />
de distribuição de conteúdos educativos<br />
na “Cloud”. Estamos presentes<br />
em mais de 30 países. Com o E-xample<br />
podemos oferecer uma solução end-to-<br />
João Carreira, CEO da Critical Links<br />
DESTAQUE<br />
end, subimos na cadeia de valor, aumentamos<br />
a eficácia comercial e somos mais<br />
fortes nos mercados de exportação.<br />
FAMASETE<br />
José Barbosa, CEO da Famasete.<br />
Fazer parte do consórcio E-xample<br />
foi uma excelente oportunidade para<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 17
DESTAQUE<br />
a Famasete poder contribuir para a<br />
inovação tecnológica do sistema educativo<br />
em <strong>Portugal</strong>, através das mesas<br />
interactivas WINGSYS, produzidas e<br />
patenteadas por nós. Potente ferramenta<br />
de ensino, esta tecnologia é<br />
uma combinação perfeita de hardware/software<br />
e muita investigação. O<br />
nosso contínuo trabalho pretende dar<br />
aos actores deste processo – professores,<br />
alunos, escolas e pais – novas<br />
tecnologias e ferramentas para criar<br />
uma nova geração de pessoas infoeducadas<br />
e um país desenvolvido no<br />
domínio das TIC.<br />
GRUPO LEYA<br />
Joaquim Barradas, Digital Learning<br />
Director do Grupo LeYa<br />
O Grupo LeYa desenvolve projectos<br />
educacionais integrados, onde a tecnologia<br />
assume um papel fundamental<br />
na criação de soluções de aprendizagem<br />
inovadoras e eficazes, adequadas<br />
às necessidades educativas<br />
do século XXI. A LeYa, presente em<br />
<strong>Portugal</strong>, Brasil, Angola e Moçambique,<br />
encontra no ACE E-xample um<br />
parceiro importante na internacionalização<br />
para países de língua não<br />
portuguesa.<br />
18 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
ISA<br />
José Basílio Simões, CEO da ISA –<br />
Intelligent Sensing Anywhere<br />
A monitorização energética de escolas<br />
é um trabalho de grande importância.<br />
Através dele estamos a contribuir<br />
não apenas para poupar os<br />
recursos energéticos, mas também<br />
para formar os consumidores de amanhã,<br />
com uma formação didáctica e<br />
tecnologicamente sólida. Fazer parte<br />
do consórcio E-xample tem sido importante,<br />
pois estamos em sintonia<br />
com o que de mais actual se faz na<br />
educação e na formação em <strong>Portugal</strong>.<br />
Aproveitando pontes e oportunidades,<br />
a ISA tem vindo a explorar parcerias<br />
com empresas da área, dando<br />
a conhecer o trabalho desenvolvido<br />
junto de escolas em diversos mercados<br />
e de variados actores.<br />
I-ZONE<br />
O E-xample criou novas cadeias de<br />
valor e novos modelos de negócio.<br />
Aparecem lógicas ponta-a-ponta e<br />
emergem diversos subgrupos onde se<br />
misturam produtos e serviços. Para as<br />
PME, como a I-Zone, atingir canais,<br />
mercados externos e criar soluções integradas<br />
exigiria um enorme esforço<br />
não apenas financeiro ou tecnológico<br />
mas de criação de rede. O E-xample é<br />
o nó central nessa rede.<br />
Pedro Roseiro, Chief Innovation Officer,<br />
I-Zone SGPS, S.A.<br />
NOVABASE<br />
Miguel Leocádio, Senior Manager na<br />
Novabase e responsável pelo sector da<br />
Educação e Ciência<br />
A exploração do potencial das TIC<br />
na educação está ainda no início<br />
do percurso e o desafio passa pela<br />
adopção de um portfólio de tecnologias<br />
acessíveis, algumas existentes<br />
há muitos anos. Mas uma adopção<br />
por todos – alunos, professores e<br />
técnicos – de forma articulada, promovendo<br />
modelos de aprendizagem<br />
adequados à nossa era. E esse é um<br />
desafio imenso, devendo as empresas<br />
com ambição neste sector promover<br />
o avanço do conhecimento e<br />
intervir sobre essa realidade. A Nova-
ase persegue essa descodificação e<br />
tem encontrado no E-xample parceiros<br />
para essa ‘viagem’.<br />
PORTO EDITORA<br />
Vasco Teixeira, Administrador do Grupo<br />
Porto Editora<br />
Sendo a maior produtora de conteúdos<br />
educativos digitais em <strong>Portugal</strong>, era importante<br />
para a Porto Editora participar<br />
no E-xample. Com a nossa experiência,<br />
o nosso conhecimento e o nosso empenho,<br />
esperamos contribuir para o<br />
sucesso do consórcio e, em particular,<br />
para a afirmação dos conteúdos educativos<br />
de qualidade no apoio às novas<br />
estratégias de aprendizagem realizadas<br />
em ambiente tecnológico.<br />
PT INOVAÇÃO<br />
Alcino Lavrador, CEO da PT Inovação<br />
A participação da PT Inovação no<br />
consórcio E-xample é, antes do mais,<br />
uma responsabilidade que decorre<br />
do papel que tem tido no desenvolvimento<br />
e consolidação de tecnologia<br />
portuguesa na sociedade da informação<br />
e no sector das telecomunicações.<br />
Na Escola do Futuro, a PT<br />
Inovação contribui decisivamente na<br />
promoção da aproximação colaborativa<br />
entre alunos através de serviços<br />
avançados de comunicação.<br />
VIATECLA<br />
Filipe Clérigo, CTO e Partner da Viatecla<br />
Como membro do Consórcio E-xample,<br />
a VIATECLA considera de extrema<br />
importância a oferta de soluções<br />
integradas de negócio no domínio<br />
das tecnologias da educação e aprendizagem,<br />
através da incorporação das<br />
valências de cada um dos seus membros,<br />
com diferentes tipos de tecnologia<br />
e dispositivos. Pretendemos assim<br />
acrescentar valor e contribuir para<br />
aquela que será a escola do futuro<br />
num mercado global.<br />
DESTAQUE<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 19
PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />
MULTILATERAIS FINANCEIRAS<br />
MIGA - AGÊNCIA DE GARANTIA<br />
DE INVESTIMENTOS MULTILATERAIS<br />
20 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A MIGA (Multilateral Investment Guarantee Agency) é a Agência<br />
Multilateral de Garantia de Investimentos do Grupo Banco Mundial<br />
e tem como objectivo promover o investimento directo estrangeiro<br />
a fim de apoiar o crescimento da economia e a redução da pobreza,<br />
concretamente nos países emergentes. A MIGA apoia projectos nestes<br />
países, garantindo o risco dos investimentos.<br />
Um artigo de Olivier Lambert, Director Regional da MIGA.
A economia mundial está a mudar dramaticamente<br />
e estamos a experimentar<br />
uma viragem na orientação do crescimento<br />
para os mercados emergentes<br />
e economias em desenvolvimento. À<br />
medida que estes países se tornam os<br />
motores do crescimento económico<br />
global, os investidores internacionais<br />
(incluindo os portugueses) estão compreensivelmente<br />
a olhar para os países<br />
em desenvolvimento como destinos de<br />
investimento – uma tendência que só<br />
tem aumentado num contexto de mercados<br />
europeus enfraquecidos.<br />
Depois de uma queda pronunciada<br />
resultante da crise financeira global, o<br />
Banco Mundial antecipa uma retoma<br />
do investimento directo estrangeiro<br />
para 2013. Os fluxos de investimento<br />
para países em desenvolvimento já representam<br />
uma parcela substancial do<br />
IDE: alcançaram 45 por cento das entradas<br />
de capitais em 2012.<br />
O crescimento económico leva estes<br />
países a olharem para o sector privado<br />
internacional como fornecedores<br />
das muito necessárias infra-estruturas,<br />
indústria e serviços, ao mesmo tempo<br />
que partilham a expertise global,<br />
sendo de referir que algumas empresas<br />
portuguesas estão bem colocadas<br />
para fornecer esse conhecimento e realizar<br />
esses investimentos. Estudos indicam<br />
que só a necessidade de investimento<br />
em infra-estruturas no mundo<br />
em desenvolvimento, é de mais de<br />
230 mil milhões de dólares anuais. No<br />
entanto, apesar desta enorme procura,<br />
investidores e financiadores podem<br />
mostrar-se relutantes em negociar<br />
com países com antecedentes de risco<br />
político ou económico. Na realidade,<br />
um compromisso de investimento directo<br />
no estrangeiro de longo prazo<br />
traduz-se também, habitualmente,<br />
num compromisso de longo prazo<br />
com o país de acolhimento.<br />
Seguro de Risco Político:<br />
a base de tudo<br />
Apesar dos investidores estarem geralmente<br />
optimistas em relação ao retorno<br />
do investimento nas economias em<br />
desenvolvimento, muitas vezes recorrem<br />
ao seguro de risco político junto de<br />
seguradoras privadas ou com garantia<br />
de Estado. O seguro de risco político<br />
é um instrumento para os investidores<br />
reduzirem os riscos que decorrem de<br />
acções adversas – ou da inacção – dos<br />
governos. Os riscos cobertos são, tipicamente,<br />
a expropriação, a não-conversão<br />
ou restrição à transferência de divisas,<br />
guerra, terrorismo e perturbações civis,<br />
a quebra de contratos e o incumprimento<br />
de obrigações financeiras pelos<br />
governos ou empresas estatais.<br />
“O seguro de risco político<br />
é um instrumento para<br />
os investidores reduzirem<br />
os riscos que decorrem de<br />
acções adversas – ou da<br />
inacção – dos governos.”<br />
Além da protecção contra estes riscos,<br />
a disponibilidade de capital é algo que<br />
condiciona as decisões de muitos investidores<br />
e credores que recorrem ao<br />
seguro de risco político, na medida em<br />
que melhora a notação de risco dos<br />
projectos e conduz a um menor custo<br />
de financiamento. Numa estrutura<br />
complexa de project finance, a cobertura<br />
do risco político é frequentemente<br />
exigida pelos financiadores.<br />
Uma vez tomada a decisão de recorrer à<br />
cobertura de risco político, o investidor<br />
vai recorrer às seguradoras privadas ou à<br />
garantia de Estado. O entendimento geral<br />
é de que os seguradores privados são<br />
geralmente mais competitivos em termos<br />
de preço em operações de curto prazo,<br />
nomeadamente nos seguros de créditos<br />
à exportação, enquanto a garantia de Estado<br />
é mais adequada em operações de<br />
longo prazo em mercados de risco.<br />
Porquê a MIGA?<br />
O mandato da MIGA é o de promover<br />
o investimento directo estrangeiro, visando<br />
o crescimento da economia e a<br />
redução da pobreza. Por isso, a Agência<br />
está disponível para ir onde as outras<br />
seguradoras não se atrevem: países<br />
emergentes em situação de conflito<br />
ou revolta política, particularmente em<br />
África, países com enormes necessida-<br />
PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />
des de investimento mas que não são<br />
suficientemente cobertas por outras<br />
seguradoras, e países com mercados<br />
financeiros sub-desenvolvidos.<br />
A estratégia da MIGA baseia-se na sua<br />
força de mercado: promovendo investimentos<br />
em mercados de fronteira,<br />
de maiores dificuldades; apoiando investimentos<br />
a um nível sub-soberano,<br />
quando estão envolvidos parceiros com<br />
menos experiência ou sem classificação<br />
de risco (o que acarreta maior dificuldade<br />
de acesso ao financiamento).<br />
Como parte do Grupo Banco Mundial,<br />
a MIGA trabalha activamente com os<br />
investidores e os países de acolhimento<br />
para assegurar que os investimentos<br />
decorram da melhor forma. Isto permite<br />
à MIGA ter uma cobertura de dissuasão<br />
relativamente a acções governamentais<br />
que possam causar constrangimentos<br />
aos projectos e auxiliar na resolução de<br />
disputas entre investidores e governos.<br />
A MIGA pode muitas vezes ajudar investidores<br />
e governos a resolver disputas<br />
antes de eles chegarem a uma situação<br />
de reclamação – e manter os projectos<br />
em curso. A MIGA apoiou mais de 700<br />
projectos nos seus 25 anos de história<br />
e pôde resolver muitas disputas que teriam<br />
levado a reclamações num número<br />
considerável de casos (à excepção de<br />
dois). A actuação da MIGA ajuda assim<br />
não apenas a proteger os investidores,<br />
mas também a garantir que o investimento<br />
produza o impacto esperado.<br />
A MIGA é também uma mais-valia para<br />
os seus clientes pela capacidade de<br />
aportar um extenso conhecimento dos<br />
mercados emergentes e das melhores<br />
práticas de gestão ao nível internacional<br />
em matéria de ambiente e responsabilidade<br />
social.<br />
Refira-se que a Agência já segurou investimentos<br />
de empresas portugueses<br />
em Angola, Cabo Verde e Moçambique,<br />
em sectores como os transportes,<br />
turismo, minas e indústria.<br />
O apoio da MIGA em África<br />
As prioridades da MIGA incluem projectos-alvo<br />
na África sub-Saariana, bem<br />
como projectos de infra-estruturas de<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 21
PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />
elevada complexidade. Com efeito,<br />
a Agência tem uma experiência muito<br />
rica no apoio à execução de infraestruturas<br />
num continente largamente<br />
deficitário a este nível.<br />
Refira-se, a título exemplificativo, as<br />
garantias prestadas pela MIGA ao investidor<br />
português Portus Indico - Sociedade<br />
de Serviços Portuários SA, no<br />
montante global de 13,7 milhões de<br />
dólares, para cobrir os seus investimentos<br />
na Maputo Port Development<br />
Company S.A.R.L., em Moçambique.<br />
O projecto envolvia a reabilitação, desenvolvimento,<br />
financiamento e operação<br />
do porto de Maputo, em Moçambique,<br />
em regime de Build, Operate<br />
and Transfer (BOT). O porto tem<br />
sido, tradicionalmente, estratégico<br />
para este país: no seu valor máximo,<br />
as receitas geradas no porto de Maputo<br />
chegaram a representar 80 por cento<br />
da balança comercial de Moçambique.<br />
Ainda assim, na altura em que foi<br />
prestada a garantia da MIGA, a guerra<br />
civil e o declínio económico do país<br />
22 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
tinham deixado o porto a operar só<br />
com uma parte da sua capacidade.<br />
Dando a concessão a um operador do<br />
sector privado, o governo recuperou as<br />
operações portuárias até à sua máxima<br />
capacidade, baixou o custo das tarifas<br />
portuárias por via de uma melhoria da<br />
sua eficiência operacional e promoveu<br />
o crescimento da economia através do<br />
“O mandato da MIGA é o<br />
de promover o investimento<br />
directo estrangeiro, visando<br />
o crescimento da economia e<br />
a redução da pobreza.”<br />
alargamento dos mercados para os<br />
produtos nacionais.<br />
Os benefícios do desenvolvimento do<br />
porto estenderam-se ainda para lá de<br />
Moçambique, dado que o porto serve<br />
como um entreposto comercial, eficiente<br />
e com baixos custos, também para o<br />
Malawi, Suazilândia, Zâmbia, a região<br />
norte da África do Sul e o Zimbabué.<br />
Outro exemplo do apoio da MIGA às<br />
infra-estruturas em África é na Costa<br />
do Marfim, país que está em reconstrução<br />
depois de um prolongado conflito<br />
civil. Neste país, um projecto de longo<br />
prazo para a construção de uma ponte<br />
com portagem sobre a Ebrié Lagoon,<br />
de Abidjan, esteve suspenso durante<br />
mais de 10 anos, estando agora a ser<br />
retomado. Neste caso, a MIGA prestou<br />
garantias no valor de 145 milhões de<br />
dólares, cobrindo a vertente de capital,<br />
todos os financiadores do projecto<br />
do sector privado, assim como a FMO<br />
– Entrepreneurial Development Bank,<br />
instituição financeira da Holanda. O<br />
Banco Africano de Desenvolvimento<br />
também está envolvido no financiamento<br />
desta parceria público-privada,<br />
a primeira a concretizar-se desde o final<br />
da guerra civil.<br />
A construção da ponte constitui uma<br />
grande prioridade para o governo da<br />
Costa do Marfim, dado que as pontes<br />
e as infra-estruturas existentes em Abidjan<br />
estão severamente pressionadas<br />
e não asseguram o tráfego crescente<br />
da cidade. Logo que esteja pronta, a<br />
ponte vai reduzir significativamente<br />
os tempos de deslocação, melhorar a<br />
mobilidade geral e aliviar os crónicos<br />
congestionamentos do trânsito. O projecto<br />
pretende também ter um efeito<br />
de demonstração a futuras iniciativas<br />
do sector privado no país.<br />
Já no Ruanda, a MIGA está a apoiar um<br />
investimento que está a levar tecnologia<br />
de ponta a um mercado remoto. O<br />
projecto energético KivuWatt envolve a<br />
extracção e separação de gás metano<br />
do fundo do Lago Kiwu e irá produzir<br />
25 megawatts de energia na sua primeira<br />
fase. O Ruanda tem actualmente<br />
uma das mais altas tarifas de electricidade<br />
de África devido à sua limitada<br />
capacidade de geração, sendo por isso<br />
este um projecto de alta prioridade<br />
para o governo. Além da cobertura do<br />
risco-país no prazo de 20 anos, a MIGA<br />
liderou também o trabalho de due dilligence<br />
ambiental e social para este projecto,<br />
de elevada complexidade.
