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MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO FUTEBOL DE SALTO ALTO

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SECRETARIA <strong>DE</strong> ESTADO DA EDUCAÇÃO<br />

Superintendência da Educação<br />

Programa de Desenvolvimento Educacional<br />

<strong>MATERIAL</strong> <strong>DIDÁTICO</strong> <strong>PEDAGÓGICO</strong><br />

<strong>FUTEBOL</strong> <strong>DE</strong> <strong>S<strong>ALTO</strong></strong> <strong>ALTO</strong><br />

Maringá<br />

2008/2009<br />

ANA MARIA ZANETI


Maringá<br />

2008/2009<br />

UNIDA<strong>DE</strong> DIDÁTICA<br />

Unidade didática, apresentada ao<br />

Programa de Desenvolvimento<br />

Educacional - P<strong>DE</strong>, sob a orientação do<br />

Professor Vanildo Rodrigues Pereira, do<br />

Departamento de Educação Física, da<br />

Universidade Estadual de Maringá.


FICHA <strong>DE</strong> I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO<br />

<strong>DIDÁTICO</strong> - PEDAGÓGICA<br />

PROFESSOR P<strong>DE</strong><br />

1. Nome a Professora P<strong>DE</strong>: Ana Maria Zaneti - azaneti@seed.pr.gov.br<br />

2. Disciplina/Área: Educação Física<br />

3. IES: Universidade Estadual de Maringá - UEM<br />

4. Orientador: Vanildo Rodrigues Pereira - vrpereira@uem.br<br />

5. Co-Orientador: - x -<br />

SECRETARIA <strong>DE</strong> ESTADO DA EDUCAÇÃO<br />

Superintendência da Educação<br />

Programa de Desenvolvimento Educacional<br />

6. Caracterização do objeto de estudo: O presente material didático - pedagógico é<br />

parte do plano de trabalho que tem como objeto de estudo o futebol feminino, uso das<br />

tecnologias, influência da mídia e as questões de gênero, voltado para alunos da 5ª<br />

série do Ensino Fundamental, sendo possível a interdisciplinaridade entre as disciplinas<br />

de Língua Portuguesa, História e Educação Física.<br />

7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Futebol de salto alto<br />

8. Justificativa da Produção: Propomos um trabalho que seja ao mesmo tempo,<br />

interdisciplinar e crítico, onde a proposta de pesquisa possa contribuir e transformar a<br />

prática pedagógica não apenas da Educação Física, mas de todas as outras disciplinas<br />

do currículo dos anos finais do Ensino Fundamental, especificamente, a 5ª série.<br />

9. Objetivo Geral da Produção: Resgatar historicamente e contextualizar a trajetória<br />

da mulher na prática do futebol.<br />

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática<br />

11. Público - alvo: 5ª série do Ensino Fundamental.<br />

Maringá, 12 de dezembro de 2008.<br />

_____________________<br />

Ana Maria Zaneti<br />

Professora P<strong>DE</strong>


1. I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO<br />

PARECER DA PRODUÇÃO <strong>DIDÁTICO</strong>-PEDAGÓGICA DOS<br />

PROFESSORES P<strong>DE</strong> - 2008<br />

a) INST. <strong>DE</strong> ENSINO SUPERIOR: Universidade Estadual de Maringá<br />

b) PROF. ORIENTADOR IES: Vanildo Rodrigues Pereira vrpereira@uem.br<br />

c) PROFESSOR P<strong>DE</strong>: Ana Maria Zaneti - azaneti@seed.pr.gov.br<br />

d) NRE: Maringá<br />

e) ÁREA/DISCIPLINA: Educação Física<br />

f) TÍTULO DA PROD. <strong>DIDÁTICO</strong> - PEDAGÓGICA: Futebol de salto alto<br />

2. CRITÉRIOS <strong>DE</strong> ANÁLISE<br />

SECRETARIA <strong>DE</strong> ESTADO DA EDUCAÇÃO<br />

Superintendência da Educação<br />

Programa de Desenvolvimento Educacional<br />

O Parecer da Produção Didático-Pedagógica deverá ser emitido pelo Professor Orientador da IES, após o<br />

respectivo processo de orientação, atendendo os critérios abaixo relacionados:<br />

