Entrevista Destaque - aicep Portugal Global
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ENTREVISTA<br />
pois estavam acima do ensino que lhes queriam dar e das<br />
competências que lhes queriam criar.<br />
Na minha opinião, se alguém menosprezar o papel da<br />
tecnologia na educação, integrada de modo inteligente e<br />
participado, envolvendo pais, professores e alunos, será responsável<br />
por uma oportunidade perdida para o seu país.<br />
Como vê a evolução e o futuro das TIC em <strong>Portugal</strong><br />
na área da formação e da educação? Podem e devem<br />
ser consideradas como instrumentos de qualificação<br />
estratégica do futuro ou já o são no presente?<br />
São no presente obviamente instrumentos de qualificação<br />
estratégica, tanto mais que <strong>Portugal</strong> tem investido nas TIC e<br />
tem projectos de referência internacional na área dos serviços<br />
de telecomunicações, saúde e e-gov.<br />
Há, no entanto, um trabalho hercúleo a fazer, nomeadamente<br />
na área da educação em que já houve um investimento<br />
público e privado próximo dos dois mil milhões de<br />
euros, trabalho árduo, é certo, mas que faremos, ainda que<br />
possa haver períodos, embora obrigatoriamente curtos,<br />
com interregnos de dúvida e decisão.<br />
Considero que deverá, no entanto, prevalecer a visão estratégica<br />
e a linha condutora de um plano com ambição,<br />
metas e resultados operacionais mensuráveis. <strong>Portugal</strong> tem<br />
de ter futuro e ninguém pode ficar de fora deste desafio<br />
que está ao nosso alcance.<br />
Para si os actores do conhecimento, com pleno uso das<br />
TIC, contam-se entre os arquitectos do futuro? Em que<br />
medida potenciam e consolidam novas dinâmicas de<br />
10 // Julho 13 // <strong>Portugal</strong>global<br />
produção e inovação, bem como a competitividade<br />
exportadora das empresas portuguesas?<br />
As TIC são hoje uma das bases de desenvolvimento social e<br />
económico transversal a todo o universo empresarial, cultural<br />
e social. Assim, criar novas gerações de portugueses cuja<br />
educação lhes permite perceber o papel das TIC e aprender a<br />
desenvolver e a integrar as suas componentes, traduz-se numa<br />
vantagem inestimável para o desenvolvimento do país.<br />
Estar no mundo da internacionalização com sucesso também<br />
só é possível com uma difusão transversal das TIC a toda economia,<br />
nomeadamente nas componentes de business intelligence,<br />
gestão, produção, distribuição e marketing. Diga-se<br />
que, a curto prazo, saberemos passar sem combustíveis fósseis,<br />
mas não seremos capazes de passar sem as TIC.<br />
Com o know-how e as tecnologias detidos pelo<br />
E-xample pode-se começar a falar de escola do<br />
futuro, de ensino para a o século XXI? Neste quadro,<br />
pode desenvolver o conceito de ecossistema digital e<br />
do novo paradigma proposto pela evolução das TIC?<br />
A escola do século XXI tem as suas tecnologias a sair do<br />
forno, mas temos de estudar como vamos conquistar pelas<br />
melhores razões o corpo docente e como aperfeiçoaremos<br />
a integração/fusão do mestre pedagogo com a tecnologia.<br />
É esta a grande urgência, a da fusão tecnologia-pedagogia e a<br />
da revolução dos objectivos do ensino e aprendizagem, como<br />
se referiu, tirando todo o partido do novo paradigma tecnológico.<br />
Nós, tecnólogos, ambicionamos não só esta união<br />
virtuosa, como queremos ganhar este desafio, e dizermos<br />
“presente!”, pois sabemos que, se não o conseguíssemos,<br />
nada teríamos feito afinal de relevante para promover um real<br />
desenvolvimento social e humano no séc. XXI e mais além.