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Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva: uma<br />

RESUMO<br />

<strong>experiência</strong> <strong>da</strong> <strong>psicologia</strong> <strong>existencial</strong>-fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica 1<br />

Juliana Padilha 2<br />

Isaura Rocha Vilela 3<br />

Neste trabalho a dimensão psicológica coexiste com as dimensões biológica, social<br />

e espiritual <strong>no</strong> adoecer huma<strong>no</strong>. Oferece uma visão psicológica e cultural <strong>da</strong> <strong>morte</strong><br />

<strong>de</strong>ntro do contexto do Centro <strong>de</strong> Terapia Intensiva <strong>de</strong> Adultos <strong>no</strong> Hospital São<br />

Francisco em Belo Horizonte. Ressalta-se a importância do profissional psicólogo,<br />

inseri<strong>da</strong> <strong>no</strong> CTI SETIMIG sob a orientação <strong>existencial</strong>-fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica. Com o intuito<br />

<strong>de</strong> contribuir com a comprovação dos fenôme<strong>no</strong>s subjetivos, os resultados tiveram<br />

uma visão fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica e quantitativa. Os atendimentos r<strong>ea</strong>lizados <strong>de</strong>ste serviço<br />

registrados, do mês <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010, consta o sexo, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>ta <strong>de</strong><br />

entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> do paciente (com a soma dos dias <strong>de</strong> internação), se recebeu alta<br />

ou foi a óbito, e o sistema orgânico do paciente afetado. Assim ao compreen<strong>de</strong>r, o<br />

paciente e família, em sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando e priorizando as <strong>experiência</strong>s,<br />

vivências subjetivas e o existir concreto do homem <strong>de</strong>ntro do ambiente hospital, e<br />

sua enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>, constata-se que a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>morte</strong> gera sofrimento e<br />

angustia. A psicoterapia hospitalar <strong>existencial</strong>-fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar<br />

mu<strong>da</strong>nças significativas <strong>no</strong> quadro clínico ou tornar me<strong>no</strong>s pe<strong>no</strong>sa sua internação. O<br />

apoio emocional e as ações humaniza<strong>da</strong>s, resgata o respeito à vi<strong>da</strong> humana e à<br />

preservação à digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> momento <strong>da</strong> <strong>morte</strong>.<br />

Palavras-Chave: Morte. Psicologia hospitalar. Psicologia <strong>existencial</strong>fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica.<br />

Artigo Original:<br />

Elaborado em: setembro / 2010.<br />

Recebido em: <strong>de</strong>zembro / 2010.<br />

Publicado em: <strong>de</strong>zembro / 2010.<br />

1<br />

Trabalho apresentado <strong>no</strong> Congresso <strong>de</strong> Psicologia Fe<strong>no</strong>melógico-Existencial | Fun<strong>da</strong>ção Guimarães<br />

Rosa – 2010.<br />

2<br />

Psicóloga Hospitalar CTI SETIMIG <strong>no</strong> Hospital São Francisco (BH, MG). Gradua<strong>da</strong> em Psicologia<br />

pela na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sagrado Coração, Bauru-SP (2004). Pós-gradua<strong>da</strong> em Psicologia Hospitalar<br />

pela PUC MINAS (2005). E-mail: jubapadilha@yahoo.com.br<br />

3<br />

Psicóloga Hospitalar CTI SETIMIG <strong>no</strong> Hospital São Francisco (BH, MG). Gradua<strong>da</strong> em Psicologia<br />

pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Belo Horizonte-MG (2001). Pós-gradua<strong>da</strong> em Psicologia<br />

Hospitalar pela PUC MINAS (2005). E-mail: isaura.vilela@yahoo.com.br<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – Fun<strong>da</strong>ção Guimarães Rosa<br />

Página web: www.fgr.org.br l E-mail: bibliotecafgr@fgr.org.br


2 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

INTRODUÇÃO<br />

As atenções ao corpo doente <strong>de</strong>vem ser compartilha<strong>da</strong>s, com o que tal enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

também interfere <strong>no</strong> psiquismo do ser huma<strong>no</strong>. Reconhecer e estu<strong>da</strong>r a dimensão<br />

psicológica como coexistente <strong>da</strong>s dimensões biológica, social e espiritual <strong>no</strong> adoecer<br />

huma<strong>no</strong> é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância.<br />

