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Entrevista Destaque - aicep Portugal Global

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Julho 2013 // www.portugalglobal.pt<br />

<strong>Portugal</strong>global<br />

<strong>Entrevista</strong><br />

José Graça Bau<br />

TIC educativas:<br />

O presente do futuro 6<br />

<strong>Destaque</strong><br />

E-xample global 12<br />

Mercados<br />

Colômbia e Curdistão 30<br />

Empresas<br />

Concept Bags e Couro Azul 24<br />

Pense global pense <strong>Portugal</strong>


sumário<br />

Julho 2013 // www.portugalglobal.pt<br />

<strong>Entrevista</strong> // 6<br />

Nesta edição, a entrevista ao presidente do Agrupamento Complementar<br />

de Empresas (ACE) E-xample, José Graça Bau, sobre<br />

a internacionalização do projecto que desenvolve e potencia a<br />

utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no<br />

sector da educação.<br />

<strong>Destaque</strong> // 12<br />

<strong>Portugal</strong>, através do consórcio E-xample, ganha terreno no<br />

mercado global das tecnologias de educação, posicionandose<br />

como um importante player neste sector. O E-xample quer<br />

atingir, nos próximos cinco anos, um volume de negócios de<br />

cerca de 4 mil milhões de euros, em mais de 19 geografias e<br />

servindo 16 milhões de alunos.<br />

Projectos internacionais // 20<br />

Multilaterais financeiras: MIGA – Agência de Garantia de<br />

Investimentos Multilaterais. Um artigo de Olivier Lambert,<br />

director regional da MIGA.<br />

Empresas // 24<br />

CONCEPT BAGS: sacos “verdes” em expansão internacional.<br />

COURO AZUL: sucesso no mercado internacional.<br />

Mercados // 30<br />

Colômbia, o “eldorado” para muitas empresas portuguesas,<br />

em análise pelo director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel<br />

Crespo, e pelo Embaixador de <strong>Portugal</strong> naquele país, João<br />

Ribeiro de Almeida.<br />

Conheça também os testemunhos das empresas Saphety, Vision-<br />

Box e Saraiva + Associados que apostaram no mercado colombiano.<br />

Curdistão iraquiano. Breve entrevista ao representante do Governo<br />

Regional do Curdistão, Daban Shadala, sedeado em Madrid,<br />

e que efectuou recentemente uma visita a Lisboa para encontros<br />

com as autoridades portuguesas.<br />

Análise de risco por país – COSEC // 50<br />

Veja também a tabela classificativa de países.<br />

Estatísticas // 53<br />

Investimento directo e comércio externo.<br />

AICEP Rede Externa // 56<br />

Bookmarks // 58


EDITORIAL<br />

4<br />

Revista <strong>Portugal</strong>global<br />

Av. 5 de Outubro, 101<br />

1050-051 Lisboa<br />

Tel.: +351 217 909 500<br />

Fax: +351 217 909 578<br />

Propriedade<br />

<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />

Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto<br />

4050-012 Porto<br />

Tel.: +351 226 055 300<br />

Fax: +351 226 055 399<br />

NIFiscal 506 320 120<br />

Conselho de Administração<br />

Pedro Reis (Presidente),<br />

José Vital Morgado,<br />

Manuel Mendes Brandão,<br />

Pedro Pessoa e Costa (Vogais)<br />

Directora<br />

Ana de Carvalho<br />

ana.carvalho@portugalglobal.pt<br />

Redacção<br />

Cristina Cardoso<br />

cristina.cardoso@portugalglobal.pt<br />

Vitor Quelhas<br />

vitor.quelhas@portugalglobal.pt<br />

Colaboram neste número<br />

Cândida Lobo, Daban Shadala,<br />

Direcção Grandes Empresas da AICEP,<br />

Direcção de Informação da AICEP,<br />

Direcção Internacional da COSEC,<br />

Direcção PME da AICEP,<br />

Grupo de Trabalho das Multilaterais Financeiras<br />

(AICEP/GPEARI), João Ribeiro de Almeida,<br />

João Silva Martins, José Graça Bau,<br />

Miguel Crespo, Olivier Lambert.<br />

Fotografia e ilustração<br />

©Fotolia, Rodrigo Marques.<br />

Publicidade<br />

Cristina Valente Almeida<br />

cristina.valente@portugalglobal.pt<br />

Secretariado<br />

Cristina Santos<br />

cristina.santos@portugalglobal.pt<br />

Projecto gráfico<br />

<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />

Paginação e programação<br />

Rodrigo Marques<br />

rodrigo.marques@portugalglobal.pt<br />

ERC: Registo nº 125362<br />

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-<br />

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente<br />

da revista <strong>Portugal</strong>global ou da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />

A aceitação de publicidade pela revista <strong>Portugal</strong>global<br />

não implica qualquer compromisso por parte desta<br />

com os produtos/serviços visados.<br />

// Julho 2013 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Novos mercados,<br />

Novas oportunidades<br />

A actual relação entre empreendedorismo,<br />

inovação e exportação é incontornável<br />

no dinamismo da economia produtiva<br />

de qualquer país desenvolvido ou<br />

em desenvolvimento. Mas este trinómio<br />

é ainda mais solidário e fundamental<br />

quando se aplica à indústria das Tecnologias<br />

de Informação e Comunicação<br />

(TIC), um dos sectores mais pujantes,<br />

promissores e competitivos da economia<br />

portuguesa em contexto global.<br />

Num momento em que a internacionalização<br />

representa a continuidade<br />

no mercado de muitas PME e, não sendo<br />

fácil ter dimensão para enfrentar a<br />

concorrência global, o associativismo<br />

empresarial e os consórcios mostram-se<br />

cada vez mais como uma boa solução<br />

quando as empresas portuguesas falam<br />

de internacionalização e exportação.<br />

Neste sentido percebe-se bem a formação<br />

do E-xample – em destaque nesta<br />

edição – um consórcio de 26 empresas<br />

das mais inovadoras no sector das TIC,<br />

inteiramente focadas na internacionalização<br />

da sua actividade, e que integram<br />

as suas aplicações e tecnologias<br />

para uma oferta final competitiva nos<br />

mercados interno e externo. Uma entrevista<br />

de José Graça Bau, presidente do<br />

E-xample, e um conjunto de artigos reforçam<br />

a importância deste tipo de opção.<br />

Em matéria de mercados, são analisados<br />

os contextos e as oportunidades<br />

de negócio de dois países: a Colômbia<br />

e o Curdistão.<br />

A Colômbia, com um crescimento económico<br />

de 5 por cento ao ano, é um<br />

mercado com enormes oportunidades<br />

de negócio que está a tornar-se cada vez<br />

mais apetecível para as empresas portuguesas,<br />

muitas das quais já estão a caminho<br />

deste país (que faz fronteira com a<br />

Venezuela e o Brasil), ou já têm negócios<br />

no mercado colombiano, e onde já se<br />

encontram com presença consolidada o<br />

grupo Jerónimo Martins, a Mota-Engil, a<br />

Sonae ou a Prebuild. Alguns dos motivos<br />

de atractividade para as empresas são a<br />

actual estabilidade social decorrente do<br />

processo de paz, a expansão do crédito<br />

ao investimento, uma forte liberalização<br />

do comércio, a emergência de uma nova<br />

classe média com crescente poder de<br />

compra e um mercado de 47 milhões<br />

de consumidores. Entre as oportunidades<br />

de negócio encontram-se o turismo<br />

e hotelaria, agro-indústria, construção e<br />

obras públicas, bens de equipamento e<br />

tecnologias de informação, saúde e retalho<br />

especializado. Neste contexto, as<br />

perspectivas para o futuro são seguramente<br />

boas.<br />

Quanto ao Curdistão, embora não<br />

sendo um mercado com relações comerciais<br />

consolidadas com <strong>Portugal</strong>,<br />

oferece um leque variado de negócios<br />

para as empresas portuguesas<br />

que, numa óptica de diversificação de<br />

mercados, devem ficar atentas às suas<br />

possibilidades. As infra-estruturas (estradas,<br />

pontes e ferrovias), o turismo<br />

e a agricultura são alguns dos sectores<br />

com potencialidades para as empresas<br />

portuguesas que queiram investir na<br />

região do Curdistão iraquiano, como<br />

explica em entrevista o Representante<br />

do Governo Regional do Curdistão,<br />

que esteve em Lisboa.<br />

PEDRO REIS<br />

Presidente do Conselho de Administração da AICEP


ENTREVISTA<br />

6<br />

José Graça Bau<br />

Presidente do ACE E-xample<br />

O E-XAMPLE E AS TIC<br />

EDUCAÇÃO PARA<br />

O FUTURO GLOBAL<br />

<strong>Portugal</strong> é hoje dos países mais avançados na utilização das TIC aplicadas à educação,<br />

desfrutando de experiência e credibilidade internacional, bem como de boas<br />

perspectivas de negócio. O aparecimento de produtos e serviços de elevada qualidade e<br />

usabilidade pedagógica e tecnológica, focados na educação e na aprendizagem, revelase<br />

como uma poderosa alavanca que transformará para sempre o modelo de ensino a<br />

nível nacional e dos países a que o E-xample pretende estender o seu projecto.<br />

O ACE E-xample é um consórcio que tem como missão potenciar a cooperação<br />

empresarial na área do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento industrial e<br />

internacionalização no sector das indústrias do ensino, aprendizagem e formação.<br />

Uma entrevista com José Graça Bau, presidente do ACE E-xample.<br />

// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global


O que é o E-xample? Como nasceu a ideia e se<br />

desenvolveu o projecto de investimento deste<br />

consórcio, o qual envolve algumas das nossas<br />

melhores empresas de hardware e software?<br />

O E-xample é uma peça de uma política de desenvolvimento<br />

para um sector económico, neste caso o da educação,<br />

que vale, tipicamente, 5 a 7 por cento do PIB e que influencia<br />

definitivamente o desenvolvimento de um país.<br />

<strong>Portugal</strong> definiu a partir de 2003 uma política de desenvolvimento<br />

do sector da educação em que as TIC deveriam<br />

desempenhar um papel relevante inseridas no contexto das<br />

mudanças a que se assistia na economia e na sociedade,<br />

tanto a nível nacional como global.<br />

Pode sintetizar essa estratégia em que o E-xample<br />

se integra?<br />

Antes de mais ela passa pela criação e aplicação de tecnologia<br />

de modo a garantir uma evolução qualitativa no ensino,<br />

abrangendo todos os estudantes e envolvendo as famílias,<br />

ligando-as ao processo de ensino e procurando combater a<br />

info-exclusão de todo o agregado familiar.<br />

Esta criação e aplicação de TIC, por parte da indústria nacional,<br />

bem como a inovação e o investimento realizados<br />

no sector, contribui para dar um salto qualitativo na sua<br />

performance, de modo a poder posicionar-se como player<br />

internacional, criando um sector exportador relevante para<br />

a economia nacional.<br />

E este passo abre necessariamente o caminho para ensaiar<br />

e testar um novo modelo de relação entre a indústria e a<br />

diplomacia económica, dado que este sector tem a particularidade<br />

de se desenvolver de forma sustentada apenas com<br />

uma forte relação entre governos, pois o ensino é, em todo o<br />

mundo, um sector que os governos não prescindem de gerir.<br />

Nesta medida, a indústria respondeu como lhe competia,<br />

unindo-se e trabalhando em conjunto, criando um novo paradigma<br />

de desenvolvimento e de internacionalização.<br />

É estratégico para o consórcio posicionar-se como<br />

um dos principais players no mercado global de<br />

tecnologias educativas, apostando e competindo<br />

internacionalmente com soluções para o século XXI?<br />

É completamente estratégico estar no mercado global, pelo<br />

menos de língua portuguesa e castelhana, pois hoje em<br />

dia não faz qualquer sentido falar-se em indústria apenas<br />

orientada para o mercado nacional em praticamente nenhum<br />

sector da economia. As indústrias deverão utilizar o<br />

mercado português como laboratório de teste e geração<br />

de produtos, mas sempre com foco nas necessidades dos<br />

mercados internacionais. A massa crítica necessária à produção<br />

inovadora e eficiente consegue-se trabalhando para,<br />

no mínimo, dez “Portugais”.<br />

Em 2012, o ACE E-xample assinou um protocolo com<br />

o Estado português para a cooperação nas áreas<br />

ENTREVISTA<br />

do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento<br />

industrial e internacionalização das TIC portuguesas.<br />

Pode fazer um balanço da evolução desse acordo?<br />

O protocolo com o Estado português pretende apoiar o Example,<br />

as suas agrupadas e empresas nascentes no sector,<br />

no seu crescimento e maturação e trazer os benefícios correspondentes<br />

para a economia portuguesa.<br />

Em primeiro lugar considera-se necessário continuar o programa<br />

tecnológico português, nomeadamente no âmbito<br />

dos objectivos da Agenda <strong>Portugal</strong> Digital aprovada no<br />

início do ano, garantindo assim uma crescente eficiência e<br />

inovação no sector, nomeadamente na área dos conteúdos.<br />

A imagem de <strong>Portugal</strong> como país de vanguarda na integração<br />

das TIC no ensino, experimentando novas tecnologias de<br />

hardware e software e novos modelos pedagógicos com o<br />

envolvimento de pais e professores, além de representar um<br />

benefício directo para o ensino em <strong>Portugal</strong>, é um cartão-devisita<br />

para a indústria ao actuar no mercado internacional.<br />

Evidenciamos também, neste âmbito de evolução em curso,<br />

a criação de salas de aula laboratório – Edulabs – em instalação<br />

em várias escolas, onde a última palavra tecnológica<br />

das diversas componentes é integrada com a pedagogia e<br />

experimentada por professores, pais e alunos, para garan-<br />

“Esta criação e aplicação de TIC, por parte da<br />

indústria nacional, bem como a inovação e o<br />

investimento realizados no sector, contribui para<br />

dar um salto qualitativo na sua performance,<br />

de modo a poder posicionar-se como player<br />

internacional, criando um sector exportador<br />

relevante para a economia nacional.”<br />

tir que tudo converge para um funcionamento que satisfaz,<br />

cada vez melhor, os requisitos de todos os actores do ensino.<br />

Finalmente relativamente à diplomacia económica, ponto<br />

fundamental do acordo, posso dizer que estamos numa<br />

convergência de ambição e objectivos quase perfeita, e que<br />

no entanto a aperfeiçoamos todos os dias. Nesta medida, a<br />

ambição de internacionalização do E-xample envolve mais<br />

de 40 países com representação portuguesa a nível de embaixada<br />

e, em grande parte dos casos, com a AICEP a trabalhar<br />

de modo integrado.<br />

Em que medida o QREN apoia a competitividade do sector?<br />

A um segundo nível temos a articulação da política económica<br />

com a realidade industrial e todo o projecto de apoio<br />

à competitividade, que é hoje proporcionado à indústria no<br />

âmbito do QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional,<br />

e que o E-xample e as suas agrupadas, bem como todas<br />

as outras empresas do sector deverão aproveitar.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 7


ENTREVISTA<br />

8<br />

Neste âmbito, estamos a apostar no apoio do programa à evolução<br />

do nosso ecossistema global e a fazer um esforço de<br />

adaptação ao modelo do programa COMPETE, muito exigente<br />

em termos de inovação e componentes científicas, a que<br />

acrescentamos os nossos requisitos de integração e usabilidade,<br />

fundamentais para ter sucesso no mercado internacional.<br />

Qual é o volume de vendas expectável, em termos<br />

de exportação a médio prazo, digamos a cinco anos,<br />

para o E-xample, e qual o valor estimado do mercado<br />

internacional da educação apoiada nas TIC?<br />

Há um mercado quase incomensurável para as TIC no sector<br />

da educação. Nós acreditamos que as TIC poderão ser<br />

os grandes responsáveis pelo aumento do interesse e envolvimento<br />

dos alunos no estudo.<br />

É certo que nem todas as crianças nasceram com atributos<br />

naturais e circunstanciais para serem altamente dedicadas ao<br />

“As indústrias deverão utilizar o mercado<br />

português como laboratório de teste e geração<br />

de produtos, mas sempre com foco nas<br />

necessidades dos mercados internacionais.”<br />

estudo, e que nem todos os professores nasceram para ser<br />

grandes mestres ou que todos os pais têm condições para se<br />

envolver na formação escolar dos seus filhos, porém nós consideramos<br />

que, mesmo para estes, as TIC, com uma estratégia<br />

bem estruturada de apoio ao ensino, mudarão drasticamente<br />

os resultados médios da performance educativa e permitirão<br />

uma educação flexível, que se adapta constantemente à evolução<br />

da sociedade e às necessidades do mercado de trabalho.<br />

Neste contexto, que começa a ser de entendimento universal,<br />

o mercado que está ao alcance da indústria portuguesa<br />

é de vários milhares de milhões de euros, sendo que os factores<br />

críticos de sucesso serão alcançados pela mobilização<br />

nacional que estamos a sentir e que se está a formar à volta<br />

deste sector e deste projecto.<br />

Pode falar sobre os projectos em que o E-xample está<br />

envolvido, em termos de mercados, como por exemplo<br />

o México? Qual é a actual estratégia, bem como a<br />

geografia da exportação do consórcio E-xample, e<br />

quais são os próximos mercados de expansão?<br />

O E-xample está a transportar a experiência portuguesa e<br />

as tecnologias criadas, e obviamente constantemente aperfeiçoadas,<br />

com a experiência de outros países, para outros<br />

destinos que também acalentam o sonho de mudar o seu ensino,<br />

criar uma nova geração de cidadãos que lance os seus<br />

países para o top mundial de desenvolvimento económico e<br />

social, criando uma sociedade mais homogénea e solidária.<br />

Esta ambição tem de estar presente em países de todos os<br />

continentes e o México é certamente um país líder desta nova<br />

// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

visão, estando o seu Presidente altamente empenhado e a dirigir<br />

um grande programa de mudança. Mas falar apenas no<br />

México é redutor, pois o Brasil também está a seguir de modo<br />

acelerado esta estratégia, bem como a Colômbia e a Venezuela,<br />

e de um modo genérico em toda a América do Sul, onde<br />

referenciamos um mercado equivalente a 50 “Portugais”.<br />

Temos grandes referências da língua portuguesa por todos<br />

os continentes e, nesta medida, pensamos logo em Angola,<br />

Moçambique, Cabo Verde e Timor como prioridades.<br />

A grande Europa em construção não pode estar esquecida<br />

e teremos rapidamente novidades partindo de fronteiras da<br />

Europa Central até à Turquia.<br />

Actualmente, potenciado pelo E-xample, já se pode falar<br />

de um cluster industrial nas áreas de hardware, software<br />

e conteúdos digitais para a educação e a formação?<br />

Nesta medida, são facilmente internacionalizáveis as<br />

tecnologias da educação “made in <strong>Portugal</strong>”?<br />

Na verdade o E-xample é hoje um consórcio de 26 empresas em<br />

que há um pelotão da frente de empresas focadas, inovadoras<br />

e que integram as suas aplicações e tecnologias oferecendo<br />

um produto vendável à peça ou de modo integrado, com uma<br />

oferta de A a Z, que vai da construção civil à tecnologia mais<br />

sofisticada, passando pelos computadores, tablets, quadros e<br />

mesas interactivas, incluindo os e-books e plataformas integradas<br />

de ensino, que ligam pais, professores e alunos.<br />

Hoje já conseguimos pôr os computadores ou tablets dos<br />

alunos e professores a trabalhar, de modo integrado, com<br />

os quadros interactivos da sala de aula, utilizando plataformas<br />

de ensino e aprendizagem com os seus e e-books multimédia,<br />

que são grandes auxiliares para todos os actores do<br />

processo educativo e que o professor devidamente treinado<br />

consegue orquestrar com uma enorme facilidade.<br />

“A ambição de internacionalização do<br />

E-xample envolve mais de 40 países com<br />

representação portuguesa a nível de<br />

embaixada e, em grande parte dos casos, com<br />

a AICEP a trabalhar de modo integrado.”<br />

Além do aperfeiçoamento do processo educativo, estamos<br />

a trabalhar nas ferramentas de gestão da escola e sua interligação<br />

com as próprias ferramentas de ensino, permitindo<br />

seguir os resultados dos alunos e dando indicadores, quer<br />

para as adaptações necessárias para o ensino customizado<br />

a cada aluno, quer permitindo que os processos sejam mais<br />

eficientes e portanto produzindo-se muito mais e reduzindo<br />

custos e tempo de implementação dos processos.<br />

Há aqui um grande avanço que nos posiciona de modo único<br />

a nível mundial mas ainda há muito a fazer. Refiro desde já<br />

um trabalho específico para que tenho natural vocação, como


homem das telecomunicações, que é o de integrar as empresas<br />

de telecomunicações com mais força neste projecto, nomeadamente<br />

conseguindo um trabalho em parceria a nível internacional<br />

nos mercados em que estas já prestam serviços ou<br />

operam. As nossas empresas e as nossas tecnologias podem<br />

ser avaliadas no catálogo do nosso site www.e-xample.com.<br />

<strong>Portugal</strong> é hoje um dos países mais avançados na<br />

utilização das TIC aplicadas á educação. Como vê<br />

a evolução destas aplicações na frente interna<br />

do ensino? Em que é diferente um aluno ou um<br />

formando com um computador e a nova forma de<br />

ensino que propõe o E-xample?<br />

O E-xample considera que está a construir ferramentas de<br />

produtividade para melhorar o ensino, percepcionado como é<br />

hoje, mas também como deve ser no futuro e mesmo dentro<br />

de evoluções que estão para além da nossa visão actual.<br />

Com o nosso ecossistema vai ser possível cativar os alunos e<br />

levá-los a assimilar muito melhor as matérias hoje tão faladas<br />

como matemática, línguas e ciências, mas também será<br />

possível criar cidadãos que percebam melhor as suas capacidades<br />

e o seu perfil de empreendedores e que possam,<br />

assim, construir, de modo mais eficiente, uma sociedade<br />

cujos contornos evoluem todos os dias.<br />

Eu defendo que o ensino, apoiado nas tecnologias, tem de<br />

despertar as novas gerações, para uma vida para além da<br />

tabuada e do velho português dos erros gramaticais e ortográficos<br />

de que as máquinas já hoje nos defendem e apostar<br />

muito forte nas novas capacidades que preparam para a<br />

sociedade da imprevisibilidade.<br />

ENTREVISTA<br />

Cada vez se fala mais de economia digital, bem como<br />

de literacia, qualificação e inclusão digitais. Em que<br />

medida o consórcio E-xample pode contribuir para<br />

implementar estes factores de desenvolvimento e<br />

mudança na sociedade portuguesa?<br />

O ecossistema que promovemos permite um ensino atractivo<br />

e eficiente mas também ensina aquilo que ainda não<br />

“Com o nosso ecossistema vai ser possível<br />

cativar os alunos e levá-los a assimilar muito<br />

melhor as matérias hoje tão faladas como<br />

matemática, línguas e ciências, mas também<br />

será possível criar cidadãos que percebam<br />

melhor as suas capacidades e o seu perfil de<br />

empreendedores e que possam, assim, construir,<br />

de modo mais eficiente, uma sociedade cujos<br />

contornos evoluem todos os dias.”<br />

sabemos ensinar, nem sabemos que é preciso aprender,<br />

porque não conhecemos a sociedade de amanhã. Nesta<br />

medida, as novas tecnologias são ferramentas para trabalhar<br />

em equipa mas também para cada um descobrir o novo<br />

mundo e as novas competências.<br />

Isto de acreditarmos nuns seres iluminados que por si só<br />

fazem o ensino e avaliam os alunos é uma visão que está<br />

a mudar. Temos de reconhecer que as pessoas que estão<br />

a mudar a nova sociedade não foram muito bons alunos,<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 9


ENTREVISTA<br />

pois estavam acima do ensino que lhes queriam dar e das<br />

competências que lhes queriam criar.<br />

Na minha opinião, se alguém menosprezar o papel da<br />

tecnologia na educação, integrada de modo inteligente e<br />

participado, envolvendo pais, professores e alunos, será responsável<br />

por uma oportunidade perdida para o seu país.<br />

Como vê a evolução e o futuro das TIC em <strong>Portugal</strong><br />

na área da formação e da educação? Podem e devem<br />

ser consideradas como instrumentos de qualificação<br />

estratégica do futuro ou já o são no presente?<br />

São no presente obviamente instrumentos de qualificação<br />

estratégica, tanto mais que <strong>Portugal</strong> tem investido nas TIC e<br />

tem projectos de referência internacional na área dos serviços<br />

de telecomunicações, saúde e e-gov.<br />

Há, no entanto, um trabalho hercúleo a fazer, nomeadamente<br />

na área da educação em que já houve um investimento<br />

público e privado próximo dos dois mil milhões de<br />

euros, trabalho árduo, é certo, mas que faremos, ainda que<br />

possa haver períodos, embora obrigatoriamente curtos,<br />

com interregnos de dúvida e decisão.<br />

Considero que deverá, no entanto, prevalecer a visão estratégica<br />

e a linha condutora de um plano com ambição,<br />

metas e resultados operacionais mensuráveis. <strong>Portugal</strong> tem<br />

de ter futuro e ninguém pode ficar de fora deste desafio<br />

que está ao nosso alcance.<br />

Para si os actores do conhecimento, com pleno uso das<br />

TIC, contam-se entre os arquitectos do futuro? Em que<br />

medida potenciam e consolidam novas dinâmicas de<br />

10 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

produção e inovação, bem como a competitividade<br />

exportadora das empresas portuguesas?<br />

As TIC são hoje uma das bases de desenvolvimento social e<br />

económico transversal a todo o universo empresarial, cultural<br />

e social. Assim, criar novas gerações de portugueses cuja<br />

educação lhes permite perceber o papel das TIC e aprender a<br />

desenvolver e a integrar as suas componentes, traduz-se numa<br />

vantagem inestimável para o desenvolvimento do país.<br />

Estar no mundo da internacionalização com sucesso também<br />

só é possível com uma difusão transversal das TIC a toda economia,<br />

nomeadamente nas componentes de business intelligence,<br />

gestão, produção, distribuição e marketing. Diga-se<br />

que, a curto prazo, saberemos passar sem combustíveis fósseis,<br />

mas não seremos capazes de passar sem as TIC.<br />

Com o know-how e as tecnologias detidos pelo<br />

E-xample pode-se começar a falar de escola do<br />

futuro, de ensino para a o século XXI? Neste quadro,<br />

pode desenvolver o conceito de ecossistema digital e<br />

do novo paradigma proposto pela evolução das TIC?<br />

A escola do século XXI tem as suas tecnologias a sair do<br />

forno, mas temos de estudar como vamos conquistar pelas<br />

melhores razões o corpo docente e como aperfeiçoaremos<br />

a integração/fusão do mestre pedagogo com a tecnologia.<br />

É esta a grande urgência, a da fusão tecnologia-pedagogia e a<br />

da revolução dos objectivos do ensino e aprendizagem, como<br />

se referiu, tirando todo o partido do novo paradigma tecnológico.<br />

Nós, tecnólogos, ambicionamos não só esta união<br />

virtuosa, como queremos ganhar este desafio, e dizermos<br />

“presente!”, pois sabemos que, se não o conseguíssemos,<br />

nada teríamos feito afinal de relevante para promover um real<br />

desenvolvimento social e humano no séc. XXI e mais além.


EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO DE BENS TRANSACIONÁVEIS<br />

600 MILHÕES DE EUROS<br />

COM MELHORES CONDIÇÕES<br />

DE PRAZO E SPREAD.<br />

Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. A Caixa dispõe de mais<br />

de 600 milhões de euros com condições especiais de fi nanciamento para as empresas exportadoras<br />

e produtoras de bens transacionáveis. Através do crédito com prazo e condições fl exíveis, redução de spread<br />

e antecipação de recebimentos de exportação, vamos ajudar a levar o espírito empreendedor nacional cada vez mais longe.<br />

HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDAR<br />

A ECONOMIA A DAR A VOLTA.<br />

A CAIXA. COM CERTEZA.<br />

www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 08h às 22h/todos os dias do ano. Informe-se na Caixa.


DESTAQUE<br />

E-XAMPLE<br />

NEGÓCIO EM EXPANSÃO VOLTADO<br />

PARA AS GERAÇÕES FUTURAS<br />

Tirando partido da actual vantagem competitiva, o consórcio E-xample, um<br />

agrupamento complementar de 26 empresas das áreas mais inovadoras das TIC, está<br />

a posicionar-se como um dos principais players no mercado global das tecnologias<br />

educativas. O seu objectivo estratégico é conquistar uma quota de mercado relevante,<br />

sendo as parcerias locais e a colaboração com multinacionais de referência mundial,<br />

dois dos seus factores de sucesso. O E-xample tem como objectivo atingir um volume<br />

de negócios de 5 a 6 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos (3,75 a 4,5 mil<br />

milhões de euros), em mais de 19 geografias e servindo 16 milhões de alunos.<br />

12 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global


O E-xample integra-se num dos sectores<br />

mais promissores da economia<br />

portuguesa – o das tecnologias de informação<br />

e comunicação (TIC) – uma<br />

área de negócio fortemente exportadora,<br />

com empreendedores determinados<br />

e inovadores, e com empresas<br />

altamente internacionalizadas, que no<br />

seu conjunto formam um ecossistema<br />

exportador único.<br />

<strong>Portugal</strong> é hoje dos países mais avançados<br />

na utilização das tecnologias da<br />

informação e comunicação (TIC) aplicadas<br />

à Educação. O aparecimento de<br />

produtos e serviços de elevada usabilidade<br />

e qualidade apresenta-se como<br />

o factor decisivo que transformará o<br />

modelo de ensino em <strong>Portugal</strong> e nos<br />

países a que o E-xample pretende estender<br />

o projeto.<br />

É neste quadro que o E-xample, pela<br />

voz do presidente do consórcio, analisa<br />

com optimismo os investimentos feitos<br />

ao longo da última década em programas<br />

de infra-estruturação tecnológica<br />

das escolas, formação de professores,<br />

desenvolvimento de conteúdos digitais<br />

e inclusão digital de alunos, professores<br />

e famílias. Estes investimentos tornaram<br />

possível o nascimento em <strong>Portugal</strong> de um<br />

cluster industrial nas áreas do hardware,<br />

software, conteúdos digitais e projecto e<br />

implementação de ecossistemas de ensino,<br />

o que gerou um ambiente de elevada<br />

inovação e empreendedorismo, sem<br />

paralelo a nível mundial e que tem sido<br />

continuamente estimulado pela competência<br />

das empresas portuguesas.<br />

Scriptor – Plataforma de gestão de conteúdos e processo<br />

Na realidade, a dinâmica do sector<br />

das tecnologias de informação e comunicação<br />

(TIC) em <strong>Portugal</strong> está em<br />

vantajosa aceleração. A rápida evolução<br />

tecnológica, associada às enormes<br />

mudanças no mercado e à transformação<br />

dos próprios consumidores, agora<br />

mais informados e exigentes, marcam<br />

pela positiva este mercado imparável<br />

e que desempenha um papel estrutu-<br />

“A rápida evolução<br />

tecnológica, associada às<br />

enormes mudanças no<br />

mercado e à transformação<br />

dos próprios consumidores,<br />

agora mais informados e<br />

exigentes, marcam pela<br />

positiva este mercado<br />

imparável e que desempenha<br />

um papel estruturante no<br />

desenvolvimento económico<br />

e social, contribuindo<br />

de modo significativo<br />

para a competitividade e<br />

crescimento do país.”<br />

rante no desenvolvimento económico<br />

e social, contribuindo de modo significativo<br />

para a competitividade e crescimento<br />

do país.<br />

O forte desenvolvimento do sector, que<br />

é transversal à economia e à sociedade<br />

globais, tem impacto positivo no teci-<br />

DESTAQUE<br />

do empresarial das TIC portuguesas,<br />

sobretudo nas que estão focadas na<br />

actividade exportadora. Um estudo recente<br />

da IDC, empresa líder mundial na<br />

área de market intelligence, revela que<br />

se em 2010 apenas 30 por cento das<br />

empresas utilizavam os social media<br />

para desenvolverem novos produtos e<br />

serviços; em 2020 esta percentagem<br />

subirá para 75 por cento.<br />

As profundas alterações na economia<br />

e na sociedade, cada vez mais globalizadas,<br />

estão a apostar num crescente<br />

investimento, não só mais inteligente e<br />

mais produtivo, como mais inovador e<br />

capaz de gerir um efectivo e sustentado<br />

crescimento. Não deve surpreender,<br />

pois, que os gastos mundiais com tecnologia<br />

da informação e comunicações<br />

devam atingir, segundo a projecção do<br />

reputado Gartner Group, os 3,8 biliões<br />

de dólares este ano, o que representará<br />

um crescimento de 4,1 por cento em<br />

relação aos 3,6 biliões registados no<br />

ano passado.<br />

Não apenas o sector das TIC prospera<br />

neste clima favorável, como hoje já não<br />

há quem duvide que as tecnologias<br />

de informação e comunicação podem<br />

contribuir não só para a melhoria e<br />

optimização de processos de negócio<br />

das empresas e instituições, mas também<br />

para a criação de novos produtos<br />

e serviços, desenvolvimento de novas<br />

capacidades de negócio ou para a melhoria<br />

da produtividade e formação de<br />

colaboradores. O E-xample é um bom<br />

exemplo disso.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 13


DESTAQUE<br />

EMPRESAS DE TIC<br />

CONSÓRCIOS SÃO ESTRATÉGICOS<br />

NA INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

>POR MARIA CÂNDIDA AZEREDO LOBO, DIRECÇÃO PME DA AICEP<br />

A cooperação empresarial tem vindo<br />

a assumir uma crescente importância<br />

num cenário económico em que a internacionalização<br />

constitui uma considerável<br />

oportunidade de sobrevivência<br />

para muitas empresas portuguesas do<br />

sector das Tecnologias de Informação e<br />

Comunicação (TIC).<br />

<strong>Portugal</strong> é já reconhecido internacionalmente<br />

como um exemplo de sucesso<br />

no âmbito da sociedade da informação,<br />

com particular realce pela aplicação<br />

de tecnologias de informação e<br />

comunicação no ensino, na administração<br />

pública e na indústria aeronáutica,<br />

civil e militar, áreas nas quais as empresas<br />

registam um cada vez maior dinamismo<br />

e actividade.<br />

“<strong>Portugal</strong> é já reconhecido<br />

internacionalmente como<br />

um exemplo de sucesso no<br />

âmbito da sociedade da<br />

informação, com particular<br />

realce pela aplicação de<br />

tecnologias de informação<br />

e comunicação no ensino,<br />

na administração pública e<br />

na indústria aeronáutica,<br />

civil e militar, áreas nas quais<br />

as empresas registam um<br />

cada vez maior dinamismo e<br />

actividade.”<br />

A principal missão dos consórcios entre<br />

empresas de Tecnologias de Informação<br />

e Comunicação prende-se com<br />

14 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

a integração de competências tecnológicas<br />

de hardware, software e de<br />

conteúdos digitais com o objectivo de<br />

promover a adopção de ecossistemas<br />

no mercado global, através de uma<br />

estratégia de internacionalização assente<br />

em parcerias sustentáveis, a médio<br />

e longo prazo, com os governos<br />

e outros players públicos e privados,<br />

locais e mundiais.<br />

No âmbito da Agenda <strong>Portugal</strong> Digital<br />

foi assinado um protocolo de<br />

colaboração entre os Ministérios dos<br />

Negócios Estrangeiros, da Economia<br />

e Emprego e da Educação e Ciência<br />

com o consórcio E-xample – Agrupamento<br />

Complementar de Empresas<br />

(ACE). Este consórcio, que representa<br />

as indústrias de tecnologias de ensino,<br />

aprendizagem e formação aplicadas<br />

à Educação, beneficia de um<br />

novo modelo de diplomacia económica<br />

de abordagem aos mercados externos<br />

que fomenta as oportunidades<br />

de negócio no sector da educação e<br />

estimula a produção de soluções, produtos<br />

e serviços tecnológicos competitivos<br />

e orientados para os mercados<br />

internacionais.


Outros exemplos de consórcios bemsucedidos<br />

são o iGov2U, o Projecto LIFE<br />

e o Compass.<br />

O iGov2U, cluster constituído por um<br />

grupo de empresas portuguesas complementares<br />

na área das tecnologias<br />

“A AICEP tem tido um papel<br />

preponderante fomentando<br />

e apoiando este ambiente de<br />

cooperação e de articulação<br />

entre públicos e privados de<br />

forma institucional, quer em<br />

<strong>Portugal</strong> quer através da sua<br />

rede externa em colaboração<br />

com as embaixadas.”<br />

para o sector público que se uniram<br />

com o propósito de criar sinergias que,<br />

de forma eficiente, possam responder<br />

às necessidades dos governos na área<br />

do e-Government.<br />

O Projecto LIFE – desenvolvido por um<br />

consórcio que consistiu na construção<br />

de um protótipo de um novo conceito<br />

para o interior de cabina de aviões executivos,<br />

foi distinguido com o Crystal<br />

Cabin Award 2012.<br />

O Compass, no sector da aeronáutica,<br />

foi constituído para responder<br />

a propostas de execução de serviços<br />

relativos a sistemas aeronáuticos e de<br />

comunicações no âmbito do Programa<br />

KC-390, aproveitando assim uma<br />

oportunidade única para a indústria<br />

nacional de sistemas e software ganhar<br />

notoriedade e dimensão, subindo deste<br />

modo na cadeia de valor do sector<br />

Aeronáutico e da Defesa.<br />

A AICEP tem tido um papel preponderante<br />

fomentando e apoiando este<br />

ambiente de cooperação e de articulação<br />

entre públicos e privados de forma<br />

institucional, quer em <strong>Portugal</strong> quer<br />

através da sua rede externa em colaboração<br />

com as embaixadas.<br />

Uma actuação e entreajuda concertadas,<br />

ao nível dos diferentes patamares de decisão,<br />

desde os meios governamentais<br />

passando pelos corpos diplomáticos,<br />

estruturas representativas empresariais<br />

e a AICEP, junto dos decisores, em cada<br />

A participação em consórcio é susceptível<br />

de ser apoiada no âmbito de<br />

candidaturas ao QREN - Quadro de Referência<br />

Estratégico Nacional ao abrigo<br />

do Sistema de Incentivos à Qualificação<br />

e Internacionalização de PME, na<br />

modalidade de Projectos Individuais de<br />

Internacionalização, promovidos por<br />

ACE ou uma PME que congregue as<br />

participações dos parceiros. Futurebox.TV - Solução de IPTV<br />

DESTAQUE<br />

país, permitirá potenciar os negócios das<br />

empresas portuguesas em mercados até<br />

então desconhecidos e noutros onde dificilmente<br />

entrariam de forma isolada.<br />

Neste sentido, no quadro da internacionalização,<br />

a colaboração empresarial<br />

em consórcio terá de ser considerada<br />

como um dos esteios não só do<br />

crescimento das próprias empresas mas<br />

também e, sobretudo, do desenvolvimento<br />

da economia portuguesa, devendo<br />

ser uma referência de alto valor<br />

para <strong>Portugal</strong>.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 15


DESTAQUE<br />

AS TIC PORTUGUESAS NO CONTEXTO<br />

DO MERCADO MUNDIAL<br />

POR JOÃO SILVA MARTINS, DIRECTOR-GERAL DO E-XAMPLE<br />

As Tecnologias da Informação e Comunicação<br />

(TIC) estão em condições de<br />

dar uma contribuição decisiva para a<br />

evolução da Educação, independentemente<br />

do contexto geográfico, económico<br />

e cultural.<br />

O papel das TIC na Educação pode ser<br />

observado numa tripla óptica: primeiro,<br />

como um conjunto de ferramentas<br />

potenciador do acesso à Sociedade do<br />

Conhecimento; segundo, como um<br />

agente facilitador dos processos de<br />

ensino e aprendizagem e da gestão da<br />

escola; terceiro, como um factor motivador<br />

e mobilizador dos estudantes<br />

que desejam que a escola reproduza<br />

o ambiente tecnológico dominante na<br />

sociedade e na economia.<br />

<strong>Portugal</strong> apostou, desde 2003, de forma<br />

continuada, na construção de um<br />

ecossistema educativo com recurso às<br />

TIC através de programas como Ligar<br />

<strong>Portugal</strong>, a e-Escola e Plano Tecnológico<br />

da Educação (PTE). Neste sentido, o país<br />

soube ser visionário, sabendo antecipar<br />

uma evolução inexorável e fazendo investimentos<br />

elevados para concretizar a<br />

ambição de proporcionar às novas gerações<br />

uma escola digital que forme cidadãos<br />

com competência para o séc. XXI.<br />

Em resultado desta experiência, <strong>Portugal</strong><br />

conseguiu criar um cluster de competências<br />

na área das TIC aplicadas à<br />

Educação, consubstanciado num conjunto<br />

de empresas tecnológicas, com<br />

capacidade de construir, de forma colaborativa,<br />

ecossistemas educativos em<br />

qualquer parte do mundo, adaptados<br />

às condições e necessidades específicas<br />

de cada país ou região, que se associaram<br />

num Agrupamento Complementar<br />

de Empresas, denominado E-xample.<br />

Este promoveu e impulsionou, desde então,<br />

relações institucionais e empresariais<br />

16 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

com dezenas de países, de que resultou<br />

a assinatura de acordos de cooperação<br />

bilateral, com destaque para países como<br />

o México, Cabo Verde, Argélia, Bolívia e<br />

Andorra. Considera ainda como prioritários<br />

todos os mercados dos PALOP, assim<br />

como países como a Colômbia, Peru e<br />

Chile, os países do Magrebe e os países<br />

do Golfo. A ambição de internacionalização<br />

do E-xample envolve mais de 40<br />

países com representação portuguesa a<br />

nível de embaixada e, em grande parte<br />

dos casos, delegados AICEP a trabalhar<br />

de modo integrado.<br />

O nosso país já se tornou uma referência<br />

internacional na oferta de ecossistemas<br />

educativos suportados nas TIC e<br />

tem condições para evoluir e tornar-se<br />

num exemplo de benchmarking mundial.<br />

Para isso, necessita de expandir o<br />

mercado destas empresas para outros<br />

países, criando dimensão e massa crítica<br />

que lhes permita ser competitivas em<br />

preço e investir numa evolução contínua<br />

da sua oferta, em termos de tecnologia,<br />

integração e ligação à pedagogia. O<br />

mercado português, demasiado pequeno<br />

para permitir o crescimento destas<br />

empresas pode e deve ser o laboratório<br />

de teste e geração de produtos, mas<br />

sempre com foco nas necessidades dos<br />

mercados internacionais.<br />

Desde 2010 que a E-xample tem vindo a<br />

contribuir, em estreita colaboração com<br />

as suas agrupadas, para credibilizar e<br />

projectar o chamado “caso português”<br />

numa óptica de integração de soluções e<br />

ecossistema e de afirmação de um cluster<br />

industrial do sector das TIC educativas.<br />

No âmbito deste contexto, nos últimos<br />

anos, centenas de responsáveis técnicos<br />

e políticos de muitos países têm visitado<br />

as empresas que integram o consórcio<br />

E-xample e têm entrado em contacto<br />

com o cluster industrial e com os ecossistemas<br />

TIC em contexto escolar de que<br />

<strong>Portugal</strong> tem sido precursor.


EMPRESAS DO E-XAMPLE<br />

TÊM A PALAVRA<br />

Na sequência de um<br />

pedido endereçado às<br />

empresas que integram<br />

o consórcio E-xample,<br />

algumas houve que<br />

responderam com o seu<br />

depoimento, revelando<br />

deste modo um vasto<br />

leque de empresas e<br />

‘know-hows’ que se<br />

complementam e se<br />

potenciam nos mercados.<br />

BI-BRIGHT<br />

André Vasconcelos, CEO da Bi-Bright<br />

~<br />

‘<br />

A Bi-Bright tem um papel preponderante<br />

ao nível da promoção das TIC, nomeadamente<br />

nas áreas de formação e educação.<br />

Com a participação, desde o início,<br />

no E-xample, a Bi-Bright tem demonstrado<br />

a sua capacidade no desenvolvimento<br />

de soluções que melhorem a eficácia<br />

e a experiência do ambiente de ensino.<br />

Acreditamos que a escola é e deve ser um<br />

centro de excelência e de competências.<br />

CAIXA MÁGICA<br />

Paulo Trezentos, Partner da Caixa Mágica<br />

Os principais desafios que se colocam<br />

à Caixa Mágica, enquanto fornecedora<br />

de sistema operativo Linux e aplicações<br />

em ambiente educativo, prendem-se<br />

com a diversificação de mercados. O investimento<br />

necessário e a falta de massa<br />

crítica são um obstáculo. O consórcio Example<br />

permite não só ultrapassar esses<br />

obstáculos mas trabalhar na evolução<br />

do nosso produto de forma integrada e<br />

articulada com os nossos parceiros.<br />

CRITICAL LINKS<br />

A Critical Links comercializa uma solução<br />

integrada de software para educação,<br />

incluindo o premiado servidor educativo<br />

“Education Appliance”, bem como serviços<br />

de distribuição de conteúdos educativos<br />

na “Cloud”. Estamos presentes<br />

em mais de 30 países. Com o E-xample<br />

podemos oferecer uma solução end-to-<br />

João Carreira, CEO da Critical Links<br />

DESTAQUE<br />

end, subimos na cadeia de valor, aumentamos<br />

a eficácia comercial e somos mais<br />

fortes nos mercados de exportação.<br />

FAMASETE<br />

José Barbosa, CEO da Famasete.<br />

Fazer parte do consórcio E-xample<br />

foi uma excelente oportunidade para<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 17