1. Relação da Produção com a área/disciplina de atuação do Professor P<strong>DE</strong>.<br />

2. Articulação da Produção com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo Professor<br />

P<strong>DE</strong>.<br />

3. Perspectiva de contribuição da Produção Didático-Pedagógica para superação dos problemas relacionados<br />

ao processo ensino-aprendizagem.<br />

4. Viabilidade de utilização da Produção, considerando o contexto da escola onde será aplicada.<br />

5. Compatibilidade de linguagem, forma e conteúdo da Produção com o público a que se destina.<br />

6. Possibilidade de vir a ser incorporada às práticas pedagógicas da escola.<br />

3. PARECER CONCLUSIVO: (x) Favorável ( ) Desfavorável<br />

4. JUSTIFICATIVA DO PARECER: O material didático - pedagógico revela propósitos<br />

que certamente irão contribuir com avanços inovadores e necessários à área.<br />

Maringá, 12 de dezembro de 2008.<br />

_________________________<br />

Vanildo Rodrigues Pereira<br />

Professor Orientador


1- OBJETIVO GERAL<br />

Nosso trabalho tem como objetivo geral, resgatar historicamente e contextualizar<br />

a trajetória da prática do futebol pelas mulheres.<br />

2- OJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

Fazer com que o aluno utilize as tecnologias a partir da abordagem da<br />

pedagogia histórico-crítica de modo a facilitar a apropriação dos conhecimentos.<br />

Propiciar o uso do computador e da TV Pen Drive de maneira que estes se<br />

transformem em instrumentos colaboradores e pedagogicamente corretos na<br />

apropriação dos conhecimentos.<br />

Buscar a transformação crítica do aluno sobre as questões de gênero não<br />

apenas na prática desportiva, mas em todos os âmbitos de sua vida.<br />

3- JUSTIFICATIVA<br />

A relevância deste trabalho se dá a partir da observação das questões de<br />

gênero tão comuns em nossa sociedade, pois, o que observamos, é que<br />

cotidianamente a mulher brasileira sofre discriminação e preconceito em todas as<br />

áreas, inclusive no âmbito da prática desportiva. O mesmo acontece com as meninas<br />

nas aulas de Educação Física.<br />

4- PROBLEMA<br />

A partir dessas constatações, se constitui o problema deste estudo.<br />

Compreender os conceitos machistas na sociedade brasileira e principalmente<br />

entender por que e como isso acontece em nosso dia a dia, com vistas a contribuir com<br />

possíveis mudanças de conceito em relação ao gênero feminino.


5- ORIGEM DO <strong>FUTEBOL</strong><br />

No site www.sergeicartoons.com podemos observar uma charge de autoria do<br />

cartunista brasileiro Alecrim, que mostra um homem vestindo a camisa da seleção<br />

brasileira de futebol, tentando arrombar uma loja comercial.<br />

Esta oportunidade imaginada pode ocorrer em dias de jogos, em que as ruas<br />

ficam praticamente vazias.<br />

Como podemos observar, as pessoas ficam extremamente preocupadas com o<br />

rendimento da seleção brasileira e com a copa do mundo em geral. Observamos<br />

também como o futebol, muitas vezes pode massificar um povo e torná-lo alienado.<br />

Diante da exposição acima, pense bem e responda:<br />

Você sabe o que significa a expressão “a Pátria de chuteiras?”<br />

Quando você acha que esse amor à seleção brasileira surgiu?<br />

A quem você acredita que esse amor às chuteiras beneficia?<br />

Por que o amor ao futebol pode alienar um povo?<br />

Como tornar essa admiração saudável e prazerosa?<br />

Para que possamos responder essa e outras questões relacionadas ao mundo<br />

do futebol devemos conhecer o seu histórico, a trajetória da mulher na sociedade<br />

brasileira e sua inserção no mundo futebolístico.<br />

Segundo Trigo (2002), o futebol teve início na China. Era chamado de Kemari e<br />

foi inventado por Yang Tse. O Kemari era usado como treinamento militar e a nobreza<br />

o praticava para passar o tempo, mas o povo só teve acesso a ele na dinastia Han. O<br />

autor relata ainda que, no Japão, Grécia, Roma e França haviam jogos muito<br />

parecidos, o entanto, os historiadores não têm certeza sobre como o futebol se deu na<br />