O presente trabalho busca relatar a relevância <strong>da</strong> <strong>psicologia</strong> para humanização e<br />

minimização do sofrimento gerado pela doença, hospitalização e principalmente a<br />

<strong>morte</strong>, sendo conduzido e fun<strong>da</strong>mentado na abor<strong>da</strong>gem Existencial-<br />

Fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica. A proposta é <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o homem numa visão <strong>de</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

através <strong>da</strong>s varia<strong>da</strong>s dimensões existenciais, consi<strong>de</strong>rando e priorizando as<br />

<strong>experiência</strong>s, vivências subjetivas e o existir concreto do homem <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

hospitalar associado com sua enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica.<br />

Do ser-ai, como ser-<strong>no</strong>-mundo, como ser-com, como aquele que é chamado<br />

em suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para r<strong>ea</strong>lizar suas existências através do cui<strong>da</strong>do, é<br />

cobrado por isso e sente culpa; aquele que sonha, faz pla<strong>no</strong>s, sabe que é<br />

finito e se angustia diante <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do na<strong>da</strong> (SAPIENZA, 2004,<br />

p.17).<br />

Este relato <strong>de</strong> <strong>experiência</strong> foi <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>ntro do CTI SETIMIG – Centro <strong>de</strong><br />

Terapia Intensiva <strong>de</strong> Adultos, fun<strong>da</strong>do em 2006 e localizado <strong>no</strong> Hospital São<br />

Francisco, Belo Horizonte – MG. O referido <strong>centro</strong> possui 18 leitos (Box separados<br />

individualmente), equipados para aten<strong>de</strong>r to<strong>da</strong>s as especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas <strong>de</strong><br />

ambos os sexos, usuários do mercado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> suplementar. A assistência é<br />

r<strong>ea</strong>liza<strong>da</strong> por uma equipe multidisciplinar (médicos, fisioterapeutas, nutricionistas,<br />

psicólogos e enfermeiros), que aten<strong>de</strong> a convênios, o que permite o acesso <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> população a um atendimento mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> e humanizado em terapia<br />

intensiva.<br />

Na busca do restabelecimento, a hospitalização po<strong>de</strong> ser um caminho a ser<br />

percorrido, sem saber ao certo o seu resultado final, po<strong>de</strong>ndo ocorrer alta para casa<br />

ou o óbito. Logo, o paciente admitido em um Centro <strong>de</strong> Terapia Intensiva, necessita<br />

– como o próprio <strong>no</strong>me diz, <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos intensivos. Desta forma, são pacientes<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – FGR, Belo Horizonte <strong>de</strong>z. 2010 p. 2 <strong>de</strong> 13


Juliana Padilha l Isaura Rocha Vilela 3<br />

acometidos por estados críticos com risco <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, insuficiências orgânicas graves,<br />

ou sob potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvê-las (FREITAS, 2005). Vivenciam um momento<br />

incerto na caminha<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua restauração <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. E revela uma <strong>experiência</strong> única<br />

rega<strong>da</strong> <strong>de</strong> fantasias am<strong>ea</strong>çadoras, tanto para o doente quanto sua família.<br />

No primeiro momento po<strong>de</strong>-se apontar que este sujeito sofre <strong>de</strong> <strong>de</strong>spersonalização,<br />

ou <strong>de</strong>squalificação <strong>existencial</strong> – <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ter significado, passando a ser um<br />

diagnóstico, suas vonta<strong>de</strong>s são inibi<strong>da</strong>s, intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> invadi<strong>da</strong> e o mundo <strong>de</strong> relações<br />

rompi<strong>da</strong>s (ANGERAMI-CAMON, 2003). Este paciente passa a utilizar apenas as<br />

vestimentas ofereci<strong>da</strong>s pelo CTI, alguns membros <strong>da</strong> equipe se referem ele com a<br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o acometeu ao invés <strong>de</strong> seu <strong>no</strong>me. O ambiente é artificial (muitas<br />