DESTAQUE<br />

a Famasete poder contribuir para a<br />

inovação tecnológica do sistema educativo<br />

em <strong>Portugal</strong>, através das mesas<br />

interactivas WINGSYS, produzidas e<br />

patenteadas por nós. Potente ferramenta<br />

de ensino, esta tecnologia é<br />

uma combinação perfeita de hardware/software<br />

e muita investigação. O<br />

nosso contínuo trabalho pretende dar<br />

aos actores deste processo – professores,<br />

alunos, escolas e pais – novas<br />

tecnologias e ferramentas para criar<br />

uma nova geração de pessoas infoeducadas<br />

e um país desenvolvido no<br />

domínio das TIC.<br />

GRUPO LEYA<br />

Joaquim Barradas, Digital Learning<br />

Director do Grupo LeYa<br />

O Grupo LeYa desenvolve projectos<br />

educacionais integrados, onde a tecnologia<br />

assume um papel fundamental<br />

na criação de soluções de aprendizagem<br />

inovadoras e eficazes, adequadas<br />

às necessidades educativas<br />

do século XXI. A LeYa, presente em<br />

<strong>Portugal</strong>, Brasil, Angola e Moçambique,<br />

encontra no ACE E-xample um<br />

parceiro importante na internacionalização<br />

para países de língua não<br />

portuguesa.<br />

18 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

ISA<br />

José Basílio Simões, CEO da ISA –<br />

Intelligent Sensing Anywhere<br />

A monitorização energética de escolas<br />

é um trabalho de grande importância.<br />

Através dele estamos a contribuir<br />

não apenas para poupar os<br />

recursos energéticos, mas também<br />

para formar os consumidores de amanhã,<br />

com uma formação didáctica e<br />

tecnologicamente sólida. Fazer parte<br />

do consórcio E-xample tem sido importante,<br />

pois estamos em sintonia<br />

com o que de mais actual se faz na<br />

educação e na formação em <strong>Portugal</strong>.<br />

Aproveitando pontes e oportunidades,<br />

a ISA tem vindo a explorar parcerias<br />

com empresas da área, dando<br />

a conhecer o trabalho desenvolvido<br />

junto de escolas em diversos mercados<br />

e de variados actores.<br />

I-ZONE<br />

O E-xample criou novas cadeias de<br />

valor e novos modelos de negócio.<br />

Aparecem lógicas ponta-a-ponta e<br />

emergem diversos subgrupos onde se<br />

misturam produtos e serviços. Para as<br />

PME, como a I-Zone, atingir canais,<br />

mercados externos e criar soluções integradas<br />

exigiria um enorme esforço<br />

não apenas financeiro ou tecnológico<br />

mas de criação de rede. O E-xample é<br />

o nó central nessa rede.<br />

Pedro Roseiro, Chief Innovation Officer,<br />

I-Zone SGPS, S.A.<br />

NOVABASE<br />

Miguel Leocádio, Senior Manager na<br />

Novabase e responsável pelo sector da<br />

Educação e Ciência<br />

A exploração do potencial das TIC<br />

na educação está ainda no início<br />

do percurso e o desafio passa pela<br />

adopção de um portfólio de tecnologias<br />

acessíveis, algumas existentes<br />

há muitos anos. Mas uma adopção<br />

por todos – alunos, professores e<br />

técnicos – de forma articulada, promovendo<br />

modelos de aprendizagem<br />

adequados à nossa era. E esse é um<br />

desafio imenso, devendo as empresas<br />

com ambição neste sector promover<br />

o avanço do conhecimento e<br />

intervir sobre essa realidade. A Nova-


ase persegue essa descodificação e<br />

tem encontrado no E-xample parceiros<br />

para essa ‘viagem’.<br />

PORTO EDITORA<br />

Vasco Teixeira, Administrador do Grupo<br />

Porto Editora<br />

Sendo a maior produtora de conteúdos<br />

educativos digitais em <strong>Portugal</strong>, era importante<br />

para a Porto Editora participar<br />

no E-xample. Com a nossa experiência,<br />

o nosso conhecimento e o nosso empenho,<br />

esperamos contribuir para o<br />

sucesso do consórcio e, em particular,<br />

para a afirmação dos conteúdos educativos<br />

de qualidade no apoio às novas<br />

estratégias de aprendizagem realizadas<br />

em ambiente tecnológico.<br />

PT INOVAÇÃO<br />

Alcino Lavrador, CEO da PT Inovação<br />

A participação da PT Inovação no<br />

consórcio E-xample é, antes do mais,<br />

uma responsabilidade que decorre<br />

do papel que tem tido no desenvolvimento<br />

e consolidação de tecnologia<br />

portuguesa na sociedade da informação<br />

e no sector das telecomunicações.<br />

Na Escola do Futuro, a PT<br />

Inovação contribui decisivamente na<br />

promoção da aproximação colaborativa<br />

entre alunos através de serviços<br />

avançados de comunicação.<br />

VIATECLA<br />

Filipe Clérigo, CTO e Partner da Viatecla<br />

Como membro do Consórcio E-xample,<br />

a VIATECLA considera de extrema<br />

importância a oferta de soluções<br />

integradas de negócio no domínio<br />

das tecnologias da educação e aprendizagem,<br />

através da incorporação das<br />

valências de cada um dos seus membros,<br />

com diferentes tipos de tecnologia<br />

e dispositivos. Pretendemos assim<br />

acrescentar valor e contribuir para<br />

aquela que será a escola do futuro<br />

num mercado global.<br />

DESTAQUE<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 19


PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />

MULTILATERAIS FINANCEIRAS<br />

MIGA - AGÊNCIA DE GARANTIA<br />

DE INVESTIMENTOS MULTILATERAIS<br />

20 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

A MIGA (Multilateral Investment Guarantee Agency) é a Agência<br />

Multilateral de Garantia de Investimentos do Grupo Banco Mundial<br />

e tem como objectivo promover o investimento directo estrangeiro<br />

a fim de apoiar o crescimento da economia e a redução da pobreza,<br />

concretamente nos países emergentes. A MIGA apoia projectos nestes<br />

países, garantindo o risco dos investimentos.<br />

Um artigo de Olivier Lambert, Director Regional da MIGA.


A economia mundial está a mudar dramaticamente<br />

e estamos a experimentar<br />

uma viragem na orientação do crescimento<br />

para os mercados emergentes<br />

e economias em desenvolvimento. À<br />

medida que estes países se tornam os<br />

motores do crescimento económico<br />

global, os investidores internacionais<br />

(incluindo os portugueses) estão compreensivelmente<br />

a olhar para os países<br />

em desenvolvimento como destinos de<br />

investimento – uma tendência que só<br />

tem aumentado num contexto de mercados<br />

europeus enfraquecidos.<br />

Depois de uma queda pronunciada<br />

resultante da crise financeira global, o<br />

Banco Mundial antecipa uma retoma<br />

do investimento directo estrangeiro<br />

para 2013. Os fluxos de investimento<br />

para países em desenvolvimento já representam<br />

uma parcela substancial do<br />

IDE: alcançaram 45 por cento das entradas<br />

de capitais em 2012.<br />

O crescimento económico leva estes<br />

países a olharem para o sector privado<br />

internacional como fornecedores<br />

das muito necessárias infra-estruturas,<br />

indústria e serviços, ao mesmo tempo<br />

que partilham a expertise global,<br />

sendo de referir que algumas empresas<br />

portuguesas estão bem colocadas<br />

para fornecer esse conhecimento e realizar<br />

esses investimentos. Estudos indicam<br />

que só a necessidade de investimento<br />

em infra-estruturas no mundo<br />

em desenvolvimento, é de mais de<br />

230 mil milhões de dólares anuais. No<br />

entanto, apesar desta enorme procura,<br />

investidores e financiadores podem<br />

mostrar-se relutantes em negociar<br />

com países com antecedentes de risco<br />

político ou económico. Na realidade,<br />

um compromisso de investimento directo<br />

no estrangeiro de longo prazo<br />

traduz-se também, habitualmente,<br />

num compromisso de longo prazo<br />

com o país de acolhimento.<br />

Seguro de Risco Político:<br />

a base de tudo<br />

Apesar dos investidores estarem geralmente<br />

optimistas em relação ao retorno<br />

do investimento nas economias em<br />

desenvolvimento, muitas vezes recorrem<br />

ao seguro de risco político junto de<br />

seguradoras privadas ou com garantia<br />

de Estado. O seguro de risco político<br />

é um instrumento para os investidores<br />

reduzirem os riscos que decorrem de<br />

acções adversas – ou da inacção – dos<br />

governos. Os riscos cobertos são, tipicamente,<br />

a expropriação, a não-conversão<br />

ou restrição à transferência de divisas,<br />

guerra, terrorismo e perturbações civis,<br />

a quebra de contratos e o incumprimento<br />

de obrigações financeiras pelos<br />

governos ou empresas estatais.<br />

“O seguro de risco político<br />

é um instrumento para<br />

os investidores reduzirem<br />

os riscos que decorrem de<br />

acções adversas – ou da<br />

inacção – dos governos.”<br />

Além da protecção contra estes riscos,<br />

a disponibilidade de capital é algo que<br />

condiciona as decisões de muitos investidores<br />

e credores que recorrem ao<br />

seguro de risco político, na medida em<br />

que melhora a notação de risco dos<br />

projectos e conduz a um menor custo<br />

de financiamento. Numa estrutura<br />

complexa de project finance, a cobertura<br />

do risco político é frequentemente<br />

exigida pelos financiadores.<br />

Uma vez tomada a decisão de recorrer à<br />

cobertura de risco político, o investidor<br />

vai recorrer às seguradoras privadas ou à<br />

garantia de Estado. O entendimento geral<br />

é de que os seguradores privados são<br />

geralmente mais competitivos em termos<br />

de preço em operações de curto prazo,<br />

nomeadamente nos seguros de créditos<br />

à exportação, enquanto a garantia de Estado<br />

é mais adequada em operações de<br />

longo prazo em mercados de risco.<br />

Porquê a MIGA?<br />

O mandato da MIGA é o de promover<br />

o investimento directo estrangeiro, visando<br />

o crescimento da economia e a<br />

redução da pobreza. Por isso, a Agência<br />

está disponível para ir onde as outras<br />

seguradoras não se atrevem: países<br />

emergentes em situação de conflito<br />

ou revolta política, particularmente em<br />

África, países com enormes necessida-<br />

PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />

des de investimento mas que não são<br />

suficientemente cobertas por outras<br />

seguradoras, e países com mercados<br />

financeiros sub-desenvolvidos.<br />

A estratégia da MIGA baseia-se na sua<br />

força de mercado: promovendo investimentos<br />

em mercados de fronteira,<br />

de maiores dificuldades; apoiando investimentos<br />

a um nível sub-soberano,<br />

quando estão envolvidos parceiros com<br />

menos experiência ou sem classificação<br />

de risco (o que acarreta maior dificuldade<br />

de acesso ao financiamento).<br />

Como parte do Grupo Banco Mundial,<br />

a MIGA trabalha activamente com os<br />

investidores e os países de acolhimento<br />

para assegurar que os investimentos<br />

decorram da melhor forma. Isto permite<br />

à MIGA ter uma cobertura de dissuasão<br />

relativamente a acções governamentais<br />

que possam causar constrangimentos<br />

aos projectos e auxiliar na resolução de<br />

disputas entre investidores e governos.<br />

A MIGA pode muitas vezes ajudar investidores<br />

e governos a resolver disputas<br />

antes de eles chegarem a uma situação<br />

de reclamação – e manter os projectos<br />

em curso. A MIGA apoiou mais de 700<br />

projectos nos seus 25 anos de história<br />

e pôde resolver muitas disputas que teriam<br />

levado a reclamações num número<br />

considerável de casos (à excepção de<br />

dois). A actuação da MIGA ajuda assim<br />

não apenas a proteger os investidores,<br />

mas também a garantir que o investimento<br />

produza o impacto esperado.<br />

A MIGA é também uma mais-valia para<br />

os seus clientes pela capacidade de<br />

aportar um extenso conhecimento dos<br />

mercados emergentes e das melhores<br />

práticas de gestão ao nível internacional<br />

em matéria de ambiente e responsabilidade<br />

social.<br />

Refira-se que a Agência já segurou investimentos<br />

de empresas portugueses<br />

em Angola, Cabo Verde e Moçambique,<br />

em sectores como os transportes,<br />

turismo, minas e indústria.<br />

O apoio da MIGA em África<br />

As prioridades da MIGA incluem projectos-alvo<br />

na África sub-Saariana, bem<br />

como projectos de infra-estruturas de<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 21


PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />

elevada complexidade. Com efeito,<br />

a Agência tem uma experiência muito<br />

rica no apoio à execução de infraestruturas<br />

num continente largamente<br />

deficitário a este nível.<br />

Refira-se, a título exemplificativo, as<br />

garantias prestadas pela MIGA ao investidor<br />

português Portus Indico - Sociedade<br />

de Serviços Portuários SA, no<br />

montante global de 13,7 milhões de<br />

dólares, para cobrir os seus investimentos<br />

na Maputo Port Development<br />

Company S.A.R.L., em Moçambique.<br />

O projecto envolvia a reabilitação, desenvolvimento,<br />

financiamento e operação<br />

do porto de Maputo, em Moçambique,<br />

em regime de Build, Operate<br />

and Transfer (BOT). O porto tem<br />

sido, tradicionalmente, estratégico<br />

para este país: no seu valor máximo,<br />

as receitas geradas no porto de Maputo<br />

chegaram a representar 80 por cento<br />

da balança comercial de Moçambique.<br />

Ainda assim, na altura em que foi<br />

prestada a garantia da MIGA, a guerra<br />

civil e o declínio económico do país<br />

22 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

tinham deixado o porto a operar só<br />

com uma parte da sua capacidade.<br />

Dando a concessão a um operador do<br />

sector privado, o governo recuperou as<br />

operações portuárias até à sua máxima<br />

capacidade, baixou o custo das tarifas<br />

portuárias por via de uma melhoria da<br />

sua eficiência operacional e promoveu<br />

o crescimento da economia através do<br />

“O mandato da MIGA é o<br />

de promover o investimento<br />

directo estrangeiro, visando<br />

o crescimento da economia e<br />

a redução da pobreza.”<br />

alargamento dos mercados para os<br />

produtos nacionais.<br />

Os benefícios do desenvolvimento do<br />

porto estenderam-se ainda para lá de<br />

Moçambique, dado que o porto serve<br />

como um entreposto comercial, eficiente<br />

e com baixos custos, também para o<br />

Malawi, Suazilândia, Zâmbia, a região<br />

norte da África do Sul e o Zimbabué.<br />

Outro exemplo do apoio da MIGA às<br />

infra-estruturas em África é na Costa<br />

do Marfim, país que está em reconstrução<br />

depois de um prolongado conflito<br />

civil. Neste país, um projecto de longo<br />

prazo para a construção de uma ponte<br />

com portagem sobre a Ebrié Lagoon,<br />

de Abidjan, esteve suspenso durante<br />

mais de 10 anos, estando agora a ser<br />

retomado. Neste caso, a MIGA prestou<br />

garantias no valor de 145 milhões de<br />

dólares, cobrindo a vertente de capital,<br />

todos os financiadores do projecto<br />

do sector privado, assim como a FMO<br />

– Entrepreneurial Development Bank,<br />

instituição financeira da Holanda. O<br />

Banco Africano de Desenvolvimento<br />

também está envolvido no financiamento<br />

desta parceria público-privada,<br />

a primeira a concretizar-se desde o final<br />

da guerra civil.<br />

A construção da ponte constitui uma<br />

grande prioridade para o governo da<br />

Costa do Marfim, dado que as pontes<br />

e as infra-estruturas existentes em Abidjan<br />

estão severamente pressionadas<br />

e não asseguram o tráfego crescente<br />

da cidade. Logo que esteja pronta, a<br />

ponte vai reduzir significativamente<br />

os tempos de deslocação, melhorar a<br />

mobilidade geral e aliviar os crónicos<br />

congestionamentos do trânsito. O projecto<br />

pretende também ter um efeito<br />

de demonstração a futuras iniciativas<br />

do sector privado no país.<br />

Já no Ruanda, a MIGA está a apoiar um<br />

investimento que está a levar tecnologia<br />

de ponta a um mercado remoto. O<br />

projecto energético KivuWatt envolve a<br />

extracção e separação de gás metano<br />

do fundo do Lago Kiwu e irá produzir<br />

25 megawatts de energia na sua primeira<br />

fase. O Ruanda tem actualmente<br />

uma das mais altas tarifas de electricidade<br />

de África devido à sua limitada<br />

capacidade de geração, sendo por isso<br />

este um projecto de alta prioridade<br />

para o governo. Além da cobertura do<br />

risco-país no prazo de 20 anos, a MIGA<br />

liderou também o trabalho de due dilligence<br />

ambiental e social para este projecto,<br />

de elevada complexidade.


Estima-se actualmente que o lago, que<br />

fica na fronteira entre o Ruanda e a<br />

República Democrática do Congo, contenha<br />

grandes quantidades de dióxido<br />

de carbono e de metano nas suas camadas<br />

de mais baixa densidade. O gás<br />

metano fornece uma fonte potencial<br />

de energia, mas pode também fazer<br />

com que o lago entre em erupção, com<br />

consequências desastrosas. Uma erupção<br />

no Lago Nyos, nos Camarões, em<br />

1986, asfixiou 1.700 pessoas e mais de<br />

3.000 cabeças de gado. Este grave risco<br />

e os compreensíveis riscos políticos<br />

neste mercado (relativamente pouco<br />

estudado), levaram o fundo de capitais<br />

Contour <strong>Global</strong> a recorrer à MIGA, depois<br />

de outras seguradoras terem recusado<br />

o projecto.<br />

Após um pormenorizado estudo ambiental<br />

e social, incluindo a consulta a<br />

peritos independentes para avaliarem<br />

a estabilidade do lago, a gestão dos<br />

recursos, a saúde das comunidades, a<br />

segurança e os possíveis impactos do<br />

“A estratégia da MIGA<br />

baseia-se na sua força de<br />

mercado: promovendo<br />

investimentos em mercados<br />

de fronteira, de maiores<br />

dificuldades; apoiando<br />

investimentos a um nível<br />

sub-soberano, quando estão<br />

envolvidos parceiros com<br />

menos experiência ou sem<br />

classificação de risco.”<br />

projecto, a MIGA e o FMO sentiram<br />

que podiam avançar com o projecto.<br />

Trabalhar com a MIGA<br />

A MIGA pode assim ajudar países em<br />

desenvolvimento a atrair investimentos<br />

que criem emprego e contribuam para<br />

o crescimento económico, ajudando ao<br />

mesmo tempo os potenciais investidores<br />

portugueses a obter retorno desses<br />

projectos. A MIGA cobre investimentos<br />

realizados por investidores de qualquer<br />

dos 179 países membros da Agência,<br />

num país membro em desenvolvimento.<br />

A Agência também trabalha de forma<br />

muito próxima com a Sociedade Financeira<br />

Internacional (também do Grupo<br />

Banco Mundial) na alavancagem do<br />

investimento no sector privado, particularmente<br />

em projectos de grandes<br />

infra-estruturas que são tão urgentemente<br />

necessários à promoção do crescimento<br />

nos países beneficiários.<br />

A MIGA não impõe qualquer limite à<br />

dimensão dos projectos que apoia.<br />

Para os maiores investimentos, a MIGA<br />

pode mobilizar a capacidade de resseguro<br />

se necessário. Nos projectos de<br />

menor dimensão, o Programa de Pequenos<br />

Investimentos da MIGA oferece<br />

soluções de adesão simplificada para<br />

PROJECTOS INTERNACIONAIS<br />

os investidores que procuram coberturas<br />

de menos de 10 milhões de dólares.<br />

A equipa da MIGA tem grande experiência<br />

em seguros de risco político, com<br />

backgrounds que incluem o sector financeiro,<br />

mercados de capital, project<br />

finance, sustentabilidade ambiental e<br />

responsabilidade social, especialistas<br />

sectoriais, direito internacional e resolução<br />

de disputas.<br />

Para mais informações:<br />

Olivier J. L. Lambert, Regional Manager<br />

Tel.: +33 1 40 69 31 58<br />

www.miga.org/emea<br />

olambert@worldbank.org<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 23


EMPRESAS<br />

CONCEPT BAGS<br />

SACOS “VERDES”<br />

EM EXPANSÃO INTERNACIONAL<br />

A Concept Bags, marca especializada na criação e produção de sacos reutilizáveis, é a<br />

protagonista do plano de internacionalização do grupo Macambira & Araújo, numa<br />

estratégia focada no cliente e na personalização dos produtos. Os resultados são<br />

positivos e a marca procura impor-se no mercado internacional.<br />

Criatividade, design, personalização e<br />

qualidade são os factores de sucesso<br />

do grupo MA - Macambira & Araújo<br />

criado nos finais dos anos 90 pelos sócios<br />

fundadores Alberto Araújo e Tiago<br />

Macambira. Dedicada à criação e produção<br />

de soluções para área promocional,<br />

a empresa diferenciou-se ao investir<br />

num serviço personalizado e integral<br />

– novidade introduzida no mercado e<br />

factor crucial para o seu sucesso e crescimento.<br />

Essa diferenciação na oferta<br />

passou pela personalização dos artigos<br />

ou objectos de acordo com a campanha<br />

de comunicação em causa.<br />

24 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

“A diferenciação a este nível só foi possível<br />

porque desde cedo percebemos<br />

que teríamos de completar a oferta<br />

nacional com pesquisa de produto internacional/Oriente.<br />

Estabelecemos vários<br />

contactos, desenvolvemos diversos<br />

projectos e, neste momento, contamos<br />

com uma rede de parceiros que nos permite<br />

encontrar a melhor solução para<br />

cada cliente, em termos de qualidade/<br />

preço”, explica fonte do grupo MA.<br />

A receptividade no mercado correspondeu<br />

às expectativas e a evolução tornou-se<br />

inevitável. Da aposta no mercado<br />

nacional, seguiu-se a conquista do<br />

mercado internacional e a necessidade<br />

de encontrar serviços complementares<br />

ao core business da Macambira &<br />

Araújo levou à criação de diferentes<br />

empresas e unidades de negócio.<br />

Contando com uma equipa multidisciplinar<br />

de 25 colaboradores, a Macambira &<br />

Araújo é actualmente um grupo de empresas<br />

(MA Creative Production Group)<br />

que se dedica à criação e produção de<br />

diferentes soluções na área da comunicação/marketing:<br />

MA Brand Objects<br />

(soluções de merchandising promocional),<br />

MA Brand Impact (suportes de comunicação<br />

física), MA Corporate Wear


(vestuário corporativo) e MA Private Label<br />

(produções de têxteis nacionais). Em<br />

muitos projectos, as áreas de actuação<br />

das empresas cruzam-se, acabando por<br />

beneficiar das sinergias que daí resultam.<br />

Foi desta dinâmica e da aposta em nichos<br />

de mercado que nasceu a Concept<br />

Bags, marca especializada na criação e<br />

produção de sacos reutilizáveis e principal<br />

protagonista do plano de internacionalização.<br />

Segundo a mesma fonte,<br />

tratou-se de aliar a comunicação por<br />

objecto à crescente consciencialização<br />

ecológica das empresas/marcas, o que<br />

permitiu à Concept Bags surgir com um<br />

“conjunto de soluções que surpreendeu<br />

as expectativas do mercado nacional e<br />

internacional, ditando assim o sucesso<br />

da marca e empresa que a suporta”.<br />

Colocando o cliente no centro das atenções,<br />

o grupo MA actua no mercado global,<br />

ainda que os seus principais clientes<br />

sejam as marcas nacionais. A internacionalização,<br />

no entanto, foi sempre um objectivo<br />

presente na dinâmica da empresa.<br />

Neste momento, a empresa está consolidada<br />

nos mercados nacional e angolano.<br />

No ano passado realizou os primeiros<br />

negócios no mercado brasileiro<br />

e várias acções comerciais estão a ser<br />

implementadas noutros mercados, designadamente<br />

em Moçambique, Argélia,<br />

Espanha, França, Itália, Polónia, Reino<br />

Unido e Alemanha, o que permite<br />

prever, para este ano, um aumento significativo<br />

das exportações da empresa.<br />

Estratégia de<br />

internacionalização<br />

De sublinhar que, contrariando ciclos<br />

menos positivos da economia, a evolução<br />

da empresa tem sido para um<br />

crescimento progressivo do volume de<br />

negócios, aumento e diversificação de<br />

clientes e dos mercados de actuação. A<br />

empresa encerrou o ano de 2012 com<br />

resultados muito positivos e as perspectivas<br />

para 2013 são promissoras, de<br />

acordo com a mesma fonte.<br />

No início de 2013, a empresa deu um<br />

novo passo no seu processo de internacionalização<br />

e, cofinanciada pelo FEDER<br />

ao abrigo do QREN e do Plano Operacional<br />

Norte, partiu em busca de novos mercados,<br />

participando em feiras de projec-<br />

ção internacional, realizando viagens de<br />

prospecção e acções comerciais em mercados<br />

de grande dimensão e com poder<br />

de compra, como são os casos do Brasil,<br />

Polónia, Reino Unido, França, Espanha.<br />

“Este investimento permite-nos levar<br />

além-fronteiras os nossos produtos e<br />

serviços ancorados na marca Concept<br />

Bags, consolidar a presença no merca-<br />

MA Creative<br />

Production Group<br />

Via Central de Milheirós, 307 A<br />

Milheirós, 4475-380 Maia - <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 229 942 316 / 7 / 8<br />