Grã – Bretanha.<br />

Contudo, o livro <strong>DE</strong>SCRIPTIO NOBILISSIMAE CIVITATIS LONDINAE,<br />

de Willain Fitstesphen, escrito em 1175, descreve um jogo disputado<br />

durante a Shrovetide, uma espécie de terça-feira gorda, quando os<br />

habitantes de várias cidades inglesas punham-se a chutar uma bola de<br />

couro pelas ruas, comemorando a expulsão dos dinamarqueses no<br />

período do domínio anglo-saxão. A bola, no caso, simbolizava a<br />

cabeça de um oficial do exército invasor, e segundo consta, foi<br />

exatamente com essa cabeça, que o jogo teve origem. (TRIGO, 2002:<br />

p. 160)


Todos nós sabemos que o Brasil é conhecido como o país do futebol. Sabemos<br />

também que é o país que mais revela talentos neste esporte do que em qualquer outro.<br />

Todos os dias nós ligamos nossos aparelhos de televisão, e assistimos a telejornais e<br />

programas esportivos que inundam nossos ouvidos e olhos com informações e notícias<br />

sobre o mundo do futebol, mas, você sabe quem trouxe o futebol para o Brasil e como<br />

ele começou a ser praticado?<br />

6- O <strong>FUTEBOL</strong> NO BRASIL<br />

De acordo com Giulianotti (2002) “na América latina, as relações comerciais<br />

mostraram-se o canal mais fértil para o futebol”. (p. 24)<br />

O autor continua sua explanação dizendo que o Brasil, teve seus primeiros<br />

contatos com o futebol no ano de 1894 através dos marinheiros ingleses, no entanto,<br />

foi o brasileiro Charles Miller, quando voltou da Inglaterra após terminar seus estudos,<br />

o maior propagador do esporte.<br />

De acordo com Antunes (2006)<br />

o futebol chegou ao Brasil como um esporte elitista nos últimos anos do<br />

século XIX. Aos poucos se popularizou, fazendo adeptos por todas as<br />

camadas sociais. Mas entre a classe operária, nas fábricas e nos<br />

terrenos descampados dos bairros fabris e nas várzeas dos rios,<br />

conquistou uma posição de destaque. Os clubes da elite foram<br />

incorporando às suas equipes os jogadores revelados pelos times de<br />

várzea. Também os clubes formados por iniciativa dos operários nas<br />

fábricas, contando com a aprovação e o apoio material dos industriais,<br />

se tornaram comuns. Ao longo da primeira metade do século XX,<br />

formou-se uma tradição de futebol amador praticado em clubes de<br />

fábrica, sendo difícil apontar a indústria que não tivesse ao menos um<br />

pequeno núcleo constituído<br />

O estudo de Antunes mostra-se extremamente importante, pois, nos remete às<br />

raízes do futebol no Brasil. Mas, é necessário saber, o que realmente aconteceu,


quando, como e por que só depois de algum tempo da vinda do futebol os operários<br />

puderam realmente jogar sem as restrições impostas pela sociedade da época.<br />

VOCÊ SABIA?<br />

A terça-feira gorda é o último dia de carnaval. Essa festa carnavalesca<br />

surgiu no século XI, depois que a Igreja Católica, implementou a Semana<br />

Santa, era antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma.<br />

Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de<br />

diversas festividades nos dias que antecediam a quarta-feira de Cinzas, o<br />

primeiro dia da Quaresma. (Fonte: www.wikipédia.com)<br />

Com o processo de industrialização, (indústrias têxteis, fábricas e multinacionais<br />

instaladas no Brasil) a prática do futebol se efetivava.<br />

Segundo Seriacopi (2005), a industrialização no Brasil teve impulso a partir de<br />

