[Traficando Conhecimento] Jéssica Balbino
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No ar: o hip-hop<br />
223<br />
Mixando<br />
Um assunto bom, novo, que chame atenção, renda interesse<br />
e se transforme em venda de jornal, de espaço<br />
publicitário na rádio e que nos deixe com a sensação de<br />
dever cumprido. Este é o desafio diário de ser jornalista.<br />
A notícia fica velha com uma rapidez incrível e encontrar<br />
coisas novas, a todo o momento, é uma tarefa incrivelmente<br />
árdua e absurdamente prazerosa.<br />
Com poucos meses de trabalho no jornal, fiz amizade<br />
com grande parte da imprensa local. Algumas pessoas<br />
eu já conhecia da época da faculdade, então, somando<br />
forças, formei uma parceria com o jornalista Eduardo<br />
Correia, que trabalhava na Rádio Difusora e, também,<br />
na TV Plan, duas empresas de um mesmo grupo e com<br />
parceria com o jornal em que eu estava. Assim, saíamos<br />
juntos no carro da rádio todas as manhãs para fazer as<br />
matérias. O mínimo eram três matérias, algumas vezes<br />
conseguíamos mais, outras menos. A união tornava a<br />
prática do ofício ainda mais estimulante.<br />
Também, na mesma rádio, trabalhava a editora do jornal.<br />
Pela manhã ela fazia produção na emissora e apresentava<br />
um programa na FM e à tarde, editava o jornal. Como<br />
estava sempre com o Eduardo, quase todos os dias passava<br />
pela rádio e foram momentos fundamentais, que<br />
me ensinaram muito sobre a arte do radiojornalismo. O<br />
Edu foi um grande professor e muito do que sei hoje na<br />
prática, eu devo a ele.<br />
Logo nas primeiras semanas da nossa parceria, fui com<br />
ele até a rádio gravar uma entrevista e um dos apresentadores<br />
do programa da FM estava atrás de um jornalista<br />
para participar como convidado do dia. Como o programa<br />
durava até às 13h e invadia o horário de almoço do<br />
Edu, ele passou a bola para mim e disse que eu me sairia<br />
muito bem no programa – Mix 104+ – que reunia informação<br />
e bom humor.<br />
Sempre dada aos desafios profissionais, topei no ato<br />
participar e a pauta ficou em torno do meu trabalho como<br />
recém-formada e mais, a minha atuação com o hip-hop.<br />
Pude, em uma segunda vez, na mesma rádio, contar<br />
um pouco da minha trajetória, dos meus objetivos e do<br />
trabalho que desta vez estava ainda mais consolidado.<br />
Exemplos vividos nas oficinas, trechos do livro lidos<br />
durante o programa e inúmeras perguntas marcaram<br />
a minha primeira participação no quadro. Enquanto eu<br />
dava a entrevista no programa de duas horas, o apresentador<br />
Francis, que mais tarde se tornou um grande<br />
amigo e incentivador, lia alguns textos e eu fiquei impressionada<br />
com o poder do rádio. O programa permitia participações<br />
ao vivo e muita gente ligava querendo saber<br />
onde comprar um exemplar ou como fazer para implantar<br />
oficinas, conhecer mais, enfim.<br />
Prometi outras participações e a Neusa, que trabalhava<br />
lá e editava o jornal, disse que não me deixaria escapar<br />
tão facilmente das programações. Na semana seguinte<br />
fui novamente convidada para participar do programa,<br />
desta vez para ajudar a entrevistar uma pessoa. Fiquei<br />
bastante lisonjeada. Eu não ganhava nada para estar<br />
lá e, na maior parte das vezes, sacrificava o horário de<br />
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