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Literatura - Escola São Domingos

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BATERIA DE EXERCÍCIOS<br />

2ºano 2º Trimestre / 2013 Profª.: Fabiana<br />

LITERATURA<br />

REALISMO E NATURALISMO NO BRASIL<br />

Texto para as questões 1 e 2.<br />

Os olhos riam destilando uma lágrima de desejo; as narinas ofegavam; adejavam trêmulas por intervalos, com a vivacidade<br />

espasmódica do amor das aves; os lábios, animados de convulsões tetânicas, balbuciavam desafios, prometendo submissão de<br />

cadela e a doçura dos sonhos orientais. Dominada então pela oferta abusiva, de repente abatia-se à derradeira humilhação,<br />

para atrair de baixo, como as vertigens. Ali estava, por terra, a prostituição da vestal, o himeneu da donzela, a deturpação da<br />

inocente, três servilismos reclamando um dono; apetite para esta orgia rara sem convivas!<br />

Raul Pompéia. O Ateneu<br />

1. Nesta cena de volúpia, a descrição dos olhos, das narinas e dos lábios de uma mulher que se entrega ao desejo<br />

sexual, possui fortes traços naturalistas.<br />

a) Exemplifique-os.<br />

b) Explique em que consiste o Naturalismo da descrição.<br />

c) As expressões “prostituição da vestal”, “himeneu da donzela” e “deturpação da inocente” referem-se a que<br />

contradição presente na personagem assim caracterizada?<br />

2. Assinale a alternativa correta.<br />

a) A personagem descrita no fragmento é Ângela, a camareira de d. Ema, que na obra personifica o desejo sexual<br />

reprimido, sublimado.<br />

b) A personagem descrita no fragmento é Ema, de quem Ângela é camareira e que na obra personifica o desejo<br />

sexual reprimido, sublimado.<br />

c) A personagem descrita no fragmento é Ângela, a confidente de d. Ema, que na obra personifica o desejo sexual<br />

reprimido, sublimado.<br />

d) A personagem descrita no fragmento é Ângela, a camareira de d. Ema, que na obra personifica caricaturalmente o<br />

desejo sexual feminino.<br />

e) A personagem descrita no fragmento é Ângela, a camareira de d. Ema, que na obra personifica o desejo sexual<br />

feminino sadio e satisfeito.<br />

3. (UEL/PR) A propósito de O cortiço, de Aluízio de Azevedo, é correto afirmar:<br />

a) Trata-se de um importante exemplar do Naturalismo brasileiro. Nele, as personagens são animalizadas e<br />

dominadas pelos instintos. A obra marca a história de trabalhadores pobres, alguns miseráveis, amontoados numa<br />

habitação coletiva.<br />

b) A narrativa é um retrato da sociedade burguesa do século XIX e pode ser considerada uma das obras-primas da<br />

ficção romântica brasileira porque focaliza a heroína Rita Baiana em sua multiplicidade psicológica.<br />

c) Todo o livro é marcado pela desilusão e pelo abandono dos ideais realistas. Defendendo os valores de pureza e<br />

retorno à vida pacata do campo, há nele fortes indícios do Romantismo que se anunciava no Brasil.<br />

d) Narrado em primeira pessoa, O cortiço é uma análise da psicologia e da situação dos imigrantes no Brasil. Os<br />

perfis psicológicos e as análises de comportamento conduzem a história à idealização da mestiçagem brasileira,<br />

representada pela ascensão social dos portugueses Jerônimo e João Romão.<br />

e) O tema da mulher idealizada é constante nessa obra. A figura da virgem sonhada é simbolizada pela lavadeira Rita<br />

Baiana e constitui uma forma de denúncia dos problemas sociais, tão freqüentes nos livros filiados à estética<br />

naturalista.<br />

4. (UFV/MG) As afirmativas a seguir confirmam algumas tendências do romance realista-naturalista brasileiro:<br />

I. Os romances naturalistas, numa atitude reformadora, denunciam os deslizes da sociedade burguesa e são ricos<br />

em personagens complexas, ambíguas, de acentuada profundidade psicológica.<br />

II. Tanto nos romances realistas quanto nos naturalistas encontramos apenas personagens-tipos e caricaturais,<br />

reflexos das mazelas e desregramentos da sociedade aristocrática do Brasil colonial.<br />

III. Os romances realistas criticam as instituições através da análise psicológica das personagens inseridas em seu<br />

meio social, e os romances naturalistas denunciam violentamente a marginalidade das camadas mais baixas da<br />

população.<br />

Considerando as informações contidas nos textos acima, pode-se afirmar que:


a) são corretas as afirmativas I, II e III.<br />

b) são corretas as afirmativas II e III.<br />

c) é correta apenas a afirmativa III.<br />

d) é correta apenas a afirmativa II.<br />

e) é correta apenas a afirmativa I.<br />

5. (UniABC/SP) Assinale a letra que representa o movimento literário que tem como aspectos a análise da pessoa<br />

como ser totalmente produto de momento/raça/meio, sem possibilidade de reação subjetiva e a tentativa de<br />

consertar uma sociedade tida como degenerada.<br />

a) Pré-modernismo<br />

b) Realismo<br />

c) Modernismo<br />

d) Romantismo<br />

e) Naturalismo<br />

Texto para as questões 6 e 7.<br />

“A Praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores<br />

enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a ‘gentil Carolina era bela’, doutro lado<br />

da praça, uma preta velha, vergava por imenso tabuleiro de madeira, sujo, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de<br />

moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: ‘Fígado, rins e coração!’ Era uma vendedeira de fatos de boi. As<br />

crianças nuas, com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas, as cabeças avermelhadas pelo sol, a<br />

pele crestada, os ventrezinhos amarelentos e crescidos, corriam e guinchavam, empinando papagaios de papel. Um ou outro<br />

branco, levado pela necessidade de sair, atravessava a rua, suando, vermelho, afogueado, à sombra de um enorme chapéu-desol.<br />

Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o ar<br />

querendo morder os mosquitos”.<br />

6. (FEI/SP) O trecho acima é um fragmento de O mulato. O autor desse romance é:<br />

a) Lima Barreto;<br />

b) Oswald de Andrade;<br />

c) Machado de Assis;<br />

d) José Lins do Rego;<br />

e) Aluísio de Azevedo.<br />

7. (FEI/SP) Podemos reconhecer no trecho citado acima:<br />

a) uma denúncia contra a pobreza e a injustiça social, típica da corrente literária realista-naturalista.<br />

b) a descrição da paisagem brasileira com ênfase em seu aspecto pitoresco e natural, característica do Romantismo.<br />

c) o estilo argumentativo da prosa barroca, que se constrói a partir de jogos de palavras e antíteses.<br />

d) o retrato do Brasil rural, próprio da prosa regionalista da segunda geração de escritores modernistas.<br />

e) o estilo descritivo da literatura de informação dos séculos XVI e XVII, em que o autor procura descrever e analisar<br />

a realidade brasileira a partir de uma visão de mundo européia.<br />

Texto para a questão 8:<br />

Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras no chão, escamando peixe, para a ceia do seu<br />

homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro.<br />

Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calefrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande<br />

perigo compreendeu a situação: adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre. Adivinhou que tinha sido<br />

enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao<br />

cativeiro.<br />

Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantouse<br />

dela e assegurou-lhe o ombro.<br />

— É esta! Disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É escrava minha!<br />

A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca<br />

de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.<br />

Os policiais, vendo que ela não se despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta<br />

bravia, recuou de um salto, e antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgava o ventre de<br />

lado a lado.<br />

E depois emborcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.<br />

João Romão fugira até o canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos.<br />

Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe<br />

respeitosamente o diploma de sócio benemérito.


Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.<br />

Aluísio Azevedo. O cortiço.<br />

Rio de Janeiro, Ediouro.<br />

8. (PUC-RIO/RJ) O texto lido corresponde à cena em que a escrava fugida Bertoleza comete suicídio, quando se<br />

depara com os policiais que vêm captura-la, após denúncia de seu paradeiro feita por João Romão, o amante. Leia-o<br />

atentamente e responda às questões em a e b.<br />

a) Explique uma característica do Realismo-Naturalismo expressa no trecho compreendido pelos parágrafos 6 e 7<br />

(“Os policiais... de sangue”).<br />

b) Transcreva a passagem em que o leitor deduz a ironia dos acontecimentos, provocada pelo contraditório<br />

comportamento de João Romão.<br />

9. Em relação ao romance O Ateneu, de Raul Pompéia, pode-se afirmar:<br />

I. Sem fugir totalmente aos princípios realistas e naturalistas, predomina, no romance, a análise psicológica,<br />

característica ligada ao Impressionismo, entendido como técnica pela qual o artista, em vez de retratar a<br />

realidade, prefere enfatizar a impressão que essa realidade despertou nele.<br />

II. O romance é narrado em 3ª pessoa por um narrador onisciente que conta as experiências vivenciadas por Sérgio<br />

no colégio interno Ateneu, sendo ressaltado o choque que o protagonista experimenta ao confrontar a vida<br />

familiar, descrita como uma “estufa de carinho”, com a aridez da vida no internato.<br />

III. O final do romance, marcado pela destruição do Ateneu, devido ao incêndio provocado por um dos internos, pode<br />

significar, segundo a crítica, uma espécie de “vingança” de Raul Pompéia contra a estrutura do internato, numa<br />

espécie de referência autobiográfica, já que o escritor também fora educado em um colégio similar.<br />

Dentre as afirmações acima, a melhor alternativa é:<br />

a) Apenas I está correta.<br />

b) Apenas II está correta.<br />

c) I e III estão corretas.<br />

d) Todas estão corretas.<br />

e) Nenhuma está correta.<br />

10. Assinale a alternativa incorreta.<br />

a) Chamado pelo autor de Crônica de saudades, O Ateneu, no entanto, ultrapassa essa dimensão autobiográfica por<br />

sua qualidade literária. Classifica-se como um “romance de formação”, isto é, um romance que narra a passagem<br />

da mente infantil para a adulta, e tem como mola propulsora, como fio da meada, a memória de Sérgio, o<br />

narrador-personagem.<br />

b) Em O Ateneu, Sérgio, já adulto, relata os episódios emocionalmente mais marcantes, mais traumatizantes,<br />

ocorridos ao longo dos dois anos em que foi aluno do colégio homônimo. Enquanto o primeiro ano é marcado pela<br />

violência na relação de Sérgio com Aristarco, o diretor, e com os colegas, ao longo do segundo ano percebe-se<br />

uma maior conciliação, uma tendência ao apaziguamento.<br />

c) Tematizando no fundo o drama da solidão, o desajuste do indivíduo num ambiente que lhe é hostil. O Ateneu<br />

compõe-se de 12 capítulos que se assemelham a uma sucessão de quadros, não subordinados necessariamente<br />

entre si. Isso quer dizer que, mais do que relatar episódios, acontecimentos ou ações, tais quadros relatam as<br />

impressões, as sensações que deixaram na alma de Sérgio, seja em suas tentativas inúteis e malsucedidas de<br />

encontrar amigos, seja no amor platônico que dedica a Ema, a esposa de Aristarco.<br />

d) Tendo por cenário um internato e por protagonista um menino de onze anos, Sérgio, em O Ateneu é tematizado o<br />

drama da solidão, o desajuste do indivíduo em relação a um meio que lhe é hostil, num estilo no qual se percebe o<br />

cruzamento de várias correntes literárias: o Realismo psicológico, o Naturalismo, o Impressionismo e o<br />

Expressionismo.<br />

e) Desde que começamos a leitura de O Ateneu, defrontamos com alguns dos procedimentos literários fundamentais<br />

para a sua compreensão. O entremeio entre ação e digressão é o principal deles, podendo-se traduzi-lo como a<br />

interferência do narrador — um homem feito, um adulto — sobre a matéria narrada: um menino de onze anos sai<br />

de casa para vivenciar sua primeira experiência de individualização; seu primeiro contato com o mundo,<br />

representado pelo colégio onde permanece interno por dois anos.<br />

11. (Uneb/BA) Considere os seguintes fragmentos:<br />

I. Combinam-se personagens e interesses com exclusivo objetivo do casamento:é assim que a ideologia burguesa<br />

acaba por condicionar as conveniências de classe, mal disfarçadas pelo idealismo com base em virtudes<br />

abstratas, assumido pelo escritor.<br />

II. Estruturalmente, a forma do romance busca renovação: a intriga cede lugar à análise psicológica ou social, com<br />

vistas ao conhecimento das causas profundas do comportamento seja do indivíduo, seja da classe a que<br />

pertence.