1880, quando o Brasil tinha aproximadamente duzentas fábricas e no ano seguinte,<br />

esse número saltou para 636, nas quais trabalhavam 54 mil operários, em sua maioria,<br />

imigrantes europeus, sendo estes, trabalhadores assalariados livres que compunham a<br />

mão de obra. (p. 346)<br />

Para Giulianotti (2002), a cultura e a política inglesa influenciaram fortemente a<br />

difusão internacional do futebol, e estas tiveram fundamental importância na divulgação<br />

do esporte em países da América Latina como Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. (p.24)<br />

Antunes (2006) nos relata que o futebol era praticado apenas pelos funcionários<br />

de alto escalão das fábricas, porém, o número de jogadores era insuficiente para<br />

completar duas equipes, então estes permitiam que operários muito antigos e aqueles<br />

que eram indicados pelos jogadores por terem bom relacionamento com os mesmos.<br />

Isso nos remete à seguinte reflexão: A divisão de classes sociais já existia nessa época<br />

era acentuada, assim como podemos observar ainda hoje. (p: 8)


VOCÊ SABIA?<br />

Entendemos por classe social cada um dos grandes e diferentes grupos<br />

da sociedade. Caracteriza-se por fatores socioeconômicos como, por exemplo:<br />

apropriação dos meios de produção, profissão, posição no sistema de<br />

produção, riqueza, nível de consumo e origem dos rendimentos.<br />

Para Karl Marx, a classe social é caracterizada por sua posição na<br />

produção em relação à propriedade. No sistema capitalista, existem duas<br />

classes principais: a burguesia (detentores dos meios de produção) e o<br />

proletariado, (trabalhadores e assalariados).<br />

(Fonte: (Gislaine C. A. Seriacopi. História. São Paulo: Ática, 2005, p: 373)<br />

7- A TRAJETÓRIA SOCIAL DA MULHER<br />

No que diz respeito à inserção da mulher na prática do desporto, podemos dizer<br />

que essa história não é recente, porém, sempre foi uma questão polêmica e sempre<br />

recheada de obstáculos.<br />

No entanto, para entendermos um pouco mais essa questão, é necessário que<br />

compreendamos antes, a trajetória social da mulher desde a antiguidade até os dias<br />

atuais.<br />

Para isso, recorremos à Nogueira (2004). A autora, citando Perrot (1994) afirma<br />

que os recenseamentos da antiguidade preteriam informações sobre a mulher, a<br />

menos que essas fossem herdeiras e isso deixa de acontecer apenas depois do século<br />

III d.C. Assim sendo, as imagens literárias da época são extremamente importantes,<br />

pois, expressam muito sobre as mulheres. Ainda nessa época, juristas, filósofos,<br />

pedagogos, médicos, teólogos, moralista, etc. questionavam o que eram e quais as<br />

suas funções. (p. 3)<br />

Segundo Perrot (1994) “na idade média também podemos constatar a carência<br />

histórica sobre a condição das mulheres.” (p: 16)<br />

Nogueira (2004) também cita Menucci (1999), Scott (1994) e Farge & Dawis<br />

(1994) e afirma que o trabalho realizado pelas mulheres nessa época, era dividido por


categorias, onde as solteiras se dedicavam a cuidar das crianças enquanto as de meia<br />

idade se ocupavam dos adolescentes e de outros afazeres. Nessa divisão do trabalho,<br />

acontecia o desdobramento social no que diz respeito às atividades entre as mulheres.<br />

As mulheres que mais trabalhavam eram as esposas de servos e camponeses que<br />

além de cuidar dos afazeres da casa, cuidar de seus maridos, ainda tinham suas<br />

atividades na agricultura. Entre os séculos XVI e XVIII o trabalho também se estendia,<br />

e elas se dedicavam ao trabalho doméstico, atividades fora do lar e ainda no setor<br />

produtivo (olarias, tecelagem e ferragens). Algumas mudanças econômicas, políticas,<br />

culturais e religiosas aconteceram nesse período que precedeu a revolução industrial.<br />

