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[Traficando Conhecimento] Jéssica Balbino

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Estatística<br />

483<br />

Querem nosso<br />

sangue<br />

Para dar sequência, rolou, também, a 2ª edição do Hip-Hop<br />

em Foco. Como a primeira edição do evento foi um verdadeiro<br />

sucesso, o pessoal do grupo de dança Concepção<br />

Urbana resolveu investir em uma segunda e, dentro da<br />

programação do Viva Urca, apresentou quatro grupos de<br />

rap e quatro grupos de dança, em apresentações marcantes,<br />

em uma noite completa de periferia, música, dança<br />

gospel e hip-hop. O destaque, desta vez, ficou por minha<br />

conta, que fui, novamente, a mestre de cerimônias e pude<br />

mostrar, novamente em forma de palestra, um pouco do<br />

que é a Cultura Marginal, discorrer sobre a literatura e<br />

ainda apresentar e anunciar os grupos.<br />

livros, textos, aprender dançar, curtir, tirar fotos. Enfim,<br />

deu tudo certo. Não poderia ser diferente. Organizamos<br />

com amor. Todos que estavam ali não ganharam um único<br />

centavo. E, por isso, foi sensacional.<br />

Para contrastar, naquela mesma noite, tivemos um contratempo<br />

com um dos organizadores de eventos que chegou<br />

na cidade há alguns anos e pensou que seria fácil<br />

enganar o povo do hip-hop. Cheio de marra e pisando<br />

no vazio, ele inventou um curso furado, uma agência de<br />

modelos falsa, e um evento que, realmente, não poderia<br />

dar em nada. Ele não entendia nada de hip-hop, de cultura<br />

marginal, de cultura negra. Levaram muitos dos nossos<br />

parceiros no bico. Pediu serviços e não pagou. Prometeu<br />

cachê e não cumpriu. Cancelou o evento bem antes de ele<br />

acontecer e, o melhor, assistiu e foi obrigado a aplaudir<br />

de pé o nosso sucesso, a nossa vitória com o Hip-Hop em<br />

Foco. Como não chutamos cachorro morto, ele segue com<br />

a vidinha dele. Não trabalhamos mais de graça nem para<br />

patrão. Nosso objetivo é quebrar as amarras, jogar fora a<br />

opressão. Acuar nas cordas do destino os que tentam se<br />

aproveitar do hip-hop, mesmo assim desistimos de registrar<br />

B.O. por estelionato e continuamos praticando a paz.<br />

No mesmo palco, por quase três horas, falamos, cantamos,<br />

dançamos e arranhamos discos para quase 100<br />

pessoas. Público nem tão grande, mas bastante participativo.<br />

Realizada, foi assim que me senti quando todos<br />

os envolvidos neste evento, que também já se tornou um<br />

projeto, subiram ao palco e puderam cantar e dançar<br />

juntos, gritando no final:<br />

Hip-hop! Hip-hop!<br />

Vibrante!<br />

Nosso novo quilombo. Em cima do palco do Teatro Municipal<br />

da cidade, onde todo e qualquer artista que se apresenta<br />

aqui também sobe. Foi maravilhoso. Todos queriam<br />

482

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