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PERFIL DOS IDOSOS DO EXÉRCITO BRASILEIRO - Escola de ...

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1º Ten Al DANIELE CUPERTINO QUEIROD OLIVEIRA<br />

<strong>PERFIL</strong> <strong><strong>DO</strong>S</strong> I<strong><strong>DO</strong>S</strong>OS <strong>DO</strong> EXÉRCITO<br />

<strong>BRASILEIRO</strong>:<br />

Um Estudo Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Características Sócio<br />

<strong>de</strong>mográficas, Suporte Social e Indicadores <strong>de</strong> Condição<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos Idosos do Exército Brasileiro<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008


1º Ten Al DANIELE CUPERTINO QUEIROD OLIVEIRA<br />

<strong>PERFIL</strong> <strong><strong>DO</strong>S</strong> I<strong><strong>DO</strong>S</strong>OS <strong>DO</strong> EXÉRCITO <strong>BRASILEIRO</strong>:<br />

Um Estudo Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Características<br />

Socio<strong>de</strong>mográficas, Suporte Social e Indicadores <strong>de</strong> Condição <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> dos Idosos do Exército Brasileiro<br />

Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso apresentado à <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />

Exército, como requisito parcial para aprovação no Curso <strong>de</strong> Formação<br />

<strong>de</strong> Oficiais do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialização em Aplicações<br />

Complementares às Ciências Militares.<br />

ORIENTA<strong>DO</strong>R: ANA PAULA FABRINO CUPERTINO, MD, PHD<br />

.<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008


1º Ten Al DANIELE CUPERTINO QUEIROD OLIVEIRA<br />

O48 p<br />

Oliveira, Daniele Fabrino Cupertino Queirod.<br />

Perfil dos idosos do Exército Brasileiro: um estudo epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong><br />

características sócio<strong>de</strong>mográficas, suporte social e indicadores <strong>de</strong><br />

condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos idosos do Exército Brasileiro. /. – Daniele Fabrino<br />

Cupertino Queirod Oliveira. - Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

54 f ; 30 cm<br />

Orientador: Ana Paula Fabrino Cupertino<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (especialização) – <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

do Exército, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Aplicações Complementares<br />

às Ciências Militares.)<br />

Referências: f. 42-44.<br />

1. Brasil - Exército. 2. Idosos. I. Cupertino, Ana Paula Fabrino. II.<br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Exército. III. Título.<br />

CDD 355.00981


<strong>PERFIL</strong> <strong><strong>DO</strong>S</strong> I<strong><strong>DO</strong>S</strong>OS <strong>DO</strong> EXÉRCITO <strong>BRASILEIRO</strong>:<br />

Um Estudo Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Características<br />

Socio<strong>de</strong>mográficas, Suporte Social e Indicadores <strong>de</strong> Condição <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> dos Idosos do Exército Brasileiro<br />

Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso apresentado à <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />

Exército, como requisito parcial para aprovação no Curso <strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong> Oficiais do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialização em<br />

Aplicações Complementares às Ciências Militares.<br />

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO<br />

ANA PAULA FABRINO CUPERTINO - Orientadora<br />

IVIE LESSA - 2° Membro<br />

EDUAR<strong>DO</strong> CAMILO MARTINEZ - 3° Membro<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008


Dedico àqueles que me inspiram a cada dia e me fazem<br />

acreditar que vale a pena cuidar, ouvir, ajudar, amenizar<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> sofrimento.... os idosos.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço a todos os idosos que com paciência e sabedoria, mesmo no anonimato, contribuíram com<br />

esta pesquisa, enviando em cada questionário um pouco <strong>de</strong> esperança <strong>de</strong> que algo po<strong>de</strong> mudar, certamente para<br />

melhor. Meu eterno agra<strong>de</strong>cimento, sem vocês nada disso teria sido possível.<br />

À minha orientadora, GRANDE MESTRE, Ana Paula. Muito mais do que uma gran<strong>de</strong> pesquisadora,<br />

uma amante da gerontologia, que caminha sempre ao meu lado, perto ou distante, sempre presente. Minha irmã,<br />

um orgulho e uma admiração. Obrigada por mais esta ajuda.<br />

Ao meu gran<strong>de</strong> ídolo e referência, meu pai, José Mauro, que me fez acreditar que a sabedoria caminha<br />

junto com a humilda<strong>de</strong> e que a responsabilida<strong>de</strong> é uma gran<strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>, um pilar básico do ser humano.<br />

À minha mãe Vânia, um gran<strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> apoio em minha vida. Sempre fez parte e contribuiu muito<br />

para cada conquista <strong>de</strong> minha vida, essa é mais uma.<br />

À minha irmã que nos brinda, a cada dia, com sua vida e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver. Obrigada sempre.


