Sociologia
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Antonio Carlos Banzato A. Santos e Rafael Lopes Sousa<br />
os fatos sociais demandam o entendimento<br />
do sentido que estes têm: o entendimento<br />
destes é um elemento essencial<br />
e indispensável de seu estudo, também é<br />
a explicação pela qual os fatos humanos<br />
ainda que não façam sentido, não são puramente<br />
abstratos, mas realidades concretas<br />
no espaço e no tempo.<br />
Através das pesquisas em <strong>Sociologia</strong>, vai se<br />
definindo o fato social, bem como as reflexões<br />
que hão de ser conduzidas para realizar um tratamento<br />
científico para o que será feito (LAKATOS;<br />
MARCONI, 1999).<br />
• Como observar os fatos sociais;<br />
• Como distinguir os fatos normais daqueles<br />
outros que podem ter uma natureza<br />
patológica;<br />
• Como construir os tipos sociais;<br />
• Como explicar os fatos sociais;<br />
• Como estudar as provas.<br />
Tudo isso para conseguir a distinção entre a<br />
especulação filosófica e a especulação científica<br />
ou explicativa, de maneira que seja possível descobrir<br />
as regularidades ou uniformidades da conduta<br />
humana (SCURO, 2004).<br />
Como define Durkheim (2000, p. 41): “Os Fatos<br />
sociais consistem uma maneira de pensar, de<br />
fazer e de sentir, externas ao indivíduo e dotadas<br />
de um poder coercivo em cuja virtude se impõe.”<br />
O fato social o leva a distinguir entre consciência<br />
coletiva e consciência individual, que<br />
precisamente vai delimitar os campos da <strong>Sociologia</strong><br />
e da Psicologia; assim, a consciência coletiva<br />
refere-se a modos de pensar, sentir e fazer que<br />
constituem a herança comum de uma sociedade<br />
(DURKHEIM, 2000).<br />
Para Martins (1987, p. 29), isso será “[...] a<br />
cultura que atribui a cada sociedade seus traços<br />
distintivos, frente a esta consciência coletiva, situa-se<br />
a consciência individual, definida como o<br />
universo privado de cada um.”<br />
As sociedades vão variar em função do diferente<br />
grau de coerção que as consciências coletivas<br />
exercem sobre as consciências individuais,<br />
o que se traduz na possibilidade de que exista<br />
maior número de condutas desviadas (DUR-<br />
KHEIM, 2000).<br />
6.15 Ideologia<br />
A palavra ‘ideologia’ carrega vários significados<br />
e é usada para diferentes finalidades. “A ideologia<br />
é – de qualquer maneira – o processo pelo<br />
qual as ideias da classe dominante tornam-se<br />
ideias de todas as classes sociais, tornam-se ideias<br />
dominantes.” (CHAUÍ, 1984, p. 92).<br />
A ideologia tem, então, influência marcante<br />
na conformação social da sociedade capitalista,<br />
pois ajuda a ocultar suas contradições. Ela tem,<br />
pois, a função de apagar as diferenças, como as<br />
de classe, oferecendo referenciais universais para<br />
a unificação da sociedade. Nesse sentido, é interessante<br />
notar que a ideologia trabalha para a naturalização<br />
das contradições sociais, justificando e<br />
criando condições para a aceitação de determinadas<br />
situações aparentemente naturais, mas que<br />
na verdade são produtos da intervenção humana.<br />
Um exemplo disso é a ideia que está na divisão de<br />
classes da sociedade capitalista, isto é, de que o<br />
rico já nasceu rico e o pobre já nasceu pobre; ou a<br />
ideia criminalizante de que o pobre é inclinado à<br />
marginalidade.<br />
Segundo Chauí (1984), isso significa que:<br />
• as ideias da classe dominante, na sociedade<br />
capitalista, prevalecem sempre<br />
sobre as ideias das classes subalternas;<br />
• para tanto, os membros da sociedade<br />
não se percebem como categorias diferentes,<br />
ou seja, como classes sociais<br />
distintas;<br />
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