Isso causou mudanças nas relações entre os homens e as mulheres e acentuação das<br />

disparidades de classes. As mulheres que pertenciam às classes mais abastadas<br />

reivindicavam a liberdade de pensamento crítico, enquanto que as mulheres das<br />

classes subordinadas usavam como prerrogativa a inserção na marginalidade como<br />

forma se emancipar-se. Na idade moderna, houve o êxodo rural que se acentuou após<br />

o advento da revolução industrial e firmação da classe burguesa, surgindo assim, o<br />

proletariado feminino. Ainda assim, as mulheres buscavam empregos nas fábricas,<br />

mas, por discriminação, os homens recusavam a contratação das mesmas, o que as<br />

obrigava a dedicar-se aos trabalhos domésticos. Com a revolução industrial e<br />

tecnológica a partir do século XIX, o acúmulo de produção e capital, houve a inserção<br />

da mulher no mundo do trabalho, pois, a força física já não se fazia tão necessária.<br />

Como você pôde observar, há muitos e muitos anos a mulher vem sofrendo com<br />

as discriminações e preconceitos e ainda que essa tenha obtido sua inserção no<br />

mundo do trabalho, sua luta em busca de emancipação não terminou.<br />

Pense e responda:<br />

Você acredita que a discriminação, e a busca de emancipação da mulher se<br />

findaram no momento em que ela conseguiu o seu ingresso no mundo do trabalho?<br />

feminino?<br />

Atualmente, que tipo de discriminações as mulheres sofrem?<br />

Essas discriminações são diferentes das relatadas acima?<br />

O que podemos fazer para minimizar as discriminações relativas ao gênero<br />

Agora que você já conhece um pouco da trajetória social das mulheres o que<br />

acha de conhecer mais dessa história no Brasil?


Segundo Araújo apud Tarrega (2006?), entre as décadas de 1920 e 1980, a<br />

participação da mulher brasileira cresceu e acompanhou os processos de<br />

industrialização no Brasil. Tradicionalmente, os postos de trabalho ocupados por elas<br />

eram femininos, como por exemplo, de produção para o próprio consumo e familiar,<br />

balconistas, professoras, lavadeiras, manicures, telefonistas, cabeleireiras ou, além do<br />

trabalho doméstico. (p.5)<br />

Fischer e Marques (2001), afirmam que:<br />

a quebra do isolamento do lar e a participação da mulher no espaço<br />

público se deram por um processo de reações e conquistas que se<br />

arrasta até os dias atuais. Até mesmo a sua iniciação no trabalho<br />

remunerado, que se deveu a uma necessidade do capital de ampliar o<br />

seu consumo, ocorreu de forma desigual, pois ela não foi colocada no<br />

mercado apenas na condição de força de trabalho, mas também na de<br />

mulher estigmatizada e vítima de relações desumanas na esfera<br />

privada.<br />

As autoras relatam ainda que a exclusão social fundamenta-se na diferença e<br />

que esse fenômeno não se restringe somente às questões de gênero, mas, todos os<br />

seguimentos de uma sociedade. Afirmam também que a exclusão é gerada por todos<br />

os setores sociais, como por exemplo, os setores econômicos, políticos e sociais,<br />

desdobrando-se para os campos educacionais, culturais, étnicos, das políticas sociais,<br />

da identidade, sociais do trabalho, entre outros setores.<br />

VOCÊ SABIA?<br />

O termo exclusão social, é de origem francesa, toma vulto a partir do livro Les<br />

Exclus (1974), de autoria de Lenoir, que define os excluídos como aqueles<br />

indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos gloriosos de<br />

desenvolvimento. (Fonte: )


