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assimetrias no acesso e na garantia do direito à saúde do ...

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08, 09 E 10 DE AGOSTO DE 2011<br />

PELOTAS - RS – BRASIL<br />

ISBN 978-85-7590-139-7<br />

Isso porque, <strong>no</strong> enfoque da Medici<strong>na</strong> <strong>do</strong> Trabalho, os determi<strong>na</strong>ntes <strong>do</strong> processo<br />

<strong>saúde</strong>/<strong>do</strong>ença são biológicos, conseqüentemente as intervenções são curativas. Atua<br />

sobre riscos específicos e medicaliza. Nessa visão, o médico possui o papel principal,<br />

deven<strong>do</strong> tratar as <strong>do</strong>enças e identificar o agente causa<strong>do</strong>r destas. Tarefa essa, que <strong>no</strong><br />

mais das vezes, diag<strong>no</strong>stica as <strong>do</strong>enças em já estágio avança<strong>do</strong>, pois ―tor<strong>na</strong>-se difícil,<br />

sob essa ótica, identificar os processos que as geraram, bem mais amplos que a mera<br />

exposição a um agente exclusivo‖ (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997, p. 23).<br />

Já a Saúde Ocupacio<strong>na</strong>l propõe um enfoque interdiscipli<strong>na</strong>r, em que a equipe<br />

desempenha papel fundamental. Sugere uma intervenção prevencionista de controle <strong>do</strong>s<br />

riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos <strong>no</strong> ambiente <strong>do</strong> trabalho. No entanto,<br />

assim como <strong>na</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>do</strong> Trabalho, os agentes/riscos são isola<strong>do</strong>s e ti<strong>do</strong>s como<br />

inerentes ao ambiente de trabalho, não haven<strong>do</strong> uma contextualização social com as<br />

causas de sua origem. Nessa visão, ―o trabalho é sinônimo de condições materiais de<br />

produção, não sen<strong>do</strong> cogita<strong>do</strong> o trabalho como relação social, segun<strong>do</strong> formas<br />

determi<strong>na</strong>das de organização das sociedades, que tem historicidade‖ (MENDES, 2003,<br />

p. 65).<br />

Dessa forma, a intervenção, <strong>no</strong> enfoque da Saúde Ocupacio<strong>na</strong>l, realiza-se de<br />

maneira pontual, de mo<strong>do</strong> a prevenir os riscos, sobretu<strong>do</strong> através da utilização de<br />

equipamentos de proteção individual (EPIs). Caso ocorram acidentes e <strong>do</strong>enças<br />

ocupacio<strong>na</strong>is, essas tendem a ser imputadas ao trabalha<strong>do</strong>r que foi negligente com o<br />

uso <strong>do</strong>s equipamentos. (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997, p.23).<br />

Essas distinções entre a Medici<strong>na</strong> <strong>do</strong> Trabalho, a Saúde Ocupacio<strong>na</strong>l e a Saúde <strong>do</strong><br />

Trabalha<strong>do</strong>r são fundamentais para a compreensão <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>à</strong> <strong>saúde</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r <strong>no</strong><br />

Brasil e <strong>no</strong> Uruguai. Se, <strong>no</strong> Brasil, conforme visto acima, já houve o início da construção de<br />

um referencial teórico e <strong>no</strong>rmativo em <strong>saúde</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, <strong>no</strong> Uruguai, ainda não há<br />

indícios dessa concepção.<br />

Ressalta-se que, para a Saúde <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, os determi<strong>na</strong>ntes sociais em <strong>saúde</strong><br />

constituem o enfoque para compreender a relação <strong>saúde</strong>-trabalho e devem fundamentar a<br />

<strong>no</strong>rmatização. Mas, <strong>no</strong> Uruguai, o enfoque <strong>do</strong> risco profissio<strong>na</strong>l segue <strong>no</strong>rtean<strong>do</strong> a<br />

apreensão <strong>do</strong> processo de a<strong>do</strong>ecimento <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r.<br />

El campo médico sanitário ha si<strong>do</strong> totalmente permea<strong>do</strong> por enfoque de riesgo. Ello<br />

há permiti<strong>do</strong>, por un la<strong>do</strong>, que el proceso de medicalización de lo social se haya<br />

amplia<strong>do</strong> profundamente, da<strong>do</strong> que a la distinción <strong>no</strong>rmal/patológico que había<br />

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