III. Empresta-se em verniz medieval às façanhas de nossos nativos, como se a civilização pré-cabralina constituísse<br />

nossa gloriosa Idade Média.<br />

a) I e II referem-se à prosa realista, e III, à romântica.<br />

b) I refere-se à prosa romântica, e II e III à realista.<br />

c) I e III referem-se à prosa romântica, e II, à realista.<br />

d) I refere-se à prosa realista, e II e III, à romântica.<br />

e) I e III referem-se à prosa realista, e II, à romântica.<br />

12. (MACK-SP) Indique o trecho em que há marcas do estilo característico da época em que escreveu Aluísio<br />

Azevedo.<br />

a) “Ela descia as escadas, toda a sua figura bem maior do que era, a cabeça erguida, digna, soberba, que nem uma<br />

rainha — os olhos postos num fundo muito além da parede, os passos medidos, nenhuma vacilação.”<br />

b) “Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam por ver qual delas vence<br />

em graça, encantos e donaires, certo que sobrepuja a travessa menina, princesa daquela festa.”<br />

c) “Seu passo deslizou pela alcatifa de veludo azul marchetado de alcachofras de ouro, como o andar com que as<br />

deusas perlustravam no céu a galáxia quando subiam ao Olimpo.”<br />

d) “Ela era a cobra verde e traiçoeira viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo<br />

dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhes as fibras embambecidas pela saudade da terra.”<br />

e) “O mancebo generoso e inexperiente, a jovem donzela criada entre sedas, sorrisos e flores, educada santamente<br />

com as máximas benevolências, como mandamento do amor ao próximo [...] têm repugnância em acreditar no<br />

vício.”<br />

13. (Unicamp/SP) Nos romances naturalistas, a descrição dos espaços onde transcorre a ação é sempre decisiva.<br />

Em Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, o escravo fugido Amaro tem sua existência dividida entre dois domínios<br />

espaciais, um do mar, outro da terra. Leia os trechos abaixo:<br />

“O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida<br />

pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não<br />

escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, às constipações, o beribéri. Embaixo<br />

era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre as outras, encardidas como panos de<br />

cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de<br />

miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um<br />

odor nauseabundo de cárcere, um cheiro de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam<br />

profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a<br />

luz evidenciava cruelmente”.<br />

“O quarto era independente, com janela para os fundos da casa, espécie de sótão roído pelo cupim e tresandando a ácido<br />

fênico. Nele morrera de febre amarela um portuguesinho recém-chegado. Mas o Bom-Crioulo, conquanto receasse as febres de<br />

mau-caráter, não se importou com isso, tratando de esquecer o caso e instalando-se definitivamente. Todo dinheiro que<br />

apanhava era para compra de móveis e objetos de fantasia rococó, ‘figuras’, enfeites, coisas sem valor, muitas vezes trazidas de<br />

bordo [...]. Pouco a pouco, o pequeno ‘cômodo’ foi adquirindo uma feição nova de bazar hebreu, enchendo-se de bugigangas,<br />

amontoando-se de caixas vazias, búzios grosseiros e outros acessórios ornamentais. O leito era uma ‘cama de vento’ já muito<br />

usada, sobre a qual Bom-Crioulo tinha o zelo de estender, pela manhã, quando se levantava, um grosso cobertor encarnado<br />

‘para ocultar as nódoas’.”<br />

a) Identifique, nos textos acima, características dos ambientes descritos, determinantes do caráter de Amaro.<br />

b) Como os dois espaços se relacionam especifi-camente com a tragédia pessoal de Amaro, o Bom-Crioulo?<br />

14. Leia atentamente as afirmações a seguir:<br />

I. Em 1888, quando culminava o Naturalismo, começou A Gazeta de Notícias a publicar um romance estranho,<br />

diferente de tudo o que habitualmente se escrevia: O Ateneu, de Raul Pompéia [...] Misto de romance e<br />

memórias, O Ateneu também na feitura era complexo: oscilava entre as insinuações de Machado de Assis e as<br />

ousadias dos naturalistas, variava no estilo da sobriedade ao rebuscamento.<br />

Lúcia Miguel-Pereira<br />

II. “Com O Ateneu pela primeira vez entre nós, como bem salientou o professor Ivan Teixeira, exercitou-se a prática<br />

da escrita artística, por meio de uma finíssima prosa poética, ao mesmo tempo colorida e musical. Assim, em<br />

cada uma das páginas as digressões do narrador misturam-se com uma sucessão de cenas na qual o imagismo é<br />

a figura que se destaca, lembrando a associação entre ambas as artes, expressa na Antigüidade Clássica por<br />

Horácio: ud pictura poesis (a pintura é como a poesia).”<br />

III. “As passagens do romance O Ateneu desconcertam e ao mesmo tempo provocam o leitor, ora desenhando uma<br />

prosa poética com traços sempre hiperbólicos, sempre mais centrados nas impressões que nas pessoas e nos<br />

objetos que as deflagraram, ora violentando esse tom de paisagem impressionista que povoa o livro, por meio de<br />

caricaturas cruéis e sempre grotescas, que fixam e distanciam as personagens, neste sentido muito próximas de<br />

um naturalismo voraz, de um biologismo determinista sumário.”


Está(ão) correta(s):<br />

a) Todas.<br />

b) Nenhuma.<br />

c) A II e a III.<br />

d) A I e a II.<br />

e) Apenas a III.<br />

15. (UFAM-AM) Leia o texto a seguir:<br />

“Noventa e cinco coisinhas comportou a imensa estalagem.<br />

Prontas, João Romão mandou levantar na frente, nas vinte braças que separavam a venda do sobrado do Miranda, um grosso<br />

muro de dez palmos de altura, coroado de cacos de vidros e fundos de garrafa, e com um grande portão no centro, onde se<br />

dependurou uma lanterna de vidraças vermelhas, por cima de uma tabuleta amarela, em que se lia o seguinte, escrito a tinta<br />

encarnada e sem ortografia:<br />

‘Estalagem de <strong>São</strong> Romão. Alugam-se casinhas e tinas para lavadeiras’.”<br />

Pelo nome dos personagens e pelo ambiente descrito, fica fácil identificar o local onde se retirou o texto. Foi do<br />

romance:<br />

a) Bom-crioulo, de Adolfo Caminha.<br />

b) O Ateneu, de Raul Pompéia.<br />

c) A normalista, de Adolfo Caminha.<br />

d) Casa de pensão, de Aluísio de Azevedo.<br />

e) O cortiço, de Aluízio de Azevedo.<br />

16. (Furb-Univale/SC)<br />

O cortiço<br />

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após<br />

outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão<br />

inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos<br />

braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em<br />

não molhar o pêlo, ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas,<br />

fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada<br />

instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as<br />

crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no<br />

recanto das hortas.<br />

Aluízio de Azevedo.<br />

<strong>São</strong> características do Naturalismo presentes no texto acima:<br />

a) objetividade; cientificismo; impressionismo.<br />

b) preferência por temas de patologia social; objetivismo científico; determinismo.<br />

c) descrição da realidade; ênfase no momento presente; abuso de figuras de linguagem.<br />

d) observação da realidade; linguagem simples; subjetivismo.<br />

e) aspectos patológicos da realidade; conflitos individuais; descrição detalhada do ambiente.<br />

17. Leia atentamente as afirmações.<br />

I. O Ateneu pode ser considerado como uma sucessão de quadros, dos quais alguns perfeitos [...]. Mas, apreciadas<br />

em conjunto, essas cenas, por mais nítidas que sejam, começam a esbater-se, tornam-se meros ilustrativos de<br />

uma figura única, a de Sérgio: este aparece indiretamente, reconstruído pelas sensações que cada episódio lhe<br />

despertara.<br />

Lúcia Miguel-Pereira<br />

II. “Composto de 10 capítulos, podemos dizer que há certa linearidade cronológica no romance O Ateneu, na medida<br />

em que ele se inicia com a ida de Sérgio ao internato e termina com o incêndio deste, dois anos depois.”<br />

III. “Em O Ateneu, assim como um episódio necessariamente não se subordina ao outro, não parece haver rigidez,<br />

do ponto de vista da seqüência de eventos, entre os capítulos. Daí a perfeição da expressão ‘sucessão de<br />

quadros’ para caracterizá-los: quadros, vale acrescentar, mais descritivos que narrativos; mais destinados a<br />

reconstruir os aspectos da vida de Sérgio no internato, ou melhor, as sensações que esta vida lhe causa, que<br />

relatar acontecimentos ou ações.”<br />

Qual(is) dela(s) está(ão) correta(s)?


a) Todas.<br />

b) Nenhuma.<br />

c) A I e a III.<br />

d) A II.<br />

e) A II e a III.<br />

Textos para a questão 18:<br />

Texto 1<br />

E aquilo foi se constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças<br />

verdejantes e os seus jardinzinhos de três ou quatro planos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das<br />

limosas tinas transbordantes e o revérbero das barracas de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar. E os<br />

gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco.<br />

E naquela terra encharcada e fumegante, naquela unidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um<br />

mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como<br />

larvas no esterco.<br />

Texto 2<br />

Servia havia vinte anos. Como ela dizia, mudava de amos, mas não mudava de sorte. Vinte anos a dormir em<br />

cacifros, a levantar-se de madrugada, a comer os restos, a vestir trapos velhos, a sofrer os repelões das crianças e as<br />

más palavras das senhoras, a fazer despejos, a ir para o hospital quando vinha a doença, a esfalfar-se quando<br />

voltava a saúde!... Era demais! Tinha agora dias em que só de ver o balde das águas sujas e o ferro de engomar lhe<br />

embrulhava o estômago. Nunca se acostumava a servir [...].<br />

As antipatias que a cercavam faziam-na assanhada, como um círculo de espingardas enraivece um lobo. Fez-se má;<br />

beliscava as crianças até lhes enodoar a pele; e se lhe ralhavam, a sua cólera rompia em rajadas. Começou a ser<br />

despedida. Num só ano esteve em três casas. Saía com escândalo, aos gritos, atirando as portas, deixando as amas<br />

todas pálidas, todas nervosas... [...]<br />

A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar: odiou sobretudo as patroas, com um ódio irracional e<br />

pueril.<br />

18. Não é correto afirmar, em relação aos textos lidos, que:<br />

a) trata-se de descrições naturalistas, respectivamente de ambiente e de personagem;<br />

b) no texto 1 o narrador descreve com visão panorâmica o surgimento de um cortiço; no 2, ele se utiliza de<br />

onisciência para enfocar uma personagem cujos principais atributos provêm de sua condição de serva;<br />

c) em ambos os textos, as descrições utilizam-se de elementos do mundo animal, o que constitui aspecto central do<br />

estilo realista-naturalista;<br />

d) Aluísio de Azevedo e Eça de Queiroz, principais representantes do Naturalismo no Brasil e em Portugal, são os<br />

autores das descrições, presentes nos romances O cortiço e O primo Basílio, os quais iniciam oficialmente este<br />

estilo em seus respectivos países;<br />

e) o primeiro fragmento apresenta fortes metáforas, comparações e repartições enfáticas, enquanto o segundo, além<br />

de alguns dos traços estilísticos comuns ao primeiro, apresenta discurso indireto livre.<br />

19. Assinale a alternativa incorreta.<br />

a) Em O Ateneu, “o poema dos cuidados maternos” é visto como um “artifício sentimental”.<br />

b) Em O Ateneu, os colegas de escola são todos animalizados, tanto quanto toda a população do internato.<br />

c) Em O Ateneu, Aristarco, o diretor do colégio, é criador e criatura de uma realidade sórdida, ferina.<br />

d) Em O Ateneu, o colégio é um reino onde se prega e cultua a moralidade e onde se vive a sua desfiguração mais<br />

aterradora.<br />

e) Em O Ateneu, o colégio é um centro educacional cuja realidade cotidiana é da aprendizagem, eficiente e bemintencionada,<br />

embora dolorida.<br />

20. O romance Memórias póstumas de Brás Cubas publicou-se num momento significativo da literatura brasileira,<br />

tanto para a carreira de Machado de Assis como para o desenvolvimento da prosa no Brasil.<br />

Tornou-se um divisor entre:<br />

a) a prosa romântica e a realista-naturalista.<br />

b) o romantismo e o científico-literário.<br />

c) os remanescentes clássicos e a necessidade de modernização.<br />

d) o espírito conservador e o espírito revolucionário.<br />

e) a prosa funissecular e a imposição renovadora da época.


