Infiltração e balanço hÃdrico - Pliniotomaz.com.br
Infiltração e balanço hÃdrico - Pliniotomaz.com.br
Infiltração e balanço hÃdrico - Pliniotomaz.com.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Recarga, infiltração, drenagem, noções de hidrogeologia, economia<<strong>br</strong> />
ecológica.<<strong>br</strong> />
Engenheiro civil Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
novem<strong>br</strong>o de 2006<<strong>br</strong> />
I
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Recarga artificial, drenagem, noções de hidrogeologia, economia<<strong>br</strong> />
ecológica, Regionalização hidrográfica, infiltração em trincheiras<<strong>br</strong> />
Titulo: Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Livro eletrônico em A4, Word, Arial 10, 206p.<<strong>br</strong> />
junho de 2007<<strong>br</strong> />
Editor: Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
Autor: Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
Revisão: Fabiana Rehse Tomaz<<strong>br</strong> />
Composição e diagramação: Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
ISBN: 85-905933-1-2<<strong>br</strong> />
II
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Infiltração e Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Recarga artificial, drenagem, noções de hidrogeologia, economia<<strong>br</strong> />
ecológica, Regionalização hidrográfica, infiltração em trincheiras<<strong>br</strong> />
Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
• Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
• Noções de Hidrogeologia<<strong>br</strong> />
• Infiltração e condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
• Drenagem e Recarga<<strong>br</strong> />
• Carga de sólido no runoff<<strong>br</strong> />
• Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
• Recarga artificial das águas subterrâneas (BMP)<<strong>br</strong> />
• Economia ecológica<<strong>br</strong> />
• Regionalização hidrográfica<<strong>br</strong> />
III
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
IV
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Dedico este livro aos meus amigos ambientalistas de Juiz de Fora e<<strong>br</strong> />
em especial ao prof. dr. Jorge Antônio Barros de Macedo e do Grupo<<strong>br</strong> />
Ecológico Salvaterra, que tanto fazem pela nossa nação.<<strong>br</strong> />
COMUNICAÇAO COM O AUTOR<<strong>br</strong> />
Engenheiro civil Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
e-mail: pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
V
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Apresentação<<strong>br</strong> />
Quando trabalhei no DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) do Ministério de Minas e<<strong>br</strong> />
Energia em Brasília no cargo de Diretor de Exploração Mineral, tive a oportunidade de ser a primeira pessoa a<<strong>br</strong> />
adquirir em Fortaleza no mês de novem<strong>br</strong>o de 1996, o primeiro livro <strong>br</strong>asileiro so<strong>br</strong>e “Hidrogeologiaconceitos<<strong>br</strong> />
e aplicações” patrocinado pelo CPRM que também pertence ao Ministério de Minas e Energia.<<strong>br</strong> />
A hidrogeologia é apaixonante.<<strong>br</strong> />
Lem<strong>br</strong>o que vim de Brasília para ver uma tese de doutoramento so<strong>br</strong>e Água Mineral na Faculdade de<<strong>br</strong> />
Saúde Pública em São Paulo e conversar <strong>com</strong> o prof. dr. Pedro Mancuso. Enquanto estavam sendo tiradas as<<strong>br</strong> />
xerox da tese fiquei conversando <strong>com</strong> o Mancuso e ele me perguntou o que estava aprendendo em Brasília.<<strong>br</strong> />
Sucintamente relatei o que estava aprendendo so<strong>br</strong>e hidroquímica, hidrogeologia, geo-estatística, etc.<<strong>br</strong> />
Imediatamente ele pediu alguns livros de referência e lhe forneci os nomes do Todd, Fetter, Domenico,<<strong>br</strong> />
Freeze, Hounslow, Brownlow e Sawyer.<<strong>br</strong> />
Informei-lhe ainda que passei a examinar as análises de água não mais no sentido do engenheiro<<strong>br</strong> />
sanitarista, mas do hidrogeólogo.<<strong>br</strong> />
De tudo isto é que acho importante algumas noções básicas de hidrogeologia para os engenheiros<<strong>br</strong> />
civis, arquitetos, ambientalistas e gestores ambientais.<<strong>br</strong> />
Este livro faz parte de um tema principal que é o controle da poluição difusa sendo que foram<<strong>br</strong> />
esquematizados 4 livros que estão sendo publicados separadamente.<<strong>br</strong> />
1 - Poluição difusa (publicado em papel)<<strong>br</strong> />
2- Infiltração e Balanço Hídrico (livro digital)<<strong>br</strong> />
3- Critério Unificado- quantidade e qualidade das águas pluviais (livro digital)<<strong>br</strong> />
4- Melhoria da qualidade das águas pluviais –BMPs (livro digital)<<strong>br</strong> />
Neste livro apresentamos informações básicas so<strong>br</strong>e infiltração, exfiltração, método simplificado do<<strong>br</strong> />
balanço hídrico.<<strong>br</strong> />
Os capítulos foram elaborados de modo que possam ser lidos independentes um do outro.<<strong>br</strong> />
O autor se desculpa pelo excesso de termos em inglês não traduzidos.<<strong>br</strong> />
Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, a oportunidade de poder contribuir na procura do<<strong>br</strong> />
conhecimento <strong>com</strong> a publicação deste livro.<<strong>br</strong> />
Guarulhos, e novem<strong>br</strong>o de 2005<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
VI
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
PREFÁCIO<<strong>br</strong> />
O Prof. Plínio Tomaz é uma pessoa ímpar. É muito interessante o seu modo de pensar: sempre que<<strong>br</strong> />
está lendo alguma coisa, participando de alguma atividade, conjuntamente está pensando em <strong>com</strong>o irá passar<<strong>br</strong> />
essas informações para outros, isto é, ele possui um espírito de professor.<<strong>br</strong> />
Professor é aquela pessoa profundamente curiosa, <strong>com</strong> sede de aprender, mas primordialmente<<strong>br</strong> />
pensando no modo em <strong>com</strong>o irá passar essas informações para outros.<<strong>br</strong> />
Prova disso é seu site na internet, onde podemos encontrar livros virtuais, artigos, teses, enfim uma<<strong>br</strong> />
série de informações so<strong>br</strong>e recursos hídricos.<<strong>br</strong> />
Tenho orgulho em ser amigo dessa pessoa ímpar.<<strong>br</strong> />
O seu interesse é bastante focado nos recursos hídricos.<<strong>br</strong> />
A água pluvial <strong>com</strong>o problema a ser “bem resolvido” e <strong>com</strong>o insumo a ser aproveitado. O Prof. Plínio<<strong>br</strong> />
é um dos grandes batalhadores pelo aproveitamento da água pluvial.<<strong>br</strong> />
Este livro é mais uma contribuição nesse sentido. O livro trabalha bem os conceitos das soluções<<strong>br</strong> />
“não-estruturais” para a drenagem urbana.<<strong>br</strong> />
Re<strong>com</strong>endo a todos que são preocupados <strong>com</strong> esse tema.<<strong>br</strong> />
Prof. dr. SIMAR VIEIRA DE AMORIM<<strong>br</strong> />
Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos<<strong>br</strong> />
VII
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
“O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar<<strong>br</strong> />
dele e cultivá-lo”.<<strong>br</strong> />
Referência ecológica encontrada em Gênesis 2:15<<strong>br</strong> />
VIII
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem<<strong>br</strong> />
Capítulos<<strong>br</strong> />
0 Introdução<<strong>br</strong> />
1 Balanço Hídrico para pequenas barragens<<strong>br</strong> />
2 Noções de Hidrogeologia<<strong>br</strong> />
3 Infiltração e condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
4 Drenagem e Recarga<<strong>br</strong> />
5 Carga de sólido no runoff<<strong>br</strong> />
6 Regionalização Hidrográfica<<strong>br</strong> />
7 Características física de uma bacia<<strong>br</strong> />
8 Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
9 Recarga artificial das águas subterrâneas (BMP)<<strong>br</strong> />
10 Infiltração de água de chuva de telhado em trincheiras<<strong>br</strong> />
11 Bacia de Infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
12 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
13 Índice Geral<<strong>br</strong> />
Total= 237p. tamanho A4, Arial, Word 10, outu<strong>br</strong>o de 2006<<strong>br</strong> />
IX
Infiltração e balanço hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 0- Introdução<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de junho 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
CURRICULUM VITAE<<strong>br</strong> />
O engenheiro civil Plínio Tomaz nasceu em Guarulhos e estudou na Escola Politécnica da<<strong>br</strong> />
Universidade de São Paulo. Fez cursos de pós-graduação na Politécnica e na Faculdade de Saúde<<strong>br</strong> />
Pública.<<strong>br</strong> />
Foi superintendente e diretor de o<strong>br</strong>as do SAAE onde se aposentou e depois trabalhou no<<strong>br</strong> />
Ministério de Minas e Energia.<<strong>br</strong> />
• Fundador da Associação de Engenheiros e Arquitetos e Agrônomos de Guarulhos em 1967b<<strong>br</strong> />
• Foi professor de Hidráulica Aplicada na FATEC e na CETESB.<<strong>br</strong> />
• Atualmente é:<<strong>br</strong> />
• Diretor de Recursos Hídricos Saneamento e Energia da FAEASP (Federação das Associações<<strong>br</strong> />
de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo)<<strong>br</strong> />
• Diretor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da ACE-Associação Comercial e Empresarial<<strong>br</strong> />
• Mem<strong>br</strong>o da Academia Guarulhense de Letras<<strong>br</strong> />
• Assessor especial de meio ambiente da OAB (Ordem dos advogados do Brasil) de Guarulhos<<strong>br</strong> />
• Conselheiro do CADES- Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável<<strong>br</strong> />
da PMSP representado o CREASP<<strong>br</strong> />
• Coordenador do Grupo de Trabalho do CREASP so<strong>br</strong>e Fiscalização em Bacias Hidrográficas<<strong>br</strong> />
• Mem<strong>br</strong>o do Sub-<strong>com</strong>itê de Bacia Alto Tietê-Cabeceiras<<strong>br</strong> />
• Presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Guarulhos<<strong>br</strong> />
• Ex-professor da FIG, UNG, FATEC e CETESB<<strong>br</strong> />
Escreveu 6 livros em papel de engenharia civil<<strong>br</strong> />
- “Conservação da Água”<<strong>br</strong> />
- “Previsão de consumo de água”<<strong>br</strong> />
- “Economia de água”<<strong>br</strong> />
- “Cálculos hidrológicos e hidráulicos para o<strong>br</strong>as municipais”<<strong>br</strong> />
- “Aproveitamento de água de chuva”<<strong>br</strong> />
“Poluição difusa”<<strong>br</strong> />
Onze livros eletrônicos em acrobat reader disponível gratuitamente na Internet<<strong>br</strong> />
- Balanço Hídrico 237páginas A4<<strong>br</strong> />
- BMPs-Best Management Practices 176 páginas A4<<strong>br</strong> />
- Critério Unificado 327 páginas A4<<strong>br</strong> />
-- Golpes de aríete em casas de bombas 105 páginas A4<<strong>br</strong> />
- Análise da qualidade da água de rios e impactos de nitrogênio e fósforo rios e córregos 109páginas A4<<strong>br</strong> />
- Curso de Manejo de águas pluviais 1019 páginas A4<<strong>br</strong> />
- Água-pague menos: tratamento de esgotos e reúso 133 páginas A4<<strong>br</strong> />
-Aproveitamento de água de chuva 250páginas A4<<strong>br</strong> />
-Paisagismo 168 páginas A4<<strong>br</strong> />
-Curso de Redes de esgotos 591 páginas A4<<strong>br</strong> />
-Curso de Redes de água 829 páginas A4<<strong>br</strong> />
Guarulhos, 03 agosto de 2008<<strong>br</strong> />
Plínio Tomaz<<strong>br</strong> />
Consultor Senior<<strong>br</strong> />
Engenheiro Civil<<strong>br</strong> />
CREA-SP 0600195922<<strong>br</strong> />
X
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 1<<strong>br</strong> />
Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
1-1
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto Página<<strong>br</strong> />
Capítulo 1 - Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
1.1 Introdução<<strong>br</strong> />
1.2 Conceito de sistema e limite<<strong>br</strong> />
1.3 Lei da conservação da massa<<strong>br</strong> />
1.4 Precipitação P<<strong>br</strong> />
1.5 Runoff Ro<<strong>br</strong> />
1.6 Vazão Base Qb<<strong>br</strong> />
1.7 Infiltração “I”<<strong>br</strong> />
1.8 Evaporação de superfície liquida da represa<<strong>br</strong> />
1.9 Overflow “Ov”<<strong>br</strong> />
1.10 Outros “Ou”<<strong>br</strong> />
1.11 Balanço Hídrico da bacia da área da pequena barragem<<strong>br</strong> />
1.12 Volume do prisma trapezoidal<<strong>br</strong> />
1.13 Bibliografia<<strong>br</strong> />
12 páginas<<strong>br</strong> />
1-2
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 1 - Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
1.1 Introdução<<strong>br</strong> />
As barragens são construídas para controle de enchentes, irrigação, lazer, navegação, produção de<<strong>br</strong> />
energia elétrica, etc.<<strong>br</strong> />
A barragem de Sadl el-Kafara, localizada no Egito <strong>com</strong> 18,6m de altura e construída de terra e pedra é<<strong>br</strong> />
a mais antiga do mundo datando de 2850 aC. Depois dela temos em 700aC as barragens construídas pelo rei<<strong>br</strong> />
assírio Senaqueribe.<<strong>br</strong> />
Figura 1.1- Tipos de barramentos: concreto, gabião e terra<<strong>br</strong> />
Fonte: DAEE, 2005.<<strong>br</strong> />
Conforme Portaria 717/1996 do DAEE, Barramento é todo maciço cujo eixo principal esteja num plano<<strong>br</strong> />
que intercepta um curso d´água e respectivos terrenos marginais, alterando suas condições de escoamento<<strong>br</strong> />
natural, formando reservatório de água a montante, o qual tem finalidade única ou múltipla.<<strong>br</strong> />
Os barramentos mais <strong>com</strong>uns são em terra, concreto e gabião.<<strong>br</strong> />
Para o presente trabalho consideramos pequenas barragens aquelas <strong>com</strong> alturas h ≤ 6,00m e volume<<strong>br</strong> />
Vr ≤ 1.000.000m 3 (na prática para áreas em torno de 100ha os volume não serão maiores que 200.000m 3 ).<<strong>br</strong> />
O DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adotada o período de<<strong>br</strong> />
retorno de 100anos para barramentos <strong>com</strong> alturas iguais ou menores que 5m e <strong>com</strong>primento da crista iguais<<strong>br</strong> />
ou menores que 200m. Adota também borda livre f ≥ 0,50m para pequenas barragens, conforme DAEE, 2005<<strong>br</strong> />
h≤5m e L ≤ 200m<<strong>br</strong> />
O objetivo é mostrar metodologia simplificada de aplicação do balanço hídrico de uma lagoa de<<strong>br</strong> />
detenção alagada ou uma wetland localizada em bacias hidrográficas pequenas que variam de 10ha a 250ha,<<strong>br</strong> />
para ver o <strong>com</strong>portamento da mesma durante um determinado tempo.<<strong>br</strong> />
Em casos especiais, deverá ser feito estudo aprofundado e detalhado do balanço hídrico, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
analises mais rigorosas, conforme re<strong>com</strong>endado pelo Estado da Geórgia, 2001.<<strong>br</strong> />
Salientamos que nosso estudo não se destina a outorgas onde se examinam as disponibilidades<<strong>br</strong> />
hídricas, a demanda, a vazão de retorno e a vazão ecológica ambiental.<<strong>br</strong> />
1.2 Conceito de sistema e limite<<strong>br</strong> />
Primeiramente vamos definir o conceito de sistema e limite.<<strong>br</strong> />
Sistema: é um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações.<<strong>br</strong> />
Limites: é a definição da fronteira do sistema.<<strong>br</strong> />
Elementos: são os <strong>com</strong>ponentes do sistema que podem ser separados por categorias ou grupos.<<strong>br</strong> />
1-3
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Um sistema pode ser aberto ou fechado. O sistema é considerado aberto quando permite a entrada e<<strong>br</strong> />
saída de energia e massa e é considerado fechado quando somente entra ou sai energia, mas não massa.<<strong>br</strong> />
A equação básica do balanço hídrico está baseada na equação da continuidade da massa. Em um<<strong>br</strong> />
determinado sistema a água que entra ( I ) menos a água que sai ( O ) é igual a variação do volume num<<strong>br</strong> />
determinado tempo (dS/dt). Um sistema pode ser <strong>com</strong>posto de vários sub-sistemas que na verdade são<<strong>br</strong> />
novos sistemas em separado, <strong>com</strong>o, infiltração, precipitação, volume de entrada, etc.<<strong>br</strong> />
O sistema escolhido denomina-se de volume de controle no qual o fluido é tratado <strong>com</strong>o massa<<strong>br</strong> />
concentrada num ponto do espaço.<<strong>br</strong> />
1.3 Lei da conservação da massa<<strong>br</strong> />
Será aplicada a lei da conservação da massa ao volume de controle da Figura (1.1), conforme Estado<<strong>br</strong> />
da Geórgia, 2001.<<strong>br</strong> />
Diferença de armazenamento =Entradas – Saídas<<strong>br</strong> />
ΔV = Σ I – Σ O (Equação 1.1)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
ΔV = variação de volume no tempo, que consideraremos de um mês (m 3 ) .<<strong>br</strong> />
Σ I = somatório dos volumes de água que entram no sistema isolado (m 3 )<<strong>br</strong> />
Σ O = somatória dos volumes de água que saem do sistema isolado (m 3 )<<strong>br</strong> />
ΔV =<<strong>br</strong> />
Σ I – Σ O<<strong>br</strong> />
ΔV = P + Ro + Qb -I – E- ETo - Ov -Ou (Equação 1.2)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
ΔV = variação do volume no tempo de um mês (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
P = volume precipitado na superfície da água (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
Ro = volume referente ao escoamento superficial ou runoff da área que cai na represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
Qb= volume referente a vazão base que chega à represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
I = infiltração da água no solo na represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
E = evaporação na superfície líquida da represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
ETo =evapotranspiração de referência na superfície liquida para plantas emergentes da represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
Ov= overflow, isto é, volume que sairá da represa (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
Ou= volume retirada para outros fins, tal <strong>com</strong>o irrigação (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
Vamos explicar <strong>com</strong> mais detalhes cada parâmetro da Equação (1.2), sempre observando que<<strong>br</strong> />
usaremos o intervalo de um mês.<<strong>br</strong> />
1.4 Precipitação P<<strong>br</strong> />
Trata-se da precipitação média mensal em milímetros obtida por pluviômetros na região.<<strong>br</strong> />
Tabela 1.1- Precipitação média mensal do município de Guarulhos<<strong>br</strong> />
Meses (mm)<<strong>br</strong> />
Janeiro 254,1<<strong>br</strong> />
Fevereiro 251,7<<strong>br</strong> />
Março 200,9<<strong>br</strong> />
A<strong>br</strong>il 58,3<<strong>br</strong> />
Maio 70,3<<strong>br</strong> />
Junho 39,0<<strong>br</strong> />
Julho 30,8<<strong>br</strong> />
Agosto 24,9<<strong>br</strong> />
Setem<strong>br</strong>o 75,1<<strong>br</strong> />
Outu<strong>br</strong>o 137,4<<strong>br</strong> />
Novem<strong>br</strong>o 130,5<<strong>br</strong> />
Dezem<strong>br</strong>o 214,7<<strong>br</strong> />
1487,8<<strong>br</strong> />
1-4
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1.5 Runoff Ro<<strong>br</strong> />
A precipitação caindo no solo, uma parte se infiltra, outra escoa, formando o escoamento superficial, ou<<strong>br</strong> />
seja, o runoff. Num curto intervalo de tempo podemos deixar de considerar a evapotranspiração.<<strong>br</strong> />
Uma parte da precipitação fica aderida as folhas e a superfície impermeável e consideramos então que<<strong>br</strong> />
10% da precipitação fica retida por aderência e devido a isto que consideramos somente 90% do runoff. Não<<strong>br</strong> />
consideramos o armazenamento em depressões e conforme o caso poderá ser levada em conta.<<strong>br</strong> />
Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Ro= escoamento superficial ou runoff mensal (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
P= precipitação do mês (mm)<<strong>br</strong> />
A= área total da bacia (m 2 )<<strong>br</strong> />
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 . AI<<strong>br</strong> />
AI= área impermeável em porcentagem<<strong>br</strong> />
0,90= coeficiente que leva em conta a aderência de cerca de 1mm de água de chuva, não sendo considerado<<strong>br</strong> />
as poças de água.<<strong>br</strong> />
1.6 Vazão Base Qb<<strong>br</strong> />
A vazão base pode ser levada em conta ou não. Caso queiramos considerar a vazão base,<<strong>br</strong> />
poderíamos estimá-la usando a vazão Q 7,10 conforme método de Regionalização Hidrográfica de Pallos et al.<<strong>br</strong> />
Para o caso da cidade de Guarulhos <strong>com</strong> P= 1500mm/ano localizada na Região Metropolitana de São<<strong>br</strong> />
Paulo podemos considerar a vazão Q 7,10 de 0,032 L/s x ha.<<strong>br</strong> />
Verificações empíricas parece nos mostrar que a área de contribuição para formar uma vazão base<<strong>br</strong> />
deve ser no mínimo de 10ha, sendo que isto já foi re<strong>com</strong>endado pelo Estado de Ontário, 2003.<<strong>br</strong> />
1.7 Infiltração “I”<<strong>br</strong> />
Para infiltração da água no solo usamos Equação (1.3) de Darcy temos:<<strong>br</strong> />
Q= A x K x G (Equação 1.3)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= infiltração (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m 2 )<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico (m/m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia). Estimativa conforme Tabela (1.2).<<strong>br</strong> />
Na prática podemos adotar para áreas planas o gradiente hidráulico G= 1 e para áreas <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
declividade maiores que 4H: 1V gradiente hidráulico G= 0,5.<<strong>br</strong> />
Tabela 1.2 - Condutividade hidráulica K em função do tipo de solo<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
mm/h<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
m/dia<<strong>br</strong> />
Areia 210,06 4,96<<strong>br</strong> />
Areia franca 61,21 1,45<<strong>br</strong> />
Franco arenoso 25,91 0,61<<strong>br</strong> />
Franco 13,21 0,31<<strong>br</strong> />
Franco siltoso 6,86 0,16<<strong>br</strong> />
Franco argilo arenoso 4,32 0,10<<strong>br</strong> />
Franco argiloso 2,29 0,05<<strong>br</strong> />
Franco argilo siltoso 1,52 0,04<<strong>br</strong> />
Argila arenosa 1,27 0,03<<strong>br</strong> />
Argila siltosa 1,02 0,02<<strong>br</strong> />
Argila 0,51 0,01<<strong>br</strong> />
Fonte: Febusson e Debo,1990 in Georgia Stormwater Manual, 2001<<strong>br</strong> />
1-5
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1.8 Evaporação da superfície líquida da represa<<strong>br</strong> />
Existe duas evaporações importante, a evapotranspiração do solo <strong>com</strong> as plantas e a evaporação<<strong>br</strong> />
somente da superfície liquida.<<strong>br</strong> />
A evaporação da superfície líquida é geralmente maior que a evapotranspiração onde são consideradas<<strong>br</strong> />
as plantas.<<strong>br</strong> />
Para o cálculo da evaporação da superfície líquida usamos o Método de Penman-Monteith original, onde<<strong>br</strong> />
utilizou-se albedo de 0,08.<<strong>br</strong> />
Tabela 1.3- Evaporação de superfície líquida pelo método de Penman-Monteith original para o<<strong>br</strong> />
município de Guarulhos<<strong>br</strong> />
Meses (mm/mês)<<strong>br</strong> />
Jan 140<<strong>br</strong> />
fev 126<<strong>br</strong> />
mar 130<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong> 107<<strong>br</strong> />
maio 85<<strong>br</strong> />
junho 73<<strong>br</strong> />
julho 81<<strong>br</strong> />
agosto 104<<strong>br</strong> />
set 108<<strong>br</strong> />
out 130<<strong>br</strong> />
nov 139<<strong>br</strong> />
dez 144<<strong>br</strong> />
Total= 1367<<strong>br</strong> />
1.9 Overflow “Ov”<<strong>br</strong> />
Consideramos a represa <strong>com</strong>o um sistema isolado aberto. Entra água e sai água. O volume de água<<strong>br</strong> />
liquida sai pelos extravasores e segue adiante. É o overflow.<<strong>br</strong> />
1.10 Outros “Ou”<<strong>br</strong> />
Poderá na representa eventualmente ou sistematicamente ser retirado água para irrigação ou outros<<strong>br</strong> />
fins previstos e que deverá ser levado em conta.<<strong>br</strong> />
Figura 1.2 - Lagoa de detenção alagada pode ser considerado um sistema aberto para o balanço hídrico.<<strong>br</strong> />
1-6
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1.10 Balanço Hídrico da bacia da área da pequena barragem<<strong>br</strong> />
Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema isolado,<<strong>br</strong> />
ou seja na represa, menos o volume que sai.<<strong>br</strong> />
Volume que entra:<<strong>br</strong> />
1. Runoff= Ro<<strong>br</strong> />
2. Precipitação=P<<strong>br</strong> />
3. Vazão base= Qb<<strong>br</strong> />
Total= Ro + P+ Qb<<strong>br</strong> />
Volume que sai:<<strong>br</strong> />
1. Volume de água que evapora= E<<strong>br</strong> />
2. Volume de água que se infiltra no fundo da represa= I<<strong>br</strong> />
3. Volume retirado da represa para outros fins= Ou<<strong>br</strong> />
4. Volume de overflow= Ov<<strong>br</strong> />
Total= E+I+Ou+Ov<<strong>br</strong> />
Dica: temos dois volumes, um permanente e outro temporário.<<strong>br</strong> />
É importante que seja mantido o volume permanente e o ideal seria que o mesmo nunca ficasse a zero, isto é,<<strong>br</strong> />
a represa nunca secasse.<<strong>br</strong> />
1.11 Volume do prisma trapezoidal<<strong>br</strong> />
Conforme Geórgia, 2001 ou Akan e Paine, 2001 o volume prismático trapezoidal é dado pela Equação<<strong>br</strong> />
(1.4) e Figura (1.3).<<strong>br</strong> />
V= L.W. D + (L+W) Z.D 2 + 4/3 .Z 2 . D 3 (Equação 1.4)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= volume do prisma trapezoidal (m 3 )<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da base (m)<<strong>br</strong> />
W= largura da base (m)<<strong>br</strong> />
D= profundidade do reservatório (m)<<strong>br</strong> />
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V<<strong>br</strong> />
Figura 1.3 - Reservatório <strong>com</strong> seções transversais e longitudinais trapezoidal<<strong>br</strong> />
Fonte: Washington, 2001<<strong>br</strong> />
Exemplo 1.3<<strong>br</strong> />
Vamos considerar uma bacia em área residencial que tem A=10ha onde existe um reservatório de<<strong>br</strong> />
detenção alagada <strong>com</strong> AS=1007m 2 de superfície. Supõe-se que a vazão de base seja igual a Qb=0,032<<strong>br</strong> />
litros/segundo x hectare.<<strong>br</strong> />
A área impermeável é de AI=75% e existe um solo de silte argiloso margoso <strong>com</strong> condutividade<<strong>br</strong> />
hidráulica de 4mm/h (0,10m/dia).<<strong>br</strong> />
Conhecemos a precipitação anual de 1.488mm e a evaporação anual de superfície liquida de<<strong>br</strong> />
1367mm.<<strong>br</strong> />
Queremos saber <strong>com</strong>o se <strong>com</strong>porta o reservatório durante o ano, especialmente nos mês de pouca<<strong>br</strong> />
chuva e muita evaporação.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05 + 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 75= 0,73<<strong>br</strong> />
WQV= (P/1000) x A x Rv= (25/1000) x 10ha x 10000m 2 x 0,73= 1813m 3<<strong>br</strong> />
Como o reservatório de detenção alagada tem um reservatório permanente e outro provisório cada<<strong>br</strong> />
um <strong>com</strong> 50% de WQv, temos:<<strong>br</strong> />
1-7
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Volume do reservatório permanente= WQv/ 2= 1813/2=906m 3<<strong>br</strong> />
Volume do reservatório temporário= WQv/2=1813/2= 906m 3<<strong>br</strong> />
A profundidade adotado para o volume WQv= 1813m 3 total é de 1,80m, sendo 0,90m para o<<strong>br</strong> />
reservatório permanente e 0,90m para o reservatório temporário.<<strong>br</strong> />
A área da superfície líquida AS= volume total / 1,80m= 1813/ 1,80= 1007m 2 > 1000m 2 que é a área<<strong>br</strong> />
mínima adotada de superfície.<<strong>br</strong> />
Runoff (Ro)<<strong>br</strong> />
Considerando a bacia de área de 1007m 2 <strong>com</strong>o um sistema isolado, o volume de escoamento<<strong>br</strong> />
mensal, ou seja, o runoff será:<<strong>br</strong> />
Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Ro= escoamento superficial ou runoff mensal (m 3 /mês)<<strong>br</strong> />
P= precipitação do mês (mm)<<strong>br</strong> />
A= área total da bacia (m 2 )= 10ha x 10000m 2<<strong>br</strong> />
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)<<strong>br</strong> />
AI=75%<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 . AI = 0,05+ 0,009 x 75= 0,73<<strong>br</strong> />
0,90= coeficiente que leva em conta a aderência de cerca de 1mm de água de chuva, não sendo considerado<<strong>br</strong> />
as poças de água.<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro teremos o runoff de:<<strong>br</strong> />
Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90<<strong>br</strong> />
Ro= (254mm/1000) x 10ha x 10000m 2 x0,73 x 0,90= 16.582m 3<<strong>br</strong> />
E assim se faz para os meses restantes até atingir dezem<strong>br</strong>o.<<strong>br</strong> />
Infiltração:<<strong>br</strong> />
Para infiltração, admitimos que a condutividade hidráulica para solo franco argilo arenoso o valor<<strong>br</strong> />
K=0,10m/dia = 4,0mm/h= 100litros/dia x m 2 .<<strong>br</strong> />
Como se trata do fundo do reservatório supõe-se que 10% da área tem declividade maior que 1:4.<<strong>br</strong> />
Dados do problema: G=1,0 (plano) e G=0,50 para a declividade maior que (4H:1V).<<strong>br</strong> />
Usando a Equação (1.8) de Darcy temos:<<strong>br</strong> />
Q= A x K x G (Equação 1.8)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= infiltração (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m 2 )<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico<<strong>br</strong> />
K= 0,10m/dia (condutividade hidráulica)<<strong>br</strong> />
Área do fundo do reservatório é suposta igual a área de superfície= 1007m 2<<strong>br</strong> />
90% 0,90 x 1007m 2 = 906m 2<<strong>br</strong> />
10% 0,10 x 1007m 2 = 101m 2<<strong>br</strong> />
G=1 e G=0,5 (dados do problema)<<strong>br</strong> />
Q= A x K x G= 906m 2 x 0,10m/dia x 1,00 + 101m 2 x 0,10m/dia x 0,50= 95,65m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro, que tem 31 dias, teremos:<<strong>br</strong> />
31 dias x 95,65m 3 /dia= 2.965 m 3 /mês<<strong>br</strong> />
1-8
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 1.5 - Balanço hídrico de bacia de detenção alagada em Guarulhos<<strong>br</strong> />
Meses do ano jan fev mar a<strong>br</strong> mai jun<<strong>br</strong> />
Número de dias no mês= 31 28 31 30 31 30<<strong>br</strong> />
Mês 1 2 3 4 5 6<<strong>br</strong> />
Precipitação média mensal (mm) Guarulhos= 254 252 201 58 70 39<<strong>br</strong> />
Evaporação média mensal ( mm)= 140 126 130 107 85 73<<strong>br</strong> />
Volume runoff= 16582 16420 13107 3805 4586 2546<<strong>br</strong> />
Precipitação na represa= 256 253 202 59 71 39<<strong>br</strong> />
Evaporação volume (m 3 ) 141 127 131 108 86 73<<strong>br</strong> />
Infiltração no solo (m 3 )= 2965 2678 2965 2870 2965 2870<<strong>br</strong> />
Retirada de água constante (m 3 /mês) 0 0 0 0 0 0<<strong>br</strong> />
Vazão base (m 3 /mês)= 857 774 857 829 857 829<<strong>br</strong> />
Balanço (m 3 ) volume que entra - volume que sai= 14589 14642 11070 1716 2462 472<<strong>br</strong> />
Balanço mensal 906 906 906 906 906 906<<strong>br</strong> />
Tabela 1.6 –Continuação- Balanço hídrico de bacia de detenção alagada em Guarulhos<<strong>br</strong> />
Meses do ano julho ago set out nov dez<<strong>br</strong> />
Número de dias no mês= 31 31 31 30 31 30<<strong>br</strong> />
Mês 7 8 9 10 11 12<<strong>br</strong> />
Precipitação média mensal (mm) Guarulhos= 31 25 75 137 130 215 1488<<strong>br</strong> />
Evaporação média mensal ( mm)= 81 104 108 130 139 144 1367<<strong>br</strong> />
Volume runoff= 2013 1626 4902 8965 8515 14012<<strong>br</strong> />
Precipitação na represa= 31 25 76 138 131 216<<strong>br</strong> />
Evaporação volume (m 3 ) 81 105 109 131 139 145<<strong>br</strong> />
Infiltração no solo (m 3 )= 2965 2965 2965 2870 2965 2870<<strong>br</strong> />
Retirada de água constante (m 3 /mês) 0 0 0 0 0 0<<strong>br</strong> />
Vazão base (m 3 /mês)= 857 857 857 829 857 829<<strong>br</strong> />
Balanço (m 3 ) volume que entra - volume que sai= -146 -562 2760 6932 6398 12042<<strong>br</strong> />
Balanço mensal 760 198 906 906 906 906<<strong>br</strong> />
Evaporação:<<strong>br</strong> />
A evaporação é somente para a superfície da lagoa, visto que a consideramos um sistema isolado.<<strong>br</strong> />
Trata-se da evaporação de superfície liquida, que geralmente é um pouco maior que a evapotranspiração<<strong>br</strong> />
ETo.<<strong>br</strong> />
Em caso de wetlands ou de muita vegetação poderíamos ter considerado uma parte de<<strong>br</strong> />
evapotranspiração e outra de superfície líquida.<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro temos:<<strong>br</strong> />
Volume evaporado= (3,2/100 x1067mm/1000) x 0,2ha x 10.000m 2 = 68,29 m 3<<strong>br</strong> />
Precipitação dentro do reservatório<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro temos:<<strong>br</strong> />
Volume precipitado= (254mm/1000)x 1.007 m 2 = 256 m 3<<strong>br</strong> />
Retirada de água do reservatório<<strong>br</strong> />
Não existe nenhuma retirada de água do reservatório, sendo pois a mesma considerada igual a<<strong>br</strong> />
zero.Poderia haver água retirada de água para irrigação ou outro destino.<<strong>br</strong> />
Vazão base<<strong>br</strong> />
Conforme Método da Regionalização Hidrográfica de Pallos et al, a vazão base é calculada<<strong>br</strong> />
da seguinte maneira para o Estado de São Paulo:<<strong>br</strong> />
1-9
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Vazão média plurianual para Guarulhos= 0,1547 litros/ segundo x ha<<strong>br</strong> />
Para a vazão Q 7,10 temos:<<strong>br</strong> />
Q 7,10 = 0,75 x 0,632 x (0,4089 + 0,0332) x 0,1547 litros/segundo x ha= 0,032 litros/segundo x ha.<<strong>br</strong> />
Para a área de 10ha a vazão base que chega até a bacia alagada será:<<strong>br</strong> />
Qb= 0,032 L/s x ha x 10ha = 0,32 L/s<<strong>br</strong> />
Durante 24h, ou seja, 86400 segundos teremos:<<strong>br</strong> />
Qb= 0,32 L/s x 86400/1000=27,6m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro que tem 31 dias teremos:<<strong>br</strong> />
Qb= 27,6m 3 /dia x 31dias= 857m 3<<strong>br</strong> />
Nota:<<strong>br</strong> />
A vazão base correntemente é muito difícil de ser obtida e se faz a hipótese de Qb=0.<<strong>br</strong> />
A vazão base é importante para manter a represa sempre <strong>com</strong> água daí, o usual de usar bacia<<strong>br</strong> />
alagada em áreas sempre maiores ou igual a 10ha e em alguns casos até acima de 20ha.<<strong>br</strong> />
Balanço<<strong>br</strong> />
Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema isolado,<<strong>br</strong> />
ou seja na represa, menos o volume que sai.<<strong>br</strong> />
Para o mês de janeiro temos:<<strong>br</strong> />
Volume que entra:<<strong>br</strong> />
Runoff= 16582m 3<<strong>br</strong> />
Precipitação= 256m 3<<strong>br</strong> />
Vazão base= 857m 3<<strong>br</strong> />
Total= 17.695m 3<<strong>br</strong> />
Volume que sai:<<strong>br</strong> />
Volume de água que evapora= 141m 3<<strong>br</strong> />
Volume de água que se infiltra no fundo da represa= 2965m 3<<strong>br</strong> />
Volume retirado da represa para outros fins= 0<<strong>br</strong> />
Total= 3106m 3<<strong>br</strong> />
Volume que entra – volume que sai= 17.695m 3 – 3.106m 3 = 14.589m 3<<strong>br</strong> />
Como o volume permanente da represa tem 1906 3 , então o resto vai ser jogada fora, isto é, será overflow.<<strong>br</strong> />
Overflow= 14.589m 3 - 906m 3 = 13.683m 3<<strong>br</strong> />
A represa então armazenará o volume de 906m 3 para o próximo mês, que é o volume permanente<<strong>br</strong> />
que ficara sempre constante, não ser nos meses de julho e agosto onde o volume chegará respectivamente a<<strong>br</strong> />
760m 3 e 198m 3 , mas mesmo assim o reservatório não ficará seco.<<strong>br</strong> />
Caso se queira melhorar o volume permanente uma solução seria impermeabilizar o fundo da represa<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> argila impermeável. Fazê-la mais fundo é uma solução, mas as profundidades passarão daquelas<<strong>br</strong> />
aconselhadas que variam de 0,90m a 1,80m para lagoa de detenção alagada.<<strong>br</strong> />
1-10
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1.12 Custos<<strong>br</strong> />
O custo de uma bacia de detenção alagada está entre US$18/m 3 a US$35/m 3 e manutenção entre 3%<<strong>br</strong> />
a 5% do custo total.<<strong>br</strong> />
Exemplo 1.2<<strong>br</strong> />
Calcular a estimativa de custo de implantação de uma lagoa de detenção alagada <strong>com</strong> 2000m 3 de volume.<<strong>br</strong> />
C= 2000m 3 x US$ 30/m 3 = U$ 60.000<<strong>br</strong> />
Manutenção: 5%<<strong>br</strong> />
M= 0,05 x US$ 60.000= US$ 3000/ano<<strong>br</strong> />
1-11
Evapotranspiração e consumo de água no paisagismo<<strong>br</strong> />
Capitulo 1- Balanço Hídrico em pequenas barragens<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 30 de maio de 2006 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1.13 Bibliografia<<strong>br</strong> />
-PALLOS, JOSÉ CARLOS F. e THADEU, MARIO LEME DE BARROS. Análise de métodos hidrológicos<<strong>br</strong> />
empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil. ABRH: 1997, 9p. Vitória, Espírito Santo, 16 a 20 de<<strong>br</strong> />
novem<strong>br</strong>o de 1997.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DA GEORGIA, 2001. Georgia Stormwater Management Manual. August 2001. Volume 1, Volume 2.<<strong>br</strong> />
1-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 2<<strong>br</strong> />
Noções de Hidrogeologia<<strong>br</strong> />
Os rios são ecossistemas abertos em constante interação <strong>com</strong> o sistema terrestre e a atmosfera circundante.<<strong>br</strong> />
De acordo <strong>com</strong> Petts, 2000, os rios devem ser vistos em três dimensões espaciais: longitudinal, lateral e<<strong>br</strong> />
vertical.<<strong>br</strong> />
Fonte: Conceitos e Teorias Ecológicas so<strong>br</strong>e os rios- USP, ESALQ, 13/08/2002- Anderson, Camila, Elisa e Juliana.<<strong>br</strong> />
2-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem<<strong>br</strong> />
Assunto<<strong>br</strong> />
Capítulo 2 - Noções de hidrogeologia<<strong>br</strong> />
2.1 Introdução<<strong>br</strong> />
2.2 Capilaridade<<strong>br</strong> />
2.3 Distribuição das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
2.4 Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
2.5 Limitações da Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
2.6 Transmissividade (T)<<strong>br</strong> />
2.7 Aqüíferos<<strong>br</strong> />
2.8 Aqüífero confinado<<strong>br</strong> />
2.9 Aqüífero não confinado<<strong>br</strong> />
2.10 Interflow<<strong>br</strong> />
2.11 Surgência<<strong>br</strong> />
2.12 Poços rasos<<strong>br</strong> />
2.13 Tempo de residência<<strong>br</strong> />
2.14 Aqüíferos regionais, locais e intermediários.<<strong>br</strong> />
2.15 Vazão base<<strong>br</strong> />
2.16 Ganho e perda dos rios<<strong>br</strong> />
2.17 Subsidência<<strong>br</strong> />
2.18 Infiltração em um canal<<strong>br</strong> />
2.19 Reservas permanentes e reservas reguladoras<<strong>br</strong> />
2.20 Reservas permanentes<<strong>br</strong> />
2.21 Reservas reguladoras<<strong>br</strong> />
2.22 Reservas explotáveis<<strong>br</strong> />
2.23 Recarga de aqüíferos<<strong>br</strong> />
2.24 Hyporheic zone<<strong>br</strong> />
2.25 Barragens subterrâneas<<strong>br</strong> />
2.26 Poço tubular profundo<<strong>br</strong> />
2.27 Área de proteção de poços tubulares profundos<<strong>br</strong> />
2.28 Contaminação das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
2.29 Estudos hidrogeológicos<<strong>br</strong> />
2.30 Aqüífero Guarani<<strong>br</strong> />
2.31 Aqüífero do High Plains (Grandes Planícies) nos Estados Unidos<<strong>br</strong> />
2.32 Mini-poços<<strong>br</strong> />
2.33 Efeito da urbanização nas águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
2.34 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
41páginas<<strong>br</strong> />
2-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 2 - Noções de Hidrogeologia<<strong>br</strong> />
.<<strong>br</strong> />
2.1 Introdução<<strong>br</strong> />
A infiltração é o processo pelo qual a água das chuvas, da neve derretida ou da irrigação penetra nas<<strong>br</strong> />
camadas superficiais do solo e se move para baixo em direção ao lençol d’água (Rawls, et al in Maidment,<<strong>br</strong> />
1993).<<strong>br</strong> />
A infiltração é um fenômeno <strong>com</strong>plexo, difícil de ser determinado <strong>com</strong> exatidão e que varia no tempo e<<strong>br</strong> />
no espaço.<<strong>br</strong> />
2.2 Capilaridade<<strong>br</strong> />
A capilaridade é muito importante nos solos insaturados, pois, <strong>com</strong>o num canudo de plástico de<<strong>br</strong> />
refrigerante de raio (r), a água sobe uma altura (h c ), conforme se pode ver na Figura (2.1).<<strong>br</strong> />
Como se pode ver na Equação (2.1), quanto mais fino é o material, maior é a altura da capilaridade.<<strong>br</strong> />
A capilaridade é causada por uma <strong>com</strong>binação de duas forças (Delleur, 1999):<<strong>br</strong> />
• atração molecular que é responsável pela aderência da água ao solo ou a partículas de superfície<<strong>br</strong> />
de rocha;<<strong>br</strong> />
• tensão superficial que se deve a coesão das moléculas de água em direção a outra quando a água<<strong>br</strong> />
fica exposta ao ar.<<strong>br</strong> />
A água drenada chama-se água gravitacional, enquanto que a água retida é denominada de água capilar.<<strong>br</strong> />
A altura crítica h c é fornecida pela Equação:<<strong>br</strong> />
Figura 2.1 - Subida da água em um tubo capilar<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1980<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
h c = altura crítica (cm)<<strong>br</strong> />
r= raio do tubo (cm)<<strong>br</strong> />
h c = 0,153/r (Equação 2.1)<<strong>br</strong> />
Tabela 2.1 - Subida da água pela capilaridade em materiais não consolidados<<strong>br</strong> />
Material<<strong>br</strong> />
Tamanho do grão<<strong>br</strong> />
(mm)<<strong>br</strong> />
Subida da água pela capilaridade<<strong>br</strong> />
(cm)<<strong>br</strong> />
Pedregulho fino 5–2 2,5<<strong>br</strong> />
Areia muito grossa 2-1 6,5<<strong>br</strong> />
Areia grossa 1-0,5 13,5<<strong>br</strong> />
Areia média 0,5-0,2 24,6<<strong>br</strong> />
Areia fina 0,2-0,1 42, 8<<strong>br</strong> />
Silte 0,1- 0,05 105,5<<strong>br</strong> />
Silte (conforme Todd) 0,05- 0,02 200,0<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1980.<<strong>br</strong> />
Pinto et al, 1976 apresenta a profundidade das raízes na Tabela (2.2). Isto é importante, pois pelo<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>primento médio das raízes, podemos verificar até onde as plantas podem retirar a água do solo.<<strong>br</strong> />
2-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 2.2 - Profundidade máxima da raiz das plantas<<strong>br</strong> />
Plantas<<strong>br</strong> />
Profundidade máxima da raiz<<strong>br</strong> />
(m)<<strong>br</strong> />
Árvores coníferas 0,5 a 1,5<<strong>br</strong> />
Árvores decíduas<<strong>br</strong> />
1,00 a 2,0 ou mais<<strong>br</strong> />
Árvores permanentes (folhas largas)<<strong>br</strong> />
1,0 a 2,00 ou mais<<strong>br</strong> />
Arbustos permanentes<<strong>br</strong> />
0,5 a 2 ou mais<<strong>br</strong> />
Arbustos decíduos 0,5 a 2<<strong>br</strong> />
Vegetação herbácea alta<<strong>br</strong> />
0,5 a 1,5 ou mais<<strong>br</strong> />
Vegetação herbácea baixa 0,2 a 0,5<<strong>br</strong> />
Fonte: Pinto et al, 1976.<<strong>br</strong> />
2.3 Distribuição das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Quando a água se infiltra no solo está sujeita a atração molecular ou adesão, tensão superficial ou<<strong>br</strong> />
efeitos de capilaridade e a atração universal (Pinto et al, 1976).<<strong>br</strong> />
As águas subterrâneas estão divididas em duas zonas principais, conforme se pode ver na Figura<<strong>br</strong> />
(2.2):<<strong>br</strong> />
• zona de aeração ou zona não saturada ou zona insaturada<<strong>br</strong> />
• zona de saturação<<strong>br</strong> />
Figura 2.2 - Distribuição da água abaixo da superfície do solo<<strong>br</strong> />
Fonte: Braga, UNESP<<strong>br</strong> />
A zona insaturada ou aerada está dividida em três zonas:<<strong>br</strong> />
• zona de água de uso do solo,<<strong>br</strong> />
• zona da franja capilar e<<strong>br</strong> />
• zona intermediária (zona vadosa)<<strong>br</strong> />
As profundidades das três zonas são bastante variáveis.<<strong>br</strong> />
Na zona insaturada temos: partículas de água, ar e solo, conforme Figura (2.3).<<strong>br</strong> />
2-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.3 - Mostra as partículas de água, ar e sólidas de um solo insaturado.<<strong>br</strong> />
Figura 2.4 - Definição dos termos usados para descrever o movimento na zona insaturada.<<strong>br</strong> />
Fonte: Dingman, 2002.<<strong>br</strong> />
Percolação<<strong>br</strong> />
É o termo geral usado pela descida da água na zona insaturada.<<strong>br</strong> />
Recarga<<strong>br</strong> />
É o movimento de percolação da água da zona insaturada para a zona saturada que está abaixo.<<strong>br</strong> />
Redistribuição<<strong>br</strong> />
Infiltração é o movimento da água da superfície para o solo e Redistribuição é subseqüentemente o<<strong>br</strong> />
movimento da água infiltrada na zona insaturada do solo. Ver Figura (2.4).<<strong>br</strong> />
A palavra “vadosa” vem do Latim e significa “raso”.<<strong>br</strong> />
Geoquímica<<strong>br</strong> />
A água subterrânea na zona não saturada e na zona saturada sofre reações químicas orgânicas e<<strong>br</strong> />
inorgânicas.<<strong>br</strong> />
Dependendo das diferentes litologias teremos qualidades de água diferentes.<<strong>br</strong> />
2-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
A importância da geoquímica pode ser encontrada em livros especializados <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />
• Physical and Chemical Hydrogeology de Patrick A Domenico e Franklin W.Schwartz<<strong>br</strong> />
• Geochemistry de Arthur H. Brownlow<<strong>br</strong> />
• Water Quality Data- Analysis and Interpretation de Arthur W. Hounslow<<strong>br</strong> />
• Geoquímica e contaminação de águas subterrâneas - Suely S. Pacheco Mestrinho.<<strong>br</strong> />
2.4 Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
Em 1856, estudando a permeabilidade na zona saturada, Henry Darcy concluiu que para um filtro de<<strong>br</strong> />
área (A) <strong>com</strong>primento (L), conforme a Figura (2.5), vale o seguinte:<<strong>br</strong> />
Q= K x A x (h 1 - h 2 )/L (Equação 2.2)<<strong>br</strong> />
Q= K x A x G (Equação 2.3)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão constante que passa pelo cilindro (m 3 /s; m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
h 1 = carga hidráulica no piezômetro 1 (m)<<strong>br</strong> />
h 2 = carga hidráulica no piezômetro 1 (m)<<strong>br</strong> />
z 1 = cota do ponto P 1 (m)<<strong>br</strong> />
z 2 = cota do ponto P 2 (m)<<strong>br</strong> />
L= distância entre os piezômetros 1 e 2<<strong>br</strong> />
A= área da seção transversal do cilindro (m 2 )<<strong>br</strong> />
ΔH= variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/s; m/h; mm/h; m/dia)<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico= (h 1 -h 2 )/L<<strong>br</strong> />
Figura 2.5 - Esboço esquemático do dispositivo usado por Darcy<<strong>br</strong> />
Fonte: Hidrogeologia - conceitos e aplicações, 1996, p.37.<<strong>br</strong> />
É importante salientar que a experiência de Darcy foi feita para a zona do solo saturado e obtido o<<strong>br</strong> />
coeficiente de condutividade hidráulica da zona saturada (K). Na Tabela (2.3) temos os valores de K em<<strong>br</strong> />
função do tipo de solo.<<strong>br</strong> />
Expandindo-se o conceito da lei de Darcy, existe a condutividade hidráulica para a zona não saturada,<<strong>br</strong> />
cujo valor é inferior ao da condutividade hidráulica da zona saturada. Existe ainda o conceito de condutividade<<strong>br</strong> />
hidráulica vertical e horizontal, sendo que a condutividade horizontal é maior que a vertical.<<strong>br</strong> />
Podemos entender a diferença de cargas hidráulicas (h 1 -h 2 ) dividida pelo <strong>com</strong>primento L, <strong>com</strong>o sendo<<strong>br</strong> />
a taxa de perda por unidade de <strong>com</strong>primento, o que recebe o nome de gradiente hidráulico (Hidrogeologia<<strong>br</strong> />
básica, 1996).<<strong>br</strong> />
2-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 2.3 - Condutividade hidráulica (K) em função do tipo de solo<<strong>br</strong> />
Tipo de solo mm/h m/dia<<strong>br</strong> />
Areia 210,06 4,96<<strong>br</strong> />
Areia franca 61,21 1,45<<strong>br</strong> />
Franco arenoso 25,91 0,61<<strong>br</strong> />
Franco 13,21 0,31<<strong>br</strong> />
Franco siltoso 6,86 0,16<<strong>br</strong> />
Franco argilo arenoso 4,32 0,10<<strong>br</strong> />
Franco argiloso 2,29 0,05<<strong>br</strong> />
Franco argilo siltoso 1,52 0,04<<strong>br</strong> />
Argila arenosa 1,27 0,03<<strong>br</strong> />
Argila siltosa 1,02 0,02<<strong>br</strong> />
Argila 0,51 0,01<<strong>br</strong> />
Fonte: Febusson e Debo,1990 in Georgia Stormwater Manual, 2001<<strong>br</strong> />
2.5 Limitações da Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
A lei de Darcy deve ser aplicada quando o escoamento é laminar, o que é usual e cujo número de<<strong>br</strong> />
Reynolds (Re) é maior que 5 e menor que 60.<<strong>br</strong> />
5 < Re < 60<<strong>br</strong> />
Em regiões de solos cársticos (calcáreo) ou em rochas <strong>com</strong> fraturas de grandes dimensões não pode<<strong>br</strong> />
ser aplicada a Lei de Darcy.<<strong>br</strong> />
Quando uma camada de solo tem a condutividade igual em todas as direções o meio é chamado de<<strong>br</strong> />
isotrópico e, quando há para cada direção um valor de K, então o meio é chamado de anisotrópico.<<strong>br</strong> />
O meio isotrópico é chamado de homogêneo enquanto que o anisotrópico é chamado de<<strong>br</strong> />
heterogêneo.<<strong>br</strong> />
A lei de Darcy pressupõe uma distribuição isotrópica onde a condutividade hidráulica é independente<<strong>br</strong> />
da direção.<<strong>br</strong> />
Para aplicação em meio anisotrópico a lei de Darcy pode ser aplicada <strong>com</strong> um refinamento da<<strong>br</strong> />
mesma, aplicando as equações tensoriais.<<strong>br</strong> />
2.6 Transmissividade (T)<<strong>br</strong> />
A transmissividade (T) corresponde à quantidade de água que pode ser transmitida horizontalmente<<strong>br</strong> />
por unidade de largura do aqüífero.<<strong>br</strong> />
T= K x b (Equação 2.4)<<strong>br</strong> />
T= transmissividade (m 2 /dia; m 2 /s)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/s; m/h; mm/h; m/dia)<<strong>br</strong> />
b= espessura do aqüífero (m)<<strong>br</strong> />
2.7 Aqüíferos<<strong>br</strong> />
Aqüífero é definido por Davis e DeWiest, 1966 in Delleur, 1999 <strong>com</strong>o a formação geológica abaixo da<<strong>br</strong> />
superfície que fornece água em quantidade suficiente para ser economicamente importante.<<strong>br</strong> />
Apesar de a definição ser subjetiva, pois engloba aqüíferos de 5,5m 3 /dia até 2700m 3 /dia, ela é usada.<<strong>br</strong> />
Basicamente existem dois tipos de aqüíferos, conforme a Figura (2.6).<<strong>br</strong> />
• Confinados e<<strong>br</strong> />
• Não confinados.<<strong>br</strong> />
2-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.6- Tipos de aqüíferos. A) aqüífero confinado. B) Aqüífero não confinado (livre)<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999. The Handbook groundwater engineering.<<strong>br</strong> />
2.8 Aqüífero confinado<<strong>br</strong> />
O aqüífero confinado fica <strong>com</strong>o um sandwich entre duas formações impermeáveis, conforme a Figura<<strong>br</strong> />
(2.6) parte A.<<strong>br</strong> />
A água contida fica pressurizada e forma uma superfície piezométrica que fica geralmente no subsolo.<<strong>br</strong> />
Quando a superfície piezométrica fica acima do solo, um poço profundo pode ter a água saindo naturalmente<<strong>br</strong> />
sem ação de bomba centrífuga. Teremos então um poço artesiano, cujo nome se deve a região de Artois na<<strong>br</strong> />
França, onde primeiro se constatou este fato.<<strong>br</strong> />
2.9 Aqüífero não confinado (livre)<<strong>br</strong> />
No aqüífero não confinado ou aqüífero livre supõe-se a existência na parte de baixo de uma<<strong>br</strong> />
formação impermeável, conforme Figura (2.6) parte B.<<strong>br</strong> />
O nível de água será o lençol freático ou a superfície potenciométrica.<<strong>br</strong> />
Aquitarde<<strong>br</strong> />
É uma formação geológica semipermeável, pois apresenta porosidade e permeabilidade<<strong>br</strong> />
relativamente baixas. São consideradas desprezíveis do ponto de vista de suprimento de água (Mestrinho,<<strong>br</strong> />
1997).<<strong>br</strong> />
Aquiclude<<strong>br</strong> />
É uma formação geológica impermeável e não fraturada, que pode conter água, mas sem condição<<strong>br</strong> />
de movimentá-la de um lugar para outro, em condições naturais e em quantidades significativas. É um<<strong>br</strong> />
exemplo extremo de aquitarde.<<strong>br</strong> />
2-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Aquifuge<<strong>br</strong> />
São camadas ou corpos de rochas muito <strong>com</strong>pactadas que apresentam porosidade total e<<strong>br</strong> />
permeabilidade quase nula, <strong>com</strong>o as rochas cristalinas magmáticas e metamórficas que constituem grande<<strong>br</strong> />
parte dos embasamentos geológicos, alem dos quartzitos, basaltos e rochas afins, não fraturadas ou<<strong>br</strong> />
intemperizados.<<strong>br</strong> />
Pode existir um aqüífero suspenso, conforme Figura (2.7) devido a existência de uma argila<<strong>br</strong> />
impermeável, o que é <strong>com</strong>um em regiões glaciais.<<strong>br</strong> />
Os aqüíferos não confinados são mais vulneráveis a contaminação (Delleur, 1999).<<strong>br</strong> />
Figura 2.7 - Aqüífero suspenso<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999. The Handbook groundwater engineering.<<strong>br</strong> />
2.10 Interflow<<strong>br</strong> />
O escoamento da água entre o lençol freático e a superfície é o interflow, conforme se pode ver na<<strong>br</strong> />
Figura (2.8). Isto acontece em regiões de florestas onde há depósitos de vegetais e a infiltração chega até uns<<strong>br</strong> />
dois metros abaixo da superfície num prazo muito curto. A água do interflow pode ser conduzida diretamente<<strong>br</strong> />
ao córrego mais próximo.<<strong>br</strong> />
Figura 2.8 - Interflow<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
2.11 Surgência<<strong>br</strong> />
Na zona não saturada temos a franja capilar e, dependendo da permeabilidade do solo, poderemos<<strong>br</strong> />
ter surgência (mina d´água) junto aos córregos, conforme Figura (2.9).<<strong>br</strong> />
Figura 2.9 - Surgência<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
2-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.12 Poços rasos<<strong>br</strong> />
Os poços rasos, poços freáticos ou poços amazonas têm aproximadamente 1m de diâmetro por até<<strong>br</strong> />
aproximadamente 20m de profundidade, atingem o lençol freático e param. A palavra “freático” vem do grego<<strong>br</strong> />
“poço”.<<strong>br</strong> />
2.13 Tempo de residência<<strong>br</strong> />
O tempo de residência de uma água subterrânea varia de umas duas semanas até 10.000 anos. Nos<<strong>br</strong> />
Estados Unidos temos exemplos de aqüíferos onde são extraídos água que data da época do pleistoceno, ou<<strong>br</strong> />
seja, 600.000 anos atrás.<<strong>br</strong> />
2.14 Aqüíferos regionais, locais e intermediários<<strong>br</strong> />
O conceito do tamanho dos aqüíferos foi examinado por Toth in Delleur, 1999 que estabeleceu três<<strong>br</strong> />
tipos básicos de sistemas de aqüíferos, conforme Figura (2.10).<<strong>br</strong> />
• Aqüíferos locais;<<strong>br</strong> />
• Aqüíferos intermediários;<<strong>br</strong> />
• Aqüíferos regionais.<<strong>br</strong> />
Figura 2.10 - Aqüífero local, regional e intermediário.<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
O aqüífero local tem algumas centenas de metros e está próximo das áreas de recarga. As águas são<<strong>br</strong> />
de boa qualidade, o tempo de residência é curto, variando de algumas semanas a poucos anos. Em geral, a<<strong>br</strong> />
água possui pouca quantidade de sólidos totais dissolvidos (TDS).<<strong>br</strong> />
O aqüífero regional geralmente é grande podendo atingir até vários estados <strong>com</strong>o, por exemplo, o<<strong>br</strong> />
aqüífero Guarani (1,2 milhões de km 2 ) no Brasil, que atinge vários países: Brasil, Paraguai, Argentina e<<strong>br</strong> />
Uruguai. De modo geral, os aqüíferos regionais possuem uma alta taxa de sólidos totais dissolvidos (TDS) e o<<strong>br</strong> />
tempo de residência pode atingir milhares de anos.<<strong>br</strong> />
O aqüífero intermediário possui área maior que alguns km 2 e o tempo de residência é de dezenas de<<strong>br</strong> />
anos.<<strong>br</strong> />
Água fóssil é aquela que está a grandes profundidades. Geralmente tem idade geológica muito<<strong>br</strong> />
grande e contém alta concentração de minerais dissolvidos. Em alguns casos é água salgada <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
concentrações muito elevadas que podem chegar a 100.000mg/L e, neste caso, são chamadas de bittern<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>ines.<<strong>br</strong> />
2.15 Vazão base<<strong>br</strong> />
A vazão base foi definida por Hewlett e Nutter (1969) in Guerra e Cunha, 2001 <strong>com</strong>o parte<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ponente do fluxo canalizado que se mantém durante os períodos secos e são alimentados pela descarga<<strong>br</strong> />
da água subterrânea residente nos solos e rochas.<<strong>br</strong> />
A maneira segura de se determinar a vazão base é <strong>com</strong> dados de campo, construindo um hidrograma<<strong>br</strong> />
do escoamento de um rio, conforme Figura (2.11). Existem estudos de Linsley, 1982 e outros que mostram<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o separar a vazão base em seus <strong>com</strong>ponentes.<<strong>br</strong> />
2-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
. Existem três técnicas básicas para análise da vazão base através de hidrogramas de vazões de rios<<strong>br</strong> />
e córregos. Quanto a outros métodos existentes não entraremos em detalhes.<<strong>br</strong> />
• 1- Método da Separação da vazão base<<strong>br</strong> />
• 2- Método da Análise de freqüência<<strong>br</strong> />
• 3- Método de Análise de Recessão.<<strong>br</strong> />
Uma informação importante é saber que nem sempre a vazão base é a recarga. As seguintes<<strong>br</strong> />
atividades podem alterar o valor da vazão base:<<strong>br</strong> />
‣ As barragens nos rios alteram os períodos de seca mudando a vazão base. Só não<<strong>br</strong> />
há alteração quando a área das barragens é menor que 10% da área da bacia.<<strong>br</strong> />
‣ O bombeamento da água do rio para a agricultura, usos urbanos e industriais.<<strong>br</strong> />
‣ Transferência de parte de água de rios de uma bacia para outra<<strong>br</strong> />
‣ O retorno sazonal das águas nas áreas de irrigação.<<strong>br</strong> />
‣ Mudanças no uso do solo, <strong>com</strong>o corte da mata, reflorestamento que alteram a<<strong>br</strong> />
evopotranspiração<<strong>br</strong> />
‣ Extração de água subterrânea suficiente para abaixar o lençol freático ou reverter o<<strong>br</strong> />
gradiente do lençol perto dos rios.<<strong>br</strong> />
2.15.1 Método da separação da vazão base<<strong>br</strong> />
É geralmente um método gráfico e muito usado.<<strong>br</strong> />
Basicamente pode ser:<<strong>br</strong> />
1. Valor constante<<strong>br</strong> />
2. Declividade constante<<strong>br</strong> />
3. Método côncavo<<strong>br</strong> />
Existem vários métodos para a separação da vazão base, conforme a Figura (2.11) e, de acordo<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o método usado, os resultados serão diferentes. Também não devemos esquecer que os métodos para<<strong>br</strong> />
medição de vazão dos rios para se fazer o hidrograma são muito imprecisos.<<strong>br</strong> />
Figura 2.11 - Vários métodos de separação da vazão base. Método a, b e c.<<strong>br</strong> />
Fonte: Dingman, 2002.<<strong>br</strong> />
Vamos explicar somente dois métodos, sendo um da Figura (2.11a) e outro da Figura (2.11c).<<strong>br</strong> />
2-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Método côncavo, conforme Figura (2.11a)<<strong>br</strong> />
A obtenção da vazão base é uma tarefa difícil a ser determinada. O método côncavo é um método<<strong>br</strong> />
gráfico.<<strong>br</strong> />
Linsley et al, 1975 citado in Delleur, 1999 obteve a equação:<<strong>br</strong> />
N= 0,827 x A 0,2 (Equação 2.5)<<strong>br</strong> />
A= área em km 2 ,<<strong>br</strong> />
N= número de dias entre o pico da hidrógrafa e o fim do escoamento superficial de uma bacia, conforme<<strong>br</strong> />
Figura (2.12).<<strong>br</strong> />
O expoente de A que é 0,2 depende das características da bacia <strong>com</strong>o: vegetação, declividade e<<strong>br</strong> />
geologia.<<strong>br</strong> />
A Figura (2.12) mostra a facilidade <strong>com</strong> que é traçada a linha pontilhada ABC da separação do runoff<<strong>br</strong> />
e da vazão base.<<strong>br</strong> />
Primeiramente o ponto C é obtido usando a Equação (2.5).<<strong>br</strong> />
O ponto B é obtido <strong>com</strong>o um prolongamento da recessão AB até atingir o local onde está o pico no<<strong>br</strong> />
ponto D.<<strong>br</strong> />
Figura 2.12 - Figura de uma hidrógrafa mostrando a separação do escoamento superficial da vazão base.<<strong>br</strong> />
Fonte: Linsley e Franzini, 1992.<<strong>br</strong> />
Método da declividade constante, conforme Figura (2.11c)<<strong>br</strong> />
A linha separadora é uma reta pontilhada que tem declividade conhecida, <strong>com</strong>o por exemplo,<<strong>br</strong> />
0,0037m 3 /s x km 2 /hora. É também um método gráfico.<<strong>br</strong> />
Método aproximado para obter a vazão base<<strong>br</strong> />
Uma outra maneira prática de se separar a vazão base é proceder, conforme Figura (2.13). Deve-se<<strong>br</strong> />
ter o cuidado para determinar o ponto de início e do fim para determinar a linha de separação.<<strong>br</strong> />
O volume total acima da linha de separação Va representa a <strong>com</strong>ponente do volume do escoamento<<strong>br</strong> />
superficial (runoff) e o volume abaixo Vb representa o volume de contribuição da água subterrânea.<<strong>br</strong> />
O índice da vazão base (BFI- base flow index) é definido <strong>com</strong>o a razão entre o volume da vazão base<<strong>br</strong> />
Vv pelo volume do escoamento superficial (runoff) Va.<<strong>br</strong> />
BFI= Vb / Va (Equação 2.6)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
BFI= índice da vazão base<<strong>br</strong> />
Vb= volume da vazão base obtido no hidrograma<<strong>br</strong> />
Va= volume do escoamento superficial.<<strong>br</strong> />
2-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.13 - Técnica de separação da vazão base<<strong>br</strong> />
Fonte: Water Budget Analysis on a Watershed Basis<<strong>br</strong> />
Os cálculos devem ser feitos para no mínimo dois anos de medições em determinado local. De modo<<strong>br</strong> />
geral, o método aproximado superestima a vazão base. O índice da vazão base deve ser sempre usado <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
uma primeira aproximação.<<strong>br</strong> />
Existem casos que possuímos dados para fazer o hidrograma e casos que não temos nenhum dado<<strong>br</strong> />
disponível e neste caso podemos fazer durante certo tempo algumas medidas ou se basear em alguma<<strong>br</strong> />
analise regional do índice BFI.<<strong>br</strong> />
A influência do homem deve ser sempre levada em conta, <strong>com</strong>o por exemplo, irrigação,<<strong>br</strong> />
bombeamento, sistema de abastecimento de água, descargas de tratamentos de esgotos sanitários, sistemas<<strong>br</strong> />
de drenagem, etc.<<strong>br</strong> />
2.15.2 Método de Análise da freqüência<<strong>br</strong> />
Neste método são usadas as técnicas de estatísticas e existem varias equações para os chamados<<strong>br</strong> />
“filtros”.<<strong>br</strong> />
Estimativa de BFI quando não se tem medição<<strong>br</strong> />
O Departamento do Interior dos Estados Unidos USBR possui estimativa em todo o pais <strong>com</strong> R 2 =<<strong>br</strong> />
67%. Não temos conhecimento de estudo semelhante em todo o Brasil.<<strong>br</strong> />
O valor BFI tem uma relação muito forte <strong>com</strong> a precipitação média anual e <strong>com</strong> a declividade da<<strong>br</strong> />
bacia.<<strong>br</strong> />
Estudos feitos no Zimbabwe onde existe clima tropical, por Mazwimavi et al no trabalho “Estimation of<<strong>br</strong> />
Flow Characteristics of Ungauged Basins ” por análise linear de regressão em 52 bacias <strong>com</strong> áreas de 3,5km 2<<strong>br</strong> />
a 2.630km 2 <strong>com</strong> área média de 505,2km 2 em cujos trabalhos foi citado o prof. Dr. Tucci da Universidade<<strong>br</strong> />
Federal do Rio Grande do Sul achou para médias anuais:<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S 10 <strong>com</strong> r 2 = 0,73<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
BFI= índice da vazão base que varia de 0 a 1<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm) que varia de 554,2mm a 1796,8mm <strong>com</strong> média de 852mm.<<strong>br</strong> />
Dd= densidade de cursos de água (km/km 2 ) que varia de 0,2 a 4,9 sendo a média de 2,4 km/km 2<<strong>br</strong> />
S 10 = declividade de 10% dos pixeis da área. Faz-se uma tabela e acha-se a declividade média de cada pixel.<<strong>br</strong> />
Depois se constrói uma curva de freqüência cumulativa das declividades médias achadas. A declividade<<strong>br</strong> />
em porcentagem a ser achada é aquela correspondente a 10% dos pixeis, em que as declividades são iguais<<strong>br</strong> />
ou menores que 10%.<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.1<<strong>br</strong> />
Calcular para o córrego Água Suja, em Guarulhos, o BFI, sendo dados:<<strong>br</strong> />
Área da bacia= 3,7 km 2<<strong>br</strong> />
Comprimento do talvegue= 3,6km<<strong>br</strong> />
Declividade média do talvegue= 7,59%<<strong>br</strong> />
Densidade hídrica = 2,1 km/km 2 (estimado)<<strong>br</strong> />
2-13
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
80% da área tem declividade > 30%<<strong>br</strong> />
10% da área tem declividade < 10%<<strong>br</strong> />
10% da área tem declividade < 0,4% (estimativa)<<strong>br</strong> />
