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homens, mulheres ea exploração sexual comercial de ... - Promundo

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Um exemplo <strong>de</strong> prevenção da ESCCA<br />

com lentes <strong>de</strong> gênero<br />

No Brasil, o <strong>Promundo</strong> trabalha atualmente em parceria com a<br />

Petrobras nos 13 estados do país em que a empresa está presente.<br />

Estas capacitações resultam <strong>de</strong> parcerias ente a Petrobras e ONGs<br />

locais e preten<strong>de</strong>m contribuir para a redução da exploração <strong>sexual</strong><br />

em locais <strong>de</strong> trabalho da Petrobras. As oficinas <strong>de</strong> dois dias incluem<br />

profissionais da saú<strong>de</strong> e educação e li<strong>de</strong>ranças comunitárias e utilizam<br />

ferramentas <strong>de</strong>senvolvidas pelo <strong>Promundo</strong>, incluindo os materiais do<br />

Programa H e M. Essas ações se constituem como uma possibilida<strong>de</strong><br />

para que a população local que trabalha com a redução da ESCCA<br />

possa refletir sobre normas e expectativas <strong>de</strong> gênero, além <strong>de</strong> colocar<br />

esta aprendizagem em prática, no <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> abordagens preventivas.<br />

• É necessário que profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação e do sistema <strong>de</strong><br />

garantia <strong>de</strong> direitos estejam capacitados no que <strong>de</strong>termina o Estatuto<br />

da Criança e do Adolescente (ECA), que em seu artigo 18 dispõe<br />

sobre o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> todos <strong>de</strong> velar pela dignida<strong>de</strong> da criança e do<br />

adolescente, pondo-os a salvo <strong>de</strong> qualquer tratamento <strong>de</strong>sumano,<br />

violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.<br />

• Tendo em vista que a maioria dos entrevistados disse “sim” quando<br />

perguntados sobre se <strong>de</strong>veria existir uma lei que penalizasse os <strong>homens</strong><br />

que fazem sexo com “prostitutas” menores <strong>de</strong> 18 anos, é absolutamente<br />

necessário reforçar o aparato jurídico-legal relativo à ESCCA. O ECA, em<br />

seu artigo 244 consi<strong>de</strong>ra crime <strong>de</strong> violência <strong>sexual</strong>: submeter criança ou<br />

adolescente, como tais <strong>de</strong>finidos no caput do artigo 2º <strong>de</strong>sta lei, à prostituição<br />

ou à exploração <strong>sexual</strong>, com pena-reclusão <strong>de</strong> 4 a 10 anos e multa.<br />

Dessa forma, faz-se necessário mobilizar a socieda<strong>de</strong> civil para que cobre<br />

do Estado o cumprimento da legislação relativa a tais práticas.<br />

• É imperativo dar visibilida<strong>de</strong> à ESCCA sofrida por adolescentes e crianças<br />

do sexo masculino, tendo em vista a relativa invisibilida<strong>de</strong> da temática,<br />

mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> estudos e intervenções relacionadas ao tema. É<br />

necessário apoiar a r<strong>ea</strong>lização <strong>de</strong> estudos relativos à presença <strong>de</strong> crianças<br />

e adolescentes do sexo masculino em situação <strong>de</strong> exploração <strong>sexual</strong>.<br />

No caso dos meninos e rapazes e travestis/transexuais faz-se necessária<br />

uma leitura que incorpore as especificida<strong>de</strong>s da orientação <strong>sexual</strong> e da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero <strong>de</strong>sses coletivos: motivação, aliciamento, práticas<br />

sexuais entre outras vulnerabilida<strong>de</strong>s que favorecem a entrada e a permanência<br />

em situações <strong>de</strong> abuso e exploração.<br />

• É necessário um fortalecimento da socieda<strong>de</strong> civil organizada e do po<strong>de</strong>r<br />

público, em suas articulações estaduais e nacionais, para a coleta<br />

<strong>de</strong> dados e r<strong>ea</strong>lização <strong>de</strong> diagnósticos que forneçam diretrizes <strong>de</strong> ação<br />

para as mobilizações que visem ao enfrentamento <strong>de</strong>sse problema.<br />

Além disso, é necessário monitorar a implementação do Plano Nacional<br />

<strong>de</strong> Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil.<br />

• O governo <strong>de</strong>ve colaborar <strong>de</strong> forma mais próxima com a socieda<strong>de</strong><br />

civil e universida<strong>de</strong>s na elaboração e aplicação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

programas e ações e metodologias <strong>de</strong> intervenção local capazes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sencad<strong>ea</strong>r respostas efetivas para a superação da ESCCA.<br />