vezes sem janelas e com ar condicionado), conectado á fios e máquinas, com<br />

restrição alimentar e as visitas familiares são permiti<strong>da</strong>s em horários curtos,<br />

previamente estipula<strong>da</strong>s. No entanto, atualmente, com os belíssimos projetos <strong>de</strong><br />

humanização dos espaços hospitalares e capacitação <strong>de</strong> profissionais, observa-se a<br />

transformação <strong>de</strong>sta r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Apesar disso, o Centro <strong>de</strong> Terapia Intensiva nunca <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser um setor com<br />

características marcantes, presença tec<strong>no</strong>lógica avança<strong>da</strong>, rotina acelera<strong>da</strong>, clima<br />

<strong>de</strong> apreensão, e, principalmente a situação <strong>de</strong> <strong>morte</strong>. Assim, exacerbando o estado<br />

<strong>de</strong> “stress” e tensão para todos que estão experienciando, os colaboradores <strong>da</strong>s<br />

equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, os pacientes e suas famílias – uma tría<strong>de</strong> em que todos estão<br />

envolvidos na mesma luta, mas ca<strong>da</strong> um a sua maneira.<br />

Para aqueles que visitam seus entes queridos e para o próprio paciente, o CTI<br />

remete às crenças negativas e finitu<strong>de</strong>. Urizzi (2005) completa colocando que o<br />

<strong>de</strong>sconhecimento sobre as rotinas e o significado cultural do setor trazido <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>finem o CTI como um ambiente assustador, sendo sua internação uma<br />

sentença <strong>de</strong> <strong>morte</strong>.<br />

Por isso, a falta <strong>de</strong> uma assistência a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, que aju<strong>de</strong> diminuir o impacto <strong>da</strong><br />

doença e internação <strong>no</strong> CTI com os pacientes e família em estado crítico, po<strong>de</strong><br />

acarretar <strong>de</strong>sconfianças, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s na a<strong>de</strong>são dos regulamentos do hospital e<br />

ain<strong>da</strong> mais sofrimento, <strong>de</strong>sespero e <strong>de</strong>samparo (FREITAS, 2005).<br />

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4 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

A avaliação e atendimento psicológico são as maneiras mais concretas do <strong>no</strong>sso<br />

trabalho, pois é durante esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o psicólogo atua como facilitador do fluxo<br />

<strong>de</strong> emoções e reflexões, <strong>de</strong>tecta os focos <strong>de</strong> stress, sinaliza suas <strong>de</strong>fesas, favorece<br />

a compreensão dos processos que o acomete e respeita os limites, paciente e/ou<br />

familiares (SEBASTIANE citado por ANGERAMI-CAMON, 2003). Desta forma, o<br />

acolhimento e suporte ao paciente (alerta e comunicativo, seja através <strong>de</strong> expressão<br />

verbal ou não) e aos familiares oferecem uma escuta diferencia<strong>da</strong>. Contribuindo<br />

para a minimização do sofrimento durante a hospitalização <strong>no</strong> CTI e visa o bem<br />

estar bio-psico-social do sujeito e digni<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos na hora <strong>da</strong> <strong>morte</strong>; ou seja,<br />

proporcionar uma melhor elaboração <strong>de</strong> um possível luto.<br />

A psicoterapia é breve e focal, <strong>de</strong> orientação Existencial-Fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica, dirigi<strong>da</strong><br />

para ressignificação do momento <strong>de</strong> crise através <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s existenciais <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> um; utilizando técnicas <strong>de</strong> respiração, relaxamento, e, sobretudo, o Diálogo<br />

Socrático. Este se <strong>de</strong>fine como um diálogo, o qual o interlocutor “é guiado, passo a<br />

passo, para que possa <strong>de</strong>scobrir as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s referentes ao ser huma<strong>no</strong> e que se<br />

manifestam através <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> suas palavras e ações” (RÚDIO,<br />