Texto para a questão 21:<br />

No fim de cinco meses e meio estava vazia a Casa Verde; todos curados! O vereador Galvão, tão cruelmente afligido de<br />

moderação e eqüidade, teve a felicidade de perder um tio; digo felicidade, porque o tio deixou um testamento ambíguo, e ele<br />

obteve uma boa interpretação corrompendo os juízes e embaçando os outros herdeiros. A sinceridade do alienista manifestouse<br />

nesse lance; confessou ingenuamente que não teve parte na cura; foi o simples vis medicatrix da natureza. Não aconteceu o<br />

mesmo com o padre Lopes. Sabendo o alienista que ele ignorava perfeitamente o hebraico e o grego, incumbiu-o de fazer uma<br />

análise crítica da versão dos Setenta; o padre aceitou a incumbência, e em boa hora o fez; ao cabo de dois meses possuía um<br />

livro e a liberdade. Quanto à senhora do boticário, não ficou muito tempo na célula que lhe coube, e onde aliás lhe não<br />

faltaram carinhos.<br />

Machado de Assis. O alienista.<br />

<strong>São</strong> Paulo, Ática, 1996.<br />

21. (CONSULTEC-UCDB/MS) O trecho de conto enfoca:<br />

a) a incompatibilidade entre a fé e a ciência.<br />

b) a contestação a todo tipo de preconceito.<br />

c) a vitória da ciência aplicada ao estudo da loucura.<br />

d) o papel do cientista como condutor de mudanças políticas e socioeconômicas.<br />

e) uma crítica ao tratamento dado pela sociedade àquele que se diferencia do padrão instituído de comportamento.<br />

(Mack-SP) Texto para as questões 22 e 23:<br />

“A enferma era uma senhora viúva, tinha uma filha de quinze ou dezesseis anos, que estava chorando à porta do quarto. A<br />

moça não era formosa, talvez nem tivesse graça; os cabelos caíam-lhe despenteados, e as lágrimas faziam-lhe encarquilhar os<br />

olhos. Não obstante, o total falava e cativava o coração. O vigário confessou a doente, deu-lhe a comunhão e os santos óleos.<br />

O pranto da moça redobrou tanto que senti os meus olhos molhados e fugi. Vim para perto de uma janela. Pobre criatura! A<br />

dor era comunicativa em si mesma; complicada da lembrança de minha mãe, doeu-me mais e, quando enfim pensei em<br />

Capitu, senti um ímpeto de soluçar também [...]<br />

A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há pouco, assim lhe encheu a boca<br />

de riso agora; [...] As tochas acesas, tão lúgubres na ocasião, tinham-me ares de um lustre nupcial... Que era lustre nupcial?<br />

Não sei; era alguma coisa contrária à morte, e não vejo outra mais que bodas”.<br />

22. Considere as afirmações:<br />

I. Na descrição da filha da viúva (segundo período), o narrador-personagem apresenta uma atitude romântica.<br />

II. No fato narrado, o protagonista sobrepõe o mundo imaginário às circunstâncias objetivas da realidade<br />

circundante.<br />

III. O texto foi extraído de romance brasileiro da primeira metade do século XIX.<br />

Assinale:<br />

a) se todas estiverem corretas.<br />

b) se apenas II estiver correta.<br />

c) se apenas II e III estiverem corretas.<br />

d) se apenas I e III estiverem corretas.<br />

e) se todas estiverem corretas.<br />

23. Assinale a alternativa que apresenta obras do mesmo estilo de época do texto.<br />

a) Senhora — Quincas Borba — <strong>São</strong> Bernardo<br />

b) Iracema — A Moreninha — Laços de Família<br />

c) O Ateneu — O mulato — Amor de perdição<br />

d) O primo Basílio — Vidas secas — Memórias póstumas de Brás Cubas<br />

e) O primo Basílio — Quincas Borba — Memórias póstumas de Brás Cubas<br />

24. (USJT/SP) Leia atentamente os dois fragmentos de Memórias póstumas de Brás Cubas:<br />

I. “O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse<br />

contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso cenário. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se<br />

bonita?”<br />

II. “Não digo que lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em<br />

que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe<br />

maculasse o rosto nenhuma sarda ou [...]”


Os trechos I e II registram uma característica marcante da obra manchadiana:<br />

a) Comparação entre a figura feminina e os animais.<br />

b) Descrição feminina com traços físicos e com leve ironia como forma de crítica à idealização romântica.<br />

c) Descrição subjetiva como forma de realçar seu relacionamento com as personagens.<br />

d) Idealização da beleza feminina como forma de denúncia da realidade do século XVIII.<br />

e) Utilização da descrição feminina como forma de crítica aos conceitos republicanos da época.<br />

25. (Mack/SP) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o estilo de Machado de Assis.<br />

a) Sua linguagem irônica e sarcástica está relacionada à quebra de valores absolutos.<br />

b) A linguagem metafórica, usada com freqüência, concretiza conceitos e juízos de valor.<br />

c) Realizou rupturas na organização linear do texto narrativo, impondo outra lógica à seqüência de capítulos.<br />

d) Utilizou-se com freqüência da metalinguagem, fazendo referências ao próprio ato de narrar.<br />

e) A ruptura com a tradição literária deu origem a um estilo irreverente, afastado da normal culta.<br />

(PUC/RS) Texto para a questão 26:<br />

“Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Antes disso, porém, digamos os motivos que me põem a pena na mão.<br />

Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado a um desejo tão particular que me<br />

vexa exprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na<br />

antiga Rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. [...]<br />

O meu fim evidente era atar duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor<br />

o que foi nem o que fui. [...] O que aqui está é, mal comparado, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que<br />

apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta”.<br />

26. No trecho em destaque revela, metaforicamente, um dos traços mais marcantes do estilo machadiano,<br />

evidenciável nos romances da chamada ... fase. Em tal período, as narrativas apresentam os fatos através de uma<br />

perspectiva ... das personagens.<br />

a) primeira – pessimista<br />

b) primeira – irônica<br />

c) segunda – conformista<br />

d) segunda – psicológica<br />

e) primeira – hipócrita<br />

27. (ITA/SP) Leia o seguinte texto:<br />

— Toma outra xícara, meia xícara só.<br />

— E papai?<br />

— Eu mando vir mais; anda, bebe!<br />

Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei, mas disposto a faze-la cair pela goela abaixo,<br />

caso o sabor lhe repugnasse, ou a temperatura, porque o café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a<br />

xícara em cima da mesa, e dei por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.<br />

— Papai! Papai! exclamava Ezequiel.<br />

— Não, não, eu não sou teu pai!<br />

Machado de Assis. Dom Casmurro.<br />

27ª ed. <strong>São</strong> Paulo, Ática, 1994.<br />

A cena criada por Machado de Assis está relacionada a:<br />

a) abuso de autoridade paterna.<br />

b) excesso de carinho paterno.<br />

c) reflexo de conflito interior.<br />

d) violenta rejeição à criança.<br />

e) cuidado com a alimentação da criança.<br />

(UFBA/BA) Texto para a questão 28:<br />

Parei na varanda; ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia<br />

a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado para o outro, estacando para amparar-me, e<br />

andava outra vez e estacava. Vozes confusas repetiam o discurso do José Dias:<br />

“Sempre juntos...”<br />

“Em segredinhos...”<br />

“Se eles pegam de namoro...”


Tijolos que pisei e repisei naquela tarde, colunas amareladas que me passastes à direita ou à esquerda, segundo eu ia ou<br />

vinha, em vós me ficou a melhor parte da crise, a sensação de um gozo novo, que me envolvia em mim mesmo, e logo me<br />

dispersava, e me trazia arrepios, e me derramava não sei que bálsamo interior. Às vezes dava por mim, sorrindo, um ar de riso<br />

de satisfação, que desmentia a abominação de meu pecado. E as vozes repetiam-se confusas:<br />

“Em segredinhos...”<br />

“Sempre juntos...”<br />

“Se eles pegam de namoro...”<br />

Um coqueiro, vendo-me inquieto e adivinhando a causa, murmurou de cima de si que não era feio que os meninos de quinze<br />

anos andassem nos cantos com as meninas de quatorze; ao contrário, os adolescentes daquela idade não tinham outro ofício,<br />

nem os cantos outra utilidade. Era um coqueiro velho, e eu cria nos coqueiros velhos, mais ainda que nos velhos livros.<br />

Pássaros, borboletas, uma cigarra que ensaiava o estio, toda a gente viva do ar era da mesma opinião.<br />

Com que então eu amava Capitu, e Capitu a mim? Realmente, andava cosido às sais dela, mas não me ocorria nada entre nós<br />

que fosse deverás secreto. [...] E comecei a recordar esses e outros gestos e palavras, o prazer que sentia quando ela me<br />

passava a mão pelos cabelos, dizendo que os achava lindíssimos. Eu, sem fazer o mesmo aos dela, dizia que os dela eram muito<br />

mais lindos que os meus. Então Capitu abanava a cabeça com uma grande expressão de desengano e melancolia, tanto mais<br />

de espantar quanto que tinha os cabelos realmente admiráveis; mas eu retorquia chamando-lhe maluca.<br />

.......................................................................................<br />

Tudo isto me era agora apresentado pela boca de José Dias, que me denunciara a mim mesmo, e a quem eu perdoava tudo, o<br />

mal que dissera, o mal que fizera, e o que pudesse vir de um e de outro. Naquele instante, a eterna Verdade não valeria mais<br />

que ele, nem a terna Bondade, nem as demais Virtudes eternas. Eu amava Capitu! Capitu amava-me! E as minhas pernas<br />

andavam, desandavam, estancavam, trêmulas e crentes de abarcar o mundo. Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação<br />

da consciência a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma<br />

espécie. Naturalmente por ser minha. Naturalmente também por ser primeira.<br />

Machado de Assis. Dom Casmurro. Obra completa.<br />

vol. 1. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1962.<br />

28. A leitura desse texto e do romance do qual foi retirado permite afirmar:<br />

a) As palavras de José Dias, reproduzidas no segundo, terceiro e quarto parágrafos, referem-se a um fato até então<br />

desconhecido por apenas uma das pessoas nele envolvidas.<br />

b) Imediatamente após a surpreendente revelação, Bentinho foi procurar Capitu para comentar a atitude de José<br />

Dias.<br />

c) A “crise” sofrida por Bentinho, externada por movimentação desordenada e ocasionando sensações estranhas, foi<br />

causada pelo medo de ir para o Seminário.<br />

d) Com um traço leve de ironia, o autor atribui a animais e seres inanimados a função de opinar sobre o<br />

comportamento de Bentinho, justificando-o.<br />

e) O episódio da carícia no cabelo retrata, como todo o romance, a ingenuidade de Bentinho e a esperteza e malícia<br />

de Capitu.<br />

f) Apesar do melancólico desfecho do romance, o episódio narrado nesse texto foi conservado na memória de Dom<br />

Casmurro como um momento muito especial de sua vida.<br />

g) Quando o narrado decide reconstituir seu passado, readquire a casa em que passou a infância, cenário dos fatos<br />

referidos nesse texto, reformando-a segundo suas recordações.<br />

29. (EEP/SP) Assinale a alternativa que contenha todas as obras de autoria de Machado de Assis.<br />

a) Helena, Memórias póstuma de Brás Cubas, Senhora, O Guarani.<br />

b) Iaiá Garcia, Mar morto, Dom Casmurro, Fogo morto.<br />

c) Dom Casmurro, O crime do padre Amaro, Amar verbo intransitivo, O Ateneu.<br />

d) Larissa, Música ao longe, O tempo e o vento, Memorial de Aires.<br />

e) Memorial de Aires, A mão e a luva, Esaú e Jacó, Memórias póstumas de Brás Cubas.<br />

30. (FATEC-2008)<br />

NOTÍCIA DA ATUAL LITERATURA BRASILEIRA - INSTINTO DE NACIONALIDADE<br />

Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas<br />

as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante preocupação é sintoma de<br />

vitalidade e abono de futuro.<br />

As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga,<br />

como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo.<br />

Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando<br />

fisionomia própria ao pensamento nacional.<br />

Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais<br />

duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitos trabalharão para ela até perfazê-la de todo.<br />

(Machado de Assis, "Crítica". Texto adaptado.)


Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto.<br />

a) O texto afirma uma literatura nacionalista que tem suas raízes na Proclamação da Independência, episódio<br />

inspirador de obras de muitas gerações.<br />

b) Com a metáfora presente em - "As tradições [...] são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda<br />

agora madruga" - Machado critica a tradição de valorizar o passado, presente em escritores brasileiros.<br />

c) Há, no texto, uma concepção de literatura que privilegia a escolha de temas da História pátria, como é o caso de<br />

obras que exaltam o Sete de Setembro.<br />

d) Para o autor, as raízes do Realismo remontam às obras dos autores que ele menciona e cujos textos trazem as<br />

teses realistas mais importantes.<br />

e) Machado de Assis entende o instinto de nacionalidade na literatura brasileira como autonomia de idéias em relação<br />

a temas importados, a qual se constrói paulatinamente.<br />

31. (UFG-2008) Leia os seguintes fragmentos do romance Memorial de Aires, de Machado de Assis.<br />

13 de maio<br />

Enfim, lei. Nunca fui, nem o cargo<br />

me consentia ser propagandista da<br />

abolição, mas confesso que senti<br />

grande prazer quando soube da<br />

votação final do Senado e da sanção<br />

da Regente. Estava na Rua do Ouvidor,<br />

onde a agitação era grande e a alegria<br />

geral. [...] Ainda bem que acabamos<br />

com isto. Era tempo Embora<br />

queimemos todas as leis, decretos e<br />

avisos, não poderemos acabar com os<br />

atos particulares, escrituras e<br />

inventários, nem apagar a instituição<br />

da História, ou até da Poesia.<br />

(ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. <strong>São</strong> Paulo:<br />

