Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
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P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />
5) Insiste-se, pois, em que a proteção contra o ruí<strong>do</strong> excessivo <strong>de</strong>ve ser tratada<br />
como uma questão <strong>de</strong> interesse público e não, simplesmente, como<br />
circunscrita a conflitos entre particulares. Algo que, avisadamente, a Lei <strong>de</strong><br />
Bases <strong>do</strong> Ambiente (Lei n.º 11/87, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril) gravou <strong>no</strong> artigo 22.º, n.º 1,<br />
usan<strong>do</strong> a expressão «luta contra ao ruí<strong>do</strong>» para obrigar a uma política pública<br />
ambiental específica que salvaguar<strong>de</strong> a saú<strong>de</strong> e o bem-estar das populações,<br />
seja por correções na fonte rui<strong>do</strong>sa, seja através <strong>de</strong> um pru<strong>de</strong>nte or<strong>de</strong>namento<br />
da localização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s presumidamente rui<strong>do</strong>sas.<br />
6) Isto, sem prejuízo <strong>de</strong> a aplicação <strong>de</strong> <strong>no</strong>rmas civis pelos tribunais e julga<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
paz, quer para <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s direitos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> (artigo 70.º <strong>do</strong> Código<br />
Civil), como também <strong>no</strong> quadro das relações jurídicas entre proprietários<br />
(artigos 1346.º e seguinte <strong>do</strong> Código Civil), <strong>de</strong>ver ser explicada e encorajada,<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a especial a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>stes meios a ativida<strong>de</strong>s rui<strong>do</strong>sas <strong>de</strong><br />
natureza <strong>do</strong>méstica.<br />
7) Algumas medidas legislativas <strong>de</strong> simplificação administrativa, <strong>de</strong>signadamente<br />
o <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>do</strong> Licenciamento Zero (Decreto-Lei n.º 48/2011, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> abril) têm<br />
por efeito reduzir a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> controlo preventivo <strong>de</strong> operações<br />
urbanísticas, instalação <strong>de</strong> estabelecimentos ou início <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, mas estas<br />
alterações não <strong>de</strong>vem redundar em prejuízo <strong>do</strong> interesse público na contenção<br />
<strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>. Perante estes regimes jurídicos, o Regulamento Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />
(aprova<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> janeiro) apresenta-se como lei<br />
especial, por conseguinte não revoga<strong>do</strong> nem <strong>de</strong>rroga<strong>do</strong> senão on<strong>de</strong><br />
expressamente se <strong>de</strong>termine (artigo 7.º, n.º 3, <strong>do</strong> Código Civil).<br />
<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />
Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />
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