homens, mulheres ea exploração sexual comercial de ... - Promundo
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10. Por motivos <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>,<br />
não são usados nomes. I<strong>de</strong>ntificamos<br />
apenas H e M, para<br />
<strong>homens</strong> e <strong>mulheres</strong>, o local e a<br />
ida<strong>de</strong>.<br />
O primeiro grupo focal masculino contou com cinco participantes<br />
e teve a peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um grupo bastante jovem (média<br />
<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 anos). Um ponto marcante do grupo foi a visão mais<br />
equitativa <strong>de</strong> gênero e o respeito às diversida<strong>de</strong>s sexuais. Após ver que<br />
as reiteradas tentativas <strong>de</strong> convidar <strong>homens</strong> mais velhosnão estavam<br />
surtindo efeito, seja por meio <strong>de</strong> visitas domiciliares ou através dos<br />
contatos feitos com as <strong>mulheres</strong> e com os <strong>homens</strong> mais novos, ficou<br />
claro que seria difícil conseguir fazer um grupo. Assim, o pesquisador<br />
optou por entrevistar dois <strong>homens</strong> interessados em participar do estudo:<br />
um com 42 e o outro com 58 anos.<br />
O grupo <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> teve ida<strong>de</strong>s ligeiramente mais elevadas: média<br />
<strong>de</strong> 48 anos e quatro participantes acima dos 50 anos. Uma dificulda<strong>de</strong> no<br />
grupo foi a presença <strong>de</strong> duas crianças <strong>de</strong> aproximadamente sete anos e<br />
um bebê (neto <strong>de</strong> uma participante).<br />
Diferentemente das outras duas cida<strong>de</strong>s, em Itaperuna os dados<br />
qualitativos foram coletados com <strong>homens</strong>, em um local <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> um gasoduto na região. As <strong>mulheres</strong> foram selecionadas<br />
a partir <strong>de</strong> uma parceria com a Secretaria <strong>de</strong> Ação Social da prefeitura 10 .<br />
Métodos e Coleta <strong>de</strong> Dados Quantitativos<br />
A pesquisa quantitativa ocorreu entre os meses <strong>de</strong> setembro e <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 2010, em Natal e no Rio <strong>de</strong> Janeiro, com <strong>homens</strong> (n=602 no RJ e<br />
n=100 no RN) <strong>de</strong> 24 a 59 anos e <strong>mulheres</strong> (n=612 no RJ e n=100 no RN),<br />
com ida<strong>de</strong>s compreendidas entre os 18 e 59 anos.<br />
A equipe <strong>de</strong> entrevistadores no Rio <strong>de</strong> Janeiro foi composta por 12<br />
entrevistadoras, 12 entrevistadores e dois acompanhantes sob supervisão<br />
do <strong>Promundo</strong>. Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal, uma empresa reconhecida na<br />
r<strong>ea</strong>lização <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> opinião foi contratada para coletar os dados.<br />
Essa equipe foi composta por sete entrevistadoras e dois entrevistadores.<br />
Tanto os entrevistadores do Rio <strong>de</strong> Janeiro como os <strong>de</strong> Natal passaram<br />
por um treinamento <strong>de</strong> quatro hora sem que foram apresentadas as diretrizes<br />
da pesquisa. Eles foram orientados acerca dos temas tratados e<br />
sobre técnicas <strong>de</strong> entrevista. O nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos entrevistadores<br />
variou entre ensino médio e curso superior.<br />
Os entrevistados respon<strong>de</strong>ram a questões relacionadas às percepções<br />
e construções <strong>de</strong> gênero, violência e ESCCA. Os questionários foram divididos<br />
por temas relacionados com o objetivo do estudo:<br />
Parte 1_Características do entrevistado<br />
Parte 2_Com quem mantém relacionamento<br />