Fax: +351 229 942 319<br />

info@maproductiongroup.com<br />

www.maproductiongroup.com<br />

https://pt-pt.facebook.com/conceptbags<br />

EMPRESAS<br />

do internacional e detectar potenciais<br />

clientes e negócios”, defende a mesma<br />

fonte, afirmando que é objectivo<br />

da MA ser um dos top 10 no mercado<br />

global em que actua.<br />

A abordagem feita a cada mercado é personalizada,<br />

de forma a garantir os melhores<br />

resultados em cada acção desenvolvida<br />

pela empresa. Em jeito de balanço do<br />

1º semestre do projecto, a MA revela que<br />

participou em três feiras (Brasil, França e<br />

Reino Unido) e realizou várias viagens de<br />

prospecção a diferentes mercados (Brasil,<br />

Espanha, Polónia) com um retorno<br />

“muito positivo”. O acompanhamento<br />

tem sido feito in loco (Brasil, Angola e Espanha)<br />

e a análise contínua em todas as<br />

fases do processo tem-se revelado crucial<br />

para o sucesso do projecto que se prolongará<br />

até 2015, afirma a mesma fonte.<br />

O investimento em novas áreas de negócio,<br />

o lançamento de marcas registadas,<br />

a conquista de novos mercados,<br />

a aposta constante em colaboradores<br />

qualificados e multifuncionais e o investimento<br />

em parcerias cruciais para a<br />

sua notoriedade caracterizam a evolução<br />

do grupo MA desde a sua criação.<br />

O Grupo conta já com uma rede de<br />

parceiros nos quatro cantos do mundo<br />

- Lisboa, Xangai, Bombaim, Daca (Bangladesh),<br />

São Paulo e Luanda -, visando<br />

cimentar relacionamentos com os seus<br />

clientes nacionais e internacionais.<br />

A MA trabalha com as grandes marcas<br />

de sectores diversificados como as telecomunicações,<br />

banca, distribuição,<br />

alimentar e não alimentar, tanto a nível<br />

nacional como internacional. Acrescenta<br />

a fonte que os clientes que procuram os<br />

serviços da MA são empresas ou marcas<br />

“que investem regularmente em artigos<br />

de promoção como forma de divulgação<br />

da sua marca e que procuram um serviço<br />

distinto, integral e personalizado”.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 25


EMPRESAS<br />

COURO AZUL<br />

SUCESSO NO MERCADO INTERNACIONAL<br />

Tem sido noticiada como a mais recente fornecedora da emblemática marca Porsche,<br />

mas há muito que a Couro Azul produz para os principais construtores de automóveis.<br />

As exportações representam já 83 por cento do volume de negócios da empresa, que<br />

é um dos quatro maiores ‘players’ europeus no negócio do couro para volantes.<br />

A Couro Azul foi criada em 1989<br />

como resposta do Grupo Carvalhos à<br />

necessidade de diversificação do seu<br />

negócio para o sector automóvel, dadas<br />

as condicionantes de crescimento<br />

dos sectores de calçado e marroquinaria,<br />

até então os principais clientes da<br />

empresa fundada em 1939 por António<br />

Nunes de Carvalho.<br />

A história do Grupo, dedicado ao fabrico<br />

do couro, reflecte, por um lado, a aposta<br />

na qualidade e inovação como factores<br />

da sua competitividade, e, por outro<br />

lado, a permanente diversificação de<br />

segmentos e diferenciação dos produtos.<br />

26 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

A primeira empresa, a António Nunes de<br />

Carvalho, dedicou-se nas primeiras décadas<br />

ao fabrico de peles de ovino e caprino<br />

para os sectores de vestuário e calçado de<br />

senhora. Mais tarde, nos anos 60, com a<br />

integração de Curtumes do Lys, o Grupo<br />

diversifica a sua oferta para o couro de<br />

bovino dirigido ao sector de calçado, em<br />

resposta a um crescimento acentuado da<br />

procura. A criação da Couro Azul – uma<br />

nova unidade de raiz – traduz a aposta do<br />

Grupo na diversificação da sua actividade<br />

para o sector automóvel.<br />

Actualmente a organização é composta<br />

pelas empresas António Nunes de<br />

Carvalho – couro de bovino para os<br />

sectores de calçado, marroquinaria e<br />

mobiliário – e Couro Azul – couro de<br />

bovino para o sector dos transportes<br />

(automóvel, aeronáutico e ferroviário).<br />

Em conjunto, as duas empresas englobam<br />

cerca de 320 colaboradores e<br />

atingiram, em 2012, um volume de negócio<br />

de 28 milhões de euros.<br />

Na Couro Azul o exercício de 2012 foi<br />

marcado pela consolidação da evolução<br />

positiva verificada em 2011, após<br />

um período de fortes constrangimentos<br />

no sector automóvel em 2009 e


2010. Dado o crescimento acentuado<br />

nos últimos dois anos, o volume de negócios<br />

registado no final de 2012 duplicou<br />

em relação a 2010.<br />

De sublinhar que o peso das exportações<br />

atingiu 83 por cento do volume<br />

de negócios da empresa, traduzindo<br />

um aumento de 8 por cento em relação<br />

ao exercício anterior.<br />

Segundo fonte da empresa, esta evolução<br />

positiva ficou a dever-se ao ganho<br />

de quota de mercado internacional<br />

com o arranque de novos projectos no<br />

segmento de volantes, assim como à<br />

diversificação de clientes – tier-ones e<br />

construtores – e ao desenvolvimento<br />

de novos mercados alternativos à Europa,<br />

tais como a China e o Brasil.<br />

Estratégia para<br />

o mercado externo<br />

A internacionalização foi sempre o objectivo<br />

da Couro Azul, dado que o mercado<br />

automóvel, pelo menos ao nível<br />

de construtores europeus, se encontra<br />

sobretudo na Alemanha, França, Itália,<br />

Reino Unido e Suécia.<br />

A estratégia de internacionalização definida<br />

envolveu várias etapas de que se<br />

destacam: o desenvolvimento tecnológico<br />

do produto de acordo com as exigências<br />

do sector automóvel; a instalação<br />

de laboratórios para desenvolvimento<br />

e controle do produto; o recrutamento<br />

de recursos humanos do sector automóvel;<br />

a implementação de um Sistema<br />

de Qualidade e consequente certificação<br />

em 1994 no âmbito da ISO 9002; o desenvolvimento<br />

de uma rede comercial<br />

nos principais mercados – Suécia, Alemanha,<br />

Reino Unido, China, EUA, Espanha<br />

e França; e ainda a criação da capacidade<br />

de produção e lay-out adequado a este<br />

novo tipo de mercado e produto.<br />

Explica a mesma fonte que o processo de<br />

aproximação aos principais construtores<br />

automóveis europeus foi “complexo, moroso<br />

e caracterizado por uma forte resiliência”,<br />

até porque a empresa “teve que<br />

combater o preconceito de muitos desses<br />

clientes internacionais relativamente à<br />

imagem ‘pouco tecnológica’ do país”.<br />

Mas foi com base neste percurso que a<br />

Couro Azul conseguiu os primeiros ne-<br />

gócios junto dos construtores de automóveis,<br />

com a, na altura, Opel (1995) e<br />

a Volkswagen (1997), com a evolução<br />

positiva que hoje se conhece.<br />

A Europa é ainda hoje o primeiro mercado<br />

natural da Couro Azul, mas dada<br />

a conjuntura actual, a empresa encetou<br />

uma nova acção comercial prioritariamente<br />

nos países emergentes – China,<br />

Brasil, Coreia, Rússia, África do Sul<br />

– quer através das OEM e tier-ones que<br />

já são clientes na Europa, quer junto<br />

dos construtores locais de alguns destes<br />

países e regiões onde o potencial<br />

de crescimento é considerável quando<br />

EMPRESAS<br />

comparado com os mercados maduros<br />

dos EUA ou da Europa.<br />

Quanto aos seus clientes, na área de<br />

couro para volantes, cuja actividade<br />

ganhou maior expressão a partir de<br />

1997, a empresa fornece actualmente,<br />

através dos quatro maiores fornecedores<br />

mundiais de sistemas de direcção, o<br />

Grupo Volkswagen – incluindo as marcas<br />

Skoda e Seat –, o Grupo PSA - Peugeot<br />

e Citroen, a Smart, a Land Rover,<br />

a Fiat, a Mazda, a JAC, entre outros.<br />

No segmento de couro para assentos<br />

e aplicações diversas, como painéis de<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 27


EMPRESAS<br />

portas, tabliers, punhos e foles, fornece<br />

a Volvo Truck, a Renault Truck,<br />

a VW, a Toyota, a PSA, a Porsche, a<br />

Smart e a Mitsubishi.<br />

Produtos e segmentos<br />

A Couro Azul transforma o couro em<br />

bruto, salgado ou fresco, que recebe dos<br />

matadouros, em couro acabado para<br />

aplicar em revestimentos de interiores de<br />

automóveis, comboios ou aviões.<br />

Nos finais da década de 90 a empresa<br />

criou um Departamento de Corte,<br />

acrescentando maior valor aos produtos,<br />

o couro, que é agora entregue aos<br />

clientes sob a forma de peças cortadas<br />

ou kits completos para forrar volantes,<br />

assentos ou painéis de instrumentos<br />

diversos. Neste departamento, que envolve<br />

cerca de 100 colaboradores, a<br />

empresa utiliza as técnicas mais actuais<br />

de automatização integrada da digitalização,<br />

nesting e corte por jacto de água<br />

e lâmina robotizada, o que lhe permite<br />

fornecer grandes cadências de montagem<br />

de automóveis. Nesta unidade a<br />

Couro Azul produz diariamente cerca<br />

de 10.000 kits para volantes. O couro<br />

e as peças cortadas para volantes são,<br />

aliás, o core business da empresa com<br />

um peso de 65 por cento na produção.<br />

O sector de assentos de automóveis,<br />

dado o consumo elevado de couro por<br />

veículo, exige uma outra capacidade de<br />

28 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

resposta e dimensão às empresas de curtumes<br />

e, por essa razão, é hoje controlada<br />

por cinco ou seis grandes multinacionais<br />

– americanos, japoneses, alemães e<br />

austríacos –, que acompanham em todo<br />

o mundo a deslocalização das OEM e tierones<br />

para fornecer em JIT (just-in-time).<br />

Contudo, explica a mesma fonte, o reconhecimento<br />

do posicionamento actual<br />

da empresa, que está entre os quatro<br />

principais players europeus no negócio<br />

de couro para volantes, permitiu-lhe<br />

mais recentemente lutar junto dos principais<br />

construtores por novos negócios,<br />

mas agora no segmento de assentos e<br />

painéis de instrumentos ou portas.<br />

“Os fornecimentos agora iniciados, em<br />

2013, para os assentos e ‘tabliers’ do<br />

Porsche Panamera e do novo Macan<br />

são o melhor exemplo deste esforço de<br />

décadas”, aponta a mesma fonte.<br />

No que respeita às perspectivas para<br />

o futuro, a fonte refere que os próximos<br />

anos serão marcados por uma<br />

evolução sustentada da produção e<br />

do volume de negócios, a que deverá<br />

corresponder um aumento de 15 por<br />

cento ao ano. Para já, está garantida a<br />

consolidação no mercado de volantes<br />

com o arranque confirmado de novos<br />

projectos para a PSA, a VW e a Skoda,<br />

a Mazda e a Nissan em 2013, e para a<br />

Mercedes e a Seat em 2014.<br />

Simultaneamente, a empresa mantém<br />

a sua estratégia de diversificação<br />

de mercados, designadamente China,<br />

Japão e mais recentemente o Brasil, a<br />

Coreia e a África do Sul, e continua a<br />

apostar em novos segmentos, no âmbito<br />

de uma abordagem iniciada nos últimos<br />

dois anos ao sector aeronáutico e<br />

ferroviário, que estão agora proporcionar<br />

novos negócios.<br />

Neste domínio, e de acordo com a<br />

mesma fonte, “um importante contributo<br />

para a visibilidade da empresa<br />

como ‘player’ neste importante<br />

mercado” foi a atribuição, em 2012,<br />

do Prémio Internacional ‘Crystal Cabin<br />

Award’ ao projecto LIFE - Lighter,<br />

Integrated, Friendly and Eco-efficient<br />

aircraft cabin (cabines de avião mais<br />

leves, integradas, amigáveis e ecoeficientes),<br />

desenvolvido pelas empresas<br />

portuguesas Alma Design,<br />

Amorim Cork Composites, Caetano<br />

Components, Couro Azul, INEGI e<br />

SET/Iberomoldes.<br />

Couro Azul, S.A.<br />

Apartado 70, Ponte do Peral, Gouxaria,<br />

2384-909 Alcanena, <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 249 889 050<br />

Fax: +351 249 889 069<br />

couroazul@couroazul.pt<br />

www.couroazul.pt


MERCADOS<br />

COLÔMBIA<br />

ELDORADO COM POTENCIAL<br />

PARA NEGÓCIOS EM PORTUGUÊS<br />

Com um crescimento económico que ronda os 5 por cento ao ano, a<br />

Colômbia é actualmente encarado como o Eldorado para as empresas<br />

que procuram expandir os seus negócios. <strong>Portugal</strong> não foge à regra<br />

e, embora em termos de comércio os números da exportação ainda<br />

sejam modestos, são muitas as empresas que já firmaram ou procuram<br />

firmar uma presença efectiva no mercado colombiano. Prova disso<br />

é o recente investimento do grupo Jerónimo Martins, que espera<br />

ter meia centena de lojas abertas naquele país até final do ano, mas<br />

muitos mais exemplos há de empresas portuguesas com negócios na Colômbia, como<br />

são os casos da Saraiva + Associados, da Vision-Box e da Saphety, cujos testemunhos<br />

apresentamos neste dossier.<br />

O director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel Crespo, apresenta-nos o<br />

mercado colombiano e as oportunidades que oferece às empresas nacionais.<br />

30 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global


Aos olhos dos empresários portugueses,<br />

a Colômbia adquiriu recentemente um<br />

estatuto de Eldorado, mas nem sempre<br />

foi assim. Encetou uma agenda de paz ao<br />

longo dos últimos 12 anos, que lhe devolveu<br />

segurança e permitiu colectivamente<br />

olhar o futuro com grande optimismo,<br />

alicerçando a partir desse momento horizontes<br />

promissores e de longo prazo.<br />

Tem vindo a “sobreviver” a choques externos,<br />

o que de algum modo indica que<br />

entrou numa dinâmica virtuosa assente<br />

em reformas internas e na potenciação<br />

das suas riquezas endógenas, sejam elas<br />

naturais ou de capital humano.<br />

Não fugindo à regra que parece aplicarse<br />

a qualquer português que descobre o<br />

país, senti-me como se acolhido em casa<br />

de familiares desde o primeiro dia. Gente<br />

afável e educada, com um sorriso nos lábios,<br />

a quem digo em brincadeira sincera<br />

que são como que “portugueses que falam<br />

espanhol”. De tal maneira que estarão<br />

empaticamente muito mais próximos<br />

de um português do que um brasileiro.<br />

Gente que encara com optimismo um<br />

futuro que procura deitar para trás os<br />

tempos traumáticos de um “Estado<br />

falhado”, em que uma maioria ficou<br />

refém no seu próprio país, às mãos de<br />

guerrilha, narcotraficantes ou caciques.<br />

A fronteira entre a alegria e a caos<br />

pode porém ser ténue, sugerindo um<br />

estado de precariedade permanente.<br />

Ao longo dos últimos 60 anos deflagraram<br />

vários episódios de grande violên-<br />

“A Colômbia faz parte<br />

de um bloco económico<br />

em formação, integrando<br />

ainda o Chile, Peru e<br />

México, a que se designa de<br />

Aliança do Pacífico. Como<br />

denominador comum, a<br />

cultura latina e economias<br />

de mercado, reformadoras e<br />

com uma tónica liberal,<br />

não-proteccionista.”<br />

(% salvo indicação contrária) 2012 2013 2014 2015 2016 2017<br />

PIB Nominal (USD bn) 369.6 390.6 420.6<br />

PIB per capita (USD PPP) 10441 10935 11512<br />

População (mn) 48.2 48.8 49.4<br />

Crescimento do PIB 4 4.3 4.5 4.6 4.6 4.5<br />

Investimento (FBCF) 6 8 9.5 9 9 8.5<br />

Taxa de Desemprego 10.4 9.9 9.3 9 9 8.5<br />

IPC (médio) 3.2 2 2.7 2.4 2.3 2.4<br />

Saldo orçamental (% do PIB) -1.9 -2.1 -2.1 -1.9 -1.8 -1.9<br />

Volume de Exportações (US$ bn) 60 63.8 70 75.8 81.2 87.7<br />

Volume de Importações (US$ bn) 53.8 58.3 64.1 70.4 77.1 83.9<br />

Balança de Tr.Correntes (% do PIB) -3.1 -3.2 -3.3 -3.5 -3.9 -3.9<br />

Dívida externa (fim de ano; US$ bn) 82.4 87 89.4 91.4 94.7 97.1<br />

Taxa de câmbio média COP:US$ 1,798 1,830 1,849 1,863 1,871 1,886<br />

Fonte: Economist Intelligence Unit Julho de 2013<br />

cia, todos eles imprevisíveis de véspera.<br />

Há também quem na Colômbia afirme<br />

com graça que Gabriel Garcia Marquez<br />

não escreve ficção; antes sim que descreve<br />

o país no mais puro estilo realista.<br />

A Colômbia faz parte de um bloco económico<br />

em formação, integrando ainda<br />

o Chile, Peru e México, a que se designa<br />

de Aliança do Pacífico. Como denominador<br />

comum, a cultura latina e economias<br />

de mercado, reformadoras e com<br />

uma tónica liberal, não-proteccionista.<br />

País próximo da linha do Equador que,<br />

pela altitude, oferece todos os climas e<br />

uma imensa biodiversidade. A orografia<br />

acentuada é marcada pela cordilheira<br />

dos Andes, que se divide em três ao<br />

entrar na Colômbia. As três principais<br />

cidades – Bogotá, Medellin e Cali – situam-se<br />

em altitude, gozando por isso de<br />

um clima ameno para a latitude a que<br />

MERCADOS<br />

se encontram. Por outro lado, a distância<br />

efectiva entre localidades, medida<br />

em viagens extenuantes e tortuosas, faz<br />

com que as idiossincrasias regionais sejam<br />

bem mais acentuadas do que noutros<br />

países da América Latina.<br />

Aliás, a Colômbia diferencia-se por ser o<br />

país mais multipolar do continente americano,<br />

sem prejuízo de ter uma capital<br />

política bem identificada em Bogotá. Por<br />

analogia com a Europa, seria um pouco<br />

como a Itália, com muito mais relevo<br />

mas sem vias rodoviárias minimamente<br />

adequadas. País que neste momento se<br />

reaproxima da costa, num processo impulsionado<br />

pelos sucessivos tratados de<br />

livre comércio, que colocam a liderança<br />

do crescimento ao litoral atlântico, em<br />

que pontuam as cidades portuárias de<br />

Cartagena, Barranquilla e Santa Marta.<br />

Parece que fica para trás o estatuto de<br />

“Tibete da América Latina”, cunhado por<br />

um antigo presidente.<br />

Enquadramento<br />

macro-económico<br />

Apesar do conflito duradouro, a Colômbia<br />

enfrentou uma única recessão desde<br />

a sua criação em 1820. Nunca entrou em<br />

default e goza de finanças públicas invejáveis.<br />

A subida paulatina do rating do<br />

país é imparável. A agenda de reformas<br />

é extensa, marcada por uma liberalização<br />

do comércio, ambicioso programa de<br />

infra-estruturas, concessões de explorações<br />

de recursos primários e uma agenda<br />

de paz capaz de conquistar territórios<br />

para o lado da “economia formal”.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 31