Ática, 2007. p. 38-39. (Série Bom livro).<br />

Os fragmentos acima retratam um episódio decisivo da história brasileira, a Abolição da escravatura. Na ótica do<br />

narrador desse romance, tal acontecimento é observado como:<br />

a) uma circunstância de forte participação popular no país.<br />

b) uma ocasião de correção do passado de intensa violência.<br />

c) uma oportunidade de superação dos resíduos conservadores.<br />

d) um momento de concessão política das elites brasileiras.<br />

e) um evento de revelação das contradições nacionais.<br />

(PUC/RS) Texto para a questão 1:<br />

“Tu, artista, com zelo,<br />

Esmerilha e investiga!<br />

Níssia, o melhor modelo<br />

Vivo, oferece, da beleza antiga.<br />

Para esculpi-la, em vão, árduos, no meio<br />

De esbraseada arena,<br />

Batem-se quebram-se em fatal torneio,<br />

Pincel, lápis, buril, cinzel e pena.<br />

[...]”<br />

PARNASIANISMO NO BRASIL<br />

1. O trecho evidencia tendências..., na medida em que ... o rigor formal e utiliza-se de imagens... .<br />

a) românticas – neutraliza – abstratas<br />

b) simbolistas – valoriza – concretas<br />

c) parnasianas – exalta – mitológicas<br />

d) simbolistas – busca – cotidianas<br />

e) parnasianas – evita – prosaicas


2. (UEL/PR) Todos os elementos enumerados representam características da poesia parnasiana em:<br />

a) pessimismo traduzido em melancolia sentimental; desejo de evasão; culto da solidão.<br />

b) rebuscamento na linguagem; pessimismo traduzido em melancolia sentimental; temas e sentimentos<br />

nacionalistas.<br />

c) temas e sentimentos nacionalistas; exaltação da natureza; Condoreirismo.<br />

d) busca da perfeição da forma; preciosismo no vocabulário; referências constantes à mitologia clássica.<br />

e) referências constantes à mitologia clássica; confessionalismo lírico e espontâneo; idealização da vida bucólica.<br />

Texto para as questões 3 e 4:<br />

Horas mortas<br />

“Breve momento, após comprido dia<br />

De incômodos, de penas, de cansaço,<br />

Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,<br />

Posso a ti me entregar, doce Poesia!<br />

Desta janela aberta à luz tardia<br />

Do luar em cheio a clarear o espaço,<br />

Vejo-te vir, ouço-te o leve passo<br />

Na transparência azul da noite fria.<br />

Chegas. O ósculo teu me vivifica.<br />

Mas é tão tarde! Rápido flutuas,<br />

Tornando logo à etérea imensidade;<br />

E na mesa a que escrevo apenas fica,<br />

sobre o papel — rastro da tuas asas —<br />

Um verso, um pensamento, uma saudade.”<br />

3. Ao aproximar a poesia à mulher, o poeta demonstra seu desejo de alcançar a beleza da relação através da:<br />

a) perfeição formal.<br />

b) paixão incontida.<br />

c) decadência espiritual.<br />

d) valorização do cotidiano.<br />

e) musicalidade da linguagem.<br />

4. A leitura do poema permite caracterizá-lo como pertencente ao movimento literário denominado:<br />

a) Romantismo.<br />

b) Parnasianismo.<br />

c) Simbolismo.<br />

d) Pré-Modernismo.<br />

e) Modernismo.<br />

5. (UFAM/AM) Leia o poema abaixo antes de responder:<br />

Anoitecer<br />

Esbraseia o Ocidente na agonia<br />

O Sol... Aves em bandos destacados,<br />

Por céus de oiro e de púrpura raiados,<br />

Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...<br />

Delineiam-se, além, da serrania<br />

Os vértices de chama aureolados,<br />

E em tudo, em torno, esbatem derramados<br />

Uns tons suaves de melancolia...<br />

Um mundo de vapores no ar flutua...<br />

Como uma informe nódoa, avulta e cresce<br />

A sombra à proporção que a luz recua...<br />

A natureza apática esmaece...<br />

Pouco a pouco, entre as árvores, a lua<br />

Surge trêmula, trêmula... Anoitece.


A respeito do soneto acima reproduzido, um dos mais famosos da literatura brasileira, é correto afirmar o seguinte:<br />

a) Pertence ao Parnasianismo, pois a ele não se pode dar uma interpretação lógica, em virtude de se fundamentar no<br />

não-conceitual da linguagem.<br />

b) Pertence ao Romantismo, já que o poeta dá ênfase à natureza, uma das características desse estilo.<br />

c) Pertence ao Simbolismo, pois nele se observa a preferência do autor pelos aspectos místicos e sobrenaturais.<br />

d) Pertence ao estilo parnasiano, pois o poeta descreve uma paisagem sem se integrar ao ambiente, ficando do lado<br />

“de fora”.<br />

e) Pertence ao Simbolismo, pois nele se observam versos impassíveis e a parcimônia no uso de metáforas e imagens.<br />

6. (Unaerp/SP) Assinale a opção que não se refere à estética do Parnasianismo:<br />

a) Temática da morte como elemento constante.<br />

b) Linguagem esmerada, fundamentada nos princípios dos clássicos.<br />

c) Valorização do soneto, entre os gêneros fixos.<br />

d) Tentativa de superação do sentimento romântico.<br />

e) Conteúdo suplantado pela perfeição da forma.<br />

7. (UEM/PR) Leia o trecho do romance O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e o poema de Olavo Bilac, a seguir:<br />

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.<br />

[...]<br />

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns após<br />

outros lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. As mulheres<br />

precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que<br />

elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo,<br />

ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando<br />

contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair<br />

sem tréguas.<br />

Aluízio de Azevedo. O cortiço<br />

Nel mezzo Del camin...<br />

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada<br />

E triste, e triste e fatigado eu vinha<br />

Tinha a alma de sonhos povoada,<br />

E a alma de sonhos povoada eu tinha...<br />

E paramos de súbito na estrada<br />

Da vida: longos anos, presa à minha<br />

A tua mão, a vista deslumbrada<br />

Tive da luz que teu olhar continha.<br />

Hoje, segues de novo... Na partida<br />

Nem o pranto os teus olhos umedece,<br />

Nem te comove a dor da despedida.<br />

E eu, solitário, volto a face, e tremo,<br />

Vendo o teu vulto que desaparece<br />

Na extrema curva do caminho extremo.<br />

Olavo Bilac. Poesias<br />

Obs.: O título, em italiano, significa “no meio do caminho”.<br />

Sobre o trecho do romance e o poema, o romance e o livro aos quais eles pertencem e a obra de seus autores,<br />

assinale o que for correto.<br />

a) No trecho do romance, destacam-se três características fundamentais do Realismo/Naturalismo:<br />

1. descrição impessoal e objetiva de ambientes e de personagens;<br />

2. caracterização de ambientes como forma de fornecer ao eleitor elementos que possibilitem a caracterização das<br />

personagens;<br />

3. caracterização de personagens como seres primitivos, guiados pelo instinto, de modo a acentuar-lhes a<br />

degradação que os aproxima de animais.<br />

b) No trecho do romance, destacam-se três características fundamentais do Parnasianismo:<br />

1. emprego de uma linguagem purista que marca a chamada “língua culta brasileira” até o advento do Modernismo;<br />

2. estilo objetivo e impessoal que revela uma maneira de escrever oposto à maneira romântica, marcada pela<br />

subjetividade, pela emotividade e pela idealização;


3. aceitação do princípio da “arte pela arte”, isto é, da arte como instrumento na luta por conquistas sociais, políticas,<br />

econômicas e religiosas.<br />

c) Tanto no trecho do romance quanto no poema, a linguagem empregada choca-se com a linguagem utilizada pelos<br />

escritores ligados à estética romântica. No romance de Aluísio Azevedo, a linguagem é objetiva, clara e impessoal; o<br />

léxico é concreto, a frase e o período são nítidos e a sintaxe é correta. No poema de Olavo Bilac, a linguagem é<br />

marcada pela clareza e pela lógica, apesar de adotar as inversões sintáticas como recurso fundamental na busca do<br />

português clássico e das rimas raras e perfeitas.<br />

d) Tanto o romance de Aluísio Azevedo quanto o poema de Olavo Bilac encerram uma das principais características<br />

do Naturalismo: o engajamento social. Trata-se dos textos engendrados de modo a demonstrar uma nítida<br />

preocupação com as classes sociais marginalizadas.<br />

e) Em relação ao trecho destacado e ao romance, pode dizer que:<br />

1. a personagem principal não é João Ramos, nem Bertoleza, nem Rita Baiana, nem Pombinha, mas sim o próprio<br />

cortiço. Aluísio Azevedo não monta o enredo em função de personagens; retrata um ambiente, fazendo que as<br />

personagens derivem dele;<br />

2. as situações são construídas de modo a privilegiar o exterior das personagens, seres guiados por forças instintivas,<br />

pressões do meio ou heranças biológicas ou psíquicas.<br />

f) Em relação ao poema, pode-se afirmar:<br />

1. trata-se de um soneto, construído em versos alexandrinos, com rimas cruzadas, classificadas como ricas;<br />

2. a idéia central do poema é o reencontro e a quase imediata separação de dois amantes;<br />

3. o cruzamento obtido pela inversão de termos nos dois primeiros versos da primeira estrofe e o jogo de inversões<br />

no último verso remetem ao movimento do encontro e da despedida dos amantes.<br />

8. (EEP/SP) Assinale a alternativa que contém a seqüência correta de V (verdadeiro) ou F (falso) com relação às<br />

afirmativas abaixo:<br />

a) O ponto mais alto e mais equilibrado da prosa realista brasileira acha-se na ficção de José de Alencar.<br />

b) A ficção machadiana constitui, pelo equilíbrio formal que atingiu, um dos caminhos permanentes da prosa<br />

brasileira na direção da profundidade e da universalidade.<br />

c) Aluízio Azevedo foi expoente de nossa ficção urbana nos moldes do Realismo.<br />

d) Parnasianismo é o estilo das camadas populares, das profissões liberais habituadas a conceber a poesia como um<br />

ótimo caminho para preencher o ócio no final do século passado.<br />

e) Álvares de Azevedo consagrou-se como o ”Poeta dos Escravos”, através de sua poesia Navio Negreiro.<br />

a) V, F, V, F, F<br />

b) F, V, V, F, F<br />

c) F, V, F, V, V<br />

d) V, V, V, F, F<br />

e) F, V, V, F, V<br />

Texto para a questão 9:<br />

[O poeta, tal como o ouvires]<br />

Torce, aprimora, alteia, lima<br />

A frase: e, enfim,<br />

No verso de ouro engasta a rima,<br />

Como um rubim.<br />

Olavo Bilac<br />

9. (Faculdades Oswaldo Cruz/SP) Assinale a afirmativa correta quanto aos versos e o movimento literário que<br />

representam.<br />

a) Quanto à temática, os parnasianos são abrangentes. Tudo é motivo de poesia.<br />

b) A poesia parnasiana não pretendia total impessoalidade.<br />

c) Os versos revelam um verdadeiro artesanato levado a efeito pelos poetas parnasianos.<br />

d) Os parnasianos valorizam o conteúdo, relegando a forma a um segundo plano.<br />

e) Os parnasianos são subjetivos e voltados para a espiritualidade.<br />

10. (UFLA/MG) Considere as informações seguintes para responder a esta questão.<br />

I. Os românticos vêem na natureza um refúgio seguro para suas dores, visto que os vícios da civilização não<br />

chegaram até ela.<br />

II. No Arcadismo, a paisagem bucólica era utilizada como cenário para os amores do poeta, mas permanecia<br />

impassível, indiferente às emoções que ele sentia.<br />

III. O escritor parnasiano é fascinado pela natureza. Privilegia o natural e o puro: altas montanhas, florestas,<br />

riachos, entre outros.<br />

IV. No Parnasianismo ocorrem temas objetivos baseados na natureza e na história, e o poeta anseia que é exterior e<br />

particularizado: vasos gregos, orgias gregas, bacanais latinos, cenas de batalhas etc.


