CUSTOS PARA DECISÃO - Professorjosealves.com.br

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4<br />No que tange à decisão, sua função consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que<br />dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, opção de compra<br />ou fabricação, etc.<br />O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou se não rentável,<br />se é possível reduzir os custos.<br />A ilustração a seguir dá uma ideia de como se situam a Contabilidade Financeira, a de Custos e a<br />Gerencial – além do sistema orçamento – no contexto de um sistema de Informação.<br />Sistema de Informações Gerenciais<br />Contabilidade Financeira<br />Contabilidade Gerencial<br />Contabilidade de Custos<br />Sistema Orçamentário<br />1.5 A moderna contabilidade de custos em empresas não industriais<br />Com o advento da nova forma de usar Contabilidade de Custos, ocorreu seu maior aproveitamento em<br />outros campos que não o industrial. No caso de instituição não tipicamente daquela natureza, tais como<br />instituições financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços, etc., onde seu uso para efeito de<br />Balanço era quase irrelevante (pela ausência de estoques), passou-se a explorar seu potencial para o controle e<br />até para as tomadas de decisões.<br />Mesmo nas empresas prestadoras de serviços que eventualmente faziam uso de custos para avaliação<br />dos “estoques de serviços em andamento”, ou seja, para a avaliação dos custos incorridos em projetos ainda não<br />acabados, seu campo alargou-se de maneira formidável.<br />É hoje relativamente comum encontrarmos Bancos, Financeiras, Lojas Comerciais, Escritórios de<br />Planejamento, de Auditoria, de Consultoria, etc. utilizando-se de Contabilidade de Custos.<br />2 TERMINOLOGIAS CONTÁBEIS DE CUSTOS<br />A seguir são apresentados algumas terminologias e conceitos utilizados na contabilidade de custos.<br />Essa nomenclatura é importante para haver uma padronização dos conceitos e um melhor entendimento de<br />custos.<br />• Gasto é o sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço<br />qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente<br />dinheiro). Exemplo: gastos com a compra de matéria prima; gastos com mão-de-obra.<br />• Desembolso é o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Exemplo: compra de<br />material de escritório (gasto); se for à vista, o desembolso será no momento da compra; se for a prazo, o<br />desembolso será no momento do pagamento da duplicata ao fornecedor.<br />• Investimento é o gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuro(s)<br />período(s). Todos os gastos havidos pela aquisição de bens ou serviços que são “estocados” nos Ativos<br />da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento<br />ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. Exemplo: a matéria prima é<br />um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um investimento<br />permanente.
5<br />• Custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é<br />também um gasto, só que é reconhecido como custo, no momento da utilização dos fatores de produção<br />(bens e serviços), para fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplo:a matéria-prima<br />foi um gasto em sua aquisição, que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o<br />tempo de sua estocagem, sem que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento de sua<br />utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem<br />elaborado. Este por sua vez é de um novo investimento, já que fica ativado até sua venda.<br />• Despesa bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas. As despesas<br />são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no<br />processo de obtenção de receitas. Exemplos: a máquina de escrever da secretária do diretor financeiro,<br />que fora transformada em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem<br />transitar por custo. O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e<br />posteriormente considerado parcialmente como custo (depreciação) torna-se, na venda do produto<br />fabricado, uma “despesa”.<br />• Perda é o bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. São considerados extraoperacionais<br />e não fazem parte do custo dos produtos. São eventos econômicos negativos ao patrimônio<br />empresarial, não habituais e eventuais, tais como deterioração anormal dos ativos, perdas de créditos<br />excepcionais, capacidade ociosa anormal, perdas com incêndios, gasto com a mão-de-obra durante um<br />período de greve, é uma perda, e não um custo. São itens que vão diretamente para a conta de<br />Resultado, assim como as despesas. Cabe ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são na<br />prática, comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separação, e isso é<br />permitido devido à irrelevância do valor envolvido.<br />2.1 Custeio por Absorção<br />Custeio significa apropriação de custos. Métodos de Custeio é a forma como são apropriados os custos<br />aos produtos. Assim, existem Custeio por Absorção e Custeio Variável.<br />Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente<br />aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos<br />os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.<br />Custeio por Absorção<br />Empresa de Manufatura<br />Despesas<br />Custos<br />Estoque<br />de<br />Produtos<br />Venda<br />Fonte: Contabilidade de Custos. Eliseu Martins, p. 37, 2003.<br />Demonstração de de Resultados<br />Receitas Receitas<br />CPV CPV<br />Lucro Lucro Bruto Bruto<br />Despesas Despesas<br />Lucro Lucro Operacional<br />Este método de custeio é adotado pela Contabilidade Financeira; portanto, válido para fins de Balanço<br />Patrimonial e Demonstração do Resultado. Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas vezes falhar como<br />instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação dos estoques (para apuração do resultado e para o<br />balanço patrimonial). No Brasil, o Imposto de Renda também obriga sua utilização, com pequenas exceções.
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