Concluímos que, desde a antiguidade a mulher tem sido submetida à<br />

discriminação e submissão e que suas conquistas mostram que um longo e tortuoso<br />

caminho rumo à liberdade de expressão, de sua razão crítica, aos direitos iguais, às<br />

conquistas em todos os âmbitos sociais não terminou, mas, os avanços têm se dado<br />

paulatinamente. Nossa pesquisa deve oportunizar os alunos, o conhecimento dessa<br />

trajetória e possibilitar a transformação de pensamento crítico em relação às questões<br />

de gênero, minimizando as diferenças e transformando pensamentos.<br />

8- O <strong>FUTEBOL</strong> <strong>DE</strong> <strong>S<strong>ALTO</strong></strong> <strong>ALTO</strong><br />

Murray (2000) nos conta em seu livro que:<br />

o entusiasmo pelo futebol nos anos pós guerra estende-se às mulheres<br />

que quando começaram a trabalhar em funções anteriormente<br />

ocupadas por homens em fábricas e atividades de guerra essenciais,<br />

também passaram a praticar atividades de lazer tradicionalmente<br />

masculinas. Alguns anos depois da guerra, times de jovens mulheres,<br />

sobretudo inglesas e francesas, jogavam para multidões. (p. 70)<br />

O mesmo autor nos relata ainda que, as mulheres eram incentivadas a assistir<br />

aos jogos para atribuir recato e minimizar as rudezas masculinas. No entanto, algumas<br />

delas queriam muito mais que simplesmente, assistir aos jogos, até que as mulheres<br />

do norte e do sul da Inglaterra jogaram entre si, numa partida organizada por Netty<br />

Honeyball que atraiu mais de oito mil pessoas. Devido ao interesse que o jogo causou<br />

a F.A. - Football Association foi proibia a prática do futebol pelas mulheres. Foi assim<br />

que em 1921, a entidade comprovou o banimento do futebol pelas mulheres, e os<br />

clubes estariam proibidos de estimular sua prática cedendo seus campos para tais<br />

finalidades. Ainda que as partidas de futebol entre as mulheres gerassem muito<br />

dinheiro para a caridade, a F. A. se valeu do argumento de que a arrecadação dos<br />

jogos não estava sendo designada para os seus fins. A Liga de Futebol não fez<br />

oposição à Football Association, e só em 1946 a entidade reiterou seu posicionamento<br />

no que diz respeito à prática do futebol pelas mulheres, além disso, o número de<br />

praticantes desse jogo não foi considerado e a partir do momento em que a classe<br />

operária começou a aumentar nas arquibancadas, o número de mulheres diminuía. (p.<br />

71)


Segundo Kunz (2003), as relações de gênero devem ser cuidadosamente<br />

discutidas e compreendidas, pois, abordam questões sócio-culturais dos sujeitos no<br />

relacionadas à sexualidade e, essas, não se resumem apenas às áreas sexuais e<br />

biológicas. O corpo apresenta as manifestações do processo de construção social e do<br />

meio em que está inserido. (p. 119)<br />

Vianna e Ridenti (1998) afirmam que:<br />

o gênero começou a ser utilizado como uma maneira e de se<br />

referir à organização social entre os sexos, de insistir no caráter<br />

fundamentalmente social das distinções baseadas sobre o<br />

corpo, e de destacar o caráter relacional das definições<br />

normativas da feminilidade e da masculinidade, isto é, mulheres<br />

e homens passam a ser definidos em termos recíprocos. Gênero<br />

remete, portanto, a uma tentativa de incorporar, na análise,<br />

aspectos que são socialmente construídos, observando que cada<br />

cultura define o que é masculino e feminino. Ou seja, trata-se de<br />

definições mutáveis, que podem e, por vezes, devem ser<br />

alteradas. (p. 97)<br />

As reflexões das citadas autoras continuam ao afirma que em sua grande<br />

maioria, as sociedades apresentam uma divisão do trabalho que se baseiam em<br />