Ao meu ETERNO e verda<strong>de</strong>iro companheiro, Gustavo, motivo <strong>de</strong>sta empreitada. Meu gran<strong>de</strong><br />

incentivador e apoio incondicional. A ele <strong>de</strong>vo gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sta conquista. Sem ele tudo fica difícil, às vezes<br />

impossível. Obrigada pela <strong>de</strong>dicação, pelas noites <strong>de</strong> sono perdidas e pela paciência, sua gran<strong>de</strong> aliada.<br />

Agra<strong>de</strong>ço à pequena gran<strong>de</strong> Giovanna, minha inspiradora, minha filha. Obrigada pequena por<br />

compreen<strong>de</strong>r cada momento <strong>de</strong> ausência, por não cobrar e me fazer acreditar que a vida vale à pena.<br />

À Ten Lessa, que <strong>de</strong>monstrou total envolvimento e apoio a esta pesquisa. Acreditou em mim,<br />

oferecendo todos os meios que lhe eram possíveis para que <strong>de</strong>sse certo. Meu muito obrigado.<br />

Agra<strong>de</strong>ço imensamente aos amigos e instrutores do CFO 2008, gran<strong>de</strong>s companheiros que fizeram parte<br />

<strong>de</strong> mais um gran<strong>de</strong> momento <strong>de</strong> minha vida. Ficarão guardados no coração e farão parte da minha história.<br />

À gran<strong>de</strong> amiga Waneska, um exemplo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e força. Merecedora <strong>de</strong> muitos elogios e em especial<br />

a minha gratidão.<br />

Ao meu sogro, quem <strong>de</strong>u o primeiro passo para esta conquista. Sempre pronto para contribuir. Obrigada<br />

por nunca dizer não.<br />

A minha cunhada especialmente querida, Taís, que com sua parcela <strong>de</strong> ajuda per<strong>de</strong>u alguns momentos<br />

<strong>de</strong> seu precioso tempo imprimindo minhas etiquetas e certamente contribuindo para uma economia <strong>de</strong> meios.<br />

Obrigada.<br />

Finalmente, agra<strong>de</strong>ço a DEUS, por permitir que eu continue viva, seguindo meu caminho. Obrigada<br />

Senhor pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r comemorar mais esta gran<strong>de</strong> conquista.


Ser idoso é coroamento <strong>de</strong> um ciclo que o sol simboliza,<br />

é passar <strong>de</strong> calor abrasante que a força da juventu<strong>de</strong> esparge<br />

para o calor plácido e amigo que, sem ele, talvez nenhum ser sobreviva.<br />

Envelhecer feliz é provar que viver vale a pena.<br />

Roberto Caldas<br />

RESUMO<br />

À medida que as socieda<strong>de</strong>s envelhecem, os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> entre idosos <strong>de</strong>safiam o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O<br />

presente trabalho tem por finalida<strong>de</strong> traçar um perfil multidimensional dos idosos do Exército Brasileiro,<br />

resi<strong>de</strong>ntes na comunida<strong>de</strong>, comparando aos dados obtidos em outros estudos realizados na população civil, a<br />

fim <strong>de</strong> propor um programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> melhor equipado e capacitado para o atendimento <strong>de</strong>sta população.<br />

Metodologia: Foram enviados questionários para as residências <strong>de</strong> idosos cadastrados na SIPI (Seção <strong>de</strong><br />

Inativos e pensionistas), regional Rio <strong>de</strong> Janeiro, obtendo um total <strong>de</strong> 116 idosos. Através do questionário<br />

foram investigados morbida<strong>de</strong>s, auto avaliação da saú<strong>de</strong>, fatores <strong>de</strong> risco (tabagismo, etilismo, e se<strong>de</strong>ntarismo),<br />

hospitalizações, alterações do sono e grau <strong>de</strong> satisfação pessoal. Resultados: A amostra estudada foi composta<br />

exclusivamente por idosos do sexo masculino, sendo a maioria entre 70 a 80 anos. De todos os idosos<br />

avaliados, 23,2% tiveram uma internação no último ano, 43,8% consomem bebidas alcoólicas e 4,3% é<br />

tabagista. Em relação aos diagnósticos médicos, 85,1% relataram ter pelo menos uma doença. Gran<strong>de</strong> parte dos<br />

idosos <strong>de</strong>monstrou alta satisfação com a vida, sendo 51% com aspectos da vida e 70,3% com aspectos pessoais.<br />

Na variável sono, 87,4% relataram sono bom e apenas 4% sono muito alterado. Foi encontrada relação<br />

significante entre auto avaliação da saú<strong>de</strong>, audição, visão e memória. Conclusão: A amostra se mostrou<br />

homogênea, com alto nível <strong>de</strong> satisfação com aspectos da vida, bom sono e com poucos sintomas negativos que<br />

não tiveram correlação com ida<strong>de</strong>. Conclui –se tratar <strong>de</strong> idosos saudáveis, com acesso freqüente aos serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, que atingiram certa estabilida<strong>de</strong> financeira e emocional ao longo da vida, pois a gran<strong>de</strong> maioria possui<br />

recursos próprios e relacionamentos pessoais estáveis.<br />

Palavras-Chaves: Envelhecimento. Saú<strong>de</strong> do Idoso. Exército Brasileiro.


ABSTRACT<br />

With population aging, health-related concerns challenge the health system. Ol<strong>de</strong>r people health profile is<br />

<strong>de</strong>termined by a variety of factors including their mortality and morbidity pattern, presence of health and<br />

cognitive impairment and higher utilization of the healthcare system. Epi<strong>de</strong>miological studies are the i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong>sign to better un<strong>de</strong>rstand the health of ol<strong>de</strong>r adults residing in the community. To date nothing has been done<br />

to <strong>de</strong>scribe the health profile of ol<strong>de</strong>r adults in the Brazilian Army. Thus, the objective of the present study is to<br />