Estima-se actualmente que o lago, que<br />
fica na fronteira entre o Ruanda e a<br />
República Democrática do Congo, contenha<br />
grandes quantidades de dióxido<br />
de carbono e de metano nas suas camadas<br />
de mais baixa densidade. O gás<br />
metano fornece uma fonte potencial<br />
de energia, mas pode também fazer<br />
com que o lago entre em erupção, com<br />
consequências desastrosas. Uma erupção<br />
no Lago Nyos, nos Camarões, em<br />
1986, asfixiou 1.700 pessoas e mais de<br />
3.000 cabeças de gado. Este grave risco<br />
e os compreensíveis riscos políticos<br />
neste mercado (relativamente pouco<br />
estudado), levaram o fundo de capitais<br />
Contour <strong>Global</strong> a recorrer à MIGA, depois<br />
de outras seguradoras terem recusado<br />
o projecto.<br />
Após um pormenorizado estudo ambiental<br />
e social, incluindo a consulta a<br />
peritos independentes para avaliarem<br />
a estabilidade do lago, a gestão dos<br />
recursos, a saúde das comunidades, a<br />
segurança e os possíveis impactos do<br />
“A estratégia da MIGA<br />
baseia-se na sua força de<br />
mercado: promovendo<br />
investimentos em mercados<br />
de fronteira, de maiores<br />
dificuldades; apoiando<br />
investimentos a um nível<br />
sub-soberano, quando estão<br />
envolvidos parceiros com<br />
menos experiência ou sem<br />
classificação de risco.”<br />
projecto, a MIGA e o FMO sentiram<br />
que podiam avançar com o projecto.<br />
Trabalhar com a MIGA<br />
A MIGA pode assim ajudar países em<br />
desenvolvimento a atrair investimentos<br />
que criem emprego e contribuam para<br />
o crescimento económico, ajudando ao<br />
mesmo tempo os potenciais investidores<br />
portugueses a obter retorno desses<br />
projectos. A MIGA cobre investimentos<br />
realizados por investidores de qualquer<br />
dos 179 países membros da Agência,<br />
num país membro em desenvolvimento.<br />
A Agência também trabalha de forma<br />
muito próxima com a Sociedade Financeira<br />
Internacional (também do Grupo<br />
Banco Mundial) na alavancagem do<br />
investimento no sector privado, particularmente<br />
em projectos de grandes<br />
infra-estruturas que são tão urgentemente<br />
necessários à promoção do crescimento<br />
nos países beneficiários.<br />
A MIGA não impõe qualquer limite à<br />
dimensão dos projectos que apoia.<br />
Para os maiores investimentos, a MIGA<br />
pode mobilizar a capacidade de resseguro<br />
se necessário. Nos projectos de<br />
menor dimensão, o Programa de Pequenos<br />
Investimentos da MIGA oferece<br />
soluções de adesão simplificada para<br />
PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />
os investidores que procuram coberturas<br />
de menos de 10 milhões de dólares.<br />
A equipa da MIGA tem grande experiência<br />
em seguros de risco político, com<br />
backgrounds que incluem o sector financeiro,<br />
mercados de capital, project<br />
finance, sustentabilidade ambiental e<br />
responsabilidade social, especialistas<br />
sectoriais, direito internacional e resolução<br />
de disputas.<br />
Para mais informações:<br />
Olivier J. L. Lambert, Regional Manager<br />
Tel.: +33 1 40 69 31 58<br />
www.miga.org/emea<br />
olambert@worldbank.org<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 23
EMPRESAS<br />
CONCEPT BAGS<br />
SACOS “VERDES”<br />
EM EXPANSÃO INTERNACIONAL<br />
A Concept Bags, marca especializada na criação e produção de sacos reutilizáveis, é a<br />
protagonista do plano de internacionalização do grupo Macambira & Araújo, numa<br />
estratégia focada no cliente e na personalização dos produtos. Os resultados são<br />
positivos e a marca procura impor-se no mercado internacional.<br />
Criatividade, design, personalização e<br />
qualidade são os factores de sucesso<br />
do grupo MA - Macambira & Araújo<br />
criado nos finais dos anos 90 pelos sócios<br />
fundadores Alberto Araújo e Tiago<br />
Macambira. Dedicada à criação e produção<br />
de soluções para área promocional,<br />
a empresa diferenciou-se ao investir<br />
num serviço personalizado e integral<br />
– novidade introduzida no mercado e<br />
factor crucial para o seu sucesso e crescimento.<br />
Essa diferenciação na oferta<br />
passou pela personalização dos artigos<br />
ou objectos de acordo com a campanha<br />
de comunicação em causa.<br />
24 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“A diferenciação a este nível só foi possível<br />
porque desde cedo percebemos<br />
que teríamos de completar a oferta<br />
nacional com pesquisa de produto internacional/Oriente.<br />
Estabelecemos vários<br />
contactos, desenvolvemos diversos<br />
projectos e, neste momento, contamos<br />
com uma rede de parceiros que nos permite<br />
encontrar a melhor solução para<br />
cada cliente, em termos de qualidade/<br />
preço”, explica fonte do grupo MA.<br />
A receptividade no mercado correspondeu<br />
às expectativas e a evolução tornou-se<br />
inevitável. Da aposta no mercado<br />
nacional, seguiu-se a conquista do<br />
mercado internacional e a necessidade<br />
de encontrar serviços complementares<br />
ao core business da Macambira &<br />
Araújo levou à criação de diferentes<br />
empresas e unidades de negócio.<br />
Contando com uma equipa multidisciplinar<br />
de 25 colaboradores, a Macambira &<br />
Araújo é actualmente um grupo de empresas<br />
(MA Creative Production Group)<br />
que se dedica à criação e produção de<br />
diferentes soluções na área da comunicação/marketing:<br />
MA Brand Objects<br />
(soluções de merchandising promocional),<br />
MA Brand Impact (suportes de comunicação<br />
física), MA Corporate Wear
(vestuário corporativo) e MA Private Label<br />
(produções de têxteis nacionais). Em<br />
muitos projectos, as áreas de actuação<br />
das empresas cruzam-se, acabando por<br />
beneficiar das sinergias que daí resultam.<br />
Foi desta dinâmica e da aposta em nichos<br />
de mercado que nasceu a Concept<br />
Bags, marca especializada na criação e<br />
produção de sacos reutilizáveis e principal<br />
protagonista do plano de internacionalização.<br />
Segundo a mesma fonte,<br />
tratou-se de aliar a comunicação por<br />
objecto à crescente consciencialização<br />
ecológica das empresas/marcas, o que<br />
permitiu à Concept Bags surgir com um<br />
“conjunto de soluções que surpreendeu<br />
as expectativas do mercado nacional e<br />
internacional, ditando assim o sucesso<br />
da marca e empresa que a suporta”.<br />
Colocando o cliente no centro das atenções,<br />
o grupo MA actua no mercado global,<br />
ainda que os seus principais clientes<br />
sejam as marcas nacionais. A internacionalização,<br />
no entanto, foi sempre um objectivo<br />
presente na dinâmica da empresa.<br />
Neste momento, a empresa está consolidada<br />
nos mercados nacional e angolano.<br />
No ano passado realizou os primeiros<br />
negócios no mercado brasileiro<br />
e várias acções comerciais estão a ser<br />
implementadas noutros mercados, designadamente<br />
em Moçambique, Argélia,<br />
Espanha, França, Itália, Polónia, Reino<br />
Unido e Alemanha, o que permite<br />
prever, para este ano, um aumento significativo<br />
das exportações da empresa.<br />
Estratégia de<br />
internacionalização<br />
De sublinhar que, contrariando ciclos<br />
menos positivos da economia, a evolução<br />
da empresa tem sido para um<br />
crescimento progressivo do volume de<br />
negócios, aumento e diversificação de<br />
clientes e dos mercados de actuação. A<br />
empresa encerrou o ano de 2012 com<br />
resultados muito positivos e as perspectivas<br />
para 2013 são promissoras, de<br />
acordo com a mesma fonte.<br />
No início de 2013, a empresa deu um<br />
novo passo no seu processo de internacionalização<br />
e, cofinanciada pelo FEDER<br />
ao abrigo do QREN e do Plano Operacional<br />
Norte, partiu em busca de novos mercados,<br />
participando em feiras de projec-<br />
ção internacional, realizando viagens de<br />
prospecção e acções comerciais em mercados<br />
de grande dimensão e com poder<br />
de compra, como são os casos do Brasil,<br />
Polónia, Reino Unido, França, Espanha.<br />
“Este investimento permite-nos levar<br />
além-fronteiras os nossos produtos e<br />
serviços ancorados na marca Concept<br />
Bags, consolidar a presença no merca-<br />
MA Creative<br />
Production Group<br />
Via Central de Milheirós, 307 A<br />
Milheirós, 4475-380 Maia - <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 229 942 316 / 7 / 8<br />
Fax: +351 229 942 319<br />
info@maproductiongroup.com<br />
www.maproductiongroup.com<br />
https://pt-pt.facebook.com/conceptbags<br />
EMPRESAS<br />
do internacional e detectar potenciais<br />
clientes e negócios”, defende a mesma<br />
fonte, afirmando que é objectivo<br />
da MA ser um dos top 10 no mercado<br />
global em que actua.<br />
A abordagem feita a cada mercado é personalizada,<br />
de forma a garantir os melhores<br />
resultados em cada acção desenvolvida<br />
pela empresa. Em jeito de balanço do<br />
1º semestre do projecto, a MA revela que<br />
participou em três feiras (Brasil, França e<br />
Reino Unido) e realizou várias viagens de<br />
prospecção a diferentes mercados (Brasil,<br />
Espanha, Polónia) com um retorno<br />
“muito positivo”. O acompanhamento<br />
tem sido feito in loco (Brasil, Angola e Espanha)<br />
e a análise contínua em todas as<br />
fases do processo tem-se revelado crucial<br />
para o sucesso do projecto que se prolongará<br />
até 2015, afirma a mesma fonte.<br />
O investimento em novas áreas de negócio,<br />
o lançamento de marcas registadas,<br />
a conquista de novos mercados,<br />
a aposta constante em colaboradores<br />
qualificados e multifuncionais e o investimento<br />
em parcerias cruciais para a<br />
sua notoriedade caracterizam a evolução<br />
do grupo MA desde a sua criação.<br />
O Grupo conta já com uma rede de<br />
parceiros nos quatro cantos do mundo<br />
- Lisboa, Xangai, Bombaim, Daca (Bangladesh),<br />
São Paulo e Luanda -, visando<br />
cimentar relacionamentos com os seus<br />
clientes nacionais e internacionais.<br />
A MA trabalha com as grandes marcas<br />
de sectores diversificados como as telecomunicações,<br />
banca, distribuição,<br />
alimentar e não alimentar, tanto a nível<br />
nacional como internacional. Acrescenta<br />
a fonte que os clientes que procuram os<br />
serviços da MA são empresas ou marcas<br />
“que investem regularmente em artigos<br />
de promoção como forma de divulgação<br />
da sua marca e que procuram um serviço<br />
distinto, integral e personalizado”.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 25
EMPRESAS<br />
COURO AZUL<br />
SUCESSO NO MERCADO INTERNACIONAL<br />
Tem sido noticiada como a mais recente fornecedora da emblemática marca Porsche,<br />
mas há muito que a Couro Azul produz para os principais construtores de automóveis.<br />
As exportações representam já 83 por cento do volume de negócios da empresa, que<br />
é um dos quatro maiores ‘players’ europeus no negócio do couro para volantes.<br />
A Couro Azul foi criada em 1989<br />
como resposta do Grupo Carvalhos à<br />
necessidade de diversificação do seu<br />
negócio para o sector automóvel, dadas<br />
as condicionantes de crescimento<br />
dos sectores de calçado e marroquinaria,<br />
até então os principais clientes da<br />
empresa fundada em 1939 por António<br />
Nunes de Carvalho.<br />
A história do Grupo, dedicado ao fabrico<br />
do couro, reflecte, por um lado, a aposta<br />
na qualidade e inovação como factores<br />
da sua competitividade, e, por outro<br />
lado, a permanente diversificação de<br />
segmentos e diferenciação dos produtos.<br />
26 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A primeira empresa, a António Nunes de<br />
Carvalho, dedicou-se nas primeiras décadas<br />
ao fabrico de peles de ovino e caprino<br />
para os sectores de vestuário e calçado de<br />
senhora. Mais tarde, nos anos 60, com a<br />
integração de Curtumes do Lys, o Grupo<br />
diversifica a sua oferta para o couro de<br />
bovino dirigido ao sector de calçado, em<br />
resposta a um crescimento acentuado da<br />
procura. A criação da Couro Azul – uma<br />
nova unidade de raiz – traduz a aposta do<br />
Grupo na diversificação da sua actividade<br />
para o sector automóvel.<br />
Actualmente a organização é composta<br />
pelas empresas António Nunes de<br />
Carvalho – couro de bovino para os<br />
sectores de calçado, marroquinaria e<br />
mobiliário – e Couro Azul – couro de<br />
bovino para o sector dos transportes<br />
(automóvel, aeronáutico e ferroviário).<br />
Em conjunto, as duas empresas englobam<br />
cerca de 320 colaboradores e<br />
atingiram, em 2012, um volume de negócio<br />
de 28 milhões de euros.<br />
Na Couro Azul o exercício de 2012 foi<br />
marcado pela consolidação da evolução<br />
positiva verificada em 2011, após<br />
um período de fortes constrangimentos<br />
no sector automóvel em 2009 e
2010. Dado o crescimento acentuado<br />
nos últimos dois anos, o volume de negócios<br />
registado no final de 2012 duplicou<br />
em relação a 2010.<br />
De sublinhar que o peso das exportações<br />
atingiu 83 por cento do volume<br />
de negócios da empresa, traduzindo<br />
um aumento de 8 por cento em relação<br />
ao exercício anterior.<br />
Segundo fonte da empresa, esta evolução<br />
positiva ficou a dever-se ao ganho<br />
de quota de mercado internacional<br />
com o arranque de novos projectos no<br />
segmento de volantes, assim como à<br />
diversificação de clientes – tier-ones e<br />
construtores – e ao desenvolvimento<br />
de novos mercados alternativos à Europa,<br />
tais como a China e o Brasil.<br />
Estratégia para<br />
o mercado externo<br />
A internacionalização foi sempre o objectivo<br />
da Couro Azul, dado que o mercado<br />
automóvel, pelo menos ao nível<br />
de construtores europeus, se encontra<br />
sobretudo na Alemanha, França, Itália,<br />
Reino Unido e Suécia.<br />
A estratégia de internacionalização definida<br />
envolveu várias etapas de que se<br />
destacam: o desenvolvimento tecnológico<br />
do produto de acordo com as exigências<br />
do sector automóvel; a instalação<br />
de laboratórios para desenvolvimento<br />
e controle do produto; o recrutamento<br />
de recursos humanos do sector automóvel;<br />
a implementação de um Sistema<br />
de Qualidade e consequente certificação<br />
em 1994 no âmbito da ISO 9002; o desenvolvimento<br />
de uma rede comercial<br />
nos principais mercados – Suécia, Alemanha,<br />
Reino Unido, China, EUA, Espanha<br />
e França; e ainda a criação da capacidade<br />
de produção e lay-out adequado a este<br />
novo tipo de mercado e produto.<br />
Explica a mesma fonte que o processo de<br />
aproximação aos principais construtores<br />
automóveis europeus foi “complexo, moroso<br />
e caracterizado por uma forte resiliência”,<br />
até porque a empresa “teve que<br />
combater o preconceito de muitos desses<br />
clientes internacionais relativamente à<br />
imagem ‘pouco tecnológica’ do país”.<br />
Mas foi com base neste percurso que a<br />
Couro Azul conseguiu os primeiros ne-<br />
gócios junto dos construtores de automóveis,<br />
com a, na altura, Opel (1995) e<br />
a Volkswagen (1997), com a evolução<br />
positiva que hoje se conhece.<br />
A Europa é ainda hoje o primeiro mercado<br />
natural da Couro Azul, mas dada<br />
a conjuntura actual, a empresa encetou<br />
uma nova acção comercial prioritariamente<br />
nos países emergentes – China,<br />
Brasil, Coreia, Rússia, África do Sul<br />
– quer através das OEM e tier-ones que<br />
já são clientes na Europa, quer junto<br />
dos construtores locais de alguns destes<br />
países e regiões onde o potencial<br />
de crescimento é considerável quando<br />
EMPRESAS<br />
comparado com os mercados maduros<br />
dos EUA ou da Europa.<br />
Quanto aos seus clientes, na área de<br />
couro para volantes, cuja actividade<br />
ganhou maior expressão a partir de<br />
1997, a empresa fornece actualmente,<br />
através dos quatro maiores fornecedores<br />
mundiais de sistemas de direcção, o<br />
Grupo Volkswagen – incluindo as marcas<br />
Skoda e Seat –, o Grupo PSA - Peugeot<br />
e Citroen, a Smart, a Land Rover,<br />
a Fiat, a Mazda, a JAC, entre outros.<br />
No segmento de couro para assentos<br />
e aplicações diversas, como painéis de<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 27
EMPRESAS<br />
portas, tabliers, punhos e foles, fornece<br />
a Volvo Truck, a Renault Truck,<br />
a VW, a Toyota, a PSA, a Porsche, a<br />
Smart e a Mitsubishi.<br />
Produtos e segmentos<br />
A Couro Azul transforma o couro em<br />
bruto, salgado ou fresco, que recebe dos<br />
matadouros, em couro acabado para<br />
aplicar em revestimentos de interiores de<br />
automóveis, comboios ou aviões.<br />
Nos finais da década de 90 a empresa<br />
criou um Departamento de Corte,<br />
acrescentando maior valor aos produtos,<br />
o couro, que é agora entregue aos<br />
clientes sob a forma de peças cortadas<br />
ou kits completos para forrar volantes,<br />