P=precipitação media anual= 1463mm /ano (Posto Bonsucesso)<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S 10<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x 1463 – 0,0414 x 2,1 + 0,4857 x 0,4= 0,55<<strong>br</strong> />
De modo geral o BFI é menor que 0,50.<<strong>br</strong> />
Isto significa que:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
BFI= Vb / Va = 0,55<<strong>br</strong> />
BFI= índice da vazão base<<strong>br</strong> />
Vb= volume da vazão base obtido no hidrograma<<strong>br</strong> />
Va= volume do escoamento superficial.<<strong>br</strong> />
Vb= 0,55 x Va<<strong>br</strong> />
Para uma chuva de 2h e Tr= 25anos teremos 85,1mm.<<strong>br</strong> />
Va= 85,1mm<<strong>br</strong> />
Vb= 0,55 x 85,1mm= 46,8mm que será a vazão base em relação a precipitação.<<strong>br</strong> />
Notas:<<strong>br</strong> />
• A vazão base não significa que é a recarga. Pode ser parte da recarga, mas não deve ser confundida<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> a recarga.<<strong>br</strong> />
• A parte separada da vazão base é chamada por Tucci, 2000 de precipitação efetiva, isto é, aquele que<<strong>br</strong> />
produz o escoamento superficial (runoff).<<strong>br</strong> />
•<<strong>br</strong> />
2.15.3 Método da análise da Recessão<<strong>br</strong> />
Na Figura (2.12) podemos ver a recessão que tem inicio no pico no ponto D e vai descendo até o<<strong>br</strong> />
ponto C que geralmente é difícil de localizar <strong>com</strong> precisão.<<strong>br</strong> />
O método da análise da recessão é antigo e muito usado. Boussinesq o usou em 1877, Horton em<<strong>br</strong> />
1933 e Boussinesq em 1904.<<strong>br</strong> />
Os métodos mais conhecidos são: Método de Meyboom, 1961 e de Robaugh.<<strong>br</strong> />
Explicaremos <strong>com</strong> mais detalhes o método da analise da recessão de Meybom, 1961 que é muito<<strong>br</strong> />
usado para se achar a recarga dos aqüíferos subterrâneos..<<strong>br</strong> />
Método da Recessão Sazonal ou Método de Meyboom, 1961<<strong>br</strong> />
Um método simples e eficaz é o método de Meyboom, 1961 explicado por Fetter, 1994. Ele fornece a<<strong>br</strong> />
recarga das águas subterrâneas na bacia e por este motivo é muito usado.<<strong>br</strong> />
Utiliza basicamente dois anos consecutivos. Usa-se geralmente um gráfico mono-logaritmo <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
logaritmo no eixo y conforme Figura (2.14) e (2.1%). Na prática utiliza-se no mínimo 10anos de período de<<strong>br</strong> />
análise de dados fluviométricos.<<strong>br</strong> />
2-14
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.14- Gráfico semi-logaritmo mostrando a hidrógrafa<<strong>br</strong> />
Fonte: Fetter, 1994<<strong>br</strong> />
Figura 2.15- Gráfico semi-logaritmo mostrando a hidrógrafa<<strong>br</strong> />
Fonte: Domenico eSchwartz, 1998<<strong>br</strong> />
A recessão da vazão base está mostrada na Figura (2.14) e (2.15) em linhas pontilhadas. Parte-se da<<strong>br</strong> />
vazão de pico até a vazão de 0,1 x Qo e une-se a linha pontilhada..<<strong>br</strong> />
A distância entre o pico Qo e o limite 0,1Qo é o tempo t 1 .<<strong>br</strong> />
O volume potencial de água subterrânea é Vtp que é fornecida pela equação.<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t 1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vtp= volume potencial da água subterrânea (m 3 )<<strong>br</strong> />
t 1 = tempo que leva a vazão base de Qo até 0,1Qo (meses)<<strong>br</strong> />
Qo= Vazão que inicia a vazão base (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Para o mês seguinte teremos que<<strong>br</strong> />
Depois que achamos Vtp vamos procurar o valor de Vt usando a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
2-15
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vt= volume potencial da água subterrânea (m 3 ) na próxima recessão. Isto é obtido usando o valor t que é o<<strong>br</strong> />
tempo entre o fim da primeira recessão e o inicio da segunda.<<strong>br</strong> />
t= tempo entre o inicio da recessão e o fim mesmo e não o valor 0,1xQo.<<strong>br</strong> />
O valor da recarga será a diferença:<<strong>br</strong> />
Recarga= Vtp - Vt<<strong>br</strong> />
Supomos no caso que não há bombeamento para retirada de água ao longo do rio de água que não<<strong>br</strong> />
retornem para os rios.<<strong>br</strong> />
Tendo-se o volume de recarga anual médio e tendo a área da bacia podemos achar o valor da<<strong>br</strong> />
recarga em mm.<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.2<<strong>br</strong> />
O exemplo foi retirado do livro do Fetter, 1994 e conforme Figura (2.14)<<strong>br</strong> />
Calcular a recarga entre duas recessões consecutivas usando o Método de Meybom, 1961.<<strong>br</strong> />
Na primeira recessão temos o valor Qo=760m 3 /s que leva 6,3 meses para chegar até 0,1 x Qo.<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Vtp= 760 x 6,3meses x 30diasx 1440min x 60s / 2,3= 5,4 x 10 8 m 3<<strong>br</strong> />
O valor Vt na próxima recessão dura 7,5 meses, isto é, t=7,5meses<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
Vt= 5,4 x 10 9 m 3 / 10 (7,5/6,3) =3,5 x 10 8 m 3<<strong>br</strong> />
Para o próximo ano a vazão será Qo=1000m 3 /s e teremos:<<strong>br</strong> />
Vtp= 1000m 3 /s x 6,3meses x 30diasx1440min/diax 60s/ 2,3= 7,1 x 10 9 m 3<<strong>br</strong> />
A recarga será a diferença:<<strong>br</strong> />
Recarga= 7,1 x 10 9 m 3 - 3,5 x 10 8 m3= 6,8 x 109 m 3<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração<<strong>br</strong> />
Uma outra aproximação que pode ser feita é obter a evapotranspiração usando os dados<<strong>br</strong> />
fluviométricos de uma bacia <strong>com</strong> a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração= Precipitação – Volume da descarga do rio/ Área da bacia<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.3<<strong>br</strong> />
Seja uma área da bacia <strong>com</strong> 120km 2 e temos as vazões medias mensais em 21 anos.<<strong>br</strong> />
Calculamos o Volume da descarga do rio/ área da bacia= 960mm<<strong>br</strong> />
Supondo precipitação de 1771mm/ano teremos:<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração= 1771mm- 960mm= 811mm/ano<<strong>br</strong> />
Lem<strong>br</strong>ando que o volume da descarga do rio deverá ser dividido pelo número de anos de dados que temos.<<strong>br</strong> />
Não levamos em conta a retirada de água do rio e nem os lançamentos.<<strong>br</strong> />
2-16
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 2.4<<strong>br</strong> />
Seja uma bacia <strong>com</strong> 120km 2 que apresenta o hidrograma de vazões médias mensais num determinado ponto<<strong>br</strong> />
conforme Figura (2.1)<<strong>br</strong> />
Hidrograma de vazões médias mensais<<strong>br</strong> />
10<<strong>br</strong> />
Vazões (m3/s)<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
1 3 5 7 9Meses 11 13 do ano 15 17 19 21 23<<strong>br</strong> />
Figura 2.16- Hidrograma de vazões medias mensais de dois anos consecutivos de um rio <strong>com</strong> bacia de<<strong>br</strong> />
120km 2 em uma gráfico semi-logaritmo<<strong>br</strong> />
Tabela 2.1- Vazões medias mensais<<strong>br</strong> />
Ano Jan Fev Mar A<strong>br</strong> Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<<strong>br</strong> />
1981 8,06 5,02 5,11 3,76 3,08 3,01 2,68 2,03 1,73 2,41 4,14 4,6<<strong>br</strong> />
1982 6,76 5,69 7,21 5,23 4,24 3,86 3,1 2,67 2,14 2,62 2,39 4,43<<strong>br</strong> />
Olhando-se no gráfico achamos Q0=8,06m 3 /s<<strong>br</strong> />
t 1 =11meses<<strong>br</strong> />
t=7,6meses<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t 1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Vtp= 8,06 x 11meses x 30dias x 1440min/dia x60s/ 2,3=99.915.965m 3<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
Vt= 99.915.965/ 10 (7,6/11) = 20.357.563m 3<<strong>br</strong> />
Para o próximo ano Q 0 = 6,5m 3 /s e teremos<<strong>br</strong> />
Vtp= 6,5 x 11 x 30 x 1440 x60/ 2,3= 80.577.391m 3<<strong>br</strong> />
Portanto, a recarga em dois anos consecutivos será:<<strong>br</strong> />
Recarga (m 3 )= 80.577.391 –20.357.563= 60.219.828m 3<<strong>br</strong> />
Como a área da bacia tem 120km 2 teremos:<<strong>br</strong> />
Recarga (mm)= 60.219.828m 3 x 1000 / (120km 2 x 100ha x 10000m 2 )= 502mm<<strong>br</strong> />
Assim se a recarga=502mm e se a precipitação média anual for de 1771mm teremos:<<strong>br</strong> />
Precipitação= evapotranspiração + recarga + escoamento superficial<<strong>br</strong> />
1771mm= 684mm (calculado) + 502mm +585mm (por diferença)<<strong>br</strong> />
O escoamento superficial é obtido por diferenças, pois temos a precipitação média anual e a<<strong>br</strong> />
evapotranspiração.<<strong>br</strong> />
Supondo que o aqüífero profundo seja rochas cristalinas <strong>com</strong> fissuras então a recarga nos aqüíferos<<strong>br</strong> />
fissurais profundos será aproximadamente 3% da precipitação, ou seja, 53mm/ano.(Notar a não influência da<<strong>br</strong> />
recarga no aqüífero profundo)<<strong>br</strong> />
2-17
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Salientamos que deverá ser utilizado no mínimo serie de dados fluviométricos <strong>com</strong> 10anos de<<strong>br</strong> />
duração para se conseguir uma media.<<strong>br</strong> />
2.16 Ganho e perda dos rios<<strong>br</strong> />
O rio pode ganhar água subterrânea ou pode perder a sua água por infiltração. Em épocas de chuvas<<strong>br</strong> />
o rio fornece água para o aqüífero subterrâneo e em época de seca a água subterrânea alimenta o rio,<<strong>br</strong> />
conforme Figura (2.15).<<strong>br</strong> />
Figura 2.15 - Ganho e perda nos rios. A) rio ganhando B) rio perdendo<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
2.17 Subsidência<<strong>br</strong> />
Um fenômeno que pode acontecer em aqüíferos onde há rebaixamento devido a explotação das<<strong>br</strong> />
águas subterrâneas, é a subsidência, isto é, o abaixamento do solo.<<strong>br</strong> />
Conforme Ca<strong>br</strong>al et al, 2006 os valores de subsidência em vários paises estão na Tabela (2.5)<<strong>br</strong> />
Tabela 2.5- Valores de subsidência registrados em vários paises e regiões do mundo<<strong>br</strong> />
Localidade Tempo Subsidência<<strong>br</strong> />
Vale San Joaquim, Califórnia 52anos 8,8m<<strong>br</strong> />
Vala Las Vegas, Nevada 57anos 2m<<strong>br</strong> />
Eloy, Arizona 4,57m<<strong>br</strong> />
Phoenix, Arizona 5,49m<<strong>br</strong> />
Vale Santa Clara, Califórnia 3,66m<<strong>br</strong> />
Cidade do México 100anos 15m<<strong>br</strong> />
Hanói, Vietnam 6anos 0,30m<<strong>br</strong> />
Jacarta; Indonésia 0,20m<<strong>br</strong> />
Suzhou, China 14anos 1m<<strong>br</strong> />
Condado de Yunlin, Taiwan<<strong>br</strong> />
0,10m/ano<<strong>br</strong> />
Ojiya, Japão 3anos 0,07m<<strong>br</strong> />
Kerman, Irã<<strong>br</strong> />
0,06m/ano<<strong>br</strong> />
2-18
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: Ca<strong>br</strong>al et al, 2006<<strong>br</strong> />
Ainda não foram encontrados casos de subsidência por bombeamento em aqüíferos sedimentares no<<strong>br</strong> />
Brasil. Entretanto em aqüíferos cársticos o Brasil teve vários casos grandes.<<strong>br</strong> />
Entre eles citamos o de Sete Lagoas em Minas Gerais em 1988, o de Cajamar no Estado de São<<strong>br</strong> />
Paulo em 1986 e o de Mairinque em São Paulo no ano de 1981.<<strong>br</strong> />
Em Sete Lagoas foi aberta cratera de 20m de diâmetro por 5m de profundidade em plena área<<strong>br</strong> />
urbana. Em Cajamar formou-se uma cratera <strong>com</strong> 31m de diâmetro e 13m de profundidade. Todos estes casos<<strong>br</strong> />
foram em regiões cársticas.<<strong>br</strong> />
Consideremos uma unidade de área na horizontal na profundidade Z abaixo da superfície.<<strong>br</strong> />
A pressão total Pt é dado pelo peso que está acima daquele plano e que é resistido pela pressão<<strong>br</strong> />
hidrostática Ph e parcialmente pela pressão intergranular Pi, exercida entre os grãos do material:<<strong>br</strong> />
Pt= Ph + Pi.<<strong>br</strong> />
Tirando-se o valor de Pi temos:<<strong>br</strong> />
Pi= Pt - Ph<<strong>br</strong> />
O decréscimo do nível do lençol freático resulta no decréscimo da pressão hidrostática e o<<strong>br</strong> />
correspondente aumento da pressão intergranular. Se Pi 1 e Pi 2 são as pressões intergranular antes e depois<<strong>br</strong> />
da queda do nível do lençol freático ou da superfície piezométrica, a subsidência vertical pode ser calculada<<strong>br</strong> />
pela equação (Delleur, 1999).<<strong>br</strong> />
Su= Z x ( Pi 2 – Pi 1 )/ E (Equação 2.7)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Z= espessura do solo (m)<<strong>br</strong> />
E= módulo de elasticidade do solo (N/cm 2 )<<strong>br</strong> />
Pi 1 = pressão intergranular antes do abaixamento do nível de água do poço (kPa)<<strong>br</strong> />
Pi 2 = pressão intergranular depois do abaixamento do nível de água do poço (kPa)<<strong>br</strong> />
Su= abaixamento, isto é, subsidência (m);<<strong>br</strong> />
Peso específico da água: γa= 9,81 KN/m 3<<strong>br</strong> />
Um problema da subsidência é que mesmo que se queira injetar água para voltar a posição original<<strong>br</strong> />
do solo, há o fenômeno da histerese, isto é, sempre haverá um rebaixamento.<<strong>br</strong> />
Na Região Metropolitana de São Paulo até o presente não foi constatado nenhum caso de<<strong>br</strong> />
subsidência devido a poços tubulares profundos, <strong>com</strong> excessão da cidade de Cajamar, que está localizada<<strong>br</strong> />
em área cárstica, onde houve ruptura do solo causando grandes danos para a região.<<strong>br</strong> />
2-19
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.16 - Exemplo de subsidência. A casa sumiu <strong>com</strong> o rebaixamento do solo devido a retirada de<<strong>br</strong> />
água de um poço tubular profundo junto a mesma.<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.1<<strong>br</strong> />
Calcular a subsidência para camada de areia de 60m de espessura. O lençol freático está localizado a<<strong>br</strong> />
10m de profundidade abaixo da superfície do solo, conforme Figura (2.17).<<strong>br</strong> />
Calcular a pressão total e a pressão intergranular a 10m de profundidade e no fim da camada de<<strong>br</strong> />
areia, sendo dados a porosidade n= 0,35; umidade volumétrica θ= 0,08 e o peso específico do solo<<strong>br</strong> />
γs= 25,5kN/m 3 e o peso específico da água γa = 9,81kN/m 3 .<<strong>br</strong> />
Figura 2.17 - Problemas devido a subsidência<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
No lençol freático temos: Pt= Ph + Pi , mas <strong>com</strong>o Ph= 0 então Pt= Pi.<<strong>br</strong> />
Teremos: Pt= Pi= 10 [(1- 0,35) 25,5 + 0,08 x 9,81]= 173,6 kPa<<strong>br</strong> />
Pressão no fim da camada de areia:<<strong>br</strong> />
A pressão total Pt no fim da camada de areia será:<<strong>br</strong> />
Pt= 173,6 + 50 [( 1-0,35) 25,5 + 0,35 x 9,81]= 1.174 kPa.<<strong>br</strong> />
A pressão hidrostática Ph será:<<strong>br</strong> />
Ph= 9,81 x 50 = 490,5kPa<<strong>br</strong> />
2-20
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Como: Pi= Pt – Ph= 1.174kPa – 490,5kPa= 683,5kPa.<<strong>br</strong> />
Portanto, a pressão intergranular no fim da camada de areia é de 683,5kPa quando o nível do lençol<<strong>br</strong> />
freático está 10m abaixo da superfície.<<strong>br</strong> />
Como supomos que haverá um abaixamento do lençol freático de 40m, queremos saber <strong>com</strong>o vai<<strong>br</strong> />
ficar a pressão intergranular no fim da camada de areia.<<strong>br</strong> />
A pressão no fim da camada de areia será:<<strong>br</strong> />
Pt= 50 [(1-0,35) 25,5 + 0,08 x 9,81] + 10 [(1– 0,35) 25,5 + 0,35 x 9,81]= 1.068,1 kPa.<<strong>br</strong> />
A pressão hidrostática Ph será:<<strong>br</strong> />
Ph= 9,81 x 10= 98,1 kPa<<strong>br</strong> />
A pressão intergranular será: 1.068,1kPa – 98,1 kPa= 970,0kPa<<strong>br</strong> />
O aumento da pressão intergranular devida a queda de 40m no lençol freático será:<<strong>br</strong> />
970,0kPa – 683,5kPa= 286,5kPa<<strong>br</strong> />
Cálculo da subsidência em dois trechos:<<strong>br</strong> />
Primeiro trecho:<<strong>br</strong> />
Vamos calcular a pressão média. Como a pressão intergranular devido a variação do lençol estar a 10m<<strong>br</strong> />
abaixo da superfície e passar para 50m abaixo da superfície, tomamos a média:<<strong>br</strong> />
Média= (286,5kPa + 0)/ 2= 143,25kPa<<strong>br</strong> />
Usando a Equação (2.10) teremos:<<strong>br</strong> />
Su= Z x (Pi 2 – Pi 1 )/ E<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
E= 10.000N/cm 2 = 100000kN/m 2 = módulo de elasticidade da areia<<strong>br</strong> />
Z=40m que é o abaixamento que houve.<<strong>br</strong> />
Pi 2 – Pi 1 = 1143,25kPa<<strong>br</strong> />
Su 1 = 40x ( 143,25)/ 100000= 0,0573m<<strong>br</strong> />
Segundo trecho:<<strong>br</strong> />
A subsidência no trecho dos 50m abaixo da superfície até 60m onde termina a areia será:<<strong>br</strong> />
Su 2 = 10 x 286,5 / 10000=0,0287m.<<strong>br</strong> />
A subsidencia total será:<<strong>br</strong> />
Su= Su 1 +Su 2 = 0,0573m + 0,0287m= 0,086m.<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.2<<strong>br</strong> />
Usando ainda dados do Exemplo (2.1) supor a existência de uma camada de 25m de argila abaixo do fundo<<strong>br</strong> />
da camada de areia, conforme Figura (2.18). O módulo de elasticidade da argila é menor que o da areia:<<strong>br</strong> />
E= 10000kN/m 2 . Qual será a subsidência total?<<strong>br</strong> />
Su 3 = 25x286,5/10000= 0,716m.<<strong>br</strong> />
A subsidencia total será:<<strong>br</strong> />
S utotal = Su + Su 3 = 0,086m + 0,716m= 0,802m<<strong>br</strong> />
2-21
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.18 Infiltração em um canal<<strong>br</strong> />
Usando as hipóteses de Dupuit- Forchheimer, conforme Delleur, 1999, podemos estimar para<<strong>br</strong> />
aqüíferos não confinados, a vazão infiltrada em um canal, conforme Figura (2.18) .<<strong>br</strong> />
As hipóteses originais de Dupuit foram feitas em 1863 e as de Forchheimer em 1930.<<strong>br</strong> />
Figura 2.18 - Infiltração em um canal<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
Q= 2K Dw [( Di +Hw – 0,5Dw)/(L –0,5Ws)] (Equação 2.8)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão infiltrada (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Dw= profundidade do lençol freático (m)<<strong>br</strong> />
Di= altura do fundo do canal até a superfície impermeável (m)<<strong>br</strong> />
L= distância do eixo do canal até Dw (m)<<strong>br</strong> />
Ws= largura superficial do canal (m)<<strong>br</strong> />
Wb= largura da base do canal trapezoidal (m)<<strong>br</strong> />
K= coeficiente de permeabilidade (m/dia)<<strong>br</strong> />
Restrição: Di < 3Ws<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.3 - Citado no livro por Delleur, 1999<<strong>br</strong> />
Estimar a infiltração de um canal <strong>com</strong> altura Hw= 1,00m, escavado em um solo <strong>com</strong> condutividade hidráulica<<strong>br</strong> />
K=2m/dia de maneira que a distância do fundo do canal até a superfície impermeável é Di= 10m. É fornecida<<strong>br</strong> />
a queda Dw= 0,5m que é observado na distância L- 0,5 x Ws= 400m. Calcular a importância da infiltração.<<strong>br</strong> />
Q= 2 K Dw [(Di +Hw – 0,5Dw)/(L –0,5Ws)]<<strong>br</strong> />
Q= 2 x 2 x 0,5[(10 +1,0 – 0,5x 0,5) /400]= 0,05375m 3 /dia= 53m 3 /dia/km<<strong>br</strong> />
Vamos aplicar a equação de Manning para achar a vazão máxima considerando n= 0,022, declividade<<strong>br</strong> />
S= 0,0004m/m e Wb= 4m e inclinação dos taludes de 45º.<<strong>br</strong> />
Q= (1/n) x A x Rh (2/3) x S 0,5<<strong>br</strong> />
A=5m 2 Rh=5/6,828= 0,732m<<strong>br</strong> />
Q= 3,692m 3 /s= 318.988m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Em 40km de canal teremos:<<strong>br</strong> />
Infiltração: 40km x 53m 3 /dia/km= 2120m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Máxima vazão: 318.988m 3 /dia<<strong>br</strong> />
(2120m 3 /dia/318.988m 3 /dia) x 100= 0,7%<<strong>br</strong> />
A infiltração em 40km é somente 0,7% e, portanto, muito baixa.<<strong>br</strong> />
2-22
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.19 Reservas permanentes e reservas reguladoras<<strong>br</strong> />
Conforme Duarte Costa, 1994 um dos problemas mais controvertidos em hidrogeologia é a conceituação<<strong>br</strong> />
e avaliação das reservas e dos recursos explotáveis.<<strong>br</strong> />
As reservas de água acumulada na sub-superfície <strong>com</strong>preendem duas parcelas:<<strong>br</strong> />
• reservas permanentes e<<strong>br</strong> />
• reservas reguladoras.<<strong>br</strong> />
As reservas permanentes correspondem aos volumes de água acumulados que independem de<<strong>br</strong> />
variações periódicas ou sazonais, enquanto que as reservas reguladores dizem respeito ao volume de água<<strong>br</strong> />
renovável a cada período anual ou inter-anual, correspondendo, portanto, à recarga do aqüífero (Projeto de<<strong>br</strong> />
avaliação hidrogeológica da bacia sedimentar do Araripe, Recife, 1996, DNPM).<<strong>br</strong> />
As reservas permanentes correspondem as águas subterrâneas, localizadas na zona saturada,<<strong>br</strong> />
abaixo da posição mínima do nível de oscilação sazonal da superfície potenciométrica do aqüífero livre. As<<strong>br</strong> />
reservas permanentes são constituídas de dois <strong>com</strong>ponentes: volume armazenado sob pressão (aqüífero<<strong>br</strong> />
confinado) e volume de saturação (aqüífero livre).<<strong>br</strong> />
Figura 2.19 - Relação entre as reservas e disponibilidades para aqüíferos espessos e rasos<<strong>br</strong> />
Fonte: Waldir Duarte Costa, Hidrogeologia, 1997.<<strong>br</strong> />
As reservas totais ou naturais são representadas pelo conjunto das reservas permanentes <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />
reservas reguladores, constituindo, assim, a totalidade de água existe num aqüífero ou sistema aqüífero.<<strong>br</strong> />
As reservas de explotação ou recursos constituem a quantidade máxima de água que poderia ser<<strong>br</strong> />
explotada de um aqüífero sem riscos de prejuízos ao manancial. As maiores discussões são em relação as<<strong>br</strong> />
reservas de explotação, cujos conceitos muitas vezes são controvertidos e discutíveis.<<strong>br</strong> />
Num sistema aqüífero podemos ter duas situações básicas:<<strong>br</strong> />
• Aqüífero confinado e<<strong>br</strong> />
• Aqüífero livre<<strong>br</strong> />
2-23
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Os aqüíferos livres são alimentados pelas infiltrações diretas das chuvas que caem so<strong>br</strong>e as suas<<strong>br</strong> />
áreas de afloramento e/ou pelas infiltrações induzidas por atividades antropogênicas, tais <strong>com</strong>o: irrigação,<<strong>br</strong> />
vazamento de redes de distribuição de água, galerias pluviais e/ou coleta de esgotos, enchentes, lagoas de<<strong>br</strong> />
estabilização de efluentes, etc (Rebouças, 1994).<<strong>br</strong> />
2.20 Reservas permanentes<<strong>br</strong> />
As reservas permanentes, também chamadas seculares ou profundas, constituem as águas<<strong>br</strong> />
acumuladas que não variam em função das precipitações anuais e permitem uma explotação mais<<strong>br</strong> />
importante, regularizada em períodos de vários anos (Duarte Costa, 1994).<<strong>br</strong> />
As reservas permanentes podem ter duas situações: aqüífero confinado e aqüífero livre, cujas<<strong>br</strong> />
equações são as seguintes:<<strong>br</strong> />
Situação de aqüífero confinado:<<strong>br</strong> />
Situação de aqüífero livre:<<strong>br</strong> />
Rp 1 = A . H . S (Equação 2.9)<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n (Equação 2.10)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Rp 1 = reserva permanente (m 3 )= volume armazenado sob pressão.<<strong>br</strong> />
Rp 2 = reserva permanente (m 3 )= volume de saturação.<<strong>br</strong> />
A= área de a<strong>br</strong>angência do aqüífero (m 2 )<<strong>br</strong> />
H= espessura do aqüífero (m)<<strong>br</strong> />
n= porosidade efetiva do aqüífero livre<<strong>br</strong> />
S= coeficiente de armazenamento (aqüífero confinado)<<strong>br</strong> />
A reserva permanente Rp será a soma de Rp 1 + Rp 2 .<<strong>br</strong> />
Rp= Rp 1 + Rp 2 (Equação 2.11)<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.4<<strong>br</strong> />
Calcular a reserva permanente de um aqüífero confinado que tem o coeficiente de armazenamento S= 0,0001<<strong>br</strong> />
e espessura H= 10m e Área de 8.000km 2 .<<strong>br</strong> />
Aplica-se então a Equação (2.9):<<strong>br</strong> />
Rp 1 = A . H . S<<strong>br</strong> />
(situação de aqüífero confinado)<<strong>br</strong> />
Para o cálculo da área A, de modo geral, aplica-se a favor da segurança um redutor, <strong>com</strong>o por exemplo, 0,7<<strong>br</strong> />
onde se supõe que em cerca de 30% da área haja descontinuidade que <strong>com</strong>prometam a acumulação das<<strong>br</strong> />
reservas.<<strong>br</strong> />
Então: A= 8.000km 2 x 0,7= 5.600km 2<<strong>br</strong> />
H= 10m<<strong>br</strong> />
S= 0,0001= 1 x 10 –4<<strong>br</strong> />
Rp 1 = A . H . S= 5.600km 2 x 100ha x 10.000m 2 x 10m x 0,0001= 5,6 x 10 6 m 3<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.5<<strong>br</strong> />
Calcular a reserva permanente de um aqüífero livre que tem porosidade efetiva n= 8%, espessura H= 20m e<<strong>br</strong> />
área de 8.000km 2 .<<strong>br</strong> />
Aplica-se então a Equação (2.10):<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n<<strong>br</strong> />
(situação de aqüífero livre)<<strong>br</strong> />
Para o cálculo da área A, de modo geral, aplica-se a favor da segurança um redutor, <strong>com</strong>o por exemplo, 0,7<<strong>br</strong> />
onde se supõe que em cerca de 30% da área haja descontinuidade que <strong>com</strong>prometam a acumulação das<<strong>br</strong> />
reservas.<<strong>br</strong> />
Então: A= 8.000km 2 x 0,7= 5.600km 2<<strong>br</strong> />
H= 20m<<strong>br</strong> />
n= 0,08<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n= 5.600km 2 x 100ha x 10.000m 2 x 20m x 0,08= 4,48 x 10 9 m 3<<strong>br</strong> />
2-24
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 2.6<<strong>br</strong> />
Calcular a reserva permanente Rp para os dois tipos de aqüíferos: confinado e livre dos Exemplos (2.4) e<<strong>br</strong> />
(2.5).<<strong>br</strong> />
Rp 1 = 5,6 x 10 6 m 3<<strong>br</strong> />
Rp 2 = 4,48 x 10 9 m 3<<strong>br</strong> />
Rp= 5,6 x 10 6 m 3 + 4,48 x 10 9 m 3 =<<strong>br</strong> />
Rp= 5,6 x 10 6 m 3 + 4480 x 10 6 m 3 = 4485,6 x 10 6 = 4,4856 x 10 9 m 3<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.7<<strong>br</strong> />
Calcular a reserva permanente de um aqüífero livre que tem porosidade efetiva n= 15%, espessura H= 57m e<<strong>br</strong> />
área de 140km 2 . Como existe argila supõe-se que temos somente 50% de sedimentos.<<strong>br</strong> />
Aplica-se então a Equação (2.10):<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n<<strong>br</strong> />
(situação de aqüífero livre)<<strong>br</strong> />
Então: A= 140km 2<<strong>br</strong> />
H= 57m<<strong>br</strong> />
n= 0,15= 15%<<strong>br</strong> />
Sedimentos existentes = 50%= 0,50<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n= 140km 2 x 100ha x 10.000m 2 x 57m x 0,15 x 0,50= 6 x 10 8 m 3<<strong>br</strong> />
Portanto, a reserva permanente existente é de 600milhões de m 3 .<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.8<<strong>br</strong> />
Calcular a reserva permanente de um aqüífero livre que tem porosidade efetiva n=15%, espessura H=57m e<<strong>br</strong> />
área de 16km 2 . Como existe argila supõe-se que temos somente 50% de sedimentos.<<strong>br</strong> />
Aplica-se então a Equação (2.10):<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n<<strong>br</strong> />
(situação de aqüífero livre)<<strong>br</strong> />
Então: A= 16km 2<<strong>br</strong> />
H= 57m<<strong>br</strong> />
n= 0,15= 15%<<strong>br</strong> />
Sedimentos existentes= 50%= 0,50<<strong>br</strong> />
Rp 2 = A . H . n= 16km 2 x 100ha x 10.000m 2 x 57m x 0,15 x 0,50= 6,84 x 10 7 m 3<<strong>br</strong> />
Portanto, a reserva permanente existente na região de 16km 2 é de 68milhões de m 3 .<<strong>br</strong> />
2.21 Reservas reguladoras<<strong>br</strong> />
A alimentação ou recarga do aqüífero é procedida unicamente por infiltração direta das águas de chuvas<<strong>br</strong> />
e pelos cursos de água existentes.<<strong>br</strong> />
Há necessidade de se verificar para a quantificação da recarga de infiltrômetros, entretanto raramente<<strong>br</strong> />
estes dados estão disponíveis. Entretanto existem vários poços tubulares profundos que podem fornecer<<strong>br</strong> />
elementos importantes para os cálculos da reserva reguladora.<<strong>br</strong> />
Existem várias maneiras de se calcular as reservas reguladoras (Duarte Costa, 1997).<<strong>br</strong> />
1 a Vazão de Escoamento Natural (VEN)<<strong>br</strong> />
VEN= T x i x L (Equação 2.12)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
T= transmissividade hidráulica do aqüífero<<strong>br</strong> />
I= gradiente hidráulico do escoamento<<strong>br</strong> />
L=<strong>com</strong>primento da frente do escoamento considerado.<<strong>br</strong> />
2 a VEN <strong>com</strong> porosidade efetiva<<strong>br</strong> />
VEN= A x Δh x n (Equação 2.13)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
A= área de ocorrência do aqüífero<<strong>br</strong> />
Δh= variação do nível de água<<strong>br</strong> />
n= porosidade efetiva.<<strong>br</strong> />
2-25
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3 a Cálculo de Δh<<strong>br</strong> />
O valor Δh quando não se tem dados pode ser obtido através de ΔR= Δh x S. O valor de ΔR pode ser<<strong>br</strong> />
obtido pelo balanço hídrico.<<strong>br</strong> />
2.22 Reservas explotáveis<<strong>br</strong> />
Os recursos explotáveis ou disponibilidade do sistema aqüífero podem ser considerados sob vários<<strong>br</strong> />
aspectos:<<strong>br</strong> />
• Disponibilidade potencial do aqüífero;<<strong>br</strong> />
• Disponibilidade virtual do aqüífero;<<strong>br</strong> />
• Disponibilidade instalada dos poços e<<strong>br</strong> />
• Disponibilidade efetiva dos mesmos poços<<strong>br</strong> />
Disponibilidade potencial do aqüífero<<strong>br</strong> />
É aquela que considera explotável toda a reserva reguladora, isto é, não acarreta depleção nas<<strong>br</strong> />
reservas permanentes.<<strong>br</strong> />
Disponibilidade virtual do aqüífero<<strong>br</strong> />
É aquela que leva em conta a necessidade de manutenção das descargas de base de rede fluvial da<<strong>br</strong> />
região, ou seja, a chamada vazão base.<<strong>br</strong> />
Disponibilidade instalada dos poços profundos<<strong>br</strong> />
Corresponde ao volume que pode ser captado de água subterrânea a partir das o<strong>br</strong>as já instaladas,<<strong>br</strong> />
adotando-se a vazão máxima permissível de cada poço e em regime de bombeamento contínuo (24/24h).<<strong>br</strong> />
Disponibilidade efetiva dos poços profundos<<strong>br</strong> />
Representa o volume atualmente captado nos poços profundos já instalados, a partir da vazão que<<strong>br</strong> />
vem sendo usada nos poços e no regime de bombeamento utilizado.<<strong>br</strong> />
Esta avaliação é bem mais difícil de executar, pois depende de uma avaliação local, ponto a ponto<<strong>br</strong> />
para determinado momento, pois o regime de explotação constantemente é modificado.<<strong>br</strong> />
2.23 Recarga de aqüíferos<<strong>br</strong> />
A recarga artificial de aqüíferos está documentada nos Estados Unidos desde o século 19 quando<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>eçou o stress do suprimento das águas subterrâneas. Duas forças básicas induziram a recarga artificial, o<<strong>br</strong> />
crescimento da população e foram aplicadas técnicas de inundação para se fazer a infiltração.<<strong>br</strong> />
Nos ano de 1950 <strong>com</strong>eçou a prática na Califórnia de recarga devido à intrusão salina na área<<strong>br</strong> />
costeira.<<strong>br</strong> />
A recarga dos aqüíferos numa bacia hidrográfica deve-se a:<<strong>br</strong> />
• Infiltração direta das chuvas;<<strong>br</strong> />
• Contribuição do rio e seus afluentes.<<strong>br</strong> />
Exemplo 2.9<<strong>br</strong> />
Calcular as reservas permanentes e as reservas reguladoras da Região Metropolitana de São Paulo, usando<<strong>br</strong> />
dados de Rebouças et al, 1994.<<strong>br</strong> />
Dados:<<strong>br</strong> />
Área de rochas cristalinas: 2.599km 2<<strong>br</strong> />
Área de rochas sedimentares: 1452km 2<<strong>br</strong> />
Área total: 8.051km 2<<strong>br</strong> />
Espessura média das rochas cristalinas: 50m<<strong>br</strong> />
Espessura média das rochas sedimentares: 100m<<strong>br</strong> />
Porosidade efetiva das rochas cristalinas= 3%<<strong>br</strong> />
Porosidade efetiva das rochas sedimentares= 6%<<strong>br</strong> />
Precipitação média anual (1964 a 1974): 1520mm<<strong>br</strong> />
Evaporação real média: 940mm<<strong>br</strong> />
2-26
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Escoamento superficial: 220mm/ano<<strong>br</strong> />
Escoamento básico: 355mm/ano<<strong>br</strong> />
Infiltração nas áreas permeáveis (783km 2 )= 661mm/ano (adotado 618mm/ano)<<strong>br</strong> />
Condutividade hidráulica (varia de 0,001cm/s a 0,000001cm/s)<<strong>br</strong> />
25%.<<strong>br</strong> />
As vazões reguladoras foram calculadas <strong>com</strong> base na área e na taxa de recarga dia em (mm/ano).<<strong>br</strong> />
A disponibilidade hídrica foi calculada numa fração entre 25% e 50% sendo escolhida a fração de<<strong>br</strong> />
Tabela 2.6 - Disponibilidade de água subterrânea na RMSP<<strong>br</strong> />
Domínios<<strong>br</strong> />
hidrogeológico.<<strong>br</strong> />
Áreas espessura<<strong>br</strong> />
média<<strong>br</strong> />
porosidade efetiva<<strong>br</strong> />
média<<strong>br</strong> />
Armaz.<<strong>br</strong> />
S<<strong>br</strong> />
Taxa de recarga<<strong>br</strong> />
média<<strong>br</strong> />
aqüífero<<strong>br</strong> />
livre<<strong>br</strong> />
(km 2 ) (m) (%) (mm/ano) (milhões de m 3 )<<strong>br</strong> />
1 2 3 4 5 6 7<<strong>br</strong> />
(1)<<strong>br</strong> />
Rochas cristalinas 6599 50 3 0,001 355 9.898<<strong>br</strong> />
Rochas sedimentares 1452 100 6 0,001 618 8.712<<strong>br</strong> />
8051<<strong>br</strong> />
Fonte: adaptado de Rebouças, 1994.<<strong>br</strong> />
Tabela 2.7 - Continuação-Disponibilidade de água subterrânea na RMSP<<strong>br</strong> />
aqüífero<<strong>br</strong> />
Reserva<<strong>br</strong> />
Reserva<<strong>br</strong> />
Disponibilidade<<strong>br</strong> />
Disponibilidade<<strong>br</strong> />
confinado<<strong>br</strong> />
Permanente<<strong>br</strong> />
Reguladora<<strong>br</strong> />
especifica<<strong>br</strong> />
(m 3 ) Milhões de<<strong>br</strong> />
(m 3 /anos) (milhões m 3 /ano) (m 3 /s) (L/s x km 2 )<<strong>br</strong> />
(m 3 /ano)<<strong>br</strong> />
8 9 10 11 12 13<<strong>br</strong> />
(2) (1) + (2) (3) 25% de (3)<<strong>br</strong> />
0 9898 2.343 586 18 2,8<<strong>br</strong> />
145 8857 897 224 7 4,9<<strong>br</strong> />
Reserva Permanente<<strong>br</strong> />
18.755 3.240 810 25 7,7<<strong>br</strong> />
total=<<strong>br</strong> />
Fonte: adaptado de Rebouças, 1994.<<strong>br</strong> />
Rebouças salienta que temos aproximadamente 25m 3 /s de água subterrânea disponível na RMSP e<<strong>br</strong> />
salienta a vulnerabilidade dos aqüíferos e os riscos de poluição dos mesmos. A vazão de água subterrânea<<strong>br</strong> />
extraída na RMSP conforme ABAS, 2005 é de 8m 3 /s.<<strong>br</strong> />
2-27
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.24 Hyporheic zone<<strong>br</strong> />
A hyporheic zone é o volume de sedimentos saturados que estão abaixo ou ao lado do canal de água<<strong>br</strong> />
onde as águas subterrâneas e as águas superficiais se misturam, conforme Figura (2.17).<<strong>br</strong> />
A interface entre a água superficial e a subterrânea exerce influência na dinâmica do fluxo de<<strong>br</strong> />
nutrientes e materiais, no sentido lateral e longitudinal. Os processos ocorridos na hyporheic zone podem<<strong>br</strong> />
influenciar a qualidade da água superficial, conforme Anderson et al, 2002 da ESALQ.<<strong>br</strong> />
A hyporheic zone tem sido estudado ultimamente devido a importância para os organismos aquáticos,<<strong>br</strong> />
incluído peixes, conforme Dingman, 2002.<<strong>br</strong> />
A hyporheic zone é a dimensão vertical de um rio, sendo as outras duas, uma longitudinal e outra<<strong>br</strong> />
lateral.<<strong>br</strong> />
Figura 2.20 - Croquis mostrando a hyporheic zone<<strong>br</strong> />
2.25 Barragens subterrâneas<<strong>br</strong> />
Tive oportunidade, sendo Diretor de Exploração Mineral no Ministério de Minas e Energia, de ver os<<strong>br</strong> />
projetos de barragens subterrâneas elaborados pelo geólogo Waldir Costa da Universidade Federal de<<strong>br</strong> />
Pernambuco, onde me dei conta da importância das mesmas para o Brasil.<<strong>br</strong> />
Pesquisei na biblioteca do DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral e constatei que as<<strong>br</strong> />
primeiras pesquisas feitas no Brasil são do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT desde<<strong>br</strong> />
1978, sendo importante os trabalhos de vários geólogos da entidade entre eles: Antônio Manoel dos Santos<<strong>br</strong> />
Oliveira e seu colega Carlos Alberto Gonçalves Leite.<<strong>br</strong> />
No Brasil, onde se usa mais barragens subterrâneas, é no semi-árido (parte do nordeste do Brasil) em<<strong>br</strong> />
locais onde há os chamados rios intermitentes, isto é, durante uma fase do ano ficam sem água.<<strong>br</strong> />
Geralmente estes rios estão em áreas rochosas onde existe faixa do aqüífero aluvial de uns 100m<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> profundidade maior que 2m. Com um <strong>com</strong>primento a montante da barragem de 1 km aproximadamente,<<strong>br</strong> />
pode-se fazer uma barragem no aluvião, podendo a mesma ser feita de argila impermeável ou de lona<<strong>br</strong> />
plástica <strong>com</strong> custo muito baixo.<<strong>br</strong> />
Furam-se poços rasos e retira-se a água para alimentação de casas e aos animais, <strong>com</strong>o também<<strong>br</strong> />
para plantações. A exportação de melão no nordeste está, na maioria dos casos, em locais onde há barragem<<strong>br</strong> />
subterrânea.<<strong>br</strong> />
Os aluviões do rio que possibilitam a barragem subterrânea é a hyporheic zone.<<strong>br</strong> />
Os usos básicos das barragens subterrâneas, conforme A<strong>br</strong>eu et al:<<strong>br</strong> />
2-28
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.21 - Barragens subterrâneas em paredes de alvenaria ou concreto (A), <strong>com</strong> lona plástica (B) ou septo<<strong>br</strong> />
impermeável (argila).<<strong>br</strong> />
Fonte:Brito et al, 1999<<strong>br</strong> />
2-29
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.22 - Assentamento de lona plástica no aluvião para formar a barragem subterrânea<<strong>br</strong> />
Fonte: A<strong>br</strong>eu et al - Aspectos da Qualidade em execução de barragens subterrâneas.<<strong>br</strong> />
Figura 2.23 - Poço amazonas para captar as águas da barragem subterrânea<<strong>br</strong> />
Fonte: A<strong>br</strong>eu et al - Aspectos da Qualidade em execução de barragens subterrâneas.<<strong>br</strong> />
2-30
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.24 - Uso da água em barragens subterrâneas<<strong>br</strong> />
Fonte: A<strong>br</strong>eu et al - Aspectos da Qualidade em execução de barragens subterrâneas.<<strong>br</strong> />
Figura 2.25 - Esquema de uma barragem subterrânea<<strong>br</strong> />
Fonte: A<strong>br</strong>eu et al - Aspectos da Qualidade em execução de barragens subterrâneas.<<strong>br</strong> />
2-31
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.26 Poço tubular profundo<<strong>br</strong> />
Tivemos a oportunidade de executar aproximadamente uns 50 poços tubulares profundos em<<strong>br</strong> />
Guarulhos na profundidade entre 150m a 300m, tanto em região sedimentar <strong>com</strong>o no cristalino, sempre <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
apoio dos geólogos.<<strong>br</strong> />
A Figura (2.6) mostra o teste de vazão de um poço tubular profundo <strong>com</strong> 150m de profundidade,<<strong>br</strong> />
vazão de 50.000litros/hora, diâmetro de 200mm e instalados <strong>com</strong> filtros Johnson importados no ano de 1968.<<strong>br</strong> />
O projeto hidrogeológico foi feito pela Planidro e os 4 (quatro) poços foram executados pela firma paulista<<strong>br</strong> />
Corner SA em 1968 sendo o proprietário na época o Dr. Inal de Carvalho.<<strong>br</strong> />
A novidade na época era o uso dos filtros Johnson, que tinha sido instalado pela primeira vez em<<strong>br</strong> />
Guarulhos na Indústria Pfizer, a aplicação da técnica do “desenvolvimento do poço” e o uso de bombas<<strong>br</strong> />
submersas.<<strong>br</strong> />
No livro “Água subterrânea e poços tubulares” patrocinado pela Organização Pan-Americana da<<strong>br</strong> />
Saúde e da Faculdade de Engenharia Federal do Paraná em 1969 já aconselhava a técnica do<<strong>br</strong> />
desenvolvimento de um poço tubular profundo.<<strong>br</strong> />
O livro “Poços Profundos” da Faculdade de Higiene e Saúde Pública elaborado pelos professores<<strong>br</strong> />
Eduardo R. Yassuda, Paulo S. Nogami e Robert de Montrigaud em 1965 já falavam dos filtros Johnson<<strong>br</strong> />
existentes em Minnesota, Estados Unidos.<<strong>br</strong> />
Conheci um geólogo, dono da firma Geologhical nos Estados Unidos, estava monitorando os poços<<strong>br</strong> />
tubulares profundos da indústria Pfizer em Guarulhos. Tinha feito, ano a ano, estudos dos níveis dinâmicos e<<strong>br</strong> />
estáticos e de vazões dos poços da várzea do Tietê. Alertava-me que, <strong>com</strong>o não havia recarga suficiente, o<<strong>br</strong> />
que era retirado do subsolo de água era maior do que entrava, e que a região estava caminhando para um<<strong>br</strong> />
colapso, onde poços que forneciam 50.000 litros/ hora, <strong>com</strong>o os do SAAE (Serviço Autônomo de Água e<<strong>br</strong> />
Esgoto de Guarulhos), iriam produzir no máximo 6.000 litros/ hora, o que realmente aconteceu mais tarde.<<strong>br</strong> />
Na verdade estávamos fazendo a mineração da água subterrânea sem nenhum cuidado.<<strong>br</strong> />
Figura 2.26 - Foto dos engenheiros Plínio Tomaz e Luiz Nelson Peppe examinando o teste de vazão <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>pressor de um dos poços tubulares profundos do Jardim Santa Francisca, 1968- Guarulhos. Vazão<<strong>br</strong> />
achada de 50.000litros/hora.<<strong>br</strong> />
2-32
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.27-Foto de 1968 dos engenheiros Plínio Tomaz e Luiz Nelson Peppe notando-se o nome da<<strong>br</strong> />
firma Corner S.A., e o uso dos filtros Johnson de aço inox.<<strong>br</strong> />
2.27- Área de proteção de poços tubulares profundos<<strong>br</strong> />
O estudo da área de proteção de poços tubulares profundos ou surgências é muito importante. O<<strong>br</strong> />
primeiro estudo que tenho conhecimento data de fevereiro de 1998 e foi feito pelos geólogos Albert Mente e<<strong>br</strong> />
Waldemir Barbosa da Cruz para o DNPM- Departamento Nacional de Produção Mineral e se intitula “Áreas de<<strong>br</strong> />
proteção das fontes de águas mineral da região de Lindóia, Águas de Lindóia e Serra Negra” localizadas no<<strong>br</strong> />
Estado de São Paulo.<<strong>br</strong> />
Para a datação da água foi usado a determinação de trítio em 23 amostras e elaboradas pela<<strong>br</strong> />
Universidade de São Paulo, Campus “Luiz de Queiroz”, Centro de Energia Nuclear na Agricultura em<<strong>br</strong> />
Piracicaba.<<strong>br</strong> />
A importância da delimitação das áreas de proteção em torno das captações visa preservar e manter<<strong>br</strong> />
a qualidade da água subterrânea. Foram definidas as seguintes zonas:<<strong>br</strong> />
• Zona de influência: preferencialmente para a proteção microbiológica cujo trânsito fixado<<strong>br</strong> />
entre 50dias a 100dias.<<strong>br</strong> />
• Zona de captação e transporte: que chega até os divisores de água, havendo duas partes, a<<strong>br</strong> />
zona de captação e a zona de transporte.<<strong>br</strong> />
Após a aprovação dos estudos dos hidrogeólogos Mente e Barbosa o DNPM viabilizou a Portaria nº<<strong>br</strong> />
231 de 31 de julho de 1998 que trata das áreas de proteção de fontes de águas minerais.<<strong>br</strong> />
2-33
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL<<strong>br</strong> />
PORTARIA Nº 231,de 31 DE JULHO DE 1998<<strong>br</strong> />
DOU de 07/08/98<<strong>br</strong> />
O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL - DNPM, no<<strong>br</strong> />
uso das atribuições que lhe confere a Portaria nº 340, de 15 de julho de 1992 e o Decreto de 07 de março de<<strong>br</strong> />
1996, publicado no D.O.U. de 08 de março de 1996, e atendendo ao que estabelece o Art. nº 12, do Decreto-<<strong>br</strong> />
Lei nº 7.841/45, de 08 de agosto de 1945, Código de Águas Minerais e considerando que:<<strong>br</strong> />
Considerando que a grande maioria das Fontes, Balneários e Estâncias de Águas Minerais e<<strong>br</strong> />
Potáveis de Mesa, naturais, em exploração no país, localiza-se próximo aos centros urbanos, distritos<<strong>br</strong> />
industriais, atividades agropecuárias, lixões e outros agentes poluentes;<<strong>br</strong> />
Considerando que a água mineral uma vez poluída, descaracteriza a sua qualificação e que na<<strong>br</strong> />
maioria das vezes o processo é irreversível;<<strong>br</strong> />
Considerando, finalmente, que o conhecimento do potencial hídrico subterrâneo da área e o seu<<strong>br</strong> />
dimensionamento, a sua preservação, a sua conservação e a racionalização do seu uso necessitam de<<strong>br</strong> />
estudos geológicos e hidrogeológicos de detalhe, estudos esses indispensáveis para a definição da área de<<strong>br</strong> />
proteção de uma fonte; resolve:<<strong>br</strong> />
1. Os titulares de Alvarás de Pesquisa de água classificada <strong>com</strong>o mineral e ou potável de mesa,<<strong>br</strong> />
naturais, e se o seu uso se destine a envase, balneário e estância hidromineral, devem apresentar a área de<<strong>br</strong> />
proteção de sua fonte, quando da apresentação do Relatório Final dos Trabalhos de Pesquisa;<<strong>br</strong> />
2. Os concessionários que ainda não dispõem de áreas de proteção, deverão apresentar ao DNPM<<strong>br</strong> />
a área de proteção de sua fonte no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a contar da publicação<<strong>br</strong> />
da presente portaria;<<strong>br</strong> />
3. Aprovar a Metodologia de Estudos necessários à definição de Áreas de Proteção de Fontes,<<strong>br</strong> />
Balneários e Estâncias de Águas Minerais e Potáveis de Mesa, naturais, a seguir discriminada:<<strong>br</strong> />
3.1. OBJETIVO<<strong>br</strong> />
Regulamentar de acordo <strong>com</strong> o que estabelece o capítulo III, artigos 12 a 18 do Código de Águas<<strong>br</strong> />
Minerais, as ações e procedimentos necessários à definição de áreas de proteção das fontes, balneários e<<strong>br</strong> />
estâncias de águas minerais e potáveis de mesa em todo o território nacional, objetivando sua preservação,<<strong>br</strong> />
conservação e racionalização de uso.<<strong>br</strong> />
3.2. FINALIDADES<<strong>br</strong> />
Conhecer e definir as condições de ocorrência das fontes de águas minerais e potáveis de mesa;<<strong>br</strong> />
identificar a situação atual e potencial quanto aos riscos de contaminação e grau de vulnerabilidade frente aos<<strong>br</strong> />
diversos fatores ambientais e fontes de poluição, e estabelecer, em função destes condicionantes, as medidas<<strong>br</strong> />
corretivas ou preventivas necessárias á sua proteção e conservação.<<strong>br</strong> />
3.3. CONCEITUAÇÃO DE ÁREAS OU PERÍMETRO DE PROTEÇÃO<<strong>br</strong> />
Para efeito desta regulamentação, as áreas ou perímetros de proteção das águas minerais ou<<strong>br</strong> />
potáveis de mesa, captadas através de poços ou fontes e nascentes naturais, destinam-se à proteção da<<strong>br</strong> />
qualidade das águas e tem <strong>com</strong>o objetivo estabelecer os limites dentro dos quais deverá haver restrições de<<strong>br</strong> />
ocupação e de determinados usos que possam vir a <strong>com</strong>prometer o seu aproveitamento.<<strong>br</strong> />
Os diversos modos de ocorrência e tipos de sistemas aqüíferos dão origem a condições bastante<<strong>br</strong> />
diferenciadas no que se refere ao grau de vulnerabilidade ou de riscos de contaminação das águas. Em<<strong>br</strong> />
conseqüência, torna-se necessário um adequado conhecimento do modelo hidrogeológico local e regional<<strong>br</strong> />
para a avaliação e delineamento de um plano de controle e proteção.<<strong>br</strong> />
Na definição de áreas ou perímetros de proteção deverão ser conceituadas três diferentes zonas<<strong>br</strong> />
segundo suas características hidráulicas: a ZI ou zona de influência; a ZC ou zona de contribuição e a ZT,<<strong>br</strong> />
zona de transporte.<<strong>br</strong> />
A zona de influência (ZI) é aquela associada ao cone de depressão (rebaixamento da superfície<<strong>br</strong> />
potenciométrica) de um poço em bombeamento ou de uma fonte ou nascente natural, considerado aqui <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
um afloramento da superfície piezométrica ou freática, equivalente a um dreno.<<strong>br</strong> />
A zona de contribuição (ZC) é a área de recarga associada ao ponto de captação (fonte ou poço),<<strong>br</strong> />
delimitada pelas linhas de fluxo que convergem a este ponto.<<strong>br</strong> />
A zona de transporte (ZT) ou de captura é aquela entre a área de recarga e o ponto de captação. É<<strong>br</strong> />
esta zona que determina o tempo de trânsito que um contaminante leva para atingir um ponto de captação,<<strong>br</strong> />
desde a área de recarga. Em geral, este tempo depende da distância do percurso ou fluxo subterrâneo, das<<strong>br</strong> />
características hidráulicas do meio aqüífero e dos gradientes hidráulicos.<<strong>br</strong> />
A zona de influência ZI, associada ao perímetro imediato do poço ou fonte, define uma área onde<<strong>br</strong> />
serão permitidas apenas atividades inerentes ao poço ou fontes e delimita também um entorno de proteção<<strong>br</strong> />
microbiológica. Suas dimensões serão estabelecidas em função das características hidrogeológicas e grau de<<strong>br</strong> />
vulnerabilidade ou risco de contaminação de curto prazo. Nesta zona, não serão permitidas quaisquer<<strong>br</strong> />
2-34
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
edificações e deverá haver severas restrições à atividade agrícola ou outros usos considerados<<strong>br</strong> />
potencialmente poluidores.<<strong>br</strong> />
As zonas de contribuição e de transporte (ZC e ZT) serão estabelecidas objetivando uma segura<<strong>br</strong> />
proteção para contaminantes mais persistentes, <strong>com</strong>o produtos químicos industriais ou outras substâncias<<strong>br</strong> />
tóxicas, por exemplo. Sua definição e dimensões serão baseadas em função principalmente das atividades,<<strong>br</strong> />
níveis e intensidade de ocupação e utilização da terra, levando-se em conta também as estimativas so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
tempo de trânsito.<<strong>br</strong> />
3.4. ESTUDOS E LEVANTAMENTOS<<strong>br</strong> />
A definição das áreas de proteção deverá ser baseada em estudos e levantamentos prévios,<<strong>br</strong> />
envolvendo:<<strong>br</strong> />
a- Caracterização hidrológica e climática.<<strong>br</strong> />
b- Características hidrogeológicas locais e sua inserção no contexto regional.<<strong>br</strong> />
c- Características físico-químicas e sanitárias das águas.<<strong>br</strong> />
d- Caracterização do uso do solo e das águas, <strong>com</strong> identificação das principais fontes de poluição.<<strong>br</strong> />
e- Análise das possibilidades de contaminação das fontes e seu grau de vulnerabilidade aos agentes<<strong>br</strong> />
poluentes.<<strong>br</strong> />
f- Identificação de medidas corretivas ou preventivas <strong>com</strong> estabelecimento de um plano de<<strong>br</strong> />
controle.<<strong>br</strong> />
g- Definição das áreas de proteção.<<strong>br</strong> />
3.4.1. Caracterização Hidrológica e Climática<<strong>br</strong> />
a- Características da drenagem e principais aspectos físicos das bacias hidrográficas.<<strong>br</strong> />
b- Regime fluviométrico e dados de vazões máximas e mínimas.<<strong>br</strong> />
c- Principais características climáticas - tipo de clima, regime e totais pluviométricos,<<strong>br</strong> />
temperaturas e umidade relativa.<<strong>br</strong> />
3.4.2 - Características Hidrogeológicas<<strong>br</strong> />
a- Geologia - aspectos litológicos e estruturais da área e sua inserção regional.<<strong>br</strong> />
Apresentação de base geológica local e situação regional.<<strong>br</strong> />
b- Identificação e caracterização do(s) sistema(s) aqüífero(s):<<strong>br</strong> />
b-l = Tipos de aqüífero: local ou regional, granular, fissurado, cárstico, livre, confinado ou<<strong>br</strong> />
semi-confinado.<<strong>br</strong> />
b-2 = Sua distribuição e áreas de ocorrência (mapa dos sistemas aqüíferos), condições de<<strong>br</strong> />
contorno ou limites (impermeáveis ou de recarga).<<strong>br</strong> />
b-3 = Características hidráulicas (permeabilidade, transmissividade, porosidade efetiva ou<<strong>br</strong> />
coeficiente de armazenamento).<<strong>br</strong> />
b-4 = Dados de pontos d’água existentes (fontes, nascentes, poços rasos, poços tubulares).<<strong>br</strong> />
b-5 = Capacidade específica dos poços e vazões das fontes.<<strong>br</strong> />
c- Definição do modelo hidrogeológico<<strong>br</strong> />
c-1 = Superfície piezométrica ou freática.<<strong>br</strong> />
c-2 = Direções de fluxo ou escoamento.<<strong>br</strong> />
c-3 = Identificação das áreas de recarga e descarga.<<strong>br</strong> />
c-4 = Estimativas de infiltração e do tempo de residência das águas.<<strong>br</strong> />
3.4.3.- Características Hidroquímicas<<strong>br</strong> />
a- Qualidade química e físico-química - tipos de águas, maiores elementos e traços,<<strong>br</strong> />
metais pesados, fenóis e outras substâncias orgânicas e tóxicas - Classificação quanto ao Código de Águas<<strong>br</strong> />
Minerais.<<strong>br</strong> />
b- Qualidade sanitária - análises microbiológicas.<<strong>br</strong> />
c- Relações água-rocha e evolução química da água - variações temporais.<<strong>br</strong> />
3.4.4 - Caracterização do Uso do Solo e das Águas - fontes atuais e potenciais de poluição:<<strong>br</strong> />
a- Identificação e mapeamento dos principais usos do solo e das águas na área de influência<<strong>br</strong> />
direta - usos urbanos, industriais, agrícolas e pecuário.<<strong>br</strong> />
b- Identificação das fontes de poluição ou agentes poluentes - origem, tipos e caracterização de<<strong>br</strong> />
resíduos e efluentes líquidos.<<strong>br</strong> />
c- Principais usos das águas superficiais e subterrâneas - doméstico, industrial, agrícola, diluição<<strong>br</strong> />
de despejos.<<strong>br</strong> />
3.4.5 - Análise das Possibilidades de Contaminação das Fontes e Grau de Vulnerabilidade:<<strong>br</strong> />
a- Análise de eventuais interferências e impactos ambientais so<strong>br</strong>e a quantidade e qualidade das<<strong>br</strong> />
águas minerais decorrentes do uso e ocupação do solo ou da utilização das águas subterrâneas e<<strong>br</strong> />
superficiais.<<strong>br</strong> />
Na análise das possibilidades de interferências ou de impactos ambientais adversos deverão ser definidas<<strong>br</strong> />
sua importância e magnitude, localização e extensão (pontual, local, regional), duração (temporária ou<<strong>br</strong> />
2-35
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
permanente), previsão de incidência dos efeitos (curto, médio e longo prazos) e seu grau de reversibilidade.<<strong>br</strong> />
b- Análise conjunta de todos esses fatores aliados às condições de ocorrência das águas das<<strong>br</strong> />
fontes no sentido de definir seu grau de vulnerabilidade aos agentes contaminantes.<<strong>br</strong> />
3.4.6 - Definição das Áreas de Proteção<<strong>br</strong> />
Para a definição das Áreas de Proteção, deverão ser utilizados métodos apropriados e adequados<<strong>br</strong> />
às disponibilidade de informações, das características hidrogeológicas e do nível de intensidade de ocupação<<strong>br</strong> />
das áreas em estudo, devendo ser apresentado, o memorial descritivo e a planta de situação da área<<strong>br</strong> />
a<strong>com</strong>panhada da Anotação de Responsabilidade Técnica - A.R.T.<<strong>br</strong> />
O DNPM, <strong>com</strong> base em critérios técnicos, aprovará a delimitação de áreas de proteção, ou<<strong>br</strong> />
formulará exigências que se fizerem necessárias.<<strong>br</strong> />
4. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.<<strong>br</strong> />
2.28 Contaminação das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Mestrinho, 1997 salienta a importância que se evite a contaminação ou poluição da água subterrânea.<<strong>br</strong> />
Quando o contaminante atinge o lençol freático, há a formação da pluma ou nuvem de contaminação que<<strong>br</strong> />
caminha na direção do fluxo subterrâneo.<<strong>br</strong> />
As formas de contaminação antrópicas são:<<strong>br</strong> />
• Intencional<<strong>br</strong> />
• Acidental<<strong>br</strong> />
• Clandestina<<strong>br</strong> />
• Incidental<<strong>br</strong> />
Deverá ser estudado a vulnerabilidade do aqüífero, já existindo diversos estudos no Estado de São<<strong>br</strong> />
Paulo. Sugerimos ainda que seja consultado o livro Determinação de riscos de contaminação das águas<<strong>br</strong> />
subterrâneas do Instituto Geológico de São Paulo Boletim nº 30 de 1993, que teve a participação do geólogo<<strong>br</strong> />
Ricardo Hirata.<<strong>br</strong> />
O engenheiro civil formado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Dr. Nilson Guiger,<<strong>br</strong> />
especialista em geológica, nasceu em Pirassununga, São Paulo, proprietário da firma canadense Waterloo<<strong>br</strong> />
Hydrogeologic e autor dos programas de <strong>com</strong>putador denominado Modflow, Flowpath e outros usados em<<strong>br</strong> />
todo o mundo.<<strong>br</strong> />
2.29 Estudos hidrogeológicos<<strong>br</strong> />
A importância dos estudos hidrogeológicos de uma determinada bacia hidrográfica, definirá os<<strong>br</strong> />
procedimentos e cuidados na abertura de novos poços evitando super-explotação, contaminação do aqüífero,<<strong>br</strong> />
interferência de um poço <strong>com</strong> outro, estudo de recarga, etc.<<strong>br</strong> />
Em 1996 o DNPM elaborou um estudo hidrogeológico da bacia sedimentar do Araripe que co<strong>br</strong>e uma<<strong>br</strong> />
área de 11.000km 2 englobando os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí.<<strong>br</strong> />
2-36
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.30 Aqüífero Guarani<<strong>br</strong> />
Um dos maiores aqüíferos do mundo é o Guarani, sendo que a sua denominação é devida aos índios<<strong>br</strong> />
que habitaram a região, segundo sugestão do geólogo uruguaio Danilo Anton.<<strong>br</strong> />
O Aqüífero Guarani a<strong>br</strong>ange o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina <strong>com</strong> 1.195.200km 2 sendo que<<strong>br</strong> />
71% do mesmo estão dentro do Brasil.<<strong>br</strong> />
Tabela 2.8 - Áreas ocupadas no Brasil pelo aqüífero Guarani<<strong>br</strong> />
Áreas ocupadas<<strong>br</strong> />
Área ocupada pelo aqüífero Guarani<<strong>br</strong> />
(km 2 )<<strong>br</strong> />
Mato Grosso do Sul 213.200<<strong>br</strong> />
Rio Grande do Sul 157.600<<strong>br</strong> />
São Paulo 155.800<<strong>br</strong> />
Paraná 131.300<<strong>br</strong> />
Goiás 55.000<<strong>br</strong> />
Minas Gerais 51.300<<strong>br</strong> />
Santa Catarina 49.200<<strong>br</strong> />
Mato Grosso 26.400<<strong>br</strong> />
Total Brasil 840.000<<strong>br</strong> />
Paraguai 71.700<<strong>br</strong> />
Argentina 225.300<<strong>br</strong> />
Uruguai 58.400<<strong>br</strong> />
Nele há cerca de 2 mil poços tubulares profundos <strong>com</strong> profundidades entre 50m e 800m podendo<<strong>br</strong> />
atingir até 1.800m de profundidade. No Estado de São Paulo temos 1000 poços artesianos no aqüífero que<<strong>br</strong> />
atingem vazões de até 700m 3 /hora (194 L/s).<<strong>br</strong> />
Considerando-se espessura média de 250m e porosidade efetiva de 15% as reservas permanentes<<strong>br</strong> />
são de 45 x 10 15 m 3 , ou seja, 45 milhões de km 3 . A recarga anual natural é de 16 x 10 10 m 3 , ou seja,<<strong>br</strong> />
160km 3 /ano sendo que pode ser explorado 4 x 10 10 m 3 , ou seja, 40km 3 /ano sem riscos para o aqüífero<<strong>br</strong> />
podendo abastecer 548 milhões de habitantes a quota per capita de 200litros/dia. As águas são de boa<<strong>br</strong> />
qualidade.<<strong>br</strong> />
Nas últimas pesquisas que foram feitas constatou-se:<<strong>br</strong> />
‣ O aqüífero Guarani não é continuo <strong>com</strong>o se suponha, havendo vários aqüíferos um próximo<<strong>br</strong> />
do outro e separados.<<strong>br</strong> />
‣ A reserva renovável é menor, tem 35 milhões de km 3 e não 45 milhões de km 3 .<<strong>br</strong> />
‣ A qualidade da água não é a mesma em todo o aqüífero, pois no Paraná a maioria da água é<<strong>br</strong> />
salo<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />
Tudo isto mostra que são necessárias mais pesquisas para o conhecimento perfeito do aqüífero<<strong>br</strong> />
Guarani.<<strong>br</strong> />
A área de recarga de 150.000km 2 é constituída de sedimentos arenosos na Argentina e Uruguai e<<strong>br</strong> />
arenito Botucatu no Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil.<<strong>br</strong> />
Na parte <strong>br</strong>asileira do aqüífero Guarani as reservas de água estão estimadas em 48.000km 3 sendo<<strong>br</strong> />
que as recargas naturais são de 118.000km 3 de afloramento da ordem de 26km 3 /ano. O tempo de renovação<<strong>br</strong> />
do aqüífero Guarani é de 300anos contra 20mil anos da Grande Bacia Artesiana da Austrália, por exemplo,<<strong>br</strong> />
conforme Rebouças.<<strong>br</strong> />
No Brasil o Aqüífero Guarani está nos Estados de: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,<<strong>br</strong> />
Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.<<strong>br</strong> />
O aqüífero Guarani é maior que o aqüífero dos Grandes Planícies onde se encontra a famosa<<strong>br</strong> />
Formação Ogalalla nos Estados Unidos que toma vários estados americanos.<<strong>br</strong> />
Atualmente cerca de 15milhões de habitantes usam a água do Aqüífero Guarani nos quatro países.<<strong>br</strong> />
Pode ser abastecido pelo mesmo cerca de 500 milhões de habitantes.<<strong>br</strong> />
A água de poços artesianos pode ser usada para agricultura e os aqüíferos profundos podem produzir<<strong>br</strong> />
água quente para <strong>com</strong>bater as geadas ou para consumo em chuveiros e aquecedores evitando a energia<<strong>br</strong> />
elétrica. A temperatura nos poços em grande profundidade varia de 46ºC a 52ºC.<<strong>br</strong> />
Na Região Metropolitana de São Paulo usa 63m 3 /s de água potável <strong>com</strong> água que vem desde o sul<<strong>br</strong> />
de Minas Gerais a mais de 100km de distância da capital <strong>com</strong> perda de água distribuída em torno de 45%.<<strong>br</strong> />
Engenheiros e geólogos da Sabesp fizeram um cálculo para fazer 100poços artesianos <strong>com</strong> vazão de<<strong>br</strong> />
50 litros/segundo cada em São Paulo perto das cidades de Itatinga e Itirapina que fica aproximadamente<<strong>br</strong> />
2-37
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
190km da capital e 50km antes da cidade de São Carlos, podendo ser enviado para a capital de São Paulo<<strong>br</strong> />
5m 3 /s para abastecer 1.800.000habitantes no consumo médio diário de 200 litros/habitante x dia a um custo<<strong>br</strong> />
de 1,2 bilhões de reais. Bastante caro.<<strong>br</strong> />
Na cidade de Ribeirão Preto os agrotóxicos estão <strong>com</strong>eçando a contaminar o Aqüífero Guarani motivo<<strong>br</strong> />
que levou os quatro paises ao Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema<<strong>br</strong> />
Aqüífero Guarani contanto <strong>com</strong> apoio do Banco do Mundial.<<strong>br</strong> />
No Estado de São Paulo existem 200 empresas registradas que fazem poços artesianos e 300<<strong>br</strong> />
clandestinas.<<strong>br</strong> />
Na RMSP existe em operação 3.000 poços tubulares profundos, sendo 300 na bacia do rio Baquirivu-<<strong>br</strong> />
Guaçu que possui o graben Cumbica, que é o último aqüífero de grande produtividade na Região<<strong>br</strong> />
Metropolitana de São Paulo.<<strong>br</strong> />
A vazão da água subterrânea extraída na RMSP é de 8m 3 /s.<<strong>br</strong> />
Somente no Estado de São Paulo as reservas disponíveis de água subterrânea são de<<strong>br</strong> />
aproximadamente 152m 3 /s.<<strong>br</strong> />
Figura 2.28 - Localização do aqüífero Guarani<<strong>br</strong> />
Figura 2.29 - Perfil do aqüífero Guarani em São Paulo<<strong>br</strong> />
Figura 2.30 - Área de recarga do Aqüífero Guarani em São Paulo<<strong>br</strong> />
2-38
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.31- Área de recarga do Aqüífero Guarani na América do Sul<<strong>br</strong> />
2. 31 - Aqüífero do High Plains (Grandes Planícies) nos Estados Unidos<<strong>br</strong> />
Nos Estados Unidos existem 10 grandes aqüíferos, sendo o principal o aqüífero High Plains, muito<<strong>br</strong> />
conhecido pela formação Ogallala.<<strong>br</strong> />
O aqüífero Ogallala tem cerca de 1200km de <strong>com</strong>primento por uns 600km de largura indo do norte ao<<strong>br</strong> />
sul dos Estados Unidos na parte Oeste, a<strong>br</strong>angendo oito estados do Colorado, Kansas, Ne<strong>br</strong>aska, New<<strong>br</strong> />
México, Oklahoma, South Dakota, Texas e Wyoming conforme Fetter, 1994 <strong>com</strong> área estimada de<<strong>br</strong> />
720.000km 2 , menor portanto que o aqüífero Guarani.<<strong>br</strong> />
A formação Ogallala que é a principal unidade hidrogeológica consiste basicamente em aluvião.<<strong>br</strong> />
A recarga é feita pelas precipitações que variam de 410mm/ano a 710mm/ano. A evapo-transpiração<<strong>br</strong> />
varia de 1520mm/ano a 2670mm/ano.<<strong>br</strong> />
A recarga anual varia de 0,61mm/ano até 150mm/ano.<<strong>br</strong> />
A porosidade específica varia de 5% a 30% sendo a média de 15%.<<strong>br</strong> />
A condutividade hidráulica varia de 7,6m/dia a 18m/dia.<<strong>br</strong> />
A água subterrânea se desloca do oeste para leste na velocidade de 0,3m/dia sendo a descarga em<<strong>br</strong> />
surgências e córregos.<<strong>br</strong> />
A profundidade do aqüífero varia de 60m a 305m.<<strong>br</strong> />
Antes do desenvolvimento havia disponível 4,22 x 10 12 m 3 de água armazenada em todo o aqüífero.<<strong>br</strong> />
Em 1978 existiam 170.000 poços tubulares profundos bombeando 2,84 x 10 10 m 3 /ano. Em algumas<<strong>br</strong> />
áreas o bombeamento anual é 2 a 100 vezes maior que a recarga anual.<<strong>br</strong> />