2001, p.23). O autor complementa ain<strong>da</strong> que o diálogo é uma forma <strong>de</strong> ensinar o<br />

indivíduo, através <strong>de</strong> perguntas que este respon<strong>de</strong> – po<strong>de</strong>ndo chegar “a conclusões<br />

que não foram transmiti<strong>da</strong>s pela autori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém, mas encontra<strong>da</strong>s pela<br />

própria elaboração do pensamento <strong>de</strong> quem procura a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>” (RÚDIO, 2001,<br />

p.24).<br />

O diálogo socrático segue este procedimento: primeiramente, uma questão é<br />

enuncia<strong>da</strong> em forma <strong>de</strong> pergunta. A maiêutica consiste em aju<strong>da</strong>r o interlocutor a<br />

fazer, com a inteligência, uma busca para solucioná-la (RÚDIO, 2001, p.27).<br />

É extremamente importante ressaltar que, não é uma atuação psicológica <strong>de</strong>ntro dos<br />

mol<strong>de</strong>s <strong>da</strong> prática clínica. O espaço <strong>de</strong> encontro entre o psicoterapeuta e o cliente, o<br />

chamado “setting” terapêutico, não é tão <strong>de</strong>finido, nem tão preciso (ANGERAMI-<br />

CAMON, 2004). Normalmente, a intervenção do psicólogo hospitalar, em alguns<br />

casos, é interrompido por colaboradores <strong>da</strong> equipe (enfermeiros, médicos, pessoal<br />

<strong>da</strong> limpeza, entre outros), ou a pessoa enferma não se apresenta em condições<br />

físicas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, – como a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manter um dialogo, em razão <strong>da</strong>s<br />

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Juliana Padilha l Isaura Rocha Vilela 5<br />

dores ou efeitos <strong>de</strong> medicação, por exemplo. Então, o profissional em <strong>psicologia</strong><br />

enfrenta diariamente limites institucionais, os quais fazem parte <strong>da</strong> rotina e não<br />

<strong>de</strong>verão ser percebidos como empecilho para os atendimentos, mas sim como<br />

<strong>de</strong>safios.<br />

OBJETIVOS<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste relato são oferecer a visão <strong>da</strong> <strong>morte</strong> <strong>de</strong>ntro do contexto do CTI a<br />

partir <strong>de</strong> uma orientação Existencial-Fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica. Compreen<strong>de</strong>r o papel <strong>da</strong><br />

<strong>psicologia</strong> inseri<strong>da</strong> num Centro <strong>de</strong> Terapia Intensiva, bem como ressaltar a<br />

importância do profissional neste contexto. E apresentar o lado fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógico e<br />

quantitativo <strong>de</strong>sse trabalho.<br />

METODOLOGIA<br />

Na busca <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r os fenôme<strong>no</strong>s subjetivos, foi possível r<strong>ea</strong>lizar um estudo<br />

quantitativo do serviço <strong>de</strong> <strong>psicologia</strong> <strong>no</strong> CTI Setimig (a partir <strong>da</strong>s médias mensais <strong>no</strong><br />

período <strong>de</strong> Julho 2009 a Junho 2010), associado à fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>logia, que visa<br />

apreensão dos fenôme<strong>no</strong>s existenciais. Enten<strong>de</strong>-se por fenôme<strong>no</strong>, tudo aquilo<br />

percebido pelos sentidos e que se revela à consciência. Assim, a fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>logia se<br />

interessa pelo tempo presente; sem r<strong>ea</strong>lizar interpretações, <strong>no</strong> entanto, analisa o<br />

significado (o sentido) que o indivíduo atribui a uma situação vivencial, ou seja,<br />

busca compreen<strong>de</strong>r os fenôme<strong>no</strong>s pela observação direta e não por meio <strong>de</strong> teorias<br />

(RUDIO, 2001).<br />

O método fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógico vai buscar o sentido do ser na forma em que este dá<br />

diretamente e imediatamente, ao seu modo (FEIJOO, p. 37, 2000).<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – FGR, Belo Horizonte <strong>de</strong>z. 2010 p. 5 <strong>de</strong> 13


6 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Com o intuito <strong>de</strong> contribuir com a comprovação dos fenôme<strong>no</strong>s subjetivos, <strong>de</strong> que<br />

trata, muitas vezes, a Psicologia Hospitalar, foi possível medir os atendimentos<br />

r<strong>ea</strong>lizados <strong>de</strong>ste serviço, durante o período do mês <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010<br />