assentos ou painéis de instrumentos<br />
diversos. Neste departamento, que envolve<br />
cerca de 100 colaboradores, a<br />
empresa utiliza as técnicas mais actuais<br />
de automatização integrada da digitalização,<br />
nesting e corte por jacto de água<br />
e lâmina robotizada, o que lhe permite<br />
fornecer grandes cadências de montagem<br />
de automóveis. Nesta unidade a<br />
Couro Azul produz diariamente cerca<br />
de 10.000 kits para volantes. O couro<br />
e as peças cortadas para volantes são,<br />
aliás, o core business da empresa com<br />
um peso de 65 por cento na produção.<br />
O sector de assentos de automóveis,<br />
dado o consumo elevado de couro por<br />
veículo, exige uma outra capacidade de<br />
28 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
resposta e dimensão às empresas de curtumes<br />
e, por essa razão, é hoje controlada<br />
por cinco ou seis grandes multinacionais<br />
– americanos, japoneses, alemães e<br />
austríacos –, que acompanham em todo<br />
o mundo a deslocalização das OEM e tierones<br />
para fornecer em JIT (just-in-time).<br />
Contudo, explica a mesma fonte, o reconhecimento<br />
do posicionamento actual<br />
da empresa, que está entre os quatro<br />
principais players europeus no negócio<br />
de couro para volantes, permitiu-lhe<br />
mais recentemente lutar junto dos principais<br />
construtores por novos negócios,<br />
mas agora no segmento de assentos e<br />
painéis de instrumentos ou portas.<br />
“Os fornecimentos agora iniciados, em<br />
2013, para os assentos e ‘tabliers’ do<br />
Porsche Panamera e do novo Macan<br />
são o melhor exemplo deste esforço de<br />
décadas”, aponta a mesma fonte.<br />
No que respeita às perspectivas para<br />
o futuro, a fonte refere que os próximos<br />
anos serão marcados por uma<br />
evolução sustentada da produção e<br />
do volume de negócios, a que deverá<br />
corresponder um aumento de 15 por<br />
cento ao ano. Para já, está garantida a<br />
consolidação no mercado de volantes<br />
com o arranque confirmado de novos<br />
projectos para a PSA, a VW e a Skoda,<br />
a Mazda e a Nissan em 2013, e para a<br />
Mercedes e a Seat em 2014.<br />
Simultaneamente, a empresa mantém<br />
a sua estratégia de diversificação<br />
de mercados, designadamente China,<br />
Japão e mais recentemente o Brasil, a<br />
Coreia e a África do Sul, e continua a<br />
apostar em novos segmentos, no âmbito<br />
de uma abordagem iniciada nos últimos<br />
dois anos ao sector aeronáutico e<br />
ferroviário, que estão agora proporcionar<br />
novos negócios.<br />
Neste domínio, e de acordo com a<br />
mesma fonte, “um importante contributo<br />
para a visibilidade da empresa<br />
como ‘player’ neste importante<br />
mercado” foi a atribuição, em 2012,<br />
do Prémio Internacional ‘Crystal Cabin<br />
Award’ ao projecto LIFE - Lighter,<br />
Integrated, Friendly and Eco-efficient<br />
aircraft cabin (cabines de avião mais<br />
leves, integradas, amigáveis e ecoeficientes),<br />
desenvolvido pelas empresas<br />
portuguesas Alma Design,<br />
Amorim Cork Composites, Caetano<br />
Components, Couro Azul, INEGI e<br />
SET/Iberomoldes.<br />
Couro Azul, S.A.<br />
Apartado 70, Ponte do Peral, Gouxaria,<br />
2384-909 Alcanena, <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 249 889 050<br />
Fax: +351 249 889 069<br />
couroazul@couroazul.pt<br />
www.couroazul.pt
MERCADOS<br />
COLÔMBIA<br />
ELDORADO COM POTENCIAL<br />
PARA NEGÓCIOS EM PORTUGUÊS<br />
Com um crescimento económico que ronda os 5 por cento ao ano, a<br />
Colômbia é actualmente encarado como o Eldorado para as empresas<br />
que procuram expandir os seus negócios. <strong>Portugal</strong> não foge à regra<br />
e, embora em termos de comércio os números da exportação ainda<br />
sejam modestos, são muitas as empresas que já firmaram ou procuram<br />
firmar uma presença efectiva no mercado colombiano. Prova disso<br />
é o recente investimento do grupo Jerónimo Martins, que espera<br />
ter meia centena de lojas abertas naquele país até final do ano, mas<br />
muitos mais exemplos há de empresas portuguesas com negócios na Colômbia, como<br />
são os casos da Saraiva + Associados, da Vision-Box e da Saphety, cujos testemunhos<br />
apresentamos neste dossier.<br />
O director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel Crespo, apresenta-nos o<br />
mercado colombiano e as oportunidades que oferece às empresas nacionais.<br />
30 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global
Aos olhos dos empresários portugueses,<br />
a Colômbia adquiriu recentemente um<br />
estatuto de Eldorado, mas nem sempre<br />
foi assim. Encetou uma agenda de paz ao<br />
longo dos últimos 12 anos, que lhe devolveu<br />
segurança e permitiu colectivamente<br />
olhar o futuro com grande optimismo,<br />
alicerçando a partir desse momento horizontes<br />
promissores e de longo prazo.<br />
Tem vindo a “sobreviver” a choques externos,<br />
o que de algum modo indica que<br />
entrou numa dinâmica virtuosa assente<br />
em reformas internas e na potenciação<br />
das suas riquezas endógenas, sejam elas<br />
naturais ou de capital humano.<br />
Não fugindo à regra que parece aplicarse<br />
a qualquer português que descobre o<br />
país, senti-me como se acolhido em casa<br />
de familiares desde o primeiro dia. Gente<br />
afável e educada, com um sorriso nos lábios,<br />
a quem digo em brincadeira sincera<br />
que são como que “portugueses que falam<br />
espanhol”. De tal maneira que estarão<br />
empaticamente muito mais próximos<br />
de um português do que um brasileiro.<br />
Gente que encara com optimismo um<br />
futuro que procura deitar para trás os<br />
tempos traumáticos de um “Estado<br />
falhado”, em que uma maioria ficou<br />
refém no seu próprio país, às mãos de<br />
guerrilha, narcotraficantes ou caciques.<br />
A fronteira entre a alegria e a caos<br />
pode porém ser ténue, sugerindo um<br />
estado de precariedade permanente.<br />
Ao longo dos últimos 60 anos deflagraram<br />
vários episódios de grande violên-<br />
“A Colômbia faz parte<br />
de um bloco económico<br />
em formação, integrando<br />
ainda o Chile, Peru e<br />
México, a que se designa de<br />
Aliança do Pacífico. Como<br />
denominador comum, a<br />
cultura latina e economias<br />
de mercado, reformadoras e<br />
com uma tónica liberal,<br />
não-proteccionista.”<br />
(% salvo indicação contrária) 2012 2013 2014 2015 2016 2017<br />
PIB Nominal (USD bn) 369.6 390.6 420.6<br />
PIB per capita (USD PPP) 10441 10935 11512<br />
População (mn) 48.2 48.8 49.4<br />
Crescimento do PIB 4 4.3 4.5 4.6 4.6 4.5<br />
Investimento (FBCF) 6 8 9.5 9 9 8.5<br />
Taxa de Desemprego 10.4 9.9 9.3 9 9 8.5<br />
IPC (médio) 3.2 2 2.7 2.4 2.3 2.4<br />
Saldo orçamental (% do PIB) -1.9 -2.1 -2.1 -1.9 -1.8 -1.9<br />
Volume de Exportações (US$ bn) 60 63.8 70 75.8 81.2 87.7<br />
Volume de Importações (US$ bn) 53.8 58.3 64.1 70.4 77.1 83.9<br />
Balança de Tr.Correntes (% do PIB) -3.1 -3.2 -3.3 -3.5 -3.9 -3.9<br />
Dívida externa (fim de ano; US$ bn) 82.4 87 89.4 91.4 94.7 97.1<br />
Taxa de câmbio média COP:US$ 1,798 1,830 1,849 1,863 1,871 1,886<br />
Fonte: Economist Intelligence Unit Julho de 2013<br />
cia, todos eles imprevisíveis de véspera.<br />
Há também quem na Colômbia afirme<br />
com graça que Gabriel Garcia Marquez<br />
não escreve ficção; antes sim que descreve<br />
o país no mais puro estilo realista.<br />
A Colômbia faz parte de um bloco económico<br />
em formação, integrando ainda<br />
o Chile, Peru e México, a que se designa<br />
de Aliança do Pacífico. Como denominador<br />
comum, a cultura latina e economias<br />
de mercado, reformadoras e com<br />
uma tónica liberal, não-proteccionista.<br />
País próximo da linha do Equador que,<br />
pela altitude, oferece todos os climas e<br />
uma imensa biodiversidade. A orografia<br />
acentuada é marcada pela cordilheira<br />
dos Andes, que se divide em três ao<br />
entrar na Colômbia. As três principais<br />
cidades – Bogotá, Medellin e Cali – situam-se<br />
em altitude, gozando por isso de<br />
um clima ameno para a latitude a que<br />
MERCADOS<br />
se encontram. Por outro lado, a distância<br />
efectiva entre localidades, medida<br />
em viagens extenuantes e tortuosas, faz<br />
com que as idiossincrasias regionais sejam<br />
bem mais acentuadas do que noutros<br />
países da América Latina.<br />
Aliás, a Colômbia diferencia-se por ser o<br />
país mais multipolar do continente americano,<br />
sem prejuízo de ter uma capital<br />
política bem identificada em Bogotá. Por<br />
analogia com a Europa, seria um pouco<br />
como a Itália, com muito mais relevo<br />
mas sem vias rodoviárias minimamente<br />
adequadas. País que neste momento se<br />
reaproxima da costa, num processo impulsionado<br />
pelos sucessivos tratados de<br />
livre comércio, que colocam a liderança<br />
do crescimento ao litoral atlântico, em<br />
que pontuam as cidades portuárias de<br />
Cartagena, Barranquilla e Santa Marta.<br />
Parece que fica para trás o estatuto de<br />
“Tibete da América Latina”, cunhado por<br />
um antigo presidente.<br />
Enquadramento<br />
macro-económico<br />
Apesar do conflito duradouro, a Colômbia<br />
enfrentou uma única recessão desde<br />
a sua criação em 1820. Nunca entrou em<br />
default e goza de finanças públicas invejáveis.<br />
A subida paulatina do rating do<br />
país é imparável. A agenda de reformas<br />
é extensa, marcada por uma liberalização<br />
do comércio, ambicioso programa de<br />
infra-estruturas, concessões de explorações<br />
de recursos primários e uma agenda<br />
de paz capaz de conquistar territórios<br />
para o lado da “economia formal”.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 31
MERCADOS<br />
Ao longo da última década a Colômbia<br />
cresceu a uma taxa próxima dos 5<br />
por cento anuais. Para o futuro somos<br />
bem mais optimistas do que as projecções<br />
macro-económicas convencionais,<br />
como as que são expressas pelo<br />
Economist Intelligence Unit, porque<br />
“A agenda de reformas é<br />
extensa, marcada por uma<br />
liberalização do comércio,<br />
ambicioso programa de<br />
infra-estruturas, concessões<br />
de explorações de recursos<br />
primários e uma agenda<br />
de paz capaz de conquistar<br />
territórios para o lado da<br />
‘economia formal’.”<br />
estas não incorporam o “output gap”<br />
que vai surgir pelos choques exógenos<br />
positivos anteriormente expressos:<br />
construção de rede viária, estímulo disruptivo<br />
dos tratados de livre comércio,<br />
conquistas do processo de paz, subida<br />
sustentada do rating, expansão do<br />
crédito ao investimento e redução do<br />
desemprego; emergência de uma nova<br />
classe média. Nem todos estes factores<br />
estão garantidos a 100 por cento, mas<br />
a sua materialização, ainda que parcial,<br />
é a ponto de colocar o país na diantei-<br />
32 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
ra do crescimento na América Latina,<br />
possivelmente acima dos 7 por cento<br />
durante uma década.<br />
A Colômbia conquistou merecidamente<br />
o estatuto de investment grade e,<br />
conforme bem o entenderam grupos<br />
tais como a Jerónimo Martins, Mota-<br />
Engil, Sonae ou Prebuild, oferece um<br />
quadro aliciante ao investimento, pelas<br />
perspectivas sustentadas de longoprazo,<br />
rule-of-law e igualdade de tratamento<br />
do investidor estrangeiro.<br />
Na vertente do comércio externo as oportunidades<br />
despontam, embora a partir<br />
de uma base mais baixa, essencialmente<br />
por três forças de razão: (1) o poder<br />
de compra é limitado, situando-se o PIB<br />
per capita sensivelmente em um terço do<br />
português e com repartição muito desigual.<br />
Na prática, para bens de consumo<br />
o mercado alvo será empiricamente de<br />
10 milhões de consumidores para produtos<br />
“Made in <strong>Portugal</strong>” e não mais de<br />
dois milhões para as Marcas portuguesas.<br />
E, neste caso, há que contar com a<br />
facilidade com que o consumidor afluente<br />
vai duas ou três vezes por ano fazer<br />
compras aos EUA. (2) O mercado está<br />
fragmentado por diversas cidades, com<br />
logística deficiente entre si, uma cadeia<br />
de intermediação extensa e um PVP que<br />
é frequentemente o dobro de mercados<br />
mais eficientes; e (3) existe uma concorrência<br />
directa forte de parceiros históricos<br />
tais como EUA, Chile, Espanha ou Brasil.<br />
Procurando tornar clara a mensagem<br />
para o exportador, haverá mercado<br />
para quase todos os produtos e serviços,<br />
embora para bens de consumo o<br />
mercado seja muitas vezes de um tamanho<br />
bem mais pequeno do que se<br />
imagina. A título de exemplo, apesar<br />
da influência histórica espanhola, num<br />
mercado de 47 milhões de consumidores,<br />
em 2012, não se importou sequer<br />
8 milhões de euros em azeite ou 35 milhões<br />
de euros em vinho!<br />
“A Colômbia conquistou<br />
merecidamente o estatuto<br />
de ‘investment grade’ e,<br />
conforme bem o entenderam<br />
grupos tais como a<br />
Jerónimo Martins, Mota-<br />
Engil, Sonae ou Prebuild,<br />
oferece um quadro aliciante<br />
ao investimento, pelas<br />
perspectivas sustentadas de<br />
longo-prazo, ‘rule-of-law’ e<br />
igualdade de tratamento do<br />
investidor estrangeiro.”<br />
O mesmo não sucede com os bens<br />
de equipamento, por exemplo, em<br />
sectores em que a Colômbia é muito<br />
forte – como sejam a indústria extractiva<br />
e a energia – ou dá mostras de
grande volume de negócio num futuro<br />
próximo, como as agro-indústrias,<br />
o sector da saúde, telecomunicações,<br />
etc., em que os agentes têm dimensão<br />
relevante. Evoluindo de produto para<br />
serviço, ou para produto com necessidade<br />
de assistência, é imperiosa uma<br />
presença mais chegada, que pode em<br />
muitos casos implicar a abertura de<br />
uma estrutura permanente, nem que<br />
seja um escritório de representação.<br />
Esta situação está já patente em casos<br />
como os da Saphety, da Tabique ou da<br />
Saraiva + Associados. Se tivessemos<br />
de sintetizar numa característica apenas,<br />
a Colômbia seria uma espécie de<br />
“Brasil acessível”. O empresário que<br />
provou ter argumentos competitivos<br />
para operar no Brasil, encontrará na<br />
Colômbia uma facilidade muito maior,<br />
um caminho mais aberto e uma dimensão<br />
relativa mais compatível.<br />
Por todos os negócios iniciados ao<br />
longo de sucessivas missões que pontuaram<br />
2012 e 2013, é muito natural<br />
“Procurando tornar clara a<br />
mensagem para o exportador,<br />
haverá mercado para quase<br />
todos os produtos e serviços,<br />
embora para bens de consumo<br />
o mercado seja muitas vezes<br />
de um tamanho bem mais<br />
pequeno do que se imagina.”<br />
que se assista a um incremento sustentado<br />
das nossas exportações. Mas,<br />
sendo realistas, se as exportações podem<br />
continuar a crescer acima de 30<br />
por cento, ainda vão tardar 4-5 anos<br />
a atingir sequer os 100 milhões de<br />
euros. Ao mesmo tempo, o investimento<br />
directo e as receitas geradas<br />
no próprio mercado deverão dar no<br />
mesmo intervalo saltos muito maiores.<br />
Entre aquilo que se conhece e<br />
o que possa vir a somar-se, o stock<br />
de capital investido pode no mesmo<br />
horizonte temporal atingir facilmente<br />
os mil milhões de euros. É decididamente<br />
um mercado em que o IDPE é<br />
recomendável.<br />
Alguns conselhos úteis<br />
Quem vier para este mercado, sentirá,<br />
como em poucos outros países, uma<br />
empatia quase instantânea com os<br />
colombianos. Compreenda, porém,<br />
que o empresário português não foi<br />
o primeiro a descobrir a Colômbia. Eis<br />
algumas recomendações que pode<br />
ter em conta:<br />
• Registo cultural e de práticas de negócios<br />
muito semelhantes a <strong>Portugal</strong>.<br />
Recomenda-se franqueza sem<br />
ingenuidade;<br />
• Elites muito bem preparadas, com<br />
competência empresarial e técnica<br />
e forte blindagem social;<br />
• Espírito fortemente corporativo,<br />
alicerçado quer em Clubes Sociais<br />
e Empresariais, quer em Grémios<br />
sectoriais ou regionais;<br />
• País a várias velocidades, em que a<br />
materialização das expectativas ocorre<br />
muitas vezes a um ritmo frustrante.<br />
Quem tem poder não tem pressa,<br />
quem tem pressa não tem poder;<br />
• Deixe os seus preconceitos em casa<br />
e reconheça que o que o traz à<br />
Colômbia é o lado positivo do país<br />
que cresce;<br />
• Faça previamente o seu trabalho<br />
de casa, analisando o mercado e<br />
seleccionando de antemão potenciais<br />
parceiros. Procure o mais<br />
possível informar-se, nomeadamente<br />
on-line, e tente organizar<br />
videoconferências com alguns potenciais<br />
parceiros antes de partir;<br />
• Planeie a realização da visita com<br />
2-3 meses de antecedência e procure<br />
ir fechando as agendas a duas<br />
MERCADOS<br />
semanas da chegada. Mas preparese<br />