O volume armazenado no aqüífero Ogallala já decresceu de 2,05 x 10 11 m 3 /ano, principalmente na<<strong>br</strong> />
região do estado do Kansas e Texas. Ainda restam no aqüífero Ogallala 4 x 10 12 m 3 que podem ser retirados,<<strong>br</strong> />
mas a profundidade cada vez maior, aumentando os custos.<<strong>br</strong> />
A maioria da água é retirada para irrigação e para o consumo doméstico.<<strong>br</strong> />
2-39
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 2.32 - Localização do aqüífero do High Plans que ocupa 8 estados (USA) onde está a famosa<<strong>br</strong> />
formação Ogallala<<strong>br</strong> />
2.32 Mini-poços<<strong>br</strong> />
Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) surgiu a partir de 1995 um novo tipo de captação de<<strong>br</strong> />
água, denominado de mini-poço.<<strong>br</strong> />
Trata-se de um poço tubular <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento raramente superiores a 50m, escavado em zona<<strong>br</strong> />
sedimentar e <strong>com</strong> diâmetros de 4” a 8”. Produzem vazões de 500litros/hora até 2.000litros/hora, conforme<<strong>br</strong> />
Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê de a<strong>br</strong>il de 2001.<<strong>br</strong> />
Estudos da Bacia do Alto Tietê de 2001 apresentam em operação na época 13.000 poços na RMSP<<strong>br</strong> />
sendo 12.000 poços tubulares profundos normais e 1.000 mini-poços <strong>com</strong> vazão média de 700litros/hora.<<strong>br</strong> />
Complementando ainda as informações, das 39 empresas cadastradas, 55% trabalham exclusivamente <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
poços denominados mini-poços.<<strong>br</strong> />
O mesmo é feito por leigos e a instalação <strong>com</strong>pleta, incluso perfuração bombeamento sistema air-lift,<<strong>br</strong> />
isto é, <strong>com</strong> <strong>com</strong>pressor é de aproximadamente R$ 3.500,00.<<strong>br</strong> />
São executados sem autorização ou outorga <strong>com</strong>o se fosse um poço raso <strong>com</strong>um.<<strong>br</strong> />
2-40
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 2- Noções de Hidrogeologia.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2.33 Efeito da urbanização nas águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Nas áreas urbanas o efeito da urbanização mais freqüente é o abaixamento do lençol freático, sendo<<strong>br</strong> />
freqüente a citação de varias cidades do México.<<strong>br</strong> />
A cidade de Querétaro cujo abaixamento devida ao excesso de retirada de água subterrânea (superexplotação)<<strong>br</strong> />
causou um abaixamento de 3,5m /ano.<<strong>br</strong> />
Devido aos solos aluviais houve uma subsidência diferencial de 0,4m a 0,8m, causando sérios danos<<strong>br</strong> />
a estruturas, conforme http://www.unep.org/DEWA/water/groundwater/pdfs/Groundwater_INC_cover.pdf,no<<strong>br</strong> />
artigo “Groundwater and susceptibilty to degradation” publicado em 2002 e acessado em 21 de janeiro de<<strong>br</strong> />
2006.<<strong>br</strong> />
Entretanto atualmente tem surgido alguns problemas novos, sendo um deles o alteamento do lençol<<strong>br</strong> />
freático, <strong>com</strong>o aconteceu em Trafalgar Square em Londres.<<strong>br</strong> />
Desde 1900 o lençol freático em Londres estava 60m abaixo e atingiu 100metros abaixo do solo, mas<<strong>br</strong> />
a partir de 1967 o nível do mesmo <strong>com</strong>eçou a subir 1,5m /ano estando hoje a uns 50m abaixo somente,<<strong>br</strong> />
portanto o nível do lençol freático subiu mais ou menos uns 10m acima do nível de 1900. Isto tem causado<<strong>br</strong> />
enormes problemas <strong>com</strong>o de engenharia nas fundações dos prédios e a elevação de poluentes.<<strong>br</strong> />
2006.<<strong>br</strong> />
Figura 2.33- Subida do lençol freático em Trafalgar Square em Londres<<strong>br</strong> />
Fonte: http://www.unep.org/DEWA/water/groundwater/pdfs/Groundwater_INC_cover.pdf,no acessado em 21 de janeiro de<<strong>br</strong> />
Isto também aconteceu na cidade de Riyadh, capital da Arábia Saudita, onde devido a vazamentos de<<strong>br</strong> />
redes de água potável, irrigação mal feita, vazamentos de redes de esgotos e infiltração da chuva, aumentou<<strong>br</strong> />
o lençol freático a nível sem precedente causando o que se chama o paradoxo hidrológico do semi-árido.<<strong>br</strong> />
Em Moscou a recarga praticamente triplicou.<<strong>br</strong> />
2.34 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
- CABRAL, JAIME FOAQUIM DA SILVA PEREIRA, et al. Bombeamento intensivo de água subterrânea e<<strong>br</strong> />
riscos de subsidência do solo. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, volume 11, numero 3, julho a<<strong>br</strong> />
setem<strong>br</strong>o de 2006.<<strong>br</strong> />
2-41
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
3-1
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capitulo 3-Impacto do nitrogênio e fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
3.1 Introdução<<strong>br</strong> />
Vamos expor suscintamente o impacto do fósforo e do nitrogênio em lagos em rios. As cargas de fósforo<<strong>br</strong> />
e nitrogênio, por exemplo, podem ser estimadas em um lago, pois são levadas pelo escoamento superficial<<strong>br</strong> />
das chuvas e das águas subterrâneas.<<strong>br</strong> />
Apresentaremos ainda o método Simples de Schueler que é muito usado em poluição difusa devido a sua<<strong>br</strong> />
facil aplicabilidade.<<strong>br</strong> />
3.2 Impacto do nitrogênio<<strong>br</strong> />
O impacto do nitrogênio numa determinada área é muito importante. Na Baia de Buttermilk em<<strong>br</strong> />
Massachusetts, Estados Unidos <strong>com</strong> área de 212ha foi determinado por uma <strong>com</strong>issão em 1990, que a taxa<<strong>br</strong> />
de nitrogênio anual não poderia passar de 52.490g/ano, pois adotada a taxa máxima de 0,24mg/L de<<strong>br</strong> />
nitrogênio para que fosse diminuida a quantidade de algas na região.<<strong>br</strong> />
Volume de água de recarga= 218.709.000m 3 /ano<<strong>br</strong> />
0,24g/m 3 x 218.709.000m 3 /ano / 1000=52.490kg<<strong>br</strong> />
Para estimativa assumimos que o efluente tratado de esgotos sanitários tenha 40mg/L de nitrongênio e<<strong>br</strong> />
que a cota per capita seja de 208 litros/dia x habitante. Na prática o nitrogênio varia de 25mg/L a 45mg/L.<<strong>br</strong> />
Sistemas mecanizados de tratamento de esgoto sanitario conforme EPA, 2002 poderão obter<<strong>br</strong> />
concentrações baixas de nitrogênio de 10mg/L a 25mg/L.<<strong>br</strong> />
Qualquer construção que seja feita na região os efluentes nao poderão ultrapassar a carga anual de<<strong>br</strong> />
nitrogênio de 52.490kg/ano.<<strong>br</strong> />
Na Tabela (3.1) está uma aplicação prática do assunto:<<strong>br</strong> />
Tabela 3.1- Cargas de nitrogênio na Baia de Buttermilk, Massachusetts<<strong>br</strong> />
Ordem Fonte do nitrogênio Unidade Padrão<<strong>br</strong> />
Mass.<<strong>br</strong> />
1 Tanque séptico e kg N/pessoa x ano 3,02<<strong>br</strong> />
vala de infiltração 208 litros/dia x hab- kg/pessoa/ano<<strong>br</strong> />
40mg/L<<strong>br</strong> />
2 Fertilizante no gramado kg N/ha x ano 46,00kg/ha<<strong>br</strong> />
457mm/ano<<strong>br</strong> />
3 Atmosfera<<strong>br</strong> />
kg N/ha x ano 3,41 kg/ha<<strong>br</strong> />
0,3mg/L<<strong>br</strong> />
4 Runoff no pavimento kg N/ha x ano 21,00kg/ha<<strong>br</strong> />
2,0mg/L<<strong>br</strong> />
1016mm/ano runoff<<strong>br</strong> />
5 Runoff no telhado kg N/ha x ano 7,50 kg/ha<<strong>br</strong> />
0,75mg/L<<strong>br</strong> />
1016mm/ano runoff<<strong>br</strong> />
6 Fertilizante em árvores pequenas kg N/ha x ano 790kg/ha<<strong>br</strong> />
Fonte: USEPA, 2002<<strong>br</strong> />
Quantidade (kg/ano) (%)<<strong>br</strong> />
8708 26298 70,68<<strong>br</strong> />
128 5888 15,82<<strong>br</strong> />
212 723 1,94<<strong>br</strong> />
40 840 2,26<<strong>br</strong> />
40 300 0,81<<strong>br</strong> />
4 3160 8,49<<strong>br</strong> />
Total (kg N/ano)= 37209 100,00<<strong>br</strong> />
Uma das dificuldades para se avaliar o impacto do nitrogênio é determinar <strong>com</strong> precisão a recarga<<strong>br</strong> />
anual de água subterrânea.<<strong>br</strong> />
Geralmente não se admite mais de 10mg/L de nitrato devido a doença azul de bebês que é a<<strong>br</strong> />
methemoglobinemia. É a redução da habilidade do sangue de carregar oxigênio e causa problemas na<<strong>br</strong> />
gravidez.<<strong>br</strong> />
3.3 Impacto do fósforo<<strong>br</strong> />
A Tabela (3.2) fornece a quantidade de fósforo por km 2 e por ano de vários tipos de áreas, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
áreas urbanas, florestas, precipitações e áreas rurais.<<strong>br</strong> />
Existe a influência do tipo de solo e das declividades. Assim partículas mais finas e terrenos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
maiores declividades terão maior aporte de fósforo.<<strong>br</strong> />
3-2
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 3.2-Estimativas de exportação de fósforo de acordo <strong>com</strong> varios tipos de áreas<<strong>br</strong> />
Fósforo<<strong>br</strong> />
kg/haxano<<strong>br</strong> />
Fonte de fósforo Alto Médio Baixo<<strong>br</strong> />
Área urbana 5,0 0,8 a 3,0 0,5<<strong>br</strong> />
Área rural ou<<strong>br</strong> />
3,0 0,4 a 1,7 0,1<<strong>br</strong> />
agrícola<<strong>br</strong> />
Florestas 0,5 0,1 a 0,3 0,0<<strong>br</strong> />
Precipitações 0,6 0,2 a 0,5 0,2<<strong>br</strong> />
3.4 Impacto do nitrogenio e do fosforo<<strong>br</strong> />
Marsh, 1997 apresenta para estimativa da carga de nitrogênio e fósforo para os Estados Unidos a<<strong>br</strong> />
seguinte Tabela (3.3).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.3- Carga anual média de nitrogênio e fósforo<<strong>br</strong> />
Uso do solo ou cobertura Nitrogênio Fósforo<<strong>br</strong> />
(kg/ha/ano)<<strong>br</strong> />
(kg/ha/ano)<<strong>br</strong> />
Florestas 4,40 0,085<<strong>br</strong> />
Quase uma floresta 4,50 0,175<<strong>br</strong> />
Quase área urbana 7,88 0,300<<strong>br</strong> />
Quase área agrícola 6,31 0,280<<strong>br</strong> />
Area agricola 9,82 0,310<<strong>br</strong> />
Area mista 5,52 0,185<<strong>br</strong> />
Campo de Golf 15,00 0,410<<strong>br</strong> />
Fonte: Marsh, 1997<<strong>br</strong> />
A média de 5,1kg/ha x ano de nitrogênio total foi achada por Lewis, et al, 1999 em várias florestas<<strong>br</strong> />
praticamente intocadas, <strong>com</strong>o a da rio Amazonas e do rio Negro. Do nitrogênio total 50% é nitrogênio<<strong>br</strong> />
organico e ous outras 50% é inorgânico. Do nitrogênio inorgânico 20% é amônia e 80% é nitrato.<<strong>br</strong> />
Isto mostra que a Tabela (3.3) no que se refere a floresta pode ser aplicada para o Brasil.<<strong>br</strong> />
Marsh, 1997 define os usos ou cobertura dos solos:<<strong>br</strong> />
‣ Area de floresta quando tem mais de 75% da area coberta <strong>com</strong> florestas<<strong>br</strong> />
‣ Area quase uma floresta: quando a area coberta por floresta estiver entre 50% a 75%<<strong>br</strong> />
‣ Area agricola quando mais de 75% da area é usada na agricultura<<strong>br</strong> />
‣ Area quase urbana: qquando a area tem desenvolvimento mais de 40% ocupado por residências,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ércio, indústria e institucional.<<strong>br</strong> />
‣ Area mista: quando tem por exemplo, 25% de area urbana, 30% de area agricula e 45% de area de<<strong>br</strong> />
florestas.<<strong>br</strong> />
Tendo-se as áreas podemos estimar as cargas de nitrogênio e fósforo que irao cair em um rio ou um<<strong>br</strong> />
lago. Não esquecendo que serve somente para uma estimativa.<<strong>br</strong> />
Marsh, 1997 re<strong>com</strong>enda para os Estados Unidos 0,28kg de fósforo/ano por casa e 10,66 kg/de<<strong>br</strong> />
nitrogênio por casa por ano.<<strong>br</strong> />
Lem<strong>br</strong>emos que as cargas presentes nas precipitações já estão inclusas.<<strong>br</strong> />
Marsh, 1997 apresenta ainda a Tabela (3.4) onde estão os níveis representativos de fósforo e<<strong>br</strong> />
nitrogênio em vários corpos de agua dos Estados Unidos.<<strong>br</strong> />
3-3
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 3.4- Niveis representativos de fósforo e nitrogênio em corpos de água nos Estados<<strong>br</strong> />
Unidos<<strong>br</strong> />
Água<<strong>br</strong> />
Fósforo total<<strong>br</strong> />
PT (mg/L)<<strong>br</strong> />
Nitrogênio total<<strong>br</strong> />
NT (mg/L)<<strong>br</strong> />
Água da chuva 0,01 a 0,03 0,1 a 2,0<<strong>br</strong> />
Agua nos lagos <strong>com</strong> problemas de algas 0,80<<strong>br</strong> />
Aguas pluviais urbanas 1,0 e 2,0 2,0 a 10<<strong>br</strong> />
Escoamento superficial na agricultura 0,05 a 1,1 5,0 a 70<<strong>br</strong> />
Efluente de plantas de tratamento secundário de<<strong>br</strong> />
esgotos sanitários<<strong>br</strong> />
5 a 10 >20<<strong>br</strong> />
Fonte: Marsh, 1997<<strong>br</strong> />
Exemplo 3.1<<strong>br</strong> />
Seja um loteamento <strong>com</strong> 2,83km 2 <strong>com</strong> 1,66km 2 de lotes residenciais, 0,19km 2 de gramados e 0,98km 2 de<<strong>br</strong> />
campo de golfe. Há 1600 casas que possuem tratamento de esgotos isolados.<<strong>br</strong> />
Os cálculos estão na Tabela (3.5)<<strong>br</strong> />
Tabela 3.5- Cálculo da carga anual média de nitrogênio e fósforo<<strong>br</strong> />
Nitrogênio Nitrogênio<<strong>br</strong> />
(m 2 ) (ha) (km 2 ) (kg/km 2 /ano) (kg)<<strong>br</strong> />
Lotes residenciais 1.657.751 166 1,66 552 915<<strong>br</strong> />
Campo de Golfe 983.417 98 0,98 1.500 1.475<<strong>br</strong> />
Paisagismo 192.117 19 0,19 440 85<<strong>br</strong> />
quantidade<<strong>br</strong> />
kg/nitrogênio/ano<<strong>br</strong> />
Casas 1.600 10,66 17.056<<strong>br</strong> />
19.531<<strong>br</strong> />
Portanto, teremos praticamente 19.531kg/ano de nitrogênio total<<strong>br</strong> />
Fósforo<<strong>br</strong> />
Fósforo<<strong>br</strong> />
(m 2 ) (ha) (km 2 ) (kg/km 2 /ano) (kg)<<strong>br</strong> />
Lotes residenciais 1.657.751 166 1,66 18,5 31<<strong>br</strong> />
Campo de Golfe 983.417 98 0,98 41 40<<strong>br</strong> />
Paisagismo 192.117 19 0,19 8,5 2<<strong>br</strong> />
quantidade<<strong>br</strong> />
kg/fósforo<<strong>br</strong> />
Casas 1.600 0,28 448<<strong>br</strong> />
521kg<<strong>br</strong> />
Portanto, teremos praticamente 521 kg/ano de fósforo total<<strong>br</strong> />
Na Tabela (3.6) estao os poluentes tipicos em areas urbanos elaborados por Burton&Pitt, 2002<<strong>br</strong> />
notando-se que as maiores quantidades sao para areas <strong>com</strong>erciais, estradas de rodagem, estacionamento de<<strong>br</strong> />
veiculos, Shopping Center, industrias, residencias de alta densidade, media e baixa e area de parques.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.6- Poluentes tipicos e areas urbanas conforme Burton& Pitt,2002<<strong>br</strong> />
Kg/haxano<<strong>br</strong> />
Area residencial <strong>com</strong> densidades<<strong>br</strong> />
Comercial Estradas Estacionamento Shopping Center Industria Alta Media Baixa Areas de Parques<<strong>br</strong> />
1 Solidos Totais 2363 1913 1463 810 754 754 506 73 ND<<strong>br</strong> />
2 TSS 1125 990 450 495 563 473 281 11 3<<strong>br</strong> />
3 Cl 473 529 338 41 28 61 34 10 ND<<strong>br</strong> />
4 TP 1,7 1,0 0,8 0,6 1,5 1,1 0,3 0,0 0,04<<strong>br</strong> />
5 TKN 7,5 8,9 5,7 3,5 3,9 4,7 2,8 0,3 ND<<strong>br</strong> />
6 NH3 2,1 1,7 2,3 0,6 0,2 0,9 0,6 0,0 ND<<strong>br</strong> />
7 N03 + NO2 3,5 4,7 3,3 0,6 1,5 2,3 1,6 0,1 ND<<strong>br</strong> />
3-4
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
8 DBO5 70 ND 53 ND ND 30 15 1 ND<<strong>br</strong> />
9 COD 473 ND 304 ND 225 191 56 8 ND<<strong>br</strong> />
10 Pb 3,04 5,06 0,90 1,24 0,23 0,90 0,11 0,00 0<<strong>br</strong> />
11 Zn 2,36 2,36 0,90 0,68 0,45 0,79 0,11 0,00 ND<<strong>br</strong> />
12 Cr 0,17 0,10 ND 0,05 0,68 MD 0,00 0,00 ND<<strong>br</strong> />
13 Cd 0,03 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 ND<<strong>br</strong> />
14 As 0,02 0,02 ND 0,02 0,00 ND 0,00 0,00 ND<<strong>br</strong> />
Fonte: New techniques for urban river rehabilitation, october 2004, EKT-CT-2002-00082 LNEC João Rocha<<strong>br</strong> />
3.4 Surfatantes<<strong>br</strong> />
Os surfatantes são usados <strong>com</strong>umente em lavanderias e <strong>com</strong>o outros sabões diminuem a tensão<<strong>br</strong> />
superficial da água e aumenta a emulsão da mesma. Surfatantes são uma larga classe de <strong>com</strong>postos<<strong>br</strong> />
orgânicos antropogênicos que estão presente nos esgotos domésticos conforme EPA, 2002.<<strong>br</strong> />
Os surfantantes podem mudar a estrutura do solos e alterar as taxas de infiltração.<<strong>br</strong> />
O mais <strong>com</strong>um dos surfatantes usados no mundo desde 1970 é o alkybenzenesulfonate (LAS)<<strong>br</strong> />
encontrado nas concentrações de 1,2 a 6,5mg/L confome EPA, 2002.<<strong>br</strong> />
Em tanques sépticos a concentração de LAS varia de 3mg/L a 21mg/L.<<strong>br</strong> />
Devido ao fato dos surfatantes que estão nos esgotos sanitáios estão associados a partículas de<<strong>br</strong> />
matériaiss e de óleo, eles tendem a se concentrar nos lodos dos tratamentos de esgotos sanitários<<strong>br</strong> />
aumentando o tempo de detenção.<<strong>br</strong> />
Os surfatantes não são problemas para o tratamento <strong>com</strong> tanques sépticos conforme informações da<<strong>br</strong> />
FUNASA.<<strong>br</strong> />
3.5 Vala de infiltração<<strong>br</strong> />
A EPA, 2002 nã re<strong>com</strong>enda mais os sumidouros (poços absorventes) ou fossa absorventes.<<strong>br</strong> />
O assunto está na ABNT NBR 7229/93 devendo-se tomar cuidado na escolha da taxa de infiltração,<<strong>br</strong> />
pois ai reside os grandes erros.<<strong>br</strong> />
Um valor muito usado nos Estados Unidos para infiltração é 8,4litros/m 2 x dia ou 5 litros/m 2 x dia<<strong>br</strong> />
que é um valor muito baixo.<<strong>br</strong> />
A EPA, 2002 faz algumas observaçoes importantes para projeto de valas de infiltração conforme<<strong>br</strong> />
Tabela (3.6), esclarendo que as normas <strong>br</strong>asileiras também fazem tais <strong>com</strong>entários.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.6- Dados de projeto para vala de infiltração conforme EPA, 2002<<strong>br</strong> />
Geometria<<strong>br</strong> />
Consideraçoes para projetos<<strong>br</strong> />
Largura Deverá ser menor que 0,90m e maior que 0,30m<<strong>br</strong> />
sendo preferido larlgura de 0,30m<<strong>br</strong> />
Comprimento<<strong>br</strong> />
Deverá ser menor que 30m. Construir em paralelo<<strong>br</strong> />
quando precisar de maior <strong>com</strong>primento<<strong>br</strong> />
Area de infiltração<<strong>br</strong> />
Pode ser considerado o fundo e as areas laterais.<<strong>br</strong> />
Pode ser considerado também somente o fundo da<<strong>br</strong> />
vala.<<strong>br</strong> />
Tubos perfurados de PVC de 0,10m de diâmetro Espaçamento dos furos de mais ou menos 0,30m.<<strong>br</strong> />
Uma linha ou duas linhas de furos.<<strong>br</strong> />
Caixa de distribuição<<strong>br</strong> />
Distribui para cada linha de vala de infiltração<<strong>br</strong> />
Sistema <strong>com</strong> peças de plástico sem uso de pedra Infiltrator<<strong>br</strong> />
usado por Jair Molina<<strong>br</strong> />
Profundidade do lençol freático<<strong>br</strong> />
> 1,50m. Evitar profundidade < 0,60m.<<strong>br</strong> />
Topografia<<strong>br</strong> />
< 20% de declividade. Evitar declividade>30%<<strong>br</strong> />
Profundidade da vala ideal é < 0,60m<<strong>br</strong> />
Orientaçao das valas de infiltração<<strong>br</strong> />
Contornando as linhas de grade do terreno<<strong>br</strong> />
Calculado para o pico de vazão<<strong>br</strong> />
Reservar espaço para futuros reparos e substituição.<<strong>br</strong> />
Infiltração depende da textura e da estrutura do solo Usar valor conservador <strong>com</strong>o no máximo 8,4 litros/m 2<<strong>br</strong> />
x dia<<strong>br</strong> />
As linhas deverão estar distantes uma das outras no<<strong>br</strong> />
mínimo de 2,00m<<strong>br</strong> />
O uso da gravidade é o mais <strong>com</strong>um, mas pode-se A gravidade é melhor devido a ser contínuo.<<strong>br</strong> />
3-5
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
usar bombas<<strong>br</strong> />
Se as pedras forem caras é mais barato usar as<<strong>br</strong> />
camaras de infiltração que não usam pedras<<strong>br</strong> />
Na Tabela (3.7) estão alguns parâmetros importantes de efluentes de tanques sépticos fornecidos<<strong>br</strong> />
pela EPA, 2002.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.7- Parâmetros de qualidade dos efluentes de tanques sépticos conforme EPA, 2002<<strong>br</strong> />
Parametro Variaçã dos valores Valor médio<<strong>br</strong> />
DBO (mg/L) 46 a 156 93,5<<strong>br</strong> />
TOC (mg/L) 31 a 68 47,4<<strong>br</strong> />
TKN (mg/L) 10 a 53 44,2<<strong>br</strong> />
NO 3 (mg/L) 0,01 a 0,16 0,04<<strong>br</strong> />
TP (mg/L) 7,2 a 17,0 8,6<<strong>br</strong> />
TDS (mg/L) 354 a 610 497<<strong>br</strong> />
Cl (mg/L) 37 a 110 70<<strong>br</strong> />
F. Coli (log# por 100mL) 3,6 a 5,4 4,57<<strong>br</strong> />
F. strep. (log# por 100mL) 3,60 1,9 a 5,3<<strong>br</strong> />
Fonte: EPA, 2002<<strong>br</strong> />
3-6
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3.6 Método Simples de Schueler<<strong>br</strong> />
Schueler em 1987 apresentou um método empírico denominado “Método Simples” para estimar o<<strong>br</strong> />
transporte de poluição difusa urbana em uma determinada área.<<strong>br</strong> />
O método foi obtido através de exaustivos estudos na área do Distrito de Washington nos Estados<<strong>br</strong> />
Unidos chamado National Urban Runoff Program (NURP) bem <strong>com</strong>o <strong>com</strong> dados da EPA, conforme AKAN,<<strong>br</strong> />
(1993).<<strong>br</strong> />
AKAN, (1993) salienta que os estudos valem para áreas menores que 2,56km 2 (256ha) e que é<<strong>br</strong> />
usado cargas anuais.<<strong>br</strong> />
A equação de Schueler é similar ao método racional e nas unidades SI adaptada neste livro:<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
L= carga do poluente anual (kg/ano)<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm)<<strong>br</strong> />
P j = fração da chuva que produz runoff. P j =0,9 (normalmente adotado)<<strong>br</strong> />
R v = runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x AI<<strong>br</strong> />
AI= área impermeável (%).<<strong>br</strong> />
A= área (ha)<<strong>br</strong> />
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)<<strong>br</strong> />
Valor de P j<<strong>br</strong> />
O valor de P j usualmente é 0,90 para precipitação média anual, mas pode atingir valor P j =0,5 e para<<strong>br</strong> />
eventos de uma simples precipitação P j =1,0.<<strong>br</strong> />
3-7
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Valores de C<<strong>br</strong> />
Conforme as pesquisas feitas por Schueler, (1987) e citadas por AKAN, (1993) e McCUEN, (1998) os<<strong>br</strong> />
valores médios da carga de poluição C em mg/L é fornecida pelas Tabelas (3.8) e (3.9)<<strong>br</strong> />
Tabela 3.8 - Valores de “C”usados pelo Método Simples de Schueler, 1987 em mg/L.<<strong>br</strong> />
Poluente NURP Baltimore Washington NURP Virginia FHWA<<strong>br</strong> />
DC National<<strong>br</strong> />
Study<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
suburbana<<strong>br</strong> />
Áreas<<strong>br</strong> />
velhas<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ercial<<strong>br</strong> />
média Florestas Rodovias<<strong>br</strong> />
americanas<<strong>br</strong> />
Fósforo 0,26 1,08 0,46 0,15<<strong>br</strong> />
total<<strong>br</strong> />
Nitrogênio 2,00 13,6 2,17 3,31 0,78<<strong>br</strong> />
Total<<strong>br</strong> />
COD 35,6 163,0 90,8 >40,0 124,0<<strong>br</strong> />
BOD 5dias 5,1 36,0 11,9<<strong>br</strong> />
Zinco 0,037 0,397 0,250 0,176 0,380<<strong>br</strong> />
Fonte: AKAN, (1993) e McCUEN, (1998).<<strong>br</strong> />
Na Tabela (3.9) estão os valores de concentração média adotado na Malásia.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.9- Valores médios de concentração adotados na MALÁSIA em mg/L<<strong>br</strong> />
Poluente<<strong>br</strong> />
Vegeta<<strong>br</strong> />
ção<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
rural<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
industrial<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
urbana<<strong>br</strong> />
Área em<<strong>br</strong> />
construção<<strong>br</strong> />
nativa/<<strong>br</strong> />
floresta<<strong>br</strong> />
Sedimentos 85 500 50 - 200 50- 200 4000<<strong>br</strong> />
Sólidos totais em 6 30 60 85<<strong>br</strong> />
suspensão (TSS)<<strong>br</strong> />
Nitrogênio total 0,2 0,8 1,0 1,2<<strong>br</strong> />
(NT)<<strong>br</strong> />
Fósforo total 0,03 0,09 0,12 0,13<<strong>br</strong> />
(PT)<<strong>br</strong> />
Amônia 0,01- 0,01-<<strong>br</strong> />
0,01-9,8<<strong>br</strong> />
0,03 0,26<<strong>br</strong> />
Coliformes fecais 260- 700 -<<strong>br</strong> />
4000-20000<<strong>br</strong> />
4000 3000<<strong>br</strong> />
Co<strong>br</strong>e 0,03 – 0,09<<strong>br</strong> />
Chumbo 0,2 – 0,5<<strong>br</strong> />
Fonte: MALÁSIA, (2000)<<strong>br</strong> />
3-8
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Na Tabela (3.10) temos valores médios de poluentes fornecidos por Tucci, (2001).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.10- Valores médios de parâmetros de qualidade de águas pluviais em mg/L para algumas cidades.<<strong>br</strong> />
Durham Cincinatti Tulsa<<strong>br</strong> />
Poluente<<strong>br</strong> />
Weibel et<<strong>br</strong> />
Porto<<strong>br</strong> />
APWA<<strong>br</strong> />
Colson,<<strong>br</strong> />
1974<<strong>br</strong> />
al., 1964 AVCO,<<strong>br</strong> />
1970<<strong>br</strong> />
Alegre APWA, 1969<<strong>br</strong> />
mínimo máximo<<strong>br</strong> />
DBO 19 111,8 31,8 1 700<<strong>br</strong> />
Sólidos 1440 545 1523 450 14600<<strong>br</strong> />
totais<<strong>br</strong> />
pH<<strong>br</strong> />
Coliformes 23.000 8.000 1,5 x 10 7 55 11,2 x 10 7<<strong>br</strong> />
NPM/100ml<<strong>br</strong> />
Ferro 12 30,3<<strong>br</strong> />
Chumbo 0,46 0,19<<strong>br</strong> />
Amônia 0,4 1,0<<strong>br</strong> />
Fonte: TUCCI, (2001).<<strong>br</strong> />
Exemplo 3.2<<strong>br</strong> />
Exemplo de AKAN, (1993).<<strong>br</strong> />
Trata-se de área <strong>com</strong> 12ha, chuva média anual de 965mm sendo P j = 0,90. Área antes do<<strong>br</strong> />
desenvolvimento <strong>com</strong> 2% de área impermeável passou a 45% <strong>com</strong> a construção de uma vila de casas.<<strong>br</strong> />
Calcular o aumento anual de fósforo total.<<strong>br</strong> />
Para a situação de pré-desenvolvimento:<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x 2 = 0,07<<strong>br</strong> />
Adotando C=0,15mg/L para fósforo total em florestas, na Tabela (3.8) na coluna de Virginia.<<strong>br</strong> />
A carga anual será calculada usando:<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=965mm<<strong>br</strong> />
P j =0,9 adotado<<strong>br</strong> />
Rv=0,07<<strong>br</strong> />
C=0,15mg/L Fósforo total/ Floresta<<strong>br</strong> />
A=12ha<<strong>br</strong> />
R v =0,07<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,07 x 0,15mg/L x 12ha<<strong>br</strong> />
L=1,09 kg/ano<<strong>br</strong> />
Para a situação de pós-desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x 45 = 0,46<<strong>br</strong> />
P=965mm<<strong>br</strong> />
P j =0,9 adotado<<strong>br</strong> />
R v =0,07<<strong>br</strong> />
C=0,26mg/L Fósforo total/ área suburbana<<strong>br</strong> />
A=12ha<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,46 x 0,26mg/L x 12ha<<strong>br</strong> />
L=12,46 kg/ano<<strong>br</strong> />
Portanto, <strong>com</strong> o desenvolvimento a quantidade total de fósforo aumentará de 1,09kg/ano para 12,46<<strong>br</strong> />
kg/ano <strong>com</strong> a construção de um bairro residencial proposto.<<strong>br</strong> />
Exemplo 3.3<<strong>br</strong> />
Calcular o aumento de sedimentos de área urbana <strong>com</strong> 46,75ha, chuva anual média de 1540mm e P j =0,50.<<strong>br</strong> />
Supomos que no pré-desenvolvimento havia 2% de área impermeável e <strong>com</strong> o desenvolvimento passou para<<strong>br</strong> />
70%.<<strong>br</strong> />
Pré-desenvolvimento<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=1540mm<<strong>br</strong> />
P j =0,5 adotado<<strong>br</strong> />
3-9
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
C=85mg/L sedimentos/ Floresta/ Malásia<<strong>br</strong> />
A=46,75ha<<strong>br</strong> />
R v =0,05 + 0,009 x 2 = 0,07<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,07 x 85mg/L x 46,75ha<<strong>br</strong> />
L=2.142 kg de sedimentos/ano<<strong>br</strong> />
Pós-desenvolvimento<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=1540mm<<strong>br</strong> />
P j =0,5 adotado<<strong>br</strong> />
C=200mg/L sedimentos / Urbana/ Malásia, Tabela (3.9)<<strong>br</strong> />
A=46,75ha<<strong>br</strong> />
R v =0,05 + 0,009 x 70 = 0,68<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,68 x 200mg/L x 46,75ha<<strong>br</strong> />
L=48.957kg de TSS/ano<<strong>br</strong> />
Com o pós-desenvolvimento o sedimento aumentará de 2.142kg/ano para 48.957kg/ano.<<strong>br</strong> />
Exemplo 3.4<<strong>br</strong> />
MARTINS, (1988) apresentou tese de doutoramento so<strong>br</strong>e poluição difusa do córrego Mandaqui<<strong>br</strong> />
localizado na cidade de São Paulo.<<strong>br</strong> />
Os estudos foram baseados em campanhas radioisótopos 82 Br feitas pela CETESB (Companhia<<strong>br</strong> />
Estadual de Saneamento Básico) na bacia do córrego Mandaqui, que tem área de 15,7km 2 , população de<<strong>br</strong> />
305.000hab. (1985), precipitação média de dois anos 1415,2mm/ano, 390km de ruas, sendo 248m de rua/ha.<<strong>br</strong> />
A área impermeável AI= 89,27% e 90% da população é atendida <strong>com</strong> rede de esgoto, cujos efluentes<<strong>br</strong> />
são lançados no córrego Mandaqui sem tratamento.<<strong>br</strong> />
No uso do solo, 93,37% é área residencial, 2,74% são áreas <strong>com</strong>erciais ou industriais e o restante<<strong>br</strong> />
são áreas verdes <strong>com</strong> 3,89%.<<strong>br</strong> />
Nas áreas residenciais são impermeáveis 95,57% da área, enquanto que nas áreas <strong>com</strong>erciais e<<strong>br</strong> />
industriais são 11,63% e nas áreas verdes temos 8,20% de áreas impermeáveis. O total de área impermeável<<strong>br</strong> />
é de 14,01km 2 que corresponde a 89,2%.<<strong>br</strong> />
Chegou-se a conclusão que a relação entre nitrogênio total e nitrogênio Kjeldahn é de 99%.<<strong>br</strong> />
A varredura das ruas é feita no intervalo de dois em dois dias e não há dados so<strong>br</strong>e a eficiência da<<strong>br</strong> />
mesma. A coleta de lixo é feita duas vezes por semana.<<strong>br</strong> />
Os dados médios estão apresentados na Tabela (3.11) e (3.12).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.11- Concentrações médias de poluentes do córrego Mandaqui em São Paulo, capital.<<strong>br</strong> />
Poluente<<strong>br</strong> />
Concentração média obtida no córrego<<strong>br</strong> />
Mandaqui<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
DBO- demanda bioquímica de oxigênio 166<<strong>br</strong> />
DQO- demanda química de oxigênio 447<<strong>br</strong> />
SS- Sólidos em suspensão 669<<strong>br</strong> />
PO 4 - Ortofosfato solúvel 0,34<<strong>br</strong> />
NT - nitrogênio total 24<<strong>br</strong> />
Coliformes totais<<strong>br</strong> />
3,0 x 10 7 /100mL<<strong>br</strong> />
Coliformes fecais<<strong>br</strong> />
3,5 x 10 6 / 100mL<<strong>br</strong> />
Sólidos sedimentáveis 6.980<<strong>br</strong> />
Fonte: MARTINS, (1988)<<strong>br</strong> />
3-10
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 3.12- Concentrações médias do córrego Mandaqui em São Paulo, capital.<<strong>br</strong> />
Concentração<<strong>br</strong> />
Poluentes<<strong>br</strong> />
média conforme<<strong>br</strong> />
Martins, 1988<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
Carga média correspondente<<strong>br</strong> />
a esgotos do córrego Mandaqui<<strong>br</strong> />
MARTINS, (1988)<<strong>br</strong> />
(kg/ ano)<<strong>br</strong> />
TSS- sólidos em suspensão 669 5.383<<strong>br</strong> />
Sólidos Sedimentáveis 6.980 86.601<<strong>br</strong> />
DBO 166 5.503<<strong>br</strong> />
NT 24 1.006<<strong>br</strong> />
PO 4 0,34 53<<strong>br</strong> />
DQO 447<<strong>br</strong> />
Coli total 3,0 x 10 7 / 100mL 3,0 x 10 7<<strong>br</strong> />
Coli fecal 3,5 x 10 6 /100mL 3,5 x 10 6<<strong>br</strong> />
É importante termos uma idéia de quanto é a poluição difusa em relação a carga total em um córrego.<<strong>br</strong> />
No resumo do trabalho de MARTINS, (1988) na Tabela (3.13), donde podemos considerar que a poluição<<strong>br</strong> />
difusa representa aproximadamente 25% da carga total.<<strong>br</strong> />
Dica- a poluição difusa no Brasil representa 25% da carga total de poluição de um rio.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.13- Resumo dos resultados obtidos no córrego Mandaqui<<strong>br</strong> />
Parâmetro<<strong>br</strong> />
3-11<<strong>br</strong> />
Carga difusa/ carga total<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Sólidos em suspensão 28%<<strong>br</strong> />
Sólidos sedimentáveis 22%<<strong>br</strong> />
DBO 23%<<strong>br</strong> />
Nitrogênio 24%<<strong>br</strong> />
Fosfato (PO 4 ) 24%<<strong>br</strong> />
Coliforme totais 22%<<strong>br</strong> />
Fonte: MARTINS, (1988)<<strong>br</strong> />
Segundo a EPA a poluição difusa representa 50% da poluição de todos os rios e córregos localizados<<strong>br</strong> />
nos Estados Unidos.<<strong>br</strong> />
Exemplo 3.1<<strong>br</strong> />
Seja uma área de 97ha conforme Tabela (3.14) cujas águas de chuvas caem em um lago. Calcular a carga<<strong>br</strong> />
anual de fósforo total.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.14- Calcular o coeficiente de runoff ponderado<<strong>br</strong> />
Uso da terra<<strong>br</strong> />
Área (ha)<<strong>br</strong> />
AI<<strong>br</strong> />
fração da área<<strong>br</strong> />
Concentração<<strong>br</strong> />
Média<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
Agricultura 64 0,66 2% 0,09 0,0594<<strong>br</strong> />
Floresta 12 0,12 2% 0,15 0,018<<strong>br</strong> />
Urbana (pavimentada) 21 0,22 72% 0,46 0,101<<strong>br</strong> />
Total= 97 1,00 24% Media= 0,1786<<strong>br</strong> />
Conforme Tabela (3.14) e baseado em parte da Tabela (3.15) a média de<<strong>br</strong> />
impermeabilização é de AI=24%<<strong>br</strong> />
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 24=0,27<<strong>br</strong> />
P= 1070mm precipitaçao média annual<<strong>br</strong> />
Pi=0,90<<strong>br</strong> />
A=97ha<<strong>br</strong> />
C= 0,18 mg/L de PT
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x Pi x Rv x C x A<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 1070 x 0,90 x 0,27 x 0,18 x 97= 45 kg/ano de PT<<strong>br</strong> />
Portanto, chegará ao lago 45kg/ano de PT;<<strong>br</strong> />
Tabela 3.15- Uso da terra e area impermeavel correspondente<<strong>br</strong> />
Uso do solo ou categoria<<strong>br</strong> />
Area impermeáel em porcentagem<<strong>br</strong> />
Agricultura 2%<<strong>br</strong> />
Area urbana de parques, campo de golf e recreação 9%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong>ercial 70% a 74%<<strong>br</strong> />
Area industrial leve 50% a 56%<<strong>br</strong> />
Area institucional 31% a 38%<<strong>br</strong> />
Area residencial multifamilliar 44%<<strong>br</strong> />
Area de condominios residenciais 41%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong> lotes de 500m 2 33%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong> lotes de 1000 m 2 28%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong> lotes de 2000 m 2 21%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong> lotes de 4000 m 2 14%<<strong>br</strong> />
Area <strong>com</strong> lotes de 8000 m 2 11%<<strong>br</strong> />
Fonte: Estado de New York, 2001.<<strong>br</strong> />
3-12
Impacto do nitrogênio e do fósforo em lagos e córregos<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 4 de fevereiro 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3.7 Bibliografia e livros re<strong>com</strong>endados<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE NEW YORK, 2001. Stormwater Management Design Manual. October, 2001. New York State<<strong>br</strong> />
Department of Environmental Conservation, Albany, NY.<<strong>br</strong> />
-LEWIS, WILLIAM M. et al. Nitrogen yelds from undisturbed watersheds in the Americas. Biogeochemistry 46:<<strong>br</strong> />
149-162-1999, 14páginas. Acessado em 6 de Janeiro de<<strong>br</strong> />
2007.http://cires.colorado.edu/limnology/pubs/Pub144.pdf<<strong>br</strong> />
-MARSH, WILLIAN M. Landscape planning environmental applications. 3a ed. 1998, 434 páginas, Josh Wiley.<<strong>br</strong> />
-TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Editora Navegar, 2006.<<strong>br</strong> />
-USEPA. On site wastewater treatment systems manual. EPA 625/R-00/008 fevereiro de 2002.<<strong>br</strong> />
3-13
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 3<<strong>br</strong> />
Infiltração e condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
“Uma pessoa so<strong>br</strong>evive cerca de um mês sem <strong>com</strong>ida, mas apenas uma semana sem água”.<<strong>br</strong> />
Tucci, 2002, Inundações urbanas na América do Sul.<<strong>br</strong> />
3-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto Página<<strong>br</strong> />
Capítulo 3 - Infiltração e condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
3.1 Introdução 3-3<<strong>br</strong> />
3.2 Infiltração 3-3<<strong>br</strong> />
3.3 Porosidade total (η) 3-3<<strong>br</strong> />
3.4 Porosidade efetiva η e 3-3<<strong>br</strong> />
3.5 Grau de saturação (S) 3-3<<strong>br</strong> />
3.6 Definição gravimétrica da umidade (Φ) 3-3<<strong>br</strong> />
3.7 Definição volumétrica da umidade (Φ) 3-3<<strong>br</strong> />
3.8 Peso específico aparente seco (γ s ) 3-3<<strong>br</strong> />
3.9 Lei de Darcy 3-4<<strong>br</strong> />
3.10 Modelos para infiltração 3-5<<strong>br</strong> />
3-11 Método do SCS (Soil Conservation Service) 3-5<<strong>br</strong> />
3.12 Método de Horton 3-5<<strong>br</strong> />
3.13 Métodos para medir a infiltração 3-7<<strong>br</strong> />
3.14 Infiltrômetro de duplo anel 3-7<<strong>br</strong> />
3.15 Slug test 3-8<<strong>br</strong> />
3.16 Estimativas de taxas de infiltração 3-9<<strong>br</strong> />
3.17 Coeficiente de infiltração segundo NBR 7229/93 3-12<<strong>br</strong> />
3.18 Faixa de variação de areia e <strong>br</strong>itas 3-13<<strong>br</strong> />
3.19 Simulador de chvua 3.13<<strong>br</strong> />
3.20 Bibliografia e livros consultados 3.13<<strong>br</strong> />
13 páginas<<strong>br</strong> />
3-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 3 - Infiltração e condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
3.1 Introdução<<strong>br</strong> />
Vamos apresentar informações básicas so<strong>br</strong>e infiltração e condutividade hidráulica.<<strong>br</strong> />
3.2 Infiltração<<strong>br</strong> />
A infiltração é o processo pelo qual a água das chuvas, da neve derretida ou da irrigação penetra nas<<strong>br</strong> />
camadas superficiais do solo e se move para baixo em direção ao lençol d’água (Rawls, et al in Maidment,<<strong>br</strong> />
1993). A infiltração é um fenômeno <strong>com</strong>plexo, difícil de ser determinado <strong>com</strong> exatidão e que varia no tempo e<<strong>br</strong> />
no espaço.<<strong>br</strong> />
A infiltração também é chamada de exfiltração, nome este que não é muito usado.<<strong>br</strong> />
Parâmetros da infiltração<<strong>br</strong> />
Vamos definir alguns parâmetros importantes, tais <strong>com</strong>o: porosidade, grau de saturação e umidade.<<strong>br</strong> />
3.3 Porosidade total (η)<<strong>br</strong> />
É a relação entre o volume de vazios (V v ) e o volume da amostra (V).<<strong>br</strong> />
η= V v /V<<strong>br</strong> />
3.4 Porosidade efetiva η e<<strong>br</strong> />
η e = V d /V<<strong>br</strong> />
η e = porosidade efetiva, também chamado de Specific yield (Todd, 1980)<<strong>br</strong> />
V d = volume de água drenada por gravidade<<strong>br</strong> />
V= volume total<<strong>br</strong> />
A porosidade efetiva da mesma forma que a porosidade total é uma grandeza adimensional e pode<<strong>br</strong> />
ser expressa em porcentagem.<<strong>br</strong> />
A quantidade de água retida por unidade de volume do material é denominada de retenção especifica<<strong>br</strong> />
Re, também chamada de capacidade de campo, pelos profissionais que trabalham <strong>com</strong> irrigação, conforme<<strong>br</strong> />
Jaime Ca<strong>br</strong>al - Movimento de águas subterrâneas in Hidrogeologia, 1997. Uma mistura de areia e pedregulho<<strong>br</strong> />
apresenta porosidade total de 20% a 35%.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.1 - Porosidade típica de alguns materiais mais usados<<strong>br</strong> />
Material<<strong>br</strong> />
Porosidade<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Pedras <strong>br</strong>itadas (Blasted rock) 30<<strong>br</strong> />
Pedras <strong>br</strong>itadas uniformemente graduadas 40 (mais usado)<<strong>br</strong> />
Pedras graduadas maiores que ¾”(19mm) 30<<strong>br</strong> />
Areia 25<<strong>br</strong> />
Pedregulho 15 a 25<<strong>br</strong> />
Fonte: Urbonas, 1993<<strong>br</strong> />
3.5 Grau de saturação (S)<<strong>br</strong> />
É a relação entre o volume de água (Va) e o volume de vazios (V v ) de uma amostra.<<strong>br</strong> />
S= V a / V v<<strong>br</strong> />
3.6 Definição gravimétrica da umidade (Φ)<<strong>br</strong> />
É a relação entre o peso da água (W w ) e o peso da água mais o peso do solo (W t )<<strong>br</strong> />
Φ= W w /W t<<strong>br</strong> />
3.7 Definição volumétrica da umidade (Φ)<<strong>br</strong> />
É a relação entre o volume da água (W w ) e o volume da água mais o volume do solo (W t )<<strong>br</strong> />
Φ= W w / W t<<strong>br</strong> />
3.8 Peso específico aparente seco (γ s )<<strong>br</strong> />
É a relação entre o peso do solo seco (P s ) e o volume da amostra (V).<<strong>br</strong> />
γ s = P s /V<<strong>br</strong> />
3-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3.9 Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
Em 1856 estudando a permeabilidade na zona saturada, Henry Darcy concluiu que para um filtro de<<strong>br</strong> />
área (A) <strong>com</strong>primento (L), conforme a Figura (3.1) vale o seguinte:<<strong>br</strong> />
Q= K x A x (h 1 - h 2 )/L (Equação 3.1)<<strong>br</strong> />
Q= K x A x G (Equação 3.2)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão constante que passa pelo cilindro (m 3 /s; m 3 /dia);<<strong>br</strong> />
h 1 = carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e<<strong>br</strong> />
h 2 = carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e<<strong>br</strong> />
z 1 = cota do ponto P 1 (m)<<strong>br</strong> />
z 2 = cota do ponto P 2 (m)<<strong>br</strong> />
L= distância entre os piezômetros 1 e 2<<strong>br</strong> />
A= área da seção transversal do cilindro (m 2 )<<strong>br</strong> />
ΔH= variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/s; m/h; mm/h; m/dia)<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico= (h 1 -h 2 )/L<<strong>br</strong> />
Figura 3.1 - Esboço esquemático do dispositivo usado por Darcy<<strong>br</strong> />
Fonte: Hidrogeologia - conceitos e aplicações, 1996, p.3.<<strong>br</strong> />
A equação de Darcy só vale para regime laminar.<<strong>br</strong> />
Tabela 3. 2 - Condutividade hidráulica K em função do tipo de solo<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
mm/h<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
m/dia<<strong>br</strong> />
Areia 210,06 4,96<<strong>br</strong> />
Areia franca 61,21 1,45<<strong>br</strong> />
Franco arenoso 25,91 0,61<<strong>br</strong> />
Franco 13,21 0,31<<strong>br</strong> />
Franco siltoso 6,86 0,16<<strong>br</strong> />
Franco argilo arenoso 4,32 0,10<<strong>br</strong> />
Franco argiloso 2,29 0,05<<strong>br</strong> />
Franco argilo siltoso 1,52 0,04<<strong>br</strong> />
Argila arenosa 1,27 0,03<<strong>br</strong> />
Argila siltosa 1,02 0,02<<strong>br</strong> />
Argila 0,51 0,01<<strong>br</strong> />
Fonte: Febusson e Debo,1990 in Georgia Stormwater Manual, 2001<<strong>br</strong> />
3-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3.10 Modelos para infiltração<<strong>br</strong> />
Existem vários modelos de cálculo para a infiltração:<<strong>br</strong> />
• SCS<<strong>br</strong> />
• Horton<<strong>br</strong> />
• Green-Ampt<<strong>br</strong> />
• Phi-Index<<strong>br</strong> />
Iremos apresentar somente o método do SCS e Horton.<<strong>br</strong> />
3.11 Método do SCS (Soil Conservation Service)<<strong>br</strong> />
A infiltração será q = P – Q<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
q= infiltração (mm)<<strong>br</strong> />
P= precipitação (mm)<<strong>br</strong> />
Q= runoff ou escoamento superficial (mm)<<strong>br</strong> />
(P- 0,2S) 2<<strong>br</strong> />
Q= -------------- sendo P > 0,2 S<<strong>br</strong> />
(P+0,8S)<<strong>br</strong> />
S= 25400/ (CN – 254)<<strong>br</strong> />
A abstração inicial Ia, em milímetros<<strong>br</strong> />
Ia= 0,2 . S<<strong>br</strong> />
CN= número da curva que depende da cobertura, do tipo de solo e das condições antecedentes de<<strong>br</strong> />
umidade do solo.<<strong>br</strong> />
3.12 Método de Horton<<strong>br</strong> />
O método mais conhecido para o cálculo da infiltração segundo (Akan,1993) é o método de Horton<<strong>br</strong> />
apresentado em 1939 e 1940.<<strong>br</strong> />
Intuitivamente podemos dizer que a infiltração geralmente é maior no início e decai ao longo do<<strong>br</strong> />
processo até atingir um patamar constante. Horton, 1939,1940 formulou tal hipótese através de uma relação<<strong>br</strong> />
exponencial válida quando o potencial de vazão de infiltração é maior ou igual a precipitação.<<strong>br</strong> />
A relação proposta por Horton é a seguinte:<<strong>br</strong> />
f p = f f + (f 0 – f f ) e (-kt) (Equação 3.3)<<strong>br</strong> />
f p = taxa de infiltração no tempo t (cm/h).<<strong>br</strong> />
f f = taxa de infiltração mínima (cm/h)<<strong>br</strong> />
f 0 = taxa de infiltração inicial (cm/h)<<strong>br</strong> />
k= constante da exponencial (/h) Nota: deve ser obtido experimentalmente<<strong>br</strong> />
t= tempo médio do intervalo (h). Nota: a unidade de t deve ser <strong>com</strong>patível <strong>com</strong> a unidade de k<<strong>br</strong> />
Akan,1993 observa que em qualquer tempo t devemos ter:<<strong>br</strong> />
f = i se f p ≥ i (Equação 3.4)<<strong>br</strong> />
f= f p se f p < i (Equação 3.5)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
f= a taxa de infiltração no tempo (cm/h)<<strong>br</strong> />
i= a taxa de precipitação no tempo (cm/h)<<strong>br</strong> />
A Equação (3.3) é dimensionalmente homogênea e a unidade k é o inverso da unidade do tempo t.<<strong>br</strong> />
Os parâmetros f f , f 0 , k devem ser obtidos em campo.<<strong>br</strong> />
A capacidade de infiltração (f) varia <strong>com</strong> o tempo e vai decrescendo até uma taxa mínima f f que é<<strong>br</strong> />
aproximadamente a condutividade hidráulica da zona saturada que denominaremos de Ks, conforme Figura<<strong>br</strong> />
(3.2) que é menor que o valor de f 0 , devido ao ar que está no solo. Muitas vezes podemos supor que f f = Ks.<<strong>br</strong> />
Existe uma relação (Kr) entre a condutividade não saturada (K) <strong>com</strong> a condutividade saturada (Ks)<<strong>br</strong> />
Kr= K/Ks<<strong>br</strong> />
3-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
O valor da relação Kr varia de 0 a 1. Dados obtidos indicam que o valor da condutividade hidráulica<<strong>br</strong> />
não saturada varia de 0,4Ks a 0,6 Ks sendo a média de 0,5Ks (Bouwer, 1966 in Delleur, 1999).<<strong>br</strong> />
Figura 3.2 - Cenário típico durante a infiltração<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 1999.<<strong>br</strong> />
3.13 Métodos para medir a infiltração<<strong>br</strong> />
Os mais conhecidos são:<<strong>br</strong> />
• Infiltrômetro de duplo anel<<strong>br</strong> />
• Infiltrômetro<<strong>br</strong> />
• Método da ABNT<<strong>br</strong> />
• Simulador de chuva<<strong>br</strong> />
3.14 Infiltrômetro de duplo anel<<strong>br</strong> />
Figura 3.3- Infiltrômetro de duplo anel.<<strong>br</strong> />
Fonte: Villela e Mattos, 1975.<<strong>br</strong> />
Para se obter em campo os parâmetros da fórmula de Horton deve ser usado o infiltrômetro de duplo<<strong>br</strong> />
anel conforme Figura (3.3) e (3.4).<<strong>br</strong> />
Aconselha-se que seja feito um teste para cada 0,7km 2 , ou seja, 1 teste para cada 70ha, conforme<<strong>br</strong> />
Drenagem Urbana, 1986.<<strong>br</strong> />
3-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 3.4 - Infiltrômetro de duplo anel conectado <strong>com</strong> aparato que mantém constante o nível de água em cada<<strong>br</strong> />
anel.<<strong>br</strong> />
Fonte: Dingman, 2002.<<strong>br</strong> />
Wanielista, 1997 diz que o teste <strong>com</strong> infiltrômetro deve ser feito em área menor que 2.000m 2 e<<strong>br</strong> />
cuidados especiais devem ser feitos para que os mesmos sejam representativos.<<strong>br</strong> />
Conforme Martins e Paiva, 2001 o infiltrômetro de duplo anel consiste de dois anéis concêntricos, o de<<strong>br</strong> />
menor <strong>com</strong> 25cm de diâmetro e o maior <strong>com</strong> diâmetro de 50cm. Ambos <strong>com</strong> 30cm de altura. Devem ser<<strong>br</strong> />
instalados no solo <strong>com</strong> auxílio de marreta. Para isso, é necessário que as bordas inferiores dos anéis devem<<strong>br</strong> />
ser finas, cortadas em forma de bisel, para facilitar a penetração do solo causando a menor desestruturação<<strong>br</strong> />
possível.<<strong>br</strong> />
Coloca-se água, ao mesmo tempo, nos dois anéis e, <strong>com</strong> uma régua graduada a<strong>com</strong>panha-se a<<strong>br</strong> />
infiltração vertical do cilindro interno, em intervalos de 5, 10, 15, 20, 30, 45, 60, 90, 120min, etc, que devem<<strong>br</strong> />
ser diminuídos se a velocidade de infiltração da água no solo for muito alta.<<strong>br</strong> />
A lâmina d água no cilindro interno é maior que no cilindro externo. Isto se deve ao fato que a função<<strong>br</strong> />
do cilindro externo, é apenas a orientação das linhas de corrente.<<strong>br</strong> />
3.15 Infiltrômetro<<strong>br</strong> />
Uma maneira de quantificar a infiltração é através do Infiltrômetro da Figura (3.5) que consiste em um<<strong>br</strong> />
tubo de PV de diâmetro interno de 102mm e 4mm de espessura, <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento de 300mm, dentro do qual<<strong>br</strong> />
fica inserida amostra de solo indeformada do PET conforme Hirata et al, 2006.<<strong>br</strong> />
As amostras são obtidas pela cravação direta desses equipamentos no solo, coletando-se assim o<<strong>br</strong> />
material sem deformá-lo consideravelmente.<<strong>br</strong> />
Na sua extremidade inferior situa-se uma tampa afunilada (cap) receptora da água que atravessa o<<strong>br</strong> />
perfil do solo e o frasco amostrador, conectado ao PVC por uma mangueira de borracha, em direção ao qual<<strong>br</strong> />
se destina a água infiltrada. A amostra é sustentada por três hastes metálicas conforme Hirata et al, 2006.<<strong>br</strong> />
Figura 3-5 - Infiltrômetro<<strong>br</strong> />
3-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Hirata et al, 2006 concluíram que no aqüífero livre e raso do Parque Ecológico localizado no município<<strong>br</strong> />
de São Paulo, os valores da recarga representam em media 27% das precipitações ocorridas, sendo rápido o<<strong>br</strong> />
processo de recarga.<<strong>br</strong> />
Concluíram que a recarga é rápida embora haja diferença na estação seca e chuvosa<<strong>br</strong> />
3.16 Estimativas de taxas de infiltração<<strong>br</strong> />
O Manual de Drenagem Urbana de Denver re<strong>com</strong>enda em estudos preliminares que sejam usadas as<<strong>br</strong> />
taxas de infiltração da Tabela (3.3).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.3 - Estimativa de taxas de infiltração para estudos preliminares, re<strong>com</strong>endado pelo<<strong>br</strong> />
manual de drenagem urbana de Denver.<<strong>br</strong> />
Período de retorno da tormenta Primeira meia hora Segunda meia hora até o<<strong>br</strong> />
término da tormenta<<strong>br</strong> />
2 a 5 anos 25,4mm/h 12,7mm/h<<strong>br</strong> />
10 a 100 anos 12,7mm/h 12,7mm/h<<strong>br</strong> />
Fonte: Drenagem Urbana, 1986<<strong>br</strong> />
Rubem Porto, no livro de Drenagem Urbana, 1995 re<strong>com</strong>enda as seguintes estimativas dos<<strong>br</strong> />
parâmetros de Horton e que constam do software denominado ABC4 conforme Tabela (3.4).<<strong>br</strong> />
Parâmetros da<<strong>br</strong> />
fórmula de Horton<<strong>br</strong> />
Tabela 3.4 - Estimativa de parâmetros da fórmula de Horton<<strong>br</strong> />
Classificação hidrológica do solo segundo o Soil Conservation Service<<strong>br</strong> />
(SCS)<<strong>br</strong> />
Tipo A Tipo B Tipo C Tipo D<<strong>br</strong> />
(mm/h) (mm/h) (mm/h) (mm/h)<<strong>br</strong> />
f 0 250 200 130 80<<strong>br</strong> />
f f 25 13 7 3<<strong>br</strong> />
k 2 2 2 2<<strong>br</strong> />
Fonte: Porto, in Drenagem Urbana, 1995<<strong>br</strong> />
Segundo McCuen, 1997 o valor de f 0 é de 3 a 5 vezes o valor de f f e cita ainda que os valores de k<<strong>br</strong> />
variam de 1/h até 20/h, enquanto que Akan,1993 cita que os valores de k variam de 0,67/h até 49/h sendo<<strong>br</strong> />
que na ausência de dados deve ser usado 4,14/h, conforme sugestão de Hubber e Dickinson, 1988.<<strong>br</strong> />
Akan, 1993 re<strong>com</strong>enda que quando não se têm dados, pode-se estimá-los usando a Tabela (3.5).<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
Tabela 3.5- Estimativa da taxa de infiltração final de Horton<<strong>br</strong> />
Solo argiloso <strong>com</strong> areia, silte e húmus<<strong>br</strong> />
Solo arenoso argiloso<<strong>br</strong> />
Solo siltoso <strong>com</strong> areia, silte e húmus<<strong>br</strong> />
Solo arenoso<<strong>br</strong> />
Fonte: Akan,1993<<strong>br</strong> />
f f<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
0 a 1,27mm/h<<strong>br</strong> />
1,27mm/h a 3,81mm/h<<strong>br</strong> />
3,81mm/h a 7,62mm/h<<strong>br</strong> />
7,62mm/h a 11,43mm/h<<strong>br</strong> />
Para efeitos práticos Tucci e Gens, 1995 admitem <strong>com</strong>o valor mínimo de infiltração para plano de<<strong>br</strong> />
infiltração, ou seja, filter strip ou faixa de filtro gramada, o valor f=8mm/h, conforme Tabela (3.6).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.6 - Tabela de infiltração<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
Classificação do tipo de solo<<strong>br</strong> />
conforme SCS<<strong>br</strong> />
Infiltração mínima<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
Areia A 50 a 200<<strong>br</strong> />
Marga B 12,7 a 25<<strong>br</strong> />
Sedimento margoso C 3,8 a 6,3<<strong>br</strong> />
Argiloso D < 1,3<<strong>br</strong> />
Fonte: Tucci em Gens in Drenagem Urbana, 1995<<strong>br</strong> />
Conforme pesquisas feitas por Tucci e Gens, 1995 usando simulador de chuva, foi determinado o<<strong>br</strong> />
escoamento superficial de diferentes superfícies urbanas que estão na Tabela (3.7). Observar que um chão<<strong>br</strong> />
batido não é permeável <strong>com</strong>o costumeiramente se pensa e note-se que o escoamento superficial é maior no<<strong>br</strong> />
chão batido do que em blockets e paralelepípedo novo ou antigo.<<strong>br</strong> />
3-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Superfície<<strong>br</strong> />
Tabela 3.7 - Experimentos em superfícies urbanas de Genz, 1994.<<strong>br</strong> />
Declividade Coeficiente de Taxa de infiltração<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
escoamento<<strong>br</strong> />
final<<strong>br</strong> />
Precipitação<<strong>br</strong> />
simulada<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
C<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
Gramado 1 a 9 0,54 a 0,68 19 a 23 110 a 142<<strong>br</strong> />
Chão batido 1,3 0,92 a 0,95 110 a 120<<strong>br</strong> />
Paralelepípedo antigo 2 a 11 0,88 a 0,95 103 a 128<<strong>br</strong> />
Paralelepípedo novo 4 0,58 a 0,63 18 a 23 114 a 124<<strong>br</strong> />
Blockets 2 0,83 a 0,85 10 a 14 116 a 127<<strong>br</strong> />
Fonte: Tucci e Gens in Drenagem, 1995.<<strong>br</strong> />
O DNER no seu Manual de Drenagem mostra a Tabela (3.8).<<strong>br</strong> />
Tabela 3.8 – Coeficientes de condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
Material Granulométrica Condutividade Hidráulica<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
(cm) (cm/s) (mm/h) (m/s)<<strong>br</strong> />
Brita 5 7,5cm a 10cm 100 3600000 1<<strong>br</strong> />
Brita 4 5 a 7,5 60 2160000 0,6<<strong>br</strong> />
Brita 3 2,5 a 5 45 1620000 0,45<<strong>br</strong> />
Brita 2 2 a 2,5 25 900000 0,25<<strong>br</strong> />
Brita 1 1 a 2 15 540000 0,15<<strong>br</strong> />
Brita 0 0,5 a 1 5 180000 0,05<<strong>br</strong> />
Areia grossa 0,2 a 0,5 1 x 10 -1 3600 0,001<<strong>br</strong> />
Areia fina 0,005 a 0,04 1 x 10 -3 36 0,00001<<strong>br</strong> />
Silte 0,0005 a 0,005 1 x 10 -5 0,36 1E-07<<strong>br</strong> />
Argila Menor que 0,0005 1 x 10 -8 0,00036 1E-10<<strong>br</strong> />
Fonte: Manual de Drenagem do DNER, 1990<<strong>br</strong> />
O software HydroCAD apresenta a Tabela (3.9) para estimativa da condutividade hidráulica.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.9 - Condutividade hidráulica usada no programa HydroCAD 7.1<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
Condutividade hidráulica<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
Solo arenoso 21<<strong>br</strong> />
Solo margoso arenoso 6<<strong>br</strong> />
Solo arenoso margoso 3<<strong>br</strong> />
Solo margoso 1,3<<strong>br</strong> />
Solo argilo margoso 0,3<<strong>br</strong> />
Fonte: http://www.hydrocad.net/exfilt.htm.<<strong>br</strong> />
As normas alemãs e a CIRIA- Construction Industry Research and Information Association da<<strong>br</strong> />
Inglaterra apresentam a Tabela (3.10).<<strong>br</strong> />
3-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 3.10 - Sugestões para valores da condutividade hidráulica K (mm/h)<<strong>br</strong> />
Descrição do solo Normas alemãs Dados da CIRIA<<strong>br</strong> />
Mínimo (mm/h) Máximo (mm/h) Mínimo (mm/h) Máximo (mm/h)<<strong>br</strong> />
Pedregulhos grosso 33.000 100.000<<strong>br</strong> />
Média e fino<<strong>br</strong> />
3.600 18.000 10 1.000<<strong>br</strong> />
pedregulhos<<strong>br</strong> />
Pedregulho arenoso 1.000 10.000<<strong>br</strong> />
Areia grossa 1.000 3.000<<strong>br</strong> />
Areia média 200 1.000 0,1 100<<strong>br</strong> />
Areia fina 36 360<<strong>br</strong> />
Solo franco arenoso 0,01 1<<strong>br</strong> />
Solo silto arenoso 1 100<<strong>br</strong> />
Solo franco arenoso 0,005 0,05<<strong>br</strong> />
Silte 0,03 20 0,0005 0,05<<strong>br</strong> />
Solo siltoso 0,001 3,6<<strong>br</strong> />
Solo argiloso 0,0001 0,01 0,00005 0,005<<strong>br</strong> />
Fonte: Alan A. Smith and Tai D. Bui<<strong>br</strong> />
(*) CIRIA= Construction Industry Research and Information Association- Londres<<strong>br</strong> />
3.17 Coeficiente de infiltração segundo a NBR 7229/93.<<strong>br</strong> />
A NBR 7229/93 de “Construção e Instalação de Fossas sépticas e disposição dos efluentes finais”<<strong>br</strong> />
apresenta uma maneira prática de se estimar o coeficiente de infiltração em litros/m 2 /dia conforme Botelho,<<strong>br</strong> />
1998.<<strong>br</strong> />
O método a ser aplicado é o seguinte:<<strong>br</strong> />
• Na profundidade onde vai estar a vala de infiltração fazer três escavações <strong>com</strong> formato de uma<<strong>br</strong> />
caixa paralelepípedo de 30cm x 30cm x 30cm.<<strong>br</strong> />
• No dia anterior ao teste, encher as três caixas <strong>com</strong> água.<<strong>br</strong> />
• No dia do teste encher as três caixas <strong>com</strong> água e deixar secar.<<strong>br</strong> />
• Após secar, encher cada caixa <strong>com</strong> 15cm de água e medir o tempo que leva para abaixar o nível de<<strong>br</strong> />
água de 1cm.<<strong>br</strong> />
• Adotar o menor dos três tempos, que será o tempo padrão de infiltração do solo na profundidade<<strong>br</strong> />
considerada.<<strong>br</strong> />
• Com o tempo obtido entrar na Tabela (3.12) e achar o coeficiente de infiltração do solo.<<strong>br</strong> />
A Figura (3.7) mostra esquematicamente o paralelepípedo cujo lado é 30cm e o gráfico para se obter o<<strong>br</strong> />
coeficiente de infiltração conforme Tanaka, 1986.<<strong>br</strong> />
Podemos aproximadamente supor que f f = K= coeficiente de infiltração.<<strong>br</strong> />
3-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 3.7 - Gráfico para determinação do coeficiente de infiltração<<strong>br</strong> />
Fonte: Tanaka, 1986<<strong>br</strong> />
Tabela 3.12 - Coeficiente de infiltração em função do tempo em minutos<<strong>br</strong> />
Tempo de infiltração para rebaixamento de 1cm<<strong>br</strong> />
Coeficiente de infiltração<<strong>br</strong> />
(min)<<strong>br</strong> />
(litros/m 2 /dia ou mm/dia)<<strong>br</strong> />
22 22<<strong>br</strong> />
20 23<<strong>br</strong> />
18 24<<strong>br</strong> />
16 25<<strong>br</strong> />
14 27<<strong>br</strong> />
12 33<<strong>br</strong> />
10 40<<strong>br</strong> />
8 47<<strong>br</strong> />
6 57<<strong>br</strong> />
4 73<<strong>br</strong> />
2 100<<strong>br</strong> />
1 110<<strong>br</strong> />
0,5 130<<strong>br</strong> />
Fonte: Botelho, 1998<<strong>br</strong> />
Tabela 3.13 - Estimativa do coeficiente de infiltração de acordo <strong>com</strong> o tipo de solo local<<strong>br</strong> />
Constituição provável do solo<<strong>br</strong> />
Coeficiente de infiltração<<strong>br</strong> />
(litros/m 2 /dia ou mm/dia)<<strong>br</strong> />
Rochas, argilas <strong>com</strong>pactadas 90<<strong>br</strong> />
Fonte: Botelho, 1998<<strong>br</strong> />
Tanaka, 1986 mostra no seu livro de “Instalações Prediais hidráulicas e sanitárias” a Tabela (3.14).<<strong>br</strong> />
3-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 3- Infiltração e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
As re<strong>com</strong>endações da NBR 7229/93 é que o <strong>com</strong>primento das valas máximo seja de 30m e que o<<strong>br</strong> />
fundo das mesmas esteja, no mínimo, a 1,5m do lençol freático.<<strong>br</strong> />
3.18 Faixa de variação de areia e <strong>br</strong>itas.<<strong>br</strong> />
Tabela 3.14 - Faixa de variação de diâmetro dos grânulos das areias e <strong>br</strong>itas<<strong>br</strong> />
Material Tipo Variação do diâmetro<<strong>br</strong> />
(mm)<<strong>br</strong> />
Fina 0,075 a 0,42<<strong>br</strong> />
Areia<<strong>br</strong> />
Média 0,42 a 1,20<<strong>br</strong> />
Grossa 1,20 a 4,80<<strong>br</strong> />
nº 1 4,80 a 12,5<<strong>br</strong> />
nº 2 12,5 a 25<<strong>br</strong> />
Pedra <strong>br</strong>itada nº 3 25 a 50<<strong>br</strong> />
nº 4 50 a 76<<strong>br</strong> />
nº 5 76 a 100<<strong>br</strong> />
Fonte: Tanaka, 1986<<strong>br</strong> />
3.19 Simulador de chuva<<strong>br</strong> />
O simulador de chuva tradicional do Souza foi adotado pela Em<strong>br</strong>apa e é aplicado a áreas de 1m 2<<strong>br</strong> />
conforme Figura (3.8).<<strong>br</strong> />
De modo geral a taxa de infiltração obtida em infiltrômetros de duplo anel é 1,5 a 6 vezes maior que o<<strong>br</strong> />
obtido em simulador de chuva conforme Brandão, et al, 2006.<<strong>br</strong> />
Figura 3.8- Simulador de Chuva<<strong>br</strong> />
3.20 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
-HIRATA, RICARDO et al. Mecanismos de controle de recarga em aqüíferos sedimentares livres. Estudo na<<strong>br</strong> />
bacia hidrográfica do Alto Tietê, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, volume 11,<<strong>br</strong> />
número 3. ISSN 1414-381X, julho a setem<strong>br</strong>o de 2006.<<strong>br</strong> />
3-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 4<<strong>br</strong> />
Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Certo dia perguntei ao professor Camargo da Escola Politécnica, em 1962, porque ensinar aqueles<<strong>br</strong> />
teoremas de matemática que nunca iríamos usá-los na prática.<<strong>br</strong> />
Respondeu que o objetivo não eram os teoremas, e sim ensinar a lógica matemática.<<strong>br</strong> />
4-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sumário<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto Página<<strong>br</strong> />
Capítulo 4 - Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
4.1 Introdução 4-3<<strong>br</strong> />
4.2 Tubos perfurados 4-5<<strong>br</strong> />
4.3 Cálculo do número mínimo de furos do dreno longitudinal 4-7<<strong>br</strong> />
4.4 Material usado na drenagem 4-7<<strong>br</strong> />
4.5 Recarga <strong>com</strong> tubos perfurados 4-7<<strong>br</strong> />
4.6 Drenagem de pavimentos 4-11<<strong>br</strong> />
4.7 Determinação da espessura e da camada drenante conhecida a sua permeabilidade 4-11<<strong>br</strong> />
hidráulica<<strong>br</strong> />
4.8 Determinação da permeabilidade hidráulica necessária de camada drenante de<<strong>br</strong> />
4-12<<strong>br</strong> />
espessura pré-fixada.<<strong>br</strong> />
4.9 Tempo máximo de permanência das águas infiltradas na camada drenante 4-12<<strong>br</strong> />
4.10 Espaçamento das linhas dos drenos 4-12<<strong>br</strong> />
4.11 Comprimento crítico da tubulação 4-13<<strong>br</strong> />
4.12 Escoamento em aqüífero não confinado usando a hipótese de Dupuit 4-14<<strong>br</strong> />
4.12.1 Escoamento em aqüífero não confinado so<strong>br</strong>e área impermeável 4-14<<strong>br</strong> />
4.12.2 Escoamento em aqüífero não confinado so<strong>br</strong>e área impermeável <strong>com</strong> infiltração para 4-15<<strong>br</strong> />
recarga.<<strong>br</strong> />
4.13 Recarga devido a infiltração 4-18<<strong>br</strong> />
4.13.1 Infiltração para 5,00m de profundidade 4-18<<strong>br</strong> />
4.13.2 Infiltração para 1,50m de profundidade. 4-18<<strong>br</strong> />
4.14 Trincheira de exfiltração 4-20<<strong>br</strong> />
4.15 Recarga de bacias 4-23<<strong>br</strong> />
4.16 Método que usa a trincheira para deter pico de enchente. 4-28<<strong>br</strong> />
4.17 Routing - Método Modificado de Pulz 4-31<<strong>br</strong> />
4.18 Detalhes do projeto 4-34<<strong>br</strong> />
4.19 Descarga da exfiltração 4-34<<strong>br</strong> />
4.20 Volume de armazenamento 4-36<<strong>br</strong> />
4.21 Vazão infiltrada pela camada de pedra do tubo perfurado 4-37<<strong>br</strong> />
4.22 Custos 4-38<<strong>br</strong> />
39 páginas<<strong>br</strong> />
4-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
4.1 Introdução<<strong>br</strong> />
O dreno cego ou dreno francês é aquele que não tem tubos, isto é, o escoamento se dá somente<<strong>br</strong> />
através do material drenante conforme Figura (4.1) a (4.4).<<strong>br</strong> />
O objetivo é rebaixar o lençol freático ou remover as águas pluviais infiltradas. É construído de pedras<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>itadas envoltas em bidim, de maneira que o transporte se faz através dos agregados.<<strong>br</strong> />