Tendo em vista a abordagem da natureza nos estilos de época, a alternativa correta é:<br />

a) As afirmações I, II, III e IV estão corretas.<br />

b) Somente as afirmações I e II estão corretas.<br />

c) Somente as afirmações I e III estão corretas.<br />

d) Somente as afirmações I, II e IV estão corretas.<br />

e) Somente as afirmações II e III estão corretas.<br />

Texto para a questão 11:<br />

Quem escrevia e para quem se escreviam poemas no período antemodernista? O Parnasianismo é o estilo das camadas dirigentes, da<br />

burocracia culta e semiculta, das profissões liberais habituadas a conceber a poesia como “linguagem ornada”, segundo padrões já<br />

consagrados que garantam o bom gosto da imitação. Há um academismo íntimo veiculado à atitude espiritual do poeta parnasiano; atitude<br />

que tende a enrijecer-se nos epígonos, embora se dilua nas vozes mais originais. Os mesmos temas, as mesmas palavras, os mesmos ritmos<br />

confluem para criar uma tradição literária que age a priori ante a sensibilidade artística, limitando-lhe ao mesmo abolindo-lhe a<br />

originalidade.<br />

Alfredo Bosi<br />

epígonos: imitadores de um escritor.<br />

11. (MACK/SP) Assinale a alternativa correta sobre o texto lido.<br />

a) No texto, o termo antemodernista é utilizado para nomear a fase também conhecida como Pré-Modernismo.<br />

b) As observações de Alfredo Bosi trazem também implícita uma crítica à estética simbolista.<br />

c) A análise aponta traços de estilo literário considerados modelares pela geração de 1922.<br />

d) Descritivismo, formalismo e subjetividade romântica são traços da literatura antemodernista comentada pelo<br />

crítico.<br />

e) A concepção de poesia como linguagem enfeitada produziu obras pouco ou nada originais.<br />

12. (UFG-2008) Leia os poemas de Cora Coralina e Olavo Bilac.<br />

RIO VERMELHO<br />

IV<br />

Água - pedra.<br />

Eternidades irmanadas.<br />

Tumulto - torrente.<br />

Estática - silenciosa.<br />

O paciente deslizar,<br />

o chorinho a lacrimejar<br />

sutil, dúctil<br />

na pedra, na terra.<br />

Duas perenidades -<br />

sobreviventes<br />

no tempo.<br />

Lado a lado - conviventes,<br />

diferentes, juntas, separadas.<br />

Coniventes.<br />

Meu Rio Vermelho.<br />

(CORALINA, Cora. Melhores poemas. Seleção de Darcy França Denófrio. <strong>São</strong> Paulo: Global, 2004. p. 319. (Coleção Melhores<br />

poemas).<br />

Vocabulário:<br />

dúctil: dócil<br />

RIO ABAIXO<br />

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...<br />

Quase noite. Ao sabor do curso lento<br />

Da água, que as margens em redor alaga,<br />

Seguimos. Curva os bambuais o vento.<br />

Vivo há pouco, de púrpura, sangrento,<br />

Desmaia agora o ocaso. A noite apaga<br />

A derradeira luz do firmamento...<br />

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.<br />

Um silêncio tristíssimo por tudo


Se espalha. Mas a lua lentamente<br />

Surge na fímbria do horizonte mudo:<br />

E o seu reflexo pálido, embebido<br />

Como um gládio de prata na corrente,<br />

Rasga o seio do rio adormecido.<br />

(BILAC, Olavo. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo. <strong>São</strong> Paulo: Global, 2003. p. 71. (Coleção Melhores poemas).<br />

Vocabulário:<br />

ocaso: pôr-do-sol<br />

fímbria: orla, borda<br />

gládio: espada<br />

Tanto Cora Coralina, em "Rio vermelho", quanto Olavo Bilac, em "Rio abaixo, poetizam assuntos semelhantes. Os dois<br />

poemas, entretanto, diferenciam-se, respectivamente, por:<br />

a) linguagem coloquial do primeiro e linguagem anacrônica do segundo.<br />

b) caráter contido do primeiro e caráter intenso do segundo.<br />

c) tonalidade satírica do primeiro e tonalidade avaliativa do segundo.<br />

d) ênfase narrativista do primeiro e ênfase descritivista do segundo.<br />

e) registro regionalista do primeiro e registro universalista do segundo.<br />

SIMBOLISMO NO BRASIL<br />

1. (Unisinos/RS) O catarinense Cruz e Sousa é a grande expressão do Simbolismo brasileiro. Levando em conta a<br />

leitura de Broquéis (1893), leia as informações a seguir.<br />

I. Na estrofe a seguir, percebem-se nitidamente traços da estética simbolista, que enfatizam a sinestesia e a<br />

musicalidade a serviço da melancolia do poeta:<br />

Do imenso Mar maravilhoso, amargos,<br />

Marulhosos murmurem compungentes<br />

Cântivos virgens de emoções latentes,<br />

Do sol nos mornos, mórbidos letargos...<br />

Sonata<br />

II. Através da justaposição de frases nominais, o poeta evidencia a preocupação com a musicalidade — e não com o<br />

sentido — das palavras, que vibram sem conexão sintática, como se pode perceber na seguinte estrofe:<br />

Ah! lilases de Ângelus harmoniosos,<br />

Neblinas vesperais, crepusculares,<br />

Guslas gementes, bandolins saudosos,<br />

Plangências magoadíssimas dos ares...<br />

Ângelus<br />

III. A evasão religiosa é a única maneira que Cruz e Sousa encontra de sublimar sua condição negra e de filho de<br />

escravos, como se pode comprovar na estrofe a seguir:<br />

Por uma estrada de astros e perfumes<br />

A Santa Virgem veio ter comigo:<br />

Doiravam-lhe o cabelo claros lumes<br />

Do sacrossanto resplendor antigo.<br />

Aparição<br />

Das afirmações anteriores,<br />

a) apenas I está correta.<br />

b) apenas I e II estão corretas.<br />

c) apenas I e III estão corretas.<br />

d) apenas II e III estão corretas.<br />

e) I, II e III estão corretas.<br />

Instrução: Para responder às questões 2 e 3, ler o texto que segue.<br />

O estilo<br />

Cruz e Sousa<br />

O estilo é o sol da escrita. Dá-lhe eterna palpitação, eterna vida. Cada palavra é como que um tecido do organismo do período.<br />

No estilo há todas as gradações da luz, toda a escala dos sons.


O escritor é psicólogo, é miniaturista, é pintor — gradua a luz, tonaliza, esbate e esfuminha os longes da paisagem.<br />

Toda a força e toda a profundidade do estilo está em saber apertar a frase no pulso, domá-la, não a deixar disparar pelos<br />

meandros da escrita.<br />

O vocábulo pode ser música ou pode ser trovão, conforme o caso. A palavra tem a sua autonomia; e é preciso uma rara<br />

percepção estética, uma nitidez visual, olfativa, palatal e acústica, apuradíssima, para a exatidão da cor, da forma e para a<br />

sensação do som e do sabor da palavra.<br />

2. (PUC/RS) O texto expressa a visão de Cruz e Sousa acerca da habilidade necessária ao escritor no que se refere<br />

ao estilo ..., poema de sua autoria que abre a obra intitulada ..., pode ser considerado um exemplo de tais idéias.<br />

a) “Acrobata da dor” Missal<br />

b) “Vida obscura” Broquéis<br />

c) “Sorriso interior” Faróis<br />

d) “Violões que choram” Missal<br />

e) “Antífona” Broquéis<br />

3. (PUC/RS) O trecho sublinhado no texto pode ser associado à possibilidade de ..., própria da estética... .<br />

a) impessoalidade do artista parnasiana<br />

b) psicologização dos temas realista<br />

c) controle das sensações simbolista<br />

d) manifestação dos sentidos parnasiana<br />

e) reinvenção da linguagem simbolista<br />

Texto para a questão 4:<br />

Caminho<br />

Tenho sonhos cruéis; n’alma doente<br />

sinto um vago receio prematuro.<br />

Vou a medo na aresta do futuro,<br />

Embebido em saudades no presente... [...].<br />

Camilo Pessanha. Clepsidra.<br />

4. (UEPA/PA) Sobre a atitude do eu-lírico diante do mundo, desse excerto de poema do Simbolismo português, é<br />

correto afirmar que ele expressa:<br />

a) o saudosismo das glórias portuguesas do passado; uma forma de sebastianismo.<br />

b) o culto à modernidade, representada pelos grandes inventos do final do século XIX.<br />

c) a angústia existencial que marca a sua relação com o agora e o depois.<br />

d) a fusão entre o real e o ideal materializada pela palavra poética.<br />

e) a nítida harmonia entre o inconsciente (“os sonhos cruéis”) e o consciente (a realidade vivida).<br />

5. (UEL/PR) Leia a estrofe inicial, transcrita abaixo, do soneto Braços, do poeta simbolista Cruz e Sousa, e assinale<br />

a alternativa correta.<br />

Braços nervosos, brancas opulências,<br />

Brumais brancuras, fúlgidas brancuras,<br />

Alvuras castas, virginais alvuras,<br />

Lactescências das raras lactescências.<br />

a) O elemento descrito, os braços, torna-se fluido, na medida em que a descrição deles ocorre através de um<br />

processo de justaposição de imagens e de reiteração de adjetivos, que tenta fundir o concreto e o abstrato.<br />

b) Cruz e Sousa, nesse poema, ainda não conseguiu se afastar das influências do Romantismo, estética literária que<br />

antecede o Simbolismo, haja vista a descrição minuciosa e objetiva que faz dos braços femininos.<br />

c) A predominância do branco da descrição dos braços deixa entrever a valorização do homem branco e o preconceito<br />

contra o negro, traço marcante da poesia de Cruz e Sousa.<br />

d) Há uma gratuidade musical e imagística nessa estrofe do poema, pois a repetição de palavras sinônimas como<br />

“brancas”, “brancuras”, “alvuras” e “lactescências” e de sons como os das letras b e s não apresenta propriamente<br />

um sentido, mas se transforma em mero jogo lingüístico.<br />

e) Há a tentativa de descrição precisa e clara dos braços, o que pode ser observado na enumeração sucessiva de<br />

adjetivos usados para caracterizá-los.


Texto para a questão 6:<br />

Dentre o chorar dos trêmulos violinos<br />

por entre os sons dos órgãos soluçantes<br />

sobem nas catedrais os neblinantes<br />

incensos vagos, que recordam hinos.<br />

Cruz e Sousa<br />

6. (Faculdades Oswaldo Cruz/SP) Assinale a alternativa incorreta em relação aos versos.<br />

a) Ao simbolista, agrada-lhe a aliteração, isto é, a repetição de um fonema para maior sonoridade.<br />

b) A musicalidade, tão cara aos simbolistas, está sugerida nos versos em que a sensação acústica predomina.<br />

c) O simbolista tenta negar a matéria e busca a ascese ou ascensão espiritual.<br />

d) O místico e litúrgico denotam-se através de vocábulos como: catedrais — incensos — hinos.<br />

e) Os versos pertencem ao poema Antífona, do livro Missal, marco do Simbolismo no Brasil.<br />

(UFU/MG) Texto para a questão 7:<br />

Não vês aquele velho respeitável,<br />

Que, à muleta encostado,<br />

Apenas mal se move e mal se arrasta?<br />

Oh! Quanto estrago não lhe fez o tempo,<br />

O tempo arrebatado,<br />

Que o mesmo bronze gasta!<br />

[...]<br />

Assim também serei, minha Marília,<br />

Daqui a poucos anos,<br />

Que o ímpio tempo para todos corre.<br />

Os dentes cairão, e os meus cabelos.<br />

Ah! Sentirei os danos,<br />

Que evita só quem morre.<br />

Tomás Antônio Gonzaga<br />

Como os salmos dos celestiais Evangelhos,<br />

Os sonhos que eu amei hão de acabar,<br />

Quando o meu corpo, trêmulo, dos velhos<br />

Nos gelados outonos penetrar.<br />

O rosto encarquilhado e as mão já frias,<br />

Engelhadas, convulsas, a tremer,<br />

Apenas viverei das nostalgias<br />

Que fazem para sempre envelhecer.<br />

Cruz e Sousa<br />

7. Faça uma leitura comparativa entre os textos acima apresentados e marque a alternativa INCORRETA:<br />

a) Nas estrofes, há um jogo temporal: os poetas trabalham com verbos nos tempos presente, pretérito e futuro.<br />

Contudo, a angústia da ação do tempo está projetada no futuro, antevendo os “estragos” que a passagem do<br />

tempo vai causar.<br />

b) Os versos de Tomás Antônio Gonzaga são mais claros e objetivos, enquanto a linguagem de Cruz e Sousa é mais<br />

sugestiva, como ocorre na expressão metafórica “gelados outonos”, da primeira estrofe.<br />

c) Ainda que o tema seja de cunho metafísico — a efemeridade da vida —, os poetas acentuam os efeitos físicos da<br />

passagem do tempo. Em Cruz e Sousa, isso fica mais evidente na segunda estrofe.<br />

d) Ambos os excertos têm como tema a angustiosa consciência da passagem do tempo e seus efeitos nefastos sobre<br />

as pessoas. Tomás Antônio Gonzaga e Cruz e Sousa expressam-se em um mesmo estilo literário.<br />

(UFMA/MA) Texto para a questão 8:<br />

Violões que choram...<br />

Ah! Plangentes violões dormentes, mornos,<br />

Soluços ao luar, choros ao vento...<br />

Tristes perfis, os mais vagos contornos,<br />

Bocas murmurejantes de lamento.