para que muitas confirmações só<br />
sejam efectuadas de véspera. Se tiver<br />
um consultor local a apoiá-lo nos<br />
agendamentos, deve compreender<br />
que as agendas podem ir sofrendo<br />
alterações até ao último minuto;<br />
• Evite os períodos da Páscoa, Dezembro<br />
e Janeiro, e estude o calendário<br />
para não coincidir com feriados;<br />
• Não espere encontrar um mercado<br />
virgem e livre de competidores. Todos<br />
buscam o “Eldorado”, como a<br />
Colômbia sempre foi conhecida. E<br />
como em qualquer mercado com<br />
o qual não se está familiarizado, as<br />
questões burocráticas levam sempre<br />
mais tempo do que seria de esperar;<br />
• Aproveite o tempo para se reunir e<br />
conversar com o maior número possível<br />
de pessoas – como na maioria<br />
dos países da América Latina, os<br />
negócios fazem-se através de relacionamentos<br />
amadurecidos ou por<br />
“recomendações vindas de cima”;<br />
• Faça uma abordagem de longo prazo,<br />
mas dê-lhe a flexibilidade necessária<br />
para se adaptar às circunstâncias<br />
e oportunidades do momento;<br />
• Procure sempre obter aconselhamento<br />
independente, profissional<br />
e jurídico de boa qualidade;<br />
• Não se esqueça de levar a cabo a<br />
due dilligence em termos de contratos<br />
e parceiros.<br />
Para mais informações sobre o mercado<br />
da Colômbia, consulte http://<br />
www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx<br />
.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 33
MERCADOS<br />
Oportunidades para as<br />
empresas portuguesas<br />
Da mesma forma que o empresário colombiano<br />
olha para <strong>Portugal</strong> num contexto<br />
europeu, faz sentido olhar para<br />
esta região numa perspectiva de um<br />
mercado vasto que se estende do Chile<br />
ao Peru, Colômbia e Panamá, totalizando<br />
100 milhões de consumidores<br />
em economias com um horizonte largo<br />
e promissor. Este mercado é aliciante a<br />
ponto de recomendar o investimento,<br />
até porque é logisticamente complexo.<br />
Em contrapartida, o potencial de<br />
exportação será sempre mais limitado,<br />
pelos factores anteriormente expostos.<br />
<strong>Portugal</strong>, politica e empresarialmente<br />
goza de um reconhecimento muito favorável<br />
do governo e dos empresários<br />
colombianos, sendo esta uma vantagem<br />
a explorar de forma acentuada.<br />
A importância que este “bloco económico”<br />
representa depende em muito<br />
de uma abordagem consistente, e não<br />
oportunista que as empresas portuguesas<br />
queiram tomar. Certamente que o<br />
processo ganhará um forte ímpeto a<br />
partir do momento em que o fluxo se<br />
faça nos dois sentidos e, nesse sentido,<br />
nada melhor do que uma ligação<br />
aérea directa, fomentando turismo<br />
de negócios na que assim se tornaria<br />
34 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
uma porta natural de entrada na Europa.<br />
Empresas de maior dimensão, em<br />
sectores como o mineiro, agrícola e<br />
agro-industrial poderão redescobrir as<br />
oportunidades de uma plataforma em<br />
<strong>Portugal</strong> para aceder à Europa e também<br />
à África de expressão portuguesa.<br />
Convém recordar que o grupo Santo<br />
Domingo, conglomerado de grande<br />
“<strong>Portugal</strong>, politica e<br />
empresarialmente, goza de<br />
um reconhecimento muito<br />
favorável do governo e dos<br />
empresários colombianos,<br />
sendo esta uma vantagem<br />
a explorar de forma<br />
acentuada.”<br />
tradição na Colômbia, chegou a ter<br />
uma posição de controlo na Central de<br />
Cervejas (Centralcer) e o balanço que<br />
faz desse investimento é positivo.<br />
Pela sua riqueza humana e territorial<br />
existem oportunidades em todos os<br />
sectores e recantos deste extenso país.<br />
Entre 2012 e 2013, cerca de 500 empresas<br />
portuguesas terão feito missões<br />
exploratórias ao país, das quais resultou<br />
já a abertura de aproximadamente<br />
30 estruturas locais. Começa a haver<br />
um núcleo duro a partir do qual a expansão<br />
se torna mais fácil.<br />
As oportunidades maiores obrigam a<br />
esforço de capital e presença local:<br />
• utilities, indústrias básicas e extractivas<br />
ou fornecedores first-tier das mesmas;<br />
• turismo e hotelaria, até aqui concentrado<br />
nas principais cidades e longe<br />
de dar resposta ao potencial turístico<br />
do pais;<br />
• agro-indústria, concretizando o tremendo<br />
potencial do país para se tornar<br />
um Chile de outra dimensão;<br />
• construção e obras-públicas: apenas<br />
para quem tenha uma competência<br />
técnica e empresarial acima da média;<br />
• bens de equipamento e bens duradouros,<br />
para uma indústria que se<br />
reequipa ou um consumidor que ascende<br />
à classe média;<br />
• tecnologias de informação: assentes<br />
em produto com credenciais internacionais<br />
e não em serviço;<br />
• cluster da saúde: farmacêutica, dispositivos<br />
e consumíveis, TIC na saúde;<br />
• retalho especializado: calçado, mais<br />
do que moda, desporto, restauração.<br />
Ainda em nicho de mercado são de referir<br />
os seguintes sectores: fileira-casa, calçado<br />
em couro, têxteis-lar, vinho e azeite.<br />
Neste contexto, as perspectivas para o<br />
futuro são seguramente boas, já que<br />
parece que descobrimos um parente<br />
distante com o qual temos grandes afinidades.<br />
Ao longo dos próximos dois anos<br />
prevemos um estreitamento acelerado<br />
de relações com o Bloco Andino, tomando<br />
a Colômbia um lugar de destaque.<br />
Recomendamos consistência e perseverança<br />
na abordagem, e nunca em forma<br />
de moda passageira e cara. Haverá naturalmente<br />
um processo selectivo, porque<br />
a Colômbia ainda não é o Eldorado e é<br />
um mercado competitivo.<br />
Escritório da AICEP<br />
em Bogotá<br />
Torre Sancho, Calle 98 nº 9<br />
03 Oficina 906, Bogotá<br />
República da Colômbia<br />
Tel.: +571 622 16 49 / 622 1652<br />
Fax: +571 236 52 69<br />
miguel.crespo@portugalglobal.pt
COLÔMBIA<br />
A CERTEZA DE UM DESAFIO<br />
>POR JOÃO RIBEIRO DE ALMEIDA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA COLÔMBIA<br />
O ano de 2013 está a ser especialmente<br />
importante para o relacionamento<br />
<strong>Portugal</strong>/Colômbia nas suas mais diversas<br />
vertentes. A visita de Estado que o<br />
Presidente da República efetuou à Colômbia<br />
em meados do passado mês de<br />
abril foi o corolário duma parceria privilegiada<br />
e de um período rico no reforço<br />
das relações bilaterais.<br />
Antes, em novembro de 2012, receberamos<br />
a visita do Presidente Juan Manuel<br />
Santos a Lisboa e, em junho do<br />
mesmo ano, o Primeiro-ministro visitara<br />
igualmente Bogotá. Paralelamente,<br />
o Ministro de Estado e dos Negócios<br />
Estrangeiros deslocara-se também por<br />
diversas vezes à capital da Colômbia.<br />
Atualmente a Colômbia constitui, portanto,<br />
um importante parceiro de <strong>Portugal</strong><br />
na América Latina e Caraíbas. Este<br />
relacionamento vinha, aliás, conhecendo<br />
nos últimos anos um dinamismo<br />
sem precedentes nas várias vertentes<br />
da cooperação bilateral: à excelência da<br />
relação político-diplomática, que faz da<br />
Colômbia um dos nossos principais alia-<br />
MERCADOS<br />
dos no espaço ibero-americano, juntase<br />
a parceria económica e a componente<br />
cultural que registou um relevante<br />
impulso por ocasião da edição 2013 da<br />
Feira do Livro de Bogotá (FILbo), durante<br />
a qual <strong>Portugal</strong> foi o convidado de honra,<br />
a pedido das autoridades colombianas.<br />
A participação portuguesa na FILbo<br />
2013 foi unanimemente considerada<br />
um êxito, após um enorme esforço e investimento<br />
português em apresentar-se<br />
de forma condigna num dos certames<br />
culturais mais importantes da América<br />
Latina e que permitiu que os colombianos<br />
ficassem a conhecer melhor o<br />
nosso país, exatamente num domínio, o<br />
cultural, em que porventura estávamos<br />
(ainda) bastante afastados.<br />
Sob o lema do Mar, o pavilhão de <strong>Portugal</strong><br />
na FILbo foi uma mostra literária<br />
em que trouxemos o melhor que temos:<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 35
MERCADOS<br />
escritores, ilustradores, editores, intelectuais,<br />
músicos e outras personalidades<br />
formaram uma verdadeira Embaixada<br />
que mostrou em Bogotá, entre 18 de<br />
abril e 2 de maio passados, o dinamis-<br />
“A visita de Estado que o<br />
Presidente da República<br />
efetuou à Colômbia em<br />
meados do passado mês de<br />
abril foi o corolário duma<br />
parceria privilegiada e de um<br />
período rico no reforço das<br />
relações bilaterais.”<br />
mo, a inovação e a contemporaneidade<br />
da cultura portuguesa. O orgulho que<br />
senti, recém-chegado à Colômbia como<br />
responsável da nossa Missão diplomática,<br />
foi indescritível, ao me serem constantemente<br />
transmitidos elogios e comentários<br />
sobremaneira positivos sobre<br />
a presença portuguesa na Filbo 2013.<br />
O reforço das relações luso-colombianas<br />
reflete pois uma natural e já antiga em-<br />
36 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
patia existente entre os dois povos. E os<br />
portugueses que queiram aqui investir,<br />
trabalhar ou viver dar-se-ão conta rapidamente<br />
da facilidade de relacionamento<br />
com os colombianos, com quem aliás<br />
temos inúmeras afinidades, quer de caráter,<br />
quer na forma como interagimos.<br />
Este aspeto é uma evidente mais-valia<br />
sempre que queremos aprofundar a<br />
nosso relacionamento, seja em que área<br />
for, com esta nobre gente.<br />
Profundamente afetada por quase 50<br />
anos de guerrilhas que assolaram o seu<br />
território, a Colômbia tenta, através de<br />
um processo de paz que decorre em<br />
Havana, normalizar a sua vida político-social<br />
e merece que o conjunto da<br />
comunidade internacional a ampare e<br />
apoie neste desígnio. <strong>Portugal</strong> estará<br />
na linha da frente neste apoio!<br />
A economia colombiana é já a 4ª maior<br />
da América Latina e a 29ª a nível mundial,<br />
sendo possível que, nos próximos 5<br />
anos, passe ao terceiro lugar entre as latino-americanas<br />
(com médias de crescimento<br />
PIB entre 4,5 e 5 por cento). País<br />
populoso e rico em recursos naturais e<br />
em biodiversidade, conseguiu superar<br />
praticamente ileso a crise económica<br />
e financeira mundial e encontra-se a<br />
crescer a bom ritmo. A chave para este<br />
sucesso, que permite à Colômbia apresentar-se<br />
como um modelo para países<br />
emergentes num contexto de crise económica<br />
global, reside sobretudo na sua<br />
sólida governabilidade, na estabilidade<br />
política, numa segurança jurídica plena<br />
e, consequentemente, num baixo risco<br />
dos investimentos. Lembro que é considerada<br />
pelo Banco Mundial o primeiro<br />
país latino-americano em matéria de<br />
proteção de investimentos e isto apesar<br />
de alguns problemas estruturais que<br />
persistem nesta sociedade, como uns<br />
índices de pobreza ainda excessivamente<br />
altos, ou a questão supra mencionada<br />
da guerra.<br />
Tudo visto, a Colômbia é uma terra de<br />
oportunidades que merece pelo menos<br />
uma visita para melhor aferir delas. A<br />
Embaixada de <strong>Portugal</strong> em Bogotá tem<br />
recebido inúmeras missões de prospeção<br />
por parte agentes económicos e<br />
“A economia colombiana é já<br />
a 4ª maior da América Latina<br />
e a 29ª a nível mundial, sendo<br />
possível que, nos próximos 5<br />
anos, passe ao terceiro lugar<br />
entre as latino-americanas<br />
(com médias de crescimento<br />
PIB entre 4,5 e 5 por cento).”<br />
empresariais que começam a olhar para<br />
este país com um interesse crescente.<br />
Por outro lado, já temos aqui instalado<br />
um grupo significativo de empresas do<br />
nosso país. Cabe-nos ajudar no que for<br />
possível e abrir os corredores institucionais/oficiais<br />
que se estimem oportunos,<br />
se for caso disso, bem como conceder o<br />
apoio através do Escritório Comercial da<br />
Embaixada nas mais diversas vertentes.<br />
O desafio para um agente económico<br />
português que é, logo à partida, um<br />
país como a Colômbia, terá pelo menos<br />
como contraponto a certeza e o conforto<br />
de que será por esta Embaixada enquadrado,<br />
apoiado e acarinhado.<br />
Nota: Este artigo é escrito de acordo com a nova grafia
COLÔMBIA TEM POTENCIAL<br />
PARA A VISION-BOX<br />
Fundada em 2001, a Vision-Box ® é líder<br />
no fornecimento de soluções electrónicas<br />
de identidade, gestão de segurança<br />
inteligente e sistemas de controlo de<br />
fronteira automatizados, que usam padrões<br />
compatíveis com o ICAO.<br />
A empresa portuguesa opera fronteiras<br />
automatizadas em mais de 30 aeroportos<br />
internacionais e tem mais de 3.000<br />
sistemas de identidade electrónicos implantados<br />
em todo o mundo.<br />
Na Colômbia a Vision-Box instalou dois<br />
ABC eGates (vb i-match ® ) no aeroporto<br />
de El Dorado para o controlo automatizado<br />
de fronteiras, sendo o registo<br />
dos passageiros frequentes efectuado<br />
através de uma estação de registo, vb<br />
e-pass dektop ® . Segundo fonte da empresa,<br />
a principal vantagem deste projecto<br />
passa por facilitar a passagem da<br />
fronteira, diminuindo significativamente<br />
o tempo que é passado em filas e<br />
aumentando substancialmente a experiência<br />
do passageiro.<br />
De acordo com a mesma fonte, este<br />
primeiro projecto teve uma dimensão<br />
reduzida e um impacto pouco significativo<br />
nos resultados da empresa, mas<br />
existe o potencial de o alargar a outros<br />
aeroportos colombianos. Nesse sentido,<br />
a estratégia da Vision-Box para o<br />
mercado colombiano será continuar a<br />
apostar na identificação de oportunidades<br />
e implementação de projectos<br />
de valor acrescentado.<br />
MERCADOS<br />
Líder no fornecimento de soluções e sistemas de controlo de fronteiras<br />
automatizados, a Vision-Box está presente no aeroporto de Bogotá, El Dorado, num<br />
primeiro projecto a que se poderão seguir outros.<br />
A Vision-Box tem actualmente uma<br />
presença global no mercado internacional.<br />
A América Latina e a Ásia são os<br />
mercados prioritários e aqueles onde a<br />
empresa portuguesa considera que o<br />
seu crescimento será mais significativo<br />
nos próximos anos.<br />
Vision-Box<br />
Rua Casal do Canas, 2<br />
Zona Industrial de Alfragide<br />
2790-204 Carnaxide - <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 21 154 3900<br />
Fax: +351 21 154 3901<br />
info@vision-box.com<br />
www.vision-box.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 37
MERCADOS<br />
SARAIVA + ASSOCIADOS<br />
COM FORTE PRESENÇA NA COLÔMBIA<br />
O atelier de arquitectura, planeamento urbano e design Saraiva + Associados é<br />
uma das empresas portuguesas que apostou na Colômbia para a sua expansão<br />
internacional. A carteira de projectos da empresa ascende já a 1,6 milhões de euros<br />
neste mercado.<br />
De acordo com fonte da empresa, o<br />
envolvimento da Saraiva + Associados<br />
com a Colômbia começou com um<br />
estudo da sua interacção com o continente<br />
sul-americano, feito a partir<br />
de <strong>Portugal</strong> e em estreita colaboração<br />
com instituições públicas colombianas.<br />
Posteriormente, e durante o ano de<br />
2011, foram feitas visitas à Colômbia<br />
com o objectivo de iniciar contactos e<br />
analisar o mercado local.<br />
“À semelhança do que acontece noutros<br />
casos de expansão internacional,<br />
entendemos que o mercado colom-<br />
38 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
biano não se compadece com um trabalho<br />
exclusivamente desenvolvido a<br />
partir de Lisboa, pelo que decidimos<br />
abrir um escritório em Bogotá, sede<br />
da empresa constituída, cujo capital<br />
é participado por accionistas colombianos.<br />
Somos, assumidamente, uma<br />
empresa colombiana que, com colombianos<br />
nos seus quadros, projecta<br />
com garantia de inovação, qualidade<br />
e cumprimento de prazos. Beneficiamos,<br />
ainda, do permanente suporte<br />
da sede do grupo em Lisboa, onde se<br />
realiza a concepção de cada projecto<br />
e o seu acompanhamento ao longo de<br />
todo o processo”, afirma José Miguel<br />
Vieira Neves, sócio e presidente da<br />
S+A Colômbia.<br />
Para este responsável, a “estabilidade<br />
fiscal, jurídica e política, uma elevada<br />
capacidade económica e financeira,<br />
uma receptividade invulgar ao investimento<br />
estrangeiro e uma população<br />
hospitaleira, com características semelhantes<br />
à portuguesa, são factores<br />
que contribuíram para uma rápida integração<br />
social e profissional tornando<br />
possível o desenvolvimento e concretização<br />
de projectos”.