• São necessárias mais campanhas dirigidas a <strong>homens</strong> sobre a ESCCA.<br />

Isto pressupõe ampliar em escala campanhas como a R<strong>ea</strong>l men don’t buy<br />

girls 19 , que inclui a participação <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s, atores e atletas, com<br />

Kaká (jogador <strong>de</strong> futebol) como representante brasileiro. A Declaração<br />

do Rio (MenEngage, 2009) 20 e o III Congresso Mundial <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

da Exploração Sexual <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes 21 r<strong>ea</strong>firmaram a<br />

importância do papel <strong>de</strong> <strong>homens</strong> e jovens na prevenção da ESCCA. Os<br />

resultados <strong>de</strong>sse estudo oferecem múltiplas opções sobre novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> mensagens que as campanhas futuras po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem incluir.<br />

Estas campanhas <strong>de</strong>vem adotar uma abordagem crítica – e encorajar os<br />

<strong>homens</strong> a incorporá-la – sobre normas relacionadas com masculinida<strong>de</strong><br />

que naturalizam o uso <strong>de</strong> meninas com menos <strong>de</strong> 18 anos para sexo.<br />

• Uma das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho com os <strong>homens</strong> na prevenção da<br />

ESCCA, ainda pouco explorada, está centrada no reforço do seu papel<br />

como cuidadores (tanto <strong>de</strong> si como dos outros) e enquanto pais. Homens<br />

que são cuidadores e pais participativos revelam uma forte recusa e repulsa<br />

em relação a outros <strong>homens</strong> que exploram <strong>sexual</strong>mente crianças<br />

e po<strong>de</strong>m ser fortes aliados na prevenção e combate à ESCCA. Da mesma<br />

forma, uma vez que a influência <strong>de</strong> pares se relevou um forte <strong>de</strong>terminante<br />

para que os <strong>homens</strong> paguem por sexo, o mesmo po<strong>de</strong> acontecer<br />

<strong>de</strong> forma inversa. Nesse sentido, campanhas como MenCare (www.<br />

mencare.org), que buscam envolver os <strong>homens</strong> em diferentes ações <strong>de</strong><br />

cuidado, po<strong>de</strong>m constituir uma ferramenta útil para conscientizá-los da<br />

importância do seu papel no cuidado dos(as) adolescentes, assegurando<br />

que não serão vitimados pela exploração <strong>sexual</strong>.<br />

19. Cf. <br />

20. De acordo com a Declaração do<br />

Rio (I Global Symposium Engaging<br />

Men and Boys on Achieving Gen<strong>de</strong>r<br />

Equality, 2009), “a violência <strong>sexual</strong><br />

cometida por alguns <strong>homens</strong> é<br />

resultado <strong>de</strong> normas sociais que<br />

toleram a exploração <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong><br />

e meninas, meninos e <strong>homens</strong>. A<br />

objetificação e a mercantilização<br />

<strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> e meninas, meninos<br />

e <strong>homens</strong> naturalizam comportamentos<br />

sexuais violentos e coercitivos.<br />

Acabar com a violência <strong>sexual</strong><br />

e a exploração requer estratégias<br />

holísticas que vão do global ao local<br />

e envolvam <strong>homens</strong> e meninos<br />

com a confrontação <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s que conferem aos<br />

<strong>homens</strong> uma posição <strong>de</strong> dominância,<br />

e também tratar todos os<br />

seres humanos com dignida<strong>de</strong> e<br />

respeito. Disponível em <br />

21. Declaração do Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

Chamada para Ação para Prevenir<br />

e Eliminar a Exploração Sexual <strong>de</strong><br />

Crianças e Adolescentes. III Congresso<br />

Mundial <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

da Exploração Sexual <strong>de</strong> Crianças<br />

e Adolescentes. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

2008. Em seu artigo 44, a <strong>de</strong>claração<br />

preconiza que é necessário<br />

“conduzir pesquisas sobre padrões<br />

contemporâneos <strong>de</strong> socialização<br />

<strong>de</strong> meninos e <strong>homens</strong> através <strong>de</strong><br />

diferentes contextos <strong>de</strong> forma a<br />

i<strong>de</strong>ntificar fatores que promovam<br />

e fortaleçam o respeito <strong>de</strong> meninos<br />

e <strong>homens</strong> aos direitos <strong>de</strong> meninas<br />

e <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> e que os engaje em<br />

iniciativas <strong>de</strong> ações que os inibam<br />

e os <strong>de</strong>sencorajem a se engajarem<br />

na exploração <strong>sexual</strong> <strong>de</strong> crianças<br />

e adolescentes”. Disponível em<br />

<br />

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