Existe ainda o dreno <strong>com</strong> tubo perfurado que garante a drenagem em caso de entupimento do fluxo<<strong>br</strong> />
nas pedras <strong>br</strong>itadas e é aconselhável que a declividade seja maior ou igual a 1%.<<strong>br</strong> />
A permeabilidade do bidim deve ser no mínimo 10 vezes maior que a do solo vizinho para permitir a<<strong>br</strong> />
drenagem.<<strong>br</strong> />
Para o cálculo é usada a Lei de Darcy:<<strong>br</strong> />
(Q/L)= K x G x A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q/L= vazão de percolação no solo por metro de trincheira (m 3 /dia/m)<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico ∆H/L= S=declividade do dreno (m/m). Nota: aproximadamente<<strong>br</strong> />
A= área da seção transversal (seção normal ao fluxo) (m 2 /m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia)<<strong>br</strong> />
Figura 4.1- Dreno Francês ou camada drenante. Corte transversal de estrada de rodagem mostrando a<<strong>br</strong> />
camada drenante entre o revestimento e a base. A água infiltrada é coletada por um tubo dreno<<strong>br</strong> />
transversa, mas na camada drenante, ou seja, no dreno francês não tem tubo.<<strong>br</strong> />
Fonte: DNER, 1990<<strong>br</strong> />
Figura 4.2- Camada drenante (dreno Francês). Observar que não tem tubos.<<strong>br</strong> />
Fonte: DNER, 1990<<strong>br</strong> />
4-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.3 - Dreno Francês. O tubo é colocado <strong>com</strong>o fator de segurança.<<strong>br</strong> />
Fonte: Wanielista , 1997<<strong>br</strong> />
Figura 4.4 - A água do solo entra pelos furos do tubo que a conduz para outro local<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.1<<strong>br</strong> />
Calcular o dreno francês <strong>com</strong> 1,20m de largura por 0,90 de altura da seção transversal, sendo a descarga<<strong>br</strong> />
necessária de 600m 3 /dia de 30m de dreno. A declividade S= 0,01m/m. Qual deve ser a permeabilidade dos<<strong>br</strong> />
agregados para uma drenagem apropriada?<<strong>br</strong> />
L= 30m <strong>com</strong>primento do dreno.<<strong>br</strong> />
Q/L= 600m 3 / 30m= 20m 3 /dia/m<<strong>br</strong> />
G= S= 0,01m/m (declividade)<<strong>br</strong> />
A= 1,20m x 0,90m= 1,08m 2 (seção transversal)<<strong>br</strong> />
Q/L= K x G x A<<strong>br</strong> />
20m 3 /dia/m= K x 0,01m/m x 1,08m 2<<strong>br</strong> />
K= 1852m/dia= 2,14 cm/s<<strong>br</strong> />
Escolhe-se um agregado, conforme Figura (4.11) que tenha mais de 2,14cm/s.<<strong>br</strong> />
4-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.2 Tubos perfurados<<strong>br</strong> />
Os perfurados podem ser dos seguintes materiais: concreto, cerâmicos, plásticos ou metal.<<strong>br</strong> />
Os tubos perfurados de concreto ou cerâmica deverão satisfazer as exigências da ABNT e os tubos<<strong>br</strong> />
de plásticos deverão atender as normas da ABNT NBR-7367/88 NB-281 e NBR-7362/99 e no caso de tubos<<strong>br</strong> />
metálicos ABNT NBR-8161/83 PB-77.<<strong>br</strong> />
Os diâmetros dos tubos variam de 10cm a 25cm, sendo que no caso de materiais plásticos flexíveis<<strong>br</strong> />
corrugados os mesmos são da ordem de 5cm a 20cm conforme DNER, 1990.<<strong>br</strong> />
Os furos dos tubos de concreto podem variar de 6mm a 10mm, enquanto que os furos dos materiais<<strong>br</strong> />
plásticos flexíveis corrugados, possuem ranhuras que vão de 0,6mm a 10mm.<<strong>br</strong> />
No caso em que haja posição dos furos, os mesmos deverão ser colocados para cima, e isto exige<<strong>br</strong> />
que na base da vala do dreno, seja instalado material impermeável até a altura dos furos iniciais. Nas outras<<strong>br</strong> />
condições deve-se colocar um colchão filtrante no fundo da vala.<<strong>br</strong> />
No caso de tubos plásticos corrugados flexíveis, por serem totalmente ranhurados, não há<<strong>br</strong> />
necessidade de direcionar as aberturas de entrada de água, conforme DNER, 1990.<<strong>br</strong> />
Figura 4.5 - Tubo perfurado para drenagem da marca Tigre <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento de 6m e diâmetros de 100mm e<<strong>br</strong> />
150mm<<strong>br</strong> />
Figura 4.6 - Vista lateral do tubo perfurado para drenagem da marca Tigre <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento de 6m e diâmetros de<<strong>br</strong> />
100mm e 150mm. Notar as ranhuras.<<strong>br</strong> />
4-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.7 - Vista lateral do tubo Tigre tubos para drenagem drenoflex 65mm e 110mm<<strong>br</strong> />
Figura 4.8 - Tubo de metal corrugado <strong>com</strong> furos em todas as direções<<strong>br</strong> />
A perfuração dos tubos perfurados de polietileno (PE) obedece a algumas diretivas gerais.<<strong>br</strong> />
Diâmetro do tubo<<strong>br</strong> />
Tabela 4.1 - Perfuração dos tubos de polietileno PE<<strong>br</strong> />
Área dos furos Diâmetro da Largura da<<strong>br</strong> />
por cm 2 /m perfuração<<strong>br</strong> />
ranhura<<strong>br</strong> />
circular<<strong>br</strong> />
retangular<<strong>br</strong> />
Comprimento<<strong>br</strong> />
máximo da<<strong>br</strong> />
ranhura<<strong>br</strong> />
100mm a 250mm 31 cm 2 /m 4,76mm 3,18mm 64mm<<strong>br</strong> />
300mm a 450mm 42 cm 2 /m 9,53mm 3,18mm 77mm<<strong>br</strong> />
> 450mm 42 cm 2 /m 9,53mm 3,18mm 77mm<<strong>br</strong> />
Fonte: CPPA- Corrugated polyethylene pipe association, 1998<<strong>br</strong> />
4.3 Cálculo do número mínimo de furos do dreno longitudinal<<strong>br</strong> />
4-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
A descarga a ser drenada por metro linear de dreno longitudinal será a correspondente a descarga de<<strong>br</strong> />
1,0m da base drenante, conforme DNER, 2000.<<strong>br</strong> />
Q= Cd x A x N x (2 x g x h) 0,5<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= descarga (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Cd= coeficiente de vazão = 0,61<<strong>br</strong> />
A= área de cada orifício (m 2 )<<strong>br</strong> />
N= número de furos<<strong>br</strong> />
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s 2<<strong>br</strong> />
h= a carga so<strong>br</strong>e cada orifício suposta em média de 0,10m<<strong>br</strong> />
Q= Cd x A x N x (2 x g x h) 0,5 Q= 0,61 x A x N x (2 x 9,81 x 0,10) 0,5<<strong>br</strong> />
N=Q/ (0,85 x A)<<strong>br</strong> />
O DNER, 1990 re<strong>com</strong>enda que os diâmetros dos furos sejam de 0,60mm a 10mm, dependendo do<<strong>br</strong> />
diâmetro da <strong>br</strong>ita que envolver o tubo.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.2<<strong>br</strong> />
Calcular o número de furos por metro linear de um dreno <strong>com</strong> diâmetro de furo de 10mm e vazão por metro<<strong>br</strong> />
linear de 50m 3 /dia.<<strong>br</strong> />
Q= 50m 3 /dia= 50/ 86400s= 0,000579m 3 /s<<strong>br</strong> />
A= π x D 2 / 4 = 3,1416 x (0,01 2 ) / 4= 0,0000785m 2<<strong>br</strong> />
N= Q/ (0,85 x A)<<strong>br</strong> />
N= 0,000579/ (0,85 x 0,0000785)= 9 furos de 10mm de diâmetro cada.<<strong>br</strong> />
4.4 Material usado na drenagem<<strong>br</strong> />
Os materiais usados nas bases drenantes são os agregados de rocha sadia, <strong>br</strong>itados ou não.<<strong>br</strong> />
Sendo DNER, 1990, as faixas usadas exigem um afastamento relativamente pequeno entre os<<strong>br</strong> />
tamanhos máximos e mínimos, por exemplo: 1 ¼” à ¾”, 3/8” à 1/8”, etc de modo a manter a permeabilidade<<strong>br</strong> />
elevada.<<strong>br</strong> />
Ainda segundo o DNER, 1990 a experiência tem re<strong>com</strong>endado algumas curvas para agregados de<<strong>br</strong> />
graduação que estão na Figura (4.11).<<strong>br</strong> />
Neste desenho, verifica-se que as cincos granulometrias re<strong>com</strong>endadas se situam entre os diâmetros<<strong>br</strong> />
de 1 ½” e 1”, 1 ½” e peneira nº 4, ¾” e 3/8”, 3/8” e peneira nº 4 e peneira nº 4 e peneira nº 8.<<strong>br</strong> />
O Federal Highway Administration re<strong>com</strong>enda que o tamanho mínimo do material a ser usado nas<<strong>br</strong> />
bases drenantes seja o da peneira n٥ 4.<<strong>br</strong> />
Tabela 4.2 Peneira e porcentagem que passa pela mesma<<strong>br</strong> />
Tamanho das peneiras conforme os padrões<<strong>br</strong> />
Porcentagem do que passa<<strong>br</strong> />
americanos<<strong>br</strong> />
½” 100%<<strong>br</strong> />
3/8” 95%<<strong>br</strong> />
#4 35%<<strong>br</strong> />
#8 15%<<strong>br</strong> />
#16 10%<<strong>br</strong> />
#30 3%<<strong>br</strong> />
Fonte: Estado de New Jersey, 2004<<strong>br</strong> />
4-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.5 Recarga <strong>com</strong> tubos perfurados (exfiltração)<<strong>br</strong> />
Quando queremos fazer a recarga <strong>com</strong> tubos perfurados temos, que observar que o lençol freático<<strong>br</strong> />
esteja no mínimo a 1,20m abaixo da geratriz inferior, para que seja feita a infiltração propriamente dita.<<strong>br</strong> />
Notar que o diâmetro dos furos será um fator limitante, pois, quanto menor for os diâmetros dos furos<<strong>br</strong> />
e sua quantidade, menor será a vazão. Um outro fator limitante é o coeficiente de condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
(mm/h).<<strong>br</strong> />
Figura 4.9- Tubo perfurado usado para recarga do lençol freático. Observar o nível do lençol freático e o nível do grade<<strong>br</strong> />
existente.<<strong>br</strong> />
Para um furo do tubo que conduz as águas pluviais, a vazão Qp é calculada pela equação do orifício:<<strong>br</strong> />
Qd= Cd x A (2 x g x H) 0,5<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Qd= vazão para um furo (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Cd= coeficiente de descarga = 0,60<<strong>br</strong> />
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s 2<<strong>br</strong> />
H= altura da água acima da perfuração (m)<<strong>br</strong> />
Na prática a vazão em cada furo varia segundo a altura do nível de água pluvial dentro do tubo. Para<<strong>br</strong> />
isto existe um exemplo conforme Figura (4.10).<<strong>br</strong> />
4-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.10 Vazão em função da altura da água no tubo de 300mm. Observar que há uma equação polinomial.<<strong>br</strong> />
Fonte: Technical notes 2.195 de janeiro de 2004- ADS http://www.ads-pipe.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 4.3<<strong>br</strong> />
Um tubo perfurado funcionando à seção plena conduzindo águas pluviais tem diâmetro de 300mm <strong>com</strong> 120<<strong>br</strong> />
buracos/m de 9,525mm (0,009525m) <strong>com</strong> área total de 0,008546m 2 /m.<<strong>br</strong> />
H=0,30m (altura do tubo)<<strong>br</strong> />
D= diâmetro do furo= 0,009525m<<strong>br</strong> />
A= π x D 2 /4=(3,14x0,009525 2 /4= 0,0000712m 2<<strong>br</strong> />
Qd= Cd x A (2 x g x H) 0,5 =0,60 x 0,0000712 (2 x 9,81 x 0,30) 0,5 = 0,0001036m 3 /s<<strong>br</strong> />
Sendo Qd a vazão que sai por um furo e para 120 tubos teremos:<<strong>br</strong> />
Qd= 120tubos x 0,0001036m 3 /s=0,01244m 3 /s<<strong>br</strong> />
Lei de Darcy<<strong>br</strong> />
A vazão Qs pela lei de Darcy é a seguinte:<<strong>br</strong> />
Qs= K x G x A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Qs= vazão de percolação no solo (m 3 /s/m)<<strong>br</strong> />
G= gradiente hidráulico ∆H/L (m/m)<<strong>br</strong> />
A= soma das áreas das perfurações (m 2 /m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/s). A Tabela (4.3) e (4.5) apresentam sugestões de valores de K.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.4<<strong>br</strong> />
Calcular a vazão de percolação no solo quando a condutividade hidráulica K=1000m/dia=0,01157m/s=<<strong>br</strong> />
42mm/h.<<strong>br</strong> />
G= ∆H/L= 1,20m/0,90=1,33<<strong>br</strong> />
A= 120 tubos x 0,0000712m 2 =0,008544m 2 Qs= K x G x A<<strong>br</strong> />
Qs= 0,011575m/s x 1,33 x 0,008544m 2 =0,000132m 3 /s/m<<strong>br</strong> />
Observar que a vazão que passa pelos furos é bem maior que a vazão de percolação, isto é, Qp>>Qs<<strong>br</strong> />
daí se concluir que a vazão que irá pelo solo é muito menor da vazão que sai pelos furos do tubo de águas<<strong>br</strong> />
pluviais. Isto mostra que para este caso o fator determinante é a capacidade de infiltração no solo<<strong>br</strong> />
4-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 4.3- Sugestão de valores da condutividade hidráulica K (mm/h)<<strong>br</strong> />
Descrição do solo Normas alemãs Dados da CIRIA<<strong>br</strong> />
Mínimo (mm/h) Máximo (mm/h) Mínimo (mm/h) Máximo (mm/h)<<strong>br</strong> />
Pedregulhos<<strong>br</strong> />
36.000 100.000<<strong>br</strong> />
grosso<<strong>br</strong> />
Media e fino<<strong>br</strong> />
3.600 18.000 10 1.000<<strong>br</strong> />
pedregulhos<<strong>br</strong> />
Pedregulho<<strong>br</strong> />
1.000 10.000<<strong>br</strong> />
arenoso<<strong>br</strong> />
Areia grossa 1.000 6.000<<strong>br</strong> />
Areia media 200 1.000 0,1 100<<strong>br</strong> />
Areia fina 36 360<<strong>br</strong> />
Solo franco<<strong>br</strong> />
arenoso<<strong>br</strong> />
Solo silto arenoso 1 100<<strong>br</strong> />
Solo franco<<strong>br</strong> />
arenoso<<strong>br</strong> />
0,01 1<<strong>br</strong> />
0,005 0,05<<strong>br</strong> />
Silte 0,03 20 0,0005 0,05<<strong>br</strong> />
Solo siltoso 0,001 3,6<<strong>br</strong> />
Solo argiloso 0,0001 0,01 0,00005 0,005<<strong>br</strong> />
Fonte: Alan A. Smith and Tai D. Bui<<strong>br</strong> />
Tabela 4.4- Condutividade hidráulica usada no programa HydroCAD 7.1<<strong>br</strong> />
Tipo de solo<<strong>br</strong> />
Condutividade hidráulica<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
Solo arenoso 21<<strong>br</strong> />
Solo franco arenoso 6<<strong>br</strong> />
Solo franco 1,3<<strong>br</strong> />
Solo franco argiloso 0,3<<strong>br</strong> />
Fonte: adaptado de http://www.hydrocad.net/exfilt.htm.<<strong>br</strong> />
Cedergren e seus colegas in Chin 2000, sugerem que os agregados em volta de um tubo tenham no<<strong>br</strong> />
minimo K=4000m/dia=4,6cm/s que é adequado para qualquer trincheira de infiltração.<<strong>br</strong> />
4-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.11- Permeabilidade segundo US Standard<<strong>br</strong> />
Fonte: Manual de Drenagem do DNER, 1990<<strong>br</strong> />
4-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
O DNER, 1990 utiliza a Tabela (4.5) para se achar os agregados, sendo o mais usado a<<strong>br</strong> />
condutividade hidráulica de K=2,1cm/s (agregados menores) a K=42cm/s (agregados maiores).<<strong>br</strong> />
Tabela 4.5 – Coeficientes de condutividade hidráulica K<<strong>br</strong> />
Material Granulométrica Condutividade Hidráulica<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
(cm) (cm/s) (mm/h) (m/s)<<strong>br</strong> />
Brita 5 7,5cm a 10cm 100 3600000 1<<strong>br</strong> />
Brita 4 5 a 7,5 60 2160000 0,6<<strong>br</strong> />
Brita 3 2,5 a 5 45 1620000 0,45<<strong>br</strong> />
Brita 2 2 a 2,5 25 900000 0,25<<strong>br</strong> />
Brita 1 1 a 2 15 540000 0,15<<strong>br</strong> />
Brita 0 0,5 a 1 5 180000 0,05<<strong>br</strong> />
Areia grossa 0,2 a 0,5 1 x 10 -1 3600 0,001<<strong>br</strong> />
Areia fina 0,005 a 0,04 1 x 10 -3 36 0,00001<<strong>br</strong> />
Silte 0,0005 a 0,005 1 x 10 -5 0,36 1E-07<<strong>br</strong> />
Argila Menor que 0,0005 1 x 10 -8 0,00036 1E-10<<strong>br</strong> />
Fonte: Manual de Drenagem do DNER, 1990<<strong>br</strong> />
4.6 Drenagem de pavimentos<<strong>br</strong> />
O DNER, 1990 apresenta modelo de cálculo de drenagem de pavimento em áreas onde a<<strong>br</strong> />
precipitação média anual é maior que 1500mm ou em estradas que passem por dia mais de 500 veículos<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>erciais.<<strong>br</strong> />
Os valores empregados em infiltração em pavimentos asfálticos são os seguintes:<<strong>br</strong> />
Tabela 4.6- Taxas de infiltração para a camada de revestimento<<strong>br</strong> />
Tipo da camada de revestimento<<strong>br</strong> />
Valores da taxa de infiltração<<strong>br</strong> />
(adimensional)<<strong>br</strong> />
Revestimento de concreto betuminoso 0,33 a 0,50<<strong>br</strong> />
Revestimento de concreto de cimento 0,50 a 0,67<<strong>br</strong> />
Chuva de projetos: Tr= 1ano e chuva de duração de 1hora.<<strong>br</strong> />
Tempo máximo de permanência das águas nas camadas do pavimento= 1hora<<strong>br</strong> />
Quantidade de chuva a escoar<<strong>br</strong> />
Considera-se uma faixa de 1m de largura de asfalto e C= taxa de infiltração.<<strong>br</strong> />
I= intensidade da chuva (mm/h)<<strong>br</strong> />
D= <strong>com</strong>primento da faixa <strong>com</strong> largura de 1,00m (m)<<strong>br</strong> />
C= taxa de infiltração (adimensional)<<strong>br</strong> />
Q= vazão que escoa vindo da superfície por ocasião de chuva (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Q=C x I x D x 24 /1000<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.5<<strong>br</strong> />
Calcular a vazão em m 3 /dia de um dreno cego de um pavimento <strong>com</strong> taxa de infiltração C=0,33 <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>primento D=10m<<strong>br</strong> />
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h<<strong>br</strong> />
Q=CxIx Dx 24 /1000<<strong>br</strong> />
Q= 0,33 x 39,3mm x 10m x 24h / 1000= 3,1m 3 /dia<<strong>br</strong> />
4-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.7 Determinação da espessura “e” da camada drenante conhecida a sua permeabilidade hidráulica.<<strong>br</strong> />
Dando <strong>com</strong>o conhecida a permeabilidade hidráulica K a espessura “e” é fornecida pela Equação.<<strong>br</strong> />
e= (C x I x D x 24 ) / (1000 x K x S)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
e= espessura da camada drenante (m)<<strong>br</strong> />
C= coeficiente de infiltração (adimensional)<<strong>br</strong> />
I= intensidade da chuva (mm/h)<<strong>br</strong> />
D= <strong>com</strong>primento da faixa de 1m de largura (m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica da camada de pedra <strong>br</strong>itada adotada (mm/h)<<strong>br</strong> />
S= declividade (m/m) do dreno cego ou dreno francês, sendo no minimo de 1%.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.6<<strong>br</strong> />
Calcular a espessura e da camada drenante de um dreno cego de um pavimento <strong>com</strong> taxa de infiltração<<strong>br</strong> />
C=0,33 <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento D=10m, espessura e= 0,20m e declividade S=0,01m/m <strong>com</strong> K= 2500mm/h.<<strong>br</strong> />
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h<<strong>br</strong> />
e= (C x I x D x 24 ) / (1000 x K x S)<<strong>br</strong> />
e= (0,33 x 39,3 x 10 x 24 ) / (1000 x 2500 x0,01)= 0,12m<<strong>br</strong> />
4.8 Determinação da permeabilidade hidráulica necessária de camada drenante de espessura préfixada.<<strong>br</strong> />
K= (C x I x D x 24 ) / (1000 x e x S)<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.7<<strong>br</strong> />
Calcular a condutividade hidráulica K de um dreno cego de um pavimento <strong>com</strong> taxa de infiltração C=0,33 <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>primento D=10m, espessura e= 0,20m e declividade S=0,01m/m.<<strong>br</strong> />
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h<<strong>br</strong> />
K= (C x I x D x 24 ) / (1000 x e x S)<<strong>br</strong> />
K= (0,33 x 39,3 x 10 x 24 ) / (1000 x 0,20 x 0,01)= 1556mm/h<<strong>br</strong> />
4.9 Tempo máximo de permanência das águas infiltradas na camada drenante<<strong>br</strong> />
V= ( K x S) / (ne x 1000)<<strong>br</strong> />
Tempo de permanência = Comprimento do dreno/ (V x 3600)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= velocidade de percolação (m/h)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (mm/h)<<strong>br</strong> />
S= declividade do dreno (m/m)<<strong>br</strong> />
ne= porosidade efetiva do material usado (adimensional)<<strong>br</strong> />
Tempo de permanência em horas.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.8<<strong>br</strong> />
Calcular a velocidade de percolação de um dreno cego <strong>com</strong> K=75600mm/h =2,1cm/s, declividade S=<<strong>br</strong> />
0,01m/m e ne=0,40 <strong>com</strong> dreno de 15m de <strong>com</strong>primento.<<strong>br</strong> />
V= ( K x S) / (ne x 1000 )<<strong>br</strong> />
V= ( 75600x0,01) / (0,40 x 1000 ) = 1,89m/h<<strong>br</strong> />
Tempo de permanência = Comprimento do dreno/ V<<strong>br</strong> />
Tempo de permanência = 15/ 1,89=8h<<strong>br</strong> />
4.10 Espaçamento das linhas dos drenos<<strong>br</strong> />
Existem ocasiões em que é necessário rebaixar o lençol freático de 1,5m a 2,0m e para isto os drenos<<strong>br</strong> />
tem que ser construídos em paralelo a uma certa distância. Conforme estudos do DNER, 1990 o<<strong>br</strong> />
espaçamento entre as linhas de tubulações de dreno é dado pela Equação:<<strong>br</strong> />
E= 2 x h ( K /q ) 0,5<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
E= espaçamento entre as linhas de dreno (m).<<strong>br</strong> />
4-13
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
H= altura do lençol freático acima da linha dos drenos (m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica do solo (m/s)<<strong>br</strong> />
q= contribuição da infiltração por m 2 de área sujeita à precipitação (m 3 /s/m 2 )<<strong>br</strong> />
Figura 4.12- Espaçamento entre os drenos<<strong>br</strong> />
Fonte: DNER, 1990<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.9<<strong>br</strong> />
Calcular o espaçamento entre as tubulações de linha de dreno para rebaixar um lençol freático <strong>com</strong> altura<<strong>br</strong> />
h=2,00m, e condutividade hidráulica do solo K= 50mm/h=0,0000139m/s<<strong>br</strong> />
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h.<<strong>br</strong> />
q= C x I x A = 0,50 x (39,3/1000) /3600 x 1m 2 = 0,0000055m 3 /s/m 2<<strong>br</strong> />
E= 2 x h ( K /q ) 0,5<<strong>br</strong> />
E= 2 x 2,0 ( 0,0000139 /0,0000055 ) 0,5 = 6,35m<<strong>br</strong> />
Portanto, as linhas de dreno deverão ficar espaçadas de 6,35m.<<strong>br</strong> />
4.11 Comprimento crítico da tubulação<<strong>br</strong> />
Os drenos são construídos espaçados um do outro do espaçamento “E” e a água infiltrada no solo vai<<strong>br</strong> />
para o tubo dreno que tem declividade mínima de 1%.<<strong>br</strong> />
Calcula-se a contribuição que o dreno recebe por metro linear Qm que será:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
k= coeficiente de segurança = 2<<strong>br</strong> />
O <strong>com</strong>primento crítico Lc será:<<strong>br</strong> />
Qm= q x E x k<<strong>br</strong> />
Lc= Q / Qm<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão máxima (m 3 /s) admitida<<strong>br</strong> />
Usa-se a Equação de Manning para qualquer seção o valor da vazão Q.<<strong>br</strong> />
V= (1/n) x R (2/3) x S 0,5<<strong>br</strong> />
Q= V x A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= velocidade média (m/s)<<strong>br</strong> />
R= raio hidráulico (m)<<strong>br</strong> />
S= declividade do dreno (m/m)<<strong>br</strong> />
Q= vazão (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
A= área molhada (m 2 )<<strong>br</strong> />
Área molhada (m 2 )<<strong>br</strong> />
R = --------------------------------<<strong>br</strong> />
Perímetro molhado (m)<<strong>br</strong> />
Para tubo de seção circular a vazão plena Q será:<<strong>br</strong> />
Q= 0,312 x D 8/3 x S 0,5 / n<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
n= coeficiente de rugosidade de Manning. n=0,015 para concreto<<strong>br</strong> />
4-14
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
S= declividade da tubulação (m/m)<<strong>br</strong> />
D= diâmetro do tubo (m)<<strong>br</strong> />
Q= vazão na tubulação (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Tabela 4.7- Vazões a seção plena de tubos de concreto de 5cm a 45cm e para declividades de<<strong>br</strong> />
0,005m/m a 0,05m/m conforme Equação de Manning.<<strong>br</strong> />
Diâmetro da tubulação<<strong>br</strong> />
Vazão a seção plena (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m<<strong>br</strong> />
cm m 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05<<strong>br</strong> />
5 0,05 0,000 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,002<<strong>br</strong> />
10 0,10 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,008 0,009 0,010 0,010<<strong>br</strong> />
15 0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,028 0,030<<strong>br</strong> />
20 0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,060 0,064<<strong>br</strong> />
25 0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,109 0,115<<strong>br</strong> />
30 0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,178 0,188<<strong>br</strong> />
35 0,35 0,089 0,127 0,155 0,179 0,200 0,219 0,237 0,253 0,268 0,283<<strong>br</strong> />
40 0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,383 0,404<<strong>br</strong> />
45 0,45 0,175 0,247 0,303 0,350 0,391 0,428 0,463 0,495 0,525 0,553<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.10<<strong>br</strong> />
Calcular o <strong>com</strong>primento crítico Lc sendo q= 0,00001m 3 /s/m 2 a vazão de entrada das águas de chuva, sendo<<strong>br</strong> />
o espaçamento entre as tubulações de drenagem E=7,00m e k=2.<<strong>br</strong> />
A vazão média Qm será:<<strong>br</strong> />
Qm= q x E x k<<strong>br</strong> />
Qm= 0,00001 x 7 x 2=0,00014m 3 /s/m<<strong>br</strong> />
O <strong>com</strong>primento crítico Lc será:<<strong>br</strong> />
Lc= Q / Qm<<strong>br</strong> />
Escolhendo conforme Tabela (4.7) a declividade mínima de 1% e diâmetro de 0,10m a vazão a seção<<strong>br</strong> />
plena é 0,004m 3 /s.<<strong>br</strong> />
Lc= 0,004 / 0,00014= 28,6m<<strong>br</strong> />
Portanto, o <strong>com</strong>primento crítico é 28,6m. Caso o <strong>com</strong>primento seja maior que o crítico, pode-se<<strong>br</strong> />
aumentar o diâmetro da tubulação ou diminuir o espaçamento entre os drenos.<<strong>br</strong> />
4.12 Escoamento em aqüífero não confinado usando a hipótese de Dupuit<<strong>br</strong> />
O engenheiro francês A. J. E. J. Dupuit formulou em 1863 as equações básicas do escoamento<<strong>br</strong> />
baseado em algumas hipóteses.<<strong>br</strong> />
Mais tarde em 1930 Forchheimer as utilizou e as hipóteses são conhecidas <strong>com</strong>o de Dupuit-<<strong>br</strong> />
Forchheimer, que dão resultados satisfatórios em aqüíferos não confinados e rasos em que a declividade da<<strong>br</strong> />
superfície livre é pequena.<<strong>br</strong> />
As hipóteses de Dupuit são muito úteis em diversos problemas e são as seguintes:<<strong>br</strong> />
1.O gradiente hidráulico é igual a declividade do lençol freático<<strong>br</strong> />
2. Para pequenos gradientes dos lençóis freáticos as linhas são horizontais e as linhas equipotenciais são<<strong>br</strong> />
verticais.<<strong>br</strong> />
4.12.1 Escoamento em aqüífero não confinado so<strong>br</strong>e área impermeável<<strong>br</strong> />
Em Delleur, 1999 aplicando a hipótese de Dupuit e a equação de Darcy conforme Figura (4.13)<<strong>br</strong> />
chegou-se a conclusão que:<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
K .( h 1 – h 2 2 ) = Re. L 2<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Re=q= taxa de recarga por unidade de largura (m 2 /dia)<<strong>br</strong> />
4-15
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
h 1 = altura da origem (m)<<strong>br</strong> />
h 2 = altura (m)<<strong>br</strong> />
h= altura da vala (m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento (m)<<strong>br</strong> />
E= espaçamento entre dois drenos (m)<<strong>br</strong> />
L= E/2<<strong>br</strong> />
Fazendo as substituições temos:<<strong>br</strong> />
E= 2h (K/q) 0,5<<strong>br</strong> />
Que é a Equação usada pelo DNER, 1990.<<strong>br</strong> />
Figura 4.13- Escoamento em aqüífero não confinado so<strong>br</strong>e uma área impermeável<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 2002<<strong>br</strong> />
4.12.2 Escoamento em aqüífero não confinado so<strong>br</strong>e área impermeável <strong>com</strong> infiltração para recarga.<<strong>br</strong> />
Quando há infiltração w que corresponde na prática a taxa de recarga. Dupuit usando a Figura (4.13)<<strong>br</strong> />
chegou às seguintes Equações.<<strong>br</strong> />
h= [ h 2 1 - (h 2 1 - h 2 2 ) x/ L + (w/K) ( L – x ) x] 0,5<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
h= é altura na distância x (m)<<strong>br</strong> />
x= é a distância desde a origem (m)<<strong>br</strong> />
h 1 = é a altura do nível de água na origem (m)<<strong>br</strong> />
h 2 = é a altura do nível de água (m)<<strong>br</strong> />
L= é a distância da origem até o ponto h 2 (m)<<strong>br</strong> />
K=condutividade hidráulica (m/dia)<<strong>br</strong> />
w= taxa de recarga (m/dia)<<strong>br</strong> />
Conforme Fetter, 1994 a Equação acima acha qualquer altura h entre os dois pontos iniciais h 1 e h 2 .<<strong>br</strong> />
Caso não haja a taxa de recarga, isto é, w=0 teremos:<<strong>br</strong> />
h= [ h 1 2 - (h 1 2 - h 2 2 ) x/ L ] 0,5<<strong>br</strong> />
A descarga q´em qualquer seção na distancia x será q´x.<<strong>br</strong> />
q´x= K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) - w ( L/2 – x )<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
q´x = escoamento por unidade de largura na distancia x (m 2 /dia)<<strong>br</strong> />
x= distância da origem (m)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia)<<strong>br</strong> />
h 1 = altura do nível da água na origem (m)<<strong>br</strong> />
h 2 = altura do nível de água (m)<<strong>br</strong> />
4-16
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
L= distância da origem até o ponto h 2 (m)<<strong>br</strong> />
w= taxa de recarga (m/dia)<<strong>br</strong> />
Figura 4.14- Escoamento em aqüífero não confinado sujeito a infiltração ou evaporação<<strong>br</strong> />
Fonte: Fetter, 1994<<strong>br</strong> />
Distância até a divisão das águas d<<strong>br</strong> />
Dupuit achou o seguinte valor:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
h 1 = é a altura do nível de água na origem (m)<<strong>br</strong> />
h 2 = é a altura do nível de água (m)<<strong>br</strong> />
L= é a distância da origem até o ponto h 2 (m)<<strong>br</strong> />
K=condutividade hidráulica (m/dia)<<strong>br</strong> />
w= taxa de recarga (m/dia)<<strong>br</strong> />
d= L/2 – (K/w) (h 1 2 - h 2 2 )/2L<<strong>br</strong> />
Altura máxima do lençol freático hmax<<strong>br</strong> />
A altura máxima se dará no ponto de divisão das águas que fica na distância d.<<strong>br</strong> />
hmax= [ h 1 2 - (h 1 2 - h 2 2 ) d/ L + (w/K) ( L – d ) d] 0,5<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.11<<strong>br</strong> />
Um canal foi construído a 450m de distância de um rio. Ambos estão num aqüífero de areia <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
condutividade hidráulica K= 1,2m/dia. A área tem precipitação média anual de 0,54m por ano e evapotranspiração<<strong>br</strong> />
de 0,39m/ano. A elevação da água no rio é de h 1 =9,3m e a do canal h 2 = 8,1m. Achar o ponto de<<strong>br</strong> />
divisão do lençol freático, a altura máxima de elevação e a descarga por 100m de rio e a descarga por 100m<<strong>br</strong> />
de canal.<<strong>br</strong> />
h 1 = 9,3m<<strong>br</strong> />
h 2 = 8,1m<<strong>br</strong> />
L= 450m<<strong>br</strong> />
K= 0,36m/dia<<strong>br</strong> />
Precipitação anual= 0,54m<<strong>br</strong> />
Evapo-transpiração anual= 0,39m<<strong>br</strong> />
Taxa de recarga= 0,15m/ano<<strong>br</strong> />
W= 0,000411m/dia<<strong>br</strong> />
Largura do canal = 1000m<<strong>br</strong> />
Distância até a divisão das águas<<strong>br</strong> />
d= L/2 – (K/w) (h 1 2 - h 2 2 )/2L<<strong>br</strong> />
d= 450/2 – (0,36) (9,3 2 - 8,1 2 )/2. 450 = 205m<<strong>br</strong> />
Altura máxima do lençol freático hmax<<strong>br</strong> />
hmax= [ h 1 2 - (h 1 2 - h 2 2 ) d/ L + (w/K) ( L – d ) d] 0,5<<strong>br</strong> />
hmax= [ h 1 2 - (9,3 2 – 8,1 2 ) 205/450 + (0,000411 / 0,36) ( 450 –205 ) 205] 0,5 =12m<<strong>br</strong> />
A descarga q´em qualquer seção na distância x será q´x.<<strong>br</strong> />
4-17
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
q´x= K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) - w ( L/2 – x )<<strong>br</strong> />
Descarga quando x=0<<strong>br</strong> />
q´x= [K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) - w ( L/2 – x )] 1000m<<strong>br</strong> />
q´x= [0,36 (9,3 2 - 8,1 2 )/ (2. 450) ] 1000m= - 84m 3 /dia por 1000m<<strong>br</strong> />
O sinal negativo indica que o fluxo é contra o sentido de x.<<strong>br</strong> />
Descarga quando x=L<<strong>br</strong> />
q´x= [K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) - w ( L/2 – x )] 1000m<<strong>br</strong> />
q´x= [0,36 (9,3 2 - 8,1 2 )/ (2. 4350) – 0,000411 ( 450/2 – 450 )] 1000m= 101m 3 /dia / 100m<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.12<<strong>br</strong> />
Na Figura (4.12) temos um exemplo de <strong>com</strong>o usar as hipóteses de Dupuit numa barragem de terra, tendo a<<strong>br</strong> />
condutividade hidráulica K do maciço. Poderemos assim obter a curva do lençol freático.<<strong>br</strong> />
h 1 = 6m<<strong>br</strong> />
h 2 = 2m<<strong>br</strong> />
K=0,066m/dia<<strong>br</strong> />
L=24m<<strong>br</strong> />
Figura 4.15- Barragem de terra<<strong>br</strong> />
Fonte: Fetter, 1994<<strong>br</strong> />
A descarga será:<<strong>br</strong> />
w=0<<strong>br</strong> />
q´x= K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) - w ( L/2 – x )<<strong>br</strong> />
q´x= K (h 2 1 - h 2 2 )/ (2L) = 0,066 ( 62 – 22) ( 2. 24)=0,044m 3 /dia/m<<strong>br</strong> />
A vazão que irá escoar dentro do maciço da barragem é de 0,044m 3 /dia/m de barragem.<<strong>br</strong> />
A variação do nível de água será:<<strong>br</strong> />
h= [ h 2 1 - (h 2 1 - h 2 2 ) x/ L + (w/K) ( L – x ) x] 0,5<<strong>br</strong> />
mas w=0<<strong>br</strong> />
h= [ h 2 1 - (h 2 1 - h 2 2 ) x/ L ] 0,5<<strong>br</strong> />
Valor de Variação de h<<strong>br</strong> />
x<<strong>br</strong> />
(m) (m)<<strong>br</strong> />
0 6,00<<strong>br</strong> />
2 5,77<<strong>br</strong> />
4 5,54<<strong>br</strong> />
6 5,29<<strong>br</strong> />
8 5,03<<strong>br</strong> />
10 4,76<<strong>br</strong> />
12 4,47<<strong>br</strong> />
14 4,16<<strong>br</strong> />
16 3,83<<strong>br</strong> />
18 3,46<<strong>br</strong> />
20 3,06<<strong>br</strong> />
22 2,58<<strong>br</strong> />
24 2,00<<strong>br</strong> />
4-18
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Variação do nivel de água na barragem de<<strong>br</strong> />
terra<<strong>br</strong> />
Nivel de água (m)<<strong>br</strong> />
6<<strong>br</strong> />
4<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
0<<strong>br</strong> />
0 5 10 15 20<<strong>br</strong> />
Comprimento (m)<<strong>br</strong> />
Figura 4.16- Variação de h <strong>com</strong> o <strong>com</strong>primento x<<strong>br</strong> />
4.13 Recarga devido a infiltração.<<strong>br</strong> />
A água infiltrada no solo pode carregar contaminantes agrícolas, industriais e de esgotos para os<<strong>br</strong> />
aqüíferos subterrâneos, de maneira que é muito importante o controle da qualidade das águas pluviais.<<strong>br</strong> />
A recarga é um fenômeno muito difícil de ser medido, mas Wu et al (1996) in Dingman, 2002<<strong>br</strong> />
instalaram lisímetros na faixa de 1,5m a 5,0m de profundidade,<<strong>br</strong> />
Não temos dados do solo, declividade, etc<<strong>br</strong> />
4.13.1 Infiltração para 5,00m de profundidade<<strong>br</strong> />
Para os lisímetros <strong>com</strong> diâmetro de 0,60m instalados a 5,00m de profundidade não houve influência<<strong>br</strong> />
direta da precipitação e sim uma avaliação de pico somente anualmente chegando-se a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
R I =0,87 ( P – ET – 274 )<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
R I = infiltração a 5,00m de profundidade (mm)<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm)<<strong>br</strong> />
ET= evapo-transpiração média anual (mm)<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.13<<strong>br</strong> />
Pelo método de Thornthwaite e Mather achou-se em Campos do Jordão na bacia do rio Sapucaí-Guaçu a<<strong>br</strong> />
precipitação média anual P=1771mm e a evapo-transpiração ET= 684mm. Calcular a estimativa da infiltração<<strong>br</strong> />
média anual usando a Equação de Wu, 1996.<<strong>br</strong> />
R I =0,87 ( P – ET – 274 )<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
P= 1771mm<<strong>br</strong> />
ET= 684mm<<strong>br</strong> />
R I =0,87 ( 1771 – 684 – 274 ) = 707,73mm (varia de 202mm a 831mm <strong>com</strong> media de 471mm).<<strong>br</strong> />
4.13.2 Infiltração para 1,50m de profundidade.<<strong>br</strong> />
Para os lisímetros instalados a 1,5m houve uma influência dos eventos de precipitação e não da<<strong>br</strong> />
evapo-transpiração, obtendo-se a equação:<<strong>br</strong> />
R I = 0,87 ( P – 52,5)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
R I = infiltração (mm) a 1,50m de profundidade<<strong>br</strong> />
P= precipitação da chuva considerada (mm)<<strong>br</strong> />
Observar que não há infiltração a 1,50m quando a precipitação for igual ou menor que 52,5mm e que<<strong>br</strong> />
somente precipitações que são maiores que 52,5mm é que produzem infiltração que atingem 5m de<<strong>br</strong> />
profundidade.<<strong>br</strong> />
4-19
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 4.14<<strong>br</strong> />
Achar a infiltração a 1,50m de profundidade para uma chuva de 2h, e período de retorno de 25anos, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
altura total de 85,1mm da cidade de São Paulo.<<strong>br</strong> />
R I = 0,87 ( P – 52,5)<<strong>br</strong> />
P=85,1mm<<strong>br</strong> />
R I = 0,87 ( 85,1 – 52,5)= 28,3mm<<strong>br</strong> />
4.13 Recarga de bacia<<strong>br</strong> />
Aplicando ainda as hipóteses de Dupuit-Forchheimer, para uma recarga num aqüífero não confinado,<<strong>br</strong> />
onde a largura W tem que ser maior que a profundidade do aqüífero H, ou seja,W ≥ H conforme Figura (4.17)<<strong>br</strong> />
A taxa de infiltração Re é destinada a recarga e obtemos:<<strong>br</strong> />
Figura 4.17- Infiltração<<strong>br</strong> />
Fonte: Delleur, 2002<<strong>br</strong> />
(hc – he) = Re W 2 /(8T)<<strong>br</strong> />
hc – he = Re W 2 /(8.K.H)<<strong>br</strong> />
hc= he + Re W 2 /(8.K.H)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
hc= altura da água subterrânea no centro (m)<<strong>br</strong> />
he= altura a uma determinada distância do centro (m)<<strong>br</strong> />
W= largura da área a ser infiltrada (m)<<strong>br</strong> />
T= transmissibilidade = K (H + hc/2) = K.H<<strong>br</strong> />
Re= taxa de recarga (m/dia)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica do solo (m/dia)<<strong>br</strong> />
4-20
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 4.15<<strong>br</strong> />
Uma bacia retangular de recarga tem largura W= 70m e a taxa de recarga é Re= 0,6m/dia. Foi observado em<<strong>br</strong> />
campo que he= 0,10m K= 2,40m/dia H= 150m. Achar hc.<<strong>br</strong> />
Nota: o valor de H tem que ser bem maior que o valor de W para as hipóteses de Dupuit-Forchheimer serem<<strong>br</strong> />
válidas.<<strong>br</strong> />
hc= he + Re W 2 /(8.K.H)<<strong>br</strong> />
hc= 0,1 + 0,6 x 70 x 70 / ( 8 x 2,40 x 150)= 1,10m<<strong>br</strong> />
4.14 Trincheira de exfiltração<<strong>br</strong> />
Vamos explicar a trincheira de exfiltração conforme Chin, 2000, que é utilizada quando queremos<<strong>br</strong> />
infiltrar águas pluviais em uma trincheira de infiltração subterrânea utilizando-se de um tubo perfurado que<<strong>br</strong> />
conduz a água até a mesma conforme Figura (4.18). Usamos o nome trincheira de exfiltração para diferenciar<<strong>br</strong> />
da trincheira de infiltração. Ela é similar a trincheira de infiltração, mas <strong>com</strong> a diferença que é subterrânea e<<strong>br</strong> />
pode ser construída debaixo de estacionamento de veículos, superfícies pavimentadas e ruas.<<strong>br</strong> />
Uma trincheira de exfiltração para ter longa durabilidade, isto é, não entupir (clogging), deve ser feito<<strong>br</strong> />
antes um pré-tratamento das águas pluviais removendo os sedimentos e poluentes. O pré-tratamento pode<<strong>br</strong> />
ser considerada <strong>com</strong>o a faixa de filtro gramada, a limpeza de ruas e a remoção de sedimentos, pois o<<strong>br</strong> />
acumulo de sedimentos na trincheira de exfiltraçao é de difícil remoção e ficará dispendioso a remoção da<<strong>br</strong> />
tubulação e do material de pedra <strong>br</strong>itada circundante a mesma.<<strong>br</strong> />
A trincheira de exfiltração é também chamada de dreno francês ou trincheira de percolação,<<strong>br</strong> />
conforme Chin, 2000.<<strong>br</strong> />
Geralmente a trincheira de exfiltração é usada off line em áreas residenciais de até 4ha e áreas<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>erciais até 2ha, conforme Chin, 2000<<strong>br</strong> />
É muito usado <strong>com</strong>o pré-tratamento a faixa de filtro gramado <strong>com</strong> 6m de largura para remover as<<strong>br</strong> />
partículas de sedimentos que possam entupir a trincheira<<strong>br</strong> />
Deve ser usada em solos que a condutividade hidráulica seja maior que 2m/dia (83mm/h) e a<<strong>br</strong> />
distância mínima do fundo da mesma até o lençol freático não pode ser menor que 1,20m.<<strong>br</strong> />
Um poço raso ou amazonas para abastecimento de água doméstico deve ficar no mínimo a 30m da<<strong>br</strong> />
trincheira de exfiltração.<<strong>br</strong> />
A distância das fundações de um prédio tem que ser no minimo de 6m e a declividade do solo não<<strong>br</strong> />
deve ser maior que 20%.<<strong>br</strong> />
A vazão que vai para a trincheira de exfiltração pode ser constante ou não. A vazão será constante<<strong>br</strong> />
quando fornecida por uma bomba ou quando as águas pluviais provem do escoamento superficial devido a<<strong>br</strong> />
uma chuva.<<strong>br</strong> />
A vazão da trincheira de exfiltração Q é igual a soma de duas vazões, uma no fundo e outra nos<<strong>br</strong> />
lados da trincheira.<<strong>br</strong> />
Q = Qb + 2x Qs<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão total da trincheira de exfiltração<<strong>br</strong> />
Qb= vazão do fundo da trincheira<<strong>br</strong> />
Qs= vazão de cada lado da trincheira<<strong>br</strong> />
4-21
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.18- Trincheira de exfiltração. Observar a altura H, a largura W e que o fundo está no minimo a 1,20m do lençol freático.<<strong>br</strong> />
O tubo perfurado recebe a água que será infiltrada no fundo e nas paredes (metade de H).<<strong>br</strong> />
Vazão que exfiltra no fundo da trincheira Qb<<strong>br</strong> />
Qb = Kt . W. L<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Kt= condutividade hidráulica da trincheira<<strong>br</strong> />
W= largura da trincheira<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da trincheira<<strong>br</strong> />
Vazão que exfiltra no lado da trincheira Qs<<strong>br</strong> />
Qs= Kt x Aperc<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Gradiente hidráulico = G= 1 (admitido)<<strong>br</strong> />
Aperc= lado da área da trincheira por onde a água se infiltra<<strong>br</strong> />
É adotado na prática <strong>com</strong>um que a exfiltraçao se dá na metade da altura da trincheira e assim teremos:<<strong>br</strong> />
H=altura da trincheira conforme Figura (4.18) (m).<<strong>br</strong> />
Aperc= (1/2) . L . H<<strong>br</strong> />
Como<<strong>br</strong> />
Q = Qb + 2x Qs<<strong>br</strong> />
Fazendo as substituições teremos:<<strong>br</strong> />
Q = Qb + 2. Qs = Kt. W. L + 2 . Kt . (1/2) L. H= Kt. L ( W + H)<<strong>br</strong> />
L= Q/ ( Kt (W + H)<<strong>br</strong> />
4-22
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
W= largura da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
H= altura útil da trincheira (m). Existe uma camada de cerca de 0,50m so<strong>br</strong>e a trincheira preenchida <strong>com</strong> solo<<strong>br</strong> />
local, daí a observação de altura útil.<<strong>br</strong> />
Q= vazão que é bombeado ou injetado na trincheira (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Kt= condutividade hidráulica do solo ao lado da trincheira (m/dia)<<strong>br</strong> />
O objetivo do dimensionamento de uma trincheira de exfiltração é achar a largura W, o <strong>com</strong>primento<<strong>br</strong> />
L, a altura H, tendo conhecido a condutividade hidráulica Kt e a vazão de entrada Q.ão mais eficiente tem 1m<<strong>br</strong> />
de largura por 2m de profundidade, devendo o lençol freático estar no minimo a 1,20m do fundo da trincheira.<<strong>br</strong> />
Ainda conforme Chin, 2000 o tubo perfurado instalado ser for de aço deve ter no mínimo 320<<strong>br</strong> />
perfurações / m 2 , sendo as perfurações de diâmetro de 0,95mm.<<strong>br</strong> />
A taxa de infiltração será:<<strong>br</strong> />
N= Q/ (L x W)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
N= taxa de infiltração (m/dia)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
Q= vazão que é bombeada ou injetada na trincheira (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Equação de Hantush<<strong>br</strong> />
Existe um lençol freático que tem altura “b”, porosidade efetiva S y e condutividade hidráulica K.<<strong>br</strong> />
Observar que a condutividade hidráulica K do aqüífero saturado pode ser diferente daquela da zona de<<strong>br</strong> />
aeração.<<strong>br</strong> />
Queremos saber que <strong>com</strong> a infiltração da água no lençol freático <strong>com</strong>o o mesmo sobe e saber se isto<<strong>br</strong> />
não vai ocasionar problema do escoamento devido a necessidade de se manter sempre no mínimo 1,20m do<<strong>br</strong> />
lençol freático até o fundo da trincheira de exfiltração, sendo isto importante<<strong>br</strong> />
O parâmetro “ν” será:<<strong>br</strong> />
ν = Kx b/ S y<<strong>br</strong> />
b 1 = 0,5 x ( hi + h(t))<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
ν = parâmetro (m 2 /dia)<<strong>br</strong> />
b 1 = espessura do lençol freático no tempo t (m)<<strong>br</strong> />
Sy= porosidade efetiva (adimensional)<<strong>br</strong> />
hi= altura inicial da espessura do lençol freático (m)<<strong>br</strong> />
h(t)= altura no tempo t (m)<<strong>br</strong> />
Hantush, 1967 in Chin, 2000 obteve a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= hi 2 + ( 2Nx ν x t/K) x S* ( W/ (8 ν t) 0,5 , L /(8 ν t) 0,5 )<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
hm =é a máxima altura do lençol freático no tempo t em relação a base (m)<<strong>br</strong> />
hi= espessura do lençol freático<<strong>br</strong> />
N= taxa de recarga (m/dia)<<strong>br</strong> />
t= tempo (horas)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica do aqüífero (m/dia)<<strong>br</strong> />
W= largura da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
ν = parâmetro (m 2 /dia)<<strong>br</strong> />
4-23
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 4.8- Valores de de α e β conforme função de erro<<strong>br</strong> />
Fonte: Bouwer in Mays, 1999<<strong>br</strong> />
4-24
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 4.9- continuação- Valores de de α e β conforme função de erro<<strong>br</strong> />
Fonte: Bouwer in Mays, 1999<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.16<<strong>br</strong> />
Seja um aqüífero <strong>com</strong> espessura b=10,7m <strong>com</strong> condutividade hidráulica K= 107m/dia e porosidade efetiva<<strong>br</strong> />
Sy= 0,2.<<strong>br</strong> />
Vamos aplicar so<strong>br</strong>e o mesmo um trincheira de exfiltração e queremos saber embaixo da mesma,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o sobe o lençol freático, sabendo-se que o mesmo está a 5,00m da superfície do solo.<<strong>br</strong> />
O solo não saturado tem condutividade hidráulica Kt= 12m/dia.<<strong>br</strong> />
Supomos que a trincheira está enterrada 0,50. Isto é, so<strong>br</strong>e a mesma existe altura de solo local de<<strong>br</strong> />
0,50m.<<strong>br</strong> />
Queremos infiltrar no aqüífero 207m 3 /dia de água bombeada diretamente para um tubo perfurado que<<strong>br</strong> />
está no meio da trincheira.<<strong>br</strong> />
Supomos que os agregados na trincheira tenham mais de 2,5cm a 7,5cm e que haja furo suficiente<<strong>br</strong> />
para a exfiltração das águas pluviais.<<strong>br</strong> />
Supomos que a largura da trincheira W= 1,00m e que a profundidade da mesma H= 2,00m<<strong>br</strong> />
A taxa de infiltração será:<<strong>br</strong> />
L= Q/ [ Kt (W + H)]<<strong>br</strong> />
L= 207/ [ 12 (1 + 2)]= 5,75m Adoto L=6m<<strong>br</strong> />
N= Q/ (L x W)<<strong>br</strong> />
L= 6m<<strong>br</strong> />
N= 207/ (6 x 1)=34,5 m/dia<<strong>br</strong> />
O parâmetro ν será:<<strong>br</strong> />
ν = Kx b / Sy= 107 x 10,7 / 0,2 = 5.724,5 m 2 /dia<<strong>br</strong> />
Hantush, 1967 in Chin, 2000 obteve a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
b1= 0,5 x [ hi + h(t)]<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= hi 2 + ( 2Nx ν x t/K) x S* ( W/ (8 ν t) 0,5 , L/ (8 ν t) 0,5 )<<strong>br</strong> />
4-25
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= 10,7 2 + ( 2x34,5x 5725 x t/107) x S* ( 1 / (8 x5725 t) 0,5 , 6/ (8 x 5725 t) 0,5 )<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= 114 + 3692 x t x S* ( 0,00467 t 0,5 , 0,028/ t 0,5<<strong>br</strong> />
Para t= 1 dia teremos:<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= 114 + 3692 x 1dia x S* ( 0,00467 x 1 0,5 , 0,028/ 1 0,5 )<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= 114 + 3692 x 1dia x S* ( 0,00467 , 0,028)<<strong>br</strong> />
α= 0,00467<<strong>br</strong> />
β = 0,028<<strong>br</strong> />
Entrando na Tabela (4.8) e (4.9) <strong>com</strong> os valores de α e β e fazendo as interpolações achamos o valor<<strong>br</strong> />
0,00044<<strong>br</strong> />
h m 2 (t)= 114 + 3692 x 1dia x 0,00044= 114 + 1,6 =115,6<<strong>br</strong> />
hm = 115,6 0,5 =10,8m<<strong>br</strong> />
Portanto, o aqüífero que tinha 10,7m passou para 10,8m, isto é, subiu 0,10m, que não apresenta<<strong>br</strong> />
perigo pois, existe do fundo da trincheira até o nível do lençol freático a distância de 1,85m.<<strong>br</strong> />
Internet<<strong>br</strong> />
Uma outra maneira é entrar na internet no site e calcular<<strong>br</strong> />
http://www.aqtesolv.<strong>com</strong>/forum/rmound.asp<<strong>br</strong> />
Achamos 10,8m<<strong>br</strong> />
Poderemos também variar o tempo de 1 dia para 10 dias, 100dias, 1.000dias, 10.000dias, mas a<<strong>br</strong> />
altura de 10,80m permanecerá estável.<<strong>br</strong> />
0,50m<<strong>br</strong> />
Lençol<<strong>br</strong> />
freático<<strong>br</strong> />
1,00m<<strong>br</strong> />
2,00m<<strong>br</strong> />
1,85m<<strong>br</strong> />
10,7m<<strong>br</strong> />
Figura 4.19- Esquema para verificar o alteamento do lençol freático<<strong>br</strong> />
4-26
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.15 Recarga de bacias<<strong>br</strong> />
A recarga artificial de aqüíferos é a maneira pelo qual procuramos infiltrar a água superficial no solo.<<strong>br</strong> />
Quando uma trincheira ou bacia de infiltração <strong>com</strong>eça a funcionar <strong>com</strong> as águas pluviais que lá<<strong>br</strong> />
chegaram, <strong>com</strong>eça a percolação e temos que prever quanto sobe o lençol freático, pois sempre consideramos<<strong>br</strong> />
uma distância segura do mesmo até o fundo da trincheira ou bacia de infiltração.<<strong>br</strong> />
Esta distância segura deve ser no minimo de 1,2m conforme Figura (4.20). A equação de Hantush<<strong>br</strong> />
mostra <strong>com</strong>o fazer isto.<<strong>br</strong> />
Malásia, 2005 mostra um exemplo citando um método gráfico de Bianchi e Mackel, 1970 que mostra<<strong>br</strong> />
a simplicidade para se achar o alteamento do lençol freático conforme Figura (4.21).<<strong>br</strong> />
Figura 4.20 Recarga de uma área quadrada<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1990 in Malaysia, 2005<<strong>br</strong> />
Vamos usar o gráfico de Bianchi e Muckel, 1970 da Figura (4.21) e para isto precisamos achar o<<strong>br</strong> />
coeficiente:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento (m).<<strong>br</strong> />
S= porosidade efetiva<<strong>br</strong> />
t= tempo (dias)<<strong>br</strong> />
T= transmissibilidade (m 2/ dia)<<strong>br</strong> />
L / ( 4.T. t /S) 0,5 = valor A<<strong>br</strong> />
Entrando no gráfico <strong>com</strong> x/L=0,5 e o valor A, isto é, queremos a altura do lençol no meio da bacia de<<strong>br</strong> />
infiltração e achamos:<<strong>br</strong> />
h.S/ w. t = valor B<<strong>br</strong> />
Tirando o valor de h temos:<<strong>br</strong> />
h= (valor B) . w. t / S<<strong>br</strong> />
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sobe em t dias a altura h.<<strong>br</strong> />
4-27
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.21 Gráfico adimensional para calculo de altura de água infiltrada em área de recarga quadrada<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1980.<<strong>br</strong> />
4-28
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 4.17<<strong>br</strong> />
Uma bacia de infiltração de forma quadrada tem 100m de lado, taxa uniforme de recarga de 0,5m/dia,<<strong>br</strong> />
transmissibilidade de 800m 2 /dia, porosidade efetiva do solo de 0,15 conforme Todd, 1980.<<strong>br</strong> />
Achar a altura que aumenta o lençol freático na borda da bacia após 15dias.<<strong>br</strong> />
L= 100m S= 0,15 t= 15dias S=0,15 w= 0,5m/dia T= 800m 2 /dia<<strong>br</strong> />
Vamos usar o gráfico de Bianchi e Muckel, 1970 da Figura (4.21) e para isto precisamos achar o<<strong>br</strong> />
coeficiente:<<strong>br</strong> />
L / ( 4.T. t /S) 0,5 =100 / ( 4 x 800 x 15 /0,15) 0,5 = 0,18<<strong>br</strong> />
Entrando no gráfico <strong>com</strong> x/L=0,5, isto é, queremos a altura do lençol no meio da bacia de infiltração e<<strong>br</strong> />
achamos:<<strong>br</strong> />
h.S/ w. t = 0,07<<strong>br</strong> />
Tirando o valor de h temos:<<strong>br</strong> />
h= 0,07 . w. t / S<<strong>br</strong> />
h= 0,07 x 0,5 x 15 / 0,15 = 3,50m<<strong>br</strong> />
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sobe em 15dias a altura de 3,5m.<<strong>br</strong> />
Tabela 4.10- Planilha de cálculos<<strong>br</strong> />
Forma: quadrada<<strong>br</strong> />
Comprimento (m) L= 100 m<<strong>br</strong> />
Recarga w (m/dia)= 0,5 m/dia<<strong>br</strong> />
Porosidade efetiva S= 0,15 adimensional<<strong>br</strong> />
Transmissibilidade (m 2 /dia)= 800 m 2 /dia<<strong>br</strong> />
T=K x D sendo D=espessura do aqüífero<<strong>br</strong> />
Tempo t em dias t= 15 dias<<strong>br</strong> />
L/(4.T. t/S) 0,5 = adimensional 0,18<<strong>br</strong> />
Valor achado no gráfico h. S / W. T= valor A 0,07 adimensional<<strong>br</strong> />
x= distância do centro até um ponto sob o quadrado da bacia a contar do centro<<strong>br</strong> />
x= L/ 2 ( distância do centro da bacia de infiltração até a borda) 50<<strong>br</strong> />
Valor x/L 0,5<<strong>br</strong> />
h= altura acima do lençol freático (m)= valor A . W. t / S = (m) 3,5<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.18<<strong>br</strong> />
Uma bacia de infiltração de forma quadrada <strong>com</strong> 5m de lado, taxa uniforme de recarga de 34,5m/dia,<<strong>br</strong> />
transmissibilidade de 800m 2 /dia, porosidade efetiva do solo de 0,2.<<strong>br</strong> />
Achar a altura que aumenta o lençol freático na borda da bacia após 1dias.<<strong>br</strong> />
L= 5m S= 0,2 t= 15dias S=0,2 w= 34.5m/dia<<strong>br</strong> />
K= 107m/dia<<strong>br</strong> />
D= espessura do aqüífero= 10,7m<<strong>br</strong> />
T= K . D= 107 x 10,7= 1144,9m 2 /dia<<strong>br</strong> />
L / ( 4.T. t /S) 0,5 =100 / ( 4 x 1144,9 x 1 /0,2) 0,5 = 0,03<<strong>br</strong> />
Entrando no gráfico da Figura (4.21) <strong>com</strong> x/L=0,5, isto é, queremos a altura do lençol no meio da<<strong>br</strong> />
bacia de infiltração e achamos:<<strong>br</strong> />
h.S/ w. t = 0,001<<strong>br</strong> />
Tirando o valor de h temos:<<strong>br</strong> />
h= 0,07. w. t / S<<strong>br</strong> />
h= 0,001 x 34,5 x 1 / 0,2 = 0,170m<<strong>br</strong> />
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sob em 1dias a altura de 0,17m.<<strong>br</strong> />
4-29
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 4.11- Planilha de cálculos<<strong>br</strong> />
Forma: quadrada<<strong>br</strong> />
Comprimento (m) L= 5 m<<strong>br</strong> />
Recarga w (m/dia)= 34,5 m/dia<<strong>br</strong> />
Porosidade efetiva S= 0,2 adimensional<<strong>br</strong> />
Transmissibilidade (m 2 /dia)= 1144,9 m 2 /dia<<strong>br</strong> />
T=K x D sendo D=espessura do aqüífero 1144,9<<strong>br</strong> />
Tempo t em dias t= 1 dias<<strong>br</strong> />
L/(4.T. t/S) 0,5 = adimensional 0,03<<strong>br</strong> />
Valor achado no gráfico h. S / W. T= valor A 0,001 adimensional<<strong>br</strong> />
x= distância do centro até um ponto sob o quadrado da bacia a contar do centro<<strong>br</strong> />
x= L/ 2 ( distância do centro da bacia de infiltração até a borda) 2,5<<strong>br</strong> />
Valor x/L 0,5<<strong>br</strong> />
h= altura acima do lençol freático (m)= valor A . W. t / S = (m) 0,17<<strong>br</strong> />
4-30
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.16 Método que usa a trincheira para deter pico de enchente.<<strong>br</strong> />
Chin, 2000 e Urbonas, 1996 apresentam método semelhante para dimensionamento de trincheira de<<strong>br</strong> />
infiltração e bacia de infiltração.<<strong>br</strong> />
Urbonas diz que é o método re<strong>com</strong>endado pela Associação de Água e Esgoto da Suécia leva em conta<<strong>br</strong> />
que o fundo da trincheira entope rapidamente e para isto usa somente a metade das áreas verticais da<<strong>br</strong> />
trincheira.<<strong>br</strong> />
Figura 4.23- Esquema de exfiltração, observando o hidrograma de entrada e o de saída<<strong>br</strong> />
O método sugere ainda que o volume produzido pelo runoff seja acrescido de 25% devido a aplicação do<<strong>br</strong> />
Método Racional, sendo isto re<strong>com</strong>endado por Sjoberg e Martensson, 1982 in Urbonas, 1993.<<strong>br</strong> />
O método é baseado em que a trincheira retém um volume igual a diferença entre o volume do runoff e o<<strong>br</strong> />
volume de água infiltrado no solo durante a precipitação e temos que achar a máxima diferença. Isto é feito<<strong>br</strong> />
por tentativas usando o Método Racional e a Equação de Darcy.<<strong>br</strong> />
É assumido que a infiltração se dará abaixo da metade da altura da trincheira e é usado dois lados da<<strong>br</strong> />
mesma. Não se usa o fundo da trincheira, pois, supomos que o mesmo irá entupir no futuro.<<strong>br</strong> />
V armazenado = max (V in – V out )<<strong>br</strong> />
V in = V armazenado + V out<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Método Racional<<strong>br</strong> />
Q in = vazão de pico (m 3 /s)= CIA/360<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (ha)<<strong>br</strong> />
C= coeficiente de escoamento superficial (adimensional)<<strong>br</strong> />
I= 1747,9 . Tr 0,181 / ( t+15) 0,89 Equação de Paulo Sampaio Wilken da RMSP<<strong>br</strong> />
Tr= período de retorno. Normalmente adotado Tr=2 anos.<<strong>br</strong> />
t= tempo em minutos<<strong>br</strong> />
I= intensidade de chuva (mm/h)<<strong>br</strong> />
Equação de Darcy<<strong>br</strong> />
Q out = 2(K. H/2 . L)= K.H.L<<strong>br</strong> />
Q out = vazão infiltrada nos dois lados da trincheira de altura H/2 (m 3 /s).<<strong>br</strong> />
H= profundidade (m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento (m)<<strong>br</strong> />
K=condutividade hidráulica em (mm/h)<<strong>br</strong> />
Volume armazenado= n. W. H. L<<strong>br</strong> />
n= porosidade efetiva<<strong>br</strong> />
4-31
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
W= largura (m)<<strong>br</strong> />
H= profundidade da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da trincheira (m)<<strong>br</strong> />
t= tempo (h)<<strong>br</strong> />
Num determinado tempo t temos:<<strong>br</strong> />
CIA t = n WHL + K x H x L t<<strong>br</strong> />
Tirando-se o valor de L temos:<<strong>br</strong> />
L= (CIA) t / [(n.W+ K .t) H]<<strong>br</strong> />
Profundidade máxima admissível<<strong>br</strong> />
A profundidade máxima admissível depende da textura do solo em que está a trincheira e da porosidade<<strong>br</strong> />
do reservatório de pedras <strong>br</strong>itadas.<<strong>br</strong> />
d max = f . Ts / n<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
d max = profundidade máxima permissível (m). Geralmente 0,90≤ d max ≤ 2,40m<<strong>br</strong> />
f= taxa final de infiltração (mm/h). Intervalo: 7,6mm/h ≤ f ≤ 60mm/h<<strong>br</strong> />
Ts=máximo tempo permitido (h). Varia de 24h ≤ Ts≤ 48h. Urbonas adota: 36h<<strong>br</strong> />
n= porosidade das pedras <strong>br</strong>itadas do reservatório que <strong>com</strong>põe a trincheira de infiltração. Geralmente<<strong>br</strong> />
adota-se n=0,4<<strong>br</strong> />
dt= profundidade escolhida para projeto dt>0 dmax.<<strong>br</strong> />
Bacia de infiltração<<strong>br</strong> />
Observar que para bacia de infiltração não dividimos pela porosidade efetiva n.<<strong>br</strong> />
dmax= f. Ts<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.19<<strong>br</strong> />
Calcular a trincheira de infiltração para área residencial de 171m 2 <strong>com</strong> C=0,95, sendo K=23,33m/h,<<strong>br</strong> />
agregado <strong>com</strong> porosidade efetiva n=0,35, sendo que o lençol freático encontra-se a 3m de profundidade da<<strong>br</strong> />
superfície.<<strong>br</strong> />
K= 23,33mm/h<<strong>br</strong> />
A= 0,171ha C=0,95 . n=0,35 K=23,22mm/h W=1,00m<<strong>br</strong> />
d max = 23,33mm/h . 36h / 0,35=2400mm=2,4m Adotamos H=2,00m.<<strong>br</strong> />
Tirando-se o valor de L temos:<<strong>br</strong> />
L= (CIA) t / [(n.W + K .t) H]<<strong>br</strong> />
L= (0,95. I. 0,0171) t 1 x 60s/ [(0,35.1,00 + (23,33/1000) .t 2 ) 2,00]<<strong>br</strong> />
Sendo t 1 em minutos e t 2 em horas. Cuidado não errar!<<strong>br</strong> />
I= 1747,9 . Tr 0,181 / ( t+15) 0,89 para t em minutos.<<strong>br</strong> />
Dica: usar período de retorno Tr= 2anos conforme adotado por Urbonas<<strong>br</strong> />
L= (0,95. 1747,9 . 2 0,181 / ( t+15) 0,89 . 0,0171) t / [(0,35.1,00 + 23,33 .t) 2,00]<<strong>br</strong> />
Temos o <strong>com</strong>primento L em função do tempo em horas e, fazendo-se a Tabela (4.13), achamos o valor<<strong>br</strong> />
de L=13m.<<strong>br</strong> />
Adotando um <strong>com</strong>primento de 14m, a largura será 1,00m, a profundidade será 2,00m e volume de água<<strong>br</strong> />
na trincheira será de 9m 3 em 2h de precipitação.<<strong>br</strong> />
4-32
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 4.12 - Cálculos para determinar o <strong>com</strong>primento L<<strong>br</strong> />
Tempo tempo Período Intens. C A Q=CIA/360 1,25Q Porosidade<<strong>br</strong> />
de retorno Chuva<<strong>br</strong> />
(h) (min) (anos) (m/h) (ha) (m 3 /s) (m 3 /s) efetiva<<strong>br</strong> />
1 2 3 4 5 6 7 8 9<<strong>br</strong> />
0,50 30 2 66,93 0,95 0,0171 0,003 0,004 0,35<<strong>br</strong> />
1,00 60 2 42,48 0,95 0,0171 0,002 0,002 0,35<<strong>br</strong> />
1,50 90 2 31,49 0,95 0,0171 0,001 0,002 0,35<<strong>br</strong> />
2,00 120 2 25,18 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
2,50 150 2 21,06 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
3,00 180 2 18,15 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
3,50 210 2 15,98 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
4,00 240 2 14,29 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
4,50 270 2 12,95 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
5,00 300 2 11,84 0,95 0,0171 0,001 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
5,50 330 2 10,92 0,95 0,0171 0,000 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
6,00 360 2 10,14 0,95 0,0171 0,000 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
6,50 390 2 9,47 0,95 0,0171 0,000 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
7,00 420 2 8,89 0,95 0,0171 0,000 0,001 0,35<<strong>br</strong> />
Tabela 4.13 - Cálculos para determinar o <strong>com</strong>primento L<<strong>br</strong> />
Tempo de<<strong>br</strong> />
retenção<<strong>br</strong> />
Prof. Max Largura W Altura H<<strong>br</strong> />
adotada<<strong>br</strong> />
K L Volume água Área da<<strong>br</strong> />
trincheira<<strong>br</strong> />
(h) (m) (m) (m) (mm/h) (m) (m 3 ) (m 2 )<<strong>br</strong> />
10 11 12 13 14 15 16 17<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 9 7 9<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 12 8 12<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 12 9 12<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 13 9 13<<strong>br</strong> />
36 2,40 1 2,0 23,33 12 9 12<<strong>br</strong> />
Nota: o volume obtido por este método fornece praticamente o do<strong>br</strong>o do volume de WQv.<<strong>br</strong> />
4-33
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.17 Routing -Método Modificado de Pulz<<strong>br</strong> />
Figura 4.24- Tubo perfurado <strong>com</strong> exfiltração<<strong>br</strong> />
Entrada= saída + exfiltração+ mudança no armazenamento<<strong>br</strong> />
(I 1 + I 2 )/2= (Q 1 + Q 2 )/2 + (X 1 +X 2 )/2 + (V 2 – V 1 )/ Δt<<strong>br</strong> />
( I 1 + I 2 ) =(2V 2 // Δt + Q 2 + X 2 ) – ( 2V 1 / Δt + Q 1 +X 1 ) + 2Q 1 + 2X 1<<strong>br</strong> />
( I 1 + I 2 ) = f(V 2 , Q 2 , X 2 ) – f(V 1, Q 1, X 1 ) + 2Q 1 + 2X 1<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
I 1 = vazão no início do período de tempo<<strong>br</strong> />
I 2 = vazão no fim do período de tempo<<strong>br</strong> />
Q 1 = vazão de saída no início do período de tempo<<strong>br</strong> />
Q 2 = vazão de saída no fim do período de tempo<<strong>br</strong> />
Δt = duração do período de tempo<<strong>br</strong> />
V 1 = volume no início do período de tempo<<strong>br</strong> />
V 2 = volume no fim do período de tempo<<strong>br</strong> />
X 1 = vazão de exfiltração no período de tempo<<strong>br</strong> />
X 2 = vazão de exfiltração no fim do período de tempo<<strong>br</strong> />
4.18 Detalhes do projeto<<strong>br</strong> />
A camada de pedra <strong>br</strong>itada nº 3 <strong>com</strong> diâmetro médio de 50mm deverá estar envolvida em bidim para<<strong>br</strong> />
evitar entupimento de partículas de solo muito fina. O tubo perfurado deve ter a geratriz superior 75mm a<<strong>br</strong> />
150mm abaixo do topo da camada de pedra <strong>br</strong>itada.<<strong>br</strong> />
O tubo perfurado deve estar praticamente plano <strong>com</strong> declividade da ordem de 0,5% para promover a<<strong>br</strong> />
exfiltração. Ao longo do tubo perfurado deve haver um colar para evitar o caminhamento da água junto ao<<strong>br</strong> />
tubo. O diâmetro mínimo do tubo perfurado é de 200mm devido a manutenção.<<strong>br</strong> />
Há necessidade de pré-tratamento.<<strong>br</strong> />
Para isto é necessário que a taxa de percolação seja K ≥ 15mm/h e que o nível do lençol freático na<<strong>br</strong> />
pior condição esteja no mínimo a 1,00m do fundo da camada de pedra.<<strong>br</strong> />
É importante salientar que o valor K=15mm/h é um valor difícil de se achar em áreas de solo argiloso<<strong>br</strong> />
onde o valor de K varia de 0,2mm/h a 6mm/h.<<strong>br</strong> />
A Figura (4.25) mostra a instalação de tubos perfurados para infiltração no solo e a Figura (4.26) é<<strong>br</strong> />
um corte transversal da caixa de pedra para micro-drenagem <strong>com</strong> tubos perfurados.<<strong>br</strong> />
4-34