Entre os vários projectos em curso<br />
na S+A Colômbia, destaca-se o recentemente<br />
inaugurado Avianca Vip<br />
Lounge, o novo espaço da companhia<br />
aérea colombiana no Aeroporto Internacional<br />
El Dorado. Com base nos<br />
valores da companhia aérea – inovação,<br />
criatividade e modernidade – o<br />
Avianca Vip Lounge, com uma área<br />
de 2.000 metros quadrados, é já uma<br />
referência neste tipo de equipamentos.<br />
O valor da actual carteira da S+A<br />
Colômbia (valor de projectos adjudicados)<br />
ascende a aproximadamente<br />
1.615.560 euros.<br />
A Saraiva + Associados foi fundada em<br />
1996, em Lisboa, pelo arquitecto Miguel<br />
Saraiva e conta com cerca de 80<br />
profissionais com elevadas competências<br />
nas diversas áreas de projecto.<br />
A internacionalização da S+A teve início<br />
em 2004, afirmando-se com base<br />
na experiência e no saber adquiridos e<br />
através de uma adaptação à especificidade<br />
de cada novo mercado. Actualmente,<br />
para além da Colômbia, a S+A<br />
detém ateliers e estruturas próprias na<br />
Argélia (Oran), no Brasil (S. Paulo), na<br />
China (Pequim), no Cazaquistão (Alma-<br />
MERCADOS<br />
ty), na Guiné Equatorial (Malabo) e em<br />
<strong>Portugal</strong> (Lisboa e Funchal). Os ateliers<br />
internacionais, contudo, mantêm uma<br />
permanente e estreita colaboração<br />
com o atelier fundador em Lisboa.<br />
Recentemente foi operacionalizada a<br />
actividade nos Emirados Árabes Unidos,<br />
com a abertura da S+A em Abu<br />
Dhabi. Em 2013 prevê-se o estabelecimento<br />
da S+A na Malásia e Singapura.<br />
Adicionalmente, através de uma dinâmica<br />
actividade de exportação, a S+A<br />
tem vindo a actuar em Angola, Cabo<br />
Verde, Costa do Marfim, Gabão, Gana,<br />
Guiné Conacri, Marrocos, Moçambique,<br />
Nigéria, Rússia, Senegal, Azerbaijão,<br />
Turquia e Turquemenistão.<br />
Segundo a mesma fonte, os principais<br />
factores de competitividade da empresa<br />
são o rigor técnico, a orientação<br />
para o cliente, o cumprimento de prazos<br />
e a qualidade conceptual. Refirase<br />
também que o portfólio do atelier<br />
apresenta uma grande multiplicidade<br />
de projectos que, para além de criatividade<br />
e inovação, incorporam uma<br />
notável diversidade cultural.<br />
Em 2012, pelo segundo ano consecutivo,<br />
a Saraiva + Associados foi integrada<br />
em duas categorias do ranking mundial<br />
de arquitectura WA100 (World Architecture<br />
Top 100), ocupando a 6ª e 9ª<br />
posições em África, América do Sul e<br />
Central, respectivamente, o que traduz<br />
um expressivo reconhecimento<br />
do trabalho desenvolvido pela Saraiva<br />
+ Associados no mercado global para<br />
o qual contribui a aposta realizada no<br />
mercado colombiano.<br />
Miguel Saraiva<br />
& Associados<br />
Arquitectura e Urbanismo, S.A.<br />
Av.Infante Santo, 69 a-c<br />
1350-177 Lisboa - <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 213 939 340/9<br />
+351 217 120 510<br />
Fax: +351 217 120 511<br />
www.saraivaeassociados.com<br />
Colômbia<br />
Carretera 11ª, n. 93 A-22<br />
Oficina 405<br />
Bogotá<br />
Tel.: +571 321 477 92 31<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 39
MERCADOS<br />
SAPHETY<br />
APOSTA FORTE NO MERCADO<br />
DA AMÉRICA LATINA<br />
A Saphety é uma empresa de base tecnológica, do grupo Sonae, que desde logo<br />
definiu a internacionalização como vector estratégico para o seu crescimento. Está<br />
presente na Colômbia com a Saphety Soluciones Electronicas, no âmbito de um<br />
investimento que deverá ascender a um milhão de euros.<br />
A Saphety actua essencialmente em três<br />
áreas: soluções Purchase-to-Pay (P2P),<br />
responsáveis pela automatização dos processos<br />
de compra (SaphetyBuy), de contratação<br />
(SaphetyGov) e de facturação<br />
(SaphetyDoc) das empresas e de governos<br />
(B2G); operador global de EDI (Electronic<br />
Data Interchange) e factura electrónica,<br />
através da plataforma SaphetyDoc <strong>Global</strong><br />
Network; e soluções de sincronização de<br />
dados e multimédia (SaphetySync) para<br />
as entidades GS1 (<strong>Global</strong> Standards 1),<br />
responsáveis pela emissão dos códigos de<br />
barras e definição de standards em diversos<br />
sectores da actividade económica.<br />
A empresa definiu desde logo a internacionalização<br />
como vector estratégico do<br />
seu crescimento. Actualmente, através da<br />
plataforma SaphetyDoc <strong>Global</strong> Network,<br />
a Saphety é responsável pela prestação<br />
de serviços a mais de 6.800 empresas em<br />
cerca de 20 países, que permite simplificar<br />
e automatizar a troca de quaisquer<br />
documentos comerciais entre parceiros<br />
de negócio, tornando o processo isento<br />
de papel, com redução significativa de erros<br />
humanos e consequentemente com<br />
uma diminuição muito significativa de<br />
custos operacionais para as empresas.<br />
Como explica João Pereira, Chief International<br />
Development da Saphety, a nova<br />
legislação emitida por governos em diversos<br />
países permite (e em alguns casos<br />
obriga) a troca electrónica de facturas<br />
com valor legal entre empresas. A facturação<br />
electrónica torna-se assim numa<br />
oportunidade muito importante de negócio<br />
à escala mundial, no qual a Sa-<br />
40 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
phety pretende ter uma fatia importante.<br />
Embora a plataforma seja disponibilizada<br />
como SaaS, a operação implica, na maior<br />
parte dos casos, uma presença local, no<br />
país onde o serviço é prestado.<br />
A Saphety actua directamente, com escritórios<br />
próprios, em <strong>Portugal</strong>, Espanha,<br />
Brasil e Colômbia e através de parceiros<br />
no México, nos três países bálticos, no<br />
Cazaquistão e no Quénia. De acordo<br />
com o mesmo responsável, é objectivo<br />
da empresa fortalecer a sua presença na<br />
América Latina, nos países do Leste da<br />
Europa e iniciar a prestação de serviços<br />
na região APAC (Ásia - Pacífico) e Mé-<br />
dio Oriente, através de parcerias ou da<br />
abertura de escritórios próprios.<br />
Quanto à aposta na Colômbia, João Pereira<br />
afirma que o mercado da América<br />
Latina é estratégico para a empresa. “É<br />
imenso, a maior parte dos países apresenta<br />
um forte crescimento e um contexto<br />
de risco razoável, com algumas excepções,<br />
uma aposta fortíssima no comércio<br />
eletrónico B2B, tendo governos de vários<br />
países da região tomado a decisão de tornar<br />
a facturação electrónica, com valor<br />
legal, obrigatória entre as empresas. Por<br />
outro lado, as organizações GS1 dos diferentes<br />
países têm mostrado uma dinâmi-
ca muito forte na definição de serviços<br />
de valor acrescentado, principalmente<br />
para os sectores do retalho e da saúde”,<br />
aponta.<br />
A Saphety não podia ser alheia a este<br />
contexto na sua estratégia de internacio-<br />
“É objectivo da Saphety<br />
fortalecer a sua presença na<br />
América Latina, nos países<br />
do Leste da Europa e iniciar<br />
a prestação de serviços na<br />
região APAC (Ásia - Pacífico)<br />
e Médio Oriente, através de<br />
parcerias ou da abertura de<br />
escritórios próprios.”<br />
nalização. Já com uma presença directa<br />
no Brasil e uma parceria no México, a<br />
empresa procurou um outro mercado<br />
que pudesse potenciar uma presença importante<br />
e um crescimento sustentado.<br />
“A Colômbia surgiu-nos como um<br />
mercado muito aberto ao investimento<br />
estrangeiro, pouco burocrático, com<br />
um capital humano muito profissional,<br />
apresentando um forte crescimento<br />
económico e, no ponto de vista da<br />
nossa actividade, um mercado ainda<br />
emergente mas já atento e com um conhecimento<br />
claro das vantagens da implementação<br />
das nossas soluções. Por<br />
último, encontrámos uma oferta concorrencial<br />
muito concentrada, favorável<br />
à entrada de um novo ‘player’ com soluções<br />
inovadoras”, adianta João Pereira.<br />
“A decisão de abrir uma<br />
empresa na Colômbia foi<br />
tomada de uma forma<br />
célere, após uma visita de<br />
uma semana ao país e de<br />
um estudo de mercado que<br />
revelou um forte potencial<br />
de negócio.”<br />
A decisão de abrir uma empresa na Colômbia<br />
foi tomada de uma forma célere,<br />
após uma visita de uma semana ao país<br />
e de um estudo de mercado que revelou<br />
um forte potencial de negócio. Nesta visita,<br />
a Saphety contou com o apoio do<br />
escritório da AICEP em Bogotá, em concreto<br />
do seu responsável Miguel Crespo,<br />
que “nos ajudou imenso neste nosso<br />
processo e ao qual agradecemos profundamente”,<br />
sublinha a mesma fonte.<br />
A Saphety Soluciones Electronicas opera<br />
nos escritórios em Bogotá há cerca<br />
de dois meses e meio, prevendo-se que<br />
o investimento da Saphety na América<br />
Latina ascenda a um milhão de euros.<br />
A empresa tem-se posicionado principalmente<br />
como operador de EDI e factura<br />
electrónica, nos sectores do retalho<br />
e com os produtos SaphetySync. Já com<br />
três importantes clientes e com um posicionamento<br />
inovador reconhecido no<br />
mercado, a Saphety espera consolidar a<br />
sua actividade até ao primeiro trimestre<br />
de 2014, prevendo um forte crescimento<br />
nas vendas no próximo ano. A equipa,<br />
constituída actualmente por duas<br />
pessoas, irá acompanhar o crescimento<br />
do negócio, acrescenta o Chief International<br />
Development da Saphety.<br />
A Saphety é um dos principais players<br />
mundiais na sincronização de informação<br />
relativa a dados e imagens de<br />
produtos entre fornecedores e compradores,<br />
tendo como objectivo alcançar<br />
MERCADOS<br />
uma posição de liderança nos próximos<br />
anos. Os clientes são principalmente as<br />
entidades GS1 existentes em cada país.<br />
Através dos produtos pertencentes à<br />
gama SaphetySync, estas organizações<br />
estabelecem a interligação de milhares<br />
de empresas pertencentes a uma determinada<br />
cadeia de valor, garantindo<br />
a sincronização de informação entre<br />
elas. Com um forte posicionamento<br />
nos países nórdicos e em <strong>Portugal</strong>, a<br />
Saphety tem como objectivo fortalecer<br />
a sua presença na Europa e conquistar<br />
outras regiões como a América Latina e<br />
APAC. Ainda segundo a mesma fonte,<br />
as sinergias de negócio existentes entre<br />
SaphetyDoc <strong>Global</strong> Network e Saphe-<br />
tySync irão acelerar a presença da empresa<br />
à escala mundial.<br />
Saphety<br />
Rua Viriato, nº13, 6º<br />
1050-233 Lisboa, <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 210 114 640<br />
Fax: +351 210 192 501<br />
info@saphety.com<br />
www.saphety.com<br />
COLÔMBIA<br />
World Trade Center,<br />
Calle 100 Nº8A-49, Torre B PH<br />
Room 25, Bogotá<br />
Tel.: (+57-1) 64 67136<br />
comercial.colombia@saphety.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 41
MERCADOS<br />
RELACIONAMENTO ECONÓMICO<br />
PORTUGAL – COLÔMBIA<br />
A Colômbia tem uma importância relativa enquanto cliente dos bens portugueses,<br />
mas tem vindo a despertar o interesse dos empresários portugueses sobretudo a nível<br />
de investimento directo.<br />
O peso da Colômbia no comércio externo<br />
português apenas tem tido algum<br />
significado na vertente de fornecedor,<br />
posicionando-se na 29ª posição<br />
em 2012 (38ª em 2008). Na qualidade<br />
de cliente, a importância relativa do<br />
mercado tem sido claramente irrelevante,<br />
embora tenha melhorado,<br />
ocupando a 64ª posição em 2012 (66ª<br />
posição em 2008).<br />
42 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A balança comercial bilateral é tradicionalmente<br />
desfavorável a <strong>Portugal</strong> devido<br />
à importação quase exclusiva de um único<br />
grupo de produtos: os combustíveis<br />
minerais. Por esse motivo, o coeficiente<br />
de cobertura das importações pelas exportações<br />
apresenta valores muito baixos<br />
(10 por cento em 2012). Depois de uma<br />
quebra da taxa de cobertura em 2011,<br />
verificou-se uma melhoria em 2012, em<br />
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS<br />
2008 2009 2010 2011 2012<br />
Var % a<br />
12/08<br />
2012 Jan/<br />
Maio<br />
2013 Jan/<br />
Maio<br />
Exportações 18.188 6.586 13.192 18.774 28.176 32,2 12.119 13.568 12,0<br />
Importações 202.761 103.217 100.562 246.601 281.831 27,0 132.830 81.212 -38,9<br />
Saldo -184.573 -96.632 -87.370 -227.827 -253.656 -- -120.711 -67.644 --<br />
Coef. Cobertura (%) 9,0% 6,4% 13,1% 7,6% 10,0% -- 9,1% 16,7% --<br />
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros<br />
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2012-2013<br />
2008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados preliminares 3ª revisão; 2013: resultados preliminares 1º apuramento<br />
linha com um aumento das exportações<br />
muito significativo (50 por cento). Esse<br />
facto pode indicar um maior interesse<br />
por parte das empresas portuguesas neste<br />
mercado, muito embora, em termos<br />
absolutos, os valores das exportações e<br />
das importações não sejam comparáveis.<br />
Já este ano, de Janeiro a Maio, verificase<br />
um aumento das exportações em 12<br />
Var % b<br />
13/12
por cento face a período idêntico de<br />
2012, enquanto as importações diminuíram<br />
quase 39 por cento.<br />
Segundo os dados do INE e numa<br />
breve análise à estrutura sectorial das<br />
exportações portuguesas em 2012, é<br />
possível constatar a concentração que<br />
se verifica nos grupos de produtos das<br />
máquinas e aparelhos, dos metais comuns,<br />
dos produtos químicos e dos<br />
plásticos borracha, cuja representatividade<br />
no total das nossas vendas atingiu<br />
84,1 por cento em 2012.<br />
A evolução da representatividade destes<br />
quatro grupos de produtos no último<br />
ano deve-se, sobretudo, aos acréscimos<br />
verificados nos metais comuns<br />
(31,7 por cento das exportações totais)<br />
e nas máquinas e aparelhos (33,8 por<br />
cento), que aumentaram, respectivamente,<br />
447,5 por cento e 95,3 por<br />
cento face a 2011.<br />
Já em 2013, no período em referência,<br />
os principais grupos de produtos exportados<br />
foram as máquinas e aparelhos,<br />
os metais comuns, os plásticos e<br />
borracha e os veículos e outro material<br />
“A balança comercial<br />
bilateral é tradicionalmente<br />
desfavorável a <strong>Portugal</strong><br />
devido à importação quase<br />
exclusiva de um único grupo<br />
de produtos: os combustíveis<br />
minerais.”<br />
de transporte, este último com um aumento<br />
de 291,4 por cento face a 2012.<br />
Relativamente ao grau de intensidade<br />
tecnológica dos produtos transformados,<br />
que representaram a quase totalidade<br />
do total exportado em 2011 (99,4<br />
por cento), verificou-se uma maior concentração<br />
nos produtos de média-alta<br />
tecnologia, com uma quota de 66,0<br />
por cento. Os produtos de baixa e alta<br />
intensidade tecnológica representaram,<br />
respectivamente, 13,4 por cento e 2,2<br />
por cento do total, segundo dados do<br />
GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos.<br />
Por seu lado, o INE revela que as empresas<br />
nacionais que exportaram para<br />
a Colômbia em 2012 totalizaram 221,<br />
contra 170 em 2011 e 101 em 2008.<br />
No que diz respeito às importações,<br />
estas concentram-se, sobretudo, nos<br />
combustíveis minerais, que representa-<br />
“O interesse do mercado<br />
colombiano em si mesmo,<br />
em termos de atracção<br />
de investimento directo<br />
estrangeiro, está assente<br />
numa política governamental<br />
que apoia o investidor e no<br />
posicionamento do país como<br />
uma plataforma estratégica<br />
para outros mercados na<br />
região, aproveitando os<br />
diversos acordos de livre<br />
comércio estabelecidos.”<br />
ram 93 por cento do total importado<br />
em 2012. Cabe ainda referir os produtos<br />
agrícolas (5,9 por cento do total<br />
em 2012) que, em conjunto com os<br />
combustíveis minerais, foram responsáveis<br />
por 98,9 por cento do total das<br />
importações portuguesas provenientes<br />
da Colômbia em 2012. Nos primeiros<br />
cinco meses de 2013, os combustíveis<br />
minerais pesaram 90,5 por cento<br />
nas importações globais da Colômbia,<br />
seguindo-se os produtos agrícolas com<br />
8,1 por cento, ambos os grupos diminuindo<br />
face ao mesmo período do ano<br />
MERCADOS<br />
anterior (menos 39,7 por cento e menos<br />
24 por cento, respectivamente).<br />
O número de empresas nacionais que importaram<br />
da Colômbia, em 2011, foi de<br />
97, registando um incremento de 16 empresas<br />
em relação a 2010 (81 empresas).<br />
Investimento<br />
Com base na informação recolhida<br />
junto das autoridades colombianas e<br />
no Banco da Republica, verifica-se que<br />
o valor acumulado do investimento de<br />
<strong>Portugal</strong> na Colômbia, no período de<br />
2000 a 2011, não incluindo o sector<br />
dos petróleos, foi de 16,7 milhões de<br />
dólares, não havendo registo de quaisquer<br />
operações de investimento directo<br />
da Colômbia em <strong>Portugal</strong>.<br />
Refira-se que o valor total de investimento<br />
estrangeiro na Colômbia, em<br />
2011, foi superior a 13 mil milhões de<br />
dólares, sendo a variação de 2010 para<br />
2011 de 92 por cento. O valor do investimento<br />