– constando o sexo, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> do paciente (com a soma dos<br />

dias <strong>de</strong> internação), se recebeu alta ou foi a óbito, e o sistema orgânico do paciente<br />

afetado.<br />

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MASCULINO<br />

FEMININO<br />

GRÁFICO 1: Sexo dos pacientes internados <strong>no</strong> CTI Setimig, <strong>no</strong> período Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010.<br />

Neste período registrou-se 444 pacientes, com uma média <strong>de</strong> internação <strong>de</strong> 9,42<br />

dias/paciente, (ou atendimentos) admitidos e abor<strong>da</strong>dos juntamente com sua família,<br />

os quais 48% do sexo masculi<strong>no</strong> e 52% femini<strong>no</strong> (GRAF. I), e a média <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> foi<br />

<strong>de</strong> 65,3 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong> período supra citado (GRAF. 2).<br />

0,25<br />

0,2<br />

0,15<br />

0,1<br />

0,05<br />

0<br />

GRÁFICO 2: I<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pacientes internados <strong>no</strong> CTI Setimig, <strong>no</strong> período Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010.


Juliana Padilha l Isaura Rocha Vilela 7<br />

O diagnóstico em si, ou seja, a patologia que afetou o usuário e o trouxe ao CTI<br />

Setimig, não se revela fator <strong>de</strong>cisivo <strong>no</strong> momento do atendimento psicológico, todos<br />

os pacientes e suas famílias receberão suporte psicológico quando necessário;<br />

porém <strong>no</strong>s casos <strong>de</strong> Intoxicação exógena (suicídio), terão um acompanhamento<br />

mais específico. Portanto, foi possível consi<strong>de</strong>rar, alguns sistemas biológicos<br />

afetados, como mostrado <strong>no</strong> Gráfico 3.<br />

Sepse<br />

Auto-Exterminio<br />

Trauma<br />

Pós-Operatório<br />

Respiratório<br />

Neuroólgico<br />

Cardiológico<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

Sistema<br />

Afetado<br />

GRÁFICO 3: Diagnósticos mais freqüentes dos pacientes internados <strong>no</strong> CTI Setimig, <strong>no</strong> período<br />

Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do diagnóstico, para os membros familiares e para o paciente,<br />

estar/freqüentar o CTI revela-se perturbador e angustiante, principalmente pelo fato<br />

<strong>da</strong> <strong>morte</strong> iminente. Partindo <strong>de</strong>ste princípio, observa-se durante os atendimentos<br />

psicoterápicos que as pessoas passam por alterações e exacerbações emocionais.<br />

Os sentimentos mais freqüentes são: angústia, o medo intenso <strong>da</strong> per<strong>da</strong> (<strong>de</strong> si e do<br />

outro), impotência, rompimento do cotidia<strong>no</strong>, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre outros.<br />

Para Kubler-Ross (2000), os membros <strong>da</strong> família e os pacientes apresentam muitas<br />

vezes alguns estágios <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> enfrentamento <strong>da</strong> <strong>morte</strong>, os quais se<br />

observam <strong>no</strong> dia-a-dia do CTI, através dos atendimentos e do acompanhamento do<br />

boletim médico (quando o médico orienta quanto ao estado clínico e o tratamento do<br />

paciente juntamente do visitante): Negação e isolamento – a pessoa se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

idéia <strong>da</strong> <strong>morte</strong>, recusando como r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>; num primeiro momento após o choque e<br />

tal <strong>no</strong>tícia, a pessoa procura iludir-se, fazer <strong>de</strong> conta que não está acontecendo com<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – FGR, Belo Horizonte <strong>de</strong>z. 2010 p. 7 <strong>de</strong> 13


8 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

ela; a negação à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>morte</strong> é uma etapa importante para a aceitação e<br />

construção <strong>de</strong> um luto. A raiva ocorre quando não é mais possível manter convicto o<br />

primeiro estágio <strong>de</strong> negação, a partir <strong>da</strong>í surgem sentimentos <strong>de</strong> raiva, revolta,<br />

mágoa, ressentimento (coloca sua revolta diante <strong>da</strong> <strong>no</strong>tícia). A barganha é uma<br />

tentativa <strong>de</strong> adiamento <strong>da</strong> <strong>morte</strong>, o sujeito tenta ser bem comportado na esperança<br />

