Tecnologia e Crescimento da Firma: o Caso das ... - Unimep
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A conclusão a que chegamos é que, de acordo<br />
com o argumento proposto por Churchill e Lewis<br />
(1983), as empresas A e B encontram-se em um misto<br />
entre os estágios 2 e 3, pois ain<strong>da</strong> enfrentam algumas<br />
dificul<strong>da</strong>des, especialmente no que diz respeito aos<br />
canais de distribuição e a alavancagem de recursos;<br />
além disso, em termos <strong>da</strong> estrutura organizacional,<br />
pode-se dizer que ambas as empresas estão no estágio<br />
2, pois não possuem em sua estrutura nenhum quadro<br />
funcional que possa ser visto como consultor. As<br />
empresas A e B estão passando por reestruturação<br />
organizacional, que pode mu<strong>da</strong>r esse quadro, especialmente<br />
em relação aos sistemas de planejamento e controle.<br />
A empresa C encontra-se no primeiro estágio em<br />
todos os aspectos <strong>da</strong> tabela acima.<br />
Foi possível observar que o estilo gerencial e o<br />
elevado grau de educação formal (nível superior e<br />
mestrado) dos proprietários foram fatores muito<br />
importante para o crescimento <strong>da</strong>s empresas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s;<br />
corroborando o estudo de Churchill e Lewis<br />
(1983).<br />
Flexibilização e relações de trabalho<br />
Em termos <strong>da</strong> flexibilização do trabalho nas<br />
empresas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, observou que, tanto na empresa<br />
A quanto na empresa B, existe um controle de horário<br />
formal (exigido por lei), que não é, no entanto, a<br />
preocupação maior, pois os profissionais trabalham<br />
em equipes de projetos e possuem meta e cronograma<br />
de projetos a serem cumpridos.<br />
No caso <strong>da</strong> empresa A, os níveis operacionais e<br />
determinados cargos gerenciais (como o de gerentes<br />
de projetos) têm controle de horário, especialmente<br />
por causa <strong>da</strong> questão <strong>da</strong>s horas extras, computa<strong>da</strong>s<br />
tanto quando os analistas estão no cliente quanto em<br />
serviço na própria empresa. Na empresa B, em geral<br />
o controle de horário é uma questão meramente formal;<br />
geralmente os contratos são feitos para o desempenho<br />
de determina<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des com metas<br />
preestabeleci<strong>da</strong>s (a questão <strong>da</strong>s horas extras não existe).<br />
Contudo, não foi verificado nenhum descontentamento<br />
do profissional do nível operacional nem do<br />
tático-gerencial com a política <strong>da</strong> empresa, tanto na A<br />
quanto na B. Na empresa C existe controle de horário,<br />
admitindo-se uma flexibili<strong>da</strong>de negociável, contudo<br />
não existe o controle de horas extras.<br />
No que diz respeito às relações de trabalho,<br />
pudemos observar a existência de diferentes tipos de<br />
vínculos em ca<strong>da</strong> empresa. Na A, trabalha-se tanto<br />
com profissionais com carteira assina<strong>da</strong> quanto com<br />
pessoas jurídicas ou cooperativas (especificamente<br />
nas equipes de desenvolvimento). Na empresa B,<br />
igualmente trabalha-se com carteira assina<strong>da</strong>, pessoa<br />
jurídica e autônomos. Na empresa C, trabalha-se<br />
com contratação via carteira assina<strong>da</strong>, pessoa jurídica<br />
e bolsistas. Em todos os casos, são proporcionados<br />
os seguintes benefícios aos níveis tático–gerencial e<br />
operacional: tíquete alimentação, vale transporte,<br />
assistência médica e benefícios do trabalhador CLT.<br />
Convém lembrar que na empresa C os níveis estratégico<br />
e tático-gerencial correspondem à ativi<strong>da</strong>de do<br />
proprietário, não havendo funcionários no nível<br />
tático-gerencial, e que os benefícios acima não dizem<br />
respeito aos contratados como pessoa jurídica.<br />
Em termos de remuneração, distinguem-se a<br />
em fixa e/ou variável, dependendo do cargo/função<br />
do trabalhador. E quanto à possibili<strong>da</strong>de de crescimento<br />
na empresa, segundo os entrevistados do nível<br />
operacional e do nível gerencial, verificou-se que a<br />
progressão se dá através de aumento do escopo do<br />
trabalho, com acréscimo de responsabili<strong>da</strong>de, e conseqüente<br />
aumento de remuneração, tanto na empresas<br />
A quanto na B.<br />
Embora, em geral, as empresas de software<br />
trabalhem em sistema de cooperativa ou com contratação<br />
de profissionais liberais (sem carteira de trabalho),<br />
geralmente envolvendo um certo grau de<br />
precarização (redução de benefícios etc.), os entrevistados<br />
(um com carteira e dois profissionais liberais)<br />
não demonstraram insatisfação.<br />
Ativi<strong>da</strong>des externaliza<strong>da</strong>s<br />
A externalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ocorre em<br />
geral em ativi<strong>da</strong>des secundárias em relação à principal<br />
ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa. A exceção, presente nas<br />
três empresas, está no desenvolvimento de software,<br />
mas relaciona<strong>da</strong> a deman<strong>da</strong>s pontuais e específicas<br />
de projetos, sendo, em grande parte, uma ativi<strong>da</strong>de<br />
realiza<strong>da</strong> na empresa.<br />
Organização do trabalho nas equipes<br />
de desenvolvimento de software<br />
A organização do trabalho existe como forma<br />
de coordenar, controlar e gerenciar o processo produtivo.<br />
A complexi<strong>da</strong>de desse processo envolve arquite-<br />
46 Junho • 1999