fora da indústria do petróleo<br />
representou 32 por cento do total.<br />
O interesse do mercado colombiano em<br />
si mesmo, em termos de atracção de<br />
investimento directo estrangeiro, está<br />
assente numa política governamental<br />
que apoia o investidor e no posicionamento<br />
do país como uma plataforma<br />
estratégica para outros mercados na<br />
região, aproveitando os diversos acordos<br />
de livre comércio estabelecidos. Por<br />
outro lado, os custos laborais e de produção<br />
são bastante menos elevados do<br />
que aqueles que se praticam em outros<br />
países da região com o mesmo nível de<br />
poder de compra.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 43
MERCADOS<br />
COLÔMBIA EM FICHA<br />
Área: 1.138.910 km²<br />
Bogotá<br />
Colômbia<br />
População: 46,4 milhões de habitantes<br />
(2012 World Gazetteer- estimativa)<br />
Taxa de crescimento da população: 1,1%<br />
(est. 2012) - 0-14 anos: 26,2%; 15-64 anos:<br />
67,5%; 65 anos e mais: 6,3%.<br />
Densidade populacional: 40,8 habitan-<br />
tes/km 2<br />
Designação oficial: República da Colômbia<br />
Chefe de Estado e de Governo: Presidente<br />
Juan Manuel Santos (desde 7 de Agosto<br />
de 2010)<br />
Vice-presidente: Angelino Garzón<br />
Data da actual Constituição: 5 de Julho<br />
1991, com várias actualizações; independência<br />
em 1810<br />
Principais Partidos Políticos: O Partido<br />
Social de Unidad Nacional (Partido da U), o<br />
Partido Conservador (PC), o Cambio Radical<br />
(CR), o Partido Liberal (PL) e o Partido<br />
Verde (PV) formam o Governo. O Partido<br />
de Integración Nacional (PIN) representa a<br />
extrema-direita e o Polo Democrático Alternativo<br />
(Polo) representa a esquerda.<br />
Capital: Bogotá (Sta. Fé de Bogotá) - 7,5<br />
milhões hab. (est. 2012 World Gazetteer).<br />
44 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Outras cidades importantes: Medellín<br />
(2,4 milhões), Cali (2,3 milhões) e Barranquilla<br />
(1,1 milhões).<br />
Estados: 32 Departamentos (Estados).<br />
Religião: A população é maioritariamente<br />
católica (90%).<br />
Língua: O idioma oficial da Colômbia é o<br />
castelhano, mas existem no país cerca de<br />
500 mil falantes de idiomas indígenas.<br />
Unidade monetária: Peso Colombiano<br />
(COP) = 100 centavos<br />
1 EUR = 2.406,85 COP (média Janeiro 2013)<br />
Risco País:<br />
Risco geral: BBB<br />
(AAA = risco menor; D = risco maior)<br />
Risco político: BB<br />
Risco de estrutura económica: BB<br />
“Ranking” em negócios: Índice: 6,44<br />
(10 = máximo)<br />
“Ranking” geral: 47 (entre 82 países)<br />
“Ranking” região: 5 (entre 12)<br />
(EIU – Fev. 2013)<br />
Risco de crédito: 4<br />
(1 = risco menor; 7 = risco maior)<br />
(COSEC – fev. 2013)<br />
Grau da abertura e dimensão relativa<br />
do mercado:<br />
Exp. + Imp. / PIB = 31,3% (est. 2012)<br />
Imp. / PIB = 14,9% (est. 2012)<br />
Imp. / Imp. Mundial = 0,30% (2011)<br />
Fontes: The Economist Intelligence Unit<br />
(EIU), fevereiro 2013; Banco de <strong>Portugal</strong>;<br />
COSEC; OMC; Câmara de Comércio Colombo-Brasileira;<br />
World Fact Book, CIA.<br />
ENDEREÇOS ÚTEIS<br />
EMBAIXADA DA COLÔMBIA<br />
EM PORTUGAL<br />
Palácio Sotto Mayor<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, 16-6º<br />
1050-121 Lisboa<br />
Tel.: +351 213 188 480<br />
Fax: +351 213 188 499<br />
embajada@embaixadadacolombia.pt I<br />
www.embaixadadacolombia.pt<br />
CÂMARA DE COMERCIO<br />
E INDÚSTRIA LUSO-COLOMBIANA<br />
Av. Dr. Antunes Guimarães, 698<br />
4100-075 Porto<br />
Tel.: +351 226 155 524<br />
Rua Castilho nº 67-2º<br />
1250-068 Lisboa<br />
Tel.: +351 213 887 026<br />
geral@portugalcolombia.com<br />
www.portugalcolombia.com<br />
EMBAIXADA DE PORTUGAL<br />
EM BOGOTÁ<br />
Torre Sancho<br />
Calle 98 nº 9 – 03 Oficina 906<br />
Bogotá - Colômbia<br />
Tel.: +571 622 16 49 / 52<br />
Fax: +571 236 52 69<br />
emporbog@cable.net.co<br />
MINISTÉRIO DE COMERCIO<br />
INDUSTRIA Y TURISMO<br />
Edifício Centro Comercio Internacional<br />
Calle 28, nº13 A15<br />
Bogotá - Colômbia<br />
Tel.: +571 606 76 76<br />
Fax: +571 606 75 21/2<br />
www.mincomercio.gov.co<br />
PROEXPORT COLOMBIA<br />
Calle 28 No. 13A – 15, Piso 35-36<br />
Bogotá - Colômbia<br />
Tel.: +571 560 01 00<br />
Fax: +571 560 01 04<br />
informacion@proexport.com.co<br />
www.inviertaencolombia.com.co/acercade-proexport.html
MERCADOS<br />
CURDISTÃO<br />
OPORTUNIDADES PARA<br />
AS EMPRESAS PORTUGUESAS<br />
A construção de infra-estruturas,<br />
como estradas, pontes e ferrovias, o<br />
turismo, a nível de oferta hoteleira, e<br />
a agricultura são alguns dos sectores<br />
com potencialidades para as empresas<br />
portuguesas que queiram investir na<br />
região do Curdistão iraquiano.<br />
Precisamente com o objectivo de promover<br />
a região, esteve recentemente em Lisboa o<br />
Representante do Governo Regional<br />
do Curdistão, Daban Shadala, para<br />
encontros com as autoridades portuguesas<br />
com quem debateu a cooperação<br />
bilateral com vista ao incremento do<br />
relacionamento económico.<br />
Daban Shadala concedeu uma breve<br />
entrevista à <strong>Portugal</strong>global onde faz o<br />
balanço da sua deslocação ao nosso país.<br />
46 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Que balanço faz da sua recente visita a Lisboa e<br />
dos encontros com as autoridades portuguesas, em<br />
particular da AICEP?<br />
Fiquei extremamente satisfeito com a minha recente visita<br />
a Lisboa. Esta deslocação foi a minha primeira visita oficial<br />
a <strong>Portugal</strong> em nome do Governo Regional do Curdistão<br />
(KRG) e teve como objectivo estabelecer o primeiro contacto<br />
oficial com o Governo português e com outras entidades.<br />
Essencialmente, queria analisar as potencialidades de cooperação<br />
bilateral e, em caso afirmativo, privilegiar essas áreas<br />
junto das entidades oficiais que tivesse a oportunidade de<br />
conhecer. Os encontros realizados permitiram-me concluir<br />
que <strong>Portugal</strong> está interessado em colaborar com o KRG em<br />
diferentes áreas como o comércio, a cultura e a educação.<br />
Regressei inteiramente convencido e optimista de que há lugar<br />
para desenvolver um relacionamento entre <strong>Portugal</strong> e a<br />
Região Curda do Iraque.<br />
Nesta deslocação encontrei-me com responsáveis do Ministério<br />
da Educação, com quem discuti o sistema de ensino<br />
superior do Curdistão e as áreas possíveis de cooperação
com <strong>Portugal</strong>, e do Ministério dos Negócios Estrangeiros,<br />
designadamente com o Secretário de Estado das Comunidades<br />
Portuguesas, José Cesário. Discutimos em profundidade<br />
os desenvolvimentos económicos da Região do Curdistão.<br />
Expliquei-lhe as dificuldades que enfrentamos actualmente<br />
com Bagdad e assegurei-lhe que estamos comprometidos a<br />
permanecer no Iraque Federal e decididos a cumprir a Constituição<br />
do Iraque Federal.<br />
Encontrei-me também com o administrador executivo da AI-<br />
CEP, José Vital Morgado, tendo falado igualmente sobre a<br />
situação económica da Região do Curdistão. Este encontro<br />
foi evidentemente muito importante porque vi nele a oportunidade<br />
de dar início ao processo de estabelecimento de<br />
relações de cooperação com a principal Agência de promoção<br />
de <strong>Portugal</strong>. À parte das relações políticas, as relações<br />
económicas são também muito importantes para as nossas<br />
duas nações a fim de podermos iniciar o que espero que<br />
venha a ser uma longa e frutuosa relação. Ambos considerámos<br />
o encontro como positivo e vimos que havia espaço<br />
para <strong>Portugal</strong> e o Curdistão iniciarem o processo com vista<br />
ao estabelecimento de fortes laços económicos.<br />
Esperamos agora continuar a desenvolver os resultados desta<br />
visita e começar realmente a trabalhar em conjunto com<br />
o Governo português a fim de construirmos um relacionamento<br />
a longo prazo.<br />
Na sua opinião, como é que as relações económicas<br />
entre a Região do Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser<br />
desenvolvidas?<br />
Na minha opinião, as relações económicas entre a Região<br />
do Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser desenvolvidas de várias<br />
maneiras, ou através de uma grande variedade de canais.<br />
É um processo que requer tempo e paciência mas os seus<br />
resultados serão um relacionamento económico duradouro.<br />
O nosso escritório em Madrid está em contacto com as au-<br />
MERCADOS<br />
toridades portuguesas para troca de informações sobre as<br />
nossas duas nações. Assim que tivermos reunido um número<br />
substancial de informação e determinado as áreas-chave nas<br />
quais podemos cooperar, poderemos começar a agir. Penso<br />
que os primeiros passos mais importantes a dar em conjunto<br />
são os de promover o Curdistão em <strong>Portugal</strong>, tanto junto do<br />
sector privado como do grande público em geral.<br />
Quando o sector privado português conhecer as oportunidades<br />
que a nossa região tem para oferecer, para além de uma<br />
“As relações económicas entre a Região do<br />
Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser desenvolvidas<br />
de várias maneiras, ou através de uma grande<br />
variedade de canais. É um processo que requer<br />
tempo e paciência mas os seus resultados serão<br />
um relacionamento económico duradouro.”<br />
situação de estabilidade em termos políticos e de segurança,<br />
estou certo de que veremos interesse por parte das empresas<br />
portuguesas no Curdistão. As empresas que estiverem interessadas<br />
em visitar a região podem, evidentemente, fazê-lo<br />
através do nosso escritório e nós facilitar-lhes-emos as suas<br />
deslocações de negócios da maneira que for mais adequada<br />
às suas necessidades. Assim, o desenvolvimento das relações<br />
económicas com <strong>Portugal</strong> baseia-se fundamentalmente em<br />
conquistar o sector privado português através do Governo<br />
português e dos organismos responsáveis pela internacionalização<br />
das empresas portuguesas.<br />
Creio que uma boa maneira de cimentar as bases para relações<br />
económicas seria organizar missões oficiais e empresariais<br />
do KRG para visitarem <strong>Portugal</strong> e vice-versa. A partir<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 47
MERCADOS<br />
daí, os nossos governos, ao mais alto nível, estariam aptos<br />
a discutir a possível abertura de um escritório diplomático<br />
oficial, comercial ou político na Região do Curdistão e em<br />
<strong>Portugal</strong>. Muitos países europeus têm representações diplomáticas<br />
em Erbil, ajudando a consolidar o relacionamento<br />
económico com esses países.<br />
Quais são os sectores e produtos que oferecem maiores<br />
oportunidades às empresas portuguesas que queiram<br />
internacionalizar-se ou investir na região do Curdistão?<br />
A segurança e a estabilidade têm sido essenciais para acelerar<br />
o crescimento económico da região na última década. O KRG<br />
tem conseguido atrair para a região empresas estrangeiras,<br />
desde as pequenas e médias empresas até às grandes multinacionais,<br />
como a Exxon Mobil. As oportunidades de negócio<br />
que a região oferece abrangem todos os sectores. Claro que o<br />
que está a incentivar a economia neste momento e no futuro<br />
próximo é a indústria do petróleo e do gás. Espera-se que<br />
possamos produzir à volta de um milhão de barris por dia<br />
em 2015. Tendo isso em conta, as oportunidades na indústria<br />
do petróleo e do gás estão agora focadas na produção/<br />
transporte/distribuição, tais como transporte, armazenagem,<br />
processamento, refinaria, marketing e formação.<br />
Para além do petróleo e do gás, há oportunidades no sector<br />
da construção, embora a Turquia esteja há muito instalada<br />
na região, com preços muito competitivos. No entanto, de-<br />
“A lei de investimento no Curdistão, aprovada<br />
em 2006, é considerada como uma das mais<br />
liberais do grande Médio Oriente, visando<br />
atrair IDE para a região e tendo associados<br />
incentivos nesse sentido.”<br />
verão surgir novos projectos no futuro, visto que o KRG estima<br />
que será necessário construir mais de 100.000 blocos<br />
de habitação para poder dar resposta à procura, podendo aí<br />
haver mercado para as empresas portuguesas.<br />
As empresas portuguesas poderão também tirar partido dos<br />
projectos de infra-estruturas que a Região do Curdistão tem<br />
para oferecer, nomeadamente, na construção e a manutenção<br />
de estradas, auto-estradas, pontes, passagens subterrâneas,<br />
sanidade, sistemas de esgotos, redes de comboios e<br />
eléctricos, geradores eléctricos e transmissões. Cremos que as<br />
empresas portuguesas seriam muito úteis para a região no<br />
que diz respeito ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;<br />
precisamos da sua competência e conhecimentos.<br />
Há dois sectores nos quais eu estou determinado a dar um<br />
impulso para a entrada de empresas portuguesas na Região<br />
Curda do Iraque. A beleza natural do Curdistão e a<br />
sua história muito rica com reservas arqueológicas incríveis<br />
faz do país um destino turístico potencial extrardinário. O<br />
KRG tem dado grande ênfase ao desenvolvimento do sector<br />
do turismo, que considera ser um sector-chave no seu<br />
48 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Plano Estratégico de Desenvolvimento (2013-2017). Em<br />
2012, 2,5 milhões de turistas nacionais e internacionais visitaram<br />
a Região do Curdistão. Foi um destino de viagem<br />
recomendado tanto no New York Times como no National<br />
Geographic, demonstrando que a imagem da Região Curda<br />
do Iraque está a tornar-se positiva. Erbil foi mesmo nomeada<br />
a capital do Turismo Árabe em 2013, onde temos cerca de<br />
400 hotéis. No entanto, a procura ultrapassa largamente a<br />
oferta, necessitando de um investimento de 200 milhões de<br />
dólares nessa área. É, por isso, um sector onde eu julgo que<br />
as empresas portuguesas poderiam dar uma grande ajuda e<br />
também obter dividendos desse investimento.<br />
O outro sector que estamos a promover como sector-chave<br />
para as empresas portuguesas é a agricultura. Como deve<br />
saber, muitos historiadores consideram que o Curdistão é<br />
o “berço” da agricultura. Muitos dizem que, há cerca de<br />
8.000 anos, os povos da região da Mesopotâmia do Norte<br />
começaram a desenvolver as técnicas agrícolas que lhes permitiram<br />
estabelecer-se em pequenas comunidades agrícolas,<br />
e finalmente trouxeram esses métodos para o sul abrindo caminho<br />
para o nascimento de cidades, tais como Ur e Sumer<br />
no sul do Iraque.<br />
O Iraque, como um todo, tornou-se auto-suficiente em termos<br />
agrícolas, tendo a sua economia assentado largamente<br />
na agricultura durante séculos. No decurso do século XX e<br />
com o desaparecimento do Império Otomano, surgiu o estabelecimento<br />
do estado do Iraque. Com anos de guerra,<br />
rebeliões e negligência, o sector da agricultura declinou maciçamente,<br />
tendo-se perdido muitas das técnicas agrícolas antigas,<br />
e muitos trabalhadores rurais começaram a mudar-se<br />
para as cidades principais para procurarem trabalho. O Governo<br />
Regional do Curdistão atribui grande importância à recuperação<br />
do sector agrícola da Região do Curdistão. No ano
passado, o orçamento do Ministério da Agricultura foi de mil<br />
milhões de dólares, tendo sido promovidos muitos projectos<br />
com vista a assegurar a segurança alimentar. O Curdistão tem<br />
algumas das terras mais férteis do mundo e tem 1.535.794<br />
hectares de solo cultivável, o que equivale a 41,84 por cento<br />
do total do território. O plano estratégico do KRG para a agricultura<br />
visa obter um aumento da produção de vegetais de 8<br />
por cento; um aumento de 5 por cento na pecuária e 10 por<br />
cento de aumento de terra cultivável em 2017.<br />
De modo a alcançar estes objectivos, o KRG oferece incentivos<br />
e subsídios a sub-sectores da agricultura. Estes incentivos<br />
e subsídios são concedidos para o sector da horticultura,<br />
florestas, projectos de criação de aves, máquinas e tecnologia<br />
agrícolas, pastagens, pecuária e pescas.<br />
Encorajo fortemente as empresas portuguesas a começarem<br />
a pensar seriamente em investir na agricultura do Curdistão,<br />
tendo em conta os planos referidos e porque esse investimento<br />
poderá beneficiar ambas as partes, apesar de haver<br />
ainda um longo caminho a percorrer.<br />
Teve oportunidade de se encontrar com empresas<br />
portuguesas cujo know-how e experiência, sobretudo<br />
nos sectores da construção e das infra-estruturas, possam<br />
ser proveitosas para a economia da região do Curdistão?<br />
Infelizmente nesta ocasião não tive oportunidade de me encontrar<br />
com empresas portuguesas. Dado que esta foi a minha<br />
primeira visita, achei essencial encontrar-me primeiro com<br />
instituições governamentais. Na próxima visita que fizer a <strong>Portugal</strong>,<br />
assegurar-nos-emos de que serão agendados encontros<br />
com empresas privadas, onde poderemos fazer uma exposição<br />
sobre a economia curda e as oportunidades de investimento<br />
que o Curdistão oferece. Esperamos que através da AICEP possamos<br />
organizar um seminário com as empresas portuguesas.<br />