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.25- Corte de uma instalação <strong>com</strong> tubos perfurados para infiltração no solo<<strong>br</strong> />
Figura 4.26- Corte transversal da caixa de pedra para micro-drenagem <strong>com</strong> tubos perfurados<<strong>br</strong> />
4-35
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.19 Descarga da exfiltração<<strong>br</strong> />
A exfiltração num tubo perfurado para conduzir águas pluviais pode ser modelada através da Equação<<strong>br</strong> />
(4.1) de um orifício variando o coeficiente de descarga Cd de 0 a 0,62, mas tudo depende da profundidade h e<<strong>br</strong> />
da vazão<<strong>br</strong> />
Q= C d x A x (2 x g x h) 0,5 (Equação 4.1)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Cd= coeficiente de descarga = 0,62<<strong>br</strong> />
A= área do orifício (m 2 )<<strong>br</strong> />
g= aceleração da gravidade (m/s 2 )<<strong>br</strong> />
h= altura (m)<<strong>br</strong> />
Devido a <strong>com</strong>plexidade para adotar a equação do orifício, Ontário, 2003 Paul Wisner e associados<<strong>br</strong> />
em 1994 apresentaram a Equação (4.2) aproximada que depende da área perfurada por metro de tubo, da<<strong>br</strong> />
declividade do tubo e da vazão de entrada que fornece bons resultados.<<strong>br</strong> />
Q exf = ( 15 x A – 0,06x S + 0,33) Q entrada (Equação 4.2)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q exf = vazão exfiltrada pelas perfurações do tubo (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
A= área de perfurações /m de <strong>com</strong>primento de tubo (m 2 /m)<<strong>br</strong> />
S= declividade do tubo perfurado (%)<<strong>br</strong> />
Q entrada = vazão de entrada longitudinal no tubo perfurado (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Nota: a Equação (4.2) foi baseada em tubos de 300mm e <strong>com</strong> perfurações de 12,7mm e 7,9mm.<<strong>br</strong> />
Deve ser ter cuidado em usar a equação para diâmetros muito grandes ou tubos <strong>com</strong> perfurações<<strong>br</strong> />
muito grande. Usando a Equação (4.2) pode ser feito tabelas para se obter a exfiltração.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.20<<strong>br</strong> />
Seja uma galeria de águas pluviais <strong>com</strong> 130m <strong>com</strong> tubos perfurados de diâmetro de 200mm <strong>com</strong> cinqüenta<<strong>br</strong> />
perfurações de 12,7mm de diâmetro por metro de tubo e assentados <strong>com</strong> declividade de S=0,5%. As pedras<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>itadas que serão usadas são as de nº 3.<<strong>br</strong> />
O bidim estará envolvendo a camada de pedra para evitar entupimento. A profundidade máxima da<<strong>br</strong> />
caixa de pedras é de 1,50m<<strong>br</strong> />
A área de um furo= 3,14 x 0,0127 2 / 4= 0,000126613 m 2<<strong>br</strong> />
Como temos 50furos por metro a área A= 50 x 0,000126 6613= 0,006m 2 /m<<strong>br</strong> />
S=0,5%<<strong>br</strong> />
Q exf= (15 x A – 0,06 x S + 0,33) Q entrada<<strong>br</strong> />
Q exf= (15 x 0,006 – 0,06x 0,5 + 0,33) Q entrada<<strong>br</strong> />
Q exf= 0,39 x Q entrada<<strong>br</strong> />
4-36
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Altura da água no<<strong>br</strong> />
tubo variando de<<strong>br</strong> />
zero a altura do<<strong>br</strong> />
tubo 0,20m<<strong>br</strong> />
Tabela 4.14 Vazão de exfiltração em função da altura de água no tubo<<strong>br</strong> />
Q entrada (vazão<<strong>br</strong> />
que entra na<<strong>br</strong> />
tubulação)<<strong>br</strong> />
Q exfiltração<<strong>br</strong> />
(volume que<<strong>br</strong> />
passa pelos<<strong>br</strong> />
furos)<<strong>br</strong> />
Q saída = Q entrada -Q<<strong>br</strong> />
exfiltração<<strong>br</strong> />
(m) (m 3 /s) (m 3 /s) (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
0,000 0,0000 0,0000 0,0000<<strong>br</strong> />
0,025 0,0010 0,0004 0,0006<<strong>br</strong> />
0,050 0,0030 0,0012 0,0018<<strong>br</strong> />
0,075 0,0065 0,0012 0,0053<<strong>br</strong> />
0,100 0,0120 0,0025 0,0095<<strong>br</strong> />
0,125 0,0165 0,0047 0,0118<<strong>br</strong> />
0,150 0,0210 0,0064 0,0146<<strong>br</strong> />
0,175 0,0220 0,0082 0,0138<<strong>br</strong> />
0,200 0,0230 0,0086 0,0144<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
4.20 Volume de armazenamento<<strong>br</strong> />
Conforme Ontario, 2003 o volume de armazenamento no reservatório é feito <strong>com</strong> pedra nº 3 é<<strong>br</strong> />
fornecido pela Equação (4.3) e Figura (4.26).<<strong>br</strong> />
V= L x W x D x n x f (Equação 4.3)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= volume de armazenamento (m 3 )<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da tubulação perfurada (m)<<strong>br</strong> />
W= largura da caixa de pedra nº 3 (m)<<strong>br</strong> />
D= profundidade da caixa de pedra (m)<<strong>br</strong> />
f= 0,75 = fator de longevidade para o solo nativo<<strong>br</strong> />
n= 0,40=espaço vazio nas pedras.<<strong>br</strong> />
O critério usando em Ontário, 2003 é que o volume de armazenamento deverá ter no mínimo 5mm<<strong>br</strong> />
da área da bacia e no máximo 25mm.<<strong>br</strong> />
Pode-se usar na prática o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais:<<strong>br</strong> />
WQv=(P/1000) x Rv x A.<<strong>br</strong> />
Portanto, V=WQv.<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.21<<strong>br</strong> />
Sendo a área de 1ha, <strong>com</strong> área impermeável de 70% AI=70% achamos o volume WQv.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05+0,009x AI= 0,68<<strong>br</strong> />
WQv= (25/1000) x 0,68 x 1ha x 10.000m 2 =170m 3<<strong>br</strong> />
Supor <strong>com</strong>primento L=130m, altura de D=1,50 e largura de W=3,00m e índice de vazios n=0,40 e f=0,75.<<strong>br</strong> />
V= L x W x D x n x 0,75 x f<<strong>br</strong> />
V= 130 x 3,0x 1,50 x 0,40 x 0,75 = 176m 3 >170m 3 OK.<<strong>br</strong> />
4-37
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4.21 Vazão infiltrada pela camada de pedra do tubo perfurado<<strong>br</strong> />
Sendo conhecido o volume V temos as dimensões da caixa de pedra: L, W e D. Assim podemos<<strong>br</strong> />
calcular a vazão que será infiltrada conforme Ontário, 2003:<<strong>br</strong> />
Q= f x (P/3600000) x (2xLx D + 2 x W x D + L x W) x n (Equação 4.4)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= vazão (m 3 /s) dependente do volume V<<strong>br</strong> />
P= taxa de percolação (mm/h)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento (m)<<strong>br</strong> />
D= profundidade (m)<<strong>br</strong> />
W=largura (m)<<strong>br</strong> />
n= índice de vazios= 0,4<<strong>br</strong> />
f= fator de longevidade conforme Tabela (4.15)<<strong>br</strong> />
Podemos desprezar o termo WxD, pois ai não há infiltração e teremos:<<strong>br</strong> />
Q= f x (P/3600000) x (2Lx D + L x W) x n (Equação 4.5)<<strong>br</strong> />
O fator de longevidade f pode ser adotado pela Tabela (4.15).<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
Tabela 4.15- Fator de longevidade conforme a taxa de percolação P<<strong>br</strong> />
Taxa de percolação do solo- P<<strong>br</strong> />
(mm/h)<<strong>br</strong> />
Fator de longevidade<<strong>br</strong> />
(f)<<strong>br</strong> />
P< 25 0,50<<strong>br</strong> />
25100 1,00<<strong>br</strong> />
Exemplo 4.22<<strong>br</strong> />
Calcular a vazão infiltrada na caixa de pedra <strong>br</strong>itada <strong>com</strong> 130m de <strong>com</strong>primento, profundidade da caixa de<<strong>br</strong> />
pedra de D=1,50m, largura da caixa de pedra W= 3,00m e taxa de percolação P= 50mm/h.<<strong>br</strong> />
Q= f x ( P/3600000) x (2L x D +L x W) x n<<strong>br</strong> />
Q= 0,75 x (50/3600000) x (2x 130x 1,50 + 130 x 3,00) x 0,4= 0,00325m 3 /s = 3,25 L/s<<strong>br</strong> />
Será infiltrado no solo 0,00325m 3 /s e se a entrada de águas pluviais for maior que este valor haverá<<strong>br</strong> />
overflow sendo a vazão de água encaminhada para uma galeria de águas pluviais convencional ou para um<<strong>br</strong> />
córrego mais próximo.<<strong>br</strong> />
A Figura (4.27) mostra uma galeria de micro-drenagem onde há tubos perfurados para infiltração no<<strong>br</strong> />
solo. A idéia central é que grande parte das águas pluviais sejam infiltradas no solo.<<strong>br</strong> />
4-38
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 4- Drenagem e recarga<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 06 de junho de 2007 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 4.27- Perfil de galeria de águas pluviais <strong>com</strong> tubos perfurados aplicado na cidade de Etobicoke.<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
4.22 Custos<<strong>br</strong> />
Apesar de uma parte das águas pluviais se infiltrarem a redução dos custos de uma micro-drenagem<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> tubos perfurados economiza somente 10% do custo dos tubos.<<strong>br</strong> />
4-39
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 5<<strong>br</strong> />
Carga de sólidos no runoff<<strong>br</strong> />
Cerca de 2.100 aC, próximo ao fim da 11 a dinastia, um chefe das forças egípcias de Mentuhotep relata a abertura de 14 poços<<strong>br</strong> />
profundos para um exército de 3.000 homens.<<strong>br</strong> />
Água Subterrânea e poços tubulares- Johnson, 1969<<strong>br</strong> />
5-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem<<strong>br</strong> />
Assunto<<strong>br</strong> />
Capitulo 5- Carga de sólido no runoff<<strong>br</strong> />
5.1 Introdução<<strong>br</strong> />
5.2 Lixo e Materiais flutuantes<<strong>br</strong> />
5.3 Carga de lixo em áreas residenciais, <strong>com</strong>erciais e industriais<<strong>br</strong> />
5.4 Acúmulo de poeiras e detritos em ruas<<strong>br</strong> />
5.5 Remoção de poeira e detritos nas ruas (washoff)<<strong>br</strong> />
5.6 Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo)<<strong>br</strong> />
5.7 Fator de erosividade R<<strong>br</strong> />
5.8 Fator de erodibilidade do solo K<<strong>br</strong> />
5.9 Fator topográfico LS<<strong>br</strong> />
5.10 Fator de prática de cultura C<<strong>br</strong> />
5.11 Fator de prática contra erosão P<<strong>br</strong> />
5.12 Estimativa de carga poluente pelo Método Simples de Schueler<<strong>br</strong> />
5.13 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
18 páginas<<strong>br</strong> />
5-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Capitulo 5-Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
5.1-Introdução<<strong>br</strong> />
O objetivo é mostrar metodologia para estimar a carga de sólidos de uma bacia devido ao lixo,<<strong>br</strong> />
materiais flutuantes e poeiras e detritos em ruas e a erosão do solo em espaços abertos.<<strong>br</strong> />
Todo este trabalho foi feito baseado na Usepa, 2004 no trabalho de Chi-Yuan Fan denominado<<strong>br</strong> />
Sewer Sediment and Control- a management practices reference guide, EPA/600/R-04/059 de<<strong>br</strong> />
janeiro de 2004.<<strong>br</strong> />
Usaremos também muitas informações <strong>br</strong>asileiras so<strong>br</strong>e perda de solos baseado no livro de<<strong>br</strong> />
Hidrologia e Recursos Hídricos do prof. Dr. Antonio Marozzi Righetto da Universidade de São<<strong>br</strong> />
Carlos da USP.<<strong>br</strong> />
5.2 Lixo e materiais flutuantes<<strong>br</strong> />
O lixo urbano trata-se de papeis, plásticos, pontas de cigarros, pedaços de madeira, etc que<<strong>br</strong> />
encontramos nas ruas, nos parques, nos jardins e nas lojas de lanches rápidos.<<strong>br</strong> />
A quantidade de lixo varia enormemente de local para local e achamos para o Brasil uma<<strong>br</strong> />
média aproximada de 2% do lixo urbano vai acabar nas galerias de águas pluviais.<<strong>br</strong> />
A cidade de Auckland, Nova Zelândia a taxa anual de lixo está na Tabela (5.1) conforme<<strong>br</strong> />
Usepa, 2004.<<strong>br</strong> />
Tabela 5.1- Valores da taxa anual de lixo, volume seco e peso<<strong>br</strong> />
Taxa de carga anual Volume seco<<strong>br</strong> />
Peso seco<<strong>br</strong> />
Categoria das áreas<<strong>br</strong> />
de lixo<<strong>br</strong> />
(kg/ha x ano)<<strong>br</strong> />
(m 3 /ha x ano)<<strong>br</strong> />
(kg/m 3 )<<strong>br</strong> />
Área <strong>com</strong>ercial 1,35 0,014 96,4<<strong>br</strong> />
Área industrial 0,88 0,009 97,8<<strong>br</strong> />
Área residencial 0,53 0,006 88,3<<strong>br</strong> />
Fonte: USEPA, 2004<<strong>br</strong> />
5.3 Carga de lixo em áreas residências, <strong>com</strong>erciais e industriais<<strong>br</strong> />
Conforme Armitage e Rooseboom, 2000 in Usepa, 2004 a equação empírica para determinar o<<strong>br</strong> />
volume de lixo na África do Sul é o seguinte:<<strong>br</strong> />
T= Σ fsci x ( Vi + Bi) Ai<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
T= carga anual de lixo em áreas residenciais, <strong>com</strong>erciai e industriais (m 3 /ano)<<strong>br</strong> />
fsci= fator de limpeza da rua que varia de fsci=1,0 para limpeza regular para fsci=6,0 para quando<<strong>br</strong> />
não há serviço de limpeza nas ruas.<<strong>br</strong> />
Vi= carga total da vegetação para cada tipo de solo Vi varia de 0,0 m 3 /ha x ano para solos <strong>com</strong> pouca<<strong>br</strong> />
vegetação para 0,5m 3 /ha x ano para solos <strong>com</strong> vegetação densa.<<strong>br</strong> />
Ai= área de cada tipo de solo (ha)<<strong>br</strong> />
Bi= taxa básica de lixo para cada tipo de solo conforme Tabela (5.2)<<strong>br</strong> />
5-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 5.2- Taxa de lixo para cada tipo de categoria de área<<strong>br</strong> />
Taxa de lixo para cada tipo de área<<strong>br</strong> />
Categoria das áreas<<strong>br</strong> />
Bi<<strong>br</strong> />
(m 3 /ha x ano)<<strong>br</strong> />
Área <strong>com</strong>ercial 1,20<<strong>br</strong> />
Área industrial 0,80<<strong>br</strong> />
Área residencial 0,01<<strong>br</strong> />
Fonte: Usepa, 2004<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.1<<strong>br</strong> />
Calcular a carga anual de lixo e materiais flutuantes conforme Armitage e Rooseboom, 2000 in<<strong>br</strong> />
Usepa, 2004.<<strong>br</strong> />
Temos áreas de residências de baixa densidade e alta densidade. Temos escola, área<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ercial, área industrial e Parques públicos. As respectivas áreas são em hectares.<<strong>br</strong> />
Para cada uso do solo temos os valores de Bi, Vi, fsci.<<strong>br</strong> />
Calculamos cada valor de T.<<strong>br</strong> />
T= Σ fsci x ( Vi + Bi) Ai<<strong>br</strong> />
Para a primeira linha temos:<<strong>br</strong> />
Bi=0,01 m 3 /ha/ano<<strong>br</strong> />
Vi=0,02 m 3 /ha/ano<<strong>br</strong> />
Ai= 300ha<<strong>br</strong> />
fci=1 (adotado)<<strong>br</strong> />
T= fsci x ( Vi + Bi) Ai<<strong>br</strong> />
T= 1,0 x (0,01+0,02) x 300ha=9m 3 /ano<<strong>br</strong> />
Como a densidade da área residencial baixa é de 88,3kg;m 3 teremos então o total de lixo em kg:<<strong>br</strong> />
Total de lixo em kg= 88,3 kg/m 3 x 9m 3 /ano=795kg/ano.<<strong>br</strong> />
Da mesma maneira procedemos o cálculos para os outros tipos de área, sendo que o total<<strong>br</strong> />
anual será de 45.677kg/ano de lixo e materiais flutuantes que chegarão as galerias de águas pluviais<<strong>br</strong> />
conforme Tabela (5.3).<<strong>br</strong> />
É o chamado first flush da poluição difusa.<<strong>br</strong> />
Uso do solo<<strong>br</strong> />
Tabela 5.3- Calculo das área residências, <strong>com</strong>erciais e industriais<<strong>br</strong> />
Área Carga de lixo Carga de Fator T= fsci x ( Vi Densidade<<strong>br</strong> />
(ha) básico Bi vegetação Vi fsci + Bi) x A (kg/m 3 )<<strong>br</strong> />
(m 3 /ha /ano) (m 3 /ha ano)<<strong>br</strong> />
Total de lixo<<strong>br</strong> />
kg/ano)<<strong>br</strong> />
Residência <strong>com</strong> 300 0,01 0,02 1 9 88,3 795<<strong>br</strong> />
baixa densidade<<strong>br</strong> />
Residência <strong>com</strong> 100 0,02 0,02 1 4 88,3 353<<strong>br</strong> />
alta densidade<<strong>br</strong> />
Escola 20 0,02 0,03 1 1 88,3 88<<strong>br</strong> />
Área <strong>com</strong>ercial 200 1,2 0,03 1 246 96,4 23714<<strong>br</strong> />
Área industrial leve 100 0,8 0,03 1 83 97,8 8117<<strong>br</strong> />
Parques 280 0,5 0,01 1 143 88,3 12609<<strong>br</strong> />
1000 Total 486 Total 45677<<strong>br</strong> />
5.4 Acúmulo de poeira e detritos em ruas<<strong>br</strong> />
Há duas situações: a primeira é quando o sedimento está depositado (buildup) e depois o seu<<strong>br</strong> />
transporte (washoff).<<strong>br</strong> />
• A deposição dos sedimentos (buildup) é o processo pelo qual há acumulação da<<strong>br</strong> />
deposição seca nas áreas impermeáveis.<<strong>br</strong> />
5-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
• A lavagem (washoff) é o processo pelo qual a deposição seca acumulada é removível<<strong>br</strong> />
pela chuva e pelo runoff e é incorporada ao escoamento do fluido.<<strong>br</strong> />
Acumulação de sedimentos em ruas (buildup)<<strong>br</strong> />
A EPA tem três tipos de equações para estimar a carga de poeira e detritos e iremos apresentar<<strong>br</strong> />
somente a equação de Michaelis-Menon que é a seguinte:<<strong>br</strong> />
DD= (DDLIM) (T) / (DDFACT +T)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
DD= acumulação de poeira e detritos nas ruas (g)<<strong>br</strong> />
DDLIM= limite de acumulação (g)<<strong>br</strong> />
T= tempo (dias). Usualmente toma-se T=10dias<<strong>br</strong> />
DDFACT=é um coeficiente normalmente adotado e igual a 0,90 x dias que é o tempo entre as<<strong>br</strong> />
chuvas.<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.2<<strong>br</strong> />
Calcular o acúmulo de poeira e detritos em ruas conforme Tabela (5.4).<<strong>br</strong> />
Tipo de<<strong>br</strong> />
estrada<<strong>br</strong> />
Tabela 5.4- Acumulação na rua de poeiras e detritos<<strong>br</strong> />
Comprimento Valores máximos T coeficiente<<strong>br</strong> />
total de guias(m) (g/metro de sarjeta) (tempo) DDFAC<<strong>br</strong> />
dias =0,9dias<<strong>br</strong> />
Comprime<<strong>br</strong> />
nto (km)<<strong>br</strong> />
MiCHAE<<strong>br</strong> />
LIS (g)<<strong>br</strong> />
g x<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>p<<strong>br</strong> />
r<<strong>br</strong> />
Rua 6 12.000 250 10 0,9 229 2748<<strong>br</strong> />
Artéria 2 4.000 180 10 0,9 165 661<<strong>br</strong> />
secundaria<<strong>br</strong> />
Artéria 1 2.000 150 10 0,09 149 297<<strong>br</strong> />
principal<<strong>br</strong> />
Total= 9 18.000 3710<<strong>br</strong> />
Para a primeira linha da Tabela (5.4) temos:<<strong>br</strong> />
DD= (DDLIM) (T) / (DDFACT +T)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
T= 10dias<<strong>br</strong> />
DDFACT=0,9<<strong>br</strong> />
DDLIM= 250g/metro de sarjeta<<strong>br</strong> />
DD= (250 (10) / (0,9 +10)= 229 g<<strong>br</strong> />
Portanto, teremos 229g por metro e em 12.000m teremos:<<strong>br</strong> />
Total= 12.000m x 229g/1000= 2.748kg/ano de poeira e detritos acumulados em 12.000metros.<<strong>br</strong> />
Procedemos da mesma maneira nas outras ruas obtendo o total de 3.710kg de poeira e detritos<<strong>br</strong> />
acumulados por todas as ruas.<<strong>br</strong> />
5.5 Remoção de poeira e detritos nas ruas (washoff)<<strong>br</strong> />
A carga de poeira e detritos é calculada usando a equação de Sarton e Boyd, 1972 in Usepa,<<strong>br</strong> />
2004.<<strong>br</strong> />
N= No x [1 – EXP(-K x R)]<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
N= quantidade de poeira e detritos na carga de lavagem (g/metro de sarjeta)<<strong>br</strong> />
No= quantidade de poeira e detritos no inicio (g/metro de sarjeta)<<strong>br</strong> />
EXP= exponencial (e)<<strong>br</strong> />
K= coeficiente de washoff (carga de lavagem) que varia de 0,167 a 1,007 dependendo da intensidade<<strong>br</strong> />
da chuva, da categoria da carga de poeira e da textura da categoria da rua. Para uma rua não muito<<strong>br</strong> />
importante adota-se K=0,5 e para ruas principais K=1,0 e para ruas intermediarias K=0,75.<<strong>br</strong> />
5-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
R= precipitação total (mm). Normalmente se adota R=5mm de precipitação<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.3<<strong>br</strong> />
Da continuidade do Exemplo (5.2), calcular a carga de lavagem (washoff)<<strong>br</strong> />
A estimativa da poeira de acumulação é calculado da seguinte maneira:<<strong>br</strong> />
Para a primeira linha:<<strong>br</strong> />
12.000metros de sarjeta<<strong>br</strong> />
12.000m x 250 g/metro de sarjeta/1000= 3.000kg= No<<strong>br</strong> />
Da mesma maneira cálculos os outros valores.<<strong>br</strong> />
Os coeficientes de lavagem (washoff) K escolhidos estão na coluna 3<<strong>br</strong> />
Aplicando a Equação de Sarton e Boyd,1972 temos:<<strong>br</strong> />
N= No x [1 – EXP(-K x R)]<<strong>br</strong> />
K= 0,50<<strong>br</strong> />
R=5mm<<strong>br</strong> />
No= 2748 (calculado no Exemplo (5.1))<<strong>br</strong> />
N= 2748 x [1 – EXP(-0,50 x 5]=2.556kg<<strong>br</strong> />
Da mesma maneira calculamos os outros valores conforme Tabela (5.5).<<strong>br</strong> />
Portanto, a carga de lavagem total será 3.467 kg para todos os tipos de ruas.<<strong>br</strong> />
Isto significa que cada chuva que cai carrega para as galerias de águas pluviais 3,467kg e<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o temos durante um ano 20 chuvas <strong>com</strong> mais de 5mm, por exemplo, teremos que durante o ano a<<strong>br</strong> />
carga total de poeira e detritos nas ruas será:<<strong>br</strong> />
Carga total anual de poeiras e detritos= 20 precipitações >5mm x 3.467kg=69.340kg<<strong>br</strong> />
Rua<<strong>br</strong> />
Estimativa da<<strong>br</strong> />
acumulação<<strong>br</strong> />
de poeira<<strong>br</strong> />
(kg/ano)<<strong>br</strong> />
Tabela 5.5- Valores da carga de lavagem<<strong>br</strong> />
Coeficiente de<<strong>br</strong> />
lavagem K<<strong>br</strong> />
(washoff)<<strong>br</strong> />
Total de poeira da carga de lavagem<<strong>br</strong> />
(washoff) (kg)<<strong>br</strong> />
N=No x (1 – exp(-K x R))<<strong>br</strong> />
R=5mm chuva<<strong>br</strong> />
1 2 3 4<<strong>br</strong> />
Rua 2748 0,50 2526<<strong>br</strong> />
Artéria<<strong>br</strong> />
661 0,75 645<<strong>br</strong> />
secundaria<<strong>br</strong> />
Artéria principal 297 1,00 295<<strong>br</strong> />
Total 3710 Total= 3467<<strong>br</strong> />
Carga total anual= 20chuvas>5mm x 3467kg=69.340kg/ano<<strong>br</strong> />
5.6 Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo)<<strong>br</strong> />
O modelo mais conhecido para estimar a perda do solo pela erosão hídrica é o USLE, que foi<<strong>br</strong> />
desenvolvido por Wischmeier e Smith em 1965. Conforme Paiva, 2001 o maior propósito da Equação<<strong>br</strong> />
USLE é servir <strong>com</strong>o guia sistemático no planejamento da conservação do solo.<<strong>br</strong> />
A Equação da RUSLE é:<<strong>br</strong> />
A= R. K. L S. C . P<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
A= perda anual de solo do solo (ton/ha/ano) devido ao escoamento superficial;<<strong>br</strong> />
R= fator de erosividade. No Estado de São Paulo R varia de 575 a 800 MJ/ha/(mm/h)<<strong>br</strong> />
K= fator de erodibilidade que varia de 0,03 a 0,79 ton/MJ/ha/(mm/h).<<strong>br</strong> />
LS= fator de declividade e <strong>com</strong>primento de encosta (adimensional)<<strong>br</strong> />
C= fator de prática de cultura variando de 0,001 a 1,0 (adimensional)<<strong>br</strong> />
5-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
P= fator de pratica de cultura contra erosão que varia de 0,3 a 1,0 (adimensional)<<strong>br</strong> />
5.7 Fator de erosividade R<<strong>br</strong> />
R= fator de erosividade da chuva (MJ/ha)/(mm/h). Existe um mapa de isoerosividade do<<strong>br</strong> />
Estado de São Paulo onde aparecem os valores de R, conforme a Figura (5.1).<<strong>br</strong> />
Para Guarulhos R= 675(MJ/ha)/(mm/h).<<strong>br</strong> />
Figura 5.1 - Curva de isoerosividade R do Estado de São Paulo em MJ/ha/(mm/h)<<strong>br</strong> />
Fonte: Bertoni & Lombardi Neto, 1985 in Righeto, 1998<<strong>br</strong> />
O fator de erosividade da chuva R é um índice número que representa o potencial de chuva e<<strong>br</strong> />
enxurrada para provocar erosão em uma área sem proteção. A perda de solo provocada por chuvas<<strong>br</strong> />
numa área cultivada é diretamente proporcional ao produto da energia cinética da chuva pela sua<<strong>br</strong> />
intensidade máxima em 30minutos. Esse produto é denominado de índice de erosão (EI 30 ). A média<<strong>br</strong> />
dos valores anuais de EI 30 de um longo período de tempo (mais de vinte anos) é o valor do fator de<<strong>br</strong> />
erosividade da chuva R.<<strong>br</strong> />
O valor R pode ser calculado de dados de pluviômetros, segundo modelo proposto por<<strong>br</strong> />
Lombardi Neto & Moldehauer, 1992 citados por Rufino, 1986 (Paiva et al, XIII Simpósio Brasileiro<<strong>br</strong> />
de Recursos Hídricos).<<strong>br</strong> />
A Equação foi desenvolvida em Campinas (SP) <strong>com</strong> objetivo de estimar a energia cinética.<<strong>br</strong> />
(Carvalho,1994) in Oliveira et al, no XIII Congresso Brasileiro de Recursos Hídricos).<<strong>br</strong> />
(EI)= 6,886 x (P m 2 / P) 0,85<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm)<<strong>br</strong> />
P m = precipitação média mensal (mm)<<strong>br</strong> />
(EI)= média mensal do índice de erosão em MJ.mm/h.ha<<strong>br</strong> />
R= Σ(EI)<<strong>br</strong> />
5-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 5.4<<strong>br</strong> />
Para a cidade de Campos do Jordao.o valor achado de R=865 MJ/ha/(mm/h conforme Tabela (5.6)<<strong>br</strong> />
Tabela 5.6 - Média mensal de energia de erosão EI da cidade de Campos do Jordão<<strong>br</strong> />
Média mensal de<<strong>br</strong> />
Meses Precipitação média mensal<<strong>br</strong> />
(mm)<<strong>br</strong> />
energia de erosão<<strong>br</strong> />
EI<<strong>br</strong> />
MJ.mm/h.ha<<strong>br</strong> />
Jan 307 201<<strong>br</strong> />
Fev 239 131<<strong>br</strong> />
Mar 207 103<<strong>br</strong> />
A<strong>br</strong> 102 31<<strong>br</strong> />
Mai 87 24<<strong>br</strong> />
Jun 49 9<<strong>br</strong> />
Jul 39 6<<strong>br</strong> />
Ago 36 5<<strong>br</strong> />
Set 93 26<<strong>br</strong> />
Out 146 57<<strong>br</strong> />
Nov 170 74<<strong>br</strong> />
Dez 303 197<<strong>br</strong> />
Total 1778 864<<strong>br</strong> />
5.8 Fator de erodibilidade do solo K<<strong>br</strong> />
Conforme Righetto, 1998 o fator de erodibilidade do solo K é a taxa de perda do solo por<<strong>br</strong> />
unidade de erosividade da chuva para um local de referência, correspondente a um determinado solo<<strong>br</strong> />
e a uma área de encosta de <strong>com</strong>primento igual a 22,1m e declive uniforme de 9%.<<strong>br</strong> />
K= fator de erodibilidade do solo (ton/MJ)/(mm/h). É necessário a percentagem de areia e<<strong>br</strong> />
percentagem de silte e de matéria orgânica para se achar o valor de erodibilidade K.<<strong>br</strong> />
Há vários métodos para se achar o valor de K. Um deles é consultar a Tabela (5.7),<<strong>br</strong> />
observando que <strong>com</strong> o aumento da matéria orgânica diminui o fator de erodibilidade do solo. Não se<<strong>br</strong> />
re<strong>com</strong>enda a extrapolação para valores da quantidade de matéria orgânica maior que 4%.<<strong>br</strong> />
5-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 5.7 - Fator de erodibilidade K do solo (ton/MJ/ha)/(mm/h)<<strong>br</strong> />
Ordem Classe de textura<<strong>br</strong> />
Quantidade de matéria orgânica<<strong>br</strong> />
< 0,5% 2% 4%<<strong>br</strong> />
1 Solo arenoso 0,07 0,04 0,03<<strong>br</strong> />
2 Solo arenoso fino 0,21 0,18 0,13<<strong>br</strong> />
3 Solo arenoso muito fino 0,55 0,48 0,37<<strong>br</strong> />
4 Franco arenoso 0,16 0,13 0,11<<strong>br</strong> />
5 Franco fino arenoso 0,32 0,26 0,21<<strong>br</strong> />
6 Franco muito fino arenoso 0,58 0,50 0,40<<strong>br</strong> />
7 Franco arenoso 0,36 0,32 0,25<<strong>br</strong> />
8 Franco arenoso fino 0,46 0,40 0,32<<strong>br</strong> />
9 Franco arenoso muito fino 0,62 0,54 0,44<<strong>br</strong> />
10 Franco 0,50 0,45 0,38<<strong>br</strong> />
11 Franco siltoso 0,63 0,55 0,44<<strong>br</strong> />
12 Silte 0,79 0,69 0,55<<strong>br</strong> />
13 Franco argilosa arenosa 0,36 0,33 0,28<<strong>br</strong> />
14 Franco argiloso 0,37 0,33 0,28<<strong>br</strong> />
15 Franco argiloso siltoso 0,49 0,42 0,34<<strong>br</strong> />
16 Areia argilosa 0,20 0,17 0,34<<strong>br</strong> />
17 Silte argiloso 0,33 0,30 0,25<<strong>br</strong> />
18 Argila 0,17 a 0,38<<strong>br</strong> />
Fonte: Wanielista, 1978 in Mays, 2001<<strong>br</strong> />
Nota: foi multiplicado o valor de K nas unidades inglesas por 1,32 conforme p. 15.74 do livro Stormwater Collection<<strong>br</strong> />
Design Handbook de Larry Mays, 2001.<<strong>br</strong> />
Systems<<strong>br</strong> />
Conforme Jones, et al o valor de K representa a susceptibilidade do solo a erosão e a<<strong>br</strong> />
quantidade de runoff. A textura do solo, a matéria orgânica, a estrutura e a permeabilidade<<strong>br</strong> />
determinam a erodibilidade de um solo em particular. Os valores K podem ser apresentados na<<strong>br</strong> />
Tabela (5.8).<<strong>br</strong> />
Tabela 5.8- Valores de K de acordo <strong>com</strong> o tipo de solo<<strong>br</strong> />
Tipo de solo Erodibilidade Valor de K<<strong>br</strong> />
Solo <strong>com</strong> textura fina ou solo<<strong>br</strong> />
Baixa 0,05 a 0,15<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> muita argila<<strong>br</strong> />
Solo <strong>com</strong> textura media ou solo<<strong>br</strong> />
Baixa 0,905 a 0,20<<strong>br</strong> />
arenoso<<strong>br</strong> />
Solo <strong>com</strong> textura media ou solo<<strong>br</strong> />
Moderada 0,25 a0,45<<strong>br</strong> />
franco<<strong>br</strong> />
Solo <strong>com</strong> alto teor de silte Alta 0,45 a 0,65<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.5<<strong>br</strong> />
Achar o valor de K para campos do Jordão para solo <strong>com</strong> textura fina<<strong>br</strong> />
Como a erodibilidade é baixa estimamos o valor de K=0,11.<<strong>br</strong> />
5.9 Fator topográfico LS.<<strong>br</strong> />
O fator topográfico (LS) <strong>com</strong>bina dois fatores: L função do <strong>com</strong>primento da rampa e S função da<<strong>br</strong> />
declividade média. O produto (LS), conforme Righetto, 1998 é fornecido pela Equação de<<strong>br</strong> />
Bertoni:<<strong>br</strong> />
5-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
(LS)= 0,00984 . S 1,18 . Lx 0,63<<strong>br</strong> />
(LS)= fator topográfico<<strong>br</strong> />
S= declividade média da encosta (%) sendo: S ≤ 35%<<strong>br</strong> />
Lx= <strong>com</strong>primento da rampa (m) sendo: 10m ≤ L≤ 180m<<strong>br</strong> />
Não há precisão nos cálculos quando a rampa tiver mais que 180m ou quando a declividade da<<strong>br</strong> />
rampa for maior que 35%.<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.6<<strong>br</strong> />
Calcular LS para Campos do Jordão <strong>com</strong> L=50m e S=15%.<<strong>br</strong> />
(LS)= 0,00984 . S 1,18 . Lx 0,63<<strong>br</strong> />
(LS)= 0,00984 . 15 1,18 . 50 0,63 = 2,83<<strong>br</strong> />
5.10 C= fator de práticas de cultura.<<strong>br</strong> />
Quando foi feito o USLE foi somente para culturas de plantações. Depois foi expandido para<<strong>br</strong> />
outras áreas <strong>com</strong>o de mineração.<<strong>br</strong> />
Acha-se “C” usando a Tabela (5.9):<<strong>br</strong> />
Tabela 5.9 - Fator de práticas do uso da terra<<strong>br</strong> />
Uso geral da terra<<strong>br</strong> />
C<<strong>br</strong> />
Plantações 0,080<<strong>br</strong> />
Florestas virgens (C tende a 0,001) 0,0001<<strong>br</strong> />
Pastagens 0,010<<strong>br</strong> />
Vegetação natural 0,100<<strong>br</strong> />
Florestas 0,005<<strong>br</strong> />
Agricultura de Café 0,200<<strong>br</strong> />
Terras urbanas 0,010<<strong>br</strong> />
Área desnuda (C tende 1,00) e Outros 1,000<<strong>br</strong> />
Áreas Urbanas (Fernandes e Araújo XIII Simpósio Brasileiro de<<strong>br</strong> />
Recursos Hídricos - Açude Acarape, Ceará)<<strong>br</strong> />
0,030<<strong>br</strong> />
Gramados (4,5 ton/ha x ano) 0,001<<strong>br</strong> />
Observar que quando temos solo gramado o valor da C da pratica de cultura é 0,001, que é um<<strong>br</strong> />
valor baixo o que mostra que os gramados funcionam muito bem contra a erosão dos solos.<<strong>br</strong> />
5-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 5.7<<strong>br</strong> />
Estimar o valor de C para Campos do Jordão para gramado<<strong>br</strong> />
Estimamos para gramado C=0,001<<strong>br</strong> />
5.11 P= fator de prática contra a erosão.<<strong>br</strong> />
Conforme Righeto, 1998 as práticas de conservação do solo podem reduzir enormemente a<<strong>br</strong> />
perdas do solo: técnicas de terraceamento, faixas de contorno niveladas e cordões de vegetação<<strong>br</strong> />
permanente devem ser utilizados no manejo dos solo sujeitos a fortes erosões. As Tabelas (5.10) e<<strong>br</strong> />
(5.11) mostras valores de P.<<strong>br</strong> />
Tabela 5.10 - Fator de práticas contra erosão<<strong>br</strong> />
Uso geral da terra<<strong>br</strong> />
P<<strong>br</strong> />
Plantações 0,5<<strong>br</strong> />
Pastagens 1,0<<strong>br</strong> />
Florestas 1,0<<strong>br</strong> />
Terras urbanas 1,0<<strong>br</strong> />
Outros 1,3<<strong>br</strong> />
Fonte: Wanielista, 1978 in Mays, 2001.<<strong>br</strong> />
Tabela 5.11- Valores de P para alguns tipos de manejo do solo<<strong>br</strong> />
Inclinação do terreno (%)<<strong>br</strong> />
Tipo de manejo 2 a 7 8 a 12 13 a 18 19 a 24<<strong>br</strong> />
Plantio morro abaixo 1,0 1,0 1,0 1,0<<strong>br</strong> />
Faixas niveladas 0,50 0,60 0,80 0,90<<strong>br</strong> />
Cordões de vegetação permanente 0,25 0,30 0,40 0,45<<strong>br</strong> />
Terraceamento 0,10 0,12 0,16 0,18<<strong>br</strong> />
Fonte: Righeto, 1998<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.8<<strong>br</strong> />
Estimar o valor de P para Campos do Jordão para gramado<<strong>br</strong> />
Estimamos para gramado P=0,5<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.9<<strong>br</strong> />
Calcular o valor da perda de solo anual para Campos do Jordão usando a equação revisada da perda<<strong>br</strong> />
de solo (RUSLE);<<strong>br</strong> />
A= R. K. L S. C . P<<strong>br</strong> />
R= 864<<strong>br</strong> />
K=0,11<<strong>br</strong> />
LS=2,83<<strong>br</strong> />
C= 0,001<<strong>br</strong> />
P=0,5<<strong>br</strong> />
5-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
A= 864x 0,11x 2,83x0,001x 0,5=0,13 ton/ha xano<<strong>br</strong> />
Portanto, a perda de solo no gramado será de 0,13 ton/ha x ano.<<strong>br</strong> />
Tabela 5.12- Perda de solo por erosão anual pelo método do RUSLE<<strong>br</strong> />
Uso do solo<<strong>br</strong> />
Área de jardins Perda do solo por erosão kg<<strong>br</strong> />
(ha)<<strong>br</strong> />
(ton/ha x ano)<<strong>br</strong> />
Áreas residenciais, escolas, <strong>com</strong>ercio e<<strong>br</strong> />
384 0,13 51563<<strong>br</strong> />
industrial<<strong>br</strong> />
Parques 250 0,13 33570<<strong>br</strong> />
Total= 85.133<<strong>br</strong> />
Teremos uma perda anual de solo do gramado de 85.133kg/ano<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.10<<strong>br</strong> />
Calcular a carga total<<strong>br</strong> />
Colocando-se na Tabela (5.13) o resumo geral teremos:<<strong>br</strong> />
Tabela 5.13- Resumo<<strong>br</strong> />
Resumo geral<<strong>br</strong> />
Total parcial Porcentagem<<strong>br</strong> />
(kg)<<strong>br</strong> />
Lixo e sólidos flutuantes 45.677kg 23%<<strong>br</strong> />
Poeira e sujeira nas ruas 69.060kg 35%<<strong>br</strong> />
Erosão do solo pelo RUSLE 85.133kg 42%<<strong>br</strong> />
199.870kg 100%<<strong>br</strong> />
Área total=1000ha<<strong>br</strong> />
0,2ton/ha<<strong>br</strong> />
Conforme Tabela (5.13) teremos carga total anual de sólidos carregados pelas chuvas é de<<strong>br</strong> />
199.870kg observando que a erosão do solo é a maior porcentagem..<<strong>br</strong> />
Verificamos que 23% + 35% = 58% nos fornece os resíduos do first flush anual<<strong>br</strong> />
No valor está a carga total de sólidos descarregado pela bacia sendo que não calculamos a<<strong>br</strong> />
carga dos poluentes.<<strong>br</strong> />
5.12 Estimativa da carga de poluente pelo Método Simples de Schueler<<strong>br</strong> />
Schueler em 1987 apresentou um método empírico denominado “Método Simples” para<<strong>br</strong> />
estimar o transporte de poluição difusa urbana em uma determinada área.<<strong>br</strong> />
O método foi obtido através de exaustivos estudos na área do Distrito de Washington nos<<strong>br</strong> />
Estados Unidos chamado National Urban Runoff Program (NURP) bem <strong>com</strong>o <strong>com</strong> dados da EPA,<<strong>br</strong> />
conforme AKAN, (1993).<<strong>br</strong> />
O Método Simples de Schueler, 1987 é amplamente aceito e requer poucos dados de entrada e<<strong>br</strong> />
é utilizado no Estado do Texas e no Lower Colorado River Authority, 1998<<strong>br</strong> />
AKAN, (1993) salienta que os estudos valem para áreas menores que 256ha e que são usadas<<strong>br</strong> />
cargas anuais.A equação de Schueler é similar ao método racional e nas unidades SI adaptada neste<<strong>br</strong> />
livro. Para achar a carga anual de poluente usamos a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
L= carga do poluente anual (kg/ano)<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm)<<strong>br</strong> />
P j = fração da chuva que produz runoff. P j =0,9 (normalmente adotado)<<strong>br</strong> />
5-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
R v = runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x AI<<strong>br</strong> />
(R 2 =0,71 N=47)<<strong>br</strong> />
AI= área impermeável (%).<<strong>br</strong> />
A= área (ha) sendo A≤ 256ha<<strong>br</strong> />
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)<<strong>br</strong> />
Valor de P j<<strong>br</strong> />
O valor de P j usualmente é 0,90 para precipitação média anual, mas pode atingir valor P j =0,5<<strong>br</strong> />
e para eventos de uma simples precipitação P j =1,0.<<strong>br</strong> />
Valores de C<<strong>br</strong> />
Conforme as pesquisas feitas por Schueler, (1987) e citadas por AKAN, (1993) e McCUEN,<<strong>br</strong> />
(1998) os valores médios da carga de poluição C em mg/L é fornecida pelas Tabelas (5.14) a (5.17)<<strong>br</strong> />
Tabela 5.14- Média dos Estados Unidos para concentrações médias nas águas pluviais<<strong>br</strong> />
Constituintes Unidades Runoff urbano<<strong>br</strong> />
TSS mg/L 54,5 (1)<<strong>br</strong> />
TP mg/L 0,26 (1)<<strong>br</strong> />
TN mg/L 2,00 (1)<<strong>br</strong> />
Cu μg/L 11,1 (1)<<strong>br</strong> />
Pb μg/L 50,7 (1)<<strong>br</strong> />
Zn μg/L 129 (1)<<strong>br</strong> />
S. Coli 1000 colonias/mL 1,5 (2)<<strong>br</strong> />
(1) Dados do NURP/USGS, 1998<<strong>br</strong> />
(2) Schueler, 1999<<strong>br</strong> />
Fonte: New York Stormwater Management Design Manual<<strong>br</strong> />
5-13
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 5.15- Concentrações de poluentes em diversas áreas<<strong>br</strong> />
Constituintes TSS (1) TP (2) TN (3) S. Coli (1) Cu (1) Pb (1) Zn (1)<<strong>br</strong> />
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (1000 (μg/L) (μg/L) (μg/L)<<strong>br</strong> />
col/ml)<<strong>br</strong> />
Telhado<<strong>br</strong> />
19 0,11 1,5 0,26 20 21 312<<strong>br</strong> />
residencial<<strong>br</strong> />
Telhado<<strong>br</strong> />
9 0,14 2,1 1,1 7 17 256<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>mercial<<strong>br</strong> />
Telhado industrial 17 - - 5,8 62 43 1.390<<strong>br</strong> />
Estacionamento 27 0,15 1,9 1,8 51 28 139<<strong>br</strong> />
residencial ou<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ercial<<strong>br</strong> />
Estacionamento 228 - - 2,7 34 85 224<<strong>br</strong> />
industrial<<strong>br</strong> />
Ruas residenciais 172 0,55 1,4 37 25 51 173<<strong>br</strong> />
Ruas <strong>com</strong>erciais 468 - - 12 73 170 450<<strong>br</strong> />
Estradas rurais 51 - 22 - 22 80 80<<strong>br</strong> />
Ruas urbanas 142 0,32 3,0 - 54 400 329<<strong>br</strong> />
Gramados 602 2,1 9,1 24 17 17 50<<strong>br</strong> />
Paisagismo 37 - - 94 94 29 263<<strong>br</strong> />
Passeio onde passa 173 0,56 2,1 17 17 - 107<<strong>br</strong> />
carros e pessoas<<strong>br</strong> />
(entrada de carros<<strong>br</strong> />
nas garagens)<<strong>br</strong> />
Posto de gasolina 31 - - - 88 80 290<<strong>br</strong> />
Oficina de reparos 335 - - - 103 182 520<<strong>br</strong> />
de carros<<strong>br</strong> />
Indústria pesada 124 - - - 148 290 1.600<<strong>br</strong> />
(1) Clayton e Schueler, 1996 (2) Média de Steuer et al, 1997, Bannerman, 1993 e Waschbushch,2000<<strong>br</strong> />
(3) Steuer et al, 1997<<strong>br</strong> />
Fonte: New York Stormwater Management Design Manual<<strong>br</strong> />
5-14
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 5.16 - Valores de “C”usados pelo Método Simples de Schueler, 1987 em mg/L.<<strong>br</strong> />
Poluente NURP Baltimore Washington NURP Virginia FHWA<<strong>br</strong> />
DC National<<strong>br</strong> />
Study<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
suburbana<<strong>br</strong> />
Áreas<<strong>br</strong> />
velhas<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>ercial<<strong>br</strong> />
média Florestas Rodovias<<strong>br</strong> />
americanas<<strong>br</strong> />
0,26 1,08 0,46 0,15<<strong>br</strong> />
Fósforo total<<strong>br</strong> />
Nitrogênio 2,00 13,6 2,17 3,31 0,78<<strong>br</strong> />
Total<<strong>br</strong> />
COD 35,6 163,0 90,8 >40,0 124,0<<strong>br</strong> />
BOD 5dias 5,1 36,0 11,9<<strong>br</strong> />
Zinco 0,037 0,397 0,250 0,176 0,380<<strong>br</strong> />
Fonte: AKAN, (1993) e McCUEN, (1998).<<strong>br</strong> />
Na Tabela (5.17) estão os valores de concentração média adotado na Malásia.<<strong>br</strong> />
Tabela 5.17- Valores médios de concentração adotados na MALÁSIA em mg/L<<strong>br</strong> />
Vegetaç Área Área Área urbana Área em construção<<strong>br</strong> />
Poluente<<strong>br</strong> />
ão<<strong>br</strong> />
nativa/<<strong>br</strong> />
floresta<<strong>br</strong> />
rural industrial<<strong>br</strong> />
85 500 50 - 200 50- 200 4000<<strong>br</strong> />
Sedimentos<<strong>br</strong> />
Sólidos totais em 6 30 60 85<<strong>br</strong> />
suspensão (TSS)<<strong>br</strong> />
Nitrogênio total (NT) 0,2 0,8 1,0 1,2<<strong>br</strong> />
Fósforo total<<strong>br</strong> />
0,03 0,09 0,12 0,13<<strong>br</strong> />
(PT)<<strong>br</strong> />
Amônia 0,01- 0,01-0,26 0,01-9,8<<strong>br</strong> />
0,03<<strong>br</strong> />
Coliformes fecais 260- 700 -<<strong>br</strong> />
4000-20000<<strong>br</strong> />
4000 3000<<strong>br</strong> />
Co<strong>br</strong>e 0,03 – 0,09<<strong>br</strong> />
Chumbo 0,2 – 0,5<<strong>br</strong> />
Fonte: MALÁSIA, (2000)<<strong>br</strong> />
Na Tabela (5.18) temos valores médios de poluentes fornecidos por Tucci, (2001).<<strong>br</strong> />
5-15
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 5.18- Valores médios de parâmetros de qualidade de águas pluviais em mg/L para<<strong>br</strong> />
algumas cidades.<<strong>br</strong> />
Durham Cincinatti Tulsa<<strong>br</strong> />
Poluente<<strong>br</strong> />
Weibel et<<strong>br</strong> />
Porto Alegre APWA<<strong>br</strong> />
Colson, 1974 al., 1964 AVCO, 1970<<strong>br</strong> />
APWA, 1969<<strong>br</strong> />
mínimo máximo<<strong>br</strong> />
DBO 19 111,8 31,8 1 700<<strong>br</strong> />
Sólidos totais 1440 545 1523 450 14600<<strong>br</strong> />
pH<<strong>br</strong> />
Coliformes 23.000 8.000 1,5 x 10 7 55 11,2 x 10 7<<strong>br</strong> />
NPM/100ml<<strong>br</strong> />
Ferro 12 30,3<<strong>br</strong> />
Chumbo 0,46 0,19<<strong>br</strong> />
Amônia 0,4 1,0<<strong>br</strong> />
Fonte: TUCCI, (2001).<<strong>br</strong> />
Conforme USEPA, 2004 os valores de concentrações médias estão na Tabela (5.19).<<strong>br</strong> />
Tabela 5.19- Concentrações médias de nitrogênio, fósforo e bactérias (coliformes fecais)<<strong>br</strong> />
conforme o uso do solo<<strong>br</strong> />
Uso do solo<<strong>br</strong> />
Concentração média de<<strong>br</strong> />
nitrogênio<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
Concentração média de<<strong>br</strong> />
fósforo<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
Coliformes fecais<<strong>br</strong> />
Número de bactérias por<<strong>br</strong> />
100 mL<<strong>br</strong> />
Schueler, 2000<<strong>br</strong> />
Floresta 1,69 0,10 100<<strong>br</strong> />
Área residencial de baixa<<strong>br</strong> />
1,88 0,40 20.000<<strong>br</strong> />
densidade<<strong>br</strong> />
Área residencial de<<strong>br</strong> />
1,88 0,40 20.000<<strong>br</strong> />
densidade média<<strong>br</strong> />
Área residencial de alta<<strong>br</strong> />
1,90 0,29 20.000<<strong>br</strong> />
densidade<<strong>br</strong> />
Áreas <strong>com</strong>erciais e<<strong>br</strong> />
1,90 0,23 20.000<<strong>br</strong> />
industriais<<strong>br</strong> />
Fonte: Schueler, 1987 e Thomson et al, 1997 in EPA/600/R-05/121A, 2004<<strong>br</strong> />
Tabela 5.20- Concentração média de TSS<<strong>br</strong> />
Uso do solo<<strong>br</strong> />
Concentração média de TSS<<strong>br</strong> />
(mg/L)<<strong>br</strong> />
Floresta 26<<strong>br</strong> />
Área residencial de media e baixa densidade 117<<strong>br</strong> />
Área residencial de alta densidade, áreas industriais e <strong>com</strong>erciais 116<<strong>br</strong> />
Fonte: NURP (EPA, 1983) in EPA/600/R-05/121A, 2004<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.11<<strong>br</strong> />
Exemplo de AKAN, (1993).<<strong>br</strong> />
Trata-se de área <strong>com</strong> 12ha, chuva média anual de 965mm sendo P j = 0,90. Área antes do<<strong>br</strong> />
desenvolvimento <strong>com</strong> 2% de área impermeável passou a 45% <strong>com</strong> a construção de uma vila de casas.<<strong>br</strong> />
Calcular o aumento anual de fósforo total.<<strong>br</strong> />
Para a situação de pré-desenvolvimento:<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x 2 = 0,07<<strong>br</strong> />
Adotando C=0,15mg/L para fósforo total em florestas, na Tabela (5.16) na coluna de Virginia.<<strong>br</strong> />
A carga anual será calculada usando:<<strong>br</strong> />
5-16
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=965mm<<strong>br</strong> />
P j =0,9 adotado<<strong>br</strong> />
Rv=0,07<<strong>br</strong> />
C=0,15mg/L Fósforo total/ Floresta<<strong>br</strong> />
A=12ha<<strong>br</strong> />
R v =0,07<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,07 x 0,15mg/L x 12ha<<strong>br</strong> />
L=1,09 kg/ano<<strong>br</strong> />
Para a situação de pós-desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 x 45 = 0,46<<strong>br</strong> />
P=965mm<<strong>br</strong> />
P j =0,9 adotado<<strong>br</strong> />
R v =0,07<<strong>br</strong> />
C=0,26mg/L Fósforo total/ área suburbana<<strong>br</strong> />
A=12ha<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,46 x 0,26mg/L x 12ha<<strong>br</strong> />
L=12,46 kg/ano<<strong>br</strong> />
Portanto, <strong>com</strong> o desenvolvimento a quantidade total de fósforo aumentará de 1,09kg/ano para<<strong>br</strong> />
12,46 kg/ano <strong>com</strong> a construção de um bairro residencial proposto.<<strong>br</strong> />
Exemplo 5.12<<strong>br</strong> />
Calcular o aumento de sedimentos de área urbana <strong>com</strong> 46,75ha, chuva anual média de<<strong>br</strong> />
1540mm e P j =0,50. Supomos que no pré-desenvolvimento havia 2% de área impermeável e <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento passou para 70%.<<strong>br</strong> />
Pré-desenvolvimento<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=1540mm<<strong>br</strong> />
P j =0,5 adotado<<strong>br</strong> />
C=85mg/L sedimentos/ Floresta/ Malásia<<strong>br</strong> />
A=46,75ha<<strong>br</strong> />
R v =0,05 + 0,009 x 2 = 0,07<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,07 x 85mg/L x 46,75ha<<strong>br</strong> />
L=2.142 kg de sedimentos/ano<<strong>br</strong> />
Pós-desenvolvimento<<strong>br</strong> />
L=0,01 x P x P j x R v x C x A<<strong>br</strong> />
P=1540mm<<strong>br</strong> />
P j =0,5 adotado<<strong>br</strong> />
C=200mg/L sedimentos / Urbana/ Malásia, Tabela (1.2)<<strong>br</strong> />
A=46,75ha<<strong>br</strong> />
R v =0,05 + 0,009 x 70 = 0,68<<strong>br</strong> />
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,68 x 200mg/L x 46,75ha<<strong>br</strong> />
L=48.957kg de TSS/ano<<strong>br</strong> />
Com o pós-desenvolvimento o sedimento aumentará de 2.142kg/ano para 48.957kg/ano.<<strong>br</strong> />
5-17
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 5- Carga de sólidos devido ao runoff<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 08 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong><<strong>br</strong> />
5.13 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
-AKAN, A OSMAN. Urban Stormwater Hydrology. Lancaster, Pennsylvania: Technomic, 1993, ISBN 0-87762-<<strong>br</strong> />
967-6, 268 p.<<strong>br</strong> />
-USEPA. Sewer Sediment and Control- a management practices reference guide. EPA/600/R/R-<<strong>br</strong> />
04/059. Autor: Chi- Yuan Fan, janeiro de 2004.<<strong>br</strong> />
-USEPA. Stormwater best management practices- Design guide. Volume 2. Vegetativa Biofilters.<<strong>br</strong> />
EPA/600/R04/121A. Autor: Michael L; Clar, september 2004.<<strong>br</strong> />
-USEPA. Methodology for analysis of detention basins of control of urban runoff quality. EPA 440/5-<<strong>br</strong> />
87-001, september 1986.<<strong>br</strong> />
5-18
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 6-Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para<<strong>br</strong> />
abastecimento público<<strong>br</strong> />
6-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público.<<strong>br</strong> />
6.1 Introdução<<strong>br</strong> />
O mundo passa por grandes transformações e os recursos hídricos deverão no séeculo XXI ser analisado<<strong>br</strong> />
de quatro maneiras básicas:<<strong>br</strong> />
• Aproveitamento dos recursos hidricos superficiais <strong>com</strong>o rios e lagos<<strong>br</strong> />
• Aproveitamento dos recursos de águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
• Aproveitamento de água de chuva de telhados<<strong>br</strong> />
• Reúso de água<<strong>br</strong> />
Vamos tratar neste capítulo da quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para<<strong>br</strong> />
abastecimento público usando o Método da Regionalização Hidrográfica.<<strong>br</strong> />
O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) vem realizando<<strong>br</strong> />
estudos desde 1980 para estimar a disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas paulistas, que não<<strong>br</strong> />
disponham de dados hidrográficos observados.<<strong>br</strong> />
As pesquisas do DAEE concluíram <strong>com</strong>o estudo da regionalização das variáveis hidrológicas: vazões<<strong>br</strong> />
médias e mínimas, volumes de regularização intra-anual e curvas de permanência.<<strong>br</strong> />
O estudo foi apoiado nos dados anuais precipitados em 444 postos pluviométricos, 219 estações<<strong>br</strong> />
fluviométricas para as descargas mensais e 88 postos fluviométricos para observação das séries históricas de<<strong>br</strong> />
vazões diárias.<<strong>br</strong> />
Este trabalho foi apresentado no livro “Conservação da água” de 1999 em aplicação do caso do<<strong>br</strong> />
Reservatório do Tanque Grande e acrescido agora <strong>com</strong> Tabelas e Figuras do trabalho original do DAEE de<<strong>br</strong> />
1088.<<strong>br</strong> />
6.2 Regionalização hidrológica<<strong>br</strong> />
Freqüentemente, nos estudos de aproveitamento dos recursos hídricos das bacias hidrográficas, o<<strong>br</strong> />
hidrólogo é convocado para avaliar a disponibilidade hídrica superficial em locais onde não existe série<<strong>br</strong> />
histórica de vazões ou, se existe, a extensão da série observada é pequena.<<strong>br</strong> />
Neste caso, deve ser aplicada a regionalização hidrológica. Esta regionalização é uma ferramenta que<<strong>br</strong> />
possibilita a avaliação de maneira rápida, em conformidade à agilidade que a administração dos recursos<<strong>br</strong> />
hídricos requer para suas decisões.<<strong>br</strong> />
No estudo de águas superficiais, o objetivo pode ser avaliar a capacidade de autodepuração do curso<<strong>br</strong> />
de água para a vazão mínima, associada à dada probabilidade de ocorrência. No caso de pequeno<<strong>br</strong> />
aproveitamento hidrelétrico deseja-se quantificar a energia possível de ser gerada, <strong>com</strong>umente estimada pela<<strong>br</strong> />
análise da curva de permanência.<<strong>br</strong> />
Quando, por outro lado, o objetivo é atender uma determinada demanda para abastecimento, é<<strong>br</strong> />
necessário verificar se a vazão a ser captada é menor que a descarga mínima para um dado período de<<strong>br</strong> />
retorno (captação a fio de água).<<strong>br</strong> />
Caso a demanda seja maior que a mínima e menor que a média de longo período, é preciso avaliar o<<strong>br</strong> />
volume de armazenamento necessário para atendê-la, associado a um determinado risco de não atendimento<<strong>br</strong> />
em um ano qualquer.<<strong>br</strong> />
Em resumo, as variáveis hidrológicas são:<<strong>br</strong> />
• vazão média de longo período;<<strong>br</strong> />
• vazão mínima de duração variável de um a seis meses, associada à probabilidade de ocorrência;<<strong>br</strong> />
• curva de permanência de vazões;<<strong>br</strong> />
• volume de armazenamento intra-anual, necessário para atender dada demanda, sujeito a um risco<<strong>br</strong> />
conhecido;<<strong>br</strong> />
• vazão mínima de sete dias, associada à probabilidade de ocorrência.<<strong>br</strong> />
6.3 Vazão média de longo período<<strong>br</strong> />
A descarga média plurianual numa dada seção de um curso de água pode ser obtida, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
aproximação, através da relação linear dessa vazão Q <strong>com</strong> o total anual médio precipitado na bacia<<strong>br</strong> />
hidrográfica (P)<<strong>br</strong> />
Q = a + b. P (Equação 6.1)<<strong>br</strong> />
na qual a e b são parâmetros da reta de regressão;<<strong>br</strong> />
Q em l/s/km 2 (litros por segundo por km 2 ) e<<strong>br</strong> />
6-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
P em milímetro por ano (mm/ano).<<strong>br</strong> />
Guarulhos é a região G determinada pelo DAEE conforme figura no fim deste Apêndice, apresentando<<strong>br</strong> />
os seguintes valores de a e b, conforme Tabela (6.1).<<strong>br</strong> />
Tabela 6.1- Parâmetros da análise de regressão linear<<strong>br</strong> />
Região do Estado<<strong>br</strong> />
Parâmetro a<<strong>br</strong> />
Parâmetro b<<strong>br</strong> />
G -26,23 0,0278<<strong>br</strong> />
R 2 =0,9402 (Coeficiente de determinação)<<strong>br</strong> />
Para Guarulhos, a precipitação média anual P pode ser considerada igual a 1500mm. Portanto,<<strong>br</strong> />
aplicando a Equação (6.1) temos:<<strong>br</strong> />
Q=a + b.P = -26,23 + 0,0278 . 1500= 15,47 l/s/km 2<<strong>br</strong> />
Assim, a vazão média plurianual de Guarulhos é de 15,47 l/s/km 2 .<<strong>br</strong> />
Considerando-se, para exemplo prático, a bacia do reservatório do Tanque Grande, em Guarulhos,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> área de bacia de 8,2 km 2 , teremos, na seção de interesse, isto é, na barragem:<<strong>br</strong> />
Q= 15,47 . 8,2= 126,85 l/s (Equação 6.2)<<strong>br</strong> />
Portanto, a vazão média plurianual da bacia do Tanque Grande, na seção de interesse considerada, é<<strong>br</strong> />
de 126,85 l/s.<<strong>br</strong> />
6.4 Período de retorno<<strong>br</strong> />
É muito importante a adoção de um período de retorno T. O período de retorno XT foi obtido,<<strong>br</strong> />
estatisticamente, através da análise dos postos fluviométricos. Os períodos de retorno são de 10, 15, 20, 25,<<strong>br</strong> />
50 e 100 anos, conforme a Tabela (6.2).<<strong>br</strong> />
Tabela 6.2- Valores dos períodos de retorno XT , A e B<<strong>br</strong> />
Região 10<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
15<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
20<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
25<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
50<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
100<<strong>br</strong> />
anos<<strong>br</strong> />
Valor<<strong>br</strong> />
A<<strong>br</strong> />
Valor<<strong>br</strong> />
B<<strong>br</strong> />
G 0,632 0,588 0,561 0,543 0,496 0,461 0,4089 0,0332<<strong>br</strong> />
6.5 Vazão mínima anual de um mês de duração e dez anos de período de retorno (Q 1,10 ).<<strong>br</strong> />
A fórmula a ser usada, pesquisada pelo DAAE, é:<<strong>br</strong> />
sendo:<<strong>br</strong> />
d= meses de duração;<<strong>br</strong> />
1/T= probabilidade de ocorrência;<<strong>br</strong> />
XT,A e B= Tabela (6.2)<<strong>br</strong> />
Q d,T= XT . ( A + B. d) .Q (Equação 6.3)<<strong>br</strong> />
O valor XT, referente ao período de dez anos, é 0,632, conforme a Tabela (6.2), portanto, X10=<<strong>br</strong> />
0,632.<<strong>br</strong> />
Queremos o valor Q 1,10 , para d= 1, sendo tabelados os valores de A e B:<<strong>br</strong> />
Q 1,10 = X10 ( A + B . 1 ). Q<<strong>br</strong> />
A= 0,4089<<strong>br</strong> />
B= 0,0332<<strong>br</strong> />
d= 1 mês<<strong>br</strong> />
X10= 0,632<<strong>br</strong> />
Substituindo os valores, teremos:<<strong>br</strong> />
6-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Q 1,10 = 0,632 (0,4089+0,0332 . 1) . 126,85 = 35,44 l/s (4)<<strong>br</strong> />
Portanto, a vazão mínima anual de um mês de duração e dez anos de período de retorno é 35,44 l/s.<<strong>br</strong> />
Esta vazão média mensal pode ser captada, sem regularização, admitindo-se que, em média, ocorre uma<<strong>br</strong> />
vazão inferior a ela uma única vez num período de dez anos.<<strong>br</strong> />
6.6 Vazões mínimas anuais de sete dias consecutivos (Q 7,10 )<<strong>br</strong> />
Uma solicitação freqüente so<strong>br</strong>e vazões mínimas refere-se àquela <strong>com</strong> sete dias de duração. Sua<<strong>br</strong> />
vantagem é sofrer menos influência de erros operacionais e intervenções humanas no curso de água do que<<strong>br</strong> />
a vazão mínima diária e ser suficientemente mais detalhada que a vazão mínima mensal.<<strong>br</strong> />
Assim, esta vazão é utilizada <strong>com</strong> freqüência (Q 7,10 ) <strong>com</strong>o indicador da disponibilidade hídrica natural<<strong>br</strong> />
num curso de água. O período de retorno é de dez anos.<<strong>br</strong> />
O significado do parâmetro Q 7,10 é de que o manancial não irá atender esta vazão, em média, uma<<strong>br</strong> />
vez em dez anos (sem regularização).<<strong>br</strong> />
O cálculo do Q 7,10 é dado pela fórmula:<<strong>br</strong> />
Q 7,10 = C. XT. ( A + B) . Q (Equação 6.5)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
C= 0,75 obtido nas pesquisas do DAAE e válido para Guarulhos;<<strong>br</strong> />
XT= X10= 0,632;<<strong>br</strong> />
A= 0,4089;<<strong>br</strong> />
B= 0,0332 e<<strong>br</strong> />
Q= 126,85 l/s.<<strong>br</strong> />
Substituindo em (5) teremos:<<strong>br</strong> />
Q 7,10 = 0,75 . 0,632 (0,4089+0,0332) . 126,85= 26,58 l/s (Equação 6.6)<<strong>br</strong> />
Portanto, a vazão de 26,58 l/s é a vazão que pode ser retirada do manancial sem armazenamento,<<strong>br</strong> />
isto é, a fio de água. É a chamada vazão mínima ou vazão ecológica.<<strong>br</strong> />
6.7 Volume de regularização intra-anual<<strong>br</strong> />
Quando a demanda a ser atendida supera a vazão mínima que pode ocorrer num curso de água,<<strong>br</strong> />
muitas vezes, <strong>com</strong> armazenamento relativamente pequeno, pode-se aumentar significativamente o nível de<<strong>br</strong> />
atendimento da demanda, sem incorrer nos gastos requeridos por aproveitamentos <strong>com</strong> regularização<<strong>br</strong> />
plurianual.<<strong>br</strong> />
O número máximo de meses da duração crítica é de oito. A maior diferença entre a demanda e a<<strong>br</strong> />
disponibilidade (V), representa o volume de regularização intra-anual necessário para suprir a demanda QF,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> um risco de (100/T)% de não atendimento, em um ano qualquer.<<strong>br</strong> />
A probabilidade de sucesso ou fracasso é predeterminada, em um ano qualquer, em função dos<<strong>br</strong> />
estudos feitos pelo DAEE.<<strong>br</strong> />
O valor máximo da função do volume é fornecido pela fórmula:<<strong>br</strong> />
[ QF-(XT.A.Q)] 2<<strong>br</strong> />
V= ----------------------------.K (Equação 6.7)<<strong>br</strong> />
4.XT.B.Q<<strong>br</strong> />
sendo:<<strong>br</strong> />
V= volume de regularização intra-anual em m 3 ;<<strong>br</strong> />
QF= vazão firme a ser regularizada em m 3 /s;<<strong>br</strong> />
A e B= coeficiente da reta de regressão da média das vazões mínimas;<<strong>br</strong> />
K= número de segundos em um mês = 2.628.000 segundos;<<strong>br</strong> />
XT= fator relativo à probabilidade de sucesso;<<strong>br</strong> />
dc= duração crítica em meses ≤ 6 meses<<strong>br</strong> />
Q= vazão média de longo período (m 3 /s).<<strong>br</strong> />
6-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
A fórmula da duração crítica dc é a seguinte:<<strong>br</strong> />
QF - ( XT . A .Q)<<strong>br</strong> />
dc =-------------------------- ≤ 6 meses (Equação 6.8)<<strong>br</strong> />
2 . XT . B . Q<<strong>br</strong> />
Vamos supor que QF= 50 l/s = 0,050 m 3 /s. Para 10% (T=10 anos) de probabilidade de não<<strong>br</strong> />
atendimento em um ano qualquer, ou seja, 90% de probabilidade de atendimento, aplicando a Equação (6.7)<<strong>br</strong> />
e (6.8) temos:<<strong>br</strong> />
[ 0,050- (0,632. 0,4089. 0,126)] 2<<strong>br</strong> />
V= ------------------------------------------. 2628000= 73175 m 3<<strong>br</strong> />
4. 0,632 . 0,0332 . 0,126<<strong>br</strong> />
0,050 - ( 0,632 . 0,4089 . 0.126)<<strong>br</strong> />
dc= ------------------------------------------- = 3,2 meses < 6 meses OK.<<strong>br</strong> />
2. 0,632 . 0,0332 . 0,126<<strong>br</strong> />
Portanto, para a vazão firme de 50 l/s e probabilidade de atendimento de 90%, o volume necessário é<<strong>br</strong> />
73.175 m 3 e a duração crítica calculada é de 3,2 meses, que é menor que o limite máximo de validade da<<strong>br</strong> />
fórmula que é seis meses.<<strong>br</strong> />
Usando as mesmas fórmulas acima, para QF= 0,06 m 3 /s, teremos V= 182.857 m 3 e dc= 5,1 meses.<<strong>br</strong> />
Podemos verificar que, sendo o volume da represa do Tanque Grande de 88.000 m 3 , a vazão firme<<strong>br</strong> />
QF estará entre 0,050 m 3 /s e 0,060 m 3 /s. Interpolando ou tirando-se o QF da Equação (6.7) poderemos, dado<<strong>br</strong> />
o volume que temos, achar o valor de QF e depois conferir o valor de dc, devendo dc ser ≤ 6 meses.<<strong>br</strong> />
No caso, o valor da vazão firme é QF= 0,052 m 3 /s = 52 l/s.<<strong>br</strong> />
Façamos a Tabela (6.3) dos valores encontrados:<<strong>br</strong> />
Tabela 6.3-Vazão firme, volume de regularização e duração crítica<<strong>br</strong> />
Vazão firme QF escolhida<<strong>br</strong> />
(m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Volume necessário para a<<strong>br</strong> />
regularização intra-anual<<strong>br</strong> />
(m 3 )<<strong>br</strong> />
Duração crítica<<strong>br</strong> />
(meses)<<strong>br</strong> />
0,050 73.175 3,2<<strong>br</strong> />
0,051 81.921 3,4<<strong>br</strong> />
0,052 91.162 3,6<<strong>br</strong> />
0,060 182.857 5,1<<strong>br</strong> />
0,065 256.211 6,1<<strong>br</strong> />
A vazão firme, <strong>com</strong> 90% de probabilidade de sucesso, é 52 l/s para o volume de regularização intraanual<<strong>br</strong> />
de 88.000 m 3 sem deixar passar a vazão Q 7,10 .<<strong>br</strong> />
O correto seria deixar passar a vazão Q 7,10 = 26,58 L/s e a vazão que poderíamos retirar seria de 52<<strong>br</strong> />
L/s menos o Q 7,10 :<<strong>br</strong> />
52L/s -26,58 L/s = 25,42 L/s<<strong>br</strong> />
Muitas barragens pequenas da Sabesp não deixam passar a vazão Q 7,10 embora esteja errado.<<strong>br</strong> />
6.8 Curvas de permanência<<strong>br</strong> />
O DAEE, através de 210 postos fluviométricos, realizou análises das freqüências acumuladas, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
base em séries de vazões mensais observadas.<<strong>br</strong> />
A curva de permanência em uma seção é importante quando nos interessa saber a amplitude de variação das<<strong>br</strong> />
vazões e, principalmente, a freqüência <strong>com</strong> que cada valor de vazão ocorre numa determinada seção do rio.<<strong>br</strong> />
Para as curvas de permanência usamos a fórmula abaixo:<<strong>br</strong> />
Qp= qp . Q ( Equação 6.9 )<<strong>br</strong> />
sendo:<<strong>br</strong> />
Qp= vazão para a freqüência acumulada escolhida;<<strong>br</strong> />
qp= freqüência acumulada que consta da Tabela (6.3);<<strong>br</strong> />
Q= vazão média plurianual.<<strong>br</strong> />
Na Tabela (6.4), temos <strong>com</strong> os seguintes valores de qp para a freqüência acumulada escolhida:<<strong>br</strong> />
6-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 6.4- Curva de permanência<<strong>br</strong> />
Freqüência acumulada<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Curva de permanência<<strong>br</strong> />
Valor de qp<<strong>br</strong> />
5 2,396<<strong>br</strong> />
10 1,983<<strong>br</strong> />
15 1,664<<strong>br</strong> />
20 1,442<<strong>br</strong> />
25 1,255<<strong>br</strong> />
30 1,121<<strong>br</strong> />
40 0,923<<strong>br</strong> />
50 0,789<<strong>br</strong> />
60 0,679<<strong>br</strong> />
70 0,592<<strong>br</strong> />
75 0,547<<strong>br</strong> />
80 0,506<<strong>br</strong> />
85 0,469<<strong>br</strong> />
90 0,420<<strong>br</strong> />
95 0,363<<strong>br</strong> />
100 0,223<<strong>br</strong> />
Vamos elaborar, agora, a curva de permanência. Usando a vazão plurianual de 126,85l/s, o<<strong>br</strong> />
coeficiente qp, correspondente à freqüência acumulada, e a Equação (6.9), teremos a Tabela (6.5).<<strong>br</strong> />
Tabela 6.5-Curva de permanência de vazões médias mensais do Tanque Grande<<strong>br</strong> />
Tempo<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Vazão<<strong>br</strong> />
(litros/segundo)<<strong>br</strong> />
5 304<<strong>br</strong> />
10 252<<strong>br</strong> />
15 211<<strong>br</strong> />
20 183<<strong>br</strong> />
25 159<<strong>br</strong> />
30 142<<strong>br</strong> />
40 117<<strong>br</strong> />
50 100<<strong>br</strong> />
60 86<<strong>br</strong> />
70 75<<strong>br</strong> />
80 64<<strong>br</strong> />
85 59<<strong>br</strong> />
90 53<<strong>br</strong> />
95 46<<strong>br</strong> />
100 28<<strong>br</strong> />
A curva de permanência é para a retirada da água a fio d´água, o que não é o nosso caso. Significa<<strong>br</strong> />
quem em 95% do tempo teremos vazão de 46 L/s. Como a vazão mínima Q7,10= 26,58 L/s poderemos retirar<<strong>br</strong> />
a fio d´água a diferença 46L/s – 26,58L/s= 19,42 L/s<<strong>br</strong> />
Observar que, para a curva de permanência, não está considerado o volume do reservatório, que é de<<strong>br</strong> />
88.000 m 3 .<<strong>br</strong> />
Para a represa do Tanque Grande, executamos a Estação de Tratamento de Água (ETA), para a<<strong>br</strong> />