Noites de além, remotas, que eu recordo.<br />

Noites da solidão, noites remotas<br />

Que nos azuis da fantasia bordo,<br />

Vou constelando de visões ignotas.<br />

Sutis palpitações à luz da Lua,<br />

Anseio dos momentos mais saudosos,<br />

Quando lá choram na deserta rua<br />

As cordas vivas dos violões chorosos.<br />

Quando os sons dos violões vão soluçando,<br />

Quando os sons dos violões nas cordas gemem,<br />

E vão dilacerando e deliciando,<br />

Rasgando as almas que nas sombras tremem. [...]<br />

Cruz e Sousa<br />

Violoncelo<br />

Chorai, arcadas<br />

Do violoncelo!<br />

Convulsionadas,<br />

Pontes aladas<br />

De pesadelo...<br />

De que esvoaçam,<br />

Brancos, os arcos...<br />

Por baixo passam,<br />

Se despedaçam,<br />

No rio, os barcos.<br />

Fundas, soluçam<br />

Caudais de choro...<br />

Que ruínas, (ouçam)!<br />

Se se debruçam,<br />

Que sorvedouro!...<br />

Trêmulos astros...<br />

Solidões lacustres...<br />

— Lemes e mastros...<br />

E os alabastros<br />

Dos balaústres!<br />

Urnas quebradas!<br />

Blocos de gelo...<br />

— Chorai, arcadas,<br />

Despedaçadas,<br />

Do violoncelo.<br />

Camilo Pessanha<br />

8. Da leitura desses poemas é correto afirmar que:<br />

a) ambos são simbolistas, uma vez que procuram expressar as imagens captadas pela visão e pela audição,<br />

fundindo-as num lamento choroso musical.<br />

b) o primeiro poema é simbolista e o segundo, romântico, ainda que versem sobre a mesma idéia, centrada no<br />

soluçar musical dos violões/violoncelo.<br />

c) ambos são simbolistas, pois procuram caracterizar o “eu-lírico” com o espírito anárquico da rebeldia e do<br />

inconformismo.<br />

d) o primeiro poema é simbolista e o segundo, romântico, haja vista o tom melodioso e nacionalista do “eu-lírico” que<br />

canta seu choro pungente.<br />

e) ambos são simbolistas, dada a obediência à métrica e ao verso rimado, o que os caracteriza como os maiores<br />

representantes do movimento, tanto no Brasil, quanto em Portugal.<br />

9. (UEPA/PA) Sobre Alphonsus de Guimaraens, afirma Alfredo Bosi, na História concisa da literatura brasileira, “[...]<br />

foi o poeta de um só tema: a morte da amada”.<br />

Essa obsessão faz a natureza cúmplice permanente de suas dores, como se vê na seguinte estrofe desse poema:<br />

a) “Ontem, à meia-noite, estando junto<br />

A uma igreja, lembrei-me de ter visto<br />

Um velho que levava às costas isto:<br />

Um caixão de defunto.”


) “Espectros que têm voz, sombras que têm tristezas<br />

Perseguem-me: e acompanho os apagados traços<br />

De semblantes que amei fora da natureza.”<br />

c) “E o sino canta em lúgubres responsos 1<br />

Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!<br />

d) “O olhar feto no chão, como desfeito<br />

Em sangue, o velho, sem me olhar segura,<br />

E ouvir-lhe a única frase que dizia:<br />

Vou levando o meu leito.”<br />

e) “Hão de chorar por ela os cinamomos 2<br />

Murchando as flores ao tombar do dia.<br />

Dos laranjais hão de cair os pomos 3 ,<br />

Lembrando-se daquela que os colhia.”<br />

1. Responsos: versículos;<br />

2. Cinamomos: jasmineiros;<br />

3. Pomos: frutos.<br />

Texto para a questão 10:<br />

“Eu escutei uma luz quadrada<br />

Eu chorei uma fogueira congelada<br />

Eu cheirei uma música molhada.”<br />

10. (UNISANTA/SP) Nesses versos de Marino Netto, do poema Ironia, há forte marca de sinestesia. Assinale a<br />

alternativa que contenha esse mesmo tipo de figura no trecho sublinhado.<br />

a) “Brancas sonoridades de cascatas...”<br />

b) “Chorei bilhões de vezes com a canseira/ De inexorabilíssimos trabalhos!<br />

c) “Um sopro, uma sombra, um nada, tudo lhe dava febre.”<br />

d) “Última flor do Lácio, inculta e bela.”<br />

e) “Os sinos chamam para o amor.”<br />

11. (Unisanta-Santos/SP) Relacione as características a seguir com a escola literária e assinale a alternativa que<br />

contenha a associação correta:<br />

(1) verdades do mundo subconsciente<br />

(2) efemeridade<br />

(3) mal do século<br />

(4) obsessão pela gramaticidade<br />

(5) lócus amoenus<br />

( ) Simbolismo<br />

( ) Arcadismo<br />

( ) Parnasianismo<br />

( ) Romantismo<br />

( ) Barroco<br />

a) 3 — 5 — 1 — 2 — 4<br />

b) 2 — 3 — 1 — 4 — 5<br />

c) 3 — 4 — 5 — 1 — 2<br />

d) 2 — 3 — 5 — 4 — 1<br />

e) 1 — 5 — 4 — 3 — 2<br />

12. (UEL/PR) Elevação espiritual, amplo emprego de sinestesias e criação de paisagens oníricas estão na base da<br />

poesia do autor de:<br />

a) Espumas flutuantes.<br />

b) Segundos cantos.<br />

c) Lira dos vinte anos.<br />

d) Broquéis.<br />

e) Primaveras.


PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL<br />

1. (UEL/PR) Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo.<br />

a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de<br />

prefiguração das inovações temáticas e lingüísticas do Modernismo.<br />

b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande<br />

influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia.<br />

c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos<br />

primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil.<br />

d) Euclides da Cunha, com a obra Os sertões, ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para<br />

fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira.<br />

e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem<br />

empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor.<br />

2. (PUC/RS) A produção poética da transição do século XIX para o XX evidencia duas tendências principais: uma que<br />

rejeita formalmente o Romantismo, outra que busca a genuína expressão poética. Registra-se ainda, na época, o caso<br />

isolado do poeta ..., cuja reduzida produção caracteriza-se pela imagem ... e, ao mesmo tempo, ... .<br />

a) Alphonsus de Guimarães — subjetiva — plástica<br />

b) Augusto dos Anjos — cientificista — corrosiva<br />

c) Eduardo Guimaraens — erudita — sugestiva<br />

d) Augusto dos Anjos — impressionista — sonora<br />

e) Alphonsus de Guimaraens — cientificista — grotesca<br />

Texto para as questões 3 e 4:<br />

Psicologia de um vencido<br />

Eu, filho do carbono e do amoníaco,<br />

Monstro de escuridão e rutilância,<br />

Sofro, desde a epigênese da infância,<br />

A influência má dos signos do zodíaco.<br />

Profundissimamente hipocondríaco,<br />

Este ambiente me causa repugnância...<br />

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia<br />

Que se escapa da boca de um cardíaco.<br />

Já o verme — este operário das ruínas —<br />

Que o sangue podre das carnificinas<br />

Come, e à vida em geral declara guerra,<br />

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,<br />

E há de deixar-me apenas os cabelos,<br />

Na frialdade inorgânica da terra!<br />

3. (UFAM/AM) O poema é um dos mais conhecidos da literatura brasileira. Pelo uso de palavras científicas, pelo tom<br />

pessimista e pelos aspectos repugnantes que apresenta, pode-se identificar facilmente seu autor. Ele é:<br />

a) Cesário Verde.<br />

b) Olavo Bilac.<br />

c) Alberto de Oliveira.<br />

d) Augusto dos Anjos.<br />

e) Cruz e Sousa.<br />

4. (UEL/PR) Em relação ao poema de Augusto dos Anjos, assinale a alternativa incorreta.<br />

a) O elemento verme, que aparece no poema como sinônimo de morte, revela os traços modernistas de Augusto dos<br />

Anjos. O poeta, assim como Manuel Bandeira, usa com freqüência a imagem do verme para refletir sobre a<br />

inutilidade da vida humana, cujo único fim é servir de alimento a “este operário das ruínas”.<br />

b) A expressão “filho do carbono e do amoníaco”, presente no primeiro verso do poema, revela a preocupação do<br />

sujeito lírico em tentar definir o “eu”, o qual, na poesia de Augusto dos Anjos, figura como um mistério originado a<br />

partir da fusão de todas as energias do universo.


c) O vocabulário científico presente no poema — carbono, amoníaco, epigênese —, ainda que lembre o evolucionismo<br />

naturalista, revela a problemática existencial, que se afasta do cientificismo, na medida em que revela uma<br />

profunda angústia diante da fatalidade humana. Tal aspecto pode ser observado nas duas últimas estrofes, o que<br />

nos permite aproximar Augusto dos Anjos da poesia simbolista.<br />

d) Os dois últimos versos da primeira estrofe, “Sofro, desde a epigênese da infância / A influência más dos signos do<br />

zodíaco”, tematizam a miséria da existência humana desde o momento de sua constituição mais elementar,<br />

epigênese. O homem, assim, se encaminha, gradativamente, para a destruição implacável, para a “frialdade<br />

inorgânica da terra”, habitada apenas pelo verme.<br />

e) O título do poema, “Psicologia de um vencido”, sintetiza a vivência de asco e terror do eu-lírico diante de um<br />

mundo doente, “profundissimamente hipocondríaco”. Tal fato pode ser observado pelo contraste estabelecido<br />

entre o eu e o mundo nos três últimos versos da segunda estrofe: “Este ambiente me causa repugnância... /<br />

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia / Que me escapa da boca de um cardíaco”.<br />

5. (UFAM/AM) Uma das características marcantes da poesia de Augusto dos Anjos é:<br />

a) a nostalgia em relação aos mitos gregos, os quais utilizou abundantemente.<br />

b) o disfarce de pastor em meio a ninfas que povoam uma natureza artificial.<br />

c) o Parnasianismo ortodoxo: rigor formal e impassibilidade marmórea.<br />

d) a intensa religiosidade, misturada à busca da musicalidade simbolista.<br />

e) o emprego de muitas palavras tomadas de empréstimo às ciências.<br />

6. (EEP/SP)<br />

A descrição minuciosa da terra, do homem e da luta situa ..., de pleno direito, no nível da cultura científica e histórica ... faz<br />

geografia humana e sociologia como um espírito atilado poderia fazê-las no começo do século, em nosso meio intelectual,<br />

então avesso à observação demorada e à pesquisa pura.<br />

Alfredo Bosi<br />

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:<br />

a) Um certo Capitão Rodrigo — Érico Veríssimo<br />

b) Ubirajara — José de Alencar<br />

c) Macunaíma — Mário de Andrade<br />

d) Os sertões — Euclides da Cunha<br />

e) <strong>São</strong> Jorge dos Ilhéus — Jorge Amado<br />

(FAE-<strong>São</strong> João da Boa Vista/SP) Texto para as questões 7 a 9:<br />

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo<br />

também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se vêem na humilhante<br />

contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país,<br />

os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se,<br />

diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere<br />

a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.<br />

O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam em favor de sua idéia, pede vênia para lembrar que a<br />

língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a<br />

emancipação política do país requer como complemento e conseqüência a sua emancipação idiomática.<br />

Demais, Senhores Congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima, aglutinante, é verdade, mas a que o polissintetismo dá<br />

múltiplas feições de riqueza, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação com a nossa natureza e<br />

adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos que aqui viveram e ainda vivem,<br />

portanto possuidores da organização fisiológica e psicológica para que tendemos, evitando-se dessa forma as estéreis<br />

controvérsias gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma língua de outra região à nossa organização cerebral e ao<br />

nosso aparelho vocal — controvérsias que tanto impedem o progresso da nossa cultura literária, científica e filosófica.<br />

Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida e cônscio de que a<br />

Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade.<br />

P. e E. deferimento.<br />

Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.<br />

7. Policarpo, autor da petição, chama de “proprietários da língua” os:<br />

a) gramáticos.<br />

b) escritores.<br />

c) autores.<br />

d) portugueses.


8. A argumentação fundamental do texto é de natureza:<br />

a) ecológica.<br />

b) filosófica.<br />

c) política.<br />

d) fisiológica.<br />

9. Considerando-se a obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, pode-se afirmar que ela:<br />

a) apresenta características de um realismo documental, enquanto representação de uma sociedade bem localizada<br />

em seus tipos sociais, na sua circunstância histórica e ambiental.<br />

b) insere o caráter quixotesco de personagem central, sem sua trágica solidão, numa vertente intimista.<br />

c) prenuncia o romance experimental, colocando em xeque a própria representação ficcional e alterando as direções<br />

da técnica narrativa de seu tempo.<br />

d) mostra a crise de uma personagem que não tem nenhum meio para se comunicar com os outros.<br />

10. (UFAM/AM) Assinale o item que NÃO expressa a verdade sobre Os sertões, de Euclides da Cunha:<br />

a) Uma família de retirantes, acompanhada por uma cadela, foge da seca, indo dos sertões para a cidade grande.<br />

b) Compõe-se de três partes: “A terra”, “O homem” e “A luta”.<br />

c) Apresenta, de um lado, a origem do banditismo e, de outro, a propensão para o misticismo.<br />

d) Apresenta a morte, por decapitação, de Antônio Conselheiro, cuja cabeça foi exposta para a multidão.<br />

e) O local dos acontecimentos é Canudos, onde uma pequena e miserável comunidade se rebela.<br />

