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Mesorregião Geográfica Noroeste Paranaense - Ipardes

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Para fins de classificação socioeconômica considera-se<br />

que os estabelecimentos com até 50 hectares, pela<br />

predominância do trabalho familiar, constituem a categoria<br />

de agricultores familiares. Os estabelecimentos com área<br />

superior a 100 hectares, devido à predominância de<br />

trabalho contratado, foram classificados como agricultores<br />

empresariais. O estrato de 50 a 100 hectares, pelo critério<br />

das relações de produção predominantes, enquadra-se na<br />

categoria de agricultores familiares. Contudo, pelas suas<br />

características produtivas, aproxima-se dos empresários.<br />

Nesse sentido, esse constitui um estrato de transição; porém,<br />

no presente trabalho, está sendo agrupado na categoria de<br />

agricultores familiares.<br />

Mesorregião <strong>Noroeste</strong><br />

Geográfica <strong>Paranaense</strong><br />

A partir da década de 90, as propriedades que apresentavam solos de origem basáltica e possibilidades<br />

de produzir soja/trigo introduziram o cultivo de milho (safrinha) em substituição ao trigo, e em solos arenoargilosos<br />

cultivam-se café e mandioca. Esta última vem sendo produzida na maioria por arrendatários em áreas<br />

de pastagens degradadas, os quais, ao final do contrato de arrendamento, entregam a área com pasto formado,<br />

proporcionando a renovação de pastagens pouco produtivas. (PIANA et al., 2001).<br />

Essas alterações produtivas, sempre com preponderância para pecuária, vêm provocando transformações<br />

na agropecuária da região: na estrutura fundiária, no modo como os produtores utilizam suas terras e na<br />

ocupação da mão-de-obra. Segundo o Censo Agropecuário de 1995/1996, a mesorregião detinha 14,1% da área<br />

e 10,5% do número de estabelecimentos rurais do Estado. Em relação ao Censo de 1985 (IBGE, 1985), a região<br />

registrou o desaparecimento de 14.930 estabelecimentos, o que representou uma redução de 27,8%, superior à<br />

média estadual, que sofreu uma perda de 20,7% no número de estabelecimentos. Além disso, na mesorregião<br />

essa redução ocorreu principalmente nos estratos de área abaixo de 100 hectares, mesmo comportamento<br />

verificado no Estado.<br />

Essas alterações fundiárias ocorridas neste período podem ser percebidas no índice de Gini, cujo<br />

resultado revela uma forte concentração de terras na mesorregião <strong>Noroeste</strong>, com índice de 0,781, bem superior<br />

à média estadual e o terceiro maior índice dentre as mesorregiões do Estado (tabela 4.1).<br />

A estrutura fundiária da região é caracterizada pelo predomínio de pequenos e médios estabelecimentos.<br />

Os dados evidenciam a importância social da agricultura familiar 16 na mesorregião <strong>Noroeste</strong>, onde 81,9% dos<br />

estabelecimentos possuem área inferior a 50 hectares, ocupando somente 19,7% da área total (tabela 4.2). No<br />

estrato de 50 a 100 hectares encontram-se 7,3% dos estabelecimentos, em 9% da área. Com comportamento<br />

distinto do observado nos estratos anteriores estão os estabelecimentos com área entre 100 e 500 hectares<br />

(empresários rurais), que representam somente 8,8% do total e ocupam a expressiva proporção de 32,9% da área<br />

total. Com apenas 2% do total, os estabelecimentos acima de 500 hectares controlam 38,4% da área total. Vale<br />

observar que, comparativamente à estrutura fundiária do Estado, a agricultura familiar do <strong>Noroeste</strong> apresenta<br />

proporções inferiores à média estadual, tanto em número de estabelecimentos como na disponibilidade de área.<br />

Leituras Regionais

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