vazão máxima de 90 l/s, a qual teremos em praticamente 60% do tempo, conforme a curva de permanência<<strong>br</strong> />
da Tabela (6.5).<<strong>br</strong> />
A vazão firme obtida foi de 52 l/s, que é obtida <strong>com</strong> a ajuda do reservatório de 88.000 m 3 , <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
probabilidade de sucesso de 90%.<<strong>br</strong> />
6-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Observação importante:<<strong>br</strong> />
Para manter os cursos de água é necessário manter uma vazão mínima, também chamada de vazão<<strong>br</strong> />
ecológica. No Estado de São Paulo é usada a vazão mínima Q 7,10 que são sete dias consecutivos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
período de retorno de 10anos.<<strong>br</strong> />
Mesmo no Estado de São Paulo existem bacias em que é permitido valor de 50% de Q 7,10 , mas<<strong>br</strong> />
normalmente é usado o Q 7,10 .<<strong>br</strong> />
Então a vazão que se pode utilizar deve-se ser descontado o valor de Q 7,10 .<<strong>br</strong> />
Assim se a vazão achada for 100L/s e o Q7,10 for 20L/s a vazão que podemos retirar é 80 L/s.<<strong>br</strong> />
6.9 Estudo de outros casos: Cabuçu, Barrocada, Engordador, Lago Azul<<strong>br</strong> />
A Tabela (6.6) fornece a vazão firme regularizada, o volume crítico do reservatório e a duração crítica<<strong>br</strong> />
dos principais reservatórios existentes em Guarulhos e nas imediações. Não estão incluídos reservatórios<<strong>br</strong> />
particulares.<<strong>br</strong> />
Tabela 6.6-Vazão firme regularizada em litros/segundo<<strong>br</strong> />
Barragem<<strong>br</strong> />
Área Vol. exist. Vazão firme regul. Vol. crítico do res. Duração crítica<<strong>br</strong> />
(km 2 ) (m 3 )<<strong>br</strong> />
(L/s)<<strong>br</strong> />
(m 3 )<<strong>br</strong> />
(meses)<<strong>br</strong> />
T. Grande 8,2 88.000(2) 52 91.162 3,6<<strong>br</strong> />
Cabuçu 24,0 1.776.000(3) 190 746.011 6,0<<strong>br</strong> />
Barrocada 8,5 30.000(3) 45 28.909 2,0<<strong>br</strong> />
Engordador 9,6 500.000(3) 76 298.404 6,0<<strong>br</strong> />
Lago Azul 1,54 100.000(1) 12 44.877 5,8<<strong>br</strong> />
Ururuquara 2,082(5) 5.000(1) 11 7.013 2,0<<strong>br</strong> />
Córrego Guaraçau 18,91(4) 385.000(1) 135 377.673 4,8<<strong>br</strong> />
(1) Os volumes foram estimados, isto é, não houve estudos de batimetria.<<strong>br</strong> />
(2) Volume obtido no SAAE por estudo de batimetria.<<strong>br</strong> />
(3) Dados fornecidos pela SABESP.<<strong>br</strong> />
(4) O córrego Guaraçau é afluente do Rio Baquirivu, junto ao Inocoop. A seção de estudo é na estrada que<<strong>br</strong> />
cruza o rio, onde a jusante existem duas antigas cavas de areia.<<strong>br</strong> />
(5) Área obtida de planta da antiga Repartição de Águas e Esgoto - RAE, de outu<strong>br</strong>o de 1940. Trata-se de<<strong>br</strong> />
área de contribuição do ribeirão Ururuquara, cuja vazão mínima estimada, em 1952, foi de 7 a 9 l/s<<strong>br</strong> />
Nota: não deixamos passar a jusante a vazão Q 7,10 .<<strong>br</strong> />
Conforme planta de 1942, o Sistema Cabuçu (Cabuçu + Barrocada + Engordador) forneceu para a<<strong>br</strong> />
Capital em média cerca de 1.000.000 m 3 /mês, ou seja, 386 l/s.<<strong>br</strong> />
O SAAE de Guarulhos utiliza o manancial do Tanque Grande, sendo que a capacidade da ETA<<strong>br</strong> />
Tanque Grande é de 90 l/s.<<strong>br</strong> />
O estudo para aproveitamento do Lago Azul, em Bonsucesso, foi examinado e, devido aos problemas<<strong>br</strong> />
de contaminação do manancial, foi descartada esta hipótese.<<strong>br</strong> />
O manancial do Engordador está próximo ao Posto de Gasolina 555, na rodovia Fernão Dias. Não foi<<strong>br</strong> />
cedido pelo DAEE a Guarulhos.<<strong>br</strong> />
O córrego Guaraçau consta devido a estudos que fizemos so<strong>br</strong>e seu aproveitamento para água<<strong>br</strong> />
industrial (não-potável). As duas cavas de areia servirão, também, <strong>com</strong>o regulador de vazão, evitando-se<<strong>br</strong> />
mais enchentes junto ao Rio Baquirivu.<<strong>br</strong> />
6-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Podemos a partir da Tabela (6.6), fazer algumas <strong>com</strong>parações interessantes, presentes na Tabela<<strong>br</strong> />
(6.7), abaixo:<<strong>br</strong> />
Tabela 6.7- Comparações<<strong>br</strong> />
Barragem<<strong>br</strong> />
Área<<strong>br</strong> />
(km 2 )<<strong>br</strong> />
Vol. exist.<<strong>br</strong> />
(m 3 )<<strong>br</strong> />
Vazão firme<<strong>br</strong> />
regul.<<strong>br</strong> />
(l/s)<<strong>br</strong> />
Vazão<<strong>br</strong> />
utilizada<<strong>br</strong> />
(l/s)<<strong>br</strong> />
Fonte dos<<strong>br</strong> />
dados<<strong>br</strong> />
T. Grande 8,2 88.000 52 90 SAAE<<strong>br</strong> />
Cabuçu 24,0 1.776.000 190 371(1)(3) SABESP<<strong>br</strong> />
Barrocada 8,5 30.000 45 120(2) SAAE<<strong>br</strong> />
Engordador 9,6 500.000 76 155 SABESP<<strong>br</strong> />
Ururuquara 2,082 5.000 11 13 DAE<<strong>br</strong> />
(1) Esta vazão é só do manancial do Cabuçu, não incluindo os mananciais do Barrocada e do Engordador.<<strong>br</strong> />
(2) A vazão cedida pelo DAEE a Guarulhos é de até 120 l/s.<<strong>br</strong> />
(3) A vazão cedida pelo DAEE a Guarulhos é de até 300 l/s.<<strong>br</strong> />
6.10 Conclusão<<strong>br</strong> />
O método de regionalização de bacias hidrográficas elaborado pelo Departamento de Águas e<<strong>br</strong> />
Energia Elétrica do Estado de São Paulo é fácil de usar, principalmente quando não se tem a série histórica<<strong>br</strong> />
das vazões, <strong>com</strong>o no caso do córrego Tanque Grande.<<strong>br</strong> />
O que nos levou a divulgar este método foi a extrema dificuldade que os engenheiros têm para<<strong>br</strong> />
encontrar literatura a respeito do assunto.<<strong>br</strong> />
6.11 BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />
-CHOW, VEN TE. Applied Hydrology, McGraw-Hill, 1988;<<strong>br</strong> />
-DAEE (DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA), Revista Águas e energia elétrica, ano 5,<<strong>br</strong> />
número 14, 1988- Regionalização Hidrológica no Estado de São Paulo. Os estudos foram desenvolvidos<<strong>br</strong> />
pelos técnicos: Alexandre Liazi, Joao Gilverto Lotufo Conejo, José Carlos Francisco Palos e Paulo Sergio<<strong>br</strong> />
Cintra. O Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica era o dr. Paulo Bezerril Júnior.<<strong>br</strong> />
-GARCEZ, LUCAS NOGUEIRA. Hidrologia, Editora Edgard Blucher Ltda, editôra da Universidade de São<<strong>br</strong> />
Paulo, 1967;<<strong>br</strong> />
-PALOS et al, Regionalização de vazões mínimas, médias, curvas de permanência e volumes de<<strong>br</strong> />
regularização intra anual em pequenas bacias hidrográficas do Estado de São Paulo, VII Simpósio<<strong>br</strong> />
Brasileiro de Hidrologia e Recursos Hídricos, Salvador, novem<strong>br</strong>o 1987.<<strong>br</strong> />
-TOMAZ, PLINIO. Conservação da água. Guarulhos, 1999.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. Hidrologia-ciência e aplicação, editora da Universidade de São Paulo, 1993.<<strong>br</strong> />
- VILLELA, SWAMI MARCONDES E MATTOS, ARTHUR. Hidrológica Aplicada, McGraw-Hill, 1985.<<strong>br</strong> />
6-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: DAEE, 1988<<strong>br</strong> />
6-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: DAEE, 1988<<strong>br</strong> />
6-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: DAEE, 1988<<strong>br</strong> />
6-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 6- Quantidade de água que podemos retirar de rios e córregos para abastecimento público<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 23 de janeiro de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: DAEE, 1988<<strong>br</strong> />
6-12
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 7<<strong>br</strong> />
Características físicas de uma Bacia<<strong>br</strong> />
Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Figura de um pé de milho cuja transpiração vai de 1,3 litros/dia a 3,8 litros/dia<<strong>br</strong> />
7-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto Página<<strong>br</strong> />
Capitulo 7- Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
7.1 Introdução<<strong>br</strong> />
7.2 Modelos físicos<<strong>br</strong> />
7.3 Fator de forma Lt<<strong>br</strong> />
7.4 Curva Hipsométrica<<strong>br</strong> />
7.5 Razão de circularidade Fc.<<strong>br</strong> />
7.6 Razão de elongação Re<<strong>br</strong> />
7.7 Densidade de drenagem<<strong>br</strong> />
7.8 Declividade do curso de água<<strong>br</strong> />
7.9 Declividade do curso de água segundo McCuen<<strong>br</strong> />
7.10 Canal<<strong>br</strong> />
7.11 Ordem dos cursos de água<<strong>br</strong> />
7.12 Leis de Horton da drenagem de uma bacia<<strong>br</strong> />
7.13 Declividade dos terrenos da bacias (EPUSP)<<strong>br</strong> />
14 páginas<<strong>br</strong> />
7-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capitulo 7-Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
7.1 Introdução<<strong>br</strong> />
McCuen, 1998 <strong>com</strong>parou valores de vários parâmetros de formas, fazendo uma correlação <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />
vazão de pico e chegou a conclusão de dois índices importantes, que mostrarei abaixo, que são o fator de<<strong>br</strong> />
forma Lt e a razão de elongação Re obtiveram correlação de 0,79 e e 0,64 respectivamente. McCuen usou<<strong>br</strong> />
varias formas de bacias <strong>com</strong>o elipse, triangular, quadradas, circulares e retangulares.<<strong>br</strong> />
7.2 Modelos físicos<<strong>br</strong> />
A Figura (7.1) mostra os padrões físicos de drenagem, que podem ser bastantes variados.<<strong>br</strong> />
Figura 7.1 Padrões de drenagem<<strong>br</strong> />
7-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
7.3 Fator de forma Lt<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.1<<strong>br</strong> />
Lt = ( L x Lca ) 0,3<<strong>br</strong> />
L= 1,4 x A 0,568<<strong>br</strong> />
L= 1,4 x A 0,568<<strong>br</strong> />
L= 1,4 x 30 0,568 = 9,7km<<strong>br</strong> />
7.4 Curva Hipsométrica<<strong>br</strong> />
Figura 7.2- Curva hipsométrica<<strong>br</strong> />
Figura 7.3- Bacia <strong>com</strong> o <strong>com</strong>primento L e o Lca<<strong>br</strong> />
7-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 7.2<<strong>br</strong> />
Lt = ( L x Lca ) 0,3<<strong>br</strong> />
Lt = ( 2 x 1,2 ) 0,3 = 1,30<<strong>br</strong> />
Comprimento até o centróide da bacia Lca<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.3<<strong>br</strong> />
Lca= 0,54 x L 0,96<<strong>br</strong> />
7.5 Razão de circularidade Fc.<<strong>br</strong> />
Lca= 0,54 x 4 0,96 = 2km<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
7.6 Razão de elongação Re<<strong>br</strong> />
Re = (2 / Lm) x ( A /π ) 0,5<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.4<<strong>br</strong> />
Re = (2 / Lm) x ( A /π ) 0,5<<strong>br</strong> />
Re = (2 / 11000) x ( 2 x 10 7 /π ) 0,5<<strong>br</strong> />
Re=0,50<<strong>br</strong> />
7.7 Densidade de drenagem<<strong>br</strong> />
A densidade de drenagem varia de valores menores que 2km/km 2 até valores bem maiores. Em<<strong>br</strong> />
Zimbabwe os valores de Dd variaram de 0,2km/km 2 até 4,9km/km 2 sendo a média de 2,4km/klm 2 .<<strong>br</strong> />
Os valores da densidade de drenagem são muitos sensíveis a escala adotada, devendo-se ter muito<<strong>br</strong> />
cuidado na interpretação e <strong>com</strong>paração dos mesmos. Um trabalho feito em 2002 por Osman Yildiz mostrou<<strong>br</strong> />
grandes diferenças de cenários <strong>com</strong>parando três densidade de drenagem: 0,2km/km 2 , 0,24km/km 2 e<<strong>br</strong> />
0,38km/km 2 <strong>com</strong> dados observados no trabalho “An investigation of the effecdt of drainage density on<<strong>br</strong> />
Hydrologic response”.<<strong>br</strong> />
Há sempre uma intenção dos hidrólogos em <strong>com</strong>parar bacias usando-se índices físicos usando dados<<strong>br</strong> />
da geomorfologia, que nem sempre atendem ao esperado.<<strong>br</strong> />
A Figura (7.4) mostra esquematicamente uma bacia pode ser ver onde está o talvegue que é a linha<<strong>br</strong> />
pontilhada no meio da figura e o divisor da bacia onde uma gota de água pode cair na bacia que estamos<<strong>br</strong> />
estudando ou na outra.<<strong>br</strong> />
7-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 7.4- Mostra os divisores de água e o talvegue<<strong>br</strong> />
Alertamos que embora os geomorfologistas, hidrologistas e geólogos fazem o melhor possível para<<strong>br</strong> />
chegar a modelos realistas, os mesmos na prática existem vários problemas e algumas vezes ficam fora da<<strong>br</strong> />
realidade.<<strong>br</strong> />
Mesmo assim os modelos devem ser feitos. Esclarecemos ainda que modelos <strong>com</strong>plexos não tem<<strong>br</strong> />
geralmente resultados <strong>com</strong>plexos e alguns sempre pensam que um modelo simples alcança bom resultado.<<strong>br</strong> />
O fator de forma Lt é definido <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Lt= fator de forma<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento em milhas<<strong>br</strong> />
Lca=<strong>com</strong>primento em milhas do centro da área da bacia medido ao longo do talvegue.<<strong>br</strong> />
As estimativas do <strong>com</strong>primento L ou Lw conforme Gray, 1961 é:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento da bacia medida ao longo do curso de água principal desde o ponto considerado (km)<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (km 2 )<<strong>br</strong> />
Calcular o <strong>com</strong>primento estimado de uma bacia <strong>com</strong> A= 30km 2<<strong>br</strong> />
Existe ainda outras relações empíricas onde a área (milhas 2 ) e o <strong>com</strong>primento em milhas.<<strong>br</strong> />
7-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
A curva hipsométrica mede a relação entre a cota e área da bacia conforme Figura (B.2)<<strong>br</strong> />
Calcular o fator de forma de uma bacia <strong>com</strong> L= 2 milhas, Lca= 1,2 milhas<<strong>br</strong> />
É a distância medida ao longo do curso de água até o centro da área conforme Gray, 1961.<<strong>br</strong> />
Estimar o valor Lca de uma bacia que tem L= 4km<<strong>br</strong> />
Fc= razão de circularidade<<strong>br</strong> />
P= perímetro da área ( ft )<<strong>br</strong> />
A= área da bacia ( ft 2 )<<strong>br</strong> />
A razão de elongação Re é definido <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Re= razão de elongação<<strong>br</strong> />
Lm= máximo <strong>com</strong>primento da bacia paralelo ao talvegue (ft)<<strong>br</strong> />
A= área da bacia em ft 2<<strong>br</strong> />
Para L= 1,4 A 0,568<<strong>br</strong> />
teremos;<<strong>br</strong> />
Calcular a razão de elongação de uma bacia que tem área de 3 x 10 7 ft 2 e <strong>com</strong>primento máximo da bacia de<<strong>br</strong> />
11000ft.<<strong>br</strong> />
A densidade de drenagem é um conceito fundamental na análise hidrológica e é definido pela relação<<strong>br</strong> />
do <strong>com</strong>primento total de drenagem em km pela área em km 2 . O termo foi pela primeira vez introduzido em<<strong>br</strong> />
1932 por Horton. Uma alta densidade refletiria uma rápida resposta dos eventos pluviométricos.<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Dd= densidade de drenagem (km / km 2 )<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento total dos cursos de água (km)<<strong>br</strong> />
Calcular a densidade de drenagem de uma bacia <strong>com</strong> área de 30km 2 e <strong>com</strong>primento total dos cursos de água<<strong>br</strong> />
de 57km.<<strong>br</strong> />
Linsley, 1982 define o <strong>com</strong>primento do escoamento superficial <strong>com</strong>o a relação:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Lo= <strong>com</strong>primento do escoamento superficial (km)<<strong>br</strong> />
Dd= densidade da drenagem (km/km 2 )<<strong>br</strong> />
Calcular o <strong>com</strong>primento do escoamento superficial para Dd= 1,9km/km 2<<strong>br</strong> />
Lo= 1/ (2 x Dd) = 1 / (2 x 1,9) = 0,26km= 260m<<strong>br</strong> />
Portanto, o escoamento superficial é de aproximadamente de 260m<<strong>br</strong> />
A melhor maneira de se achar a declividade média ponderada do talvegue de um curso de água<<strong>br</strong> />
conforme EPUSP é usar a seguinte Equação:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
S= declividade média (m/m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento total do talvegue (m)<<strong>br</strong> />
7-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Li= <strong>com</strong>primento do trecho i do talvegue (m)<<strong>br</strong> />
Si = declividade do trecho i do talvegue (m/m)<<strong>br</strong> />
A melhor maneira de se achar a declividade media ponderada do talvegue de um curso de água é<<strong>br</strong> />
usar a seguinte Equação:<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
S= declividade média ponderada (m/m)<<strong>br</strong> />
k=coeficiente<<strong>br</strong> />
Li= <strong>com</strong>primento do trecho (m)<<strong>br</strong> />
∆H= diferença de nível (m)<<strong>br</strong> />
Calcular a declividade média do talvegue <strong>com</strong> 15.920m de <strong>com</strong>primento do Ribeirão das Antas, Taubaté, São<<strong>br</strong> />
Paulo conforme EPUSP.<<strong>br</strong> />
Usamos os mesmos dados do exemplo anterior achamos S=0,015794m/m<<strong>br</strong> />
É o leito de um córrego, rio, ribeirão ou o lugar por onde passa a água. Poder ser retilíneo ou não.<<strong>br</strong> />
É importante frizar que a questão de estabelecer as ordens nos canais depende da escala adotada,<<strong>br</strong> />
assim Linsley, 1982 explica que um mapa na escala 1: 24.000 terão mais uma ou duas ordens a mais que um<<strong>br</strong> />
mapa na escala 1: 62.500.<<strong>br</strong> />
A classificação dos rios quanto a ordem reflete o grau de ramificação dentro de uma bacia<<strong>br</strong> />
conforme Figura (7.5).<<strong>br</strong> />
Figura 7.5- Classificação dos rios<<strong>br</strong> />
Horton estabeleceu três leis principais: lei dos números dos córregos, lei dos <strong>com</strong>primentos e lei das<<strong>br</strong> />
áreas que são fatores geomorfológicos características de cada bacia.<<strong>br</strong> />
Por esta lei de Horton dos números dos córregos podemos prever o numero de ordem i de qualquer<<strong>br</strong> />
córrego tendo a taxa de bifurcação Rb e a ordem principal k da bacia. O valor de k é a ordem mais alta da<<strong>br</strong> />
bacia e i é a ordem do rio que queremos.<<strong>br</strong> />
McCuen, 1998 dá o seguinte exemplo.<<strong>br</strong> />
Dado a taxa de bifurcação Rb= 2,6 e numa bacia de rio de 4ª ordem calcular o número de córregos de<<strong>br</strong> />
segunda ordem.<<strong>br</strong> />
Ni = 2,6 4 - i<<strong>br</strong> />
Para i=2 teremos:<<strong>br</strong> />
Ni = 2,6 4 - i<<strong>br</strong> />
Ni = 2,6 4 - 2<<strong>br</strong> />
Ni = 2,6 2 = 6,8 e por tanto, adota-se Ni=6<<strong>br</strong> />
A taxa de bifurcação Rb pode ser calculada por uma das equações abaixo.<<strong>br</strong> />
7-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
rL.<<strong>br</strong> />
Por esta lei podemos prever o <strong>com</strong>primento de uma determinada bacia após calcularmos o valor de<<strong>br</strong> />
O valor Li é o <strong>com</strong>primento do i ézimo da ordem dos córregos. L1 é o <strong>com</strong>primento do córrego da<<strong>br</strong> />
primeira ordem e rL é a taxa de <strong>com</strong>primento determinado pelas equações:<<strong>br</strong> />
Por esta lei podemos prever a área dos tributários de ordem i em relação a área da primeira ordem.<<strong>br</strong> />
Necessitamos para o cálculo da taxa das áreas ra calculada pelas equações:<<strong>br</strong> />
A declividade de uma bacia é um fator muito importante para a formação de cheias, afetando as<<strong>br</strong> />
condições metereológicas, processos erosivos, regime hidráulico das cheias e a expressão quantitativa da<<strong>br</strong> />
velocidade de escoamento e de perdas de água durante as chuvas.<<strong>br</strong> />
A declividade dos terrenos de uma bacia vem controlar parte da velocidade de escoamento superficial<<strong>br</strong> />
das águas, alterando o tempo que leva as águas precipitadas atingirem os leitos fluviais.<<strong>br</strong> />
Existem segundo EPUSP, dois métodos para a determinação das declividade dos terrenos:<<strong>br</strong> />
• Pega-se um papel transparente <strong>com</strong> grelha retangular <strong>com</strong> malhas quadradas de lado igual a 4cm<<strong>br</strong> />
por exemplo.<<strong>br</strong> />
• O papel transparente é colocado so<strong>br</strong>e a planta baixa adotando-se uma orientação tal que inclua<<strong>br</strong> />
dentro da área da bacia o maior numero possível de vértices da grelha.<<strong>br</strong> />
• As declividade em cada vértice da grelha são avaliadas medindo-se so<strong>br</strong>e a planta as menores<<strong>br</strong> />
distancias entre duas curvas de nível subseqüentes.<<strong>br</strong> />
Fazer o gráfico das declividades da bacia do ribeirão Una localizado no município de Taubaté, Estado de São<<strong>br</strong> />
Paulo, usando o método da interseção.<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
BFI= índice da vazão base que varia de 0 a 1<<strong>br</strong> />
P= precipitação média anual (mm) que varia de 554,2mm a 1796,8mm <strong>com</strong> média de 852mm.<<strong>br</strong> />
Dd= densidade de cursos de água (km/km 2 ) que varia de 0,2 a 4,9 sendo a média de 2,4 km/km 2<<strong>br</strong> />
Supomos P=1500mm<<strong>br</strong> />
Dd= 1,9 km/km 2<<strong>br</strong> />
S 10 = 0,023 m/m que deve tirado da Figura (B6) do Gráfico da declividade da bacia do Ribeirão do Una ou da<<strong>br</strong> />
Tabela (2).<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S 10<<strong>br</strong> />
A média do BFI achada em 52 bacias no Zimbabwe (África) varia de 0,08 a 0,78 sendo a média de 0,36.<<strong>br</strong> />
Nota: salientamos que a aplicação da equação do índice da vazão base do Zimbabwe foi feita somente para<<strong>br</strong> />
demonstrar a existência da equação de BFI.<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (km 2 )<<strong>br</strong> />
Dd = L / A<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.5<<strong>br</strong> />
Dd = Σ L (km) / Área (km 2 )<<strong>br</strong> />
Dd = 57km / 30km 2 = 1,9 km/km 2<<strong>br</strong> />
Comprimento do escoamento superficial<<strong>br</strong> />
Lo = 1/ (2xDd)<<strong>br</strong> />
Exemplo B5<<strong>br</strong> />
7.8 Declividade do curso de água<<strong>br</strong> />
7-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
S = L / ( Σ Li / Si 0,5 ) 2<<strong>br</strong> />
7.9 Declividade do curso de água segundo McCuen<<strong>br</strong> />
S = (n /k ) 2<<strong>br</strong> />
n= número de trechos<<strong>br</strong> />
k = Σ [ 1 / ( ∆H / Li ) 0,5 ]<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.6<<strong>br</strong> />
Tabela 7.1- Comprimentos e declividades do talvegue para o calculo da declividade media<<strong>br</strong> />
Trechos Li (m) ∆H (m) Si (m/m) Li/ S 0,5<<strong>br</strong> />
1 1200 10 0,008333 13145,34<<strong>br</strong> />
2 740 15 0,020270 5197,589<<strong>br</strong> />
3 1860 15 0,008065 20712,08<<strong>br</strong> />
4 860 5 0,005814 11278,79<<strong>br</strong> />
5 1000 5 0,005000 14142,14<<strong>br</strong> />
6 900 10 0,011111 8538,15<<strong>br</strong> />
7 1240 10 0,008065 13808,06<<strong>br</strong> />
8 900 10 0,011111 8538,15<<strong>br</strong> />
9 1460 30 0,020548 10185,18<<strong>br</strong> />
10 1740 50 0,028736 10264,53<<strong>br</strong> />
11 960 50 0,052083 4206,509<<strong>br</strong> />
12 740 50 0,067568 2846,837<<strong>br</strong> />
13 920 50 0,054348 3946,36<<strong>br</strong> />
14 680 50 0,073529 2507,716<<strong>br</strong> />
15 720 50 0,069444 2732,208<<strong>br</strong> />
L=15.920m 410m Σ Li / Si 0,5 132049,6<<strong>br</strong> />
S= 0,014535<<strong>br</strong> />
A declividade média do talvegue do Ribeirão Una é S= 0,014535m/m.<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.7- usando McCuen<<strong>br</strong> />
7.10 Canal<<strong>br</strong> />
7.11 Ordem dos cursos de água<<strong>br</strong> />
Existe inúmeras maneiras de se classificar a ordem dos cursos de água, <strong>com</strong>o mostra a Figura (B.4),<<strong>br</strong> />
mas o método mais usado é sem dúvida o método de Horton e Strahler.<<strong>br</strong> />
O canal de primeira ordem conforme Figura (B.4) e (BB.5) é pequeno canal que não tem tributário,<<strong>br</strong> />
podendo ter o curso de água ou o mesmo pode ser perene ou intermitente, isto é, aparecer somente na<<strong>br</strong> />
ocasião das chuvas.<<strong>br</strong> />
O canal de segunda ordem só tem afluente de canal de primeira ordem. O canal de terceira ordem<<strong>br</strong> />
só tem afluente da primeira ordem e da segunda ordem conforme Figura (7.6).<<strong>br</strong> />
7-10
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 7.6- Ordem dos cursos de água: a esquerda- Horton e Strahler e a direita-Shreve. Adotamos o<<strong>br</strong> />
esquema de ordem de Horton-Strahler mais conhecido <strong>com</strong>o esquema de ordem de Horton.<<strong>br</strong> />
7.12 Leis de Horton da drenagem de uma bacia<<strong>br</strong> />
a) Lei dos números dos córregos de Horton<<strong>br</strong> />
7-11
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Exemplo 7.8<<strong>br</strong> />
Geralmente: 3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Geralmente: 3 < Ra < 6<<strong>br</strong> />
7.13 Declividade dos terrenos da bacias (EPUSP)<<strong>br</strong> />
• Método dos pontos de intersecção<<strong>br</strong> />
• Método de amostragem estatística<<strong>br</strong> />
Para a aplicação dos dois métodos é necessário que:<<strong>br</strong> />
• A declividade Si em cada vértice da grelha será o quociente entre as diferenças de cotas das<<strong>br</strong> />
curvas de nível ∆Hi e a menor distância entre estas curvas de nível medida so<strong>br</strong>e a planta baixa<<strong>br</strong> />
Li.<<strong>br</strong> />
Si = ∆Hi / Li<<strong>br</strong> />
A diferença entre os dois métodos é que o método dos pontos de interseção considera todos os<<strong>br</strong> />
vértices da malha e o método de amostragem estatística considera apenas alguns vértices que são<<strong>br</strong> />
escolhidos aleatoriamente.<<strong>br</strong> />
O método mais usado é da interseção.<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.9<<strong>br</strong> />
Tabela 7.2- Cálculo da declividade dos terrenos da bacia do ribeirão Una para exemplo.<<strong>br</strong> />
Variação das declividades<<strong>br</strong> />
(m/m)<<strong>br</strong> />
Ocorrências<<strong>br</strong> />
Porcentagem<<strong>br</strong> />
do total<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Porcentagem<<strong>br</strong> />
acumulada<<strong>br</strong> />
(%)<<strong>br</strong> />
Declividade média<<strong>br</strong> />
(m/m)<<strong>br</strong> />
0,000 0,050 0 0,00 0 0,025<<strong>br</strong> />
0,051 0,100 0 0,00 0,00 0,076<<strong>br</strong> />
0,101 0,150 4 3,31 3,31 0,126<<strong>br</strong> />
0,151 0,200 3 2,48 5,79 0,176<<strong>br</strong> />
0,201 0,250 5 4,13 9,92 0,226<<strong>br</strong> />
0,251 0,300 4 3,31 13,22 0,276<<strong>br</strong> />
0,301 0,350 13 10,74 23,97 0,326<<strong>br</strong> />
0,351 0,400 4 3,31 27,27 0,376<<strong>br</strong> />
0,401 0,450 17 14,05 41,32 0,426<<strong>br</strong> />
0,451 0,500 5 4,13 45,45 0,476<<strong>br</strong> />
0,501 0,550 12 9,92 55,37 0,526<<strong>br</strong> />
0,551 0,600 6 4,96 60,33 0,576<<strong>br</strong> />
0,601 0,650 3 2,48 62,81 0,626<<strong>br</strong> />
0,651 0,700 19 15,70 78,51 0,676<<strong>br</strong> />
0,701 0,750 0 0,00 78,51 0,726<<strong>br</strong> />
0,751 0,800 8 6,61 85,12 0,776<<strong>br</strong> />
0,801 0,850 9 7,44 92,56 0,826<<strong>br</strong> />
0,851 0,900 0 0,00 92,56 0,876<<strong>br</strong> />
0,901 0,950 0 0,00 92,56 0,926<<strong>br</strong> />
0,951 1,000 9 7,44 100,00 0,976<<strong>br</strong> />
7-13
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 7–Características físicas de uma Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Fonte: adaptado da EPUSP.<<strong>br</strong> />
Gráfico das declividades de uma bacia<<strong>br</strong> />
Declividade media<<strong>br</strong> />
(m/m)<<strong>br</strong> />
1,000<<strong>br</strong> />
0,900<<strong>br</strong> />
0,800<<strong>br</strong> />
0,700<<strong>br</strong> />
0,600<<strong>br</strong> />
0,500<<strong>br</strong> />
0,400<<strong>br</strong> />
0,300<<strong>br</strong> />
0,200<<strong>br</strong> />
0,100<<strong>br</strong> />
0,000<<strong>br</strong> />
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100<<strong>br</strong> />
Porcentagem acumulada<<strong>br</strong> />
Figura 7.7- Gráfico de declividade da bacia do Ribeirão Una usando o método da Interseção. Fonte:<<strong>br</strong> />
EPUSP<<strong>br</strong> />
Exemplo 7.10<<strong>br</strong> />
Calcular o índice de vazão base do ribeirão Una, supondo a Equação desenvolvida no Zimbabwe onde existe<<strong>br</strong> />
clima tropical, por Mazwimavi et al no trabalho “Estimation of Flow Characteristics of Ungauged Basins ” por<<strong>br</strong> />
análise linear de regressão em 52 bacias <strong>com</strong> áreas de 3,5km 2 a 2.630km 2 <strong>com</strong> área média de 505,2km 2 .<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S 10<<strong>br</strong> />
S 10 = declividade de 10% dos pixeis da área. Faz-se uma tabela e acha-se a declividade média de cada pixel.<<strong>br</strong> />
Depois se constrói uma curva de freqüência cumulativa das declividades médias achadas. A declividade<<strong>br</strong> />
em porcentagem a ser achada é aquela correspondente a 10% dos pixeis em que as declividades são iguais<<strong>br</strong> />
ou menores que 10%.<<strong>br</strong> />
BFI= 0,0003 x 1500 – 0,0414 x 1,9 + 0,4857 x 0,023 = 0,38<<strong>br</strong> />
7-14
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 8<<strong>br</strong> />
Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
“Se não está planejada a manutenção, não construa”.<<strong>br</strong> />
Urbonas, 1993<<strong>br</strong> />
Pantanal matogrossense<<strong>br</strong> />
8-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Ordem<<strong>br</strong> />
Assunto<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Custos das BMPs<<strong>br</strong> />
8.1 Introdução<<strong>br</strong> />
8.2 Manutenção e operação<<strong>br</strong> />
8.3 Custos típicos das BMPs<<strong>br</strong> />
8.4 Custo do reservatório de detenção de US$ /m 3 de volume do reservatório<<strong>br</strong> />
8.5 Custos não-estrutural das BMPs<<strong>br</strong> />
8.6 Economia ecológica<<strong>br</strong> />
8.7 Custos do fluxo global anual dos ecossistemas naturais na Terra<<strong>br</strong> />
8.8 Living Planet Report 2004-Pegada ecológica<<strong>br</strong> />
7 páginas<<strong>br</strong> />
8-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 15- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
15.1 Introdução<<strong>br</strong> />
Existem dois tipos de economia:<<strong>br</strong> />
• Clássica ou neoclássica ou economia convencional e<<strong>br</strong> />
• Economia ambiental.<<strong>br</strong> />
A economia clássica está baseada em valores de mercado. Tudo tem que ser transformado em dinheiro.<<strong>br</strong> />
Mas <strong>com</strong>o quantificar e avaliar a perda de peixes e demais organismos vivo do habitat aquático de um rio?<<strong>br</strong> />
Como atribuir preço a vida humana?<<strong>br</strong> />
Por enquanto não temos nenhuma maneira apropriada de se fazer tais cálculos necessários para a<<strong>br</strong> />
economia ambiental.<<strong>br</strong> />
É muito importante o estudo da relação Benefício/Custo, porém na aplicação das BMPs temos grandes<<strong>br</strong> />
dificuldades para se avaliar os benefícios das mesmas. A melhora da qualidade da água dos rios devido a<<strong>br</strong> />
poluição conseguida <strong>com</strong> uma BMP <strong>com</strong> as alterações físicas e químicas do meio ambiente ligada às<<strong>br</strong> />
respostas biológicas e ecológicas são difíceis de serem avaliadas corretamente.<<strong>br</strong> />
Temos que verificar itens básicos <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />
• Eficiência na redução dos poluentes<<strong>br</strong> />
• Impacto na qualidade da água;<<strong>br</strong> />
Os custos e os benefícios.<<strong>br</strong> />
A avaliação dos benefícios de o<strong>br</strong>as de drenagem é fácil de avaliar, devido a existência de dados para se<<strong>br</strong> />
calcular as despesas às propriedades.<<strong>br</strong> />
8-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
15.2 Custos do fluxo global anual dos ecossistemas naturais na Terra<<strong>br</strong> />
Em 15 de maio de 1997 um grupo de professores do Instituto de Economia Ecológica da Universidade<<strong>br</strong> />
de Maryland nos Estados Unidos <strong>com</strong>andados pelo prof. Robert Costanza calcularam o valor do ecossistema<<strong>br</strong> />
do planeta Terra.<<strong>br</strong> />
No estudo foi estimado o custo por hectare por cada ecossistema de maneira que multiplicando-o pela<<strong>br</strong> />
área tivéssemos a estimativa anual daquele ecossistema e se somando-se todos os ecossistemas teríamos o<<strong>br</strong> />
valor anual do ecossistema da Terra.<<strong>br</strong> />
Foram estabelecidos 17 valores dos serviços, tais <strong>com</strong>o: regulação do ar atmosférico, regulação<<strong>br</strong> />
climática, regulação do ecossistema aquático, controle da erosão, tratamento de esgotos, polinização,<<strong>br</strong> />
alimentação, recursos genéticos, recreação, cultura, etc.<<strong>br</strong> />
Costanza baseou-se em Adam Smith que em 1786 publicou o livro “A riqueza das nações” e nele<<strong>br</strong> />
apresentou o famoso “paradoxo do valor”.<<strong>br</strong> />
15.3 Valor da troca e valor do uso<<strong>br</strong> />
A palavra valor tem dois significados: valor do uso e valor da troca. Existem coisas que possuem um<<strong>br</strong> />
grande valor de uso, mas não tem valor na troca. Nada tem mais valor que a água mas tem pouco valor de<<strong>br</strong> />
troca. O diamante, ao contrario, é um bem escasso valor de uso, porem tem valor de troca.<<strong>br</strong> />
Temos que considerar a utilidade total e a utilidade marginal. O diamante possui uma utilidade<<strong>br</strong> />
marginal mais elevada do que a água, considerando a ultima unidade consumida.<<strong>br</strong> />
O cigarro ilustra também a diferença entre valor de troca e valor de uso. O preço dos cigarros reflete<<strong>br</strong> />
os custos de produção, <strong>com</strong>petição entre os fornecedores e os níveis de demanda. O preço não tem relação<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o julgamento da sociedade humana. Como sociedade, temos o julgamento que o cigarro tem um efeito<<strong>br</strong> />
negativo no bem estar e efeito deletério para a saúde do homem. Cada vez mais consumidores estão<<strong>br</strong> />
dispostos a pagar para fumar, e os cigarros possuem um valor de troca grande mas um valor do uso negativo.<<strong>br</strong> />
O preço correto dos cigarros deveria ser baixo, mas os preços são mantidos altos para desencorajar o seu<<strong>br</strong> />
uso.<<strong>br</strong> />
Os escritos de Costanza sempre seguem as idéias de Adam Smith so<strong>br</strong>e a água e o diamante,<<strong>br</strong> />
salientando sempre o valor em uso e o valor em troca.<<strong>br</strong> />
O produto nacional <strong>br</strong>uto (PNB), é a soma de todas as <strong>com</strong>pras de bens e serviços, formação de<<strong>br</strong> />
capital do setor privado e governamental. Equivale ao produto total da nação sem dupla contagem.<<strong>br</strong> />
Para Costanza o PNB é medido em termos do valor em troca e o valor em uso puro está na felicidade<<strong>br</strong> />
do homem, bem estar, nutrição, educação e longevidade. Costanza não pretende somente corrigir o valor da<<strong>br</strong> />
troca ou dos bens e serviços, mas refletir melhor a verdadeira contribuição do bem estar. Por exemplo, não foi<<strong>br</strong> />
dado um valor alto de troca da água e baixo ao diamante para fazer os preço dos bernes mais mensurável<<strong>br</strong> />
para a so<strong>br</strong>evivência do homem.<<strong>br</strong> />
Costanza fez um esforço para corrigir os preços dos serviços ecológicos e do capital natural usando<<strong>br</strong> />
valor do uso e valor da troca e estimaram o valor do incremento ou marginal do valor dos serviços dos<<strong>br</strong> />
ecossistemas. Um dos problemas é a noção da “vontade de pagar” o custo marginal de um unidade<<strong>br</strong> />
incremental de um serviço de um ecossistema é a reflexão do valor social daquele serviço. Costanza explica<<strong>br</strong> />
da seguinte maneira: se os serviços ecológicos produzem o incremento de US$ 50 para o madeireiro para<<strong>br</strong> />
produzir em uma floresta então os beneficiários deste serviço poderão ter vontade de pagar até US$ 50 por<<strong>br</strong> />
ela. Em adição a produção madeireira, se a floresta estética, existência, conservação o valor chega a US$<<strong>br</strong> />
70. O valor total dos serviços ecológicos poderia ser US$ 120, mas a contribuição para a economia monetária<<strong>br</strong> />
dos serviços ecológicos seria de US$ 50 conforme os valores de mercado atuais. Nos estudos de Costanza<<strong>br</strong> />
foi estimado o valor total dos serviços ecológicos.<<strong>br</strong> />
Costanza e sua equipe reconhecem a grande dificuldade que é a avaliação dos ecossistemas, porém,<<strong>br</strong> />
a nosso ver a alternativa é valida, pois no futuro um orçamento municipal, por exemplo, deveria estar<<strong>br</strong> />
a<strong>com</strong>panhado de um orçamento do ecossistema onde <strong>com</strong> o passar dos anos poderemos ver o aumento ou<<strong>br</strong> />
decréscimo dos ecossistemas. No futuro será feito um relacionamento do orçamento clássico anual <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
orçamento do ecossistema.<<strong>br</strong> />
O produto nacional <strong>br</strong>uto do mundo atual é de aproximadamente de 24 trilhões de dólares, sendo que<<strong>br</strong> />
o orçamento anual do ecossistema do mundo é de 33trilhoes de dólares.<<strong>br</strong> />
O custo anual de 33 trilhões de dólares inclui algum dos serviços considerados gratuitos que temos<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o a água, o ar, plantações, polinização, os peixes nos rios e oceanos, o controle da poluição e outros.<<strong>br</strong> />
Uma primeira idéia que surge é somar os orçamento convencional ao orçamento do ecossistema o<<strong>br</strong> />
que dará a 57 trilhões de dólares e verificar o seu crescimento ou decréscimo.<<strong>br</strong> />
8-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
O assunto é bastante controvertido <strong>com</strong> varias autoridades a favor das idéias de Costanza e varias<<strong>br</strong> />
contra. O economista David Pearce está de acordo <strong>com</strong> o feito por Costanza, mas o filosofo Mark Sagoff está<<strong>br</strong> />
totalmente contra.<<strong>br</strong> />
Embora sejam discutíveis os preços e sua validade deve ser entendido <strong>com</strong>o uma procura para<<strong>br</strong> />
estimar um valor praticamente intangível.<<strong>br</strong> />
Costanza, et al 1997 acharam que os ecossistemas existentes no mundo prestam serviços anuais no<<strong>br</strong> />
valor de US$ 33 trilhões conforme Tabela (15.1).<<strong>br</strong> />
Isto pode ser conseguido multiplicando o custo médio anual dos serviços prestados pelo ecossistema<<strong>br</strong> />
em US$ /hectare pela área existente no mundo e depois feito a somatória.<<strong>br</strong> />
Tabela 15.1- Valor do fluxo global anual dos serviços ecológicos dos ecossistemas na Terra.<<strong>br</strong> />
Custo médio anual<<strong>br</strong> />
dos serviços<<strong>br</strong> />
prestados pelo<<strong>br</strong> />
ecossistema Áreas<<strong>br</strong> />
Valor do fluxo global anual dos<<strong>br</strong> />
serviços ecológicos dos<<strong>br</strong> />
ecossistemas na Terra<<strong>br</strong> />
Serviços do<<strong>br</strong> />
ecossistema e da<<strong>br</strong> />
biomassa<<strong>br</strong> />
US$/ hectare/ ano<<strong>br</strong> />
US$ de 1994 ha x 10 6 (ha) US$ x 10 9<<strong>br</strong> />
1 oceano aberto 262 33200 8698<<strong>br</strong> />
2 estuários 22832 180 4110<<strong>br</strong> />
Pradarias de pastos<<strong>br</strong> />
3 marinhos/ algas 19004 200 3801<<strong>br</strong> />
4 arrecifes de corais 6075 62 377<<strong>br</strong> />
5 Recifes 1610 2660 4283<<strong>br</strong> />
6 Florestas tropicais 2007 1900 3813<<strong>br</strong> />
7 Florestas temperadas 302 2955 892<<strong>br</strong> />
Gramíneas e terras de<<strong>br</strong> />
8 fronteiras 232 3898 904<<strong>br</strong> />
Wetland-Terreno<<strong>br</strong> />
encharcados a beira<<strong>br</strong> />
9 mar 9990 165 1648<<strong>br</strong> />
Wetland- Pântanos e<<strong>br</strong> />
10 planícies inundáveis 19580 165 3231<<strong>br</strong> />
11 Lagos e rios 8498 200 1700<<strong>br</strong> />
12 Desertos 1925 0<<strong>br</strong> />
13 Tundra 743 0<<strong>br</strong> />
14 Gelo/rocha 1640 0<<strong>br</strong> />
15 Terras de plantações 92 1400 129<<strong>br</strong> />
16 Urbano 332 0<<strong>br</strong> />
17 Total 51625 33586<<strong>br</strong> />
O valor monetário estimado dos nossos ecossistemas naturais somam 33 trilhões de<<strong>br</strong> />
dólares /ano<<strong>br</strong> />
O valor monetário estimado do nosso ecossistema natural existente na Terra é de US$ 33 trilhões de<<strong>br</strong> />
dólares/ anuais.<<strong>br</strong> />
8-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 15.2 Valor do fluxo global anual dos serviços ecológicos dos ecossistemas em Guarulhos no ano 2005.<<strong>br</strong> />
Serviços dos<<strong>br</strong> />
ecossistemas e<<strong>br</strong> />
da biomassa<<strong>br</strong> />
Custo médio anual dos<<strong>br</strong> />
serviços prestados<<strong>br</strong> />
pelo ecossistema<<strong>br</strong> />
Áreas Valor do fluxo global anual dos<<strong>br</strong> />
serviços ecológicos dos<<strong>br</strong> />
ecossistemas na Terra<<strong>br</strong> />
US$/ hectare/ ano km 2 ha US$ x 10 6<<strong>br</strong> />
US$ de 1994<<strong>br</strong> />
1 Florestas<<strong>br</strong> />
2.007 100 10.000 20<<strong>br</strong> />
tropicais<<strong>br</strong> />
2 Wetland- várzeas<<strong>br</strong> />
19.580 20 2.000 39<<strong>br</strong> />
e planícies<<strong>br</strong> />
inundáveis<<strong>br</strong> />
3 Lagos e rios 8.498 6 600 5<<strong>br</strong> />
4 Área de<<strong>br</strong> />
92 5 500 0<<strong>br</strong> />
plantações<<strong>br</strong> />
5 Total 131 13.100 64<<strong>br</strong> />
O valor monetário estimado dos nossos ecossistemas naturais de Guarulhos somam 64 milhões de<<strong>br</strong> />
dólares /ano<<strong>br</strong> />
O município de Guarulhos tem para novem<strong>br</strong>o de 2004 um orçamento do ecossistema de 64 milhões<<strong>br</strong> />
de dólares anuais, enquanto o orçamento municipal é de US$ 300 milhões.<<strong>br</strong> />
Tabela 15.3- Valores resumos da somatória dos serviços dos ecossistemas por ecossistema conforme Costanza, 1997.<<strong>br</strong> />
Biomassa<<strong>br</strong> />
Trilhões de dólares americanos <strong>com</strong> ano base<<strong>br</strong> />
1994<<strong>br</strong> />
Marinha<<strong>br</strong> />
Oceano aberto 8,4<<strong>br</strong> />
Áreas costeiras 12,6<<strong>br</strong> />
Total da biomassa marinha 21,0<<strong>br</strong> />
Terrestre<<strong>br</strong> />
Florestas 4,7<<strong>br</strong> />
Gramíneas and rangelands 0,9<<strong>br</strong> />
Wetlands 4,9<<strong>br</strong> />
Lagos e rios 0,1<<strong>br</strong> />
Plantações 0,1<<strong>br</strong> />
Total da biomassa terrestre 12,3<<strong>br</strong> />
Total geral da biomassa marinha e terrestre 33,3<<strong>br</strong> />
Costanza, 1997 achou 17 serviços prestados pelos ecossistemas, tais <strong>com</strong>o: suprimento de água,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>bate a erosão, produção de <strong>com</strong>ida, recreação, controle do clima etc que estão resumidos na Tabela<<strong>br</strong> />
(15.4).<<strong>br</strong> />
Tabela 15.4- Valores dos serviços prestados pelos ecossistemas conforme Costanza, 1997<<strong>br</strong> />
Serviços dos ecossistemas<<strong>br</strong> />
Trilhões de dólares americanos <strong>com</strong> ano base<<strong>br</strong> />
1994<<strong>br</strong> />
Regulação do ar atmosférico 1,3<<strong>br</strong> />
Mitigação de enchentes e tempestades 1,8<<strong>br</strong> />
Regulação da água 1,1<<strong>br</strong> />
Suprimento de água 1,7<<strong>br</strong> />
Ciclo dos nutrientes 17,1<<strong>br</strong> />
Tratamento de esgotos 2,3<<strong>br</strong> />
Produção de <strong>com</strong>ida 1,4<<strong>br</strong> />
Serviços culturais 3,0<<strong>br</strong> />
Outros 3,6<<strong>br</strong> />
Total geral da biomassa marinha e terrestre 33,3<<strong>br</strong> />
8-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 8- Economia Ecológica<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
15.4 Living Planet Report 2004-Pegada ecológica<<strong>br</strong> />
O dr. Claude Martin Diretor Geral da WWF internacional publicou o “Living Planet Report 2004”.<<strong>br</strong> />
Ecological footprint (pegada ecológica) é uma medida que mostra a produtividade biológica da terra<<strong>br</strong> />
e da água de uma cidade, de um pais, de uma região e da humanidade que requer para produzir os recursos<<strong>br</strong> />
que vai consumir e absorver os resíduos gerados por ela usando os recursos tecnológicos e gestão. As terras<<strong>br</strong> />
e a água podem ser de qualquer lugar da Terra.<<strong>br</strong> />
A pegada ecológica global é a área da biosfera produtiva necessária para manter a economia<<strong>br</strong> />
humana nas práticas atuais. A pegada ecológica global do Brasil é 2,2ha/pessoa e dos Estados Unidos é<<strong>br</strong> />
9,5ha/pessoa, isto porque os Estados Unidos usam mais energia que o Brasil, pois o índice total é uma soma<<strong>br</strong> />
de energia, <strong>com</strong>ida, fi<strong>br</strong>as, matas, pescas, etc.<<strong>br</strong> />
8-7
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 48<<strong>br</strong> />
Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
O rei Ezequias mandou executar em Jerusalém por volta de 700 aC um túnel em rocha maciça <strong>com</strong> 535m<<strong>br</strong> />
de <strong>com</strong>primento, que levava a água da Fonte de Gion para o Tanque de Siloé, <strong>com</strong> 1,80m de altura, em forma de S<<strong>br</strong> />
e que funciona até hoje. A o<strong>br</strong>a foi executada em duas frentes e no dia encontro, as duas equipes de trabalhadores<<strong>br</strong> />
marcaram o evento escrevendo em aramaico no teto do túnel.<<strong>br</strong> />
Bíblia de Estudo -Nova Versão Internacional, 2003.<<strong>br</strong> />
48-1
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sumário<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto<<strong>br</strong> />
Capítulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas (BMP)<<strong>br</strong> />
48.1 Introdução<<strong>br</strong> />
48.2 Reservatório de infiltração<<strong>br</strong> />
48.3 Califórnia- Aquifer storage and recovery (ASR)<<strong>br</strong> />
48.4 Trincheira de infiltração<<strong>br</strong> />
48.5 Poços secos (dry Wells) executados na zona vadosa<<strong>br</strong> />
48.6 Recarga por poços tubulares profundos de injeção<<strong>br</strong> />
48.7 Volume de recarga artificial<<strong>br</strong> />
48.8 Outorga para recarga artificial de aqüíferos<<strong>br</strong> />
48.9 Método de análise de recessão- Meyboom, 1961<<strong>br</strong> />
48.10 Fórmulas empíricas para a recarga média anual<<strong>br</strong> />
48.11 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
40 páginas<<strong>br</strong> />
48-2
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Apresentação<<strong>br</strong> />
A recarga de aqüíferos é um assunto <strong>com</strong>plexo e de pequena bibliografia disponível. Devido a<<strong>br</strong> />
isto fizemos este capítulo especial <strong>com</strong> algumas considerações so<strong>br</strong>e recarga.<<strong>br</strong> />
Tratamos da recarga do aquifero <strong>com</strong> as aguas pluviais, mas também pode ser usada água de<<strong>br</strong> />
reúso de esgotos após o tratamento primário, secundário e terciário<<strong>br</strong> />
Apresentamos o método de Meyboom que é usado para recarga de aqüíferos.<<strong>br</strong> />
Guarulhos, 29 de março de 2010<<strong>br</strong> />
Plinio Tomaz<<strong>br</strong> />
Engenheiro civil<<strong>br</strong> />
48-3
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas (BMP)<<strong>br</strong> />
48.1 Introdução<<strong>br</strong> />
O objetivo é que a recarga no pós-desenvolvimento seja a mesma do pré-desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
Para os efeitos de recarga de aqüíferos subterrâneos em BMP (Best Management Practices)<<strong>br</strong> />
que iremos enfocar salientamos que as áreas aplicadas são pequenas e menores que 200ha (2km 2 ).<<strong>br</strong> />
A infiltração é o processo de movimento da água para dentro da interface solo-ar.<<strong>br</strong> />
Recarga é o processo pelo qual a água se move da zona não saturada para a zona saturada. A<<strong>br</strong> />
área de recarga é aquela em que a água infiltra no solo e percola até atingir o aqüífero subterrâneo. Na<<strong>br</strong> />
Figura (48.1) podemos ver que o lençol freático é o topo da zona de saturação.<<strong>br</strong> />
Por definição água subterrânea é aquela que preenche os vazios do solo e das rochas.<<strong>br</strong> />
A recarga das águas subterrâneas é um dos <strong>com</strong>ponentes do ciclo hidrológico menos<<strong>br</strong> />
documentado e entendido do que os outros conforme Gburck e Folmar, 199 in Fennessey.<<strong>br</strong> />
Infelizmente existe muita incerteza de <strong>com</strong>o é feita a percolação da água entre a zona das raízes e o<<strong>br</strong> />
lençol freático.<<strong>br</strong> />
Figura 48.1- Distribuição da água abaixo da superfície do solo<<strong>br</strong> />
Fonte: Patrick Valverde Medeiros<<strong>br</strong> />
Existe a recarga natural e a recarga artificial dos aqüíferos subterrâneos e interessaremos<<strong>br</strong> />
somente pela recarga artificial.<<strong>br</strong> />
48-4
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.2- Esquema de recarga natural<<strong>br</strong> />
A recarga natural conforme Figura (48.3) é praticamente de 30% a 50% da precipitação em<<strong>br</strong> />
climas temperados úmidos, 10% a 20% na região do Mediterrâneo e de 0 a 2% em climas áridos<<strong>br</strong> />
conforme Bouwer, 2000. A recarga natural varia de poucas horas ou dias, até 10.000anos ou mais em<<strong>br</strong> />
climas secos.<<strong>br</strong> />
É importante salientar que 98% da água doce do mundo é água subterrânea. Para o século XXI<<strong>br</strong> />
a previsão é do uso das águas subterrâneas, armazenando-as não mais em barragens superficiais e sim<<strong>br</strong> />
em aqüíferos subterrâneos e depois retirá-las <strong>com</strong> bombeamento- Aquifer storage and recovery-<<strong>br</strong> />
ASR.<<strong>br</strong> />
Na Austrália temos desde 1997 o Water Resources Act 1997 que inclui o ASR. Vários estados<<strong>br</strong> />
americanos possuem legislação so<strong>br</strong>e ASR.<<strong>br</strong> />
48.2 Tecnologias básicas para recarga das aguas subterrâneas<<strong>br</strong> />
As tecnologias básicas existentes para recarga das águas subterrâneas são quatro conforme<<strong>br</strong> />
Figura (48.3):<<strong>br</strong> />
• Reservatório de infiltração que se situam na zona vadosa (zona aerada)<<strong>br</strong> />
• Trincheiras de infiltração que se situam na zona vadosa<<strong>br</strong> />
• Poços secos de recarga situados na zona vadosa não atingindo o lençol freático.<<strong>br</strong> />
• Poços tubulares profundos de recarga que penetram no lençol freático<<strong>br</strong> />
48-5
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.3- Esquema dos quatro tipos básicos de infiltração da esquerda para a direita:<<strong>br</strong> />
reservatório de infiltração, trincheira de infiltração, poço seco de recarga na zona vadosa e<<strong>br</strong> />
poço tubular profundo de recarga na zona saturada.<<strong>br</strong> />
A Figura (48.4) mostra a zona saturada e aerada (não saturada).<<strong>br</strong> />
Figura 48.4 - Distribuição da água abaixo da superfície do solo<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1980<<strong>br</strong> />
48-6
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Para a recarga em aqüíferos não confinados podemos usar reservatório e trincheira de<<strong>br</strong> />
infiltração bem <strong>com</strong>o poços secos de recarga, mas para aqüíferos confinados a única alternativa é a<<strong>br</strong> />
injeção de água em poços tubulares profundos.<<strong>br</strong> />
De modo geral são usadas as águas dos rios e do runoff e para a recarga artificial, mas pode<<strong>br</strong> />
ser usada <strong>com</strong> certas cautelas a água de esgotos sanitários tratada, que não será objeto de nossos<<strong>br</strong> />
estudos.<<strong>br</strong> />
Acredita-se que a recarga artificial será de grande uso no século XXI conforme Bouwer, 2002.<<strong>br</strong> />
Vamos descrever sucintamente as quatro tecnologias básicas.<<strong>br</strong> />
Na Figura (48.5) mostra os vários tipos de aqüíferos: confinado, não confinado e suspenso.<<strong>br</strong> />
Figura 48.5- Três tipos de aqüíferos: confinado, não confinado e suspenso.<<strong>br</strong> />
Figura 48.6- Poço artesiano, poço freático e poço artesiano jorrante<<strong>br</strong> />
Fonte: Patrick Valverde Medeiros<<strong>br</strong> />
48-7
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.3 Reservatório de infiltração<<strong>br</strong> />
Para que isto aconteça é importante as condições geológicas existentes devendo existir solos<<strong>br</strong> />
permeáveis e aqüífero não confinado bem <strong>com</strong>o área disponível para a construção da reservatório de<<strong>br</strong> />
infiltração.<<strong>br</strong> />
Na Figura (48.7) temos um esquema de reservatório de infiltração.<<strong>br</strong> />
Figura 48.7- Esquema de infiltração<<strong>br</strong> />
Fonte: Bouwer, 2002.<<strong>br</strong> />
Dimensionamento do reservatório de infiltração<<strong>br</strong> />
Área da superfície (As) do reservatório de infiltração localizada no fundo da mesma, pode ser<<strong>br</strong> />
calculada pela seguinte equação:<<strong>br</strong> />
As= SF x WQv / (T x K)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
As= área da fundo da reservatório de infiltração (m 2 )<<strong>br</strong> />
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m 3 )<<strong>br</strong> />
SF= fator de segurança= 2<<strong>br</strong> />
T= tempo para infiltração da água no solo = 48h 24h ≤ T ≤ 72h<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/h). 13mm/h ≤ K ≤ 60mm/h<<strong>br</strong> />
d= profundidade da reservatório (m) 0,30≤ d ≤ 1,80m<<strong>br</strong> />
d= WQv / As<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.1<<strong>br</strong> />
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 6ha e a área impermeável é<<strong>br</strong> />
de 60%.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59<<strong>br</strong> />
O valor de WQ v será:<<strong>br</strong> />
WQ v = (P/1000) x R v x A (ha) x 10000m 2<<strong>br</strong> />
P=25mm R v =0,59 A=6ha<<strong>br</strong> />
WQ v = (25/1000) x 0,59 x 6ha x 10000m 2 = 885m 3<<strong>br</strong> />
SF= 2 (fator de segurança)<<strong>br</strong> />
K= 13mm/h= 0,013m/h<<strong>br</strong> />
T= 48h<<strong>br</strong> />
WQv= 885m 3 As= SF x WQv / ( K x T)<<strong>br</strong> />
As= 2 x 885/ (0,013 x48) = 2837m 2<<strong>br</strong> />
Profundidade = Volume WQv / área do fundo da reservatório = 885m 3 / 2837m 2 = 0,31m OK<<strong>br</strong> />
48-8
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Pré-tratamento<<strong>br</strong> />
Volume = 0,1 x WQv= 0,1 x 885m 3 = 89m 3<<strong>br</strong> />
Os detalhes do pré-tratamento podem ser visto no Capítulo 4 deste livro.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.2<<strong>br</strong> />
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 2ha e a área impermeável é<<strong>br</strong> />
de 50%.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 50= 0,5<<strong>br</strong> />
O valor de WQ v será:<<strong>br</strong> />
WQ v = (P/1000) x R v x A (ha) x 10000m 2<<strong>br</strong> />
P=25mm R v =0,5 A=2ha<<strong>br</strong> />
WQ v = (25/1000) x 0,5 x 2ha x 10000m 2 = 250m 3<<strong>br</strong> />
SF= 2 (fator de segurança)<<strong>br</strong> />
K= 60mm/h= 0,06m/h<<strong>br</strong> />
T= 48h<<strong>br</strong> />
WQv= 250m 3 As= SF x WQv / ( K x T)<<strong>br</strong> />
As= 2 x 250/ (0,06 x48) = 174m 2<<strong>br</strong> />
Profundidade = Volume WQv / área do fundo da reservatório = 250m 3 / 174m 2 = 1,44m OK<<strong>br</strong> />
Pré-tratamento<<strong>br</strong> />
Volume = 0,1 x WQv= 0,1 x 250m 3 = 25m 3<<strong>br</strong> />
Os detalhes do pré-tratamento podem ser visto no Capítulo 4 deste livro.<<strong>br</strong> />
Os reservatórios de infiltração são lagoas rasas <strong>com</strong> altura máxima de 1,00m e cujo objetivo é<<strong>br</strong> />
que as águas se infiltrem no solo e as grandes vantagens de fazer uma reservatório rasa são:<<strong>br</strong> />
• Teremos um pequeno tempo de residência da água dentro da lagoa.<<strong>br</strong> />
• Crescerá menos algas.<<strong>br</strong> />
• A pouca profundidade reduzirá a <strong>com</strong>pactação e conseqüentemente diminuirá o entupimento<<strong>br</strong> />
(clogging) que é uma camada no fundo da lagoa.<<strong>br</strong> />
• A manutenção é fácil de se fazer e remover a camada fina de sedimentos impedindo o<<strong>br</strong> />
clogging.<<strong>br</strong> />
• O custo de construção é menor devido a menor altura de escavação.<<strong>br</strong> />
• A evapo-transpiração existirá, mas não será muito grande.<<strong>br</strong> />
48-9
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.8- Reservatório de infiltração<<strong>br</strong> />
Fonte: University of Califórnia, 2001<<strong>br</strong> />
O reservatório de infiltração ainda possui a vantagem de melhorar a qualidade das águas<<strong>br</strong> />
pluviais <strong>com</strong>o consta na Tabela (48.1) do FHWA, 2000. Haverá remoção de fósforo total, nitrogênio<<strong>br</strong> />
total, metais e bactérias.<<strong>br</strong> />
Tabela 48.1 - Estimativa de remoção dos poluentes de um reservatório de infiltração em %<<strong>br</strong> />
TSS<<strong>br</strong> />
Sólidos totais em<<strong>br</strong> />
TP<<strong>br</strong> />
Fósforo total<<strong>br</strong> />
TN<<strong>br</strong> />
Nitrogênio total Metais<<strong>br</strong> />
DBO<<strong>br</strong> />
Demanda bioquímica Bactéria<<strong>br</strong> />
suspensão<<strong>br</strong> />
de oxigênio<<strong>br</strong> />
99% 65% a 75% 60% a 70% 95% a 99% 80% 90%<<strong>br</strong> />
Fonte: FHWA, 2000<<strong>br</strong> />
Uma desvantagem do reservatório de infiltração é que necessita relativamente de áreas<<strong>br</strong> />
grandes, <strong>com</strong>paradas, por exemplo, <strong>com</strong> os poços de recarga secos ou profundos, conforme Jemez,<<strong>br</strong> />
2002.<<strong>br</strong> />
A Figura (48.9) mostra a formação do clogging, que é uma espessura de aproximadamente<<strong>br</strong> />
1mm e que pode chegar até 10mm e que impede a infiltração da água no solo.<<strong>br</strong> />
Figura 48.9- Esquema mostrando o entupimento (clogging) que tem de 1mm de espessura até 10mm<<strong>br</strong> />
Fonte: Bouwer, 2002.<<strong>br</strong> />
48-10
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
A Figura (48.9) mostra o alteamento do lençol freático quando se faz uma infiltração.<<strong>br</strong> />
Figura 48.10- Esquema do alteamento do lençol freático devido a recarga do aqüífero.<<strong>br</strong> />
Fonte: Bouwer, 2002.<<strong>br</strong> />
48.4 Reservatório de infiltração para recarga baseado na equação de Green e Ampt, 1911<<strong>br</strong> />
Vamos fazer uma apresentação baseada em Metcalf e Eddy, 2007 que é baseada na equação<<strong>br</strong> />
de Green e Ampt, 1911 e modificada por Bouewer, 1966 e Neuman, 1976.<<strong>br</strong> />
A velocidade de infiltração é dada pela equação:<<strong>br</strong> />
V= K x (Hw + Lf – Hcr)/ Lf<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= taxa de infiltração (m/dia)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica na zona molhada (m/dia)<<strong>br</strong> />
Hw= profundidade da água acima do solo (m)<<strong>br</strong> />
Lf= profundidade da frente molhada (m)<<strong>br</strong> />
Hcr= pressão crítica do solo (m). Varia de -0,1m (solos grosseiros) a -1m (solos finos).<<strong>br</strong> />
Integrando dLf/ dt obtemos:<<strong>br</strong> />
t = (f/K) x { Lf – (Hw – Hcr) x { ln [(Hw + Lf – Hcr)/(Hw-Hcr)]}}<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
t= tempo desde o início de infiltração em dias<<strong>br</strong> />
f= porosidade efetiva do solo (dimensional). Para areia varia de 0,20 a 0,30.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.3- baseado em Metcalf e Eddy, 2007<<strong>br</strong> />
Dados:<<strong>br</strong> />
Hw=0,7m (altura da água)<<strong>br</strong> />
K= 1m/dia= condutividade hidráulica que corresponde a 42mm/h<<strong>br</strong> />
Hcr= -0,5 (valor médio)<<strong>br</strong> />
f=0,35 (valor alto)<<strong>br</strong> />
Área de recarga = 100m 2<<strong>br</strong> />
Lf= 10m= profundidade até a zona saturada<<strong>br</strong> />
Vamos variar o valor total de Lf=10m de 0,50m em 0,50m da seguinte maneira:<<strong>br</strong> />
t = (f/K) x { Lf – (Hw – Hcr) x { ln [(Hw + Lf – Hcr)/(Hw-Hcr)]}}<<strong>br</strong> />
t = (0,35/1) x { 0,5 – (0,7 –(-0,5)) x { ln [(0,7 + 0,5 – (-0,5))/(0,7-(-0,5)]}}= 0,029d<<strong>br</strong> />
A velocidade é calculada assim:<<strong>br</strong> />
V= K x (Hw + Lf – Hcr)/ Lf<<strong>br</strong> />
V= 1,0 x (0,7 + 0,5 – (-0,5))/ 0,5= 3,4m/s<<strong>br</strong> />
48-11
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Na Tabela (48.2) estão os cálculos de aplicação do Método de Green e Ampt.<<strong>br</strong> />
Nota: fizemos aplicação pelo método que usamos no livro Poluição Difusa e os resultados são<<strong>br</strong> />
os mesmos.<<strong>br</strong> />
Tabela 48.2- Cálculos de recarga de reservatório de infiltração segundo Green e Ampt<<strong>br</strong> />
Lf f Hcr<<strong>br</strong> />
(m)<<strong>br</strong> />
Hw<<strong>br</strong> />
(m)<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
(m/dia)<<strong>br</strong> />
t<<strong>br</strong> />
(dias)<<strong>br</strong> />
Velocidade de<<strong>br</strong> />
infiltração (m/d)<<strong>br</strong> />
0,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,029 3,40<<strong>br</strong> />
1,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,095 2,20<<strong>br</strong> />
1,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,184 1,80<<strong>br</strong> />
2,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,288 1,60<<strong>br</strong> />
2,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,402 1,48<<strong>br</strong> />
3,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,524 1,40<<strong>br</strong> />
3,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,652 1,34<<strong>br</strong> />
4,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,784 1,30<<strong>br</strong> />
4,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,921 1,27<<strong>br</strong> />
5,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,060 1,24<<strong>br</strong> />
5,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,203 1,22<<strong>br</strong> />
6,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,347 1,20<<strong>br</strong> />
6,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,494 1,18<<strong>br</strong> />
7,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,643 1,17<<strong>br</strong> />
7,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,793 1,16<<strong>br</strong> />
8,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,945 1,15<<strong>br</strong> />
8,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,097 1,14<<strong>br</strong> />
9,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,251 1,13<<strong>br</strong> />
9,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,406 1,13<<strong>br</strong> />
10,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,562 1,12<<strong>br</strong> />
Observar na Figura (48.10) no gráfico que no final de 2,251dias a velocidade fica constante de<<strong>br</strong> />
1,13m/dia.<<strong>br</strong> />
Velocidade de infiltração m/dia<<strong>br</strong> />
Taxa de<<strong>br</strong> />
infiltração<<strong>br</strong> />
(m/dia)<<strong>br</strong> />
4,00<<strong>br</strong> />
3,00<<strong>br</strong> />
2,00<<strong>br</strong> />
1,00<<strong>br</strong> />
0,00<<strong>br</strong> />
0,000 1,000 2,000 3,000<<strong>br</strong> />
Tempo em dias<<strong>br</strong> />
Figura 48.11- Gráfico da velocidade de infiltração<<strong>br</strong> />
Metcalf e Eddy, 2007 observam que quando se usa o coeficiente K deve-se usar um<<strong>br</strong> />
coeficiente de segurança igual a 2,0 e quando usamos a reservatório para água de reúso temos que<<strong>br</strong> />
aplicar novamente novo coeficiente de segurança igual a 2,0. Assim teremos um valor de segurança<<strong>br</strong> />
que evitará o clogging.<<strong>br</strong> />
48-12
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.5 Califórnia- Aquifer storage and recovery (ASR)<<strong>br</strong> />
Na Califórnia foram gastos de 1996 a 2000 mais de 500 milhões de dólares na recarga de<<strong>br</strong> />
aqüíferos subterrâneos, <strong>com</strong> diversos nomes, sendo o mais popular o groundwater storage projects<<strong>br</strong> />
(Jones, 2003) conforme Figura (48.11) e conhecido mundialmente <strong>com</strong>o Aquifer Storage and<<strong>br</strong> />
Recovery (ASR).<<strong>br</strong> />
Grandes volumes de água são transferidos através de canais e levados para reservatórios<<strong>br</strong> />
subterrâneos, que são os aqüíferos. A água é depois bombeada através de poços tubulares profundos<<strong>br</strong> />
para uso municipal e irrigação, constituindo cerca de 30% de toda a água usada na Califórnia<<strong>br</strong> />
conforme Figura (48.12) a Figura (48.15).<<strong>br</strong> />
Figura 48.12- No mapa da Califórnia estão os 15 grandes projetos.<<strong>br</strong> />
Fonte: American Water Works Association, Journal, fe<strong>br</strong>uary, 2003<<strong>br</strong> />
48-13
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.13- Barragem no rio Santa Clara, Califórnia<<strong>br</strong> />
Fonte: American Water Works Association, Journal, fe<strong>br</strong>uary, 2003<<strong>br</strong> />
Figura 48.14- Barragem de borracha inflável para recarga no Alameda County Water District, Califórnia.<<strong>br</strong> />
Fonte: American Water Works Association, Journal, fe<strong>br</strong>uary, 2003<<strong>br</strong> />
48-14
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.15- Área de recarga de Orange County Water Distrit, Califórnia que recebe água do<<strong>br</strong> />
canal do rio Santa Ana. A reservatório foi escarificado mecanicamente para facilitar a recarga<<strong>br</strong> />
e evitar entupimentos e para que a taxa de percolação atinja 3m/dia (125mm/h).<<strong>br</strong> />
Fonte: American Water Works Association, Journal, fe<strong>br</strong>uary, 2003<<strong>br</strong> />
48-15
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.6 Trincheira de infiltração<<strong>br</strong> />
As trincheiras de infiltração são escavações feitas no solo que chegam até profundidades de<<strong>br</strong> />