<strong>de</strong> que isso lhe traga a cura. A <strong>de</strong>pressão ocorre quando já tem consciência que a<br />

finitu<strong>de</strong> está próxima (se recolhe vivenciando uma e<strong>no</strong>rme sensação <strong>de</strong> per<strong>da</strong>). A<br />

aceitação é sinônimo <strong>de</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a pessoa aceita a <strong>morte</strong> porque acredita que<br />

a luta acabou e o corpo já não mais resiste. Desta forma, as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos<br />

sujeitos variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> doença até <strong>de</strong>pois do óbito, e estas fases são<br />

mutáveis e não <strong>de</strong>vem ser vistas como uma regra.<br />

A <strong>morte</strong> existe em todo contexto hospitalar, segundo Torres e Gue<strong>de</strong>s (1991, p.56)<br />

“a temática <strong>da</strong> <strong>morte</strong> é marca<strong>da</strong> e caracteriza<strong>da</strong> por um conflito, uma duali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

entre duas forças opostas – uma r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Assim, este<br />

fenôme<strong>no</strong> universal e característico a todos os seres <strong>da</strong> Terra, apresenta-se como<br />

fonte <strong>de</strong> temores, angústias e ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o homem, <strong>de</strong>ixando-o uma questão<br />

<strong>de</strong> finitu<strong>de</strong>.<br />

Descobrir o sentido <strong>da</strong> <strong>morte</strong> não é mais misterioso do que <strong>de</strong>scobrir o<br />

sentido <strong>da</strong> própria existência. Algum tipo <strong>de</strong> violência, velhice ou doença<br />

po<strong>de</strong> facilmente <strong>no</strong>s colocar em contato com ela, seja como uma<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou uma factici<strong>da</strong><strong>de</strong>. A medicina se encarrega <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>sse<br />

mistério e <strong>de</strong> contra ele lutar, mesmo sabendo que po<strong>de</strong> apenas ganhar<br />

algumas batalhas, pois não há nenhum alento para vencê-la (DIAS citado<br />

por FEIJOO, p. 273, 2010).<br />

Pois, o seu ter-<strong>de</strong>-morrer e o não-po<strong>de</strong>r-mais-ser, angustia o ser huma<strong>no</strong>, assim, o<br />

psicólogo <strong>de</strong>verá ser capaz <strong>de</strong> apoiar, compreen<strong>de</strong>r e direcionar-se humanamente,<br />

auxiliando <strong>no</strong> processo <strong>da</strong> doença e na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>morte</strong>. Deste modo, nunca<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptar-se aos conhecimentos médicos e fisiológicos. A essência <strong>de</strong>sta<br />

atuação é a humanização do atendimento com a constante parceria <strong>da</strong> <strong>morte</strong> e<br />

morrer com o sofrimento, crise, dor, história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> pregressa (CHIATTONE citado<br />

por ANGERAMI-CAMON, 2000).<br />

Embora, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma internação <strong>no</strong> CTI é em geral <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por um<br />

evento am<strong>ea</strong>çador, ocorrido <strong>de</strong> modo inesperado, ain<strong>da</strong> existe a cultura <strong>de</strong> que o<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – FGR, Belo Horizonte <strong>de</strong>z. 2010 p. 8 <strong>de</strong> 13


Juliana Padilha l Isaura Rocha Vilela 9<br />

CTI é o local <strong>da</strong> <strong>morte</strong>. Apesar disso, <strong>no</strong> período analisado, com 444 pacientes<br />

internados, as altas representaram 79% e óbitos 21% dos casos. Tais porcentagens<br />

vêm reforçando a idéia <strong>de</strong> que este é um setor, on<strong>de</strong> as pessoas permanecem em<br />

busca do restabelecimento <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma intensa, ou como se costuma <strong>de</strong>finir<br />

“há vi<strong>da</strong>, há chance”, e não um lugar para meramente morrer. Como a temática <strong>da</strong><br />

