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Agenda 2025 - Ministério da Planificação e Desenvolvimento

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AGENDA <strong>2025</strong><br />

Visão e Estratégias <strong>da</strong> Nação<br />

2.4.4. Tendências<br />

<strong>Agen<strong>da</strong></strong><br />

<strong>2025</strong><br />

40<br />

Nos últimos 40 anos, Moçambique passou por grandes transformações decorrentes <strong>da</strong> dinâmica<br />

interna e do reflexo <strong>da</strong>s transformações políticas, económicas e culturais regista<strong>da</strong>s<br />

à escala regional e mundial. Subsequentemente, são de assinalar as seguintes tendências:<br />

- A desestruturação social: o divórcio entre o campo e a ci<strong>da</strong>de, o divórcio entre os<br />

jovens e o resto <strong>da</strong> população, o divórcio entre os ‘intelectuais’ e as massas, e, também,<br />

a desagregação <strong>da</strong> própria família;<br />

- O modelo cultural que configura os direitos <strong>da</strong> mulher relegando-a para um plano<br />

subalterno. De um modo geral, as mulheres são priva<strong>da</strong>s dos seus direitos fun<strong>da</strong>mentais:<br />

não têm ou é-lhes restringido o direito à herança, o acesso à saúde, à educação,<br />

e à formação vocacional, emprego, alojamento e auto-suficiência económica e<br />

são arre<strong>da</strong><strong>da</strong>s dos processos de toma<strong>da</strong> de decisões. Muitas vezes, não lhes é reconhecido<br />

o seu contributo na comuni<strong>da</strong>de;<br />

- A pressão social senti<strong>da</strong> pelos jovens para constituírem família sem que, para tal,<br />

tenham as condições sociais, profissionais e materiais necessárias;<br />

- Diversas formas de constituição <strong>da</strong> família, sem a devi<strong>da</strong> protecção legal prejudica as<br />

mulheres. Mas, apesar desta situação, regista-se em certos casos, uni<strong>da</strong>de e coesão, a<br />

procura de oportuni<strong>da</strong>des iguais para homens e mulheres, a educação <strong>da</strong>s crianças e<br />

jovens em relação aos valores de digni<strong>da</strong>de, respeito e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de;<br />

- A Independência Nacional e a aprovação <strong>da</strong> Constituição <strong>da</strong> República Popular de<br />

Moçambique em 1975 abriram espaço para uma maior integração <strong>da</strong> mulher na vi<strong>da</strong><br />

nacional;<br />

- O debate aberto e frutífero sobre a mulher e género em Moçambique concorrem para<br />

a implementação dos direitos consagrados na Constituição <strong>da</strong> República e nos instrumentos<br />

internacionais ratificados por Moçambique e para a reivindicação, pelos<br />

próprios ci<strong>da</strong>dãos, dos seus direitos fun<strong>da</strong>mentais;<br />

- A pobreza, em parte responsável pela desestruturação <strong>da</strong> família, aumenta o ingresso<br />

precoce <strong>da</strong>s crianças, ain<strong>da</strong> em i<strong>da</strong>de escolar, no mercado formal e informal de<br />

trabalho, como estratégia de sobrevivência <strong>da</strong> família. Os fenómenos mais recentes<br />

que indiciam a degra<strong>da</strong>ção de valores na socie<strong>da</strong>de e associados à pobreza são a<br />

prostituição e o tráfico de menores para fins comerciais nos países vizinhos;<br />

- O aumento <strong>da</strong>s diferenças de oportuni<strong>da</strong>de de acesso ao mercado de trabalho e à<br />

educação, entre o campo e ci<strong>da</strong>de;<br />

- Nos primórdios <strong>da</strong> Independência, a premência <strong>da</strong> construção de uma matriz nacional<br />

levou a que se promovesse a uni<strong>da</strong>de nacional com sacrifício de outras vertentes<br />

<strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de nacional, <strong>da</strong>í que, em situações de crise, as linhas de clivagem ressurjam<br />

ao longo dos espaços regionais ou etno-linguísticos;<br />

- A prevalência de uma postura de organismos de Estado como fazedores <strong>da</strong> cultura e<br />

não como facilitadores e definidores de políticas;<br />

- A integração de Moçambique no sistema económico vigente a nível regional e no<br />

plano internacional, durante o colonialismo, e os interesses económicos do capital<br />

estrangeiro determinaram o surgimento de profun<strong>da</strong>s assimetrias regionais que persistem<br />

até hoje, não obstante os esforços feitos pelo Estado moçambicano para corrigir<br />

esta situação;<br />

- O neo-liberalismo, a dependência económica e as imposições de parceiros internacionais<br />

de cooperação e a subi<strong>da</strong> dos níveis de corrupção geraram profun<strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des<br />

sociais e fracturas no tecido económico e social moçambicano.

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