MERCADOS<br />

Ao longo da última década a Colômbia<br />

cresceu a uma taxa próxima dos 5<br />

por cento anuais. Para o futuro somos<br />

bem mais optimistas do que as projecções<br />

macro-económicas convencionais,<br />

como as que são expressas pelo<br />

Economist Intelligence Unit, porque<br />

“A agenda de reformas é<br />

extensa, marcada por uma<br />

liberalização do comércio,<br />

ambicioso programa de<br />

infra-estruturas, concessões<br />

de explorações de recursos<br />

primários e uma agenda<br />

de paz capaz de conquistar<br />

territórios para o lado da<br />

‘economia formal’.”<br />

estas não incorporam o “output gap”<br />

que vai surgir pelos choques exógenos<br />

positivos anteriormente expressos:<br />

construção de rede viária, estímulo disruptivo<br />

dos tratados de livre comércio,<br />

conquistas do processo de paz, subida<br />

sustentada do rating, expansão do<br />

crédito ao investimento e redução do<br />

desemprego; emergência de uma nova<br />

classe média. Nem todos estes factores<br />

estão garantidos a 100 por cento, mas<br />

a sua materialização, ainda que parcial,<br />

é a ponto de colocar o país na diantei-<br />

32 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

ra do crescimento na América Latina,<br />

possivelmente acima dos 7 por cento<br />

durante uma década.<br />

A Colômbia conquistou merecidamente<br />

o estatuto de investment grade e,<br />

conforme bem o entenderam grupos<br />

tais como a Jerónimo Martins, Mota-<br />

Engil, Sonae ou Prebuild, oferece um<br />

quadro aliciante ao investimento, pelas<br />

perspectivas sustentadas de longoprazo,<br />

rule-of-law e igualdade de tratamento<br />

do investidor estrangeiro.<br />

Na vertente do comércio externo as oportunidades<br />

despontam, embora a partir<br />

de uma base mais baixa, essencialmente<br />

por três forças de razão: (1) o poder<br />

de compra é limitado, situando-se o PIB<br />

per capita sensivelmente em um terço do<br />

português e com repartição muito desigual.<br />

Na prática, para bens de consumo<br />

o mercado alvo será empiricamente de<br />

10 milhões de consumidores para produtos<br />

“Made in <strong>Portugal</strong>” e não mais de<br />

dois milhões para as Marcas portuguesas.<br />

E, neste caso, há que contar com a<br />

facilidade com que o consumidor afluente<br />

vai duas ou três vezes por ano fazer<br />

compras aos EUA. (2) O mercado está<br />

fragmentado por diversas cidades, com<br />

logística deficiente entre si, uma cadeia<br />

de intermediação extensa e um PVP que<br />

é frequentemente o dobro de mercados<br />

mais eficientes; e (3) existe uma concorrência<br />

directa forte de parceiros históricos<br />

tais como EUA, Chile, Espanha ou Brasil.<br />

Procurando tornar clara a mensagem<br />

para o exportador, haverá mercado<br />

para quase todos os produtos e serviços,<br />

embora para bens de consumo o<br />

mercado seja muitas vezes de um tamanho<br />

bem mais pequeno do que se<br />

imagina. A título de exemplo, apesar<br />

da influência histórica espanhola, num<br />

mercado de 47 milhões de consumidores,<br />

em 2012, não se importou sequer<br />

8 milhões de euros em azeite ou 35 milhões<br />

de euros em vinho!<br />

“A Colômbia conquistou<br />

merecidamente o estatuto<br />

de ‘investment grade’ e,<br />

conforme bem o entenderam<br />

grupos tais como a<br />

Jerónimo Martins, Mota-<br />

Engil, Sonae ou Prebuild,<br />

oferece um quadro aliciante<br />

ao investimento, pelas<br />

perspectivas sustentadas de<br />

longo-prazo, ‘rule-of-law’ e<br />

igualdade de tratamento do<br />

investidor estrangeiro.”<br />

O mesmo não sucede com os bens<br />

de equipamento, por exemplo, em<br />

sectores em que a Colômbia é muito<br />

forte – como sejam a indústria extractiva<br />

e a energia – ou dá mostras de


grande volume de negócio num futuro<br />

próximo, como as agro-indústrias,<br />

o sector da saúde, telecomunicações,<br />

etc., em que os agentes têm dimensão<br />

relevante. Evoluindo de produto para<br />

serviço, ou para produto com necessidade<br />

de assistência, é imperiosa uma<br />

presença mais chegada, que pode em<br />

muitos casos implicar a abertura de<br />

uma estrutura permanente, nem que<br />

seja um escritório de representação.<br />

Esta situação está já patente em casos<br />

como os da Saphety, da Tabique ou da<br />

Saraiva + Associados. Se tivessemos<br />

de sintetizar numa característica apenas,<br />

a Colômbia seria uma espécie de<br />

“Brasil acessível”. O empresário que<br />

provou ter argumentos competitivos<br />

para operar no Brasil, encontrará na<br />

Colômbia uma facilidade muito maior,<br />

um caminho mais aberto e uma dimensão<br />

relativa mais compatível.<br />

Por todos os negócios iniciados ao<br />

longo de sucessivas missões que pontuaram<br />

2012 e 2013, é muito natural<br />

“Procurando tornar clara a<br />

mensagem para o exportador,<br />

haverá mercado para quase<br />

todos os produtos e serviços,<br />

embora para bens de consumo<br />

o mercado seja muitas vezes<br />

de um tamanho bem mais<br />

pequeno do que se imagina.”<br />

que se assista a um incremento sustentado<br />

das nossas exportações. Mas,<br />

sendo realistas, se as exportações podem<br />

continuar a crescer acima de 30<br />

por cento, ainda vão tardar 4-5 anos<br />

a atingir sequer os 100 milhões de<br />

euros. Ao mesmo tempo, o investimento<br />

directo e as receitas geradas<br />

no próprio mercado deverão dar no<br />

mesmo intervalo saltos muito maiores.<br />

Entre aquilo que se conhece e<br />

o que possa vir a somar-se, o stock<br />

de capital investido pode no mesmo<br />

horizonte temporal atingir facilmente<br />

os mil milhões de euros. É decididamente<br />

um mercado em que o IDPE é<br />

recomendável.<br />

Alguns conselhos úteis<br />

Quem vier para este mercado, sentirá,<br />

como em poucos outros países, uma<br />

empatia quase instantânea com os<br />

colombianos. Compreenda, porém,<br />

que o empresário português não foi<br />

o primeiro a descobrir a Colômbia. Eis<br />

algumas recomendações que pode<br />

ter em conta:<br />

• Registo cultural e de práticas de negócios<br />

muito semelhantes a <strong>Portugal</strong>.<br />

Recomenda-se franqueza sem<br />

ingenuidade;<br />

• Elites muito bem preparadas, com<br />

competência empresarial e técnica<br />

e forte blindagem social;<br />

• Espírito fortemente corporativo,<br />

alicerçado quer em Clubes Sociais<br />

e Empresariais, quer em Grémios<br />

sectoriais ou regionais;<br />

• País a várias velocidades, em que a<br />

materialização das expectativas ocorre<br />

muitas vezes a um ritmo frustrante.<br />

Quem tem poder não tem pressa,<br />

quem tem pressa não tem poder;<br />

• Deixe os seus preconceitos em casa<br />

e reconheça que o que o traz à<br />

Colômbia é o lado positivo do país<br />

que cresce;<br />

• Faça previamente o seu trabalho<br />

de casa, analisando o mercado e<br />

seleccionando de antemão potenciais<br />

parceiros. Procure o mais<br />

possível informar-se, nomeadamente<br />

on-line, e tente organizar<br />

videoconferências com alguns potenciais<br />

parceiros antes de partir;<br />

• Planeie a realização da visita com<br />

2-3 meses de antecedência e procure<br />

ir fechando as agendas a duas<br />

MERCADOS<br />

semanas da chegada. Mas preparese<br />

para que muitas confirmações só<br />

sejam efectuadas de véspera. Se tiver<br />

um consultor local a apoiá-lo nos<br />

agendamentos, deve compreender<br />

que as agendas podem ir sofrendo<br />

alterações até ao último minuto;<br />

• Evite os períodos da Páscoa, Dezembro<br />

e Janeiro, e estude o calendário<br />

para não coincidir com feriados;<br />

• Não espere encontrar um mercado<br />

virgem e livre de competidores. Todos<br />

buscam o “Eldorado”, como a<br />

Colômbia sempre foi conhecida. E<br />

como em qualquer mercado com<br />

o qual não se está familiarizado, as<br />

questões burocráticas levam sempre<br />

mais tempo do que seria de esperar;<br />

• Aproveite o tempo para se reunir e<br />

conversar com o maior número possível<br />

de pessoas – como na maioria<br />

dos países da América Latina, os<br />

negócios fazem-se através de relacionamentos<br />

amadurecidos ou por<br />

“recomendações vindas de cima”;<br />

• Faça uma abordagem de longo prazo,<br />

mas dê-lhe a flexibilidade necessária<br />

para se adaptar às circunstâncias<br />

e oportunidades do momento;<br />

• Procure sempre obter aconselhamento<br />

independente, profissional<br />

e jurídico de boa qualidade;<br />

• Não se esqueça de levar a cabo a<br />

due dilligence em termos de contratos<br />

e parceiros.<br />

Para mais informações sobre o mercado<br />

da Colômbia, consulte http://<br />

www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx<br />

.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 33


MERCADOS<br />

Oportunidades para as<br />

empresas portuguesas<br />

Da mesma forma que o empresário colombiano<br />

olha para <strong>Portugal</strong> num contexto<br />

europeu, faz sentido olhar para<br />

esta região numa perspectiva de um<br />

mercado vasto que se estende do Chile<br />

ao Peru, Colômbia e Panamá, totalizando<br />

100 milhões de consumidores<br />

em economias com um horizonte largo<br />

e promissor. Este mercado é aliciante a<br />

ponto de recomendar o investimento,<br />

até porque é logisticamente complexo.<br />

Em contrapartida, o potencial de<br />

exportação será sempre mais limitado,<br />

pelos factores anteriormente expostos.<br />

<strong>Portugal</strong>, politica e empresarialmente<br />

goza de um reconhecimento muito favorável<br />

do governo e dos empresários<br />

colombianos, sendo esta uma vantagem<br />

a explorar de forma acentuada.<br />

A importância que este “bloco económico”<br />

representa depende em muito<br />

de uma abordagem consistente, e não<br />

oportunista que as empresas portuguesas<br />

queiram tomar. Certamente que o<br />

processo ganhará um forte ímpeto a<br />

partir do momento em que o fluxo se<br />

faça nos dois sentidos e, nesse sentido,<br />

nada melhor do que uma ligação<br />

aérea directa, fomentando turismo<br />

de negócios na que assim se tornaria<br />

34 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

uma porta natural de entrada na Europa.<br />

Empresas de maior dimensão, em<br />

sectores como o mineiro, agrícola e<br />

agro-industrial poderão redescobrir as<br />

oportunidades de uma plataforma em<br />

<strong>Portugal</strong> para aceder à Europa e também<br />

à África de expressão portuguesa.<br />

Convém recordar que o grupo Santo<br />

Domingo, conglomerado de grande<br />

“<strong>Portugal</strong>, politica e<br />

empresarialmente, goza de<br />

um reconhecimento muito<br />

favorável do governo e dos<br />

empresários colombianos,<br />

sendo esta uma vantagem<br />

a explorar de forma<br />

acentuada.”<br />

tradição na Colômbia, chegou a ter<br />

uma posição de controlo na Central de<br />

Cervejas (Centralcer) e o balanço que<br />

faz desse investimento é positivo.<br />

Pela sua riqueza humana e territorial<br />

existem oportunidades em todos os<br />

sectores e recantos deste extenso país.<br />

Entre 2012 e 2013, cerca de 500 empresas<br />

portuguesas terão feito missões<br />

exploratórias ao país, das quais resultou<br />

já a abertura de aproximadamente<br />

30 estruturas locais. Começa a haver<br />

um núcleo duro a partir do qual a expansão<br />

se torna mais fácil.<br />

As oportunidades maiores obrigam a<br />

esforço de capital e presença local:<br />

• utilities, indústrias básicas e extractivas<br />

ou fornecedores first-tier das mesmas;<br />

• turismo e hotelaria, até aqui concentrado<br />

nas principais cidades e longe<br />

de dar resposta ao potencial turístico<br />

do pais;<br />

• agro-indústria, concretizando o tremendo<br />

potencial do país para se tornar<br />

um Chile de outra dimensão;<br />

• construção e obras-públicas: apenas<br />

para quem tenha uma competência<br />

técnica e empresarial acima da média;<br />

• bens de equipamento e bens duradouros,<br />

para uma indústria que se<br />

reequipa ou um consumidor que ascende<br />

à classe média;<br />

• tecnologias de informação: assentes<br />

em produto com credenciais internacionais<br />

e não em serviço;<br />

• cluster da saúde: farmacêutica, dispositivos<br />

e consumíveis, TIC na saúde;<br />

• retalho especializado: calçado, mais<br />

do que moda, desporto, restauração.<br />

Ainda em nicho de mercado são de referir<br />

os seguintes sectores: fileira-casa, calçado<br />

em couro, têxteis-lar, vinho e azeite.<br />

Neste contexto, as perspectivas para o<br />

futuro são seguramente boas, já que<br />

parece que descobrimos um parente<br />

distante com o qual temos grandes afinidades.<br />

Ao longo dos próximos dois anos<br />

prevemos um estreitamento acelerado<br />

de relações com o Bloco Andino, tomando<br />

a Colômbia um lugar de destaque.<br />

Recomendamos consistência e perseverança<br />

na abordagem, e nunca em forma<br />

de moda passageira e cara. Haverá naturalmente<br />

um processo selectivo, porque<br />

a Colômbia ainda não é o Eldorado e é<br />

um mercado competitivo.<br />

Escritório da AICEP<br />

em Bogotá<br />

Torre Sancho, Calle 98 nº 9<br />

03 Oficina 906, Bogotá<br />

República da Colômbia<br />

Tel.: +571 622 16 49 / 622 1652<br />

Fax: +571 236 52 69<br />

miguel.crespo@portugalglobal.pt


COLÔMBIA<br />

A CERTEZA DE UM DESAFIO<br />

>POR JOÃO RIBEIRO DE ALMEIDA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA COLÔMBIA<br />

O ano de 2013 está a ser especialmente<br />

importante para o relacionamento<br />

<strong>Portugal</strong>/Colômbia nas suas mais diversas<br />

vertentes. A visita de Estado que o<br />

Presidente da República efetuou à Colômbia<br />

em meados do passado mês de<br />

abril foi o corolário duma parceria privilegiada<br />

e de um período rico no reforço<br />

das relações bilaterais.<br />

Antes, em novembro de 2012, receberamos<br />

a visita do Presidente Juan Manuel<br />

Santos a Lisboa e, em junho do<br />

mesmo ano, o Primeiro-ministro visitara<br />

igualmente Bogotá. Paralelamente,<br />

o Ministro de Estado e dos Negócios<br />

Estrangeiros deslocara-se também por<br />

diversas vezes à capital da Colômbia.<br />

Atualmente a Colômbia constitui, portanto,<br />

um importante parceiro de <strong>Portugal</strong><br />

na América Latina e Caraíbas. Este<br />

relacionamento vinha, aliás, conhecendo<br />

nos últimos anos um dinamismo<br />

sem precedentes nas várias vertentes<br />

da cooperação bilateral: à excelência da<br />

relação político-diplomática, que faz da<br />

Colômbia um dos nossos principais alia-<br />

MERCADOS<br />

dos no espaço ibero-americano, juntase<br />

a parceria económica e a componente<br />

cultural que registou um relevante<br />

impulso por ocasião da edição 2013 da<br />

Feira do Livro de Bogotá (FILbo), durante<br />

a qual <strong>Portugal</strong> foi o convidado de honra,<br />

a pedido das autoridades colombianas.<br />

A participação portuguesa na FILbo<br />

2013 foi unanimemente considerada<br />

um êxito, após um enorme esforço e investimento<br />

português em apresentar-se<br />

de forma condigna num dos certames<br />

culturais mais importantes da América<br />

Latina e que permitiu que os colombianos<br />

ficassem a conhecer melhor o<br />

nosso país, exatamente num domínio, o<br />

cultural, em que porventura estávamos<br />

(ainda) bastante afastados.<br />

Sob o lema do Mar, o pavilhão de <strong>Portugal</strong><br />

na FILbo foi uma mostra literária<br />

em que trouxemos o melhor que temos:<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 35


MERCADOS<br />

escritores, ilustradores, editores, intelectuais,<br />

músicos e outras personalidades<br />

formaram uma verdadeira Embaixada<br />

que mostrou em Bogotá, entre 18 de<br />

abril e 2 de maio passados, o dinamis-<br />

“A visita de Estado que o<br />

Presidente da República<br />

efetuou à Colômbia em<br />

meados do passado mês de<br />

abril foi o corolário duma<br />

parceria privilegiada e de um<br />

período rico no reforço das<br />

relações bilaterais.”<br />

mo, a inovação e a contemporaneidade<br />

da cultura portuguesa. O orgulho que<br />

senti, recém-chegado à Colômbia como<br />

responsável da nossa Missão diplomática,<br />

foi indescritível, ao me serem constantemente<br />

transmitidos elogios e comentários<br />

sobremaneira positivos sobre<br />

a presença portuguesa na Filbo 2013.<br />

O reforço das relações luso-colombianas<br />

reflete pois uma natural e já antiga em-<br />

36 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

patia existente entre os dois povos. E os<br />

portugueses que queiram aqui investir,<br />

trabalhar ou viver dar-se-ão conta rapidamente<br />

da facilidade de relacionamento<br />

com os colombianos, com quem aliás<br />

temos inúmeras afinidades, quer de caráter,<br />

quer na forma como interagimos.<br />

Este aspeto é uma evidente mais-valia<br />

sempre que queremos aprofundar a<br />

nosso relacionamento, seja em que área<br />

for, com esta nobre gente.<br />

Profundamente afetada por quase 50<br />

anos de guerrilhas que assolaram o seu<br />

território, a Colômbia tenta, através de<br />

um processo de paz que decorre em<br />

Havana, normalizar a sua vida político-social<br />

e merece que o conjunto da<br />

comunidade internacional a ampare e<br />

apoie neste desígnio. <strong>Portugal</strong> estará<br />

na linha da frente neste apoio!<br />

A economia colombiana é já a 4ª maior<br />

da América Latina e a 29ª a nível mundial,<br />

sendo possível que, nos próximos 5<br />

anos, passe ao terceiro lugar entre as latino-americanas<br />

(com médias de crescimento<br />

PIB entre 4,5 e 5 por cento). País<br />

populoso e rico em recursos naturais e<br />

em biodiversidade, conseguiu superar<br />

praticamente ileso a crise económica<br />

e financeira mundial e encontra-se a<br />

crescer a bom ritmo. A chave para este<br />

sucesso, que permite à Colômbia apresentar-se<br />

como um modelo para países<br />

emergentes num contexto de crise económica<br />

global, reside sobretudo na sua<br />

sólida governabilidade, na estabilidade<br />

política, numa segurança jurídica plena<br />

e, consequentemente, num baixo risco<br />

dos investimentos. Lembro que é considerada<br />

pelo Banco Mundial o primeiro<br />

país latino-americano em matéria de<br />

proteção de investimentos e isto apesar<br />

de alguns problemas estruturais que<br />

persistem nesta sociedade, como uns<br />

índices de pobreza ainda excessivamente<br />

altos, ou a questão supra mencionada<br />

da guerra.<br />

Tudo visto, a Colômbia é uma terra de<br />

oportunidades que merece pelo menos<br />

uma visita para melhor aferir delas. A<br />

Embaixada de <strong>Portugal</strong> em Bogotá tem<br />

recebido inúmeras missões de prospeção<br />

por parte agentes económicos e<br />

“A economia colombiana é já<br />

a 4ª maior da América Latina<br />

e a 29ª a nível mundial, sendo<br />

possível que, nos próximos 5<br />

anos, passe ao terceiro lugar<br />

entre as latino-americanas<br />

(com médias de crescimento<br />

PIB entre 4,5 e 5 por cento).”<br />

empresariais que começam a olhar para<br />

este país com um interesse crescente.<br />

Por outro lado, já temos aqui instalado<br />

um grupo significativo de empresas do<br />

nosso país. Cabe-nos ajudar no que for<br />

possível e abrir os corredores institucionais/oficiais<br />

que se estimem oportunos,<br />

se for caso disso, bem como conceder o<br />

apoio através do Escritório Comercial da<br />

Embaixada nas mais diversas vertentes.<br />

O desafio para um agente económico<br />

português que é, logo à partida, um<br />

país como a Colômbia, terá pelo menos<br />

como contraponto a certeza e o conforto<br />

de que será por esta Embaixada enquadrado,<br />

apoiado e acarinhado.<br />

Nota: Este artigo é escrito de acordo com a nova grafia


COLÔMBIA TEM POTENCIAL<br />

PARA A VISION-BOX<br />

Fundada em 2001, a Vision-Box ® é líder<br />

no fornecimento de soluções electrónicas<br />

de identidade, gestão de segurança<br />

inteligente e sistemas de controlo de<br />

fronteira automatizados, que usam padrões<br />

compatíveis com o ICAO.<br />

A empresa portuguesa opera fronteiras<br />

automatizadas em mais de 30 aeroportos<br />

internacionais e tem mais de 3.000<br />

sistemas de identidade electrónicos implantados<br />

em todo o mundo.<br />

Na Colômbia a Vision-Box instalou dois<br />

ABC eGates (vb i-match ® ) no aeroporto<br />

de El Dorado para o controlo automatizado<br />

de fronteiras, sendo o registo<br />

dos passageiros frequentes efectuado<br />

através de uma estação de registo, vb<br />

e-pass dektop ® . Segundo fonte da empresa,<br />

a principal vantagem deste projecto<br />

passa por facilitar a passagem da<br />

fronteira, diminuindo significativamente<br />

o tempo que é passado em filas e<br />

aumentando substancialmente a experiência<br />

do passageiro.<br />

De acordo com a mesma fonte, este<br />

primeiro projecto teve uma dimensão<br />

reduzida e um impacto pouco significativo<br />

nos resultados da empresa, mas<br />

existe o potencial de o alargar a outros<br />

aeroportos colombianos. Nesse sentido,<br />

a estratégia da Vision-Box para o<br />

mercado colombiano será continuar a<br />

apostar na identificação de oportunidades<br />

e implementação de projectos<br />

de valor acrescentado.<br />

MERCADOS<br />

Líder no fornecimento de soluções e sistemas de controlo de fronteiras<br />

automatizados, a Vision-Box está presente no aeroporto de Bogotá, El Dorado, num<br />

primeiro projecto a que se poderão seguir outros.<br />

A Vision-Box tem actualmente uma<br />

presença global no mercado internacional.<br />

A América Latina e a Ásia são os<br />

mercados prioritários e aqueles onde a<br />

empresa portuguesa considera que o<br />

seu crescimento será mais significativo<br />

nos próximos anos.<br />

Vision-Box<br />

Rua Casal do Canas, 2<br />

Zona Industrial de Alfragide<br />

2790-204 Carnaxide - <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 21 154 3900<br />

Fax: +351 21 154 3901<br />

info@vision-box.com<br />

www.vision-box.com<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 37


MERCADOS<br />

SARAIVA + ASSOCIADOS<br />

COM FORTE PRESENÇA NA COLÔMBIA<br />

O atelier de arquitectura, planeamento urbano e design Saraiva + Associados é<br />

uma das empresas portuguesas que apostou na Colômbia para a sua expansão<br />

internacional. A carteira de projectos da empresa ascende já a 1,6 milhões de euros<br />

neste mercado.<br />

De acordo com fonte da empresa, o<br />

envolvimento da Saraiva + Associados<br />

com a Colômbia começou com um<br />

estudo da sua interacção com o continente<br />

sul-americano, feito a partir<br />

de <strong>Portugal</strong> e em estreita colaboração<br />

com instituições públicas colombianas.<br />

Posteriormente, e durante o ano de<br />

2011, foram feitas visitas à Colômbia<br />

com o objectivo de iniciar contactos e<br />

analisar o mercado local.<br />

“À semelhança do que acontece noutros<br />

casos de expansão internacional,<br />

entendemos que o mercado colom-<br />

38 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

biano não se compadece com um trabalho<br />

exclusivamente desenvolvido a<br />

partir de Lisboa, pelo que decidimos<br />

abrir um escritório em Bogotá, sede<br />

da empresa constituída, cujo capital<br />

é participado por accionistas colombianos.<br />

Somos, assumidamente, uma<br />

empresa colombiana que, com colombianos<br />

nos seus quadros, projecta<br />

com garantia de inovação, qualidade<br />

e cumprimento de prazos. Beneficiamos,<br />

ainda, do permanente suporte<br />

da sede do grupo em Lisboa, onde se<br />

realiza a concepção de cada projecto<br />

e o seu acompanhamento ao longo de<br />

todo o processo”, afirma José Miguel<br />

Vieira Neves, sócio e presidente da<br />

S+A Colômbia.<br />

Para este responsável, a “estabilidade<br />

fiscal, jurídica e política, uma elevada<br />

capacidade económica e financeira,<br />

uma receptividade invulgar ao investimento<br />

estrangeiro e uma população<br />

hospitaleira, com características semelhantes<br />

à portuguesa, são factores<br />

que contribuíram para uma rápida integração<br />

social e profissional tornando<br />

possível o desenvolvimento e concretização<br />

de projectos”.