<strong>morte</strong> aflige os usuários, acontece à <strong>de</strong>smistificação <strong>de</strong>ste conceito trazido, através<br />

do fato r<strong>ea</strong>l e numérico (GRAF. 4).<br />

ÓBITOS ALTAS<br />

GRÁFICO 4: Resultado final <strong>da</strong>s internações <strong>no</strong> CTI Setimig, <strong>no</strong> período Julho <strong>de</strong> 2009 a Junho 2010.<br />

Segundo Lemos e Rossi (2002), consi<strong>de</strong>rando a cultura dos envolvidos neste<br />

ambiente hospitalar, o CTI é entendido como um lugar <strong>de</strong>sconhecido e assustador,<br />

que, ao mesmo tempo, significa o recurso <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, representa<br />

também o elo entre a beira do abismo, ou seja, expressa estar entre a vi<strong>da</strong> e a<br />

<strong>morte</strong>, po<strong>de</strong> ser uma i<strong>da</strong> sem volta.<br />

Num outro momento observa-se o <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> <strong>morte</strong>, pois a internação se caracteriza<br />

prolonga<strong>da</strong> (ultrapassando um mês ou mais), a recuperação é lenta, e a piora é<br />

súbita. Tanto o paciente quanto sua família anseia pelo retor<strong>no</strong> ao lar, como isso vai<br />

se revelando ca<strong>da</strong> vez mais prolongado e o <strong>de</strong>sgaste físico-emocional é gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ambas as partes. Eliminar logo o sofrimento é aceitar a <strong>morte</strong> como <strong>de</strong>scanso<br />

merecido. E muitas <strong>de</strong>stas famílias optam em permanecerem <strong>no</strong> Box do paciente <strong>no</strong><br />

momento <strong>da</strong> parti<strong>da</strong>, <strong>de</strong> maneira lúci<strong>da</strong>, prepara<strong>da</strong> e amorosa.<br />

Biblioteca Virtual Fantásticas Vere<strong>da</strong>s – FGR, Belo Horizonte <strong>de</strong>z. 2010 p. 9 <strong>de</strong> 13


10 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

Para Dias apud Feijoo (2010), “a essa humanização <strong>da</strong> medicina dá-se o <strong>no</strong>me <strong>de</strong><br />

Boa Morte”, a qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns princípios, como saber quando a <strong>morte</strong> está<br />

se aproximando e compreendê-la, possuir digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e privaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ter acesso a<br />

informações, a suporte espiritual e emocional, ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong>s, entre<br />

outras.<br />

Po<strong>de</strong>-se apontar, portanto, que algumas ações terapêuticas, como o toque, a<br />

conversa, a informação técnica referente ao setor, a informação biológica referente<br />

ao cliente e a empatia dos profissionais aju<strong>da</strong>m muito amenizar os efeitos <strong>no</strong>civos<br />

<strong>da</strong> internação em CTI, evi<strong>de</strong>nciando, assim, os aspectos positivos para os clientes e<br />

seus familiares, do processo <strong>de</strong> internação (LEMOS E ROSSI, 2002).<br />

Assim, a pessoa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> quem seja, merece ser atendi<strong>da</strong> com carinho,<br />

competência e cortesia, aten<strong>de</strong>r o indivíduo como um todo e não apenas seus<br />

órgãos, e principalmente, agir com humanização <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um hospital (MEZZOMO,<br />

2003).<br />

A família <strong>de</strong>ste indivíduo criticamente enfermo também tem direito a to<strong>da</strong> atenção <strong>da</strong><br />

equipe, é necessário compreen<strong>de</strong>r, administrar e minimizar a dor, angústia e<br />

conflitos <strong>de</strong>ste momento. O trabalho <strong>da</strong> <strong>psicologia</strong> <strong>de</strong>ntro do CTI Setimig traz<br />

satisfação, pois viabiliza a minimização do sofrimento psíquico-físico do outro,<br />

gerado por uma condição única e rega<strong>da</strong> <strong>de</strong> estigmas negativos.<br />

Tratar <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as dores <strong>de</strong> um paciente que sofre <strong>no</strong> corpo e na alma é a tarefa<br />

mais gratificante, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s são muitas e o <strong>de</strong>safio motiva; o resultado positivo<br />

é a maior alegria que se po<strong>de</strong> experimentar, seja com a alta ou óbito, pois <strong>de</strong><br />

alguma forma houve <strong>no</strong>ssa aju<strong>da</strong> (MACIEL et al., 2007).<br />

