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ÁFRICA - Instituto Moreira Salles

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GREGÓRIO DE MATTOS : ANA CAROLINA<br />

“Um filme-recital substantivo, que não se perde em desvios biográficos nem pretende<br />

reencenar o Brasil do século 17” – diz Carlos Alberto Mattos na revista<br />

Críticos.com.br. “Uma espécie atribulada de luta de boxe” em que os golpes “são<br />

substituídos por versos de amor, erotismo, pornografia e sarcasmo” – comenta<br />

Ruy Gardnier na revista Contracampo.<br />

Mattos (www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=&artigo=222)<br />

observa que “a palavra, que sempre foi o trunfo maior da cineasta, reina possante<br />

em Gregório de Mattos (...) Como não tinha Glauber Rocha à mão para viver<br />

Gregório, Ana Carolina fez boa opção pelo poeta baiano Waly Salomão”. Com<br />

ele os versos “ficam quase concretos na tela, diante de nós. Não é Gregório, mas<br />

Waly dizendo Gregório. E isso é bom (...) O mesmo ocorre com as intervenções<br />

das abadessas (Marília Gabriela, Ruth Escobar e Guida Viana), da mulata (Elisa<br />

Lucinda) e do capitão (Rodolfo Bottino). Todos partilham do gosto pela malícia,<br />

a escatologia e o tom farsesco que não são nenhuma novidade em se tratando<br />

de Ana Carolina. Quem viu Mar de rosas, Das tripas coração, Sonho de valsa e<br />

o mais recente Amélia já conhece aquela irreverência anticlerical, aquele aceno<br />

à transgressão sexual como afirmação política e aquela maneira transversa de<br />

psicanalisar o país. A diretora está no seu elemento (...) O filme é formalmente<br />

despretensioso, mas obtém, através da fotografia ligeiramente sépia de Rodolfo<br />

Sanchez, uma tonalidade ambígua entre a sugestão de época e o comentário<br />

contemporâneo. Da mesma forma, a filmagem em fortalezas de Niterói, quase<br />

sempre com planos fechados de muros, passagens cobertas e becos, criou uma<br />

ambientação mais teatral que realista. Isso vem ressaltar o aspecto não-documental,<br />

mas puramente lúdico, de Gregório de Mattos.”<br />

Gardnier (www.contracampo.com.br/criticas/gregorio.htm) afirma que Ana Carolina<br />

“faz de seu filme a arte da imbricação e se funde em seu personagem de tal<br />

forma que já não se trata mais de um filme sobre um poeta, mas um filme de elogio<br />

à poesia e à vida como poesia (...) A má conduta e a impertinência do poeta

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