2,40 abaixo da superfície, mas 1,20m acima de lençol freático. Nela são introduzidas pedras <strong>br</strong>itas ou<<strong>br</strong> />
areia grossa ou pedregulhos. Os tubos perfurados instalados no meio da trincheira permitem a<<strong>br</strong> />
introdução de água ao longo da mesma.<<strong>br</strong> />
Requer também a existência de solo <strong>com</strong> boa taxa de permeabilidade e podem ser escavadas<<strong>br</strong> />
mais profundas que as reservatórios de infiltração.<<strong>br</strong> />
As trincheiras de infiltração necessitam de menos terra e possuem a vantagem que podem ser<<strong>br</strong> />
aterradas de maneira que as pessoas não suspeitam da o<strong>br</strong>a que está no subsolo, não alterando a<<strong>br</strong> />
paisagem local.<<strong>br</strong> />
O custo da trincheira de infiltração é intermediário entre uma reservatório de infiltração e um<<strong>br</strong> />
poço de recarga.<<strong>br</strong> />
Diferentemente das reservatórios de infiltração as trincheiras de infiltração são difíceis de<<strong>br</strong> />
serem feitas a manutenção, devendo sempre fazer um pré-tratamento adequado. Em último caso a<<strong>br</strong> />
mesma é abandonada e construída outra em local próximo.<<strong>br</strong> />
Algumas vezes a trincheira de infiltração é entupida não por materiais inorgânicos e sim por<<strong>br</strong> />
materiais orgânicos (clogging biológico) e para isto deve-se deixá-la inoperante por um ano mais ou<<strong>br</strong> />
menos e ela entrará em funcionamento normal novamente.<<strong>br</strong> />
Uma das maneiras de procurar se evitar um pouco o fenômeno do entupimento é envolver o<<strong>br</strong> />
material drenante <strong>com</strong> bidim.<<strong>br</strong> />
48.7 Poços secos (dry wells) executados na zona vadosa para infiltração de esgoto tratado<<strong>br</strong> />
(terciário).<<strong>br</strong> />
Os primeiros poços secos executados na zona vadosa foram feito em 1990 no estado do<<strong>br</strong> />
Arizona na cidade de Scottsdale e funcionam muito bem até hoje. Ainda o uso dos dry wells é muito<<strong>br</strong> />
limitado.<<strong>br</strong> />
A vida útil de um dry well é de 20anos conforme Metcalf e Eddy, 2007.<<strong>br</strong> />
É importantíssimo para o bom funcionamento de um dry well é que os esgotos sejam tratados<<strong>br</strong> />
pelo sistema MBR (mem<strong>br</strong>ane bioreactors) que é o uso de mem<strong>br</strong>anas junto <strong>com</strong> o lodo ativado e<<strong>br</strong> />
isto evitará o clogging (entupimento).<<strong>br</strong> />
Os poços secos executados na zona vadosa possuem diâmetros de 1,00m a 2,00m e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
profundidades de 10m a 50m, sempre situados acima do lençol freático para permitir a infiltração das<<strong>br</strong> />
águas.<<strong>br</strong> />
A construção é feita por métodos manuais ou mecânicos de escavação e o poço é preenchido<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> agregados de diâmetros grandes e pequenos.<<strong>br</strong> />
A causa do clogging conforme Metcalf e Eddy, 2007 são basicamente três:<<strong>br</strong> />
‣ Clogging devido a ação biológica: o uso de cloração de 2mg/L a 5mg/L evitará o problema.<<strong>br</strong> />
‣ Clogging devido a entrada de ar: é necessário deixar um aerador de cerca de 75mm e que os<<strong>br</strong> />
efluentes sejam lançados no fundo do poço através de um tubo de plástico <strong>com</strong> cerca de<<strong>br</strong> />
450mm de diâmetro.<<strong>br</strong> />
‣ Clogging devido ao sólido total em suspensão: o uso de tratamento <strong>com</strong>o o MBR resolverá o<<strong>br</strong> />
problema.<<strong>br</strong> />
Os dry well geralmente são feitos em locais onde no solo temos menos que 20% de argila ou<<strong>br</strong> />
que tenha menos de 40% de argila e silte juntos.<<strong>br</strong> />
A declividade do terreno não pode passar de 15%.<<strong>br</strong> />
Se existe um hotspot, isto é, um posto de gasolina, oficina mecânica ou local de potencial<<strong>br</strong> />
contaminação do aqüífero subterrâneo, não deverá ser feita a recarga.<<strong>br</strong> />
48-16
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Deve ficar no mínimo a 3,00m de algum prédio.<<strong>br</strong> />
É re<strong>com</strong>endado que o tempo de infiltração da água no solo seja de no máximo 48h.<<strong>br</strong> />
Deve ser feito estudo para achar a condutividade hidráulica K na profundidade do dry well<<strong>br</strong> />
sendo uma amostra para cada 500m 2 e no mínimo duas amostras.<<strong>br</strong> />
48.8- Dimensionamento do sistema dry well situado em zona vadosa, não saturada e acima do<<strong>br</strong> />
lençol freático.<<strong>br</strong> />
O nosso objetivo é infiltrar águas pluviais na região vadosa do solo, isto é, na região não<<strong>br</strong> />
saturada ou até atingirmos a região saturada.<<strong>br</strong> />
A fórmula só é válida quando o <strong>com</strong>primento L w for maior que 10 x raio do poço. A distância<<strong>br</strong> />
entre um poço e outro é no mínimo de cinco diâmetros.<<strong>br</strong> />
Concepção<<strong>br</strong> />
A ideia é termos um reservatório de pedras <strong>br</strong>itadas de aproximadamente 0,20m de altura e<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e estas pedras vai o geotêxtil. So<strong>br</strong>e o geotêxtil vai terra e a grama propriamente dita. A chuva<<strong>br</strong> />
caindo so<strong>br</strong>e o gramado se infiltra rapidamente para o reservatório de pedra que encaminhará a água<<strong>br</strong> />
para o dry well e o mesmo levará a água para ser infiltrada.<<strong>br</strong> />
Haverá uma malha de furos de <strong>br</strong>ocas perfurados manualmente, dimensionados para que não<<strong>br</strong> />
haja estagnação da água de chuva.<<strong>br</strong> />
A concepção do projeto é fazer <strong>br</strong>ocas manuais <strong>com</strong> profundidade de até 6,00m e diâmetro<<strong>br</strong> />
que varia de 0,15m a 0,30m em solo acima do lençol freático.<<strong>br</strong> />
No furo perfurado pelas <strong>br</strong>ocas colocaremos tubos de PVC perfurado <strong>com</strong> furos ou ranhuras<<strong>br</strong> />
até atingir o fundo conforme modela de Zangar, 1953..<<strong>br</strong> />
Dentro do tubo jogaremos um geotêxtil (bidim) e lançaremos mistura de pedra 1 e 2.<<strong>br</strong> />
Chuva<<strong>br</strong> />
Vamos usar duração de chuva de 1h para períodos de retorno de 5anos, 25anos e 100anos.<<strong>br</strong> />
A sugestão é que a água de chuva se infiltre rapidamente e se acumule no reservatório de<<strong>br</strong> />
pedra <strong>br</strong>itada.<<strong>br</strong> />
Equação de Zangar<<strong>br</strong> />
A taxa de recarga na zona vadosa pode ser calculada usando a Equação de Zangar conforme<<strong>br</strong> />
Bouwer, 2002. Na concepçaco de Zangar, 1953 salienta que o escoamento da água no dry Wall é no<<strong>br</strong> />
fundo, mas também nas paredes.<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K L 2 w ) / [ ln( 2L w /r w ) -1 ]<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q= taxa de recarga (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia) obtido em testes.<<strong>br</strong> />
L w = profundidade da água no poço (m)<<strong>br</strong> />
r w = raio do poço (m)<<strong>br</strong> />
ln= logaritmo neperiano.<<strong>br</strong> />
L w > 10 x r w<<strong>br</strong> />
48-17
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.16- Esquema do dry well<<strong>br</strong> />
48-18
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Dimensionamento do sistema dry well situado em zona vadosa, não saturada e acima do<<strong>br</strong> />
lençol freático.<<strong>br</strong> />
Vamos chamar a precipitação P (m) so<strong>br</strong>e a area A (m 2 ) num determinado tempo D (h).<<strong>br</strong> />
O equili<strong>br</strong>io de volume será o volume da precipitação num determinado tempo que será igual<<strong>br</strong> />
ao volume armazenado no reservatório de <strong>br</strong>itada e mais o volume infiltrado no dry well<<strong>br</strong> />
calculado <strong>com</strong>o equação de Zangar.<<strong>br</strong> />
Vc= V R + Vdry<<strong>br</strong> />
Vc= volume da precipitação num determinado tempo (m 3 )<<strong>br</strong> />
V R = volume de água armazenada nas pedras <strong>br</strong>itadas (m 3 )<<strong>br</strong> />
Vdry= volume diário a ser infiltrado no dry well (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Vc= P . A . D<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vc= volume precipitado na area A em determinado tempo D em m 3 .<<strong>br</strong> />
D= duração da chuva em horas<<strong>br</strong> />
A= area que levara água para o reservatorio de pedra <strong>br</strong>itada e que abastecerá o dry well em<<strong>br</strong> />
m 2<<strong>br</strong> />
P= precipitação num determinado tempo D (m)<<strong>br</strong> />
V R = h . n . A<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V R = volume armazenado no reservatorio de pedra <strong>br</strong>itada (m 3 )<<strong>br</strong> />
h= altura do reservatorio de pedra <strong>br</strong>itada (m)<<strong>br</strong> />
n= porosidade efetiva das <strong>br</strong>itas no reservatorio (adimensional)<<strong>br</strong> />
O volume no dry well Vdry será igual a vazão diária infiltrada pelo mesmo <strong>com</strong> a equaçao de<<strong>br</strong> />
Zangar.<<strong>br</strong> />
Vdry= Q<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K L w 2 ) / [ ln( 2L w /r w ) -1 ]<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vdry= volume que se infiltra no dry well (m 3 ) em um dia<<strong>br</strong> />
Q= taxa de recarga (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia) obtido em testes.<<strong>br</strong> />
L w = profundidade da água no poço (m)<<strong>br</strong> />
r w = raio do poço (m)<<strong>br</strong> />
ln= logaritmo neperiano.<<strong>br</strong> />
Condição proposta por Zangar,1953 pois teremos menos erros. L w ≥ 10 x r w<<strong>br</strong> />
A equação original de Zangar ,1953 aparece o seno hiperbolico que dá o mesmo resultado da<<strong>br</strong> />
equaçao acima <strong>com</strong> logaritmo neperiano. Observar que temos que achar a função inversa do<<strong>br</strong> />
seno hiperbolico que é asenh em planilha Excel.<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K L w 2 ) / [ senh -1 ( L w /r w ) -1 ]<<strong>br</strong> />
Q= volume (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
48-19
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
n= porosidade efetiva=0,35<<strong>br</strong> />
h= altura do reservatório de pedra <strong>br</strong>itada (m). Varia de 0,15m 0,30m.<<strong>br</strong> />
A= área de seção circular de lado= PI x b 2 /4<<strong>br</strong> />
b= diametro da area circular (m)<<strong>br</strong> />
D= duração da chuva (h). Geralmente D=1h.<<strong>br</strong> />
P= precipitação da região para 1h de duração e Tr=5anos<<strong>br</strong> />
Raio b<<strong>br</strong> />
O raio b proposto por Zangar, 1953 é dado pela equação:<<strong>br</strong> />
K . PI x b 2 = Q<<strong>br</strong> />
b= [Q / (K x 3,1416)] 0,5<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
b= raio do círculo de a<strong>br</strong>angência do dry well (m)<<strong>br</strong> />
Q= vazão de infiltração (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
K= coeficiente de permeabilidade (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
Zangar, 1953 sugere a equação:<<strong>br</strong> />
b= Lw x ( 2/ [senh -1 (Lw/rw) -1]<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.4<<strong>br</strong> />
Calcular a taxa de recarga de um poço seco <strong>com</strong> 50m de profundidade, raio de 1,00m e<<strong>br</strong> />
condutividade hidráulica de 0,48m/dia<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ ln(2Lw/rw) -1 ]<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π x 0,48 x 50 2 ) / [ ln( 2x 50/1,00) -1 ] = 2091m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.5<<strong>br</strong> />
Calcular a taxa de recarga de um poço seco <strong>com</strong> 2,5m de profundidade, raio de 0,30m e<<strong>br</strong> />
condutividade hidráulica de 0,0288m/dia (20mm/h= 1,2mm/h=28,8 L/diax m 2 ).<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ ln(2Lw/rw) -1 ]<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π x 0,0288 x 2,5 2 ) / [ ln( 2x 2,5/0,30) -1 ] = 0,45m 3 /dia<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.6<<strong>br</strong> />
Dado Q= 0,45m 3 /dia<<strong>br</strong> />
K= 0,0288m/dia =1,2mm/h= 28,8 L/m 2 x dia<<strong>br</strong> />
b= [Q / (K x 3,1416)] 0,5<<strong>br</strong> />
b= [0,45 / (0,0288x 3,1416)] 0,5<<strong>br</strong> />
b= 2,23 m<<strong>br</strong> />
Diâmetro do circulo 2 x b= 2 x 2,23m= 4,47m<<strong>br</strong> />
Area do circulo (m 2 )= A=PI x 4,47 2 /4= 15,67m 2<<strong>br</strong> />
Volume de chuva (m 3 )= P x D= (51,8mm/1000) x 1,00h= 0,81m 3<<strong>br</strong> />
Volume no reservatório de <strong>br</strong>ita <strong>br</strong>itada (m 3 )= h x n x A=0,10 x 0,35 x 15,67=0,55m 3<<strong>br</strong> />
Volume diário infiltrado no dry well (m 3 )= 0,45m 3<<strong>br</strong> />
Tempo de esvaziamento (dias) = (Volume de chuva – Volume reservatório de pedra)/ Volume<<strong>br</strong> />
infiltrado no dry well= (0,81m 3 -0,55m 3 )/ 0,45m 3 = 0,58 dias= 13h < 48h OK<<strong>br</strong> />
48-20
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
b= Lw x ( 2/ [senh -1 (Lw/rw) -1]<<strong>br</strong> />
b= 2,5x ( 2/ [senh -1 (2,5/0,15) -1]= 1,99m<<strong>br</strong> />
Portanto, o resultado é muito semelhante ao obtido de b=2,23m<<strong>br</strong> />
Metcalf e Eddy, 2007 apresenta outras duas equações devidas a Zangar e citados por Bouwer<<strong>br</strong> />
e Jackson, 1974. As equações são as seguintes:<<strong>br</strong> />
Q= (K x 2 x PI x Lw 2 ) / { ln [ Lw/rw + ( Lw 2 /rw 2 -1) 0,5 -1 } para Si>> L<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/s)<<strong>br</strong> />
Q= vazão (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Lw= profundidade da água dentro do dry well (m)<<strong>br</strong> />
Ln= logaritmo neperiano<<strong>br</strong> />
rw=raio do poço (m)<<strong>br</strong> />
Si= distância do fundo do dry well até a área impermeável (m). Observar que não leva em conta o<<strong>br</strong> />
nível do lençol freático conforme se pode ver na Figura (48.16)<<strong>br</strong> />
Quando o valor de isto é, para um poço raso então podemos fazer uma simplificação:<<strong>br</strong> />
K= [3 x Qx ln (Lw/rw)] / [ PI x Lw x (3 x Lw + 2 x Si)] Si
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.9 Recarga por meio de poços tubulares profundos de injeção na zona saturada<<strong>br</strong> />
Os poços tubulares profundos de recarga penetram no aqüífero subterrâneo onde é feita a<<strong>br</strong> />
injeção de água. São muito caros e não necessitam de grandes desapropriações.<<strong>br</strong> />
Para manutenção é necessário que duas ou três vezes ao dia durante 15min por dia seja feito o<<strong>br</strong> />
bombeamento para prevenir entupimentos e fazer o desenvolvimento do poço.<<strong>br</strong> />
O Brasil ainda não possuem padrões de qualidade da água de injeção no aqüífero.<<strong>br</strong> />
É muito importante estabelecer critérios para recarga de aqüíferos subterrâneos usando o<<strong>br</strong> />
volume WQ v <strong>com</strong> objetivo manter o fornecimento de água subterrânea de maneira a conservar a<<strong>br</strong> />
vazão base dos cursos de água.<<strong>br</strong> />
A recarga de um poço tubular profundo depende se o aqüífero é confinado ou não conforme<<strong>br</strong> />
Figura (48.18).<<strong>br</strong> />
Figura 48.18- Recarga radial em poços tubulares profundos localizados em aqüíferos confinados e não confinados.<<strong>br</strong> />
Fonte: Todd, 1980.<<strong>br</strong> />
Quando a água entra pelo poço, forma-se um cone semelhante, mas inverso ao cone de<<strong>br</strong> />
depressão que se forma em torno do poço.<<strong>br</strong> />
48-22
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Conforme Todd, 1980 foram estabelecidas duas equações para aqüíferos confinados e não<<strong>br</strong> />
confinados para a taxa de recarga Qr.<<strong>br</strong> />
Qr= (2π K b (h w – h 0 ) / ln (r o /r w )<<strong>br</strong> />
para aqüíferos confinados<<strong>br</strong> />
Qr= (π K (h 2 2<<strong>br</strong> />
w – h 0 ) / ln (r o /r w )<<strong>br</strong> />
para aqüíferos não confinados (livres)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Qr= taxa de recarga (m 3 /dia)<<strong>br</strong> />
K= condutividade hidráulica (m/dia)<<strong>br</strong> />
b=espessura do aqüífero confinado (m)<<strong>br</strong> />
h w = equivalente ao nível dinâmico do poço (m) conforme Figura (48.16b)<<strong>br</strong> />
h o =altura do lençol freático (m)<<strong>br</strong> />
ln= logaritmo neperiano<<strong>br</strong> />
r o = raio do cone de depressão (m)<<strong>br</strong> />
r w = raio do poço (m)<<strong>br</strong> />
Segundo Todd, 1980 a recarga será aproximadamente a vazão equivalente produzido por uma<<strong>br</strong> />
bomba centrifuga para retirar água do poço tubular profundo.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.7<<strong>br</strong> />
Dimensionar um poço seco executado na zona vadosa para recarga de 260m 3 <strong>com</strong> coeficiente de<<strong>br</strong> />
permeabilidade K=36mm/h (0,864m/dia) e poço <strong>com</strong> r=1,00m de raio e profundidade de L=10m.<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π K L 2 ) / [ ln( 2L/r) -1 ]<<strong>br</strong> />
Q= ( 2 π x 0,864 x 10 2 ) / [ ln( 2x 10/1,00) -1 ] = 272m 3 /dia > 260m 3<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.8<<strong>br</strong> />
Calcular a recarga de um poço tubular profundo <strong>com</strong> diâmetro de 200mm em aqüífero não confinado<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> coeficiente de armazenamento 0,012, transmissibilidade 5,46m 2 /h, (Poço P-04´ou 15E) do<<strong>br</strong> />
Aeroporto Internacional de Guarulhos <strong>com</strong> espessura da camada filtrante de 76m.<<strong>br</strong> />
O poço está no graben Cumbica em região sedimentar <strong>com</strong> camadas de arenito intercaladas<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> camadas de solo argiloso.<<strong>br</strong> />
Profundidade do poço = 134m<<strong>br</strong> />
Nível estático em 1989 = 64,93m (a partir da superfície)<<strong>br</strong> />
Nível dinâmico em 1989 = 75,4m ( a partir da superfície)<<strong>br</strong> />
Vazão = 47,2m 3 /h (1989) vazão extraída pelo poço artesiano<<strong>br</strong> />
T=transmissibilidade= 5,46m 2 /dia<<strong>br</strong> />
Mas T= K x h<<strong>br</strong> />
h= camadas de areia intercaladas <strong>com</strong> camadas de argilas= 76m (retirado do perfil geológico do poço<<strong>br</strong> />
15E).<<strong>br</strong> />
K= T/h = 5,46m 2 /dia / 76m = 0,072m/h= 1,73m/dia = 72mm/h<<strong>br</strong> />
h w = 134m- 64,93m = 69,07m<<strong>br</strong> />
h o = 134m- 74,5m= 59,5m<<strong>br</strong> />
r w = 200mm/2 = 100mm= 0,10m<<strong>br</strong> />
r o =350m (raio de influência do poço tubular profundo)<<strong>br</strong> />
Qr= (π K (h w 2 – h 0<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
) / ln (r o /r w )<<strong>br</strong> />
Qr= (π x 1,73x (69,07 2 – 59,5 2 ) / ln (350/0,10) = 822m 3 /dia= 34m 3 /h<<strong>br</strong> />
Portanto, a vazão de recarga será de 822m 3 /dia de águas pluviais de boa qualidade, ou seja, 34<<strong>br</strong> />
m 3 /h, que é próximo da vazão extraída <strong>com</strong>o afirma Todd, 1980.<<strong>br</strong> />
48-23
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.10 Método de Theis, 1935<<strong>br</strong> />
Metcalf e Eddy, 2007 apresenta a aplicação do método de Theis para estudar o problema de<<strong>br</strong> />
operação de um poço tubular profundo de injeção:<<strong>br</strong> />
ho- h(r,t) = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)<<strong>br</strong> />
u= (r 2 x S)/ (4 x T x t)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
ho= pressão usada na injeção da água (m)<<strong>br</strong> />
h(r,t)= pressão da distância radial r do centro do poço num tempo t (m)<<strong>br</strong> />
r= distância radial do centro do poço (m)<<strong>br</strong> />
t= tempo após a injeção (s)<<strong>br</strong> />
Q= vazão injetada de água (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
T= transmissividade do aqüífero (condutividade hidráulica x profundidade do aqüífero) (m 2 /s)<<strong>br</strong> />
W (u)= função do poço (adimensional). Existe tabela para isto.<<strong>br</strong> />
u= parâmetro do tempo (adimensional)<<strong>br</strong> />
S= coeficiente de armazenamento (adimensional)<<strong>br</strong> />
Nota: a equação de Theis é muito usada para calcular a queda h(r,t) é menor que ho entretanto a<<strong>br</strong> />
equação pode ser aplicada para injeção multiplicando por um sinal negativo <strong>com</strong>o segue:<<strong>br</strong> />
ho- h(r,t) = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)<<strong>br</strong> />
h(r,t) -ho = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.9- Baseado em Metcalf e Eddy, 2007.<<strong>br</strong> />
Queremos usar um poço de injeção para recarga de água de reuso usando a equação de Theis:<<strong>br</strong> />
Dados:<<strong>br</strong> />
T= 0,02m 2 /s S=0,0001 Q=0,03m 3 /s raio do poço r=0,30m.<<strong>br</strong> />
Determinar a pressão acima da cota piezométrica necessária para manter a infiltração depois de<<strong>br</strong> />
10dias após a injeção.<<strong>br</strong> />
u= (r 2 x S)/ (4 x T x t)<<strong>br</strong> />
u= (0,3 2 x 0,0001)/ (4 x 0,02 x 10 x 86.400)= 1,2 x 10 -10<<strong>br</strong> />
Entrando na Tabela (48.4) de aplicação do método de Theis achamos W (u)=22,2<<strong>br</strong> />
ho- h(r,t) = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)<<strong>br</strong> />
ho- h(r,t) = [0,03/ (4 x 3,1416 x 0,02)] x 22,2=2,65m<<strong>br</strong> />
Portanto, devemos aplicar uma pressão de 2,65m durante 10dias para infiltrar 0,03m 3 /s.<<strong>br</strong> />
Tabela 48.3- Valores de W(u) para aplicação do método de Theis conforme Metcalf e Eddy, 2007<<strong>br</strong> />
48-24
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.11 Aeroporto Internacional de Guarulhos<<strong>br</strong> />
Nota: os dados foram extraídos da tese de doutoramento do geólogo dr. Hélio Nóbile Diniz<<strong>br</strong> />
elaborada em 1996 cujo titulo é: “Estudo potencial hidrogeológico da bacia hidrográfica do rio<<strong>br</strong> />
Baquirivu- Guaçu, municípios de Guarulhos e Arujá”.<<strong>br</strong> />
Diniz, 1996 aconselhou que se fizesse a recarga no Aeroporto Internacional de Guarulhos<<strong>br</strong> />
através de poços de injeção (poços tubulares profundos) captando águas pluviais. Sugeriu que<<strong>br</strong> />
captasse as águas pluviais que caem nas pistas que possuem 1km de largura por 4km de <strong>com</strong>primento<<strong>br</strong> />
e <strong>com</strong>o o excedente hídrico anual é de 550mm teríamos:<<strong>br</strong> />
550mm x 1km x 4km= 2.200.000m 3 /ano<<strong>br</strong> />
Precipitação média anual= 1400mm<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração= 850mm/ano<<strong>br</strong> />
Excedente hídrico = 1400mm- 850mm= 550mm<<strong>br</strong> />
Consumo médio anual do Aeroporto= 2700m 3 /dia x 365 dias= 985.500m 3 /ano < 2.200.000m 3 /ano<<strong>br</strong> />
Até o presente momento não há nenhum sistema de injeção em poços tubulares profundos ou<<strong>br</strong> />
reservatórios de infiltração no Aeroporto Internacional de Guarulhos.<<strong>br</strong> />
A influência so<strong>br</strong>e a recarga depende da precipitação local, da evapotranspiração, do tipo de<<strong>br</strong> />
solo e da cobertura vegetal existente. Quando cresce a impermeabilização há diminuição natural da<<strong>br</strong> />
infiltração das águas pluviais no solo e é necessária a recarga artificial.<<strong>br</strong> />
Há uma grande dificuldade em se determinar a forma que deve ser feita a recarga no Brasil,<<strong>br</strong> />
pois desconhecemos pesquisas so<strong>br</strong>e o assunto.<<strong>br</strong> />
A recarga artificial de aqüíferos está documentada nos Estados Unidos desde o século 19<<strong>br</strong> />
quando <strong>com</strong>eçou o stress do suprimento das águas subterrâneas. Duas forças básicas induziram a<<strong>br</strong> />
recarga artificial, o crescimento da população e novas técnicas de inundação para se fazer a<<strong>br</strong> />
infiltração.<<strong>br</strong> />
Nos ano de 1950 <strong>com</strong>eçou a prática na Califórnia de recarga devido a intrusão salina na área<<strong>br</strong> />
costeira.<<strong>br</strong> />
A recarga dos aqüíferos numa bacia hidrográfica deve-se a:<<strong>br</strong> />
• Infiltração direta das chuvas;<<strong>br</strong> />
• Contribuição do rio e seus afluentes.<<strong>br</strong> />
48-25
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.12 Recarga artificial de aqüíferos <strong>com</strong> águas pluviais na área metropolitana do Recife<<strong>br</strong> />
No simpósio <strong>br</strong>asileiro de captação e manejo de águas de chuva realizado no período de 11 a<<strong>br</strong> />
14 de julho de 2005 na cidade de Teresina foi apresentado por Suzana Gico Montenegro, Abelardo<<strong>br</strong> />
Montenegro, Giancarlo Cavalcanti e Albert Einstein Spindola de Moura em trabalho so<strong>br</strong>e “Recarga<<strong>br</strong> />
artificial de aqüíferos <strong>com</strong> águas pluviais em meio urbano <strong>com</strong>o alternativa para recuperação dos<<strong>br</strong> />
níveis potenciométricos: estudo de caso na planície do Recife (PE)”.<<strong>br</strong> />
A precipitação média anual é de 2.200mm. Foi captada águas de chuvas de telhado e área livre<<strong>br</strong> />
de uma área total de 2.270m 2 . Antes das águas serem encaminhadas ao reservatório de 100m 3 foram<<strong>br</strong> />
recolhidas os sólidos suspensos por um sistema de filtragem para deter o material granular carregado<<strong>br</strong> />
pela chuva.<<strong>br</strong> />
Os ensaios duraram de novem<strong>br</strong>o de 2003 a novem<strong>br</strong>o de 2004. A injeção da água de chuva<<strong>br</strong> />
teve duração de 3h e foi feita durante o período de chuvas. As vazões máximas de recarga foram de<<strong>br</strong> />
2m 3 /h até 5,7m 3 /h.<<strong>br</strong> />
48-26
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.13 Legislação Paulista<<strong>br</strong> />
Primeiramente conforme Decreto 32.955/91 do Estado de São Paulo no seu artigo 6º X<<strong>br</strong> />
define o que é recarga artificial <strong>com</strong>o sendo operação <strong>com</strong> finalidade de introduzir água num<<strong>br</strong> />
aqüífero.<<strong>br</strong> />
O artigo 43 estabelece que “A recarga artificial dependerá de autorização do DAEE,<<strong>br</strong> />
condicionado à realização de estudos que <strong>com</strong>provem a sua conveniência técnica, econômica e<<strong>br</strong> />
sanitária e a preservação da qualidade das águas subterrâneas”.<<strong>br</strong> />
A Figura (48.18) mostra o ciclo hidrológico natural. A recarga natural provem normalmente<<strong>br</strong> />
das precipitações. As precipitações quando no solo, uma parte fica interceptada nas folhas e paredes,<<strong>br</strong> />
outra parte se escoa superficialmente e outra parte se infiltra no solo e <strong>com</strong>eça a percolação. As<<strong>br</strong> />
plantas utilizam uma parte desta água e restante vai passando pela zona aerada do aqüífero livre e<<strong>br</strong> />
chega até a zona não aerada onde está o lençol freático. Este é o caminho que a água faz até fazer a<<strong>br</strong> />
recarga que estamos tratando.<<strong>br</strong> />
A recarga é o processo de infiltração que conduz a água até o lençol freático, isto é, a zona<<strong>br</strong> />
saturada. De maneira grosseira a recarga é a introdução de água no reservatório de água subterrânea.<<strong>br</strong> />
Figura 48.19-Ciclo hidrológico<<strong>br</strong> />
Fonte: Patrick Valverde Medeiros<<strong>br</strong> />
48-27
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.14 Volume de recarga artificial<<strong>br</strong> />
Em 1996 nos estados de Maryland e Massachusetts foi feito por Horsley a primeira sugestão<<strong>br</strong> />
de <strong>com</strong>o proceder ao dimensionamento do volume de água necessário para recarga dos aqüíferos.<<strong>br</strong> />
Depois passou para o estado de Vermont e outros e sendo cada vez mais aperfeiçoado chegando em<<strong>br</strong> />
2004 ao melhor aperfeiçoamento de New Jersey.<<strong>br</strong> />
A grande vantagem que achamos em adotar um método semelhante ao de Horsley é a<<strong>br</strong> />
simplicidade de aplicação, pois sabemos que se o método for muito <strong>com</strong>plicado, provavelmente não<<strong>br</strong> />
vai ser aplicado.<<strong>br</strong> />
É importante que os cálculos da recarga de aqüíferos subterrâneos sejam de certa forma,<<strong>br</strong> />
consistente <strong>com</strong> a metodologia do cálculo do volume para melhoria da qualidade das águas pluviais<<strong>br</strong> />
WQv.<<strong>br</strong> />
O método de Horsley utiliza dos grupos de solo do SCS para os estudos de recarga dos<<strong>br</strong> />
aqüíferos subterrâneos. Entretanto os estudos originais do SCS para os grupos de solos não foram<<strong>br</strong> />
feitos para a infiltração no solo e sim para a estimativa do escoamento superficial (runoff).<<strong>br</strong> />
Esta observação é muito interessante, pois os livros so<strong>br</strong>e solos não utilizam os 4 grupos de<<strong>br</strong> />
solo do SCS. Assim o livro Solo, planta e atmosfera que trata dos conceitos, processos e aplicações<<strong>br</strong> />
de Klaus Reichardt e Luiz Carlos Timm não trazem nada so<strong>br</strong>e os quatro tipos de solo para<<strong>br</strong> />
infiltração. Entretanto outros livros <strong>com</strong>o Delleur, 1999 mostra que a infiltração pode ser calculada<<strong>br</strong> />
usando o método da curva CN do SCS.<<strong>br</strong> />
Mesmo assim utilizaremos os 4 grupos de solos do SCS que facilitará o aprendizado so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
assunto. A fim de melhor suporte ao uso dos quatro grupos de solo do SCS vamos nos basear em<<strong>br</strong> />
McCuen, 1998 que informa que o método do número da curva CN é empírico e está baseado em<<strong>br</strong> />
três fatores.<<strong>br</strong> />
1. Classificação do solo conforme Tabela (48.6)<<strong>br</strong> />
2. Mapas fornecidos pelos municípios e condados nos Estados Unidos<<strong>br</strong> />
3. Mínima taxa de infiltração conforme conforme Tabela (48.4) coluna 1 e 2.<<strong>br</strong> />
Observemos que McCuen, 1998 utiliza o número da curva CN para escoamento superficial<<strong>br</strong> />
(runoff) e a mínima taxa de infiltração é para classificar os tipos de solo em A,B,C e D.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.10<<strong>br</strong> />
Calcular o fator de recarga F para a cidade de Campos do Jordão no Estado de São Paulo, onde foi<<strong>br</strong> />
aplicado durante 10 anos o Método de Meyboom, 1961 aos dados fluviométricos do rio Sapucaí-<<strong>br</strong> />
Guaçu e obtido R=471mm/ano. A precipitação média Pm=1771mm.<<strong>br</strong> />
F= R/ Pm<<strong>br</strong> />
F= 471/ (1771x0,90) =0,30 para solo tipo A<<strong>br</strong> />
Nota: o solo tipo A foi classificado conforme a infiltração mínima na região foi de 36mm/h<<strong>br</strong> />
conforme Tabela (48.4). Multiplicamos a precipitação por 0,90 para <strong>com</strong>patibilização <strong>com</strong> a teoria de<<strong>br</strong> />
Schueler de WQv.<<strong>br</strong> />
Hipótese<<strong>br</strong> />
Como não temos a média das recargas nos solos tipos A,B,C e D para a precipitação media<<strong>br</strong> />
anual de 1500mm, vamos fazer a hipótese que para o solo do Grupo A do SCS o valor de F seja igual<<strong>br</strong> />
a 0,30.<<strong>br</strong> />
Os outros valores de F para outros tipos de solo, serão obtidos proporcionalmente a<<strong>br</strong> />
capacidade mínima de infiltração dos grupos de solos conforme McCuen, 1998 que está na Tabela<<strong>br</strong> />
(48.4).<<strong>br</strong> />
Tomando-se então <strong>com</strong>o base o grupo de solo tipo A <strong>com</strong>o 0,30, impomos o valor F=0,30,<<strong>br</strong> />
para o solo do grupo tipo B o valor F=0,20 e para o solo do grupo C o valor F=0,10. e para o grupo D<<strong>br</strong> />
F=0,03.<<strong>br</strong> />
48-28
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Assim multiplicando a precipitação média anual de 1500mm pelos fatores F de cada grupo de<<strong>br</strong> />
solo teremos aproximadamente os valores 450mm de recarga para o grupo de solo tipo A, 300mm<<strong>br</strong> />
para o tipo B, 150mm para o tipo C e 45mm para o tipo D conforme podemos ver nas Tabelas (48.4)<<strong>br</strong> />
e (48.5).<<strong>br</strong> />
Considerando o first flush P=25mm, a recarga será Re será:<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x R)/(0,9 x Pm)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
25mm= first flush =P<<strong>br</strong> />
R= recarga anual conforme o tipo de solo (mm)<<strong>br</strong> />
0,9= precipitação que produz runoff<<strong>br</strong> />
Pm= precipitação média anual (mm)= 1500mm<<strong>br</strong> />
Re= recarga para P=25mm (first flush)<<strong>br</strong> />
Solo tipo A<<strong>br</strong> />
Recarga anual R=450mm e teremos:<<strong>br</strong> />
Solo tipo B<<strong>br</strong> />
Recarga anual R=300m e teremos:<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x R)/(0,9 x Pm)<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x 450mm)/(0,9 x 1500mm)=8,33mm<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x R)/(0,9 x Pm)<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x 300mm)/(0,9 x 1500mm)=5,56mm<<strong>br</strong> />
Solo tipo C<<strong>br</strong> />
Recarga anual R=150mm e teremos:<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x R)/(0,9 x Pm)<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x 150mm)/(0,9 x 1500mm)=2,80mm<<strong>br</strong> />
Solo tipo D<<strong>br</strong> />
Recarga anual R=45mm e teremos:<<strong>br</strong> />
Grupo<<strong>br</strong> />
de solo<<strong>br</strong> />
SCS<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x R)/(0,9 x Pm)<<strong>br</strong> />
Re= (25mm x 45mm)/(0,9 x 1500mm)=0,83mm<<strong>br</strong> />
Tabela 48.4- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo<<strong>br</strong> />
Capacidade mínima<<strong>br</strong> />
Base Fator Recarga p/ Recarga p/<<strong>br</strong> />
de infiltração Max. grupo B F 1500mm/ano 1500mm/ano<<strong>br</strong> />
(mm/h) (mm/h)<<strong>br</strong> />
Com base R<<strong>br</strong> />
R<<strong>br</strong> />
Grupo B (mm) (mm)<<strong>br</strong> />
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7<<strong>br</strong> />
A 7,62 a 11,43 11,43 1,00 0,30 450 8,33<<strong>br</strong> />
B 3,81 a 7,62 7,62 0,67 0,20 300 5,56<<strong>br</strong> />
C 1,27 a 3,81 3,81 0,33 0,10 150 2,80<<strong>br</strong> />
D 0 a 1,27 1,27 0,11 0,03 45 0,83<<strong>br</strong> />
Fonte: (McCuen,1998 conforme coluna 1 a 3)<<strong>br</strong> />
48-29
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 48.5- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo para<<strong>br</strong> />
precipitação média anual de 1500mm<<strong>br</strong> />
Recarga p/ Recarga<<strong>br</strong> />
1500mm/ano para Fator F<<strong>br</strong> />
R P=25mm<<strong>br</strong> />
F= Re/P<<strong>br</strong> />
(mm) Re<<strong>br</strong> />
Grupo de solo<<strong>br</strong> />
conforme<<strong>br</strong> />
SCS<<strong>br</strong> />
A 450 8,33 0,30<<strong>br</strong> />
B 300 5,56 0,20<<strong>br</strong> />
C 150 2,80 0,10<<strong>br</strong> />
D 45 0,83 0,03<<strong>br</strong> />
48.15 Método do volume para recarga<<strong>br</strong> />
O método do volume para recarga é destinado a BMP estrutural <strong>com</strong>o reservatório de<<strong>br</strong> />
infiltração, trincheira de infiltração e poços secos (drywells).<<strong>br</strong> />
Podemos então calcular o volume de recarga Re baseado na fração do volume WQv e que<<strong>br</strong> />
será:<<strong>br</strong> />
Rev= F x WQv<<strong>br</strong> />
Rev= volume de água necessário para recarga em volume (m 3 )<<strong>br</strong> />
F= fator específico de recarga para o tipo do grupo do solo (adimensional)<<strong>br</strong> />
Como Rev é uma fração de WQv chama-se as vezes de método do percentual de volume para<<strong>br</strong> />
recarga.<<strong>br</strong> />
Relem<strong>br</strong>emos que o volume WQv é obtido <strong>com</strong> o first flush P, que corresponde a 90% das<<strong>br</strong> />
precipitações que produzem runoff.<<strong>br</strong> />
Volume WQv<<strong>br</strong> />
Calcula-se primeiro o coeficiente volumétrico Rv em função da área impermeável em<<strong>br</strong> />
porcentagem. Depois se calcular o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv e<<strong>br</strong> />
finalmente o volume de recarga que é obtido multiplicando WQv pelo fator de recarga.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05+0,009 x AI<<strong>br</strong> />
WQv= (P/1000) x Rv x A<<strong>br</strong> />
P= first flush (mm)= 25mm para RMSP.<<strong>br</strong> />
AI= área impermeabilizada (%)<<strong>br</strong> />
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (m 2 )<<strong>br</strong> />
Recordemos que a determinação do tipo de solo do SCS pode ser feito através de testes de<<strong>br</strong> />
infiltração e usando a Tabela (48.6) conforme Tomaz, 2002.<<strong>br</strong> />
48-30
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Grupo de<<strong>br</strong> />
solo<<strong>br</strong> />
A<<strong>br</strong> />
B<<strong>br</strong> />
C<<strong>br</strong> />
D<<strong>br</strong> />
Tabela 48.6- Grupo de solos do SCS<<strong>br</strong> />
Características do solo<<strong>br</strong> />
solos arenosos <strong>com</strong> baixo teor de argila total, inferior a 8%, não havendo rocha nem camadas argilosas e nem<<strong>br</strong> />
mesmo densificadas até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1% (Porto,<<strong>br</strong> />
1979 e 1995).<<strong>br</strong> />
Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos arenosos profundos <strong>com</strong> pouco<<strong>br</strong> />
silte e argila (Tucci et al, 1993).<<strong>br</strong> />
solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e <strong>com</strong> menor teor de argila total, porém ainda inferior a<<strong>br</strong> />
15%. No caso de terras roxas, esse limite pode subir a 20% graças à maior porosidade. Os dois teores de<<strong>br</strong> />
húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras e nem camadas argilosas até<<strong>br</strong> />
1,5m, mas é, quase sempre, presente camada mais densificada que a camada superficial (Porto, 1979 e 1995)<<strong>br</strong> />
Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).<<strong>br</strong> />
solos barrentos <strong>com</strong> teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis ou<<strong>br</strong> />
contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos podem ser de<<strong>br</strong> />
40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas ainda<<strong>br</strong> />
longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).<<strong>br</strong> />
Solos que geram escoamento superficial acima da média e <strong>com</strong> capacidade de infiltração abaixo da média,<<strong>br</strong> />
contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).<<strong>br</strong> />
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda <strong>com</strong> camada densificada a uns 50cm de profundidade. Ou<<strong>br</strong> />
solos arenosos <strong>com</strong>o do grupo B, mas <strong>com</strong> camada argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos<<strong>br</strong> />
rolados (Porto, 1979 e 1995).<<strong>br</strong> />
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos <strong>com</strong> muito baixa capacidade de infiltração, gerando a<<strong>br</strong> />
maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).<<strong>br</strong> />
Fonte: Porto, Setzer 1979 ; Porto, 1995 e Tucci, 1993.<<strong>br</strong> />
48.16 Método da área para recarga<<strong>br</strong> />
O método da área para recarga é destinado as BMP não estruturais, <strong>com</strong>o faixa de filtro<<strong>br</strong> />
gramada e canal gramado, infiltração da água da chuva de telhado em trincheira e infiltração da água<<strong>br</strong> />
em estacionamentos em reservatório. A área Rea é dada em metros quadrados e temos que ver as<<strong>br</strong> />
BMPs não estruturais e suas áreas.<<strong>br</strong> />
Rea= F x A x Rv<<strong>br</strong> />
Rea= F x Ai<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Rea= área necessária para a recarga (m 2 )<<strong>br</strong> />
F= fator de recarga (adimensional)<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (m 2 )<<strong>br</strong> />
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)<<strong>br</strong> />
Ai= Rv x A= área impermeável<<strong>br</strong> />
Como temos uma fração da área A, muitas vezes o método é chamado método percentual da<<strong>br</strong> />
área para recarga.<<strong>br</strong> />
Nota: podemos fazer uma <strong>com</strong>binação dos métodos, determinando uma parte para o volume<<strong>br</strong> />
percentual e outra para a área percentual. Observemos ainda caso tenhamos dois tipos de<<strong>br</strong> />
grupo de solos, podemos fazer uma <strong>com</strong>posição dos mesmos.<<strong>br</strong> />
As práticas estruturais mais usadas para recargas são:<<strong>br</strong> />
‣ Infiltração<<strong>br</strong> />
‣ Trincheira de infiltração (áreas menores que 4ha)<<strong>br</strong> />
48-31
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
As práticas não estruturais mais usadas em recargas são:<<strong>br</strong> />
‣ Faixa de filtro gramado (filter strip menores que 2ha)<<strong>br</strong> />
‣ Canal gramado<<strong>br</strong> />
‣ Infiltração da água de chuva no telhado em trincheira de infiltração<<strong>br</strong> />
‣ Infiltração de água em estacionamento de veículos <strong>com</strong> reservatório.<<strong>br</strong> />
É importante salientar que para a recarga, as lagoas e wetlands não fazem nenhum efeito, pois,<<strong>br</strong> />
rapidamente deixam de infiltrar.<<strong>br</strong> />
Fica esclarecido que segundo Maryland, 2000 se o terreno é um hotspot, isto é, um ponto<<strong>br</strong> />
potencial de contaminação <strong>com</strong>o um posto de gasolina, por exemplo, não poderá ser feita a recarga<<strong>br</strong> />
do aqüífero.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.11<<strong>br</strong> />
Dimensionar a recarga necessária em uma bacia de 6ha <strong>com</strong> área impermeável Ai=60%, first flush<<strong>br</strong> />
P=25mm e grupo de solo tipo B.<<strong>br</strong> />
Coeficiente volumétrico Rv<<strong>br</strong> />
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 X 60=0,50<<strong>br</strong> />
Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais<<strong>br</strong> />
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,50 x 6ha x 10.000m 2 =750m 3<<strong>br</strong> />
Método do volume percentual para recarga<<strong>br</strong> />
Para grupo de solo tipo B conforme Tabela (48.6) temos F=0,20<<strong>br</strong> />
Rev= F x WQv<<strong>br</strong> />
Rev= 0,20 x 750=150m 3<<strong>br</strong> />
Portanto, deveremos infiltrar 150 m 3 através de BMP estrutural <strong>com</strong>o reservatório de<<strong>br</strong> />
infiltração ou trincheira de infiltração.<<strong>br</strong> />
48.17 Trincheira de infiltração<<strong>br</strong> />
At= Vw/ (n x dt + f x T)<<strong>br</strong> />
dmax= f. Ts/n<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
At= área da superfície da trincheira (m 2 )<<strong>br</strong> />
Vw= volume que entra na trincheira (m 3 )<<strong>br</strong> />
n= porosidade das pedras <strong>br</strong>itadas sendo geralmente n=0,40,<<strong>br</strong> />
dt= profundidade máxima admitida (m)<<strong>br</strong> />
dmax=profundidade máxima (m)<<strong>br</strong> />
Ts=tempo de esvaziamento (h)= 48h<<strong>br</strong> />
f= taxa final de infiltração (mm/h)= 13mm/h<<strong>br</strong> />
T= tempo para enchimento da trincheira que geralmente é menor ou igual a 2h.<<strong>br</strong> />
dmax= f. Ts/n<<strong>br</strong> />
dmax= 13x 48/0,40=1560mm Adoto dt=1,50m<<strong>br</strong> />
At= Vw/ (n x dt + f x T)<<strong>br</strong> />
At= 150/ [0,50 x 1,5 + (13/1000) x 2h]=193m 2<<strong>br</strong> />
Adotando largura de 2,00m temos:<<strong>br</strong> />
Comprimento= 193m 2 / 2,00= 97m<<strong>br</strong> />
Portanto, a trincheira de infiltração terá 97m de <strong>com</strong>primento, sendo 1,50m de profundidade e<<strong>br</strong> />
2,00m de largura.<<strong>br</strong> />
48-32
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.18 Reservatório de infiltração<<strong>br</strong> />
Optando por reservatório de infiltração teremos:<<strong>br</strong> />
As= SF x WQv/ (T x K)<<strong>br</strong> />
d= WQv/ As<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
As= área da superfície (m 2 )<<strong>br</strong> />
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m 3 )<<strong>br</strong> />
T= tempo para infiltração= 48h<<strong>br</strong> />
d=profundidade da reservatório (m)<<strong>br</strong> />
SF= fator de segurança=2<<strong>br</strong> />
Precisaríamos infiltrar somente 150m 3 , mas vamos infiltrar todo o volume WQv=750m 3 .<<strong>br</strong> />
As= SF x WQv/ (T x K)<<strong>br</strong> />
As= 2 x 750/ (48 x 36/1000)=868m 2<<strong>br</strong> />
d= WQv/ As<<strong>br</strong> />
d= 750/ 868=0,86m<<strong>br</strong> />
Considerando <strong>com</strong>primento/largura na proporção de 3: 1 temos:<<strong>br</strong> />
3WxW=868<<strong>br</strong> />
W=17,00m<<strong>br</strong> />
L=3W=3x17,00=51,00m<<strong>br</strong> />
Portando, o reservatório de infiltração terá 17,00m de largura por 51,00m de<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>primento e atenderá toda a necessidade de recarga<<strong>br</strong> />
Método da área para recarga<<strong>br</strong> />
Rea= F x A x Rv<<strong>br</strong> />
Rea= 0,20 x 6ha x 10.000m 2 x 0,59=7.080m 2<<strong>br</strong> />
Caso optemos somente por medidas não estruturais, precisaríamos de 7.080m 2 de área de faixa<<strong>br</strong> />
de filtro gramado ou e vala gramada. Podemos fazer <strong>com</strong>binações estruturais e não estruturais.<<strong>br</strong> />
48.19 Outorga para recarga artificial de aqüíferos<<strong>br</strong> />
Conforme informações do Tecnólogo em O<strong>br</strong>as Hidráulicas Elcio Linhares Silveira,<<strong>br</strong> />
funcionário do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) do Estado de São Paulo, as águas<<strong>br</strong> />
subterrâneas no Estado de São Paulo deverão atender a Lei 6134 de 2 de junho de 1988 e o Decreto<<strong>br</strong> />
32.955 de 7 de fevereiro de 1991.<<strong>br</strong> />
No Decreto 32.955 artigo 43- A recarga artificial dependerá de autorização do DAEE,<<strong>br</strong> />
condicionada à realização de estudos que <strong>com</strong>provem a sua conveniência técnica, econômica e<<strong>br</strong> />
sanitária e a preservação da qualidade das águas subterrâneas.<<strong>br</strong> />
Comenta ainda Elcio, que se a recarga artificial dos aqüíferos subterrâneos necessita de<<strong>br</strong> />
autorização do DAEE, o instrumento legal da autorização é a outorga.<<strong>br</strong> />
Mas para atender a Lei 6134 e o Decreto 32.955 no tocante a qualidade da água está<<strong>br</strong> />
condicionada e as disposições preliminares, ou seja: fica proibida qualquer alteração das<<strong>br</strong> />
propriedades físicas, químicas e biológicas das águas subterrâneas.<<strong>br</strong> />
Isto tudo significa que no Estado de São Paulo nas condições legais existentes tornam<<strong>br</strong> />
impossível a recarga de aqüíferos subterrâneos, pois a qualidade da água a ser usada na recarga<<strong>br</strong> />
deverá ser a mesma daquela existente no aqüífero subterrâneo.<<strong>br</strong> />
A legislação deverá obviamente ser mudada.<<strong>br</strong> />
48-33
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.20 Método da análise da Recessão<<strong>br</strong> />
Na Figura (48.18) podemos ver a recessão que tem inicio no pico no ponto D e vai descendo<<strong>br</strong> />
até o ponto C que geralmente é difícil de localizar <strong>com</strong> precisão.<<strong>br</strong> />
O método da análise da recessão é antigo e muito usado. Boussinesq o usou em 1877, Horton<<strong>br</strong> />
em 1933 e Boussinesq em 1904.<<strong>br</strong> />
Os métodos mais conhecidos são: Método de Meyboom, 1961 e de Robaugh.<<strong>br</strong> />
Explicaremos <strong>com</strong> mais detalhes o método da analise da recessão de Meyboom, 1961 que é<<strong>br</strong> />
muito usado para se achar a recarga dos aqüíferos subterrâneos..<<strong>br</strong> />
48.21 Método da Recessão Sazonal ou Método de Meyboom, 1961<<strong>br</strong> />
Um método simples e eficaz é o método de Meyboom, 1961 explicado por Fetter, 1994. Ele<<strong>br</strong> />
fornece a recarga das águas subterrâneas na bacia e por este motivo é muito usado.<<strong>br</strong> />
Utiliza basicamente dois anos consecutivos. Usa-se geralmente um gráfico mono-logaritmo<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> logaritmo no eixo y conforme Figura (48.19) e (48.20). Na prática utiliza-se no mínimo 10anos<<strong>br</strong> />
de período de análise de dados fluviométricos.<<strong>br</strong> />
Figura 48.20- Gráfico semi-logaritmo mostrando a hidrógrafa<<strong>br</strong> />
Fonte: Fetter, 1994<<strong>br</strong> />
48-34
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Figura 48.21- Gráfico semi-logaritmo mostrando a hidrógrafa<<strong>br</strong> />
Fonte: Domenico e Schwartz, 1998<<strong>br</strong> />
A recessão da vazão base está mostrada na Figura (48.18) e (48.19) em linhas pontilhadas.<<strong>br</strong> />
Parte-se da vazão de pico até a vazão de 0,1 x Qo e une-se a linha pontilhada..<<strong>br</strong> />
A distância entre o pico Qo e o limite 0,1Qo é o tempo t 1 .<<strong>br</strong> />
O volume potencial de água subterrânea é Vtp que é fornecida pela equação.<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t 1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vtp= volume potencial da água subterrânea (m 3 )<<strong>br</strong> />
t 1 = tempo que leva a vazão base de Qo até 0,1Qo (meses)<<strong>br</strong> />
Qo= Vazão que inicia a vazão base (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
Para o mês seguinte teremos que<<strong>br</strong> />
Depois que achamos Vtp vamos procurar o valor de Vt usando a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Vt= volume potencial da água subterrânea (m 3 ) na próxima recessão. Isto é obtido usando o valor t<<strong>br</strong> />
que é o tempo entre o fim da primeira recessão e o inicio da segunda.<<strong>br</strong> />
t= tempo entre o inicio da recessão e o fim mesmo e não o valor 0,1xQo.<<strong>br</strong> />
O valor da recarga será a diferença:<<strong>br</strong> />
Recarga= Vtp - Vt<<strong>br</strong> />
Supomos no caso que não há bombeamento para retirada de água ao longo do rio de água que<<strong>br</strong> />
não retornem para os rios.<<strong>br</strong> />
Tendo-se o volume de recarga anual médio e tendo a área da bacia podemos achar o valor da<<strong>br</strong> />
recarga em mm.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.12<<strong>br</strong> />
O exemplo foi retirado do livro do Fetter, 1994 e conforme Figura (48.18)<<strong>br</strong> />
Calcular a recarga entre duas recessões consecutivas usando o Método de Meybom, 1961.<<strong>br</strong> />
Na primeira recessão temos o valor Qo=760m 3 /s que leva 6,3 meses para chegar até 0,1 x Qo.<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Vtp= 760 x 6,3meses x 30diasx 1440min x 60s / 2,3= 5,4 x 10 8 m 3<<strong>br</strong> />
O valor Vt na próxima recessão dura 7,5 meses, isto é, t=7,5meses<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
Vt= 5,4 x 10 9 m 3 / 10 (7,5/6,3) =3,5 x 10 8 m 3<<strong>br</strong> />
Para o próximo ano a vazão será Qo=1000m 3 /s e teremos:<<strong>br</strong> />
Vtp= 1000m 3 /s x 6,3meses x 30diasx1440min/diax 60s/ 2,3= 7,1 x 10 9 m 3<<strong>br</strong> />
A recarga será a diferença:<<strong>br</strong> />
48-35
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Recarga= 7,1 x 10 9 m 3 - 3,5 x 10 8 m3= 6,8 x 109 m 3<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração<<strong>br</strong> />
Uma outra aproximação que pode ser feita é obter a evapotranspiração usando os dados<<strong>br</strong> />
fluviométricos de uma bacia <strong>com</strong> a seguinte equação:<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração= Precipitação – Volume da descarga do rio/ Área da bacia<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.13<<strong>br</strong> />
Seja uma área da bacia <strong>com</strong> 120km 2 e temos as vazões medias mensais em 21 anos.<<strong>br</strong> />
Calculamos o Volume da descarga do rio/ área da bacia= 960mm (não é somente a recarga)<<strong>br</strong> />
Supondo precipitação de 1771mm/ano teremos:<<strong>br</strong> />
Evapotranspiração= 1771mm- 960mm= 811mm/ano<<strong>br</strong> />
Lem<strong>br</strong>ando que o volume da descarga do rio deverá ser dividido pelo número de anos de dados que<<strong>br</strong> />
temos.<<strong>br</strong> />
Não levamos em conta a retirada de água do rio e nem os lançamentos.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.14<<strong>br</strong> />
Seja uma bacia <strong>com</strong> 120km 2 que apresenta o hidrograma de vazões médias mensais num determinado<<strong>br</strong> />
ponto conforme Figura (48.20)<<strong>br</strong> />
Hidrograma de vazões médias mensais<<strong>br</strong> />
10<<strong>br</strong> />
Vazões (m3/s)<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
1 3 5 7 9Meses 11 13 do ano 15 17 19 21 23<<strong>br</strong> />
Figura 48.22- Hidrograma de vazões medias mensais de dois anos consecutivos de um rio <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
bacia de 120km 2 em uma gráfico semi-logaritmo<<strong>br</strong> />
Tabela 48.7- Vazões médias mensais<<strong>br</strong> />
Ano Jan Fev Mar A<strong>br</strong> Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<<strong>br</strong> />
1981 8,06 5,02 5,11 3,76 3,08 3,01 2,68 2,03 1,73 2,41 4,14 4,6<<strong>br</strong> />
1982 6,76 5,69 7,21 5,23 4,24 3,86 3,1 2,67 2,14 2,62 2,39 4,43<<strong>br</strong> />
Olhando-se no gráfico achamos Qo=8,06m 3 /s<<strong>br</strong> />
48-36
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
t 1 =11meses<<strong>br</strong> />
t=7,6meses<<strong>br</strong> />
Vtp= Qo x t 1 / 2,3<<strong>br</strong> />
Vtp= 8,06 x 11meses x 30dias x 1440min/dia x60s/ 2,3=99.915.965m 3<<strong>br</strong> />
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)<<strong>br</strong> />
Vt= 99.915.965/ 10 (7,6/11) = 20.357.563m 3<<strong>br</strong> />
Para o próximo ano Q 0 = 6,5m 3 /s e teremos<<strong>br</strong> />
Vtp= 6,5 x 11 x 30 x 1440 x60/ 2,3= 80.577.391m 3<<strong>br</strong> />
Portanto, a recarga em dois anos consecutivos será:<<strong>br</strong> />
Recarga (m 3 )= 80.577.391 –20.357.563= 60.219.828m 3<<strong>br</strong> />
Como a área da bacia tem 120km 2 teremos:<<strong>br</strong> />
Recarga (mm)= 60.219.828m 3 x 1000 / (120km 2 x 100ha x 10000m 2 )= 502mm<<strong>br</strong> />
Assim se a recarga=502mm e se a precipitação média anual for de 1771mm teremos:<<strong>br</strong> />
Precipitação= evapotranspiração + recarga + escoamento superficial<<strong>br</strong> />
1771mm= 684mm (calculado) + 502mm +585mm (por diferença)<<strong>br</strong> />
O escoamento superficial é obtido por diferenças, pois temos a precipitação média anual e a<<strong>br</strong> />
evapotranspiração.<<strong>br</strong> />
Supondo que o aqüífero profundo seja rocha cristalina <strong>com</strong> fissuras então a recarga nos<<strong>br</strong> />
aqüíferos fissurais profundos será aproximadamente 3% da precipitação, ou seja, 53mm/ano.(Notar a<<strong>br</strong> />
não influência da recarga no aqüífero profundo)<<strong>br</strong> />
Salientamos que deverá ser utilizado no mínimo série de dados fluviométricos <strong>com</strong> 10anos de<<strong>br</strong> />
duração para se conseguir uma média.<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.12<<strong>br</strong> />
Calcular a recarga na região do rio Descoberto em Goiás.<<strong>br</strong> />
Tabela 48.8- Vazões médias mensais do rio Descoberto <strong>com</strong> área de 115km 2 ano 1978 a 2006<<strong>br</strong> />
ESTAÇÃO: DESCOBERTO CH.<<strong>br</strong> />
89<<strong>br</strong> />
JANE<<strong>br</strong> />
ANO IRO<<strong>br</strong> />
FEVE<<strong>br</strong> />
REIR<<strong>br</strong> />
O<<strong>br</strong> />
MAR<<strong>br</strong> />
ÇO<<strong>br</strong> />
CÓDIGO: 60435000 ALTITUDE: 1034,89 m LATITUDE: 15º 42' 30"<<strong>br</strong> />
LONGITUDE: 48º 14' 05"<<strong>br</strong> />
ABRI MAIO JUNH JULH AGOS<<strong>br</strong> />
OUTU<<strong>br</strong> />
L<<strong>br</strong> />
O O TO<<strong>br</strong> />
BRO<<strong>br</strong> />
SETE<<strong>br</strong> />
MBR<<strong>br</strong> />
O<<strong>br</strong> />
NOVE<<strong>br</strong> />
MBR<<strong>br</strong> />
O<<strong>br</strong> />
1978 2,190 1,800 1,510 1,330 1,580 1,390 2,690<<strong>br</strong> />
1979 7,220 6,470 4,440 3,540 2,660 2,390 2,300 1,830 1,620 1,370 2,170 2,130 3,180<<strong>br</strong> />
1980 5,520 8,360 4,090 4,130 3,030 2,520 2,190 1,830 1,790 1,520 2,480 3,750 3,430<<strong>br</strong> />
1981 4,230 2,970 4,330 4,190 3,010 2,620 2,300 1,770 1,530 2,930 4,860 3,730 3,210<<strong>br</strong> />
1982 6,190 4,500 4,990 4,040 3,090 2,440 1,890 1,980 1,100 1,460 1,550 2,110 2,940<<strong>br</strong> />
1983 5,910 8,250 5,760 4,400 2,940 2,450 2,160 1,760 1,540 2,080 3,600 3,970 3,740<<strong>br</strong> />
1984 3,000 2,970 2,990 3,310 2,170 1,700 1,280 0,967 0,968 1,110 0,860 1,210 1,880<<strong>br</strong> />
1985 4,410 3,300 3,060 3,110 2,100 1,590 1,330 1,040 0,852 1,310 1,460 2,800 2,200<<strong>br</strong> />
1986 4,140 3,230 2,610 2,080 1,730 1,260 0,989 0,868 0,655 0,816 0,830 3,250 1,870<<strong>br</strong> />
1987 2,490 1,710 3,040 2,090 1,580 1,090 0,835 0,670 0,675 0,811 2,320 2,670 1,670<<strong>br</strong> />
1988 1,960 2,350 4,000 2,800 1,880 1,580 1,300 1,090 0,881 1,320 1,790 2,890 1,990<<strong>br</strong> />
1989 2,620 2,460 2,530 2,070 1,750 1,440 1,160 1,060 1,040 1,530 2,190 7,200 2,250<<strong>br</strong> />
1990 4,400 3,770 3,050 2,550 2,220 1,680 1,670 1,250 1,390 1,300 1,490 1,510 2,190<<strong>br</strong> />
1991 2,540 2,950 4,120 3,520 2,310 1,930 1,570 1,280 1,160 1,140 1,550 2,440 2,210<<strong>br</strong> />
1992 3,190 5,380 3,230 3,880 2,490 2,200 1,810 1,480 1,410 1,710 2,190 5,660 2,890<<strong>br</strong> />
1993 2,870 3,460 2,820 3,310 2,520 1,890 1,430 1,340 1,050 1,070 1,100 3,100 2,160<<strong>br</strong> />
1994 5,300 4,440 7,740 4,800 3,400 2,760 2,220 1,750 1,320 1,380 1,960 2,900 3,330<<strong>br</strong> />
1995 3,140 2,920 3,570 3,590 2,860 2,040 1,240 0,832 0,650 0,666 1,230 2,550 2,110<<strong>br</strong> />
DEZE<<strong>br</strong> />
MBR<<strong>br</strong> />
O<<strong>br</strong> />
MÉDI<<strong>br</strong> />
A<<strong>br</strong> />
ANUA<<strong>br</strong> />
L<<strong>br</strong> />
1996 1,820 1,410 1,860 1,670 1,230 0,894 0,671 0,566 0,505 0,720 1,780 1,330 1,200<<strong>br</strong> />
48-37
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1997 3,670 1,980 3,350 3,340 2,260 1,720 1,180 0,806 0,812 0,679 0,891 1,220 1,830<<strong>br</strong> />
1998 1,820 1,580 2,010 1,290 0,937 0,730 0,523 0,337 0,187 0,298 1,590 1,830 1,090<<strong>br</strong> />
1999 1,780 1,440 3,040 1,810 1,480 1,170 0,897 0,535 0,347 0,722 2,070 3,350 1,550<<strong>br</strong> />
2000 4,170 3,620 3,880 2,730 1,810 1,340 1,070 0,752 1,070 0,767 3,250 3,550 2,330<<strong>br</strong> />
2001 3,120 2,620 3,470 2,260 1,550 1,120 0,826 0,632 0,589 0,799 2,600 3,520 1,930<<strong>br</strong> />
2002 4,220 4,320 2,880 2,280 1,630 1,280 1,040 0,774 0,802 0,577 0,914 1,180 1,820<<strong>br</strong> />
2003 2,760 2,790 2,920 2,930 1,780 1,260 0,839 0,563 0,460 0,391 1,010 0,970 1,250<<strong>br</strong> />
2004 4,300 7,190 5,260 5,250 2,760 2,090 1,670 1,260 0,807 0,919 1,160 2,630 2,941<<strong>br</strong> />
2005 3,780 4,290 5,480 3,370 2,500 1,910 1,520 1,160 0,837 0,622 1,780 2,620 2,489<<strong>br</strong> />
2006 2,200 2,560 3,030 3,640<<strong>br</strong> />
M.<<strong>br</strong> />
Históri<<strong>br</strong> />
ca<<strong>br</strong> />
3,670 3,689 3,698 3,142 2,210 1,760 1,418 1,132 0,978 1,128 1,859 2,813 2,284<<strong>br</strong> />
Fonte: Caesb<<strong>br</strong> />
Método de Meyboom, 1961<<strong>br</strong> />
Meses do ano<<strong>br</strong> />
10,0<<strong>br</strong> />
1,0<<strong>br</strong> />
1 5 9 131721252933374145495357<<strong>br</strong> />
Vazões (m3/s)<<strong>br</strong> />
Figura 48.23- Método de Meyboom, 1961 <strong>com</strong> escala logarítima na ordenada<<strong>br</strong> />
Método de Meyboom,.1961<<strong>br</strong> />
Vazões medias<<strong>br</strong> />
mensais (m3/s)<<strong>br</strong> />
10,000<<strong>br</strong> />
1,000<<strong>br</strong> />
0,100<<strong>br</strong> />
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56<<strong>br</strong> />
Meses do ano<<strong>br</strong> />
Figura 48.24- Método de Meyboom, 1961 <strong>com</strong> escala logarítima na ordenada<<strong>br</strong> />
Tabela 48.8- Cálculo da recarga média anual (mm) pelo Método de Meyboom, 1961<<strong>br</strong> />
237<<strong>br</strong> />
386<<strong>br</strong> />
470<<strong>br</strong> />
176<<strong>br</strong> />
455<<strong>br</strong> />
456<<strong>br</strong> />
Média=<<strong>br</strong> />
363<<strong>br</strong> />
48-38
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 48.9- Precipitações médias mensais no rio Descoberto<<strong>br</strong> />
ESTAÇÃO: BRAZLÂNDIA CÓDIGO: 01548007 ALTITUDE: 1098,00 m LATITUDE: 15º 41' 3" LONGITUDE: 48º 12' 27"<<strong>br</strong> />
ANO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO TOTAL<<strong>br</strong> />
1971 a 2006 247,0 206,5 243,2 117,2 28,4 5,6 7,2 23,5 46,4 140,9 227,4 260,8 1560,9<<strong>br</strong> />
Conclusão: a recarga média anual da bacia do rio Descoberto <strong>com</strong> 115km 2 é em média<<strong>br</strong> />
de 363mm/ano. A precipitação média anual no rio Descoberto é de 1.560,9mm<<strong>br</strong> />
48.22 Fórmulas empíricas para a recarga média anual<<strong>br</strong> />
Possuímos a recarga de vários locais, sendo a mais <strong>com</strong>um a das chuvas, que é a recarga<<strong>br</strong> />
natural, mas existe a recarga de canal (infiltração), de irrigação e de reservatórios de infiltração.<<strong>br</strong> />
Na Índia Kumar e Seethpathi, 2002 fizeram uma fórmula empírica <strong>com</strong> 8% de precisão (para<<strong>br</strong> />
a região) que fornece a recarga das águas das chuvas.<<strong>br</strong> />
Rr= 0,63 ( P- 15,28) 0,76<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Rr= recarga do aqüífero subterrâneo devido somente a águas das chuvas (polegada)<<strong>br</strong> />
P=precipitação média da estação (polegada)<<strong>br</strong> />
Exemplo 48.15<<strong>br</strong> />
Estimar a recarga devida as chuvas para local <strong>com</strong> 1560,9mm(61,5in).<<strong>br</strong> />
Rr= 0,63 (P- 15,28) 0,76<<strong>br</strong> />
Rr= 0,63 (61,5- 15,28) 0,76 = 11,60 in= 294mm<<strong>br</strong> />
Também na Índia em 1970 Krishna Rao elaborou as seguintes equações empíricas para P e Rr<<strong>br</strong> />
em milímetros:<<strong>br</strong> />
Rr= 0,20 x (P-400) para áreas <strong>com</strong> precipitações entre 400mm e 600mm<<strong>br</strong> />
Rr= 0,25 x (P-400) para áreas <strong>com</strong> precipitações entre 600mm e 1000mm<<strong>br</strong> />
Rr= 0,35 x (P-600) para áreas <strong>com</strong> precipitações maiores que 2000mm<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Rr= recarga devido as chuvas (mm)<<strong>br</strong> />
P= precipitação (mm)<<strong>br</strong> />
48-39
Curso de manejo de águas pluviais<<strong>br</strong> />
Capitulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 29 março de 2010 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
48.23 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
-CRITICAL AQUIFER RECHARGE AREAS (CARAS). Chapter 6: Critical aquifer recharge<<strong>br</strong> />
áreas. Executive report- Best avalia<strong>br</strong>e science, volume I, fe<strong>br</strong>uary, 2004.<<strong>br</strong> />
-DELLEUR, JACQUES W. The handbookd of groundwater engineering. 1999. ISBN 0-8493-2698-<<strong>br</strong> />
2.<<strong>br</strong> />
-FENNESSEY, LARRY. Hydrologic budgets for development scale áreas in Pennsylvania.<<strong>br</strong> />
-FENNESSEY, LAWRENCE A. J. et al. The NRCS curve number, a new look at an old tool.<<strong>br</strong> />
Villanova University, outu<strong>br</strong>o de 2001.<<strong>br</strong> />
-McCUEN, RICHARD H. Hydrologic analysis and design. 2a ed. Prentice Hall, 1998<<strong>br</strong> />
-REICHARDT, KLAUS E TIMM, LUIZ CARLOS. Solo, planta e atmosfera- conceitos, processos e<<strong>br</strong> />
aplicações, 2004. Editora Manole.<<strong>br</strong> />
-ZANGAR, CARL N. Theory and problems of water percolation. United States Depatment of the<<strong>br</strong> />
Interior – Bureay of Reclamation. Denver, Colorado, a<strong>br</strong>il de 1953, 87 páginas.<<strong>br</strong> />
48-40
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 10<<strong>br</strong> />
Infiltração de água de chuva do telhado em<<strong>br</strong> />
trincheira<<strong>br</strong> />
Na África do Sul, o plantio de Eucalyptus grandis numa microbacia experimental <strong>com</strong> vegetação original de<<strong>br</strong> />
savana, resultou, aos 5 anos de idade, num aumento de aproximadamente 300mm/ano a mais no consumo<<strong>br</strong> />
de água.<<strong>br</strong> />
Fonte: ESALQ, Manejo de Bacias Hidrográficas, 2005, prof. Walter de Paula Lima.<<strong>br</strong> />
10-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sumário<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
10.1 Introdução<<strong>br</strong> />
10.2 Critério de projeto<<strong>br</strong> />
10.3 Profundidade máxima admissível<<strong>br</strong> />
10.4 Área longitudinal da caixa de pedra<<strong>br</strong> />
10.5 Infiltração da água de drenagem do subsolo em trincheira de infiltração<<strong>br</strong> />
10.6 Duração da o<strong>br</strong>a- longevidade<<strong>br</strong> />
8 páginas<<strong>br</strong> />
10-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
10.1 Introdução<<strong>br</strong> />
Como as águas de chuva que caem em um telhado são relativamente limpas e não precisam de um<<strong>br</strong> />
pré-tratamento, as mesmas podem ser conduzidas a uma caixa de pedras onde serão armazenadas e<<strong>br</strong> />
infiltradas conforme Figura (10.1).<<strong>br</strong> />
Haverá overflow do volume excedente. Na prática pode ser instalado um dispositivo na coluna de<<strong>br</strong> />
descida de 100mm, por exemplo, que separa as folhas e demais sujeiras fazendo uma limpeza automática<<strong>br</strong> />
das águas pluviais antes de irem para a caixa de pedra.<<strong>br</strong> />
Devem receber somente a água de chuva provinda do telhado para não haver entupimentos e assim<<strong>br</strong> />
será baixo o risco de contaminação do lençol freático.<<strong>br</strong> />
Conforme informações de Lindsey et al (1992) in Ontário, 2003 foram monitorados 25 locais onde se<<strong>br</strong> />
fazia a infiltração das águas de chuva dos telhados em caixas de pedra nº 3 e 60% das mesmas estavam<<strong>br</strong> />
funcionando adequadamente.<<strong>br</strong> />
Na Inglaterra é muito usado a infiltração da água de chuva do telhado em trincheira que é chamado<<strong>br</strong> />
de soakways que deve ficar no mínimo a 5m de distância do prédio mais próximo e o fundo deve estar no<<strong>br</strong> />
mínimo a 1,00 acima do lençol freático. A pedra <strong>br</strong>itada deverá o mínimo de vazio de 30% e para o cálculo da<<strong>br</strong> />
vazão de pico podemos usar período de retorno de 10anos ou 30anos. É importante salientar a necessidade<<strong>br</strong> />
do pré-tratamento para evitar entupimento. O esvaziamento deverá ser 24h e deverá ser previsto vazão de<<strong>br</strong> />