padrões: femininos e masculinos e completam:<br />

essa divisão se constitui em torno de uma tendência<br />

praticamente universal de separação da vida social entre esfera<br />

pública, associada ao homem (à política e ao mercado de<br />

trabalho), e esfera privada, doméstica, vinculada à reprodução e<br />

ao cuidado das crianças. Atribuir a todas as culturas os mesmos<br />

critérios para a separação entre as esferas pública e privada é,<br />

no mínimo, precipitado. Contudo, a divisão sexual do trabalho<br />

elabora-se sobre as diferenças biológicas, sendo que cada<br />

sociedade a organizaria e modificaria, ressaltando ou suprimindo


características que possuem fundamentação biológica de acordo<br />

com valores, culturas e interpretações específicas. (p. 97)<br />

No que diz respeito à inserção da mulher na prática futebol, recorremos aos<br />

estudos de Chaves (2007). Segundo o autor, a prática do futebol feminino no Brasil se<br />

deu com muitas dificuldades sendo que algumas perduram até hoje.<br />

Apesar da influência significativa que o futebol tem na cultura brasileira,<br />

a figura da mulher se apresenta de forma oprimida, como comprava o<br />

Decreto lei 3.199 de 1941, vigente até 1975, que apara as mulheres<br />

proibia a prática do futebol. Quando as mulheres resolveram “brigar”<br />

por igualdade e se agregarem ao futebol, este esporte já estava bem<br />

firmado pela sociedade machista e se encontrava em uma fase que o<br />

profissionalismo já havia sido aceito. Portanto o futebol era visto como<br />

um esporte determinantemente masculino. (CHAVES, 2007)<br />

Enquanto em Londres, a Football Association proibia a prática do futebol pelas<br />

mulheres, Chaves, citando Sugimoto (2003), afirma que um dos primeiros<br />

apontamentos da atuação feminina no futebol em nosso país. No entanto, também já<br />

sofria seus problemas de discriminação. O jogo se deu em 1921, A partida entre as<br />

senhoritas tremembeenses x as senhoritas catarinenses foi divulgada no periódico A<br />

gazeta como curiosa atração das festas de São João, passando a fazer parte também<br />

das atrações curiosas apresentadas em circos.<br />

Apresentamos abaixo, um fragmento do Decreto Lei 3.199, de 1941 que vigorou<br />

até 1975, (Capítulo IX, Art.54), que estabelecia as bases de organização dos desportos<br />

no país (governo de Getúlio Vargas), continha o seguinte texto:<br />

“<strong>DE</strong>CRETO - LEI nº. 3.199, de 14/04/1941 - Capítulo IX, Art.54”:<br />

Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as<br />

condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de<br />

Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país.”<br />

Fonte: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes. action?id=152593


Sugimoto apud Chaves (2007) (pag. ? efdeportes), relata que:<br />

“muitos outros fatos confirmaram esse preconceito em relação à mulher<br />

jogando futebol. Como o interesse feminino pela prática do esporte<br />

começava se intensificar justamente em um momento de transição do<br />

período higienista para o eugenista, houve uma grande preocupação<br />

em permitir à mulher na prática de atividades físicas. Quanto à<br />

preocupação eugenista, até era permitida e recomendada alguns<br />

esportes como vôlei, a natação e o atletismo, entre outros, desde que<br />

não houvesse contato físico e apresentassem condições “higiênicas”.<br />

Também as atividades deveriam favorecer e contribuir à função<br />

materna de gerar homens fortes que trouxessem um engrandecimento<br />

para a raça brasileira.”<br />

Chaves menciona também que, mesmo os jornais que davam apoio à pratica do jogo<br />

pelas mulheres, começaram a ceder às indicações médicas que desaprovavam a prática do<br />

futebol feminino e, então, a mídia iniciou a divulgação de reportagens que apoiavam a postura<br />

dos médicos. O argumento usado por eles, era de que a mulher precisava preservar sua saúde<br />

física que o futebol poderia causar danos aos órgãos reprodutores, e que estes poderiam ser<br />

seriamente afetados pelos choques e pelo impacto da bola, no entanto, se esta fosse a<br />

verdadeira razão, os homens também deveriam ser protegidos, haja vista que também<br />