<strong>de</strong>scribe multiple health dimension of odler adults from the Brazilian Army residing in the community. This<br />

study will also compare this result with other studies conducted with ol<strong>de</strong>r adult civilians. The ultimate purpose<br />

of this study will be to gather information that can gui<strong>de</strong> future interventions to improve the quality and <strong>de</strong>sign<br />

of the healthcare system for ol<strong>de</strong>r adults. Methods: We sconducted mail survey with 116 participants residing<br />

the communtiy. We sent a survey to their resi<strong>de</strong>nce for retired military residing in Rio <strong>de</strong> Janeiro. We assessed<br />

morbidity, self-reported health, risk factors (tobacco and alcohol use, and lack of exercise), hospitalization,<br />

sleep disor<strong>de</strong>rs, and overall quality of life. We used <strong>de</strong>scriptive statistics to analyse the data. Results: All<br />

participants were male, age varying between 70 and 80 years old. Out of all the ol<strong>de</strong>r adults participants, 23.2%<br />

was hospitalized at least once in the past 12 months, 43.8% drink alcohol and 4.3% use tobacco. In terms of<br />

clinical diagnose, 85.1% reported having at least on morbidity. The majority of ol<strong>de</strong>r adults reported high<br />

satisfaction with life, 51% with life aspects and 70.3% with personal life. In terms of sleep disor<strong>de</strong>r, 87.4%<br />

reported having good sleep and only 4% reported severe sleep disor<strong>de</strong>r. We i<strong>de</strong>ntified a statistic significant<br />

relationship among self-reported health, vision, and memory. Conclusion: This study was based in a<br />

homogeneous sample of ol<strong>de</strong>r adults from the Brazilian Army. Overall we i<strong>de</strong>ntified that they are high satisfied<br />

with their life, with good sleep pattern, and few negative symptoms. In conclusion, this healthy profile can be<br />

in part attributed to having access to healthcare system, financial and emotional stability, consi<strong>de</strong>ring the great<br />

majority has own resources and stable personal resources.<br />

Key words: Aging, Health Aging, Brazilian Army.<br />

SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13<br />

2 CONCEITOS E MÉTO<strong><strong>DO</strong>S</strong>............................................................................... 14<br />

2.1 TEMA..................................................................................................................... 14<br />

2.2 PROBLEMA.......................................................................................................... 14<br />

2.2.1 Antece<strong>de</strong>ntes do Problema................................................................................... 14<br />

2.2.2 Formulação do Problema..................................................................................... 15<br />

2.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 15<br />

2.4 OBJETIVO ............................................................................................................ 16


2.5 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 16<br />

2.5.1 Envelhecimento Global......................................................................................... 16<br />

2.5.2 Transição Epi<strong>de</strong>miológica.................................................................................... 20<br />

2.5.3 Envelhecimento Ativo........................................................................................... 21<br />

2.5.4 Aspectos Epi<strong>de</strong>miológicos.................................................................................... 21<br />

2.5.5 Promoção do envelhecimento saudável............................................................... 25<br />

2.5.6 Auto avaliação do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>...................................................................... 26<br />

2.5.7 Fatores <strong>de</strong> risco para doenças ............................................................................. 27<br />

2.6 METO<strong>DO</strong>LOGIA................................................................................................... 28<br />

2.6.1 Método, tipo <strong>de</strong> pesquisa e técnica...................................................................... 28<br />

2.6.2 População do universo e amostra........................................................................ 28<br />

2.6.3 Instrumento........................................................................................................... 29<br />

2.6.4 Análise.................................................................................................................... 29<br />

3 RESULTA<strong><strong>DO</strong>S</strong>..................................................................................................... 30<br />

4 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 38<br />

5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 41<br />

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 42<br />

APÊNDICES........................................................................................................ 45


LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 1 Projeção <strong>de</strong> crescimento da proporção da população <strong>de</strong> 60 anos ou mais<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, segundo o sexo – Brasil – 2000 – 2020........................................ 16<br />

Gráfico 2 Faixa Etária da amostra................................................................................ 30<br />

Gráfico 3 Posto / Graduação da amostra...................................................................... 30<br />

Gráfico 4 Satisfação com a vida em geral.................................................................... 32<br />

Gráfico 5 Satisfação com a vida pessoal...................................................................... 32<br />

Gráfico 6 Tipo <strong>de</strong> Sono................................................................................................ 36


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 Características da amostra............................................................................ 30<br />

Tabela 2 Aspectos sociais dos idosos do Exército Brasileiro..................................... 31<br />

Tabela 3 Satisfação com a vida geral/ pessoal............................................................ 32<br />

Tabela 4 Auto percepção da saú<strong>de</strong> dos idosos do Exército Brasileiro....................... 33<br />

Tabela 5 Auto cuidado e comportamento <strong>de</strong> risco..................................................... 34<br />

Tabela 6 Distribuição <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> por gran<strong>de</strong>s grupos........................................... 35<br />

Tabela 7 Freqüência/ativida<strong>de</strong> física.......................................................................... 36


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 Pirâmi<strong>de</strong> da população global em 2002 e em 2025.................................... 17<br />

Figura 2 O número <strong>de</strong> pessoas acima <strong>de</strong> 60 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> em regiões<br />

sub<strong>de</strong>senvolvidas e nas <strong>de</strong>senvolvidas......................................................... 18<br />

Figura 3 Ônus global das doenças e contribuição por grupo <strong>de</strong> doenças em 1990 e<br />

em 2020 em países em <strong>de</strong>senvolvimento e em países recentemente<br />

industrializados............................................................................................ 19<br />