11. (UFAM/AM) Colocado entre os narradores regionais brasileiros, teve grande fama devido ao êxito de Urupês, um<br />

livro cujo protagonista imediatamente passou à condição de símbolo do “caipira” brasileiro, mas símbolo de uma<br />

condição humana de miséria e atraso. De que autor e de que personagem estamos falando?<br />

a) Monteiro Lobato e Ricardo Coração-dos-Outros.<br />

b) Lima Barreto e Policarpo Quaresma.<br />

c) Monteiro Lobato e Jeca Tatu.<br />

d) Lima Barreto e Ricardo Coração-dos-Outros.<br />

e) Monteiro Lobato e Policarpo Quaresma.<br />

12. (MACK/SP) A estrofe que não apresenta elementos típicos da produção poética de Augusto dos Anjos é:<br />

a) “Eu, filho do carbono e do amoníaco,<br />

Monstro de escuridão e relutância,<br />

Sofro, desde a epigênese da infância,<br />

A influência má dos signos do zodíaco.”<br />

b) “Se a alguém causa inda pena a tua<br />

[chaga,<br />

Apedreja a mão vil que te afaga,<br />

Escarra nessa boca que te beija!”<br />

c) “Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.<br />

Meu Deus! E este morcego! E, agora vede:<br />

Na bruta ardência orgânica da sede,<br />

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.”<br />

d) “Beijarei a verdade santa e nua,<br />

Verei cristalizar-se o sonho amigo...<br />

Ó minha virgem dos errantes sonhos,<br />

Filha do céu, eu vou amar contigo!”<br />

e) “Agregado infeliz de sangue e cal,<br />

Fruto rubro de carne agonizante,<br />

Filho da grande força fecundante<br />

De minha brônzea trama neuronial.”<br />

13. (PUC/RS) Associar a “Consciência humana” à imagem de um “morcego”, assim como fazer poesia sobre o<br />

“verme”, ou afirmar que o homem, por viver “entre as feras”, também sente necessidade “de ser fera” são algumas<br />

das imagens poéticas de ... . Apesar das críticas contundentes de que foi alvo, o poeta, muito distante da obsessão ...<br />

pela forma, ou da sugestão das imagens ..., já revelava, a seu tempo, elementos de modernidade.<br />

a) Cruz e Sousa — simbolista — parnasianas<br />

b) Augustos dos Anjos — parnasiana — simbolistas


c) Alphonsus de Guimaraens — parnasiana — realistas<br />

d) Cruz e Sousa — romântica — parnasianas<br />

e) Augusto dos Anjos — simbolista — parnasianas<br />

14. Responda ao que se pede.<br />

a) Quais são os principais escritores e obras do Pré-Modernismo brasileiro, em prosa e em poesia?<br />

b) Qual o principal traço cultural característico do Brasil no início do século, isto é, da época denominada Primeira<br />

República? Mencione alguns dos acontecimentos político-sociais que marcaram o período:<br />

15. Leia atentamente as afirmações a seguir:<br />

I. <strong>Literatura</strong> “sorriso da sociedade” (1900-1922): “Uma literatura satisfeita, sem angústia formal, sem rebelião nem<br />

abismos. Sua única mágoa é não parecer de todo européia, seu esforço mais tenaz é conseguir pela cópia e<br />

equilíbrio e a harmonia, ou seja, o academicismo”.<br />

Antônio Candido e J. Aderaldo Castelo<br />

II. “Só depois da guerra, essa literatura, que recebia estímulo de um recente passado, iria ceder aos golpes de uma<br />

radical revisão de valores. Antes do grande conflito, é sabido que vivíamos ainda no século XIX, moralmente<br />

tranqüilos e assentados em condições sociais e morais, cuja fragilidade e progressiva deterioração já na velha<br />

Europa haviam demonstrado algumas inteligências mais lúcidas ou mais agônicas. Quando chegaram ao Brasil os<br />

primeiros ecos do fascismo e do comunismo, abalando os fundamentos de nosso provinciano liberalismo; quando<br />

os vários mitos filosóficos e artísticos que liquidaram a belle époque passaram a sacudir nossos intelectuais, aí<br />

então convém falar de um fim do Pré-Modernismo.”<br />

Alfredo Bosi<br />

III. Com abordagens e estilos próprios, específicos, os prosadores pré-modernistas se aproximam por anunciar a<br />

grande temática que ocupará nossa primeira geração modernista: a redescoberta dos valores brasileiros, por<br />

meio de um nacionalismo que muitas vezes retoma a vertente regionalista da literatura brasileira de modo<br />

crítico, polêmico, problematizador.<br />

IV. “Curioso, no mínimo, o que se passa com o poeta Augusto dos Anjos. Reconhecidamente, poeta difícil, muito<br />

complexo, vocabulário, a exigir conhecimento ora puramente científicos, ora filosóficos, para justa e ampla<br />

compreensão de seus escritos, poetas cujos versos acabam resultando, por vezes, herméticos e de sofrida<br />

‘tradução’, este mesmo poeta acaba se transformando em escritor dos mais conhecidos, muito lido, e, aqui o<br />

mais surpreendente, ‘decorado’, declamado pelo público leitor (ou não).”<br />

Ivan Cavalcanti Proença<br />

Está(ão) correta(s):<br />

a) apenas a I e a II.<br />

b) a I, a II e a III.<br />

c) apenas a IV.<br />

d) todas.<br />

e) nenhuma.<br />

16. (PUC/RS)<br />

“Triste a escutar, pancada por pancada,<br />

A sucessividade dos segundos,<br />

Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos,<br />

O choro da energia abandonada”.<br />

A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjo, como exemplifica a estrofe, a forte presença de uma dimensão:<br />

a) niilista.<br />

b) patológica.<br />

c) cósmica.<br />

d) estética.<br />

e) metafísica.<br />

Texto para a questão 17:<br />

“[...] é preciso não esquecer que o major, depois de trinta anos de meditação patriótica, de estudos e reflexões, chegava<br />

agora ao período de frutificação. A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro país do mundo e o seu grande<br />

amor à Pátria eram agora ativos e impeliram-no a grandes cometimentos. Ele sentia dentro de si impulsos imperiosos de<br />

agir, de obrar e de concretizar suas idéias. Eram pequenos melhoramentos, simples toques, porque em si mesma (era a<br />

sua opinião), a grande Pátria do Cruzeiro só precisava de tempo para ser superior à Inglaterra.”


17. (UFPB/PB) Os “grandes cometimentos” do major Quaresma se deram em três níveis: cultural, agrícola e<br />

político.<br />

a) Para cada um desses níveis, relacione um projeto de Quaresma, visando a esses “pequenos melhoramentos” que a<br />

“Pátria do Cruzeiro” estava a precisar.<br />

b) Saliente o que pretendia Policarpo Quaresma com a realização desses projetos por você relacionados.<br />

18. (EEP/SP) Dentre as alternativas abaixo, aquela que se relaciona ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma<br />

é:<br />

a) O autor não trata exatamente da caricatura do patriota ingênuo, ridículo em sua insistência pelo ideal, mas através<br />

dela, da caricatura da pátria que ele julgava existir.<br />

b) Major Quaresma pode ser comparado a Dom Quixote, pois os dois personagens não demonstram senso de<br />

realidade prática e se perdem na busca de suas amadas.<br />

c) No desfecho do livro, major Quaresma é condecorado com uma medalha por suas atitudes nobres e superiores<br />

demonstradas ao defender o governo de Floriano Peixoto.<br />

d) A simplicidade da linguagem, sua aproximação da fala cotidiana e a ironia serviram a Alcântara Machado, neste<br />

livro, para denunciar as injustiças e arbitrariedades cometidas no Brasil pós-republicano.<br />

e) Major Quaresma contava com 3 projetos para melhorar o Brasil: transformar em tupi-guarani a nossa língua<br />

oficial; desenvolver nossa agricultura com auxílio de implementos importados; e apoiar Floriano Peixoto na Revolta<br />

da Armada de 1895.<br />

Texto para a questão 19:<br />

“[...] E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos crescidos até os ombros, barba inculta e longa; face escaveirada; olhar<br />

fulgurante; monstruoso, dentro de um hábito azul de brim americano; abordoado ao clássico bastão em que se apóia o passo<br />

tardo dos peregrinos.<br />

É desconhecida a sua existência durante tão longo período. Um velho caboclo, preso em Canudos nos últimos dias da<br />

campanha, disse-me algo a respeito, mas vagamente, sem precisar datas, sem pormenores característicos. Conhecera-o nos<br />

sertões de Pernambuco, um ou dois anos depois da partida do Crato”.<br />

19. (MACK/SP) Com relação à obra de que se extraiu o fragmento acima, é incorreto afirmar que:<br />

a) apresenta cenário e paisagem idealizados por se tratar de um texto de cunho romântico.<br />

b) trata da campanha de Canudos e dos contrastes entre o Brasil à beira do Atlântico e um outro, do sertão<br />

nordestino.<br />

c) denuncia o extermínio de milhares de pessoas no interior baiano pelo exército nacional.<br />

d) contém uma visão de mundo determinista, influenciada pelas idéias de Hypolite Taine.<br />

e) constrói um grande painel do sertão nordestino, dividindo-se em três partes — A terra, O homem, A luta.<br />

Texto para a questão 20:<br />

Versos íntimos<br />

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável<br />

Enterro de tua última quimera.<br />

Somente a Ingratidão — esta pantera —<br />

Foi tua companheira inseparável!<br />

Acostuma-se à lama que te espera!<br />

O Homem que, nesta terra miserável,<br />

Mora entre feras, sente inevitável<br />

Necessidade de também ser fera.<br />

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!<br />

O beijo, amigo, é a véspera do escarro.<br />

A mão que afaga é a mesma que apedreja.<br />

Se a alguém causa inda pena a tua chaga<br />

Apedreja essa mão vil que te afaga.<br />

Escarra nessa boca que te beija!<br />

Antologia poética de Augusto dos Anjos.<br />

Rio de Janeiro, Ediouro.


20. A respeito do texto lido, assinale a alternativa incorreta:<br />

a) Como se percebe em Versos íntimos, uma das principais características da poesia de Augusto dos Anjos é a<br />

multiplicidade de estilos tradicionais, isto é, aqueles desenvolvidos até o século XIX, combinada com fortes<br />

elementos que anunciam o Modernismo, iniciado no século XX.<br />

b) No poema, percebe-se a coexistência entre elementos da tradição, predominantes na estrutura formal, e<br />

elementos de modernidade, identificados no tipo de temática abordada e em recursos como o uso de um tom de<br />

oralidade e de expressões prosaicas no contexto poético.<br />

c) Trata-se de um texto cujas imagens desoladoras realçam o que há de vil e sórdido na condição humana,<br />

enfatizando o grotesco da solidão e da animalidade da convivência social. Por essa razão, tais imagens podem ser<br />

associadas com o Expressionismo literário.<br />

d) Trata-se de um texto do Pré-Modernismo: momento de transição entre a tradição literária (século XIX) e sua<br />

ruptura radical, que inaugura o Modernismo (século XX), e que tem em Augusto dos Anjos o seu único grande<br />

poeta.<br />

e) Iniciado por volta de 1902, com a publicação de Os sertões, de Euclides da Cunha, e terminado em 1922, com a<br />

Semana de Arte Moderna, o Pré-Modernismo é um estilo literário com traços estéticos específicos e recorrentes em<br />

todos os seus autores, como mostra o poema de Augusto dos Anjos.<br />

Texto para a questão 21:<br />

Itaoca é uma grande família com presunção de cidade, espremida entre montanhas, lá nos confins do Judas, precisamente no<br />

ponto onde o demo perdeu as botas. Tão isolada vive do resto do mundo, que escapam à compreensão dos forasteiros muitas<br />

palavras e locuções de uso local, puros itaoquismos. Entre eles este, que seriamente impressionou um gramático em trânsito<br />

por ali: Maria, dá cá o pito!<br />

Usado em sentido pejorativo para expressar decepção ou pouco caso, e aplicado ao próprio gramático, mal descobriram que<br />

ele era apenas isso e não “influência política”, como o supunham, descreve-se aqui o fato que lhe deu origem. E pede-se<br />

perdão aos gramaticões de má sorte pelo crime de introduzir a anedota na tão sisuda quão circunspecta ciência de torturar<br />

crianças e ensandecer adultos.<br />

Monteiro Lobato. Cidades mortas.<br />

<strong>São</strong> Paulo, Brasiliense, 1972.<br />

21. (UCDB/MS) O narrador:<br />

a) vê de forma irreverente a gramática e os gramáticos.<br />

b) revela o despreparo dos habitantes de Itaoca no uso do idioma.<br />

c) critica os habitantes de Itaoca pelo uso de regionalismos.<br />

d) apresenta Itaoca como uma pequena cidade que, por sua localização, atrai visitantes.<br />

e) submete-se às normas gramaticais, daí sentir-se constrangido por usar expressões coloquiais.<br />

Instrução: Para responder à questão 22, ler os trechos que seguem.<br />

“As forças que trabalham a terra atacam-na na contextura íntima e na superfície, sem intervalos na ação demolidora,<br />

substituindo-se, com intercadência invariável, nas duas estações únicas da região.”<br />

“Adstrita às influências que mutuam, em graus variáveis, três elementos étnicos, a gênese das raças mestiças do Brasil é um<br />

problema que por muito tempo ainda desafiará o esforço dos melhores espíritos.”<br />

“O caso é original e verídico. Evitando as vantagens de uma arrancada noturna, os sertanejos chegavam com o dia e<br />

anunciavam-se de longe. Despertavam os adversários para a luta.”<br />

22. (PUC/RS) Os trechos pertencem à obra Os sertões, de Euclides da Cunha, sobre a qual é correto afirmar que:<br />

a) apresenta uma visão otimista da Guerra de Canudos.<br />

b) salienta a importância da integração do imigrante à vida brasileira.<br />

c) conta a história do herói Antônio Conselheiro até o dia de sua rendição.<br />

d) desfigura a posição marginal do sertão nordestino.<br />

e) constitui marco decisivo para o engajamento social da literatura brasileira.<br />

23. (UFAM/AM) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito de livros de três grandes escritores brasileiros.<br />

I. O jovem Sérgio narra, em primeira pessoa, seus anos de colégio e faz uma denúncia cruel e desesperada do<br />

autoritarismo do diretor Aristarco.<br />

II. O personagem Jeca Tatu, um caipira ou sertanejo apático e ignorante, obtuso e trapaceiro, acocorado sobre os<br />

calcanhares, é a imagem de um Brasil sem futuro.