Deste modo, apegados na fé e religião, associado com os constantes suportes<br />

psicológicos, a familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> do ambiente e criação <strong>de</strong> vínculos afetivos com a<br />

equipe, as famílias e o paciente, vão se mostrando mais fortalecidos para<br />

enfrentarem o sofrimento e a virtuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>morte</strong>.<br />

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CONCLUSÃO<br />

Juliana Padilha l Isaura Rocha Vilela 11<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que a Psicologia Existencial-Fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica inseri<strong>da</strong> <strong>no</strong> contexto<br />

hospitalar contribui muito para a fi<strong>de</strong>digna compreensão <strong>da</strong> existência humana,<br />

associado aos equipamentos tec<strong>no</strong>lógicos sofisticados e o atendimento <strong>no</strong> CTI. As<br />

ações humaniza<strong>da</strong>s resgatam o respeito à vi<strong>da</strong> humana e à preservação à digni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>no</strong> momento <strong>da</strong> <strong>morte</strong>.<br />

O trabalho vem respeitar a individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ser lá inserido, bem como,<br />

preservar seus direitos. O apoio emocional, ao doente e a seus familiares, po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar mu<strong>da</strong>nças significativas <strong>no</strong> quadro clínico ou tornar me<strong>no</strong>s pe<strong>no</strong>sa sua<br />

internação.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ANGERAMI-CAMON, V. (org) Psicologia <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. São Paulo: Editora Pioneira,<br />

2000.<br />

______. Psicologia hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 2003.<br />

______. Tendências em <strong>psicologia</strong> hospitalar. São Paulo: Thomson, 2004.<br />

FEIJOO, A.M. (org) Tédio e finitu<strong>de</strong>: <strong>da</strong> filosofia a <strong>psicologia</strong>. Belo Horizonte:<br />

Fun<strong>da</strong>ção Guimarães Rosa, 2010.<br />

______. A escuta e a fala em psicoterapia: uma proposta fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>lógica<strong>existencial</strong>.<br />

São Paulo, 2000.<br />

FREITAS, K.S. Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> familiares em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> terapia intensiva:<br />

análise comparativa entre hospital público e privado. Tese <strong>de</strong> Mestrado, Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Enfermagem <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 2005.<br />

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12 Ressignificando o morrer <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

KUBLER-ROSS, E. Sobre a <strong>morte</strong> e o morrer: O que os doentes terminais tem para<br />

ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. São Paulo:<br />

Martins Fontes, 2000.<br />

LEMOS R., ROSSI L. O significado cultural atribuído ao <strong>centro</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva<br />

por clientes e seus familiares: um elo entre a beira do abismo e a liber<strong>da</strong><strong>de</strong>. Revista<br />

Lati<strong>no</strong>-americana Enfermagem, v.10, n.3, p. 345-357, maio/jun. 2002.<br />

MACIEL, G. MOTA, G. PIMENTEL, S. Tempo <strong>de</strong> Amor: a essência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> na<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>morte</strong>. São Paulo, Editora Difusão Paulista: 2007.<br />

MEZZOMO, A. Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> humanização hospitalar: uma versão<br />

multiprofissional. São Paulo: Edições Loyola, 2003.<br />

SAPIENZA, B. T. Conversando sobre terapia. São Paulo: Ed. Paulus, 2004.<br />

RUDIO, F.V. Diálogo maiêutico e psicoterapia <strong>existencial</strong>. São José dos Campos:<br />

Novo Horizonte, 2001.<br />

URIZZI, F. Vivencia <strong>de</strong> familiares <strong>de</strong> pacientes internados em terapia intensiva: O<br />

outro lado <strong>da</strong> internação. Dissertação <strong>de</strong> mestrado apresenta<strong>da</strong> pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto <strong>da</strong> USP, 2005.<br />

TORRES, W.C. GUEDES, W.G. A <strong>morte</strong> <strong>no</strong> contexto hospitalar. Revista <strong>de</strong><br />

<strong>psicologia</strong> hospitalar, n.2 jun./<strong>de</strong>z. p.56-60, 1991.<br />

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