Parte 3_Atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero<br />
Parte 4_Comportamento na família <strong>de</strong> origem<br />
Parte 5_Continuação sobre atitu<strong>de</strong>s<br />
Parte 6_Homens e relações sexuais<br />
Parte 7_Uso <strong>de</strong> internet para fins sexuais<br />
Parte 8_Participação em campanhas e/ou programas<br />
Por razões relacionadas com o foco da pesquisa, a Parte 7 e as perguntas<br />
sobre a primeira relação <strong>sexual</strong> foram acrescentadas apenas no<br />
questionário para <strong>homens</strong> 11 .<br />
A coleta <strong>de</strong> dados se <strong>de</strong>u por meio <strong>de</strong> entrevistas domiciliares r<strong>ea</strong>lizadas<br />
por entrevistadores. No Rio <strong>de</strong> Janeiro, as comunida<strong>de</strong>s foram<br />
divididas por setores e cada entrevistador recebeu um mapa <strong>de</strong>signando<br />
seu setor <strong>de</strong> atuação. O papel do acompanhante foi conduzi-los aos en<strong>de</strong>reços<br />
<strong>de</strong>sejados. A presença <strong>de</strong>sses acompanhantes contribuiu para a<br />
inexistência <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> recusa 12 .<br />
O cronograma <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados no Rio <strong>de</strong> Janeiro foi atingido pelas<br />
constantes incursões policiais na ár<strong>ea</strong>, envolvendo troca <strong>de</strong> tiros com os traficantes<br />
da comunida<strong>de</strong>. Com exceção <strong>de</strong>sses momentos, em nenhuma ocasião<br />
foi relatada a intromissão ou o uso <strong>de</strong> força, por parte <strong>de</strong> traficantes ou<br />
policiais da região, visando o impedimento da pesquisa. No entanto, entrevistadores<br />
disseram que se sentiram, em certos momentos, inseguros e acuados<br />
<strong>de</strong>vido à exibição <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo por alguns traficantes da comunida<strong>de</strong>.<br />
A formulação dos questionários e do guia <strong>de</strong> discussão da pesquisa<br />
qualitativa foi um <strong>de</strong>safio. O <strong>Promundo</strong> enten<strong>de</strong> que é totalmente ina<strong>de</strong>quado<br />
usar o termo “prostituição infantil” quando se trata <strong>de</strong> crianças e<br />
adolescentes. O termo discrimina crianças e jovens, não se atribuindo responsabilida<strong>de</strong><br />
ao adulto que comete o <strong>de</strong>lito. Além disso, o uso do termo<br />
ESCCA propõe uma inversão para que a ênfase não caia sobre a “criança<br />
prostituída”, mas sim sobre o “adulto explorador” 13 . Isso posto, vale ressaltar<br />
que no questionário o termo “prostituição” foi empregado na maioria<br />
das perguntas para facilitar o entendimento entre entrevistador e entrevistado.<br />
A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> usá-lo foi feita após a pré-testagem dos questionários.<br />
11. Para mais informações sobre os<br />
questionários, entrar em contato<br />
com promundo@promundo.org.<br />
br ou consulte o nosso site [www.<br />
promundo.org.br].<br />
12. Apesar <strong>de</strong> possuírem crachá, colete<br />
e consentimentos que os i<strong>de</strong>ntificavam<br />
como consultores do <strong>Promundo</strong>,<br />
o fato <strong>de</strong> os acompanhantes<br />
serem moradores da comunida<strong>de</strong><br />
ajudou a dar mais credibilida<strong>de</strong><br />
e facilitou o contato com os moradores.<br />
É válido salientar que a<br />
entrevista era feita sem a presença<br />
do acompanhante, que se afastava<br />
após o consentimento do(a)<br />
entrevistado(a) em participar.<br />
13. Fonseca et al. Pelo fim da exploração<br />
<strong>sexual</strong>: o que os <strong>homens</strong><br />
po<strong>de</strong>m fazer? <strong>Promundo</strong>, 2008,<br />
p.21.<br />
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