Notas em Matemática Aplicada 10 - sbmac
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2.2.<br />
AUTÔMATO CELULAR DE WOLFRAM 27<br />
neste caso, a entropia é reduzida. Assim, a dimensão do atrator para um autômato<br />
celular está diretamente relacionado à entropia alcançada com a sua evolução.<br />
A dimensão é uma medida muito crua da estrutura do conjunto de configurações<br />
alcançadas <strong>em</strong> um autômato celular para t<strong>em</strong>pos longos. A teoria das linguagens<br />
formais pode prover uma caracterização mais completa do conjunto.<br />
Linguagens consist<strong>em</strong> de um conjunto de palavras, de tamanho finito ou infinito,<br />
formadas a partir de uma concatenação de letras seguindo regras gramaticais. As<br />
configurações de um autômato celular são análogas a palavras <strong>em</strong> uma linguag<strong>em</strong><br />
formal cujas letras são os k valores possíveis de cada célula do autômato. Então,<br />
uma gramática dá uma especificação sucinta para um conjunto de configurações de<br />
um autômato celular.<br />
As linguagens pod<strong>em</strong> ser classificadas de acordo com a complexidade das máquinas<br />
necessárias para gerá-las. Uma classe de linguagens especificada por gramáticas regulares<br />
pod<strong>em</strong> ser geradas por máquinas de estados finitos. Uma máquina de estados<br />
finito é representada por um grafo de transição de estados (análogo ao grafo de<br />
transição de estados para um autômato celular finito ilustrado na figura 2.7).<br />
As palavras possíveis <strong>em</strong> uma gramática regular são geradas percorrendo todos<br />
os caminhos possíveis no grafo de transição de estados. Estas palavras pod<strong>em</strong><br />
ser especificadas por expressões regulares consistindo de seqüências de comprimento<br />
finito e repetições arbitrárias destas. Por ex<strong>em</strong>plo, a expressão regular 1(00) ∗ 1<br />
representa todas as seqüências que contém um número par de 0’s (repetindo arbitrariamente<br />
a seqüência 00) com um par de 1’s, um destes no inicio da seqüência e<br />
outro no final.<br />
O conjunto das configurações obtidas ao longo da evolução nos autômatos da<br />
classe 2 pode ser expressado na forma de linguagens regulares. Já os atratores<br />
(classe 3) correspond<strong>em</strong> a linguagens mais complexas.<br />
2.2.4 Computação universal<br />
Segundo Wolfram, a aparente complexidade no comportamento da classe 4 de<br />
autômatos celulares sugere que estes sist<strong>em</strong>as possam ser capazes de computação<br />
universal. Um computador pode ser considerado como um sist<strong>em</strong>a cujas regras são<br />
usadas para transformar uma seqüência inicial de 0’s e 1’s <strong>em</strong> uma seqüência final<br />
de 0’s e 1’s. A seqüência inicial pode ser considerada como um programa e seus<br />
dados armazenados na m<strong>em</strong>ória de um computador e parte da seqüência final pode<br />
ser considerada como o resultado da computação.<br />
O único método conhecido de provar que um sist<strong>em</strong>a pode atuar como um computador<br />
universal é mostrar que suas capacidades computacionais são equivalentes<br />
àquelas do outro sist<strong>em</strong>a já classificado como computador universal. Os trabalhos de<br />
Church e Turing defin<strong>em</strong> que nenhum outro sist<strong>em</strong>a t<strong>em</strong> capacidade computacional<br />
superior aos computadores universais.<br />
Um autômato celular pode ser entendido como capaz de computação universal<br />
pela identificação de estruturas que atuam como componentes de computadores<br />
digitais, tais como: portas lógicas, m<strong>em</strong>órias e relógios. Um importante componente<br />
é o relógio que gera uma seqüência infinita de pulsos; partindo da configuração