Figura 4 Manutenção da capacida<strong>de</strong> funcional durante o curso da<br />

vida............................................................................................................... 22


1 INTRODUÇÃO<br />

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, presente em países <strong>de</strong>senvolvidos e em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, que tem como um dos fatores <strong>de</strong>terminantes a redução progressiva da natalida<strong>de</strong> e da<br />

mortalida<strong>de</strong>. A participação da população idosa no mundo tem dobrado nos últimos cinqüenta anos, com<br />

projeções recentes mostrando que este segmento po<strong>de</strong>rá ser responsável por quase 15% da população total no<br />

ano <strong>de</strong> 2020, o que se torna um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio à atualida<strong>de</strong>, frente ao impacto do envelhecimento na saú<strong>de</strong>, na<br />

economia e na socieda<strong>de</strong> (CAMARANO, 2002 e LOURENÇO, 2003).<br />

O Brasil envelhece rapidamente. Hoje, existem aproximadamente 18 milhões <strong>de</strong> idosos no Brasil e<br />

estima-se que, em 17 anos, esse número aumentará para 33 milhões, correspon<strong>de</strong>ndo à previsão da população<br />

com mais <strong>de</strong> 70 anos em 2050 (VERAS, 2007). Embora já apresentem um perfil <strong>de</strong>mográfico semelhante ao<br />

dos países do Primeiro Mundo, os gran<strong>de</strong>s centros populacionais brasileiros ainda não dispõem <strong>de</strong> uma infraestrutura<br />

<strong>de</strong> serviços que dê conta das <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>correntes das transformações <strong>de</strong>mográficas vigentes. Como<br />

um país em <strong>de</strong>senvolvimento¹, não resolveu problemas clássicos como saneamento básico, educação,<br />

previdência social e saú<strong>de</strong>. O idoso se torna uma causa menos prioritária, mas, no entanto, <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

imediata (VERAS e PARAYBA, 2007).<br />

Há, ainda, que se consi<strong>de</strong>rar que a expectativa <strong>de</strong> vida tem crescido continuamente nas últimas décadas<br />

e, na opinião <strong>de</strong> vários especialistas, continuará aumentando (LOURENÇO, 2006 e KALACHE, 2008). A<br />

esperança <strong>de</strong> vida ao nascer da população masculina aumentou nove anos entre 1980 e 2000, e da feminina,<br />

11,3 anos. Em 2000, um homem podia esperar viver 67,5 anos e uma mulher 75,9 anos. Ganhos relativamente<br />

mais elevados foram observados entre a população idosa on<strong>de</strong> a esperança <strong>de</strong> vida dos homens aos 60 anos<br />

aumentou 4,1 anos e da mulher 5,6 anos. (LOURENÇO, 2006). Tudo isso impõe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundar a<br />

compreensão do envelhecimento, a fim <strong>de</strong> orientar estratégias <strong>de</strong> prevenção, importantes para resolver <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong> hoje e, <strong>de</strong> forma crescente, os <strong>de</strong> amanhã .<br />

___________________________________________<br />

¹ Segundo o Relatório <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o<br />

Brasil entrou pela primeira vez para o grupo <strong>de</strong> países com elevado <strong>de</strong>senvolvimento humano. Após o fim da União Soviética, o<br />

termo “Terceiro Mundo” vem caindo em gradual <strong>de</strong>suso, preferindo-se usar o termo "países em <strong>de</strong>senvolvimento", evi<strong>de</strong>nciando o<br />

caráter econômico e social do povo.


2 CONCEITOS E MÉTO<strong><strong>DO</strong>S</strong><br />

2.1 TEMA<br />

Um Estudo Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Características Socio<strong>de</strong>mográficas, Suporte Social e Indicadores <strong>de</strong><br />

Condição <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos Idosos do Exército Brasileiro.<br />

2.2 PROBLEMA<br />

Estudos têm <strong>de</strong>monstrado que o ser humano, em condições ambientais ótimas e tendo comportamentos<br />

saudáveis, po<strong>de</strong> alcançar uma expectativa <strong>de</strong> vida média <strong>de</strong> 85 anos. (PATRÍCIO et al, 2008 e PERLS et al,<br />

2002) Como a ativida<strong>de</strong> física regular e o estilo <strong>de</strong> vida regrado são pilares da profissão militar e sabendo que<br />

são condições fundamentais para um envelhecimento saudável, acreditamos que o militar possa viver mais e<br />

com mais saú<strong>de</strong> do que a população do meio civil.<br />

Diante da escassez <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong>vidamente relacionados aos militares do Exército Brasileiro, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um estudo que caracterize esta população torna–se urgente. Definir sua condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a<br />

atenção dispensada à saú<strong>de</strong>, bem como a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> falhas assistenciais são problemas que preten<strong>de</strong>mos<br />

solucionar, a fim <strong>de</strong> possibilitar uma intervenção precoce que possa melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sta<br />

população.<br />

2.2.1 Antece<strong>de</strong>ntes do Problema<br />

Tem-se constatado que é muito mais fácil evitar mortes do que evitar a ocorrência <strong>de</strong> doenças crônicas e<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>s associadas ao envelhecimento. Quando ocorre comprometimento da<br />

capacida<strong>de</strong> funcional a ponto <strong>de</strong> impedir o cuidado <strong>de</strong> si, a carga sobre a família e sobre o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser muito gran<strong>de</strong>.(ROSA et al 2003)<br />