Entre os vários projectos em curso<br />

na S+A Colômbia, destaca-se o recentemente<br />

inaugurado Avianca Vip<br />

Lounge, o novo espaço da companhia<br />

aérea colombiana no Aeroporto Internacional<br />

El Dorado. Com base nos<br />

valores da companhia aérea – inovação,<br />

criatividade e modernidade – o<br />

Avianca Vip Lounge, com uma área<br />

de 2.000 metros quadrados, é já uma<br />

referência neste tipo de equipamentos.<br />

O valor da actual carteira da S+A<br />

Colômbia (valor de projectos adjudicados)<br />

ascende a aproximadamente<br />

1.615.560 euros.<br />

A Saraiva + Associados foi fundada em<br />

1996, em Lisboa, pelo arquitecto Miguel<br />

Saraiva e conta com cerca de 80<br />

profissionais com elevadas competências<br />

nas diversas áreas de projecto.<br />

A internacionalização da S+A teve início<br />

em 2004, afirmando-se com base<br />

na experiência e no saber adquiridos e<br />

através de uma adaptação à especificidade<br />

de cada novo mercado. Actualmente,<br />

para além da Colômbia, a S+A<br />

detém ateliers e estruturas próprias na<br />

Argélia (Oran), no Brasil (S. Paulo), na<br />

China (Pequim), no Cazaquistão (Alma-<br />

MERCADOS<br />

ty), na Guiné Equatorial (Malabo) e em<br />

<strong>Portugal</strong> (Lisboa e Funchal). Os ateliers<br />

internacionais, contudo, mantêm uma<br />

permanente e estreita colaboração<br />

com o atelier fundador em Lisboa.<br />

Recentemente foi operacionalizada a<br />

actividade nos Emirados Árabes Unidos,<br />

com a abertura da S+A em Abu<br />

Dhabi. Em 2013 prevê-se o estabelecimento<br />

da S+A na Malásia e Singapura.<br />

Adicionalmente, através de uma dinâmica<br />

actividade de exportação, a S+A<br />

tem vindo a actuar em Angola, Cabo<br />

Verde, Costa do Marfim, Gabão, Gana,<br />

Guiné Conacri, Marrocos, Moçambique,<br />

Nigéria, Rússia, Senegal, Azerbaijão,<br />

Turquia e Turquemenistão.<br />

Segundo a mesma fonte, os principais<br />

factores de competitividade da empresa<br />

são o rigor técnico, a orientação<br />

para o cliente, o cumprimento de prazos<br />

e a qualidade conceptual. Refirase<br />

também que o portfólio do atelier<br />

apresenta uma grande multiplicidade<br />

de projectos que, para além de criatividade<br />

e inovação, incorporam uma<br />

notável diversidade cultural.<br />

Em 2012, pelo segundo ano consecutivo,<br />

a Saraiva + Associados foi integrada<br />

em duas categorias do ranking mundial<br />

de arquitectura WA100 (World Architecture<br />

Top 100), ocupando a 6ª e 9ª<br />

posições em África, América do Sul e<br />

Central, respectivamente, o que traduz<br />

um expressivo reconhecimento<br />

do trabalho desenvolvido pela Saraiva<br />

+ Associados no mercado global para<br />

o qual contribui a aposta realizada no<br />

mercado colombiano.<br />

Miguel Saraiva<br />

& Associados<br />

Arquitectura e Urbanismo, S.A.<br />

Av.Infante Santo, 69 a-c<br />

1350-177 Lisboa - <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 213 939 340/9<br />

+351 217 120 510<br />

Fax: +351 217 120 511<br />

www.saraivaeassociados.com<br />

Colômbia<br />

Carretera 11ª, n. 93 A-22<br />

Oficina 405<br />

Bogotá<br />

Tel.: +571 321 477 92 31<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 39


MERCADOS<br />

SAPHETY<br />

APOSTA FORTE NO MERCADO<br />

DA AMÉRICA LATINA<br />

A Saphety é uma empresa de base tecnológica, do grupo Sonae, que desde logo<br />

definiu a internacionalização como vector estratégico para o seu crescimento. Está<br />

presente na Colômbia com a Saphety Soluciones Electronicas, no âmbito de um<br />

investimento que deverá ascender a um milhão de euros.<br />

A Saphety actua essencialmente em três<br />

áreas: soluções Purchase-to-Pay (P2P),<br />

responsáveis pela automatização dos processos<br />

de compra (SaphetyBuy), de contratação<br />

(SaphetyGov) e de facturação<br />

(SaphetyDoc) das empresas e de governos<br />

(B2G); operador global de EDI (Electronic<br />

Data Interchange) e factura electrónica,<br />

através da plataforma SaphetyDoc <strong>Global</strong><br />

Network; e soluções de sincronização de<br />

dados e multimédia (SaphetySync) para<br />

as entidades GS1 (<strong>Global</strong> Standards 1),<br />

responsáveis pela emissão dos códigos de<br />

barras e definição de standards em diversos<br />

sectores da actividade económica.<br />

A empresa definiu desde logo a internacionalização<br />

como vector estratégico do<br />

seu crescimento. Actualmente, através da<br />

plataforma SaphetyDoc <strong>Global</strong> Network,<br />

a Saphety é responsável pela prestação<br />

de serviços a mais de 6.800 empresas em<br />

cerca de 20 países, que permite simplificar<br />

e automatizar a troca de quaisquer<br />

documentos comerciais entre parceiros<br />

de negócio, tornando o processo isento<br />

de papel, com redução significativa de erros<br />

humanos e consequentemente com<br />

uma diminuição muito significativa de<br />

custos operacionais para as empresas.<br />

Como explica João Pereira, Chief International<br />

Development da Saphety, a nova<br />

legislação emitida por governos em diversos<br />

países permite (e em alguns casos<br />

obriga) a troca electrónica de facturas<br />

com valor legal entre empresas. A facturação<br />

electrónica torna-se assim numa<br />

oportunidade muito importante de negócio<br />

à escala mundial, no qual a Sa-<br />

40 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

phety pretende ter uma fatia importante.<br />

Embora a plataforma seja disponibilizada<br />

como SaaS, a operação implica, na maior<br />

parte dos casos, uma presença local, no<br />

país onde o serviço é prestado.<br />

A Saphety actua directamente, com escritórios<br />

próprios, em <strong>Portugal</strong>, Espanha,<br />

Brasil e Colômbia e através de parceiros<br />

no México, nos três países bálticos, no<br />

Cazaquistão e no Quénia. De acordo<br />

com o mesmo responsável, é objectivo<br />

da empresa fortalecer a sua presença na<br />

América Latina, nos países do Leste da<br />

Europa e iniciar a prestação de serviços<br />

na região APAC (Ásia - Pacífico) e Mé-<br />

dio Oriente, através de parcerias ou da<br />

abertura de escritórios próprios.<br />

Quanto à aposta na Colômbia, João Pereira<br />

afirma que o mercado da América<br />

Latina é estratégico para a empresa. “É<br />

imenso, a maior parte dos países apresenta<br />

um forte crescimento e um contexto<br />

de risco razoável, com algumas excepções,<br />

uma aposta fortíssima no comércio<br />

eletrónico B2B, tendo governos de vários<br />

países da região tomado a decisão de tornar<br />

a facturação electrónica, com valor<br />

legal, obrigatória entre as empresas. Por<br />

outro lado, as organizações GS1 dos diferentes<br />

países têm mostrado uma dinâmi-


ca muito forte na definição de serviços<br />

de valor acrescentado, principalmente<br />

para os sectores do retalho e da saúde”,<br />

aponta.<br />

A Saphety não podia ser alheia a este<br />

contexto na sua estratégia de internacio-<br />

“É objectivo da Saphety<br />

fortalecer a sua presença na<br />

América Latina, nos países<br />

do Leste da Europa e iniciar<br />

a prestação de serviços na<br />

região APAC (Ásia - Pacífico)<br />

e Médio Oriente, através de<br />

parcerias ou da abertura de<br />

escritórios próprios.”<br />

nalização. Já com uma presença directa<br />

no Brasil e uma parceria no México, a<br />

empresa procurou um outro mercado<br />

que pudesse potenciar uma presença importante<br />

e um crescimento sustentado.<br />

“A Colômbia surgiu-nos como um<br />

mercado muito aberto ao investimento<br />

estrangeiro, pouco burocrático, com<br />

um capital humano muito profissional,<br />

apresentando um forte crescimento<br />

económico e, no ponto de vista da<br />

nossa actividade, um mercado ainda<br />

emergente mas já atento e com um conhecimento<br />

claro das vantagens da implementação<br />

das nossas soluções. Por<br />

último, encontrámos uma oferta concorrencial<br />

muito concentrada, favorável<br />

à entrada de um novo ‘player’ com soluções<br />

inovadoras”, adianta João Pereira.<br />

“A decisão de abrir uma<br />

empresa na Colômbia foi<br />

tomada de uma forma<br />

célere, após uma visita de<br />

uma semana ao país e de<br />

um estudo de mercado que<br />

revelou um forte potencial<br />

de negócio.”<br />

A decisão de abrir uma empresa na Colômbia<br />

foi tomada de uma forma célere,<br />

após uma visita de uma semana ao país<br />

e de um estudo de mercado que revelou<br />

um forte potencial de negócio. Nesta visita,<br />

a Saphety contou com o apoio do<br />

escritório da AICEP em Bogotá, em concreto<br />

do seu responsável Miguel Crespo,<br />

que “nos ajudou imenso neste nosso<br />

processo e ao qual agradecemos profundamente”,<br />

sublinha a mesma fonte.<br />

A Saphety Soluciones Electronicas opera<br />

nos escritórios em Bogotá há cerca<br />

de dois meses e meio, prevendo-se que<br />

o investimento da Saphety na América<br />

Latina ascenda a um milhão de euros.<br />

A empresa tem-se posicionado principalmente<br />

como operador de EDI e factura<br />

electrónica, nos sectores do retalho<br />

e com os produtos SaphetySync. Já com<br />

três importantes clientes e com um posicionamento<br />

inovador reconhecido no<br />

mercado, a Saphety espera consolidar a<br />

sua actividade até ao primeiro trimestre<br />

de 2014, prevendo um forte crescimento<br />

nas vendas no próximo ano. A equipa,<br />

constituída actualmente por duas<br />

pessoas, irá acompanhar o crescimento<br />

do negócio, acrescenta o Chief International<br />

Development da Saphety.<br />

A Saphety é um dos principais players<br />

mundiais na sincronização de informação<br />

relativa a dados e imagens de<br />

produtos entre fornecedores e compradores,<br />

tendo como objectivo alcançar<br />

MERCADOS<br />

uma posição de liderança nos próximos<br />

anos. Os clientes são principalmente as<br />

entidades GS1 existentes em cada país.<br />

Através dos produtos pertencentes à<br />

gama SaphetySync, estas organizações<br />

estabelecem a interligação de milhares<br />

de empresas pertencentes a uma determinada<br />

cadeia de valor, garantindo<br />

a sincronização de informação entre<br />

elas. Com um forte posicionamento<br />

nos países nórdicos e em <strong>Portugal</strong>, a<br />

Saphety tem como objectivo fortalecer<br />

a sua presença na Europa e conquistar<br />

outras regiões como a América Latina e<br />

APAC. Ainda segundo a mesma fonte,<br />

as sinergias de negócio existentes entre<br />

SaphetyDoc <strong>Global</strong> Network e Saphe-<br />

tySync irão acelerar a presença da empresa<br />

à escala mundial.<br />

Saphety<br />

Rua Viriato, nº13, 6º<br />

1050-233 Lisboa, <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 210 114 640<br />

Fax: +351 210 192 501<br />

info@saphety.com<br />

www.saphety.com<br />

COLÔMBIA<br />

World Trade Center,<br />

Calle 100 Nº8A-49, Torre B PH<br />

Room 25, Bogotá<br />

Tel.: (+57-1) 64 67136<br />

comercial.colombia@saphety.com<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 41


MERCADOS<br />

RELACIONAMENTO ECONÓMICO<br />

PORTUGAL – COLÔMBIA<br />

A Colômbia tem uma importância relativa enquanto cliente dos bens portugueses,<br />

mas tem vindo a despertar o interesse dos empresários portugueses sobretudo a nível<br />

de investimento directo.<br />

O peso da Colômbia no comércio externo<br />

português apenas tem tido algum<br />

significado na vertente de fornecedor,<br />

posicionando-se na 29ª posição<br />

em 2012 (38ª em 2008). Na qualidade<br />

de cliente, a importância relativa do<br />

mercado tem sido claramente irrelevante,<br />

embora tenha melhorado,<br />

ocupando a 64ª posição em 2012 (66ª<br />

posição em 2008).<br />

42 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

A balança comercial bilateral é tradicionalmente<br />

desfavorável a <strong>Portugal</strong> devido<br />

à importação quase exclusiva de um único<br />

grupo de produtos: os combustíveis<br />

minerais. Por esse motivo, o coeficiente<br />

de cobertura das importações pelas exportações<br />

apresenta valores muito baixos<br />

(10 por cento em 2012). Depois de uma<br />

quebra da taxa de cobertura em 2011,<br />

verificou-se uma melhoria em 2012, em<br />

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS<br />

2008 2009 2010 2011 2012<br />

Var % a<br />

12/08<br />

2012 Jan/<br />

Maio<br />

2013 Jan/<br />

Maio<br />

Exportações 18.188 6.586 13.192 18.774 28.176 32,2 12.119 13.568 12,0<br />

Importações 202.761 103.217 100.562 246.601 281.831 27,0 132.830 81.212 -38,9<br />

Saldo -184.573 -96.632 -87.370 -227.827 -253.656 -- -120.711 -67.644 --<br />

Coef. Cobertura (%) 9,0% 6,4% 13,1% 7,6% 10,0% -- 9,1% 16,7% --<br />

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros<br />

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2012-2013<br />

2008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados preliminares 3ª revisão; 2013: resultados preliminares 1º apuramento<br />

linha com um aumento das exportações<br />

muito significativo (50 por cento). Esse<br />

facto pode indicar um maior interesse<br />

por parte das empresas portuguesas neste<br />

mercado, muito embora, em termos<br />

absolutos, os valores das exportações e<br />

das importações não sejam comparáveis.<br />

Já este ano, de Janeiro a Maio, verificase<br />

um aumento das exportações em 12<br />

Var % b<br />

13/12


por cento face a período idêntico de<br />

2012, enquanto as importações diminuíram<br />

quase 39 por cento.<br />

Segundo os dados do INE e numa<br />

breve análise à estrutura sectorial das<br />

exportações portuguesas em 2012, é<br />

possível constatar a concentração que<br />

se verifica nos grupos de produtos das<br />

máquinas e aparelhos, dos metais comuns,<br />

dos produtos químicos e dos<br />

plásticos borracha, cuja representatividade<br />

no total das nossas vendas atingiu<br />

84,1 por cento em 2012.<br />

A evolução da representatividade destes<br />

quatro grupos de produtos no último<br />

ano deve-se, sobretudo, aos acréscimos<br />

verificados nos metais comuns<br />

(31,7 por cento das exportações totais)<br />

e nas máquinas e aparelhos (33,8 por<br />

cento), que aumentaram, respectivamente,<br />

447,5 por cento e 95,3 por<br />

cento face a 2011.<br />

Já em 2013, no período em referência,<br />

os principais grupos de produtos exportados<br />

foram as máquinas e aparelhos,<br />

os metais comuns, os plásticos e<br />

borracha e os veículos e outro material<br />

“A balança comercial<br />

bilateral é tradicionalmente<br />

desfavorável a <strong>Portugal</strong><br />

devido à importação quase<br />

exclusiva de um único grupo<br />

de produtos: os combustíveis<br />

minerais.”<br />

de transporte, este último com um aumento<br />

de 291,4 por cento face a 2012.<br />

Relativamente ao grau de intensidade<br />

tecnológica dos produtos transformados,<br />

que representaram a quase totalidade<br />

do total exportado em 2011 (99,4<br />

por cento), verificou-se uma maior concentração<br />

nos produtos de média-alta<br />

tecnologia, com uma quota de 66,0<br />

por cento. Os produtos de baixa e alta<br />

intensidade tecnológica representaram,<br />

respectivamente, 13,4 por cento e 2,2<br />

por cento do total, segundo dados do<br />

GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos.<br />

Por seu lado, o INE revela que as empresas<br />

nacionais que exportaram para<br />

a Colômbia em 2012 totalizaram 221,<br />

contra 170 em 2011 e 101 em 2008.<br />

No que diz respeito às importações,<br />

estas concentram-se, sobretudo, nos<br />

combustíveis minerais, que representa-<br />

“O interesse do mercado<br />

colombiano em si mesmo,<br />

em termos de atracção<br />

de investimento directo<br />

estrangeiro, está assente<br />

numa política governamental<br />

que apoia o investidor e no<br />

posicionamento do país como<br />

uma plataforma estratégica<br />

para outros mercados na<br />

região, aproveitando os<br />

diversos acordos de livre<br />

comércio estabelecidos.”<br />

ram 93 por cento do total importado<br />

em 2012. Cabe ainda referir os produtos<br />

agrícolas (5,9 por cento do total<br />

em 2012) que, em conjunto com os<br />

combustíveis minerais, foram responsáveis<br />

por 98,9 por cento do total das<br />

importações portuguesas provenientes<br />

da Colômbia em 2012. Nos primeiros<br />

cinco meses de 2013, os combustíveis<br />

minerais pesaram 90,5 por cento<br />

nas importações globais da Colômbia,<br />

seguindo-se os produtos agrícolas com<br />

8,1 por cento, ambos os grupos diminuindo<br />

face ao mesmo período do ano<br />

MERCADOS<br />

anterior (menos 39,7 por cento e menos<br />

24 por cento, respectivamente).<br />

O número de empresas nacionais que importaram<br />

da Colômbia, em 2011, foi de<br />

97, registando um incremento de 16 empresas<br />

em relação a 2010 (81 empresas).<br />

Investimento<br />

Com base na informação recolhida<br />

junto das autoridades colombianas e<br />

no Banco da Republica, verifica-se que<br />

o valor acumulado do investimento de<br />

<strong>Portugal</strong> na Colômbia, no período de<br />

2000 a 2011, não incluindo o sector<br />

dos petróleos, foi de 16,7 milhões de<br />

dólares, não havendo registo de quaisquer<br />

operações de investimento directo<br />

da Colômbia em <strong>Portugal</strong>.<br />

Refira-se que o valor total de investimento<br />

estrangeiro na Colômbia, em<br />

2011, foi superior a 13 mil milhões de<br />

dólares, sendo a variação de 2010 para<br />

2011 de 92 por cento. O valor do investimento<br />

fora da indústria do petróleo<br />

representou 32 por cento do total.<br />

O interesse do mercado colombiano em<br />

si mesmo, em termos de atracção de<br />

investimento directo estrangeiro, está<br />

assente numa política governamental<br />

que apoia o investidor e no posicionamento<br />

do país como uma plataforma<br />

estratégica para outros mercados na<br />

região, aproveitando os diversos acordos<br />

de livre comércio estabelecidos. Por<br />

outro lado, os custos laborais e de produção<br />

são bastante menos elevados do<br />

que aqueles que se praticam em outros<br />

países da região com o mesmo nível de<br />

poder de compra.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 43


MERCADOS<br />

COLÔMBIA EM FICHA<br />

Área: 1.138.910 km²<br />

Bogotá<br />

Colômbia<br />

População: 46,4 milhões de habitantes<br />

(2012 World Gazetteer- estimativa)<br />

Taxa de crescimento da população: 1,1%<br />

(est. 2012) - 0-14 anos: 26,2%; 15-64 anos:<br />

67,5%; 65 anos e mais: 6,3%.<br />

Densidade populacional: 40,8 habitan-<br />

tes/km 2<br />

Designação oficial: República da Colômbia<br />

Chefe de Estado e de Governo: Presidente<br />

Juan Manuel Santos (desde 7 de Agosto<br />

de 2010)<br />

Vice-presidente: Angelino Garzón<br />

Data da actual Constituição: 5 de Julho<br />

1991, com várias actualizações; independência<br />

em 1810<br />

Principais Partidos Políticos: O Partido<br />

Social de Unidad Nacional (Partido da U), o<br />

Partido Conservador (PC), o Cambio Radical<br />

(CR), o Partido Liberal (PL) e o Partido<br />

Verde (PV) formam o Governo. O Partido<br />

de Integración Nacional (PIN) representa a<br />

extrema-direita e o Polo Democrático Alternativo<br />

(Polo) representa a esquerda.<br />

Capital: Bogotá (Sta. Fé de Bogotá) - 7,5<br />

milhões hab. (est. 2012 World Gazetteer).<br />

44 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Outras cidades importantes: Medellín<br />

(2,4 milhões), Cali (2,3 milhões) e Barranquilla<br />

(1,1 milhões).<br />

Estados: 32 Departamentos (Estados).<br />

Religião: A população é maioritariamente<br />

católica (90%).<br />

Língua: O idioma oficial da Colômbia é o<br />

castelhano, mas existem no país cerca de<br />

500 mil falantes de idiomas indígenas.<br />

Unidade monetária: Peso Colombiano<br />

(COP) = 100 centavos<br />

1 EUR = 2.406,85 COP (média Janeiro 2013)<br />

Risco País:<br />

Risco geral: BBB<br />

(AAA = risco menor; D = risco maior)<br />

Risco político: BB<br />

Risco de estrutura económica: BB<br />

“Ranking” em negócios: Índice: 6,44<br />

(10 = máximo)<br />

“Ranking” geral: 47 (entre 82 países)<br />

“Ranking” região: 5 (entre 12)<br />

(EIU – Fev. 2013)<br />

Risco de crédito: 4<br />

(1 = risco menor; 7 = risco maior)<br />

(COSEC – fev. 2013)<br />

Grau da abertura e dimensão relativa<br />

do mercado:<br />

Exp. + Imp. / PIB = 31,3% (est. 2012)<br />

Imp. / PIB = 14,9% (est. 2012)<br />

Imp. / Imp. Mundial = 0,30% (2011)<br />

Fontes: The Economist Intelligence Unit<br />

(EIU), fevereiro 2013; Banco de <strong>Portugal</strong>;<br />

COSEC; OMC; Câmara de Comércio Colombo-Brasileira;<br />

World Fact Book, CIA.<br />

ENDEREÇOS ÚTEIS<br />

EMBAIXADA DA COLÔMBIA<br />

EM PORTUGAL<br />

Palácio Sotto Mayor<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 16-6º<br />

1050-121 Lisboa<br />

Tel.: +351 213 188 480<br />

Fax: +351 213 188 499<br />

embajada@embaixadadacolombia.pt I<br />

www.embaixadadacolombia.pt<br />

CÂMARA DE COMERCIO<br />

E INDÚSTRIA LUSO-COLOMBIANA<br />

Av. Dr. Antunes Guimarães, 698<br />

4100-075 Porto<br />

Tel.: +351 226 155 524<br />

Rua Castilho nº 67-2º<br />

1250-068 Lisboa<br />

Tel.: +351 213 887 026<br />

geral@portugalcolombia.com<br />

www.portugalcolombia.com<br />

EMBAIXADA DE PORTUGAL<br />

EM BOGOTÁ<br />

Torre Sancho<br />

Calle 98 nº 9 – 03 Oficina 906<br />

Bogotá - Colômbia<br />

Tel.: +571 622 16 49 / 52<br />

Fax: +571 236 52 69<br />

emporbog@cable.net.co<br />

MINISTÉRIO DE COMERCIO<br />

INDUSTRIA Y TURISMO<br />

Edifício Centro Comercio Internacional<br />

Calle 28, nº13 A15<br />

Bogotá - Colômbia<br />

Tel.: +571 606 76 76<br />

Fax: +571 606 75 21/2<br />

www.mincomercio.gov.co<br />

PROEXPORT COLOMBIA<br />

Calle 28 No. 13A – 15, Piso 35-36<br />

Bogotá - Colômbia<br />

Tel.: +571 560 01 00<br />

Fax: +571 560 01 04<br />

informacion@proexport.com.co<br />

www.inviertaencolombia.com.co/acercade-proexport.html


MERCADOS<br />

CURDISTÃO<br />

OPORTUNIDADES PARA<br />

AS EMPRESAS PORTUGUESAS<br />

A construção de infra-estruturas,<br />

como estradas, pontes e ferrovias, o<br />

turismo, a nível de oferta hoteleira, e<br />

a agricultura são alguns dos sectores<br />

com potencialidades para as empresas<br />

portuguesas que queiram investir na<br />

região do Curdistão iraquiano.<br />

Precisamente com o objectivo de promover<br />

a região, esteve recentemente em Lisboa o<br />

Representante do Governo Regional<br />

do Curdistão, Daban Shadala, para<br />

encontros com as autoridades portuguesas<br />

com quem debateu a cooperação<br />

bilateral com vista ao incremento do<br />

relacionamento económico.<br />

Daban Shadala concedeu uma breve<br />

entrevista à <strong>Portugal</strong>global onde faz o<br />

balanço da sua deslocação ao nosso país.<br />

46 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Que balanço faz da sua recente visita a Lisboa e<br />

dos encontros com as autoridades portuguesas, em<br />

particular da AICEP?<br />

Fiquei extremamente satisfeito com a minha recente visita<br />

a Lisboa. Esta deslocação foi a minha primeira visita oficial<br />

a <strong>Portugal</strong> em nome do Governo Regional do Curdistão<br />

(KRG) e teve como objectivo estabelecer o primeiro contacto<br />

oficial com o Governo português e com outras entidades.<br />

Essencialmente, queria analisar as potencialidades de cooperação<br />

bilateral e, em caso afirmativo, privilegiar essas áreas<br />

junto das entidades oficiais que tivesse a oportunidade de<br />

conhecer. Os encontros realizados permitiram-me concluir<br />

que <strong>Portugal</strong> está interessado em colaborar com o KRG em<br />

diferentes áreas como o comércio, a cultura e a educação.<br />

Regressei inteiramente convencido e optimista de que há lugar<br />

para desenvolver um relacionamento entre <strong>Portugal</strong> e a<br />

Região Curda do Iraque.<br />

Nesta deslocação encontrei-me com responsáveis do Ministério<br />

da Educação, com quem discuti o sistema de ensino<br />

superior do Curdistão e as áreas possíveis de cooperação


com <strong>Portugal</strong>, e do Ministério dos Negócios Estrangeiros,<br />

designadamente com o Secretário de Estado das Comunidades<br />

Portuguesas, José Cesário. Discutimos em profundidade<br />

os desenvolvimentos económicos da Região do Curdistão.<br />

Expliquei-lhe as dificuldades que enfrentamos actualmente<br />

com Bagdad e assegurei-lhe que estamos comprometidos a<br />

permanecer no Iraque Federal e decididos a cumprir a Constituição<br />

do Iraque Federal.<br />

Encontrei-me também com o administrador executivo da AI-<br />

CEP, José Vital Morgado, tendo falado igualmente sobre a<br />

situação económica da Região do Curdistão. Este encontro<br />

foi evidentemente muito importante porque vi nele a oportunidade<br />

de dar início ao processo de estabelecimento de<br />

relações de cooperação com a principal Agência de promoção<br />

de <strong>Portugal</strong>. À parte das relações políticas, as relações<br />

económicas são também muito importantes para as nossas<br />

duas nações a fim de podermos iniciar o que espero que<br />

venha a ser uma longa e frutuosa relação. Ambos considerámos<br />

o encontro como positivo e vimos que havia espaço<br />

para <strong>Portugal</strong> e o Curdistão iniciarem o processo com vista<br />

ao estabelecimento de fortes laços económicos.<br />

Esperamos agora continuar a desenvolver os resultados desta<br />

visita e começar realmente a trabalhar em conjunto com<br />

o Governo português a fim de construirmos um relacionamento<br />

a longo prazo.<br />

Na sua opinião, como é que as relações económicas<br />

entre a Região do Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser<br />

desenvolvidas?<br />

Na minha opinião, as relações económicas entre a Região<br />

do Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser desenvolvidas de várias<br />

maneiras, ou através de uma grande variedade de canais.<br />

É um processo que requer tempo e paciência mas os seus<br />

resultados serão um relacionamento económico duradouro.<br />

O nosso escritório em Madrid está em contacto com as au-<br />

MERCADOS<br />

toridades portuguesas para troca de informações sobre as<br />

nossas duas nações. Assim que tivermos reunido um número<br />

substancial de informação e determinado as áreas-chave nas<br />

quais podemos cooperar, poderemos começar a agir. Penso<br />

que os primeiros passos mais importantes a dar em conjunto<br />

são os de promover o Curdistão em <strong>Portugal</strong>, tanto junto do<br />

sector privado como do grande público em geral.<br />

Quando o sector privado português conhecer as oportunidades<br />

que a nossa região tem para oferecer, para além de uma<br />

“As relações económicas entre a Região do<br />

Curdistão e <strong>Portugal</strong> podem ser desenvolvidas<br />

de várias maneiras, ou através de uma grande<br />

variedade de canais. É um processo que requer<br />

tempo e paciência mas os seus resultados serão<br />

um relacionamento económico duradouro.”<br />

situação de estabilidade em termos políticos e de segurança,<br />

estou certo de que veremos interesse por parte das empresas<br />

portuguesas no Curdistão. As empresas que estiverem interessadas<br />

em visitar a região podem, evidentemente, fazê-lo<br />

através do nosso escritório e nós facilitar-lhes-emos as suas<br />

deslocações de negócios da maneira que for mais adequada<br />

às suas necessidades. Assim, o desenvolvimento das relações<br />

económicas com <strong>Portugal</strong> baseia-se fundamentalmente em<br />

conquistar o sector privado português através do Governo<br />

português e dos organismos responsáveis pela internacionalização<br />

das empresas portuguesas.<br />

Creio que uma boa maneira de cimentar as bases para relações<br />

económicas seria organizar missões oficiais e empresariais<br />

do KRG para visitarem <strong>Portugal</strong> e vice-versa. A partir<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 47