possuem órgão reprodutores. (2007) (pag. ? efdeportes).<br />

Você saberia dizer qual é o verdadeiro motivo que levou a sociedade masculina<br />

da época a ter esse tipo de pensamento?<br />

Você acredita que hoje em dia, depois de algumas barreiras superadas, as<br />

mulheres ainda sejam impedidas de praticar algum esporte?<br />

Essas barreira superadas que citamos, são realmente significativas para a<br />

emanciapação social da mulher?<br />

Você está se perguntando: Por que devemos refletir e questionar sobre as<br />

questões de gênero, raça, religião, opção sexual?<br />

superado?<br />

Dentre os aspectos acima, você crê que haja algum que tenha sido totalmente<br />

Nosso trabalho tem objetivos que nos levam à reflexão, à transformação do<br />

pensamento e dos sujeitos sociais que somos. Pense nisso!


Agora, falaremos um pouco mais sobre o gênero feminino e a prática do futebol<br />

feminino atualmente.<br />

Segundo Sales et al. (1996) apud Darido (2008), o futebol feminino se<br />

institualizou na década de 1980 e de lá para cá vem se popularizando no Brasil e no<br />

mundo.<br />

Sugimoto (2003), apud Moreira afirma que, geralmente, a mulher é lembrada<br />

pela mídia por sua sensualidade e beleza e não por seu desempenho esportivo. Os<br />

meios de comunicação dedicam em sua programação pouco espaço aos esportes<br />

femininos e quando isso acontece, não menciona seu talento, mas, seu<br />

comportamento e su imagem. Isso vale também para as árbitras e técnicas.<br />

Os estudos de Darido (2008), asseguram que apenas em 1991 é que os<br />

dirigentes do futebol procuraram jogadoras para formar uma seleção que<br />

representasse o país para o campeonato mundial a ser realizado na China. O Brasil<br />

teve que se esforçar para minimizar os prejuízos para as olimpíadas de Atlanta. O autor<br />

ainda afirma que a mídia, em especial a Rede Bandeirantes, começou a divulgar a<br />

modalidade no Brasil, no entanto, isso só aconteceu devido ao fato de que o mais<br />

importante eram os interesses econômicos e não romper com valores sexistas ou a<br />

discriminação. No que diz respeito às dificuldades que as mulheres encontram para a<br />

prática do futebol, a autora revela que a escola deveria ser o local onde a exclusão não<br />

deveria aparecer, porém, o motivo que leva as meninas a não participarem da prática<br />

desse esporte está provavelmente, no fato de que havendo muitas pessoas assistindo-<br />

as, mais intimidadas estas ficarão, posi, o futebol é uma atividade predominantemente<br />

praticada por homens. Pode-se observar então que praticar futebol no Brasil só foi<br />

possível, graças a uma conjunto de fatores, como por exemplo, a resitência de<br />

algumas mulheres possuíam. Darido continua suas reflexões, afirmando que é o papel<br />

do professor é fundamental para que se possa identificar as questões de gênero e<br />

resolvê-las de maneira que as estas sejam encaminhadas juntamente com os alunos e<br />

buscando transformar o pensamentos.<br />

9- CONCLUSÃO<br />

Sabemos que as diferenças no comportamento humano são muitos. Esperamos<br />

que este trabalho possa realmente alcançar seus objetivos de transformação crítica dos<br />

sujeitos de forma que as relações de gênero sejam ressignificadas.


Para Vianna e Ridenti (1998), é perfeitamente possível que possamos reforçar<br />

desigualdade de gênero quando não nos posicionamos criticamente, e sem<br />

ponderações, diante de atitudes preconceituosas. As autoras , citando Meirelles (1978);<br />

Rosemberg (1989); Pinto; Negrão (1990), afirmam que, a escola é o reflexo do sexismo<br />

que permeia a sociedade na qual estamos inseridos, que estabelece privilégios de um<br />

sexo em detrimento do outro e reproduz estruturas de poder impostas pelo sistema<br />

capitalista.


10- REFERÊNCIAS<br />

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