Alguns autores chamam a atenção para o fato <strong>de</strong> que intervenções genéricas, na qual são focadas<br />

especificamente as doenças incapacitantes são menos profícuas do que as ações <strong>de</strong> prevenção. O enfoque <strong>de</strong>stas<br />

supõe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma compreensão mais abrangente dos fatores que levam à situação <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>. Já<br />

foi <strong>de</strong>scrito que os fatores mais fortemente associados com as capacida<strong>de</strong>s funcionais estão relacionados com a<br />

presença <strong>de</strong> algumas doenças, <strong>de</strong>ficiências ou problemas médicos. Entretanto, observa-se que a principal<br />

hipótese subjacente em alguns <strong>de</strong>sses estudos é a <strong>de</strong> que a capacida<strong>de</strong> funcional é influenciada por fatores<br />

<strong>de</strong>mográficos, socioeconômicos, culturais e psicossociais. Com isso, nota-se a inclusão <strong>de</strong> comportamentos<br />

relacionados ao estilo <strong>de</strong> vida como, fumar, beber, comer excessivamente, pa<strong>de</strong>cer <strong>de</strong> estresse psicossocial<br />

agudo ou crônico ou fazer exercícios, ter senso <strong>de</strong> auto-eficácia e controle, manter relações sociais e <strong>de</strong> apoio<br />

como potenciais fatores explicativos da capacida<strong>de</strong> funcional.


Os conhecimentos gerados po<strong>de</strong>m transformar-se em subsídios para a implantação <strong>de</strong> programas e<br />

planejamento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> atendimento, bem como intervenções a<strong>de</strong>quadas à realida<strong>de</strong> da Instituição,<br />

contribuindo assim para um processo <strong>de</strong> envelhecimento, senão com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida plena, que ao menos<br />

tenda para tal direção.<br />

2.2.2 Formulação do Problema<br />

Tendo em vista as peculiarida<strong>de</strong>s da vida castrense como, ativida<strong>de</strong>s físicas regulares, o estilo <strong>de</strong> vida<br />

regido pelo culto às regras e regulamentos e o estresse da preparação diária para o emprego em combate real,<br />

foi formulado o seguinte problema: qual a condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do militar idoso que resi<strong>de</strong> na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro? Como é o cuidado com a sua saú<strong>de</strong>? Quais são seus hábitos <strong>de</strong> vida? Quão satisfeito está com a sua<br />

vida? Ele vive com mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, se comparado aos idosos <strong>de</strong>scritos em outros trabalhos <strong>de</strong> pesquisa,<br />

do meio civil?<br />

2.3 JUSTIFICATIVA<br />

Com o envelhecimento populacional, temos um aumento da prevalência <strong>de</strong> doenças crônicas e<br />

incapacitantes e uma mudança <strong>de</strong> paradigma na saú<strong>de</strong> pública. As doenças diagnosticadas num indivíduo idoso<br />

geralmente não admitem cura e, se não forem <strong>de</strong>vidamente tratadas e acompanhadas ao longo dos anos, ten<strong>de</strong>m<br />

a apresentar complicações e seqüelas que comprometem a in<strong>de</strong>pendência e a autonomia do paciente.<br />

A saú<strong>de</strong> não é mais medida pela presença ou não <strong>de</strong> doenças, e sim pelo grau <strong>de</strong> preservação da<br />

capacida<strong>de</strong> funcional. Quais os fatores que <strong>de</strong>terminam um envelhecimento saudável, com boa capacida<strong>de</strong><br />

funcional, e quais os fatores que aumentam o risco <strong>de</strong> morte e incapacida<strong>de</strong> são questões que terão que ser<br />

respondidas por inquéritos longitudinais que incluam a população idosa resi<strong>de</strong>nte na comunida<strong>de</strong>.<br />

2.4 OBJETIVO<br />

O presente estudo visa traçar um perfil multidimensional dos idosos do exército Brasileiro. Descrever a<br />

distribuição <strong>de</strong> características socio<strong>de</strong>mográficas, indicadores <strong>de</strong> suporte social, auto-percepção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

indicadores <strong>de</strong> satisfação da população idosa; e investigar a influência <strong>de</strong> fatores socioeconômicos e<br />

<strong>de</strong>mográficos relativos à saú<strong>de</strong>, com ida<strong>de</strong>, satisfação pessoal e qualida<strong>de</strong> do sono.<br />

2.5 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.5.1 Envelhecimento Global


O envelhecimento populacional é um gran<strong>de</strong> triunfo da humanida<strong>de</strong> e também um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio que<br />

causará um aumento das <strong>de</strong>mandas sociais e econômicas em todo o mundo. Em todos os países, principalmente<br />

os países em <strong>de</strong>senvolvimento, medidas para ajudar pessoas mais velhas a se manterem saudáveis e ativas são<br />

uma necessida<strong>de</strong>, não um luxo (OMS, 2002). Ao contrário dos países <strong>de</strong>senvolvidos que se tornaram ricos antes<br />

<strong>de</strong> envelhecer, os países em <strong>de</strong>senvolvimento estão envelhecendo antes <strong>de</strong> enriquecerem. Além disso, as<br />

populações em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento, nos países em <strong>de</strong>senvolvimento, irão aumentar a população mundial a um<br />

nível insustentável no <strong>de</strong>correr do próximo século (KALACHE, 2008). (Gráfico 1).<br />