MERCADOS<br />

daí, os nossos governos, ao mais alto nível, estariam aptos<br />

a discutir a possível abertura de um escritório diplomático<br />

oficial, comercial ou político na Região do Curdistão e em<br />

<strong>Portugal</strong>. Muitos países europeus têm representações diplomáticas<br />

em Erbil, ajudando a consolidar o relacionamento<br />

económico com esses países.<br />

Quais são os sectores e produtos que oferecem maiores<br />

oportunidades às empresas portuguesas que queiram<br />

internacionalizar-se ou investir na região do Curdistão?<br />

A segurança e a estabilidade têm sido essenciais para acelerar<br />

o crescimento económico da região na última década. O KRG<br />

tem conseguido atrair para a região empresas estrangeiras,<br />

desde as pequenas e médias empresas até às grandes multinacionais,<br />

como a Exxon Mobil. As oportunidades de negócio<br />

que a região oferece abrangem todos os sectores. Claro que o<br />

que está a incentivar a economia neste momento e no futuro<br />

próximo é a indústria do petróleo e do gás. Espera-se que<br />

possamos produzir à volta de um milhão de barris por dia<br />

em 2015. Tendo isso em conta, as oportunidades na indústria<br />

do petróleo e do gás estão agora focadas na produção/<br />

transporte/distribuição, tais como transporte, armazenagem,<br />

processamento, refinaria, marketing e formação.<br />

Para além do petróleo e do gás, há oportunidades no sector<br />

da construção, embora a Turquia esteja há muito instalada<br />

na região, com preços muito competitivos. No entanto, de-<br />

“A lei de investimento no Curdistão, aprovada<br />

em 2006, é considerada como uma das mais<br />

liberais do grande Médio Oriente, visando<br />

atrair IDE para a região e tendo associados<br />

incentivos nesse sentido.”<br />

verão surgir novos projectos no futuro, visto que o KRG estima<br />

que será necessário construir mais de 100.000 blocos<br />

de habitação para poder dar resposta à procura, podendo aí<br />

haver mercado para as empresas portuguesas.<br />

As empresas portuguesas poderão também tirar partido dos<br />

projectos de infra-estruturas que a Região do Curdistão tem<br />

para oferecer, nomeadamente, na construção e a manutenção<br />

de estradas, auto-estradas, pontes, passagens subterrâneas,<br />

sanidade, sistemas de esgotos, redes de comboios e<br />

eléctricos, geradores eléctricos e transmissões. Cremos que as<br />

empresas portuguesas seriam muito úteis para a região no<br />

que diz respeito ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;<br />

precisamos da sua competência e conhecimentos.<br />

Há dois sectores nos quais eu estou determinado a dar um<br />

impulso para a entrada de empresas portuguesas na Região<br />

Curda do Iraque. A beleza natural do Curdistão e a<br />

sua história muito rica com reservas arqueológicas incríveis<br />

faz do país um destino turístico potencial extrardinário. O<br />

KRG tem dado grande ênfase ao desenvolvimento do sector<br />

do turismo, que considera ser um sector-chave no seu<br />

48 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Plano Estratégico de Desenvolvimento (2013-2017). Em<br />

2012, 2,5 milhões de turistas nacionais e internacionais visitaram<br />

a Região do Curdistão. Foi um destino de viagem<br />

recomendado tanto no New York Times como no National<br />

Geographic, demonstrando que a imagem da Região Curda<br />

do Iraque está a tornar-se positiva. Erbil foi mesmo nomeada<br />

a capital do Turismo Árabe em 2013, onde temos cerca de<br />

400 hotéis. No entanto, a procura ultrapassa largamente a<br />

oferta, necessitando de um investimento de 200 milhões de<br />

dólares nessa área. É, por isso, um sector onde eu julgo que<br />

as empresas portuguesas poderiam dar uma grande ajuda e<br />

também obter dividendos desse investimento.<br />

O outro sector que estamos a promover como sector-chave<br />

para as empresas portuguesas é a agricultura. Como deve<br />

saber, muitos historiadores consideram que o Curdistão é<br />

o “berço” da agricultura. Muitos dizem que, há cerca de<br />

8.000 anos, os povos da região da Mesopotâmia do Norte<br />

começaram a desenvolver as técnicas agrícolas que lhes permitiram<br />

estabelecer-se em pequenas comunidades agrícolas,<br />

e finalmente trouxeram esses métodos para o sul abrindo caminho<br />

para o nascimento de cidades, tais como Ur e Sumer<br />

no sul do Iraque.<br />

O Iraque, como um todo, tornou-se auto-suficiente em termos<br />

agrícolas, tendo a sua economia assentado largamente<br />

na agricultura durante séculos. No decurso do século XX e<br />

com o desaparecimento do Império Otomano, surgiu o estabelecimento<br />

do estado do Iraque. Com anos de guerra,<br />

rebeliões e negligência, o sector da agricultura declinou maciçamente,<br />

tendo-se perdido muitas das técnicas agrícolas antigas,<br />

e muitos trabalhadores rurais começaram a mudar-se<br />

para as cidades principais para procurarem trabalho. O Governo<br />

Regional do Curdistão atribui grande importância à recuperação<br />

do sector agrícola da Região do Curdistão. No ano


passado, o orçamento do Ministério da Agricultura foi de mil<br />

milhões de dólares, tendo sido promovidos muitos projectos<br />

com vista a assegurar a segurança alimentar. O Curdistão tem<br />

algumas das terras mais férteis do mundo e tem 1.535.794<br />

hectares de solo cultivável, o que equivale a 41,84 por cento<br />

do total do território. O plano estratégico do KRG para a agricultura<br />

visa obter um aumento da produção de vegetais de 8<br />

por cento; um aumento de 5 por cento na pecuária e 10 por<br />

cento de aumento de terra cultivável em 2017.<br />

De modo a alcançar estes objectivos, o KRG oferece incentivos<br />

e subsídios a sub-sectores da agricultura. Estes incentivos<br />

e subsídios são concedidos para o sector da horticultura,<br />

florestas, projectos de criação de aves, máquinas e tecnologia<br />

agrícolas, pastagens, pecuária e pescas.<br />

Encorajo fortemente as empresas portuguesas a começarem<br />

a pensar seriamente em investir na agricultura do Curdistão,<br />

tendo em conta os planos referidos e porque esse investimento<br />

poderá beneficiar ambas as partes, apesar de haver<br />

ainda um longo caminho a percorrer.<br />

Teve oportunidade de se encontrar com empresas<br />

portuguesas cujo know-how e experiência, sobretudo<br />

nos sectores da construção e das infra-estruturas, possam<br />

ser proveitosas para a economia da região do Curdistão?<br />

Infelizmente nesta ocasião não tive oportunidade de me encontrar<br />

com empresas portuguesas. Dado que esta foi a minha<br />

primeira visita, achei essencial encontrar-me primeiro com<br />

instituições governamentais. Na próxima visita que fizer a <strong>Portugal</strong>,<br />

assegurar-nos-emos de que serão agendados encontros<br />

com empresas privadas, onde poderemos fazer uma exposição<br />

sobre a economia curda e as oportunidades de investimento<br />

que o Curdistão oferece. Esperamos que através da AICEP possamos<br />

organizar um seminário com as empresas portuguesas.<br />

“Cremos que as empresas portuguesas seriam<br />

muito úteis para a região no que diz respeito<br />

ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;<br />

precisamos da sua competência<br />

e conhecimentos.”<br />

O que pode o Governo Regional do Curdistão oferecer<br />

às empresas portuguesas interessadas em investir na<br />

região? E qual é a melhor maneira de as empresas<br />

contactarem o mercado?<br />

A lei de investimento no Curdistão, aprovada em 2006, é<br />

considerada como uma das mais liberais do grande Médio<br />

Oriente, visando atrair IDE para a região e tendo associados<br />

incentivos nesse sentido. Os investidores estrangeiros podem<br />

deter 100 por cento do capital do investimento, ficando<br />

com os direitos totais de propriedade de imobiliário e de<br />

bens móveis. Além disso, a lei permite que os investidores<br />

estrangeiros enviem para o seu país a totalidade dos lucros e<br />

oferece isenção temporária do imposto por 10 anos e mais<br />

MERCADOS<br />

cinco anos de isenção de direitos alfandegários nas importações.<br />

Os investidores estrangeiros e os investidores locais são<br />

tratados de maneira igual ao abrigo desta lei.<br />

O investidor estrangeiro tem também o direito de investir<br />

sem necessidade de recorrer a um parceiro e pode empregar<br />

trabalhadores estrangeiros nos seus projectos. Além<br />

disso, o investidor tem o direito de abrir contas bancárias<br />

locais ou estrangeiras, podendo as contas locais ser tanto<br />

em dólares norte-americanos como em divisas locais, ou<br />

seja, o dinar iraquiano.<br />

Quanto à abordagem ao mercado, sugiro que a façam, primeiro,<br />

através do governo, nomeadamente com o contacto ao<br />

nosso escritório em Madrid, que poderá facilitar o processo e<br />

os contactos com as autoridades no Curdistão. Mas a melhor<br />

aproximação ao mercado será através da realização de visitas à<br />

região para encontros com as necessárias entidades governamentais<br />

e privadas. É muito importante para as empresas portuguesas<br />

marcarem presença na região e trabalharem em rede<br />

o mais possível. Eu recomendaria também a participação em<br />

feiras comerciais que têm lugar durante todo o ano, sobretudo<br />

as feiras sectoriais, já que é um local de excelência para encontros<br />

de negócios com potenciais parceiros locais.<br />

Identificou, durante a sua visita, oportunidades para<br />

as empresas do Curdistão investirem em <strong>Portugal</strong>?<br />

Ainda é muito cedo para as empresas do Curdistão<br />

investirem em <strong>Portugal</strong> porque ainda estão a crescer e a<br />

desenvolver-se no nosso país e, dado o elevado índice de<br />

crescimento da Região do Curdistão, é-lhes mais favorável<br />

investirem agora na região.<br />

Actualmente, regista-se um aumento de investimentos ocidentais<br />

na Região do Curdistão e não vejo investimentos do<br />

Curdistão a deixar o mercado curdo para irem para economias<br />

ocidentais, a menos que queiram investir algum dinheiro em<br />

imobiliário. O mercado imobiliário em países como <strong>Portugal</strong><br />

e Espanha poderia ser um investimento muito atractivo para<br />

os investidores curdos, devido à recente queda dos preços e à<br />

possibilidade de possuírem uma propriedade num belo local da<br />

Europa. No entanto, devido ao regulamento de vistos nos detentores<br />

de passaportes iraquianos que visitam a Europa, esse<br />

pode ainda ser um caminho complicado para empreender. Mas<br />

sim, se os investidores curdos investissem em <strong>Portugal</strong>, estou<br />

certo que seria no mercado imobiliário.<br />

GOVERNO REGIONAL<br />

DO CURDISTÃO - IRAQUE<br />

Representación en España<br />

C/ Puerto de Santa Maria 42<br />

28043 Madrid - España<br />

Tel.: +34 91 436 26 20<br />

Fax:+34 91 435 29 14<br />

daban.shadala@krgspain.org<br />

www.spain.krg.org<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 49


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />

COSEC<br />

No âmbito de apólices individuais<br />

África do Sul*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Angola<br />

C Caso a caso.<br />

M/L Garantia soberana. Limite total de<br />

responsabilidades.<br />

Arábia Saudita<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Caso a caso.<br />

Argélia<br />

C Sector público: aberta sem restrições.<br />

Sector privado: eventual<br />

exigência de carta de crédito<br />

irrevogável.<br />

M/L Em princípio. exigência de garantia<br />

bancária ou garantia soberana.<br />

Argentina<br />

T Caso a caso.<br />

Barein<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Benim<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva, e com exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Brasil*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Clientes soberanos: Aberta sem<br />

condições restritivas. Outros Clientes<br />

públicos e privados: Aberta, caso<br />

a caso, com eventual exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Bulgária<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Cabo Verde<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Eventual exigência de garantia<br />

bancária ou de garantia soberana<br />

(decisão casuística).<br />

Camarões<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Cazaquistão<br />

Temporariamente fora de cobertura.<br />

China*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Chipre<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

50 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Políticas de cobertura para mercados<br />

Colômbia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Coreia do Sul<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Costa do Marfim<br />

T Decisão casuística.<br />

Costa Rica<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Croácia<br />

C Carta de crédito irrevogável ou<br />

garantia bancária. Extensão do<br />

prazo constitutivo de sinistro para<br />

12 meses. Redução da percentagem<br />

de cobertura para 90 por<br />

cento. Limite por operação.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana. Extensão do prazo<br />

constitutivo de sinistro para 12<br />

meses. Redução da percentagem<br />

de cobertura para 90 por cento.<br />

Limite por operação.<br />

Cuba<br />

T Fora de cobertura.<br />

Egipto<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

M/L Caso a caso.<br />

Emirados Árabes Unidos<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Estónia<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Etiópia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso numa base muito<br />

restritiva.<br />

Filipinas<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Gana<br />

C Caso a caso numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Geórgia<br />

C Caso a caso numa base restritiva,<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva e com a exigência de<br />

contra garantias.<br />

Guiné-Bissau<br />

T Fora de cobertura.<br />

Guiné Equatorial<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Clientes públicos e soberanos:<br />

caso a caso, mediante análise das<br />

garantias oferecidas, designadamente<br />

contrapartidas do<br />

petróleo. Clientes privados: caso<br />

a caso, numa base muito restritiva,<br />

condicionada a eventuais<br />

contrapartidas (garantia de banco<br />

comercial aceite pela COSEC ou<br />

contrapartidas do petróleo).<br />

Hong-Kong<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Iémen<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Índia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Indonésia<br />

C Caso a caso, com eventual<br />

exigência de carta de crédito irrevogável<br />

ou garantia bancária.<br />

M/L Caso a caso, com eventual exigência<br />

de garantia bancária ou<br />

garantia soberana.<br />

Irão<br />

T Fora de cobertura.<br />

Iraque<br />

T Fora de cobertura.<br />

Jordânia<br />

C Caso a caso.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Koweit<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Letónia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Líbano<br />

C Clientes públicos: caso a caso<br />

numa base muito restritiva.<br />

Clientes privados: carta de crédito<br />

irrevogável ou garantia bancária.<br />

M/L Clientes públicos: fora de cobertura.<br />

Clientes privados: caso a<br />

caso numa base muito restritiva.<br />

Líbia<br />

T Fora de cobertura.<br />

Lituânia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Macau<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Malásia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Malawi<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Clientes públicos: fora de cobertura,<br />

excepto para operações<br />

de interesse nacional. Clientes<br />

privados: análise casuística, numa<br />

base muito restritiva.<br />

Malta<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Marrocos*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Martinica<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

México*<br />

C Aberta sem restrições.<br />

M/L Em princípio aberta sem restrições.<br />

A eventual exigência de garantia<br />

bancária, para clientes privados,<br />

será decidida casuisticamente.<br />

Moçambique<br />

C Caso a caso, numa base restritiva<br />

(eventualmente com a exigência de<br />

carta de crédito irrevogável, garantia<br />

bancária emitida por um banco<br />

aceite pela COSEC e aumento do<br />

prazo constitutivo de sinistro).<br />

M/L Aumento do prazo constitutivo<br />

de sinistro. Sector privado: caso a<br />

caso numa base muito restritiva.<br />

Operações relativas a projectos<br />

geradores de divisas e/ou que<br />

admitam a afectação prioritária<br />

de receitas ao pagamento dos<br />

créditos garantidos, terão uma<br />

ponderação positiva na análise do<br />

risco; sector público: caso a caso<br />

numa base muito restritiva.<br />

Montenegro<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, com exigência de garantia<br />

soberana ou bancária, para<br />

operações de pequeno montante.<br />

Nigéria<br />

C Caso a caso, numa base restritiva<br />

(designadamente em termos de<br />

alargamento do prazo consti-


de destino das exportações portuguesas<br />

tutivo de sinistro e exigência de<br />

garantia bancária).<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva, condicionado a eventuais<br />

garantias (bancárias ou contrapartidas<br />

do petróleo) e ao alargamento<br />

do prazo contitutivo de sinistro.<br />

Oman<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />

Panamá<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Paquistão<br />

Temporariamente fora de cobertura.<br />

Paraguai<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Peru<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Clientes soberanos: aberta sem<br />

condições restritivas. Clientes<br />

públicos e privados: aberta, caso<br />

a caso, com eventual exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Qatar<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Quénia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

República Checa<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />

República Dominicana<br />

C Aberta caso a caso, com eventual<br />

exigência de carta de crédito irrevogável<br />

ou garantia bancária emitida<br />

por um banco aceite pela COSEC.<br />

M/L Aberta caso a caso com exigência<br />

de garantia soberana (emitida pela<br />

Secretaria de Finanzas ou pelo Banco<br />

Central) ou garantia bancária.<br />

Roménia<br />

C Exigência de carta de crédito<br />

irrevogável (decisão casuística).<br />

M/L Exigência de garantia bancária<br />

ou garantia soberana (decisão<br />

casuística).<br />

Rússia<br />

C Sector público: aberta sem restrições.<br />

Sector privado: caso a caso.<br />

M/L Sector público: aberta sem restrições,<br />

com eventual exigência de<br />

garantia bancária ou garantia soberana.<br />

Sector privado: caso a caso.<br />

S. Tomé e Príncipe<br />

C Análise caso a caso, numa base<br />

muito restritiva.<br />

Senegal<br />

C Em princípio. exigência de<br />

garantia bancária emitida por<br />

um banco aceite pela COSEC e<br />

eventual alargamento do prazo<br />

constitutivo de sinistro.<br />

M/L Eventual alargamento do prazo<br />

constitutivo de sinistro. Sector<br />

público: caso a caso, com exigência<br />

de garantia de pagamento e<br />

transferência emitida pela Autoridade<br />

Monetária (BCEAO); sector<br />

privado: exigência de garantia<br />

bancária ou garantia emitida pela<br />

Autoridade Monetária (preferência<br />

a projectos que permitam a<br />

alocação prioritária dos cash-flows<br />

ao reembolso do crédito).<br />

Sérvia<br />

C Caso a caso, numa base restritiva,<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, com exigência de<br />

garantia soberana ou bancária,<br />

para operações de pequeno<br />

montante.<br />

Singapura<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Síria<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Suazilândia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Tailândia<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Não definida.<br />

Taiwan<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Tanzânia<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Tunísia*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Turquia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Ucrânia<br />

C Clientes públicos: eventual<br />

exigência de garantia soberana.<br />

Clientes privados: eventual<br />

exigência de carta de crédito<br />

irrevogável.<br />

M/L Clientes públicos: eventual<br />

exigência de garantia soberana.<br />

Clientes privados: eventual<br />

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />

No âmbito de apólices globais<br />

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única<br />

transação para um determinado mercado. enquanto a apólice<br />

global cobre todas as transações em todos os países para onde o<br />

empresário exporta os seus produtos ou serviços.<br />

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens<br />

de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de<br />

curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se<br />

repetem com alguma frequência.<br />

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a<br />

política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que<br />

a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.<br />

Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque<br />

e S. Tomé e Príncipe.<br />

exigência de garantia bancária.<br />

Para todas as operações, o prazo<br />

constitutivo de sinistro é definido<br />

caso a caso.<br />

Uganda<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Uruguai<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Não definida.<br />

Venezuela<br />

C Clientes públicos: aberta caso<br />

a caso com eventual exigência<br />

de garantia de transferência ou<br />

soberana. Clientes privados: aberta<br />

caso a caso com eventual exigência<br />

de carta de crédito irrevogável e/ou<br />

garantia de transferência.<br />

M/L Aberta caso a caso com exigência<br />

de garantia soberana.<br />

Zâmbia<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Zimbabwe<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Advertência:<br />

A lista e as políticas de cobertura são<br />

indicativas e podem ser alteradas<br />

sempre que se justifique. Os países<br />

que constam da lista são os mais<br />

representativos em termos de consultas<br />

e responsabilidades assumidas. Todas<br />

as operações são objecto de análise e<br />

decisão específicas.<br />

Legenda:<br />

C Curto Prazo<br />

M/L Médio / Longo Prazo<br />

T Todos os Prazos<br />

* Mercado prioritário.<br />

COSEC<br />

Companhia de Seguro<br />

de Créditos. S. A.<br />

Direcção Internacional<br />

Avenida da República. 58<br />

1069-057 Lisboa<br />

Tel.: +351 217 913 832<br />

Fax: +351 217 913 839<br />

internacional@cosec.pt<br />

www.cosec.pt<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 51


TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES<br />

COSEC<br />

Tabela classificativa de países<br />

Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação<br />

A <strong>Portugal</strong>global e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa<br />

de Países com a graduação dos mercados em função<br />

do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de<br />

cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e<br />

a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-<br />

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento<br />

e o grupo 7 à maior.<br />

As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do<br />

risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas<br />

de prémio aplicáveis.<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7<br />