“Cremos que as empresas portuguesas seriam<br />
muito úteis para a região no que diz respeito<br />
ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;<br />
precisamos da sua competência<br />
e conhecimentos.”<br />
O que pode o Governo Regional do Curdistão oferecer<br />
às empresas portuguesas interessadas em investir na<br />
região? E qual é a melhor maneira de as empresas<br />
contactarem o mercado?<br />
A lei de investimento no Curdistão, aprovada em 2006, é<br />
considerada como uma das mais liberais do grande Médio<br />
Oriente, visando atrair IDE para a região e tendo associados<br />
incentivos nesse sentido. Os investidores estrangeiros podem<br />
deter 100 por cento do capital do investimento, ficando<br />
com os direitos totais de propriedade de imobiliário e de<br />
bens móveis. Além disso, a lei permite que os investidores<br />
estrangeiros enviem para o seu país a totalidade dos lucros e<br />
oferece isenção temporária do imposto por 10 anos e mais<br />
MERCADOS<br />
cinco anos de isenção de direitos alfandegários nas importações.<br />
Os investidores estrangeiros e os investidores locais são<br />
tratados de maneira igual ao abrigo desta lei.<br />
O investidor estrangeiro tem também o direito de investir<br />
sem necessidade de recorrer a um parceiro e pode empregar<br />
trabalhadores estrangeiros nos seus projectos. Além<br />
disso, o investidor tem o direito de abrir contas bancárias<br />
locais ou estrangeiras, podendo as contas locais ser tanto<br />
em dólares norte-americanos como em divisas locais, ou<br />
seja, o dinar iraquiano.<br />
Quanto à abordagem ao mercado, sugiro que a façam, primeiro,<br />
através do governo, nomeadamente com o contacto ao<br />
nosso escritório em Madrid, que poderá facilitar o processo e<br />
os contactos com as autoridades no Curdistão. Mas a melhor<br />
aproximação ao mercado será através da realização de visitas à<br />
região para encontros com as necessárias entidades governamentais<br />
e privadas. É muito importante para as empresas portuguesas<br />
marcarem presença na região e trabalharem em rede<br />
o mais possível. Eu recomendaria também a participação em<br />
feiras comerciais que têm lugar durante todo o ano, sobretudo<br />
as feiras sectoriais, já que é um local de excelência para encontros<br />
de negócios com potenciais parceiros locais.<br />
Identificou, durante a sua visita, oportunidades para<br />
as empresas do Curdistão investirem em <strong>Portugal</strong>?<br />
Ainda é muito cedo para as empresas do Curdistão<br />
investirem em <strong>Portugal</strong> porque ainda estão a crescer e a<br />
desenvolver-se no nosso país e, dado o elevado índice de<br />
crescimento da Região do Curdistão, é-lhes mais favorável<br />
investirem agora na região.<br />
Actualmente, regista-se um aumento de investimentos ocidentais<br />
na Região do Curdistão e não vejo investimentos do<br />
Curdistão a deixar o mercado curdo para irem para economias<br />
ocidentais, a menos que queiram investir algum dinheiro em<br />
imobiliário. O mercado imobiliário em países como <strong>Portugal</strong><br />
e Espanha poderia ser um investimento muito atractivo para<br />
os investidores curdos, devido à recente queda dos preços e à<br />
possibilidade de possuírem uma propriedade num belo local da<br />
Europa. No entanto, devido ao regulamento de vistos nos detentores<br />
de passaportes iraquianos que visitam a Europa, esse<br />
pode ainda ser um caminho complicado para empreender. Mas<br />
sim, se os investidores curdos investissem em <strong>Portugal</strong>, estou<br />
certo que seria no mercado imobiliário.<br />
GOVERNO REGIONAL<br />
DO CURDISTÃO - IRAQUE<br />
Representación en España<br />
C/ Puerto de Santa Maria 42<br />
28043 Madrid - España<br />
Tel.: +34 91 436 26 20<br />
Fax:+34 91 435 29 14<br />
daban.shadala@krgspain.org<br />
www.spain.krg.org<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 49
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
COSEC<br />
No âmbito de apólices individuais<br />
África do Sul*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Angola<br />
C Caso a caso.<br />
M/L Garantia soberana. Limite total de<br />
responsabilidades.<br />
Arábia Saudita<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Caso a caso.<br />
Argélia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: eventual<br />
exigência de carta de crédito<br />
irrevogável.<br />
M/L Em princípio. exigência de garantia<br />
bancária ou garantia soberana.<br />
Argentina<br />
T Caso a caso.<br />
Barein<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Benim<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva, e com exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Brasil*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes soberanos: Aberta sem<br />
condições restritivas. Outros Clientes<br />
públicos e privados: Aberta, caso<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Bulgária<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Cabo Verde<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Eventual exigência de garantia<br />
bancária ou de garantia soberana<br />
(decisão casuística).<br />
Camarões<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Cazaquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
China*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Chipre<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
50 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Políticas de cobertura para mercados<br />
Colômbia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Coreia do Sul<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Costa do Marfim<br />
T Decisão casuística.<br />
Costa Rica<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Croácia<br />
C Carta de crédito irrevogável ou<br />
garantia bancária. Extensão do<br />
prazo constitutivo de sinistro para<br />
12 meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por<br />
cento. Limite por operação.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana. Extensão do prazo<br />
constitutivo de sinistro para 12<br />
meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por cento.<br />
Limite por operação.<br />
Cuba<br />
T Fora de cobertura.<br />
Egipto<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
M/L Caso a caso.<br />
Emirados Árabes Unidos<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Estónia<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Etiópia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
Filipinas<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Gana<br />
C Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Geórgia<br />
C Caso a caso numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva e com a exigência de<br />
contra garantias.<br />
Guiné-Bissau<br />
T Fora de cobertura.<br />
Guiné Equatorial<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Clientes públicos e soberanos:<br />
caso a caso, mediante análise das<br />
garantias oferecidas, designadamente<br />
contrapartidas do<br />
petróleo. Clientes privados: caso<br />
a caso, numa base muito restritiva,<br />
condicionada a eventuais<br />
contrapartidas (garantia de banco<br />
comercial aceite pela COSEC ou<br />
contrapartidas do petróleo).<br />
Hong-Kong<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Iémen<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Índia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Indonésia<br />
C Caso a caso, com eventual<br />
exigência de carta de crédito irrevogável<br />
ou garantia bancária.<br />
M/L Caso a caso, com eventual exigência<br />
de garantia bancária ou<br />
garantia soberana.<br />
Irão<br />
T Fora de cobertura.<br />
Iraque<br />
T Fora de cobertura.<br />
Jordânia<br />
C Caso a caso.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Koweit<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Letónia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Líbano<br />
C Clientes públicos: caso a caso<br />
numa base muito restritiva.<br />
Clientes privados: carta de crédito<br />
irrevogável ou garantia bancária.<br />
M/L Clientes públicos: fora de cobertura.<br />
Clientes privados: caso a<br />
caso numa base muito restritiva.<br />
Líbia<br />
T Fora de cobertura.<br />
Lituânia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Macau<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Malásia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Malawi<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Clientes públicos: fora de cobertura,<br />
excepto para operações<br />
de interesse nacional. Clientes<br />
privados: análise casuística, numa<br />
base muito restritiva.<br />
Malta<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Marrocos*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Martinica<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
México*<br />
C Aberta sem restrições.<br />
M/L Em princípio aberta sem restrições.<br />
A eventual exigência de garantia<br />
bancária, para clientes privados,<br />
será decidida casuisticamente.<br />
Moçambique<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(eventualmente com a exigência de<br />
carta de crédito irrevogável, garantia<br />
bancária emitida por um banco<br />
aceite pela COSEC e aumento do<br />
prazo constitutivo de sinistro).<br />
M/L Aumento do prazo constitutivo<br />
de sinistro. Sector privado: caso a<br />
caso numa base muito restritiva.<br />
Operações relativas a projectos<br />
geradores de divisas e/ou que<br />
admitam a afectação prioritária<br />
de receitas ao pagamento dos<br />
créditos garantidos, terão uma<br />
ponderação positiva na análise do<br />
risco; sector público: caso a caso<br />
numa base muito restritiva.<br />
Montenegro<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de garantia<br />
soberana ou bancária, para<br />
operações de pequeno montante.<br />
Nigéria<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(designadamente em termos de<br />
alargamento do prazo consti-
de destino das exportações portuguesas<br />
tutivo de sinistro e exigência de<br />
garantia bancária).<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva, condicionado a eventuais<br />
garantias (bancárias ou contrapartidas<br />
do petróleo) e ao alargamento<br />
do prazo contitutivo de sinistro.<br />
Oman<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
Panamá<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Paquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
Paraguai<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Peru<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes soberanos: aberta sem<br />
condições restritivas. Clientes<br />
públicos e privados: aberta, caso<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Qatar<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Quénia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
República Checa<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
República Dominicana<br />
C Aberta caso a caso, com eventual<br />
exigência de carta de crédito irrevogável<br />
ou garantia bancária emitida<br />
por um banco aceite pela COSEC.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana (emitida pela<br />
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco<br />
Central) ou garantia bancária.<br />
Roménia<br />
C Exigência de carta de crédito<br />
irrevogável (decisão casuística).<br />
M/L Exigência de garantia bancária<br />
ou garantia soberana (decisão<br />
casuística).<br />
Rússia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
M/L Sector público: aberta sem restrições,<br />
com eventual exigência de<br />
garantia bancária ou garantia soberana.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
S. Tomé e Príncipe<br />
C Análise caso a caso, numa base<br />
muito restritiva.<br />
Senegal<br />
C Em princípio. exigência de<br />
garantia bancária emitida por<br />
um banco aceite pela COSEC e<br />
eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro.<br />
M/L Eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro. Sector<br />
público: caso a caso, com exigência<br />
de garantia de pagamento e<br />
transferência emitida pela Autoridade<br />
Monetária (BCEAO); sector<br />
privado: exigência de garantia<br />
bancária ou garantia emitida pela<br />
Autoridade Monetária (preferência<br />
a projectos que permitam a<br />
alocação prioritária dos cash-flows<br />
ao reembolso do crédito).<br />
Sérvia<br />
C Caso a caso, numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de<br />
garantia soberana ou bancária,<br />
para operações de pequeno<br />
montante.<br />
Singapura<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Síria<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Suazilândia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Tailândia<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Taiwan<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Tanzânia<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Tunísia*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Turquia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Ucrânia<br />
C Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual<br />
exigência de carta de crédito<br />
irrevogável.<br />
M/L Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual<br />
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
No âmbito de apólices globais<br />
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única<br />
transação para um determinado mercado. enquanto a apólice<br />
global cobre todas as transações em todos os países para onde o<br />
empresário exporta os seus produtos ou serviços.<br />
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens<br />
de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de<br />
curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se<br />
repetem com alguma frequência.<br />
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a<br />
política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que<br />
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.<br />
Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque<br />
e S. Tomé e Príncipe.<br />
exigência de garantia bancária.<br />
Para todas as operações, o prazo<br />
constitutivo de sinistro é definido<br />
caso a caso.<br />
Uganda<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Uruguai<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Venezuela<br />
C Clientes públicos: aberta caso<br />
a caso com eventual exigência<br />
de garantia de transferência ou<br />
soberana. Clientes privados: aberta<br />
caso a caso com eventual exigência<br />
de carta de crédito irrevogável e/ou<br />
garantia de transferência.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana.<br />
Zâmbia<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Zimbabwe<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Advertência:<br />
A lista e as políticas de cobertura são<br />
indicativas e podem ser alteradas<br />
sempre que se justifique. Os países<br />
que constam da lista são os mais<br />
representativos em termos de consultas<br />
e responsabilidades assumidas. Todas<br />
as operações são objecto de análise e<br />
decisão específicas.<br />
Legenda:<br />
C Curto Prazo<br />
M/L Médio / Longo Prazo<br />
T Todos os Prazos<br />
* Mercado prioritário.<br />
COSEC<br />
Companhia de Seguro<br />
de Créditos. S. A.<br />
Direcção Internacional<br />
Avenida da República. 58<br />
1069-057 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 913 832<br />
Fax: +351 217 913 839<br />
internacional@cosec.pt<br />
www.cosec.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 51
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES<br />
COSEC<br />
Tabela classificativa de países<br />
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação<br />
A <strong>Portugal</strong>global e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa<br />
de Países com a graduação dos mercados em função<br />
do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de<br />
cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e<br />
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-<br />
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento<br />
e o grupo 7 à maior.<br />
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do<br />
risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas<br />
de prémio aplicáveis.<br />
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7<br />
Hong-Kong<br />
Singapura *<br />
Taiwan<br />
Arábia Saudita<br />
Botswana<br />
Brunei<br />
Chile<br />
China •<br />
EAU a<br />
Gibraltar<br />
Koweit<br />
Macau<br />
Malásia<br />
Oman<br />
Trind. e Tobago<br />
África do Sul •<br />
Argélia<br />
Bahamas<br />
Barbados<br />
Brasil •<br />
Costa Rica<br />
Dep/ter Austr. b<br />
Dep/ter Din. c<br />
Dep/ter Esp. d<br />
Dep/ter EUA e<br />
Dep/ter Fra. f<br />
Dep/ter N. Z. g<br />
Dep/ter RU h<br />
Filipinas<br />
Ilhas Marshall<br />
Índia<br />
Indonésia<br />
Lituânia<br />
Marrocos •<br />
Maurícias<br />
México •<br />
Micronésia<br />
Namíbia<br />
Palau<br />
Panamá<br />
Peru<br />
Qatar<br />
Rússia<br />
Tailândia<br />
Uruguai<br />
Aruba<br />
Barein<br />
Bulgária<br />
Colômbia<br />
El Salvador<br />
Fidji<br />
Letónia<br />
Roménia<br />
Tunísia •<br />
Turquia<br />
Angola<br />
Azerbeijão<br />
Cazaquistão<br />
Croácia<br />
Dominicana. Rep.<br />
Gabão<br />
Gana<br />
Guatemala<br />
Jordânia<br />
Lesoto<br />
Macedónia<br />
Mongólia<br />
Nigéria<br />
Papua–Nova Guiné<br />
Paraguai<br />
S. Vic. e Gren.<br />
Santa Lúcia<br />
Vietname<br />