III. É a dolorosa história de um empregado do Arsenal da Marinha a quem o ingênuo patriotismo leva,<br />

sucessivamente, ao manicômio, à prisão e à condenação à morte.<br />

As situações acima ilustram obras de:<br />

a) Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Joaquim Manuel de Macedo.<br />

b) Graça Aranha, Aluísio Azevedo e Machado de Assis.<br />

c) Raul Pompéia, Joaquim Manuel de Macedo e Machado de Assis.<br />

d) Raul Pompéia, Monteiro Lobato e Lima Barreto.<br />

e) Graça Aranha, Aluísio de Azevedo e Lima Barreto.<br />

24. (Unaerp/SP) Analise os trechos abaixo e relacione-os com o fato histórico por eles mostrados.<br />

I. “Stamos em pleno mar... Doudo no espaço brinca ao luar dourada borboleta.”<br />

II. “Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o<br />

vimos.”<br />

III. “(Pelos caminhos do mundo,<br />

nenhum destino se perde:<br />

Há os grandes sonhos dos homens,<br />

e a surda força dos vermes.)”<br />

IV. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.<br />

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o<br />

desempenho, a estatura corretíssima das organizações atléticas.”<br />

( ) Descobrimento do Brasil.<br />

( ) Guerra de Canudos.<br />

( ) Escravidão.<br />

( ) Inconfidência Mineira.<br />

a) II, IV, I, III<br />

b) IV, III, I, II<br />

c) III, II, I, IV<br />

d) I, II, III, IV<br />

e) II, III, I, IV<br />

25. (ITA/SP) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos<br />

romances O guarani, de José de Alencar, e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente:<br />

a) nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.<br />

b) idolatria nacionalista, derrotismo nacional.<br />

c) aversão ao colonizador, aversão ao progresso.<br />

d) aversão ao colonizador, derrotismo nacional.<br />

e) nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.<br />

26. (Unisinos/RS) A partir da leitura de Urupês (1918), de Monteiro Lobato, considere as seguintes afirmações:<br />

I. No conto Bucólica, as modificações na percepção do narrador sobre o ambiente acompanham a instabilidade dos<br />

ritmos naturais da vida da gente roceira. Após a chuva, tudo lhe parecia perfeito: “a vegetação toda a pingar o<br />

orvalho, bisbilhante de gotas que caem e tremelicam, sorri como em êxtase”. Contudo, ao deparar-se com o<br />

caboclo doente — “aquela maleita ambulante”, que destrói o solo com queimadas — e com a maldade bestial de<br />

Nhá Veva — “a peste papuda”, que mata de sede a filha aleijada —, o narrador mostra-se abatido: “Sol a pino.<br />

Desânimo, lassidão infinita”.<br />

II. De modo geral, o narrador dos contos, possuidor de uma perspectiva urbana, incorpora com fidelidade a fala e a<br />

sensibilidade das “criaturas simples” de quem ouve as histórias. Isso pode ser observado no trecho seguinte, de<br />

O mata-pau: “O camarada contou a história que para aqui traslado com a possível fidelidade. O melhor dela<br />

evaporou-se, a frescura, o correntio, a ingenuidade de um caso narrado por quem nunca aprendeu a colocação<br />

dos pronomes e por isso mesmo narra melhor que quantos por aí sorvem literaturas inteiras, e gramáticas, na<br />

ânsia de adquirir o estilo”.<br />

III. A idéia de decadência obcecava Lobato, dedicado a interpretar o arcaísmo da sociedade brasileira, pouco afeta<br />

aos ideais modernizantes por ele defendidos. Essa problemática aparece de variadas maneiras. Está presente<br />

tanto no retrato entre dramático e cômico da penúria financeira da tradicional família paulista de O comprador de<br />

fazendas, como na impiedosa descrição da letargia parasita do caboclo de Velha praga.<br />

Das afirmações acima:<br />

a) apenas I está correta.<br />

b) apenas I e II estão corretas.


c) apenas I e III estão corretas.<br />

d) apenas II e III estão corretas.<br />

e) I, II e III estão corretas.<br />

UFES – 2006<br />

URBANIZAÇÃO E ASPECTOS CULTURAIS<br />

A cidade sempre foi um signo que as artes – e a literatura em particular, desde o período barroco até os dias atuais –<br />

souberam interpretar. Desse modo, considere os textos a seguir citados e também os contextos históricos e literários<br />

aos quais eles pertencem, para responder às questões de n° 27 a 29.<br />

27. Cada alternativa abaixo apresenta um comentário a respeito de um dos textos acima ou da obra a que o texto<br />

pertence. O comentário Não se mostra verídico em<br />

a) No romance naturalista de Adolfo Caminha [texto XII], a relação homossexual entre o negro Amaro e o louro<br />

Aleixo termina de modo trágico, com a morte deste último.<br />

b) No conto “Pai contra mãe” [Texto XIII], de Machado de Assis, vem à tona, em dicção bem realista, a crueldade<br />

do sistema escravista, sendo o negro considerado uma mercadoria.<br />

c) Vocabulário e imagens que se aproximam de um tom feio, grotesco e animalizante são típicas da poesia do<br />

autor de EU [texto XIV], Augusto dos Anjos.<br />

d) Ao fim do conto de Guimarães Rosa [Texto XV], aparece um senhor que levará Miguilim à cidade, onde tratará<br />

da cegueira que acomete os desamparos habitantes do campo.<br />

e) O personagem de Luis Fernando Veríssimo [Texto XVI] é uma espécie de antipsicanalista, não tendo paciência<br />

para ouvir e interpretar os problemas de sua clientela.<br />

28. Cada alternativa abaixo apresenta comparação entre textos diversos. É CORRETO o que se afirma em<br />

a) A opção homossexual – como em Bom-Crioulo (Texto XII), de caminhada – é considerada doença em Os mortos<br />

estão no living, de Miguel Marvilha: “a atriz de teatro amador, entre gemidos stanislawskianos, atingia seu<br />

terceiro orgasmo consecutivo com a diretora de sua última peça”.<br />

b) A escravidão abordada em “Pai contra Mãe” (Texto XIII) é tema incomum na obra de Machado de Assis, mas se<br />

manifesta no conto “Noite de almirante”, que ficcionaliza a história de João Cândido, o “Almirante Negro”, líder<br />

da chamada Revolta da Chibata, no início do século XX.<br />

c) O efeito sonoro obtido pela repetição de um mesmo fonema – como o / t / em “A matilha espantada dos<br />

instintos!” (Texto XIV, de Augusto dos Anjos) – é um recurso comum também na poesia do simbolista Cruz e<br />

Souza, como no verso “Mas essa mesma algema de amargura”.<br />

d) O ambiente rural da narrativa rosiana (“Campo geral”, Texto XV) predomina também na peça Vestido de noiva,<br />

de Nelson Rodrigues, estando ausente, no entanto, das liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, e<br />

do romance <strong>São</strong> Bernardo, de Graciliano Ramos.<br />

e) A condição subalterna da mulher, ironizada no texto XVI de Luis Fernando Veríssimo, aparece nos poemas de A<br />

teus pés, cujo título antecipa a perspectiva feminista de Ana Cristina César, herdeira da proposta poética<br />

revolucionária de João Cabral, como de atesta em Auto do Frade.


29. Os textos abaixo destacados representam épocas diferentes e abordam, em seus respectivos enredos, o lado<br />

peculiar da violência que caracteriza oi mundo de seu tempo. Levando-se em consideração esses aspectos, é<br />

INCORRETO afirmar:<br />

a) O Capitão do Fim deixa entrever a violência da ocupação colonial pela fundação de uma nova capitania, que<br />

seria o Espírito Santo.<br />

b) “A Cartomante” narra a história de um triângulo amoroso no qual o homicídio resultante é uma violência usual<br />

na sociedade patriarcal brasileira do séc. XIX.<br />

c) Em Bom-Crioulo, o castigo das chibatadas e a referência à caça a escravos indicam uma exposta pelo tráfego de<br />

automóveis nas metrópoles, já nos meados do séc. XX.<br />

d) Em “Campo Geral” e <strong>São</strong> Bernardo há a presença manifesta da violência urbana incentivada pela propaganda do<br />

consumo.<br />

e) O conto “Feliz Ano Novo” fala da violência sem rodeios, podendo ser exemplificada pelo assassinato do<br />

personagem Bom Crioulo com “dezesseis tiros no quengo”.


GABARITO<br />

REALISMO E NATURALISMO NO BRASIL<br />

1. a) “Os olhos riam destilando uma lágrima de<br />

desejo; as narinas ofegavam; adejavam trêmulas por<br />

intervalos [...]; os lábios, animados de convulsões<br />

tetânicas, balbuciavam desafios, prometendo<br />

submissão de cadela e a doçura dos sonhos<br />

orientais”.<br />

b) Consiste na ênfase dada à entrega da personagem<br />

ao mundo dos sentidos, deixando-se possuir por ele.<br />

c) A contradição está no fato de a virgindade da<br />

personagem, sugerida por “vestal”, “donzela” e<br />

“inocente”, destoar de sua entrega ao desejo,<br />

percebida em “prostituição”, “himeneu” e<br />

“deturpação”<br />

2. B<br />

3. A<br />

4. C<br />

5. E<br />

6. E<br />

7. A<br />

8. a) O traço do Realismo-Naturalismo presente na<br />

passagem é a animalização do ser humano,<br />

decorrente do biologismo feroz que caracteriza esse<br />

estilo literário.<br />

b) “Nesse momento parava à porta da rua uma<br />

carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que<br />

vinha de casaca, trazer-lhe respeitosamente o<br />

diploma de sócio benemérito.<br />

Ele mandou que os conduzissem para a sala de<br />

visitas.”<br />

9. C<br />

10. B<br />

11. C<br />

12. D<br />

13. a) A degradação física dos ambientes ocupados<br />

por Amaro (a corveta onde servia como gajeiro de<br />

proa e o quarto alugado no qual morava em terra)<br />

indicia a degradação moral por que ele iria passar.<br />

Embora tenha recebido das colegas de bordo o<br />

apelido de Bom-Crioulo, pela afabilidade de seu<br />

temperamento, os baixos instintos de Amaro são<br />

despertados pelo ambiente animalesco em que vive.<br />

b) No espaço do navio, Amaro conhece Aleixo, por<br />

quem nutre violenta paixão e a quem acaba<br />

assassinando. Quando passa a viver com o amante,<br />

no quarto do sótão alugado no sobrado de D. Carola,<br />

este envolve-se com a senhoria. Ao saber do<br />

ocorrido, Amaro o mata diante do sobrado.<br />

14. A<br />

15. E<br />

16. B<br />

17. C<br />

18. D<br />

19. E<br />

20. A<br />

21. E<br />

22. B<br />

23. E<br />

24. B<br />

25. E<br />

26. D<br />

27. C<br />

28. A<br />

29. E<br />

30. E<br />

31. E<br />

PARNASIANISMO NO BRASIL<br />

1. C<br />

2. D<br />

3. A<br />

4. B<br />

5. D<br />

6. A<br />

7. A<br />

8. B<br />

9. C<br />

10. D<br />

11. E<br />

12. B<br />

SIMBOLISMO NO BRASIL<br />

1. B<br />

2. E<br />

3. E<br />

4. C<br />

5. A<br />

6. E<br />

7. D<br />

8. A<br />

9. E<br />

10. A<br />

11. E<br />

12. D<br />

PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL<br />

1. B<br />

2. B<br />

3. D<br />

4. A<br />

5. E<br />

6. D<br />

7. D<br />

8. B<br />

9. A<br />

10. A<br />

11. C<br />

12. D<br />

13. B<br />

14. a) Em prosa, os principais escritores e obras<br />

pré-modernistas brasileiros são: Euclides da Cunha,<br />

com “Os sertões”; Lima Barreto, com “Triste fim de<br />

Policarpo Quaresma”; Monteiro Lobato, com<br />

“Urupês”; Graça Aranha, com “Canaã”. Em poesia,<br />

temos Augusto dos Anjos, com a obra “Eu”.<br />

b) Trata-se do conflito entre “os dois brasis”: o poder<br />

versus a urbanização, a imaginação, o crescimento<br />

industrial e as revoltas sociais, que o questionavam.<br />

Alguns dos principais acontecimentos político-sociais<br />

que marcaram o período são a Guerra de Canudos, a<br />

Revolta contra a vacina obrigatória, a Revolta da<br />

Chibata, as duas greves gerais de operários etc.

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