Plano de Pormenor da Intervenção na Margem Direita da Foz do ...

Departamento de Engenharia Civil
Plano de Pormenor da Intervenção na Margem Direita da Foz do Rio Jamor
Caracterização Biogeografia
Biogeografia
A Biogeografia tem por objectivo classificar a distribuição dos seres vivos na terra,
relacionando o meio físico com o biológico. Esta ciência procura, também, criar um modelo
tipológico hierárquico espacial. Este modelo é baseado nas tipologias biogeográficas, que
por sua vez assentam na distribuição de diferentes populações de plantas e unidades
geobotânicas (comunidades, complexos de comunidades, ecossistemas e biomas) (Costa et
al. 1998, Costa et al. 2002).
Segundo Costa et al. (2002) a zona em estudo apresenta a seguinte hierarquia
biogeográfica:
Reino Holártico
Região Mediterrânica
Sub-Região Mediterrânica Ocidental
Província Costeiro-Lusitano-Andaluza
SubProvíncia Portuguesa-Sadense
Sector Divisório Português
Subsector Oeste-Estremenho
Superdistrito Olissiponense
O Superdistrito Olissiponense é um território constituído por pequenas colinas (não
ultrapassando os 400m de altitude), muitas delas antigos cones vulcânicos. Situa-se no
andar termomediterrânico superior de ombroclima sub-húmido. Possui uma grande
variedade e riqueza geológica, observando-se margas, argilas, calcários e arenitos do
Cretácico, rochas eruptivas do complexo vulcânico Lisboa-Mafra (basaltos, dioritos,
andesitos) calcários e arenitos do Jurássico, arenitos, conglomerados e calcários brancos do
Paleogénico e arenitos e calcários margosos do Mio-Pliocénico. Alguns dos táxones
diferencias do do Superdistrito são: Asparagus albus, Acanthus mollis, Ballota nigra subsp.
foetida, Biarum galiani, Cachrys sicula, Capnophyllum peregrinum, Ceratonia siliqua,
Convolvulus farinosus, Erodium chium, Euphorbia transtagana, Euphorbia welwitschii,
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Halimium lasianthum, Orobanche densiflora, Ptilostemmon casabonae, Rhamnus oleoides,
Reichardia picroides e Scrophularia peregrina. O Omphalodes kuzinskyanae é endémico.
Nos vertisolos assinala-se a série do zambujeiro do Viburno tini-Oleetum sylvestris que por
degradação resulta no Asparago albi-Rhamnetum oleoidis e no arrelvado Carici depressae-
Hyparrhenietum hirtae. Também se observa sobrais do Asparago aphylli-Quercetum suberis
e Arisaro-Querceto broteroi, com as mesmas etapas regressivas do Oeste-Conimbrense. No
litoral a vegetação dunar é a mesma da parte meridional do Superdistrito Costeiro
Português. Destaca-se alguns dos táxones endémicos que ocorrem nas arribas marítimas
calcárias com a comunidade aero-halina Limonietum multiflori-virgati e o sabinal Querco-
Juniperetum turbinatae. Nas dunas encontra-se o Loto cretici-Ammophiletum, o Armerio
welwitschii-Crucianellietum e o Osyrio-Juniperetum turbinatae ) (Costa et al. 1998, Costa et
al. 2002).
Março de 2010
João Correia de Freitas
Licenciado em Arquitectura Paisagista
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Bibliografia
Costa, J. C. (1998). Biogeografia de Portugal Continental. Quercetea , 0-56.
Costa, J., Arsénio, P., Espirito Santo, D., Lousã, M., Capelo, J., & González, P. (2002).
Excursão Geobotânica ao Costeiro Português, Olissiponense e Sintrano. VII Simpósio
AIMJB. Lisboa.
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