Gráfico 1 – Projeção <strong>de</strong> crescimento da população <strong>de</strong> 60 anos ou mais, segundo o sexo-Brasil-2000-2020<br />

Fonte: Projeto IBGE/Fundo <strong>de</strong> população das Nações Unidas UNFPA/BRASIL (BRA/98/P08), Sistema Integrado <strong>de</strong> Projeções e<br />

Estimativas Populacionais e Indicadores Sócio<strong>de</strong>mográficos, Projeção Preliminar da população do Brasil poe sexo e ida<strong>de</strong> – 1980-<br />

2050, revisão 2000.<br />

Em todo o mundo, a proporção <strong>de</strong> pessoas com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente que a<br />

<strong>de</strong> qualquer outra faixa etária. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento <strong>de</strong> 223%, ou em torno <strong>de</strong> 694<br />

milhões, no número <strong>de</strong> pessoas mais velhas. Em 2025, existirá um total <strong>de</strong> aproximadamente 1,2 bilhões <strong>de</strong><br />

pessoas com mais <strong>de</strong> 60 anos. Até 2050 haverá 2 bilhões, sendo 80 por cento nos países em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

(OMS, 2002).<br />

Sabendo que o envelhecimento da população está relacionado com o <strong>de</strong>clínio na natalida<strong>de</strong> e aumento<br />

na proporção <strong>de</strong> pessoas com 60 anos ou mais, a pirâmi<strong>de</strong> populacional triangular <strong>de</strong> 2002 será substituída por<br />

uma estrutura mais cilíndrica em 2025 (Figura 1).


Figura 1 – Pirâmi<strong>de</strong> da população global em 2002 e em 2005<br />

Fonte: IBGE, 2000.<br />

Na maior parte do mundo <strong>de</strong>senvolvido, o envelhecimento da população foi um processo gradual,<br />

acompanhado <strong>de</strong> um crescimento sócio-econômico constante durante muitas décadas e gerações. Nos países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento este processo <strong>de</strong> envelhecimento está sendo reduzido há duas ou três décadas (ROSA, 2003).<br />

Em 2002, quase 400 milhões <strong>de</strong> pessoas com 60 anos ou mais viviam nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Até 2025, este número terá aumentado para aproximadamente 840 milhões, representando 70 % das pessoas na<br />

3 a ida<strong>de</strong>, em todo o mundo (Figura 2). Em termos <strong>de</strong> regiões, mais da meta<strong>de</strong> da população <strong>de</strong> pessoas mais<br />

velhas vive na Ásia. Nas próximas duas décadas, este percentual da Ásia aumentará ainda mais, enquanto a<br />

participação da Europa na população mundial mais velha diminuirá.<br />

Figura 2 – Número <strong>de</strong> pessoas acima <strong>de</strong> 60 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> em regiões sub<strong>de</strong>senvolvidas e nas mais <strong>de</strong>senvolvidas, 1970, 2000 e<br />

2025.<br />

Fonte: IBGE, 2000.


O rápido envelhecimento nos países em <strong>de</strong>senvolvimento é acompanhado por mudanças dramáticas nas<br />

estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões <strong>de</strong> trabalho e na migração. A urbanização, a<br />

migração <strong>de</strong> jovens para cida<strong>de</strong>s à procura <strong>de</strong> trabalho, famílias menores, e mais mulheres tornando-se força <strong>de</strong><br />

trabalho formal significam que menos pessoas estão disponíveis para cuidar <strong>de</strong> pessoas mais velhas quando for<br />

necessário (OMS, 2002).<br />

A proporção da população muito idosa, ou seja, <strong>de</strong> 80 anos e mais no total da população brasileira,<br />

também está aumentando. Este tem sido o segmento populacional que mais cresce. De 166mil pessoas, em<br />

1940, o segmento passou para quase 1,8 milhão em 2000 (FREITAS et al, 2006).<br />

Estima-se que, no período entre 2000 e 2050, a proporção das <strong>de</strong>spesas do governo alocadas para a<br />

população com 60 anos ou mais <strong>de</strong>verá crescer dos atuais 38% para 68% . A razão entre receitas e <strong>de</strong>spesas do<br />

governo com educação, saú<strong>de</strong> e segurida<strong>de</strong>, que era equilibrada em 2000, se tornará <strong>de</strong>ficitária em 2025 e<br />

representará um <strong>de</strong>safio para a gestão das contas públicas em 2050 (FREITAS et al, 2006).<br />

Como um país em <strong>de</strong>senvolvimento, o Brasil ainda não resolveu problemas clássicos do<br />

sub<strong>de</strong>senvolvimento, como saú<strong>de</strong>, educação, saneamento básico, habitação, previdência social, transporte,<br />

urbanização, e já se <strong>de</strong>para com essa massa <strong>de</strong> idosos necessitando <strong>de</strong> atendimento imediato.<br />

2.5.2 Transição epi<strong>de</strong>miológica<br />

Além das modificações populacionais, o Brasil tem experimentado uma transição epi<strong>de</strong>miológica, com<br />

alterações relevantes no quadro <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong>. As doenças infectocontagiosas que representavam 40%<br />

das mortes registradas no país em 1950, hoje são responsáveis por menos <strong>de</strong> 10%. O oposto ocorreu em relação<br />

às doenças cardiovasculares, pois em 1950 eram causa <strong>de</strong> 12% das mortes e, atualmente, representam mais <strong>de</strong><br />