Zâmbia<br />
Albânia<br />
Ant. e Barbuda<br />
Arménia<br />
Bangladesh<br />
Belize<br />
Benin<br />
Bolívia<br />
Butão<br />
Cabo Verde<br />
Camarões<br />
Camboja<br />
Comores<br />
Congo<br />
Dominica<br />
Egipto<br />
Geórgia<br />
Honduras<br />
Kiribati<br />
Moçambique<br />
Montenegro<br />
Nauru<br />
Quénia<br />
Samoa Oc.<br />
Senegal<br />
Sérvia<br />
Sri Lanka<br />
Suazilândia<br />
Tanzânia<br />
Timor-Leste<br />
Turquemenistão<br />
Tuvalu<br />
Uganda<br />
Uzbequistão<br />
Vanuatu<br />
Afeganistão<br />
Argentina<br />
Bielorussia<br />
Bósnia e Herzegovina<br />
Burkina Faso<br />
Burundi<br />
Campuchea<br />
Cent. Af. Rep.<br />
Chade<br />
Congo. Rep. Dem.<br />
Coreia do Norte<br />
C. do Marfim<br />
Cuba •<br />
Djibuti<br />
Equador<br />
Eritreia<br />
Etiópia<br />
Gâmbia<br />
Grenada<br />
Guiana<br />
Guiné Equatorial<br />
Guiné. Rep. da<br />
Guiné-Bissau •<br />
Haiti<br />
Iemen<br />
Irão •<br />
Iraque •<br />
Jamaica<br />
Kosovo<br />
Laos<br />
Líbano<br />
Libéria<br />
Líbia<br />
Madagáscar<br />
Malawi<br />
Maldivas<br />
Mali<br />
Mauritânia<br />
Moldávia<br />
Myanmar<br />
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.<br />
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.<br />
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional<br />
NOTAS<br />
a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma<br />
b) Ilhas Norfolk<br />
c) Ilhas Faroe e Gronelândia<br />
d) Ceuta e Melilha<br />
e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico<br />
52<br />
// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Nepal<br />
Nicarágua<br />
Níger<br />
Paquistão<br />
Quirguistão<br />
Ruanda<br />
S. Crist. e Nevis<br />
S. Tomé e Príncipe •<br />
Salomão<br />
Seicheles<br />
Serra Leoa<br />
Síria<br />
Somália<br />
Sudão<br />
Sudão do Sul<br />
Suriname<br />
Tadzequistão<br />
Togo<br />
Tonga<br />
Ucrânia<br />
Venezuela<br />
Zimbabué<br />
f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia<br />
Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna<br />
g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive<br />
h) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.<br />
Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos
INVESTIMENTO<br />
e COMÉRCIO EXTERNO<br />
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.<br />
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />
2012<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
IDE bruto 39.257 -8,9% 17.717 10.989 -38,0% -68,5% 7,0%<br />
IDE desinvestimento 32.318 -7,8% 12.893 10.342 -19,8% -40,4% 14,1%<br />
IDE líquido 6.939 -13,5% 4.824 647 -86,6% -98,6% -72,0%<br />
IDE Intra UE 35.684 -8,3% 16.238 10.120 -37,7% -68,6% 7,3%<br />
IDE Extra UE 3.573 -14,6% 1.479 869 -41,2% -65,2% 1,2%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDE Intra UE 90,9% -- 91,7% 92,1% -- -- --<br />
IDE Extra UE 9,1% -- 8,3% 7,9% -- -- --<br />
% Total IDE bruto<br />
IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12<br />
Espanha 22,9% -17,0% Comércio 38,2% -27,6%<br />
França 18,5% -24,2% Ind. Transformadora 26,3% -7,2%<br />
Reino Unido 16,0% -39,0% Act. Financeiras e de Seguros 18,2% -35,6%<br />
Alemanha 13,2% 22,1% Act. Informação e Comunicação 4,1% -61,5%<br />
Países Baixos 8,8% -35,9% Electricidade, Gás, Água 3,5% -87,4%<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DE PORTUGAL NO EXTERIOR<br />
2012<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12<br />
Países Baixos 56,5% -58,1% Act. Financeiras e de Seguros 75,1% -54,1%<br />
Espanha 11,5% -49,5% Comércio 7,4% 27,9%<br />
Alemanha 5,2% 923,2% Ind. Transformadoras 6,4% -65,5%<br />
Brasil 5,0% -71,7% Construção 4,1% -57,2%<br />
Angola 2,9% -37,2% Act. Consultoria e Técnicas 2,4% -75,7%<br />
2010 2011 2012 2012 Mar 2013 Mar tvh 13/12<br />
Stock IDE 83.585 86.428 88.799 84.667 90.008 6,3%<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
IDPE bruto 8.989 -54,0% 5.071 2.397 -52,7% -71,1% -39,5%<br />
IDPE desinvestimento 7.498 -15,2% 2.565 1.649 -35,7% 9,5% -8,8%<br />
IDPE líquido 1.490 -86,1% 2.506 749 -70,1% -104,9% -128,0%<br />
IDPE Intra UE 7.304 -56,4% 4.190 2.008 -52,1% -74,7% -43,9%<br />
IDPE Extra UE 1.685 -39,6% 882 389 -55,9% -20,5% -5,9%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDPE Intra UE 81,3% -- 82,6% 83,8% -- -- --<br />
IDPE Extra UE 18,7% -- 17,4% 16,2% -- -- --<br />
% Total IDPE bruto<br />
Stock IDPE 49.942 55.823 54.010 54.563 54.720 0,3%<br />
Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />
ESTATÍSTICAS<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 53
ESTATÍSTICAS<br />
COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
BENS (Exportação) 2012<br />
54 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
Exportações bens 45.324 5,8% 19.141 19.932 4,1% 5,6% 3,5%<br />
Exportações bens UE27 32.197 1,0% 13.796 14.109 2,3% 4,1% 3,8%<br />
Exportações bens Extra UE27 13.127 19,8% 5.344 5.823 9,0% 9,1% 2,9%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações bens UE27 71,0% -- 72,1% 70,8% -- -- --<br />
Exportações bens Extra UE27 29,0% -- 27,9% 29,2% -- -- --<br />
Unidade: % do total<br />
Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />
Espanha 23,5% 7,4% Espanha 322 1,7<br />
Alemanha 12,0% -2,3% Argélia 126 0,7<br />
França 11,8% -0,4% Marrocos 125 0,7<br />
Angola 5,9% 10,7% Angola 115 0,6<br />
Reino Unido 5,3% 5,1% Países Baixos 62 0,3<br />
EUA 4,3% 6,5% China -116 -0,6<br />
Países Baixos 4,1% 8,2% Venezuela -59 -0,3<br />
Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />
Máquinas, Aparelhos 14,8% 3,5% Combustíveis Minerais 510 2,7<br />
Veículos, Outro Material de Transporte 11,2% -11,2% Alimentares 135 0,7<br />
Combustíveis Minerais 10,7% 31,4% Máquinas, Aparelhos 101 0,5<br />
Metais Comuns 8,1% 1,9% Pastas Celulósicas, Papel 67 0,3<br />
Plásticos, Borracha 6,9% 4,9% Veículos, Out. Mat. Transp. -281 -1,5<br />
SERVIÇOS 2012<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
Exportações totais de serviços 19.098 -0,3% 7.047 7.502 6,5% 13,7% 13,5%<br />
Exportações serviços UE27 13.100 -4,3% 4.734 5.038 6,4% 11,8% 8,8%<br />
Exportações serviços extra UE27 5.998 9,7% 2.313 2.464 6,5% 17,7% 24,3%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações serviços UE27 68,6% -- 67,2% 67,2% -- -- --<br />
Exportações serviços extra UE27 31,4% -- 32,8% 32,8% -- -- --<br />
Unidade: % do total
BENS (Importação) 2012<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
ESTATÍSTICAS<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
Importações bens 56.234 -5,1% 23.954 23.198 -3,2% -3,2% 0,8%<br />
Importações bens UE27 40.402 -7,4% 17.195 16.416 -4,5% -1,2% 3,0%<br />
Importações bens Extra UE27 15.832 1,4% 6.759 6.782 0,3% -8,0% -4,2%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Importações bens UE27 71,8% -- 71,8% 70,8% -- --<br />
Importações bens Extra UE27 28,2% -- 28,2% 29,2% -- --<br />
Unidade: % do total<br />
Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />
Espanha 31,3% -4,7% Angola 601 2,5<br />
Alemanha 11,5% -4,7% Rússia 191 0,8<br />
França 6,7% 0,4% Camarões 168 0,7<br />
Angola 5,9% 79,1% Guiné-Equatorial -187 -0,8<br />
Itália 5,1% -4,8% Azerbaijão -233 -1,0<br />
Países Baixos 4,7% -3,7% Brasil -303 -1,3<br />
Reino Unido 2,8% -12,8% Espanha -358 -1,5<br />
Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />
Combustíveis Minerais 19,7% -11,2% Agrícolas 103 0,4<br />
Máquinas, Aparelhos 14,1% -6,5% Alimentares 102 0,4<br />
Agrícolas 11,1% 4,2% Químicos -129 -0,5<br />
Químicos 10,9% -4,9% Máquinas, Aparelhos -228 -1,0<br />
Veículos, Outro Mat. Transp. 8,7% -1,4% Combustíveis Minerais -575 -2,4<br />
SERVIÇOS 2012<br />
tvh<br />
2012/11<br />
2012<br />
Jan/Maio<br />
2013<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Jan/Maio<br />
tvh 13/12<br />
Maio/Maio<br />
tvc 13/13<br />
Maio/Abr<br />
Importações totais de serviços 10.405 -9,2% 4.354 4.360 0,1% 1,0% -1,8%<br />
Importações serviços UE27 7.591 -5,9% 3.193 3.133 -1,9% -3,1% -4,8%<br />
Importações serviços extra UE27 2.815 -17,1% 1.161 1.227 5,7% 12,4% 6,1%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Importações serviços UE27 73,0% -- 73,3% 71,9% -- -- --<br />
Importações serviços extra UE27 27,0% -- 26,7% 28,1% -- -- --<br />
Unidade: % do total<br />
PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2012<br />
2013<br />
1º Trim<br />
FMI CE OCDE BdP<br />
Min.<br />
Finanças<br />
INE INE Junho 13 Junho 13 Maio 12 Julho 13 Abril 12<br />
PIB -3,2 -4,0 -2,3 : 0,6 -2,3 : 0,6 -2,7 : 0,2 -2,0 : 0,3 -2,3 : 0,6<br />
Exportações Bens e Serviços 3,2 0,1 0,9 : 4,4 0,8 : 4,4 1,4 : 5,1 4,7 : 5,5 0,8 : 4,5<br />
Fontes: INE/Banco de <strong>Portugal</strong><br />
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga<br />
tvc - Taxa de variação em cadeia<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 55
REDE<br />
EXTERNA<br />
Ana Sofia O’Hara<br />
EUA<br />
<strong>aicep</strong>.s.francisco@portugalglobal.pt<br />
Rui Boavista Marques<br />
EUA<br />
<strong>aicep</strong>.newyork@portugalglobal.pt<br />
Carlos Pinto<br />
VENEZUELA<br />
<strong>aicep</strong>.caracas@portugalglobal.pt<br />
Miguel Crespo<br />
COLÔMBIA<br />
<strong>aicep</strong>.bogota@portugalglobal.pt<br />
56 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
S. Francisco<br />
Toronto<br />
Cidade do México<br />
António Felner da Costa<br />
BRASIL<br />
<strong>aicep</strong>.rio.janeiro@portugalglobal.pt<br />
Carlos Moura<br />
BRASIL<br />
<strong>aicep</strong>.s.paulo@portugalglobal.pt<br />
Jorge Salvador<br />
CHILE<br />
<strong>aicep</strong>.santiago@portugalglobal.pt<br />
Luís Sequeira<br />
ARGENTINA<br />
<strong>aicep</strong>.buenosaires@portugalglobal.pt<br />
Raul Travado<br />
CANADÁ<br />
<strong>aicep</strong>.toronto@portugalglobal.pt<br />
Panamá<br />
Lima<br />
Nova Iorque<br />
Bogotá<br />
Caracas<br />
Santiago do Chile<br />
Buenos Aires<br />
Miguel Porfírio<br />
HOLANDA<br />
<strong>aicep</strong>.thehague@portugalglobal.pt<br />
Gonçalo Homem de Mello<br />
BÉLGICA<br />
<strong>aicep</strong>.bruxels@portugalglobal.pt<br />
António Silva<br />
FRANÇA<br />
<strong>aicep</strong>.paris@portugalglobal.pt<br />
Miguel Fontoura<br />
REINO UNIDO<br />
<strong>aicep</strong>.london@portugalglobal.pt<br />
José Nogueira Ramos<br />
IRLANDA<br />
<strong>aicep</strong>.dublin@portugalglobal.pt<br />
Manuel Martinez<br />
ESPANHA<br />
<strong>aicep</strong>.barcelona@portugalglobal.pt<br />
Eduardo Henriques<br />
ESPANHA<br />
<strong>aicep</strong>.madrid@portugalglobal.pt<br />
Armindo Rios<br />
CABO VERDE<br />
<strong>aicep</strong>.praia@portugalglobal.pt<br />
Rui Cordovil<br />
MARROCOS<br />
<strong>aicep</strong>.rabat@portugalglobal.pt<br />
João Renano Henriques<br />
ARGÉLIA<br />
<strong>aicep</strong>.argel@portugalglobal.pt<br />
São Paulo<br />
Rio de Janeiro<br />
Dublin<br />
Londres<br />
Praia<br />
Paris<br />
Madrid<br />
Hai<br />
Bruxelas<br />
Milão<br />
Barcelona<br />
Rabat<br />
Argel<br />
Luís Moura<br />
ANGOLA<br />
<strong>aicep</strong>.luanda@portugalglobal.pt<br />
João Cardim<br />
ANGOLA<br />
<strong>aicep</strong>.benguela@portugalglobal.pt<br />
João Pedro Pereira<br />
ÁFRICA DO SUL<br />
<strong>aicep</strong>.pretoria@portugalglobal.pt<br />
Fernando Carvalho<br />
MOÇAMBIQUE<br />
<strong>aicep</strong>.maputo@portugalglobal.pt<br />
Oslo<br />
Zuriqu
Tunes<br />
Luanda<br />
Benguela<br />
Windhoek<br />
Estocolmo<br />
Gaborone<br />
Helsínquia<br />
Moscovo<br />
Copenhaga<br />
a<br />
Berlim<br />
Varsóvia<br />
Praga<br />
e Bratislava<br />
Budapeste<br />
Viena<br />
Liubliana Bucareste<br />
Tripoli<br />
Ancara<br />
Atenas<br />
Pretória<br />
Riade<br />
Pier Franco Schiavone<br />
ITÁLIA<br />
<strong>aicep</strong>.milan@portugalglobal.pt<br />
Nuno Várzea<br />
TUNISIA<br />
<strong>aicep</strong>.tunis@portugalglobal.pt<br />
Pedro Macedo Leão<br />
ALEMANHA<br />
<strong>aicep</strong>.berlin@portugalglobal.pt<br />
Kristiina Vaano<br />
FINLÂNDIA<br />
<strong>aicep</strong>.helsinki@portugalglobal.pt<br />
Maputo<br />
Baku<br />
Manuel Couto Miranda<br />
EAU<br />
<strong>aicep</strong>.abudhabi@portugalglobal.pt<br />
João Guerra Silva<br />
DINAMARCA<br />
<strong>aicep</strong>.copenhagen@portugalglobal.pt<br />
Eduardo Souto Moura<br />
SUÉCIA<br />
<strong>aicep</strong>.stockholm@portugalglobal.pt<br />
Doha<br />
Celeste Mota<br />
TURQUIA<br />
<strong>aicep</strong>.ankara@portugalglobal.pt<br />
Laurent Armaos<br />
GRÉCIA<br />
<strong>aicep</strong>.athens@portugalglobal.pt<br />
Abu Dhabi<br />
Nova Deli<br />
Maria João Liew<br />
MALÁSIA<br />
<strong>aicep</strong>.kuala_lumpur@portugalglobal.pt<br />
Maria José Rézio<br />
RÚSSIA<br />
<strong>aicep</strong>.moscow@portugalglobal.pt<br />
Nuno Lima Leite<br />
POLÓNIA<br />
<strong>aicep</strong>.warsaw@portugalglobal.pt<br />
Joaquim Pimpão<br />
HUNGRIA<br />
<strong>aicep</strong>.budapest@portugalglobal.pt<br />
Ana Isabel Douglas<br />
ÁUSTRIA<br />
<strong>aicep</strong>.vienna@portugalglobal.pt<br />
Pequim<br />
Xangai<br />
Guangzhou<br />
Macau Hong Kong<br />
Kuala Lumpur<br />
Jacarta<br />
Tóquio<br />
Alexandra Ferreira Leite<br />
CHINA<br />
<strong>aicep</strong>.beijin@portugalglobal.pt<br />
José Joaquim Fernandes<br />
JAPÃO<br />
<strong>aicep</strong>.tokyo@portugalglobal.pt<br />
Filipe Costa<br />
CHINA<br />
<strong>aicep</strong>.shanghai@portugalglobal.pt<br />
Maria João Bonifácio<br />
CHINA<br />
<strong>aicep</strong>.macau@portugalglobal.pt<br />
AO SERVIÇO<br />
DAS EMPRESAS<br />
<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 57
BOOKMARKS<br />
INICIAÇÃO À EXPORTAÇÃO<br />
PREPARE O SEU PLANO DE EXPORTAÇÃO. COMO GERIR OS RISCOS.<br />
CHEGUE A NOVOS MERCADOS<br />
Está a pensar em exportar? Precisa de<br />
saber mais sobre os primeiros passos<br />
a dar? Já pensou em vender pela Internet?<br />
Este guia prático explica todos<br />
os aspectos a ter em conta para que a<br />
sua empresa se inicie da melhor forma<br />
no negócio da exportação. O comércio<br />
internacional não está apenas<br />
ao alcance das grandes empresas. Os<br />
benefícios da exportação podem ser<br />
enormes, mas tem a certeza de que<br />
esta actividade se adequa à sua empresa?<br />
Iniciação à Exportação oferece<br />
conselhos fiáveis sobre os desafios que<br />
poderá enfrentar e é um guia para os<br />
primeiros passos vitais, entre os quais:<br />
decidir se deve exportar, desenvolver a<br />
sua estratégia de exportação, pesquisar<br />
os mercados potenciais, escolher<br />
estratégias de entrada no mercado,<br />
escolher agentes e distribuidores, es-<br />
AMÉRICA<br />
AS IDEIAS QUE CONSTRUIRAM UM PAÍS<br />
América. Na imaginação humana evo-<br />
ca uma terra sem fim, a oportunidade<br />
de um novo início e de novas possibilidades.<br />
E, no entanto, para a maioria de<br />
nós, continua a ser um país desconhecido<br />
e tão diferente no que toca aos<br />
valores que o inspiram. O que anima o<br />
seu espírito, de onde lhe vem o apego<br />
tão grande à liberdade e como se reflectem<br />
esses ideais na actualidade eis<br />
o que este livro pretende apresentar e<br />
discutir. Esta obra aborda as ideias que<br />
forjaram o país e que fazem mover a<br />
América moderna.<br />
Nesta obra estão também incluídas<br />
traduções de alguns dos documentos<br />
fundamentais que melhor espelham os<br />
58<br />
// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
tabelecer preços e orçamentos, transportar<br />
os seus produtos, compreender<br />
e gerir os riscos.<br />
John Westwood é um engenheiro<br />
que passou toda a sua vida profissional<br />
na área de vendas e marketing de<br />
empresas que vendem bens de produção.<br />
Ocupou altos cargos em vendas e<br />
marketing, e actualmente é director de<br />
vendas e marketing para a Europa no<br />
Tuthill Process Group. É autor dos livros<br />
30 Minutes to Write a Marketing Plan e<br />
How to Write a Marketing Plan.<br />
Autor: John Westwood<br />
Editor: Actual Editora<br />
Nº de páginas: 190<br />
Ano: 2013<br />
Preço: 14,90€<br />
princípios e valores que governam os<br />
Estados Unidos. Por serem reflexo da<br />
personalidade original da América, a<br />
Declaração de Independência e a Constituição<br />
de 1787 permitem que o leitor<br />
faça a sua própria análise sobre o carácter<br />
de uma realidade que, estando<br />
tão perto de nós em matéria de cultura<br />
popular, se mantém muito afastada em<br />
termos de compreensão das suas raízes<br />
e das suas motivações.<br />
Autor: Jorge Pereira<br />
Editor: Ed. Sílabo<br />
Nº de páginas: 276<br />
Ano: 2013<br />
Preço: 17.90€
Videoconferências<br />
AICEP <strong>Global</strong> Network<br />
A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para<br />
reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis<br />
da Rede Externa presentes em mais de 40 países.<br />
Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais<br />
e esclareça as suas dúvidas sobre:<br />
• Potenciais clientes<br />
• Canais de distribuição<br />
• Aspectos regulamentares<br />
• Feiras e eventos<br />
• Informações específicas sobre o mercado<br />
Para mais informação e condições de utilização consulte o site:<br />
www.portugalglobal.pt<br />
Tudo isto,<br />
sem sair<br />
do seu escritório<br />
Lisboa<br />
Av. 5 de Outubro, 101,<br />
1050-051 Lisboa<br />
Tel: + 351 217 909 500<br />
E-mail: <strong>aicep</strong>@portugalglobal.pt<br />
Porto<br />
Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto<br />
4050-012 Porto<br />
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