Hong-Kong<br />

Singapura *<br />

Taiwan<br />

Arábia Saudita<br />

Botswana<br />

Brunei<br />

Chile<br />

China •<br />

EAU a<br />

Gibraltar<br />

Koweit<br />

Macau<br />

Malásia<br />

Oman<br />

Trind. e Tobago<br />

África do Sul •<br />

Argélia<br />

Bahamas<br />

Barbados<br />

Brasil •<br />

Costa Rica<br />

Dep/ter Austr. b<br />

Dep/ter Din. c<br />

Dep/ter Esp. d<br />

Dep/ter EUA e<br />

Dep/ter Fra. f<br />

Dep/ter N. Z. g<br />

Dep/ter RU h<br />

Filipinas<br />

Ilhas Marshall<br />

Índia<br />

Indonésia<br />

Lituânia<br />

Marrocos •<br />

Maurícias<br />

México •<br />

Micronésia<br />

Namíbia<br />

Palau<br />

Panamá<br />

Peru<br />

Qatar<br />

Rússia<br />

Tailândia<br />

Uruguai<br />

Aruba<br />

Barein<br />

Bulgária<br />

Colômbia<br />

El Salvador<br />

Fidji<br />

Letónia<br />

Roménia<br />

Tunísia •<br />

Turquia<br />

Angola<br />

Azerbeijão<br />

Cazaquistão<br />

Croácia<br />

Dominicana. Rep.<br />

Gabão<br />

Gana<br />

Guatemala<br />

Jordânia<br />

Lesoto<br />

Macedónia<br />

Mongólia<br />

Nigéria<br />

Papua–Nova Guiné<br />

Paraguai<br />

S. Vic. e Gren.<br />

Santa Lúcia<br />

Vietname<br />

Zâmbia<br />

Albânia<br />

Ant. e Barbuda<br />

Arménia<br />

Bangladesh<br />

Belize<br />

Benin<br />

Bolívia<br />

Butão<br />

Cabo Verde<br />

Camarões<br />

Camboja<br />

Comores<br />

Congo<br />

Dominica<br />

Egipto<br />

Geórgia<br />

Honduras<br />

Kiribati<br />

Moçambique<br />

Montenegro<br />

Nauru<br />

Quénia<br />

Samoa Oc.<br />

Senegal<br />

Sérvia<br />

Sri Lanka<br />

Suazilândia<br />

Tanzânia<br />

Timor-Leste<br />

Turquemenistão<br />

Tuvalu<br />

Uganda<br />

Uzbequistão<br />

Vanuatu<br />

Afeganistão<br />

Argentina<br />

Bielorussia<br />

Bósnia e Herzegovina<br />

Burkina Faso<br />

Burundi<br />

Campuchea<br />

Cent. Af. Rep.<br />

Chade<br />

Congo. Rep. Dem.<br />

Coreia do Norte<br />

C. do Marfim<br />

Cuba •<br />

Djibuti<br />

Equador<br />

Eritreia<br />

Etiópia<br />

Gâmbia<br />

Grenada<br />

Guiana<br />

Guiné Equatorial<br />

Guiné. Rep. da<br />

Guiné-Bissau •<br />

Haiti<br />

Iemen<br />

Irão •<br />

Iraque •<br />

Jamaica<br />

Kosovo<br />

Laos<br />

Líbano<br />

Libéria<br />

Líbia<br />

Madagáscar<br />

Malawi<br />

Maldivas<br />

Mali<br />

Mauritânia<br />

Moldávia<br />

Myanmar<br />

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.<br />

* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.<br />

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional<br />

NOTAS<br />

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma<br />

b) Ilhas Norfolk<br />

c) Ilhas Faroe e Gronelândia<br />

d) Ceuta e Melilha<br />

e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico<br />

52<br />

// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Nepal<br />

Nicarágua<br />

Níger<br />

Paquistão<br />

Quirguistão<br />

Ruanda<br />

S. Crist. e Nevis<br />

S. Tomé e Príncipe •<br />

Salomão<br />

Seicheles<br />

Serra Leoa<br />

Síria<br />

Somália<br />

Sudão<br />

Sudão do Sul<br />

Suriname<br />

Tadzequistão<br />

Togo<br />

Tonga<br />

Ucrânia<br />

Venezuela<br />

Zimbabué<br />

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia<br />

Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna<br />

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive<br />

h) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.<br />

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos


INVESTIMENTO<br />

e COMÉRCIO EXTERNO<br />

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.<br />

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR<br />

INVESTIMENTO DIRECTO<br />

DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />

2012<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

IDE bruto 39.257 -8,9% 17.717 10.989 -38,0% -68,5% 7,0%<br />

IDE desinvestimento 32.318 -7,8% 12.893 10.342 -19,8% -40,4% 14,1%<br />

IDE líquido 6.939 -13,5% 4.824 647 -86,6% -98,6% -72,0%<br />

IDE Intra UE 35.684 -8,3% 16.238 10.120 -37,7% -68,6% 7,3%<br />

IDE Extra UE 3.573 -14,6% 1.479 869 -41,2% -65,2% 1,2%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

IDE Intra UE 90,9% -- 91,7% 92,1% -- -- --<br />

IDE Extra UE 9,1% -- 8,3% 7,9% -- -- --<br />

% Total IDE bruto<br />

IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12<br />

Espanha 22,9% -17,0% Comércio 38,2% -27,6%<br />

França 18,5% -24,2% Ind. Transformadora 26,3% -7,2%<br />

Reino Unido 16,0% -39,0% Act. Financeiras e de Seguros 18,2% -35,6%<br />

Alemanha 13,2% 22,1% Act. Informação e Comunicação 4,1% -61,5%<br />

Países Baixos 8,8% -35,9% Electricidade, Gás, Água 3,5% -87,4%<br />

INVESTIMENTO DIRECTO<br />

DE PORTUGAL NO EXTERIOR<br />

2012<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12<br />

Países Baixos 56,5% -58,1% Act. Financeiras e de Seguros 75,1% -54,1%<br />

Espanha 11,5% -49,5% Comércio 7,4% 27,9%<br />

Alemanha 5,2% 923,2% Ind. Transformadoras 6,4% -65,5%<br />

Brasil 5,0% -71,7% Construção 4,1% -57,2%<br />

Angola 2,9% -37,2% Act. Consultoria e Técnicas 2,4% -75,7%<br />

2010 2011 2012 2012 Mar 2013 Mar tvh 13/12<br />

Stock IDE 83.585 86.428 88.799 84.667 90.008 6,3%<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

IDPE bruto 8.989 -54,0% 5.071 2.397 -52,7% -71,1% -39,5%<br />

IDPE desinvestimento 7.498 -15,2% 2.565 1.649 -35,7% 9,5% -8,8%<br />

IDPE líquido 1.490 -86,1% 2.506 749 -70,1% -104,9% -128,0%<br />

IDPE Intra UE 7.304 -56,4% 4.190 2.008 -52,1% -74,7% -43,9%<br />

IDPE Extra UE 1.685 -39,6% 882 389 -55,9% -20,5% -5,9%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

IDPE Intra UE 81,3% -- 82,6% 83,8% -- -- --<br />

IDPE Extra UE 18,7% -- 17,4% 16,2% -- -- --<br />

% Total IDPE bruto<br />

Stock IDPE 49.942 55.823 54.010 54.563 54.720 0,3%<br />

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />

ESTATÍSTICAS<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 53


ESTATÍSTICAS<br />

COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />

BENS (Exportação) 2012<br />

54 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

Exportações bens 45.324 5,8% 19.141 19.932 4,1% 5,6% 3,5%<br />

Exportações bens UE27 32.197 1,0% 13.796 14.109 2,3% 4,1% 3,8%<br />

Exportações bens Extra UE27 13.127 19,8% 5.344 5.823 9,0% 9,1% 2,9%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Exportações bens UE27 71,0% -- 72,1% 70,8% -- -- --<br />

Exportações bens Extra UE27 29,0% -- 27,9% 29,2% -- -- --<br />

Unidade: % do total<br />

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />

Espanha 23,5% 7,4% Espanha 322 1,7<br />

Alemanha 12,0% -2,3% Argélia 126 0,7<br />

França 11,8% -0,4% Marrocos 125 0,7<br />

Angola 5,9% 10,7% Angola 115 0,6<br />

Reino Unido 5,3% 5,1% Países Baixos 62 0,3<br />

EUA 4,3% 6,5% China -116 -0,6<br />

Países Baixos 4,1% 8,2% Venezuela -59 -0,3<br />

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />

Máquinas, Aparelhos 14,8% 3,5% Combustíveis Minerais 510 2,7<br />

Veículos, Outro Material de Transporte 11,2% -11,2% Alimentares 135 0,7<br />

Combustíveis Minerais 10,7% 31,4% Máquinas, Aparelhos 101 0,5<br />

Metais Comuns 8,1% 1,9% Pastas Celulósicas, Papel 67 0,3<br />

Plásticos, Borracha 6,9% 4,9% Veículos, Out. Mat. Transp. -281 -1,5<br />

SERVIÇOS 2012<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

Exportações totais de serviços 19.098 -0,3% 7.047 7.502 6,5% 13,7% 13,5%<br />

Exportações serviços UE27 13.100 -4,3% 4.734 5.038 6,4% 11,8% 8,8%<br />

Exportações serviços extra UE27 5.998 9,7% 2.313 2.464 6,5% 17,7% 24,3%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Exportações serviços UE27 68,6% -- 67,2% 67,2% -- -- --<br />

Exportações serviços extra UE27 31,4% -- 32,8% 32,8% -- -- --<br />

Unidade: % do total


BENS (Importação) 2012<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

ESTATÍSTICAS<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

Importações bens 56.234 -5,1% 23.954 23.198 -3,2% -3,2% 0,8%<br />

Importações bens UE27 40.402 -7,4% 17.195 16.416 -4,5% -1,2% 3,0%<br />

Importações bens Extra UE27 15.832 1,4% 6.759 6.782 0,3% -8,0% -4,2%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Importações bens UE27 71,8% -- 71,8% 70,8% -- --<br />

Importações bens Extra UE27 28,2% -- 28,2% 29,2% -- --<br />

Unidade: % do total<br />

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />

Espanha 31,3% -4,7% Angola 601 2,5<br />

Alemanha 11,5% -4,7% Rússia 191 0,8<br />

França 6,7% 0,4% Camarões 168 0,7<br />

Angola 5,9% 79,1% Guiné-Equatorial -187 -0,8<br />

Itália 5,1% -4,8% Azerbaijão -233 -1,0<br />

Países Baixos 4,7% -3,7% Brasil -303 -1,3<br />

Reino Unido 2,8% -12,8% Espanha -358 -1,5<br />

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.<br />

Combustíveis Minerais 19,7% -11,2% Agrícolas 103 0,4<br />

Máquinas, Aparelhos 14,1% -6,5% Alimentares 102 0,4<br />

Agrícolas 11,1% 4,2% Químicos -129 -0,5<br />

Químicos 10,9% -4,9% Máquinas, Aparelhos -228 -1,0<br />

Veículos, Outro Mat. Transp. 8,7% -1,4% Combustíveis Minerais -575 -2,4<br />

SERVIÇOS 2012<br />

tvh<br />

2012/11<br />

2012<br />

Jan/Maio<br />

2013<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Jan/Maio<br />

tvh 13/12<br />

Maio/Maio<br />

tvc 13/13<br />

Maio/Abr<br />

Importações totais de serviços 10.405 -9,2% 4.354 4.360 0,1% 1,0% -1,8%<br />

Importações serviços UE27 7.591 -5,9% 3.193 3.133 -1,9% -3,1% -4,8%<br />

Importações serviços extra UE27 2.815 -17,1% 1.161 1.227 5,7% 12,4% 6,1%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Importações serviços UE27 73,0% -- 73,3% 71,9% -- -- --<br />

Importações serviços extra UE27 27,0% -- 26,7% 28,1% -- -- --<br />

Unidade: % do total<br />

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2012<br />

2013<br />

1º Trim<br />

FMI CE OCDE BdP<br />

Min.<br />

Finanças<br />

INE INE Junho 13 Junho 13 Maio 12 Julho 13 Abril 12<br />

PIB -3,2 -4,0 -2,3 : 0,6 -2,3 : 0,6 -2,7 : 0,2 -2,0 : 0,3 -2,3 : 0,6<br />

Exportações Bens e Serviços 3,2 0,1 0,9 : 4,4 0,8 : 4,4 1,4 : 5,1 4,7 : 5,5 0,8 : 4,5<br />

Fontes: INE/Banco de <strong>Portugal</strong><br />

Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga<br />

tvc - Taxa de variação em cadeia<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 55


REDE<br />

EXTERNA<br />

Ana Sofia O’Hara<br />

EUA<br />

<strong>aicep</strong>.s.francisco@portugalglobal.pt<br />

Rui Boavista Marques<br />

EUA<br />

<strong>aicep</strong>.newyork@portugalglobal.pt<br />

Carlos Pinto<br />

VENEZUELA<br />

<strong>aicep</strong>.caracas@portugalglobal.pt<br />

Miguel Crespo<br />

COLÔMBIA<br />

<strong>aicep</strong>.bogota@portugalglobal.pt<br />

56 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

S. Francisco<br />

Toronto<br />

Cidade do México<br />

António Felner da Costa<br />

BRASIL<br />

<strong>aicep</strong>.rio.janeiro@portugalglobal.pt<br />

Carlos Moura<br />

BRASIL<br />

<strong>aicep</strong>.s.paulo@portugalglobal.pt<br />

Jorge Salvador<br />

CHILE<br />

<strong>aicep</strong>.santiago@portugalglobal.pt<br />

Luís Sequeira<br />

ARGENTINA<br />

<strong>aicep</strong>.buenosaires@portugalglobal.pt<br />

Raul Travado<br />

CANADÁ<br />

<strong>aicep</strong>.toronto@portugalglobal.pt<br />

Panamá<br />

Lima<br />

Nova Iorque<br />

Bogotá<br />

Caracas<br />

Santiago do Chile<br />

Buenos Aires<br />

Miguel Porfírio<br />

HOLANDA<br />

<strong>aicep</strong>.thehague@portugalglobal.pt<br />

Gonçalo Homem de Mello<br />

BÉLGICA<br />

<strong>aicep</strong>.bruxels@portugalglobal.pt<br />

António Silva<br />

FRANÇA<br />

<strong>aicep</strong>.paris@portugalglobal.pt<br />

Miguel Fontoura<br />

REINO UNIDO<br />

<strong>aicep</strong>.london@portugalglobal.pt<br />

José Nogueira Ramos<br />

IRLANDA<br />

<strong>aicep</strong>.dublin@portugalglobal.pt<br />

Manuel Martinez<br />

ESPANHA<br />

<strong>aicep</strong>.barcelona@portugalglobal.pt<br />

Eduardo Henriques<br />

ESPANHA<br />

<strong>aicep</strong>.madrid@portugalglobal.pt<br />

Armindo Rios<br />

CABO VERDE<br />

<strong>aicep</strong>.praia@portugalglobal.pt<br />

Rui Cordovil<br />

MARROCOS<br />

<strong>aicep</strong>.rabat@portugalglobal.pt<br />

João Renano Henriques<br />

ARGÉLIA<br />

<strong>aicep</strong>.argel@portugalglobal.pt<br />

São Paulo<br />

Rio de Janeiro<br />

Dublin<br />

Londres<br />

Praia<br />

Paris<br />

Madrid<br />

Hai<br />

Bruxelas<br />

Milão<br />

Barcelona<br />

Rabat<br />

Argel<br />

Luís Moura<br />

ANGOLA<br />

<strong>aicep</strong>.luanda@portugalglobal.pt<br />

João Cardim<br />

ANGOLA<br />

<strong>aicep</strong>.benguela@portugalglobal.pt<br />

João Pedro Pereira<br />

ÁFRICA DO SUL<br />

<strong>aicep</strong>.pretoria@portugalglobal.pt<br />

Fernando Carvalho<br />

MOÇAMBIQUE<br />

<strong>aicep</strong>.maputo@portugalglobal.pt<br />

Oslo<br />

Zuriqu


Tunes<br />

Luanda<br />

Benguela<br />

Windhoek<br />

Estocolmo<br />

Gaborone<br />

Helsínquia<br />

Moscovo<br />

Copenhaga<br />

a<br />

Berlim<br />

Varsóvia<br />

Praga<br />

e Bratislava<br />

Budapeste<br />

Viena<br />

Liubliana Bucareste<br />

Tripoli<br />

Ancara<br />

Atenas<br />

Pretória<br />

Riade<br />

Pier Franco Schiavone<br />

ITÁLIA<br />

<strong>aicep</strong>.milan@portugalglobal.pt<br />

Nuno Várzea<br />

TUNISIA<br />

<strong>aicep</strong>.tunis@portugalglobal.pt<br />

Pedro Macedo Leão<br />

ALEMANHA<br />

<strong>aicep</strong>.berlin@portugalglobal.pt<br />

Kristiina Vaano<br />

FINLÂNDIA<br />

<strong>aicep</strong>.helsinki@portugalglobal.pt<br />

Maputo<br />

Baku<br />

Manuel Couto Miranda<br />

EAU<br />

<strong>aicep</strong>.abudhabi@portugalglobal.pt<br />

João Guerra Silva<br />

DINAMARCA<br />

<strong>aicep</strong>.copenhagen@portugalglobal.pt<br />

Eduardo Souto Moura<br />

SUÉCIA<br />

<strong>aicep</strong>.stockholm@portugalglobal.pt<br />

Doha<br />

Celeste Mota<br />

TURQUIA<br />

<strong>aicep</strong>.ankara@portugalglobal.pt<br />

Laurent Armaos<br />

GRÉCIA<br />

<strong>aicep</strong>.athens@portugalglobal.pt<br />

Abu Dhabi<br />

Nova Deli<br />

Maria João Liew<br />

MALÁSIA<br />

<strong>aicep</strong>.kuala_lumpur@portugalglobal.pt<br />

Maria José Rézio<br />

RÚSSIA<br />

<strong>aicep</strong>.moscow@portugalglobal.pt<br />

Nuno Lima Leite<br />

POLÓNIA<br />

<strong>aicep</strong>.warsaw@portugalglobal.pt<br />

Joaquim Pimpão<br />

HUNGRIA<br />

<strong>aicep</strong>.budapest@portugalglobal.pt<br />

Ana Isabel Douglas<br />

ÁUSTRIA<br />

<strong>aicep</strong>.vienna@portugalglobal.pt<br />

Pequim<br />

Xangai<br />

Guangzhou<br />

Macau Hong Kong<br />

Kuala Lumpur<br />

Jacarta<br />

Tóquio<br />

Alexandra Ferreira Leite<br />

CHINA<br />

<strong>aicep</strong>.beijin@portugalglobal.pt<br />

José Joaquim Fernandes<br />

JAPÃO<br />

<strong>aicep</strong>.tokyo@portugalglobal.pt<br />

Filipe Costa<br />

CHINA<br />

<strong>aicep</strong>.shanghai@portugalglobal.pt<br />

Maria João Bonifácio<br />

CHINA<br />

<strong>aicep</strong>.macau@portugalglobal.pt<br />

AO SERVIÇO<br />

DAS EMPRESAS<br />

<strong>Portugal</strong>global // Julho 13 // 57


BOOKMARKS<br />

INICIAÇÃO À EXPORTAÇÃO<br />

PREPARE O SEU PLANO DE EXPORTAÇÃO. COMO GERIR OS RISCOS.<br />

CHEGUE A NOVOS MERCADOS<br />

Está a pensar em exportar? Precisa de<br />

saber mais sobre os primeiros passos<br />

a dar? Já pensou em vender pela Internet?<br />

Este guia prático explica todos<br />

os aspectos a ter em conta para que a<br />

sua empresa se inicie da melhor forma<br />

no negócio da exportação. O comércio<br />

internacional não está apenas<br />

ao alcance das grandes empresas. Os<br />

benefícios da exportação podem ser<br />

enormes, mas tem a certeza de que<br />

esta actividade se adequa à sua empresa?<br />

Iniciação à Exportação oferece<br />

conselhos fiáveis sobre os desafios que<br />

poderá enfrentar e é um guia para os<br />

primeiros passos vitais, entre os quais:<br />

decidir se deve exportar, desenvolver a<br />

sua estratégia de exportação, pesquisar<br />

os mercados potenciais, escolher<br />

estratégias de entrada no mercado,<br />

escolher agentes e distribuidores, es-<br />

AMÉRICA<br />

AS IDEIAS QUE CONSTRUIRAM UM PAÍS<br />

América. Na imaginação humana evo-<br />

ca uma terra sem fim, a oportunidade<br />

de um novo início e de novas possibilidades.<br />

E, no entanto, para a maioria de<br />

nós, continua a ser um país desconhecido<br />

e tão diferente no que toca aos<br />

valores que o inspiram. O que anima o<br />

seu espírito, de onde lhe vem o apego<br />

tão grande à liberdade e como se reflectem<br />

esses ideais na actualidade eis<br />

o que este livro pretende apresentar e<br />

discutir. Esta obra aborda as ideias que<br />

forjaram o país e que fazem mover a<br />

América moderna.<br />

Nesta obra estão também incluídas<br />

traduções de alguns dos documentos<br />

fundamentais que melhor espelham os<br />

58<br />

// Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />

tabelecer preços e orçamentos, transportar<br />

os seus produtos, compreender<br />

e gerir os riscos.<br />

John Westwood é um engenheiro<br />

que passou toda a sua vida profissional<br />

na área de vendas e marketing de<br />

empresas que vendem bens de produção.<br />

Ocupou altos cargos em vendas e<br />

marketing, e actualmente é director de<br />

vendas e marketing para a Europa no<br />

Tuthill Process Group. É autor dos livros<br />

30 Minutes to Write a Marketing Plan e<br />

How to Write a Marketing Plan.<br />

Autor: John Westwood<br />

Editor: Actual Editora<br />

Nº de páginas: 190<br />

Ano: 2013<br />

Preço: 14,90€<br />

princípios e valores que governam os<br />

Estados Unidos. Por serem reflexo da<br />

personalidade original da América, a<br />

Declaração de Independência e a Constituição<br />

de 1787 permitem que o leitor<br />

faça a sua própria análise sobre o carácter<br />

de uma realidade que, estando<br />

tão perto de nós em matéria de cultura<br />

popular, se mantém muito afastada em<br />

termos de compreensão das suas raízes<br />

e das suas motivações.<br />

Autor: Jorge Pereira<br />

Editor: Ed. Sílabo<br />

Nº de páginas: 276<br />

Ano: 2013<br />

Preço: 17.90€


Videoconferências<br />

AICEP <strong>Global</strong> Network<br />

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para<br />

reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis<br />

da Rede Externa presentes em mais de 40 países.<br />

Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais<br />

e esclareça as suas dúvidas sobre:<br />

• Potenciais clientes<br />

• Canais de distribuição<br />

• Aspectos regulamentares<br />

• Feiras e eventos<br />

• Informações específicas sobre o mercado<br />

Para mais informação e condições de utilização consulte o site:<br />

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Tudo isto,<br />

sem sair<br />

do seu escritório<br />

Lisboa<br />

Av. 5 de Outubro, 101,<br />

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Tel: + 351 217 909 500<br />

E-mail: <strong>aicep</strong>@portugalglobal.pt<br />

Porto<br />

Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto<br />

4050-012 Porto<br />

Tel. + 351 226 055 300<br />

Web: www.portugalglobal.pt


Sede:<br />

Rua Júlio Dinis, nº 748, 9º Dto<br />

4050-012 Porto - <strong>Portugal</strong><br />

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