40%. Em menos <strong>de</strong> 40 anos, o Brasil passou <strong>de</strong> um perfil <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> típico <strong>de</strong> uma população jovem para<br />

um <strong>de</strong>senho caracterizado por enfermida<strong>de</strong>s complexas e mais onerosas, próprias das faixas etárias mais<br />

avançadas. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> longa duração surge, exigindo intervenções custosas,<br />

envolvendo tecnologia <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong> para se obter um cuidado a<strong>de</strong>quado (VERAS, 2003;e PARAYBA,<br />

2007).<br />

1995<br />

2020<br />

10<br />

16<br />

45<br />

14<br />

21<br />

22<br />

Doenças<br />

Doenças transmissíveis<br />

Doenças Neuropsiquiátricas<br />

27<br />

43<br />

Lesões


Figura 3 – Ônus global das doenças e contribuição por grupo <strong>de</strong> doenças em 1990 e em 2020 em países em <strong>de</strong>senvolvimento e em<br />

países industrializados.<br />

Fonte: IBGE, 2000.<br />

Diante <strong>de</strong>ssas mudanças, o perfil <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população, ao invés <strong>de</strong> processos agudos que se resolvem<br />

rapidamente por meio da cura ou do óbito, passou a ser predominantemente <strong>de</strong> doenças crônicas e suas<br />

complicações, que implicam décadas <strong>de</strong> utilização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (FREITAS et al, 2006). Em nosso<br />

país, essa transição não tem sido tão clara como em países industrializados e mesmo países latino americanos<br />

vizinhos, pois tem ocorrido uma superposição entre doenças transmissíveis e doenças crônico <strong>de</strong>generativas.<br />

Diante do exposto, verificamos, ainda, que existe uma precarieda<strong>de</strong> dos serviços assistenciais primários,<br />

bem como uma escassez <strong>de</strong> serviços domiciliares, direcionando o primeiro atendimento aos gran<strong>de</strong>s hospitais,<br />

com doenças em estágio avançado que oneram o custo e diminuem a chance <strong>de</strong> um bom prognóstico (VERAS,<br />

2003).<br />

2.5.3 Envelhecimento ATIVO<br />

Segundo a OMS, o envelhecimento ativo é o processo <strong>de</strong> otimização das oportunida<strong>de</strong>s para a saú<strong>de</strong>, a<br />

participação e a segurança, com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida à medida que as pessoas<br />

envelhecem (OMS,2002).<br />

A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais,<br />

espirituais e civis, e não somente à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar fisicamente ativo ou <strong>de</strong> fazer parte da força <strong>de</strong> trabalho.<br />

As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma<br />

necessida<strong>de</strong> especial po<strong>de</strong>m continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunida<strong>de</strong>s<br />

e nações. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa <strong>de</strong> uma vida saudável e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, incapacitadas fisicamente, e<br />

que requerem cuidados.<br />

Ao contrário do que acontece com outras fases, o envelhecimento não possui um marcador<br />

biofisiológico <strong>de</strong> seu início. É conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações<br />

morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que <strong>de</strong>terminam perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do<br />

indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilida<strong>de</strong> e maior incidência <strong>de</strong> processos patológicos<br />

que terminam por levá-lo à morte. Caracteriza-se, ainda, por redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação homeostática<br />

perante situações <strong>de</strong> sobrecarga funcional do organismo.<br />

No Brasil, estudos indicam a prevalência <strong>de</strong> pelo menos uma condição crônica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em cerca <strong>de</strong><br />

90% das populações estudadas, além da relação positiva entre ida<strong>de</strong> e aumento da morbida<strong>de</strong> (CUPERTINO,<br />

2007). Em um estudo realizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, verificou – se uma prevalência <strong>de</strong> 93% <strong>de</strong> pelo menos<br />

uma morbida<strong>de</strong> em uma amostra <strong>de</strong> idosos (COELHO FILHO, 1999).<br />

2.5.4 Aspectos Epi<strong>de</strong>miológicos


Enquanto pesquisas epi<strong>de</strong>miológicas são freqüentes nos programas <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> países <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

eles são ainda escassos nos países em <strong>de</strong>senvolvimento, incluindo o Brasil. Dois problemas que necessitam ser<br />

apontados são a carência <strong>de</strong> recursos financeiros consistentes e <strong>de</strong> pesquisas investigando o envelhecimento<br />

regionalizado (CUPERTINO et al, 2007).<br />

No Brasil, muitos estudos analisam a população idosa utilizando bases <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e<br />

morbida<strong>de</strong> nacional, usualmente projetado para <strong>de</strong>screver um perfil geral anual da população. A Pesquisa<br />

Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílios ² (PNAD) em 1998, além das variáveis que usualmente analisa, investigou<br />

aspectos referentes à saú<strong>de</strong> do idoso (IBGE, 1998). Participaram do referido inquérito 29.976 idosos, que<br />

representaram a população brasileira com sessenta ou mais anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, resi<strong>de</strong>nte na comunida<strong>de</strong> (exceto<br />

região norte). Trata-se do maior estudo epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> base populacional da população idosa já realizado no<br />