pico inclusive para Tr=100anos. Na prática usa-se somente para uma casa, mas pode-se fazer o soakway<<strong>br</strong> />
para varias casas.<<strong>br</strong> />
Figura 10.1- Esquema de infiltração das águas pluviais do telhado<<strong>br</strong> />
Fonte: CIRIA, 2007<<strong>br</strong> />
10.2 Critérios de projeto<<strong>br</strong> />
Adota-se o mesmo critério que é usado em trincheira de infiltração. O critério é infiltrar uma parte da<<strong>br</strong> />
água, <strong>com</strong>o por exemplo, aquela correspondente ao volume para melhoria da qualidade das águas pluviais,<<strong>br</strong> />
denominado WQv que é dado pela Equação:<<strong>br</strong> />
WQv= (P/1000) x Rv x A<<strong>br</strong> />
Considerando para a Região Metropolitana de São Paulo o first flush P=25mm e sendo a área do<<strong>br</strong> />
telhado AI=100% achamos, o coeficiente volumétrico Rv.<<strong>br</strong> />
Rv= 0,05 + 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 100=0,95<<strong>br</strong> />
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,95 x A= 0,0238 x A<<strong>br</strong> />
10-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Para área unitária: A=1m 2<<strong>br</strong> />
WQv= 0,0238m 3 /m 2 =24litros/m 2 Adotamos: 25litros/m 2<<strong>br</strong> />
A largura e o <strong>com</strong>primento da caixa dependerá das condições locais, enquanto que a profundidade<<strong>br</strong> />
máxima deve ser de 1,5m, tolerando-se 2,0m em solos muito arenosos.<<strong>br</strong> />
O tubo perfurado para monitoramento a ser instalado na parte superior da caixa de pedra deverá estar<<strong>br</strong> />
de 75mm a 150mm acima do topo da caixa conforme Figura (10.2).<<strong>br</strong> />
As pedras deve ter diâmetro de aproximadamente 50mm (pedra nº 3) e deve haver bidim em torno<<strong>br</strong> />
da caixa para evitar que a mesma fique entupida <strong>com</strong> o material que está ao lado.<<strong>br</strong> />
Figura 10.2-Exemplo de poço de infiltração <strong>com</strong> águas pluviais vinda do telhado.<<strong>br</strong> />
Fonte: Estado de Vermont.<<strong>br</strong> />
O nível de água do lençol freático varia durante o ano e deve ser escolhido local onde a altura é maior<<strong>br</strong> />
que 1,00m para a pior situação.<<strong>br</strong> />
Caso haja rocha no subsolo a mesma deve estar no mínimo a 1,00m abaixo do fundo da caixa de<<strong>br</strong> />
pedra.<<strong>br</strong> />
A taxa de percolação do solo deve ser ≥ 7mm/h.<<strong>br</strong> />
10-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
F<<strong>br</strong> />
Figura 10.3- Infiltração <strong>com</strong> dispositivo para deter folhas, pequenas pedras, etc.<<strong>br</strong> />
Fonte: Alberta, 1997<<strong>br</strong> />
Figura 10.4- Esquema de infiltração da agua do telhado<<strong>br</strong> />
Exemplo 10.1<<strong>br</strong> />
Calcular o volume necessário para construção de uma caixa de pedra <strong>br</strong>itada nº 3 para infiltrar parte das<<strong>br</strong> />
águas pluviais provinda de um telhado <strong>com</strong> 500m 2 .<<strong>br</strong> />
Volume máximo= 25 L/m 2 x 500m 2 = 12.500litros=12,5m 3<<strong>br</strong> />
10-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
10.3 Profundidade máxima admissível<<strong>br</strong> />
O cálculo é semelhante a uma trincheira de infiltração.<<strong>br</strong> />
A profundidade máxima admissível depende da textura do solo em que está a trincheira e da<<strong>br</strong> />
porosidade do reservatório de pedras <strong>br</strong>itadas é determinada pela Equação (10.1)<<strong>br</strong> />
d= f . Ts / n (Equação 10.1)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
d = profundidade máxima permissível (m). Geralmente d ≤1,50m. Para solo muito arenoso d=2,00m<<strong>br</strong> />
f= taxa final de infiltração (mm/h). Intervalo: 7,0mm/h ≤ f ≤ 60mm/h<<strong>br</strong> />
Ts=máximo tempo permitido (h). Varia de 24h ≤ Ts ≤ 48h. Normalmente adotado Ts=24h<<strong>br</strong> />
n=porosidade das pedras <strong>br</strong>itadas.<<strong>br</strong> />
Exemplo 10.2<<strong>br</strong> />
Escolher a profundidade de uma caixa para infiltração das águas pluviais do telhado que tem:<<strong>br</strong> />
n=0,40 f= 15mm/h Ts= 24h (normalmente adotado)<<strong>br</strong> />
d= f . Ts / n<<strong>br</strong> />
d= 15mm/h . 24h / 0,40 =900mm=0,90m<<strong>br</strong> />
10.4 Área longitudinal da caixa de pedra<<strong>br</strong> />
Usando os mesmos procedimentos da trincheira de infiltração achamos a área A t temos:<<strong>br</strong> />
A t = V / (n . d + f .T)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
V= volume que entra na caixa de pedra nº 3 (m 3 )<<strong>br</strong> />
A t = área da superfície da caixa de pedra (m 2 )<<strong>br</strong> />
f= taxa final de infiltração (mm/h)<<strong>br</strong> />
T= tempo para enchimento sendo em geral menor que 2h.<<strong>br</strong> />
d= profundidade da caixa (m)<<strong>br</strong> />
n=porosidade das pedras <strong>br</strong>itadas.<<strong>br</strong> />
Exemplo 10.3<<strong>br</strong> />
Para um telhado <strong>com</strong> 500m 2 e volume V=12,5m 3 calcular a caixa de pedra sendo f=15mm/h, d=0,90m<<strong>br</strong> />
T=2horas e n=0,40.<<strong>br</strong> />
A t = V / (n . d + f .T)<<strong>br</strong> />
A t = 12,5 / (0,40 . 0,90 + 15mm/h .2h/1000)= 32m 2<<strong>br</strong> />
Portanto, uma superfície <strong>com</strong> 4m x 8m= 32m 2 OK.<<strong>br</strong> />
Figura 10.5 Esquema da caixa de pedras para armazenamento e infiltração da águas pluviais no solo.<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
10-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
10.5 Infiltração da água de drenagem do subsolo em trincheira de infiltração.<<strong>br</strong> />
As águas de drenagem de um edifício <strong>com</strong>o geralmente são limpas podem ser encaminhadas a uma<<strong>br</strong> />
caixa de pedra para infiltração no solo, podendo ser usada bomba centrifuga para o bombeamento da mesma<<strong>br</strong> />
conforme Figura (10.5).<<strong>br</strong> />
Figura 10.6 Esquema da caixa de pedras para armazenamento e infiltração das águas de drenagem do subsolo.<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
Exemplo 10.4<<strong>br</strong> />
Calcular a infiltração das águas do telhado em caixas de pedra <strong>br</strong>itada nº 3 para uma casa <strong>com</strong> área de<<strong>br</strong> />
telhado de 100m 2 sendo f=20mm/h do solo nativo, porosidade efetiva n=0,40 e tempo de retenção Ts=24h<<strong>br</strong> />
A profundidade máxima da caixa de pedra “d”:<<strong>br</strong> />
d= f . Ts / n<<strong>br</strong> />
d= 20 . 24 / 0,40= 1200mm= 1,20m<<strong>br</strong> />
A área longitudinal da caixa de pedra será calculada da seguinte maneira.<<strong>br</strong> />
Considera-se somente a área do telhado:<<strong>br</strong> />
V= 25litros/m 2 x 100m 2 = 2.500litros= 2,5m 3<<strong>br</strong> />
T=2h<<strong>br</strong> />
A t = V / (n . d + f .T)<<strong>br</strong> />
A t = 2,5 / (0,40 x 1,20 + 20 .2/1000)= 2,5/0,52=4,8m 2<<strong>br</strong> />
Portanto, a caixa de pedra deverá ter 1,30m de largura por 4,00m de <strong>com</strong>primento, isto é, 5,2m 2 por<<strong>br</strong> />
1,20m de profundidade.<<strong>br</strong> />
10-7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capítulo 10- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de a<strong>br</strong>il de 2009 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
10.6 Duração da o<strong>br</strong>a- longevidade<<strong>br</strong> />
As práticas de infiltração são as que possuem menor longevidade devido a entupimento. Ontário,<<strong>br</strong> />
2003 apresenta a Equação (10.3) para o cálculo da longevidade de uma o<strong>br</strong>a em anos.<<strong>br</strong> />
Para aplicação do método supõe-se que foi deixado distância suficiente entre a rocha e o fundo da<<strong>br</strong> />
BMP ou distância entre o fundo da BMP e o lençol freático de no mínimo 1,00m.<<strong>br</strong> />
Considera-se que haja dispositivo de filtro das águas de chuva que caem no telhado.<<strong>br</strong> />
L= ( f x T ) 0,4 (Equação 10.3)<<strong>br</strong> />
L= longevidade em anos<<strong>br</strong> />
T= fator de longevidade conforme Tabela (10.1)<<strong>br</strong> />
f= permeabilidade (mm/h).<<strong>br</strong> />
Tabela 10.1- Estimativa da longevidade para BMP <strong>com</strong> infiltração<<strong>br</strong> />
BMP <strong>com</strong> infiltração<<strong>br</strong> />
Fator de longevidade<<strong>br</strong> />
(T)<<strong>br</strong> />
Infiltração das águas pluviais do telhado 60<<strong>br</strong> />
Bacia de infiltração 15<<strong>br</strong> />
Trincheira de infiltração 25<<strong>br</strong> />
Fonte: Ontário, 2003<<strong>br</strong> />
Exemplo 10.5<<strong>br</strong> />
Calcular a longevidade em anos da infiltração das águas pluviais do telhado em um caixa de pedra sendo f=<<strong>br</strong> />
20mm/h.<<strong>br</strong> />
Usando a Tabela (10.1) achamos T=60<<strong>br</strong> />
L= ( f x T ) 0,4<<strong>br</strong> />
L= ( 20mm/h x 60 ) 0,4<<strong>br</strong> />
L= 7anos OK.<<strong>br</strong> />
10.7 Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
-CIRIA. The SUDS manual. London, 2007, CIRIA C697, ISBN 978-0-86017-697-8<<strong>br</strong> />
10-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capitulo 11<<strong>br</strong> />
Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
• A matemática é a ciência do infinito, o seu objetivo é a <strong>com</strong>preensão simbólica do<<strong>br</strong> />
infinito por meios humanos, logo finitos.<<strong>br</strong> />
Fonte: Herman Weyl, in “A experiência matemática” de Hersh e Davis.<<strong>br</strong> />
Volume de água na Terra<<strong>br</strong> />
Water on<<strong>br</strong> />
3<<strong>br</strong> />
Shallow<<strong>br</strong> />
groundwater<<strong>br</strong> />
Deep<<strong>br</strong> />
groundwater<<strong>br</strong> />
11<<strong>br</strong> />
14<<strong>br</strong> />
Lakes, soil<<strong>br</strong> />
moisture,<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
97<<strong>br</strong> />
74<<strong>br</strong> />
Ocean<<strong>br</strong> />
Ice caps and<<strong>br</strong> />
11-1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sumário<<strong>br</strong> />
Ordem Assunto<<strong>br</strong> />
Capítulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
11.1 Introdução<<strong>br</strong> />
11.2 Volume para melhoria da Qualidade das Águas Pluviais (WQ v )<<strong>br</strong> />
11.3 Remoção de poluentes<<strong>br</strong> />
11.4 Parâmetros importantes em uma bacia de infiltração<<strong>br</strong> />
11.5 Pré-tratamento<<strong>br</strong> />
11.6 Método da máxima diferença do volume de runoff menos o volume infiltrado<<strong>br</strong> />
9 páginas<<strong>br</strong> />
11-2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Capítulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
11.1 Introdução<<strong>br</strong> />
Existe duas maneiras para se dimensionar uma bacia de infiltração, sendo uma delas aquela em que<<strong>br</strong> />
usa o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv que é adotado neste livro e outra que além<<strong>br</strong> />
da infiltração prevê-se uma detenção do pico de enchente, o que ocasiona naturalmente um volume bem<<strong>br</strong> />
maior que o WQv.<<strong>br</strong> />
11.2 Volume para melhoria da Qualidade das Águas Pluviais (WQ v )<<strong>br</strong> />
O critério de dimensionamento de um reservatório para melhoria de qualidade WQ v para controle da<<strong>br</strong> />
poluição difusa especifica o volume de tratamento necessário para remover uma parte significante da carga<<strong>br</strong> />
de poluição total existente no escoamento superficial das águas pluviais.<<strong>br</strong> />
Para aplicação do método de Schueler a obtenção de first flush é obtida da seguinte maneira: o valor de<<strong>br</strong> />
P é obtido <strong>com</strong> 90% das precipitações que produzem runoff.<<strong>br</strong> />
O valor do first flush P assim obtido fará uma redução de 80% dos Sólidos Totais em Suspensão (TSS)<<strong>br</strong> />
de bem <strong>com</strong>o outros parâmetros dos poluentes.<<strong>br</strong> />
O volume obtido será dependente do first flush P e da área impermeável.<<strong>br</strong> />
SCHUELER, (1987) usou as Equações (11.1) e (11.2) para achar o volume WQv.<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 . AI (Equação 11.1)<<strong>br</strong> />
WQ v = (P/1000) . R v . A (Equação 11.2)<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
R v =coeficiente volumétrico que depende da área impermeável (AI).<<strong>br</strong> />
AI= área impermeável da bacia em percentagem sendo AI ≥ 25%;<<strong>br</strong> />
A= área da bacia em m 2 sendo A ≤ 100ha (1km 2 )<<strong>br</strong> />
P= precipitação adotada (mm) sendo P≥ 13mm. Adotamos P=25mm para a RMSP.<<strong>br</strong> />
WQ v = volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m 3 ).<<strong>br</strong> />
Valor de P<<strong>br</strong> />
Para a cidade de Mairiporã, São Paulo achamos para 90% das precipitações acima de 2mm (que<<strong>br</strong> />
produzem runoff), o valor P=25mm conforme Figura (11.1).<<strong>br</strong> />
Frequência das precipitações<<strong>br</strong> />
diárias (1958-1995) Mairiporã- RMSP<<strong>br</strong> />
Precipitaçao diaria que<<strong>br</strong> />
produz runoff (mm)<<strong>br</strong> />
80<<strong>br</strong> />
60<<strong>br</strong> />
40<<strong>br</strong> />
20<<strong>br</strong> />
0<<strong>br</strong> />
25<<strong>br</strong> />
0 20 40 60 80 100<<strong>br</strong> />
Porcentagem do runoff produzido pelas<<strong>br</strong> />
precipitações (%)<<strong>br</strong> />
90<<strong>br</strong> />
Figura 11.1 - Freqüência das precipitações diárias que produzem runoff da cidade de Mairiporã, Estado de São Paulo.<<strong>br</strong> />
11-3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
11.3 Remoção de poluentes<<strong>br</strong> />
Conforme FHWA, 2000 estima-se a eficiência da remoção de uma bacia de infiltração para captar 25mm<<strong>br</strong> />
de runoff conforme Tabela (11.1).<<strong>br</strong> />
Tabela 11.1 - Estimativa de remoção dos poluentes de uma bacia de infiltração em %<<strong>br</strong> />
TSS<<strong>br</strong> />
Sólidos totais em<<strong>br</strong> />
TP<<strong>br</strong> />
Fósforo total<<strong>br</strong> />
TN<<strong>br</strong> />
Nitrogênio total Metais<<strong>br</strong> />
DBO<<strong>br</strong> />
Demanda bioquímica de Bactéria<<strong>br</strong> />
suspensão<<strong>br</strong> />
oxigênio<<strong>br</strong> />
99% 65% a 75% 60% a 70% 95% a 99% 80% 90%<<strong>br</strong> />
Fonte: FHWA, 2000<<strong>br</strong> />
11.4 Parâmetros importantes em uma bacia de infiltração<<strong>br</strong> />
Conforme pesquisas elaboradas pela Universidade de Massachusetts, sob coordenação do prof.Dr. Eric<<strong>br</strong> />
Winkler em a<strong>br</strong>il de 2001, onde foram examinados os parâmetros hidráulicos importantes em uma bacia de<<strong>br</strong> />
infiltração, chegaram as seguintes conclusões:<<strong>br</strong> />
1. Declividade do lençol freático;<<strong>br</strong> />
2. Geometria da bacia de infiltração: as dimensões da bacia de infiltração possuem pouca influência na sua<<strong>br</strong> />
performance. Não esquecendo que deve ser levado em consideração as vazões de picos obtidas pelo Método<<strong>br</strong> />
Racional para Tr= 2 anos e Tr= 10 anos;<<strong>br</strong> />
3. Anisotropia e heterogeneidade da zona não saturada e zona saturada devido a condutividade vertical e<<strong>br</strong> />
horizontal. A condutividade horizontal é de maneira geral 10 vezes maior que a condutividade vertical. Na<<strong>br</strong> />
prática considera-se a condutividade vertical = condutividade horizontal;<<strong>br</strong> />
4. Porosidade específica do solo;<<strong>br</strong> />
5. Espessura da zona não saturada;<<strong>br</strong> />
6. Espessura da zona saturada. Após espessura de 1,80m a 2,40m, os resultados são praticamente os<<strong>br</strong> />
mesmos;<<strong>br</strong> />
7. Armazenamento: o armazenamento é muito pequeno e em geral não é levado em consideração;<<strong>br</strong> />
Características da precipitação local.<<strong>br</strong> />
Na Figura (11.2) temos um modelo conceitual da bacia de infiltração.<<strong>br</strong> />
Figura 11.2- Modelo conceitual de bacia de infiltração.<<strong>br</strong> />
Fonte: Universidade da Califórnia, 2001<<strong>br</strong> />
11-4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
11.5 Pré-tratamento<<strong>br</strong> />
O pré-tratamento é destinado a remover lixo, detritos e sedimentos <strong>com</strong> diâmetros maiores que 10μm ou<<strong>br</strong> />
maiores que 40µm ou de outro diâmetro de partícula que possam causar problemas nos tratamentos para a<<strong>br</strong> />
melhoria da qualidade das águas pluviais.<<strong>br</strong> />
A importância do pré-tratamento em bacias de detenção alagadas, alagadiços (wetlands), filtros de areia,<<strong>br</strong> />
trincheiras de infiltração e outras BMPs para a melhoria da qualidade das águas pluviais é fundamental.<<strong>br</strong> />
O pré-tratamento é uma bacia de sedimentação e podem ser temporárias ou fixas.<<strong>br</strong> />
Bacia de sedimentação temporária e permanente<<strong>br</strong> />
A bacia de sedimentação temporária é feita geralmente em terrenos onde houve uma grande degradação<<strong>br</strong> />
da superfície do solo e é construída para um determinado tempo, ou seja, aproximadamente 18 meses e<<strong>br</strong> />
podem ser construída em áreas maiores que 2ha e menores que 30ha. Geralmente possui as mesmas<<strong>br</strong> />
exigências que as bacias de sedimentação fixa, isto é, o pré-tratamento.<<strong>br</strong> />
Para o tratamento de águas pluviais se utiliza do volume WQ v , este tratamento é <strong>com</strong>posto praticamente<<strong>br</strong> />
de duas câmaras: pré-tratamento e tratamento propriamente dito. O volume total do pré-tratamento varia de<<strong>br</strong> />
0,1 WQ v a 0,25 WQ v que está incluso no volume do tratamento WQ v . Em filtro de areia o pré-tratamento pode<<strong>br</strong> />
chegar até 0,5 WQ v .<<strong>br</strong> />
A Figura (11.3) mostra um esquema do pré-tratamento observando-se a berma feita em gabiões.<<strong>br</strong> />
Figura 11.3 - Esquema do pré-tratamento<<strong>br</strong> />
Fonte: Canadá, 2001<<strong>br</strong> />
11.6 Método da máxima diferença do volume de runoff menos o volume infiltrado<<strong>br</strong> />
Chin, 2000 e Urbonas, 1996 apresentam método semelhante para dimensionamento de trincheira de<<strong>br</strong> />
infiltração e bacia de infiltração.<<strong>br</strong> />
O método re<strong>com</strong>endado por Sjoberg e Martensson, 1982 in Urbonas, 1993 conforme re<strong>com</strong>endação<<strong>br</strong> />
da Associação Sueca de Água e Esgotos sugere ainda que:<<strong>br</strong> />
-Volume produzido pelo runoff seja acrescido de 25% devido a aplicação do Método Racional e<<strong>br</strong> />
- Que seja considerado somente as paredes verticais da bacia de infiltração, pois, supõe-se que <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
tempo, os sedimentos vão impossibilitar a infiltração (Adotaremos, entretanto, somente o fundo da bacia e<<strong>br</strong> />
não as paredes da mesma ).<<strong>br</strong> />
O método é baseado em que a bacia de infiltração detem um volume igual a diferença entre o volume<<strong>br</strong> />
do runoff e o volume de água infiltrado no solo durante a precipitação e temos que achar a máxima diferença<<strong>br</strong> />
e isto é feito por tentativas usando o Método Racional e a Equação de Darcy.<<strong>br</strong> />
V in = V armazenado + V out<<strong>br</strong> />
V armazenado = max (V in – V out )<<strong>br</strong> />
11-5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Método Racional<<strong>br</strong> />
Q in = CIA/360<<strong>br</strong> />
1,25= acréscimo da vazão de pico conforme o Método Suéco.<<strong>br</strong> />
Q in = 1,25x CIA/360<<strong>br</strong> />
Q in = vazão de pico (m 3 /s)<<strong>br</strong> />
V in = Q in x t<<strong>br</strong> />
A= área da bacia (ha)<<strong>br</strong> />
C= coeficiente de escoamento superficial (adimensional)<<strong>br</strong> />
I= intensidade de chuva (mm/h)<<strong>br</strong> />
I= 1747,9 . Tr 0,181 / ( t+15) 0,89 (mm/h) Equação de Paulo Sampaio Wilken da RMSP<<strong>br</strong> />
Tr= período de retorno sendo normalmente adotado Tr=2anos.<<strong>br</strong> />
t= tempo (h)<<strong>br</strong> />
Equação de Darcy<<strong>br</strong> />
A Figura (11.3) mostra o esquema de aplicação da Equação de Darcy. O valor de G=dt/d, observando<<strong>br</strong> />
que o menor valor é G=1, <strong>com</strong>umente adotado por Urbonas a favor da segurança.<<strong>br</strong> />
Q out = K.G. A.= K x 1 x At= K xAt<<strong>br</strong> />
Vout= Qout x t<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
Q out = vazão infiltrada no fundo da bacia de infiltração (m 3 /s).<<strong>br</strong> />
H= profundidade (m)<<strong>br</strong> />
L= <strong>com</strong>primento (m)<<strong>br</strong> />
K=condutividade hidráulica (mm/h)<<strong>br</strong> />
t= tempo (h)<<strong>br</strong> />
At= área do fundo da lagoa de infiltração (m 2 ).<<strong>br</strong> />
V out = volume infiltrado no tempo t (m 3 ).<<strong>br</strong> />
Figura 11.3- Esquema de aplicação da Lei de Darcy.<<strong>br</strong> />
Fonte: Estado de New Jersey, 2004<<strong>br</strong> />
Volume armazenado= At x H.<<strong>br</strong> />
At= área do fundo da lagoa de infiltração (m 2 ).<<strong>br</strong> />
H= altura do nível de água (m)<<strong>br</strong> />
t= tempo (h)<<strong>br</strong> />
11-6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Num determinado tempo t temos:<<strong>br</strong> />
1,25C. I. A. t = At. H + K. At . t<<strong>br</strong> />
At .H = max (1,25C.I.A. t - K . At . t)<<strong>br</strong> />
Volume = max (V in – V out )<<strong>br</strong> />
Profundidade máxima admissível<<strong>br</strong> />
Mesmo aplicando o método da detenção de volume deve também satisfazer a relação:<<strong>br</strong> />
d max = f . Ts<<strong>br</strong> />
Sendo:<<strong>br</strong> />
d max = profundidade máxima permissível (m). Geralmente 0,90≤ d max ≤ 2,40m<<strong>br</strong> />
f= taxa final de infiltração (mm/h). Intervalo: 7,6mm/h ≤ f ≤ 60mm/h<<strong>br</strong> />
Ts=máximo tempo permitido (h). Varia de 24h ≤ Ts ≤ 48h. Urbonas adota: 36h.<<strong>br</strong> />
Exemplo 11.1<<strong>br</strong> />
Dimensionar uma bacia de infiltração in line <strong>com</strong> área de 3ha e AI=50% que além da melhoria do controle de<<strong>br</strong> />
qualidade das águas pluviais, sirva também para regularização da vazão de pico para período de retorno<<strong>br</strong> />
Tr=2anos.<<strong>br</strong> />
Dados:<<strong>br</strong> />
K=f= 28mm/h (já <strong>com</strong> coeficiente de segurança = 2)<<strong>br</strong> />
C=R v =0,05+0,0009 x AI= 0,55<<strong>br</strong> />
G=1 m/m (admitido)<<strong>br</strong> />
Usando o Método Racional para determinar o pico da vazão e a Equação de Darcy para a infiltração,<<strong>br</strong> />
calculamos a máxima diferença de volume, entre o volume que entra e o volume que sai, isto é, que infiltra.<<strong>br</strong> />
Achamos conforme Tabela (11.2) a (11.4) que a bacia <strong>com</strong> profundidade de 0,89m se enche em 5,5h<<strong>br</strong> />
e o escoamento final até esvaziar a contar do inicio da chuva é de 49h. O volume obtido foi de 2.667m 3 .<<strong>br</strong> />
Observando-se que se fosse querer somente a melhoria da qualidade das águas pluviais conforme<<strong>br</strong> />
volume WQ v <strong>com</strong> first flush de 25mm obteríamos para a mesma área o volume de 375m 3 .<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 . AI<<strong>br</strong> />
R v = 0,05 + 0,009 .x 50= 0,50<<strong>br</strong> />
WQ v = (P/1000) . R v . A = (25/1000) x 0,50 x 3ha x 10.000m 2 = 375m 3<<strong>br</strong> />
O cálculo é feito por tentativas observando-se o seguinte:<<strong>br</strong> />
A profundidade máxima admissível d max = f. Ts sendo Ts= 36h. No caso d max =28mm/h x 36h=<<strong>br</strong> />
1008mm= 1,008m. Portanto, a altura de água deverá ser no máximo de 1,008m. A profundidade acha<<strong>br</strong> />
d=0,89m
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 11.2- Cálculo adaptado do Método da Associação Sueca dos serviços de água e esgoto<<strong>br</strong> />
1 2 3 4 5 6<<strong>br</strong> />
Tempo de<<strong>br</strong> />
Período de<<strong>br</strong> />
Equação<<strong>br</strong> />
de Paulo S. Wilken, Área<<strong>br</strong> />
Runoff da área<<strong>br</strong> />
impermeável<<strong>br</strong> />
percolação<<strong>br</strong> />
retorno Intensidade de impermeável C=Rv=0,05+0,000.AI<<strong>br</strong> />
chuva<<strong>br</strong> />
(h) (min) (anos) (mm/h) (%) Adimensional<<strong>br</strong> />
0,50 30 2 173 50 0,5<<strong>br</strong> />
1,00 60 2 118 50 0,5<<strong>br</strong> />
1,50 90 2 87 50 0,5<<strong>br</strong> />
2,00 120 2 70 50 0,5<<strong>br</strong> />
2,50 150 2 58 50 0,5<<strong>br</strong> />
3,00 180 2 50 50 0,5<<strong>br</strong> />
3,50 210 2 44 50 0,5<<strong>br</strong> />
4,00 240 2 40 50 0,5<<strong>br</strong> />
4,50 270 2 36 50 0,5<<strong>br</strong> />
5,00 300 2 33 50 0,5<<strong>br</strong> />
5,50 330 2 30 50 0,5<<strong>br</strong> />
6,00 360 2 28 50 0,5<<strong>br</strong> />
6,50 390 2 26 50 0,5<<strong>br</strong> />
7,00 420 2 25 50 0,5<<strong>br</strong> />
7,50 450 2 23 50 0,5<<strong>br</strong> />
8,00 480 2 22 50 0,5<<strong>br</strong> />
Tabela 11.3- Cálculo adaptado do Método da Associação Sueca dos serviços de água e esgoto<<strong>br</strong> />
7 8 9 10 11 12<<strong>br</strong> />
Q=CIA/360 1,25Q K At G<<strong>br</strong> />
Área da bacia Vazão pico Condutividade<<strong>br</strong> />
Hidráulica<<strong>br</strong> />
Área do fundo da lagoa<<strong>br</strong> />
de infiltração<<strong>br</strong> />
Gradiente<<strong>br</strong> />
hidráulico<<strong>br</strong> />
(ha) (m 3 /s) (m 3 /s) (mm/h) (m 2 ) (m/m)<<strong>br</strong> />
3,0 0,72 0,90 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,49 0,61 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,36 0,46 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,29 0,36 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,24 0,30 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,21 0,26 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,18 0,23 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,17 0,21 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,15 0,19 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,14 0,17 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,13 0,16 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,12 0,15 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,11 0,14 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,10 0,13 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,10 0,12 28 3000 1<<strong>br</strong> />
3,0 0,09 0,11 28 3000 1<<strong>br</strong> />
11-8
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 11- Bacia de infiltração <strong>com</strong> detenção<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de novem<strong>br</strong>o de 2005 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Tabela 11.4- Cálculo adaptado do Método da Associação Sueca dos serviços de água e esgoto.<<strong>br</strong> />
13 14 15 16 17<<strong>br</strong> />
Vazão de infiltração<<strong>br</strong> />
Vout Vin max (Vin - Vout)<<strong>br</strong> />
Altura de água<<strong>br</strong> />
no solo<<strong>br</strong> />
Darcy<<strong>br</strong> />
percolação entra diferença<<strong>br</strong> />
entre 0,90 e<<strong>br</strong> />
2,40m<<strong>br</strong> />
Q= K x G x At<<strong>br</strong> />
(m 3 /s) (m 3 ) (m 3 ) (m 3 ) (m)<<strong>br</strong> />
0,02333 42 1620 1578 0,53<<strong>br</strong> />
0,02333 84 2213 2129 0,71<<strong>br</strong> />
0,02333 126 2460 2334 0,78<<strong>br</strong> />
0,02333 168 2623 2455 0,82<<strong>br</strong> />
0,02333 210 2742 2532 0,84<<strong>br</strong> />
0,02333 252 2836 2584 0,86<<strong>br</strong> />
0,02333 294 2913 2619 0,87<<strong>br</strong> />
0,02333 336 2978 2642 0,88<<strong>br</strong> />
0,02333 378 3035 2657 0,89<<strong>br</strong> />
0,02333 420 3084 2664 0,89<<strong>br</strong> />
0,02333 462 3129 2667 0,89<<strong>br</strong> />
0,02333 504 3169 2665 0,89<<strong>br</strong> />
0,02333 546 3206 2660 0,89<<strong>br</strong> />
0,02333 588 3240 2652 0,88<<strong>br</strong> />
0,02333 630 3271 2641 0,88<<strong>br</strong> />
0,02333 672 3301 2629 0,88<<strong>br</strong> />
11-9
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
Capítulo 12<<strong>br</strong> />
Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
12.1
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
Capítulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
- BUREAU OF RECLAMATION. Prediction of embakment dam <strong>br</strong>each parameters. DS-98-004 Dam Safety<<strong>br</strong> />
Research Report, Water Resources Research Laboratory, july, 1998.<<strong>br</strong> />
-ABAS- ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE AGUAS SUBTERRANEA. Orientações para utilização de águas<<strong>br</strong> />
subterrâneas no Estado de São Paulo. FIESP, SESI, SENAI, IRS. São Paulo, FIESP- Federação das<<strong>br</strong> />
Industrias do Estado de São Paulo, setem<strong>br</strong>o de 2005, 37páginas.<<strong>br</strong> />
-ABREU, GUSTAVO HENRIQUE FERREIRA GONÇALVES. Aspectos de qualidade em execução de<<strong>br</strong> />
barragens subterrâneas,<<strong>br</strong> />
-ABRH- CETESB. Drenagem Urbana. 2 a ed. São Paulo: CETESB, 1980, 468 p.<<strong>br</strong> />
-AGENCE DE L´ÉAUX. Guide Technique des basins de retenue d´eaux pluviales. Technique<<strong>br</strong> />
&Documentation- Lavosier, 1994, França, ISBN- 2-85206-934-2, 273p.<<strong>br</strong> />
-AKAN, A OSMAN. Urban Stormwater Hydrology. Lancaster, Pennsylvania: Technomic, 1993, ISBN 0-87762-<<strong>br</strong> />
967-6, 268 p.<<strong>br</strong> />
-AUSTRALIA, 1998. Manual for Management Urban Stormwater Quality in Western Australia. Agosto, 1998.<<strong>br</strong> />
-AUSTRALIA. Australian runoff quality. Agosto de 2003, 250 p..www.rambler.newcastle.Edu-au/.<<strong>br</strong> />
-BAPTISTA, MARCIO BENEDITO et al. Hidráulica Aplicada. ABRH, 2001, 619 p., ISBN 85-88686-02-3<<strong>br</strong> />
-BEGON, M. HARPER et al. Ecology: individuals population and <strong>com</strong>munities. 3a ed. Oxford: Blackwell<<strong>br</strong> />
Science, 1996, 1068 p.<<strong>br</strong> />
-BOUWER, HERMAN. Artificial recharge of groundwater : hydrogeology and engineering. Hydrogeology<<strong>br</strong> />
Journal (2202) 10:121-142.<<strong>br</strong> />
-BRAGA, ANTONIO CELSO DE OLIVEIRA. Modelos geoelétricos aplicados. Modulo hidrogeológico. UNESP,<<strong>br</strong> />
Campus Rio Claro, 91páginas.<<strong>br</strong> />
-BRAGA, BENEDITO; TUCCI, CARLOS, TOZZI, MARCOS. Drenagem Urbana- gerenciamento, simulação e<<strong>br</strong> />
controle. Rio Grande do Sul: Editora da Universidade, 1 a ed. 1998, ISBN 85-7025-49-3, 203p.<<strong>br</strong> />
-BRAILE, P.M. e CAVALCANTI, J. E. W. A Manual de tratamento de águas residuárias industriais. Cetesb,<<strong>br</strong> />
1993, 764 p.<<strong>br</strong> />
-BRANCO, SAMUEL MURGEL. Ecologia para 2º grau. São Paulo: Cetesb, 1978.<<strong>br</strong> />
-BRANDAO, VIVIANE DOS SANTOS et al. Infiltração de água no Solo. 3ª ed., 120 páginas, Universidade<<strong>br</strong> />
Federal de Viçosa, 2006, Editora UFV.<<strong>br</strong> />
-BREWER, RICHARD. The science of Ecology. 2a ed. New York: Saunders College Publishing, 1994, ISBN 0-<<strong>br</strong> />
03-096575-6, 773p.<<strong>br</strong> />
-BREWER, RICHARD. The science of Ecology. Estados Unidos: Saunder College, 2a ed., 773pag. ISBN 0-<<strong>br</strong> />
03-096575-6,<<strong>br</strong> />
-BRITO, LUIZA TEIXEIRA DE LIMA et al. Alternativa tecnológica para aumentar a disponibilidade hídrica de<<strong>br</strong> />
agua no semi-árido. Campina Grande, 1999.<<strong>br</strong> />
-CANADÁ, 1999. Stormwater Management Planning and Design Manual. Ministry of the Environment. Draft<<strong>br</strong> />
Final Report, november 1999.<<strong>br</strong> />
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. Dimensionamento de soluções não convencionais em drenagem urbana.<<strong>br</strong> />
Seminário de Hidráulica Computacional Aplicada a Problemas de Drenagem Urbana. São Paulo: 1994 ou<<strong>br</strong> />
1995.<<strong>br</strong> />
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. O reservatório para controle de cheias da av. Pacaembu, Revista do Instituto<<strong>br</strong> />
de Engenharia número 500 de 1994. São Paulo: IE, 1994.<<strong>br</strong> />
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. Soluções Estruturais e não-convencionais em drenagem urbana. Tese de<<strong>br</strong> />
doutoramento apresentado na EPUSP em 1995. São Paulo: EPUSP, 1995.<<strong>br</strong> />
-CARRIAGA, CARLOS E TUNCOK, I. KAAN. Design for Erosion and Sediment Control. In Stormwater<<strong>br</strong> />
collection systems design handbook de Mays, Larry W. McGraw-Hill, ISBN 0-07-135471-9, ano 2001.<<strong>br</strong> />
-CENTER FOR WATERSHED PROTECTION (CWP). Ilicit discharge detection and elimination. Outu<strong>br</strong>o de<<strong>br</strong> />
2004. www.cwp.org. 190páginas. Autores: Robert Pitt, Déb Caraco e Edward Brown.<<strong>br</strong> />
-CENTER FOR WATERSHED PROTECTION (CWP). Impacts of impervious cover on aquatic systems. Março<<strong>br</strong> />
de 2003. www.cwp.org. 180 p. Monografia nº 1.<<strong>br</strong> />
-CENTER FOR WATERSHED PROTECTION (CWP). Pollution Source control practices Julho de 2004.<<strong>br</strong> />
www.cwp.org. 190p. Autores: Tom Schueler, Chris Swann, Tiffany Wright e Stephanie Sprinkle.<<strong>br</strong> />
-CENTER FOR WATERSHED PROTECTION (CWP). Unified subwatershed and site Reconnaissance: a<<strong>br</strong> />
User´s Manual. Março de 2004. www.cwp.org. 160p Autores: Tom Schueler, Chris Swann, Tiffany Wright e<<strong>br</strong> />
Karen Cappiella.<<strong>br</strong> />
-CHAUDHRY, M. HANIF. Open Channel Flow. New Jersey: Prentice Hall, 1993, ISBN 0-13-637141-8, 483 p.<<strong>br</strong> />
-CHESAPEAKE BAY RESTORATION FUND. Growing Greener in Your Rappahannock River Watershed.<<strong>br</strong> />
-CHIN, DAVID A. Water-Resources Engineering. New Jersey: Prentice Hall, 2000,ISBN 0-201-35091-2, 750p.<<strong>br</strong> />
12.2
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
3<<strong>br</strong> />
-CHOW, VEN TE, MAIDMENT, DAVID R. E MAYS, LARRY W., Applied Hydrology, New York: McGraw-<<strong>br</strong> />
Hill,1988, 572 p. ISBN 0-07-100174-3.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE DEKALB, ESTADO DA GEORGIA, 2001. DeKalb County Manual- Hydrology; Water Quality;<<strong>br</strong> />
Storage Facilities.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE FRANKLIN, 2002. Best Management Practices Stormwater Management manual. Tennessee,<<strong>br</strong> />
488p.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE LOS ANGELES, 1966. Hydraulic properties of pipe, boxes, and rectangular channels.<<strong>br</strong> />
Sedimentation Manual. 1966. Bureau of Engineering. CIDADE of Los Angeles. Lyall A. Pardee- CIDADE<<strong>br</strong> />
engineer. Office Standards nº 116 e 117.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE LOS ANGELES, 1977. Maximum Allowable flow in streets. Bureu of Engineering. CIDADE of Los<<strong>br</strong> />
Angeles. Donald C. Tillman- CIDADE engineer. Office Standards nº 118.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE LOS ANGELES, 1993. Sedimentation Manual. June 1993. Los Angeles County Department of<<strong>br</strong> />
Public Works.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE MOSMAN. Policy for on-site stormwater detention. Mosman, Australia, novem<strong>br</strong>o de 1996.<<strong>br</strong> />
Mosman Municipal Council Environment & Planning Department.<<strong>br</strong> />
-CIDADE DE RALEIGH, 2001. Stormwater Design Manual. CIDADE of Raleigh/ Wake County, North Carolina,<<strong>br</strong> />
june, 29, 2001.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF ALBERTA, 1997. Stormwater Management Guidelines. December 1997.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF AUCKLAND. Chapter 10- Oil and water separators. Auckland Regional Council. Technical<<strong>br</strong> />
Publication.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF AUCKLAND. Stormwater Management devices: design guidelines manual. 2a ed. May, 2003,<<strong>br</strong> />
250 p.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF EUGENE. Eugene Stormwater Basin Plan CIDADE, 2002.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF GREENSBORO,2000. Stormwater Management Manual. Fe<strong>br</strong>uary,2000. Stormwater Water<<strong>br</strong> />
Services.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF HOUSTON, 2001. Stormwater Management Handbook for construction activities. CIDADE of<<strong>br</strong> />
Houston, Harris County, Harris County Flood Control District. 2001 Edition.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF HOUSTON, 2001. Stormwater Quality Management Guidance Manual. CIDADE of Houston,<<strong>br</strong> />
Harris County, Harris County Flood Control District. 2001 Edition.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF MODESTO, 2001. Guidance Manual for new development Stormwater quality control measures.<<strong>br</strong> />
Janeiro, 2001, 184p.<<strong>br</strong> />
-CIDADE OF PORTLAND, 2001. Stormwater Management Manual. Revised em 1 de setem<strong>br</strong>o de 2001.<<strong>br</strong> />
-CIRIA- CONSTRUCTION INDUSTGRY RESEARCH AND INFORMATION ASSOCIATION. Design of flood<<strong>br</strong> />
storage reservoirs. Inglaterra, 1996, 179 p. Book 14.<<strong>br</strong> />
-CODE 1001. Wet detention basin. Wisconsin Depatment of Natural Resources, 1999.<<strong>br</strong> />
-CONDADO DE FAIRFAX. Guidelines for the use of innovative BMPs in Fairfax County, Virginia. Outu<strong>br</strong>o de<<strong>br</strong> />
2001, 49p.<<strong>br</strong> />
-CONDADO DE HALL. Hall County stormwater manual. May, 2002, 121p.<<strong>br</strong> />
-CONDADO DE HARRIS, 2001 Stormwater Quality Management Guidance Manual. CIDADE of Houston,<<strong>br</strong> />
Harris County, Harris County Flood Control District. 2001 Edition.<<strong>br</strong> />
-CONSTANZA, ROBERT et al. The Value of the word´s ecosystem services and natural capital. Revista<<strong>br</strong> />
Nature, volume 387 de 15 de maio de 1997.<<strong>br</strong> />
-CORDEIRO, JOÃO SÉRGIO e VAZ FILHO, PAULO. Gerenciamento de sistemas de drenagem urbana- uma<<strong>br</strong> />
necessidade cada vez mais intensa. XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos realizado em Belo<<strong>br</strong> />
Horizonte 28/11/99 a 2/12/99, 13 p. ABRH.<<strong>br</strong> />
-CRESPO, PATRICIO GALLEGOS. Elevatórias nos sistemas de esgotos. Belo Horizonte, 2001, ISBN 85-<<strong>br</strong> />
7041-248-7, UFMG. 290p.<<strong>br</strong> />
-DAEE- Departamento de Águas e Esgotos do Estado de São Paulo. Guia Prático para projetos de pequenas<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>as Hidráulicas, 2005, 116 páginas-<<strong>br</strong> />
-DALCANALE, FERNANDA. O que é poluição difusa. http://chip.netcon.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>/~dalcanale/def.html,<<strong>br</strong> />
novem<strong>br</strong>o de 2004<<strong>br</strong> />
-DELLEUR, JACQUES W. The handbook of groundwater engineering. Boca Raton, Florida. CRCPress, 1999.<<strong>br</strong> />
ISBN 0-8493-2698-2.<<strong>br</strong> />
-DICIONARIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS. São Paulo: Editora Melhoramentos. USBN 85-06-<<strong>br</strong> />
03334-9, 583 p., ano 2004<<strong>br</strong> />
-DINGMAN, LAWRENCE. Physical Hydrology. Prentice Hall, New Jersey, 2a ed.2002, ISBN 0-13-099695-5,<<strong>br</strong> />
646 p.<<strong>br</strong> />
-DINIZ, HÉLIO NÓBILE et al. Hidrogeologia da região do Aeroporto Internacional de São Paulo, Graben do rio<<strong>br</strong> />
Baquirivu Guaçu, município de Guarulhos. Anais do Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Recife,<<strong>br</strong> />
1994, 544 páginas.<<strong>br</strong> />
12.3
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4<<strong>br</strong> />
-DINIZ, HÉLIO NOBILE. Estudo do potencial hidrogeológico da bacia hidrográfica do rio Baquirivu Gauçu,<<strong>br</strong> />
municípios de Guarulhos e Arujá, SP. Tese de doutoramento. Universidade de São Paulo, Instituto de<<strong>br</strong> />
Geociências. São Paulo, 1996, 296 p..<<strong>br</strong> />
-DOMENICO, PATRICK A. E SCHWARTZ, FRANKLIN W. Hydrogeology- physical and chemical. 2a ed. John<<strong>br</strong> />
Wiley & Sons,1998, 506 p. ISBN0-471-59762-7<<strong>br</strong> />
-ENVIRONMENT PROTECTION AUTHORITY (EPA) AUSTRALIA. Code of practice for aquifer storage and<<strong>br</strong> />
recovery. ISBN 1-876562-55-2, January, 2004.<<strong>br</strong> />
-EPA (United States Environmental Protection Agency e ASCE (American Society of Civil Engineers). Urban<<strong>br</strong> />
Stormwater BMP Performance Monitoring. Washington: EPA, a<strong>br</strong>il de 2002. EPA- 821-B-02-001.<<strong>br</strong> />
-EPA (United States Environmental Protection Agency). Preliminary data summary of urban storm water- Best<<strong>br</strong> />
Management Practices. Agosto de 1999.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Orifícios, bocais e vertedores.<<strong>br</strong> />
PHD-311- Hidráulica I. professor livre docente Paolo Alfredini.. São Paulo: EPUSP, 1998, 29 p.s.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Precipitação. PHD-311- Hidrologia<<strong>br</strong> />
Básica. São Paulo: EPUSP.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Drenagem Urbana. PHD-411-<<strong>br</strong> />
Saneamento I, Professor Dr. Eluizio de Queiroz Orsini e Pedro Além So<strong>br</strong>inho. São Paulo: EPUSP.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Escoamento em Canais. PHD-311-<<strong>br</strong> />
Hidráulica Geral, São Paulo: EPUSP.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Hidrologia Estática. PHD-307-<<strong>br</strong> />
Hidrologia Aplicada. São Paulo: EPUSP,1994.<<strong>br</strong> />
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Hidrologia Aplicada. PHD-307-<<strong>br</strong> />
Hidrologia Aplicada. São Paulo: EPUSP.<<strong>br</strong> />
-EPUSP- ESCOLA POLITECNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO: Qualidade da água.<<strong>br</strong> />
http://www.phd.poli.usp.<strong>br</strong>/cabucu/qualidade.htm, novem<strong>br</strong>o de 2004.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DA GEORGIA, 2001. Georgia Stormwater Management Manual. August 2001. Volume 1, Volume 2.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE VIRGINA. Northern Virginia BMP Handbook: a guide to planning and designing Best<<strong>br</strong> />
Management Practices in Northern Virginia. Virginia: 6 de novem<strong>br</strong>o de 1992<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE MARYLAND, 2000. Stormwater Design Manual. Maryland Department of the Environment.<<strong>br</strong> />
Water Management Administration. Volume II, Appendix, Volume I.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE MASSACHUSSETTS. Stormwater Management. 1997.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE NEW JERSEY, 2004- New Jersey Stormwater best management practices manual. Fevereiro<<strong>br</strong> />
de 2004.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE NEW YORK, 2001. Stormwater Management Design Manual. October, 2001. New York State<<strong>br</strong> />
Department of Environmental Conservation, Albany, NY.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DE VERMONT, 2000. The Vermont Stormwater Management Handbook. Technical Support<<strong>br</strong> />
Document. November, 21, 2000.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DO ARIZONA. Pretreatment with oil/water separators. Arizona Department of Environmental<<strong>br</strong> />
Quality, julho de 1996.<<strong>br</strong> />
-ESTADO DO NORTE DA CAROLINA, 2001. Stormwater Design Manual. CIDADE of Raleigh/ Wake County,<<strong>br</strong> />
North Carolina, june, 29, 2001.<<strong>br</strong> />
-ESTEVES, FRANCISCO DE ASSIS. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 1998,<<strong>br</strong> />
ISBN 85-7193-009-2, 602p.<<strong>br</strong> />
-ESTRELLA, GUILHERMO SANCHEZ. Sistema Internacional de Unidades- pesos e medidas, conversões.<<strong>br</strong> />
São Paulo: Editora Andina, 3 a ed. 1980, 163 p.s.<<strong>br</strong> />
-FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Best Management Practices for Erosion and Sediment<<strong>br</strong> />
Control, june 2001, Publication FHWA FLP-94-005, U. S. Department of Transportation, 280 p.<<strong>br</strong> />
-FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Constructed Wetlands, 1996, Evaluation and<<strong>br</strong> />
Management of Highways Runoff Water Quality.<<strong>br</strong> />
-FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Hydraulics Design of Highway Culverts, september 2001,<<strong>br</strong> />
Publication FHWA NHI 01-020, U. S. Department of Transportation, 480 p.<<strong>br</strong> />
-FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Introduction to Highway Hydraulics, august 2001,<<strong>br</strong> />
Publication FHWA NHI 01-019, U. S. Department of Transportation, 280 p.<<strong>br</strong> />
-FEITOSA, FERNANDO e et al. Hidrogeologia –conceitos e aplicações. Fortaleza, CPRM-1997.<<strong>br</strong> />
-FERNANDES, LIA E ARAÚJO, JOSÉ CARLOS. Hidrossedimentológico na bacia do açude Acarape do Meio<<strong>br</strong> />
Ceará. XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-FERNANDEZ, MIGUEL FERNANDEZ, ARAUJO, ROBERTO DE E ITO, ACÁCIO EIJI. Manual de Hidráulica.<<strong>br</strong> />
8 a ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998, 669 p.<<strong>br</strong> />
-FETTER, C. W. Applied Hydrogeology. 3 a ed. New Jersey: Prentice Hall, 1994, ISBN 0-02-336490-4, 691<<strong>br</strong> />
p.s.<<strong>br</strong> />
12.4
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
5<<strong>br</strong> />
-FRAZIER, SCOTT. Ramsar sites Overview-Wetlands International. Reino Unido, 42p. ISNB 1 –90049-9-19-1,<<strong>br</strong> />
ano de 1999.,<<strong>br</strong> />
-FREAD, D. L. Dam-<strong>br</strong>each modeling and flood routing: a perspective on presente capabilities and future<<strong>br</strong> />
directions. Paper presented at the Internantional Workshop on Dam Breach Processes in Stillwater,<<strong>br</strong> />
Oklahoma, march, 1998.<<strong>br</strong> />
-FREAD, D. L. Flood routing models and de Manning n. Director Hydrologic Research Lalboratoy, National<<strong>br</strong> />
Weather Service, NOAA.<<strong>br</strong> />
-FREAD, D. L. Flow Routing. In Handbook of Hydrology, Maidment, David R. New York: McGraw-Hill, 1993,<<strong>br</strong> />
ISBN 0-07-039732-5.<<strong>br</strong> />
-GARCEZ, LUCAS NOGUEIRA E ALVARES, GUILHERMO ACOSTA. Hidrologia. São Paulo: Blucher, 1988,<<strong>br</strong> />
2 a ed. 291p.<<strong>br</strong> />
-GODOY, EUGENIOV. et al. Recarga Artificial de acuiferos freatico en Fildelhia- Chaco Central Paraguayo.<<strong>br</strong> />
Anais do Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Recife, 1994, 544 páginas.<<strong>br</strong> />
-GOMES, HEBER PIMENTEL. Engenharia de Irrigação. 2 a Edição. Universidade Federal da Paraíba.<<strong>br</strong> />
Campina, 1997 390p.<<strong>br</strong> />
-GUO, JAMES C. Y. Design of off-line detention systems in stormwater. In Stormwater Collection Systems<<strong>br</strong> />
Design Handbook de Larry, W. May, 2001, McGraw-Hill, New York, ISBN-0-07-1354719.<<strong>br</strong> />
-HARGER, MARY CATHERINE. Evaluating first flush. http://www.forester.net, 2001<<strong>br</strong> />
-HYDRA, 1999. Hydrain- integrated drainage design <strong>com</strong>puter system. Volume III. Hydra- storm drains for<<strong>br</strong> />
Federal Highway Administration, Washington, DC. March 1999.<<strong>br</strong> />
ISBN 0-013-570839-7. -TUCCI, CARLOS E.M.; PORTO, RUBEM LA LAINA e BARROS, MÁRIO T. DE.<<strong>br</strong> />
Drenagem Urbana. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1995, ISBN 85-7025-364-8, 428 p.s.<<strong>br</strong> />
-JEMEZ Y SANCHES WATER PLAN ALTERNATIVES ASSESSMENT. Alternative: aquifer storage and<<strong>br</strong> />
recovery. White papers, july, 2002, produced by Daniel B. Stephens &Associates.<<strong>br</strong> />
-JONES, JEANINE. Groundwater Storage- The Western Experience. AWWA: jornal, fevereiro do ano 2003.<<strong>br</strong> />
-KUNDZEWICZ, Z. W. e KACZMARCK, Z. Coping with Hydrological Extremes. International Water Resources<<strong>br</strong> />
Association (IWRA), Water International, V. 25, N. I, p. 66-75, March 2000.<<strong>br</strong> />
-LINSLEY, RAY K., KOHLER, MAX A. , PAULHUS, JOSEPH L. H., Hidrology for Engineers, 1982, McGraw-<<strong>br</strong> />
Hill, 3a ed. ISBN 0-07-066389-0.<<strong>br</strong> />
-LINSLEY, RAY K; FRANZINI, JOSEPH B. et al. Water Resources Engineering. 4a ed. New York: McGraw-<<strong>br</strong> />
Hill, 1992, ISBN 0-07-112689-9, 841 p.<<strong>br</strong> />
-LLORET RAMOS,CARLOS. Mecânica do transporte de sedimentos e do escoamento em leito móvel.<<strong>br</strong> />
Dissertação de mestrado apresentado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo no ano de 1984.<<strong>br</strong> />
São Paulo: EPUSP, 1984, 331 p.<<strong>br</strong> />
-LUTGENS, TARBUCK. Earth Science. New Jersey, Prentice Hall, 8 a ed. 1997, 638 p.<<strong>br</strong> />
-MACEDO, JORGE ANTÔNIO BARROS DE. Aguas e Aguas. Juiz de Fora: ano 2004, ISBN 85-901568-6-9,<<strong>br</strong> />
977p.<<strong>br</strong> />
-MACEDO, JORGE ANTÔNIO BARROS DE. Introdução à química ambiental. Juiz de Fora: ano 2002, ISBN<<strong>br</strong> />
85-901568-4-2, 487p.<<strong>br</strong> />
--MACEDO, JORGE ANTONIO BARROS DE. Subprodutos do processo de desinfecção de água pelo uso de<<strong>br</strong> />
derivados clorados. Juiz de Fora, 2001, ISBN 85-901.568-3-4.<<strong>br</strong> />
-MAGNI, NELSON LUIZ GOI e MERO, FELIX. Precipitações Intensas no Estado de São Paulo. São Paulo:<<strong>br</strong> />
EPUSP e CTH, 1986, ISBN 0102-5821, Boletim, 95 p.<<strong>br</strong> />
-MAIDMENT, DAVID R. Handbook of Hydrology. New York: McGraw-Hill, 1993, ISBN 0-07-039732-5,<<strong>br</strong> />
-MARSH, WILLIAM M. Landscape Planning Environmental Applications. 3a. ed. New York: John Wiley &<<strong>br</strong> />
Sons, 1998, 434 p.<<strong>br</strong> />
-MARTINS, EDUARDO SÁVIO P. R., PAIVA, JOÃO BATISTA DIAS DE. Quantidade dos recursos Hídricos. In<<strong>br</strong> />
Hidrologia aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. ABRH, 2001, 625 páginas.<<strong>br</strong> />
-MARTINS, JOSÉ AUGUSTO. Notas de aula de Curso de Pós Graduação na Escola Politécnica da<<strong>br</strong> />
Universidade de São Paulo. São Paulo.<<strong>br</strong> />
-MARTINS, ROSA HELENA DE OLIVEIRA. Carga Difusa em ambientes urbanos: a bacia representativa do<<strong>br</strong> />
córrego do Mandaqui. São Paulo: tese de doutoramento EPUSP, 1988.<<strong>br</strong> />
-MAYS, LARRY W. E TUNG, YEOU-KOUNG. Hydrosystems-Engineering & Management. New York,<<strong>br</strong> />
McGRaw-Hill,1992, 530p.<<strong>br</strong> />
-MAYS, LARRY W. Hydraulic Design Handbook. New York: McGraw-Hill,1999, ISBN 0-07-041152-2<<strong>br</strong> />
-MAYS, LARRY W. Stormwater collection systems design Handbook.. New York: McGraw-Hill, 2001, ISBN 0-<<strong>br</strong> />
07-135471-9<<strong>br</strong> />
-MAYS, LARRY W. Water Resources Engineering. New York: John Wiley & Sons, 2001, 1 a ed. ISBN 0-471-<<strong>br</strong> />
29783-6 761p.<<strong>br</strong> />
12.5
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
6<<strong>br</strong> />
-MAZUQUI, LILZA MARA BOSCHESI E RAMOS, CARLOS LHORET. Transporte e ressuspensão de<<strong>br</strong> />
sedimentos coesivos na faixa granulométrica do material silte. XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos,<<strong>br</strong> />
Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-MCCUEN, RICHARD H. Hydrologic Analysis and Design, 2 a ed. New Jersey: Prentice-Hall, 1998, ISBN 0-13-<<strong>br</strong> />
134958-9, 814 p.<<strong>br</strong> />
-MCGOWAN, WES. Residential water processing. WQA: 2 a ed.1997, 289p.<<strong>br</strong> />
-MEICHES, JOSÉ. Contribuição para o estudo do aproveitamento para finalidades múltiplas de cursos de<<strong>br</strong> />
água. Revisão geral dos problemas associados à utilização de recursos hídricos. São Paulo, 1966, EPUSP,<<strong>br</strong> />
133 p. Tese apresentado a EPUSP em 1966.<<strong>br</strong> />
-MESTRINHO, SUELY S. PACHECO. Geoquímica e contaminação de águas subterrâneas- curso de<<strong>br</strong> />
atualização. Recife, novem<strong>br</strong>o 1997, Ministério de Minas e Energia- DNPM, 98 p.<<strong>br</strong> />
-MONTENEGRO, SUZANA GICO et al. Recarga artificial de aqüíferos <strong>com</strong> águas pluviais em meio urbano<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o alternativa para recuperação dos níveis potenciométricos: estudo de caso na planície do Recife (PE)”.<<strong>br</strong> />
Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, Piauí, 11 de julho a 14 de julho de<<strong>br</strong> />
2005.<<strong>br</strong> />
-MOTA, SUETÔNIO. Introdução à engenharia ambiental. ABES, 2003, ISBN 85-7022-139-8, 419 p. 3 a ed.<<strong>br</strong> />
-MOTT, ROBERT L. Applied Fluid Mechanics. New York, 4a ed. 1994 Macmillan Company, 581p.<<strong>br</strong> />
-NATHANSON, JERRY. Basic Environmental Technology- Water Supply, Waste Management and Pollution<<strong>br</strong> />
Control, 3 a ed. New Jersey: 2000, Prentice-Hall, 513 p. ISBN 0-13-082626-X.<<strong>br</strong> />
-NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Flood Risk Management and the American River Basin- evaluation.<<strong>br</strong> />
Washington: National Academy Press, 1995, ISBN 0-309-05334-X, 235p.<<strong>br</strong> />
NUNES, JOSÉ ALVES. Tratamento físico- químico de águas residuárias industriais. Aracaju, 1996 277 p.<<strong>br</strong> />
-OLIVERIA, MÁRCIA REGINA LIMA et al. Aspectos fito-geotécnicos de erosão no Estado do Ceará. XIII<<strong>br</strong> />
Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-ONTARIO. Stormwater Management Planning and Design Manual. Ministry of the Environment March, 2003.<<strong>br</strong> />
ISBN 0-7794-2969-9. Queen´s Printer for Ontario, 2003.<<strong>br</strong> />
ORVIS, J. WILLIAM. Excel for Scientists and engineers. São Francisco: Sybex, 2 a ed., ISBN 0-7821-1761-9,<<strong>br</strong> />
1996, 547 p.<<strong>br</strong> />
-PAIVA, ELOIZA MARIA CAUDUROI DIAS DE et JOAO BATISTA DIAS DE PAIVA. Caracterização qualiquantitativa<<strong>br</strong> />
da produção de sedimentos. Universidade Federal de Santa Maria- Rio Grande do Sul. ABRH<<strong>br</strong> />
março de 2001, 435 p.<<strong>br</strong> />
-PAIVA, ELOIZA MARIA CAUDUROI DIAS DE. Métodos de estimativa da produção de sedimentos em<<strong>br</strong> />
pequenas bacias hidrográficas. In Hidrologia Aplicada à estão de pequenas bacias hidrográficas. Santa<<strong>br</strong> />
Catarina: ABRH, 2001, 625 p.<<strong>br</strong> />
-Paiva, João Batista Dias et al. Caracterização sedimentológica da bacia hidrográfica do rio Ibicui- RS. XIII<<strong>br</strong> />
Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-PALLOS, JOSÉ CARLOS F. e THADEU, MARIO LEME DE BARROS. Análise de métodos hidrológicos<<strong>br</strong> />
empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil. ABRH: 1997, 9p. Vitória, Espírito Santo, 16 a 20 de<<strong>br</strong> />
novem<strong>br</strong>o de 1997.<<strong>br</strong> />
-PEDROSA, VALMIR. TUCCI, CARLOS E. M. O controle da drenagem urbana: tabuleiro dos Martins, Maceió,<<strong>br</strong> />
Alagoas. In BRAGA, BENEDITO. TUCCI, CARLOS. TOZZI, MARCOS. Drenagem Urbana-gerencialmento,<<strong>br</strong> />
simulação e controle. Porto Alegre: ABRH, 1998, 203 p.<<strong>br</strong> />
-PELICIONI, MARIA CECILIA FOCESI. Fundamentos da Educação Ambiental. In Curso de Gestão Ambiental,<<strong>br</strong> />
2004, Phillippi, Arlindo Jr et al, Editora USP, ISBN 85-204-2055-9 1 a Ed. 1045p.<<strong>br</strong> />
-PHILLIPPI, ARLINDO JR. Et al. Saneamento Ambiental e Ecologia Aplicada. In Curso de Gestão Ambiental,<<strong>br</strong> />
2004, Phillippi, Arlindo Jr et al, Editora USP, ISBN 85-204-2055-9 1 a Ed. 1045p.<<strong>br</strong> />
-PILGRIM, DAVID H. E CORDERY, IAN, Flood Runoff in MAIDMENT, DAVID R., Handbook of Hydrology,<<strong>br</strong> />
cap. 9, New York: McGraw-Hill, 1993, ISBN 0-07-039732-5.<<strong>br</strong> />
-PINTO, NELSON L. DE SOUZA et al, Hidrologia Básica, São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 1976.<<strong>br</strong> />
-PITT, ROBERT et al. Non parametric statistical tests <strong>com</strong>paring first flush and <strong>com</strong>posite samples from the<<strong>br</strong> />
National Stormwater Quality Database. University of Alabama, Department of Civil and Environmental<<strong>br</strong> />
Engineering, 2004.<<strong>br</strong> />
-PITT, ROBERT et al. Stormwater quality descriptions using the three parameter lognormal distribution.<<strong>br</strong> />
University of Alabama, Department of Civil and Environmental Engineering, 2004.<<strong>br</strong> />
-PITT, ROBERT et al. The National Stormwater Quality Database (NSQD, version 1.1). University of Alabama,<<strong>br</strong> />
Department of Civil and Environmental Engineering, 16 de fevereiro de 2004.<<strong>br</strong> />
-PONTE, VICTOR MIGUEL. Analytical verification of Muskingum-Cunge routing. Internet: http://attila.sdusu.ed.<<strong>br</strong> />
-PONTE, VICTOR MIGUEL. Case Studies of dam-<strong>br</strong>each geometry and hydraulics. Internet:<<strong>br</strong> />
http:/ponce.sdsu.edu/dam<strong>br</strong>echgeometry.html, 2003<<strong>br</strong> />
-PONTE, VICTOR MIGUEL. Diffusion Wave modeling of catchement dynamics. Internet: http://attila.sdusu.ed.<<strong>br</strong> />
12.6
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
7<<strong>br</strong> />
-PONTE, VICTOR MIGUEL. Muskingum-Cunge Method with variable parameters. Internet:<<strong>br</strong> />
http://attila.sdusu.ed.<<strong>br</strong> />
-PONTE, VICTOR MIGUEL. Variable parameter Muskingum-Cunge Method reviseted. Internet:<<strong>br</strong> />
http://attila.sdusu.ed.<<strong>br</strong> />
-PORTO, MONICA F. A. Aspectos qualitativos do escoamento superficial em áreas urbanas. In Drenagem<<strong>br</strong> />
Urbana, ABRH: 1995, 1ª ed. 428p. ISBN 85-7025-364-8<<strong>br</strong> />
-QUINTELA, ANTÔNIO DE CARVALHO. Hidráulica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbernkian, 1981, 539 p.<<strong>br</strong> />
-RAMOS, CARLOS LLORET. Definição do potencial de retenção de sedimentos finos no reservatório de<<strong>br</strong> />
Pirapora. XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-REBOUÇAS, ALDO DA CUNHA et al. Águas doces no Brasil. USP, São Paulo, 1999, 688 páginas.<<strong>br</strong> />
-REBOUÇAS, ALDO DA CUNHA et al. Diagnóstico Hidrogeológico da RMSP- Uso e proteção. Anais do<<strong>br</strong> />
Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Recife, 1994, 544 páginas.<<strong>br</strong> />
-RIGHETTO, ANTONIO MAROZZI. Hidrologia e Recursos Hídricos. 1 a ed. São Carlos: Escola de Engenharia<<strong>br</strong> />
de São Carlos-USP, 1998, 819 p.<<strong>br</strong> />
-SCHUELLER, THOMAS, 1987. Controlling Urban runoff: a practical manual for planning and designing urban<<strong>br</strong> />
BMS Metropolitan Washington, Council of governament, Washington, DC.<<strong>br</strong> />
-SETZER, JOSÉ E PORTO, RUBEN LA LAINA. Tentativa de avaliação de escoamento superficial de acordo<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o solo e o seu reco<strong>br</strong>imento vegetal nas condições do Estado de São Paulo. São Paulo: Boletim Técnico<<strong>br</strong> />
do DAEE, maio/agosto de 1979, p. 81 a 103.<<strong>br</strong> />
-SILVEIRA, ANDRÉ LUIZ LOPES DA E GERALDO LOPES DA SILVEIRA. Vazões mínimas. In Hidrologia<<strong>br</strong> />
aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. João Batista Dias de Paica e Eloiza Maria Cauduro Dias<<strong>br</strong> />
de Paiva-organizadores. Universidade Federal de Santa Maria- Rio Grande do Sul. ABRH: 2001, 625p.<<strong>br</strong> />
-SIVIERO, MARIA REJANE LOURENÇONI E COIADO, EVALDO MIRANDA. A produção de sedimentos a<<strong>br</strong> />
montante de uma seção no rio Atibaia associada à descarga sólida transportada. XIII Simpósio Brasileiro de<<strong>br</strong> />
Recursos Hídricos, Belo Horizonte,1999.<<strong>br</strong> />
-SOUZA, VLADIMIR CARAMORI B., GOLDENFUM, JOEL AVRUCH. Trincheiras de infiltração <strong>com</strong>o elemento<<strong>br</strong> />
de controle de escoamento superficial: um estudo experimental. In Avaliação e Controle da drenagem urbana.<<strong>br</strong> />
ABRH: volume 2, 2001, ISBN 85-88686-04-X, 547 páginas.<<strong>br</strong> />
-SPERLING, MARCOS VON. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte:<<strong>br</strong> />
1995, IBSN 85-7041-107-3. 240 p.<<strong>br</strong> />
-STENSTRON et al. Oil and Grease in Stormwater runoff. ASCE,1982, p.188.<<strong>br</strong> />
-STORMSHED, 2001. Urban Hydrology Modeling- Tutorial.<<strong>br</strong> />
-STREETER, VICTOR L. e WYLIE, E. BENJAMIM. Mecânica dos fluidos. McGraw Hill, São Paulo, 1980,<<strong>br</strong> />
585p.<<strong>br</strong> />
-TODD, DAVID KEITH. Groundwater hydrology. 2a ed. New York, 1980, 538p.<<strong>br</strong> />
-TOMAZ, PLÍNIO. A Conservação da Água. São Paulo: Editora Parma, 1999, 294 p.<<strong>br</strong> />
-TOMAZ, PLÍNIO. Cálculos hidrológicos e hidráulicos para o<strong>br</strong>as municipais. São Paulo: Navegar, 2002.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M e Silveira, André. Elementos para o controle de drenagem urbana. In Gerenciamento<<strong>br</strong> />
de Drenagem Urbana. Departamento de Hidromecânica e Hidrologia. Instituto de Pesquisas Hidráulicas.<<strong>br</strong> />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A<strong>br</strong>il de 2001.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. Plano Diretor de Drenagem Urbana da cidade de Porto Alegre. Prefeitura<<strong>br</strong> />
Municipal de Caxias do Sul, março 2002.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. Plano Diretor de Drenagem Urbana da cidade de Caxias do Sul. Prefeitura<<strong>br</strong> />
Municipal de Porto Alegre- Departamento Municipal de Esgotos Pluviais, 2002.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. CAMPANA, NÉSTOR A.Estimativa de área impermeável de macrobacias urbanas.<<strong>br</strong> />
Revista Brasileira de Engenharia. Caderno 2 volume 2 número 2, dezem<strong>br</strong>o de 1994.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. Coeficiente de escoamento e vazão máxima de bacias urbanas. Revista Brasileira de<<strong>br</strong> />
Recursos Hídricos volume 5 número 1 janeiro/março 2000, p. 61 a 68. Porto Alegre: ABRH, 2000.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. E BERTONI, JUAN CARLOS. Inundações urbanas na América do Sul. ABRH: 471 p.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M. Modelos Hidrológicos. 1 a ed. ISBN 85-7025-445-8 1998, 669 p.s. Porto Alegre:<<strong>br</strong> />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M.. Workshop for decision Makers on floods in South America (Workshop para<<strong>br</strong> />
tomadores de decisão na América do Sul). Porto Alegre: UFRS, IPH, november 2002, 138p.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M.; COLLISCHONN, WALTER. Análise de risco de rompimento de barragens. ABRH-XII<<strong>br</strong> />
Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Vitória, Espírito Santo, 1997.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E. M.et DAVID M. L. MOTTA MARQUES. Avaliação e controle da drenagem urbana.<<strong>br</strong> />
Volume 2. Porto Alegre: ABRH, 2001, ISBN 85-88686-04-X, 2001, 547p.<<strong>br</strong> />
-TUCCI, CARLOS E.M. et al. Hidrologia. 1 a ed. Porto Alegre: Ed. da Universidade: ABRH, 1993, ISBN 85-<<strong>br</strong> />
7025-298-6, 943 p.<<strong>br</strong> />
12.7
Balanço Hídrico<<strong>br</strong> />
Capitulo 12- Bibliografia e livros consultados<<strong>br</strong> />
Engenheiro Plínio Tomaz 3 de agosto de 2008 pliniotomaz@uol.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
8<<strong>br</strong> />
-UNEP. Groundwater and susceptibilty to degradation” publicado em 2002 e acessado em 21 de janeiro de<<strong>br</strong> />
2006. http://www.unep.org/DEWA/water/groundwater/pdfs/Groundwater_INC_cover.pdf,no. ISBN 92-807<<strong>br</strong> />
2297-2 <strong>com</strong> 140páginas.<<strong>br</strong> />
-UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE (USDA). Urban Hydrology for Small Watersheds. TR-<<strong>br</strong> />
55. Junho 1986. Atualizado no apêndice A em janeiro de 1999. Natural Resources Conservation Services<<strong>br</strong> />
(NRCS).<<strong>br</strong> />
-UNIVERSIDADE DE VIRGINIA. Field Testing of the Jensen Precast Stormvault. Department of civil<<strong>br</strong> />
Engineering, dezem<strong>br</strong>o de 2001, 73 p.<<strong>br</strong> />
-UNIVERSITY OF CALIFORNIA- SANTA BARBARA. Infiltration of urban stormwater runoff to recharge<<strong>br</strong> />
groundwater. California, june, 2001, 113páginas.<<strong>br</strong> />
Urban Stormwater Management Manual for Malaysia, junho/2000 http://agrolink.moa.my/did/river/stormwater.<<strong>br</strong> />
-URBONAS, BEN e Glidden, Mark W. Potential effectiveness of detention policies. Shortened version<<strong>br</strong> />
published in Flood Hazard News, Urban Drainage & Flood Control District, december, 1981.<<strong>br</strong> />
-URBONAS, BEN e Stahre, Peter. Best Management Practices and Detention for water Quality, drainage and<<strong>br</strong> />
CSO management. New Jersey: Prentice Hall, 1993. ISBN 013-847492-3, 449 p.<<strong>br</strong> />
-URBONAS, BEN e Stahre, Peter. Stormwater Detention- Open Ponds. Water Quality and CSO Management.<<strong>br</strong> />
New Jersey: Prentice Hall, 1990.<<strong>br</strong> />
-URBONAS, R. BEN e RESNER, LARRY A, Hydrology design for urban Drainage and Flood Control, in<<strong>br</strong> />
Maidment, David R., Handbook of Hydrology, cap. 28, New York: McGraw-Hill, 1993, ISBN 0-07-039732-5.<<strong>br</strong> />
-US ARMY CORPS OF ENGINEERS. Operation and maintenance: wastewater treatment system augmenting<<strong>br</strong> />
handbook. Unified Facilities Criteria (UFC). Naval Facilities Engineering Command e Air Force Civil Engineer<<strong>br</strong> />
Support Agency, 10 de julho de 2001.<<strong>br</strong> />
-VILLELA, SWAMI MARCODES e MATTOS, ARTHUR. Hidrologia Aplicada. São Paulo: McGraw-Hill, 1975,<<strong>br</strong> />
245 p.<<strong>br</strong> />
-WANIELISTA, MARTIN, KERSTEN, ROBERT e EAGLIN, RON, Hydrology: Water Quality and Quality<<strong>br</strong> />
Control. 2a. ed. New York: John Wiley & Sons, 1997, 567 p., ISBN 0-471-07259-1.<<strong>br</strong> />
-WESTERN WASHINGTON, 2001. Stormwater Management Manual for Western Washington. August 2001.<<strong>br</strong> />
Volume III, Volume IV, Volume I, Volume V.<<strong>br</strong> />
-WILKEN, PAULO SAMPAIO, Engenharia de Drenagem Superficial, São Paulo: CETESB,1978.<<strong>br</strong> />
-WINKLER, ERIC et al. Assessment of the relative importantce of hydraulic parameters on ifnltration basin -<<strong>br</strong> />
-WINKLER, ERIC et al. Development of a Racional Basis for Designing Recharging Stormwatger Control<<strong>br</strong> />
Structures and flow and volume Design Criteria. University of Massachusetts Amherst. april, 2001, 34p.<<strong>br</strong> />
-WINKLER, ERIC et al. Technology Assessment Report Stormceptor. University of Massachusetts Amherst.<<strong>br</strong> />
December, 1997, 18p.<<strong>br</strong> />
-WORTECHNICS, PORTLAND, MAINE. Recurrence interval/ Rainfall intensity- a sensible alternativa ato the<<strong>br</strong> />
first flush as design parameter, 1997.<<strong>br</strong> />
-WRIGHT, RICHARD T E NEBEL, BERNARD J.. Environmental Science. New Jersey, 5a ed., 697 p., 1996.<<strong>br</strong> />
-WWF (WORLD WILDLIFE FUND)- Living Planet Report 2004.Dr. Claude Martin. Suiça, 2004<<strong>br</strong> />
-ZAHED E MARCELLIN (1995) in Drenagem Urbana. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1995, ISBN 85-<<strong>br</strong> />
7025-364-8, 428 p.<<strong>br</strong> />
-ZIMMERMAN, ROBERT H. Wetlands and infections diseases. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro,<<strong>br</strong> />
2001.<<strong>br</strong> />
12.8