Agenda 2025 - Ministério da Planificação e Desenvolvimento
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AGENDA <strong>2025</strong><br />
Visão e Estratégias <strong>da</strong> Nação<br />
Numa perspectiva macroeconómica, os anos a seguir à paz revelaram importantes<br />
sinais de crescimento e optimismo dos doadores, principalmente como resultado do<br />
output dos mega-projectos e <strong>da</strong> reconstrução <strong>da</strong>s infraestruturas destruí<strong>da</strong>s pela guerra<br />
e pelas cheias, o relançamento de projectos.<br />
De 1994 a 2002, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média 6,4% ao ano,<br />
tendo em alguns anos ultrapassado 2 dígitos, com maior crescimento resultante <strong>da</strong><br />
reactivação <strong>da</strong> produção agrícola, reassentamento <strong>da</strong>s populações e crescimento dos<br />
sectores <strong>da</strong> indústria, construção, energia e turismo. Consequentemente, o PIB de<br />
2000 foi 32% superior ao de 1994. Como a população global cresceu entre 10 a 13%<br />
no mesmo período, significa que, em termos médios (sem deduzir os trágicos efeitos<br />
do SIDA), o crescimento <strong>da</strong> riqueza nacional foi superior ao crescimento <strong>da</strong> população.<br />
O dinamismo macroeconómico não foi proporcional em todo o País, nem teve efeito<br />
social massivo. Com efeito, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu de US$<br />
167,00 em 1996 para US$ 243,00, em 1999, tendo decrescido no ano 2000 em virtude <strong>da</strong>s<br />
graves cheias que afectaram mais de um terço do País. Esse crescimento não foi idêntico<br />
nas diversas regiões do País, nem foi sentido pela maioria <strong>da</strong> população. Dados estatísticos<br />
recentes mostram que em anos sucessivos, de 1996 a 2000, a Ci<strong>da</strong>de de Maputo<br />
apresentou rendimentos médios per capita superiores a US$1.000,00 por ano (tendo ultrapassado<br />
US$ 1.200,00 em 1998 e em 1999) enquanto que, no resto do País, em 1999,<br />
este índice se situava em US$ 250,00.<br />
Mais recentemente, como resultado <strong>da</strong>s calami<strong>da</strong>des naturais que assolaram o País<br />
nos anos 2000 e 2001, e face à excessiva vulnerabili<strong>da</strong>de do País, o rendimento per capita<br />
decresceu. O índice de pobreza permaneceu a níveis muito elevados o que, entre outros<br />
aspectos, gera efeitos sociais perversos e o aumento <strong>da</strong> criminali<strong>da</strong>de.<br />
No período de 1987 a 1996, a inflação foi relativamente eleva<strong>da</strong> - a taxa anual de<br />
inflação foi de 56,5% em 1995. Entre 1960 e 1973, os preços cresceram a um ritmo muito<br />
baixo. Entre 1974 e 1986, o índice de preços cresceu a um ritmo tal que os preços duplicariam<br />
em ca<strong>da</strong> 6 anos e, mais recentemente, de 1987 a 1996, o índice de preços cresceu de<br />
forma significativa, duplicando os preços em ca<strong>da</strong> 1,2 anos.<br />
Tabela 4: Evolução <strong>da</strong>s Taxas de Câmbio<br />
1960/73 1974/86 1987/96 1997 1998 1999 2000 2001 2002<br />
4.02% 10.79% 62.17% 6.2% - 0.96% 6.2% 11.4% 21.9% 9.1%<br />
Fonte: Banco de Moçambique (2003)<br />
<strong>Agen<strong>da</strong></strong><br />
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Nos últimos 5 anos, os <strong>da</strong>dos oficiais indicam que a inflação tem estado sob controlo.<br />
Porém, os resultados de controlo inflacionário não têm beneficiado o sector produtivo,<br />
através <strong>da</strong>s taxas de juros que deveriam baixar em conformi<strong>da</strong>de. As taxas de juro permaneceram<br />
superiores a 25%, em termos reais, penalizando seriamente o sector produtivo.<br />
Por outro lado, o aumento <strong>da</strong> inflação não foi acompanhado pela manutenção dos<br />
salários reais, corroendo assim os rendimentos pessoais, especialmente os <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s<br />
populacionais com rendimentos baixos e médios.<br />
Para assegurar maior controlo <strong>da</strong> inflação e promover o livre funcionamento do mercado,<br />
a partir de 1987, o País adoptou as medi<strong>da</strong>s de reajustamento estrutural no quadro<br />
dos acordos com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Mundial. A despesa