Brasil (LIMA COSTA e RAMOS, 1999). Mostrou que entre os anos <strong>de</strong> 1995 e 1997, cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das<br />

internações <strong>de</strong> idosos <strong>de</strong>veu-se a doenças cardiovasculares e respiratórias, correspon<strong>de</strong>ndo a 23% dos gastos<br />

com internações hospitalares (VERAS, 2003).<br />

Em um inquérito populacional realizado em Juiz <strong>de</strong> Fora, foram avaliados 956 indivíduos com ida<strong>de</strong>s<br />

entre 60 e 103 anos, com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 72,39 anos (DP = 8,24), concentrados na faixa etária <strong>de</strong> 60 a 69<br />

anos (40,0%) e intermediária <strong>de</strong> 70 a 79 anos (40,9%), tendo predominância <strong>de</strong> indivíduos do sexo feminino<br />

(71,9%), e os estados civis: casado (48,0%) e viúvo (37,8%). A média <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (em anos <strong>de</strong> estudo) foi<br />

<strong>de</strong> 6,97 (DP= 4,45). Quando avaliada a morbida<strong>de</strong> auto-referida, 92,8% <strong>de</strong>clararam pelo menos um diagnóstico<br />

clínico formulado por um médico nos últimos anos. Quanto à hierarquia das causas mórbidas, as morbida<strong>de</strong>s<br />

cardiovasculares ocorrem em 68,1% dos indivíduos, seguidas das morbida<strong>de</strong>s gastrintestinais (46,4%),<br />

osteoarticulares (36,8%), endocrinológicas (36,7%), respiratórias (12,4%) e, finalmente, das neoplasias (5,2%)<br />

(NOVAES et al 2006).<br />

Outro aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado na velhice é a autonomia, ou seja, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar e executar seus<br />

próprios <strong>de</strong>sígnios. Qualquer pessoa que chegue aos oitenta anos capaz <strong>de</strong> gerir sua própria vida e <strong>de</strong>terminar<br />

quando, on<strong>de</strong> e como se darão as suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, convívio social e trabalho (produção em algum nível)<br />

certamente será consi<strong>de</strong>rada uma pessoa saudável. Sendo assim, a capacida<strong>de</strong> funcional surge como um novo<br />

paradigma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, particularmente relevante para o idoso (Figura 4). Envelhecimento saudável, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa nova<br />

ótica, passa a ser a resultante da interação multidimensional entre saú<strong>de</strong> física, saú<strong>de</strong> mental, in<strong>de</strong>pendência na vida<br />

diária, integração social, suporte familiar e in<strong>de</strong>pendência econômica.<br />

Embora a gran<strong>de</strong> maioria dos idosos seja portadora <strong>de</strong>, pelo menos uma doença crônica, nem todos ficam<br />

limitados por essas doenças, e muitos levam uma vida perfeitamente normal, com as suas enfermida<strong>de</strong>s controladas<br />

e expressa satisfação na vida (RAMOS,2003). Um idoso com uma ou mais doenças crônicas po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />

um idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas doenças, porém sem controle <strong>de</strong>stas, com seqüelas<br />

<strong>de</strong>correntes e _____________________________<br />

² Trata-se <strong>de</strong> um inquérito <strong>de</strong> base populacional com abrangência nacional, <strong>de</strong>senvolvido com o objetivo <strong>de</strong> obter informações sobre<br />

características <strong>de</strong>mográficas, habitação, educação, trabalho e rendimentos.


incapacida<strong>de</strong>s associadas.<br />

Em um cenário <strong>de</strong> envelhecimento populacional e aumento da expectativa <strong>de</strong> vida, surge a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> estudar quais os fatores reais que interferem ou que promovem aumento da longevida<strong>de</strong>. A questão<br />

alimentar tem sido bastante enfatizada. Sabe–se que a ingestão excessiva <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong> estar associada à<br />

obesida<strong>de</strong> e a outras doenças que acabam por encurtar o tempo <strong>de</strong> vida. Já o papel <strong>de</strong>sempenhado pela genética<br />

é <strong>de</strong> fato verificado e, cada vez mais, tenta-se i<strong>de</strong>ntificar genes responsáveis pela longevida<strong>de</strong>. A maioria dos<br />

estudos, com enfoque genético, tem <strong>de</strong>monstrado que, aproximadamente 25% do tempo <strong>de</strong> vida das pessoas são<br />

<strong>de</strong>terminados por componente genético (DE BENEDICTIS et al, 2001; GUDMUNDSSON et al, 2000;<br />

KIRKWOOD et al, 1997; PETROPOULOU et al, 2000).<br />

C<br />

A<br />

P<br />

A<br />

C<br />

I<br />

D<br />

A<br />

D<br />

E<br />

VIDA JUVENIL<br />

crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento<br />

VIDA ADULTA<br />

mantendo o mais alto<br />

nível da função<br />

possível<br />

alcance da função<br />

nos indivíduos<br />

VELHICE<br />

mantendo a in<strong>de</strong>pendência e<br />

prevenindo a <strong>de</strong>ficiência<br />

F<br />

U<br />

N<br />

C<br />

I<br />

O<br />

N<br />

A<br />

L<br />

Limiar da <strong>de</strong>ficiência*<br />

IDADE<br />

Reabilitação e verificando<br />

a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

Figura 4 – Manutenção da capacida<strong>de</strong> funcional durante o curso da vida<br />

Fonte: IBGE, 2000.<br />

Com base em trabalhos com população <strong>de</strong> centenários italianos, PATRÍCIO ET AL mostram que os<br />

idosos que mantinham uma boa ativida<strong>de</strong> mental viviam mais quando comparados aos que apresentavam algum<br />

problema, como isolamento e falta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> intelectual, e estes tendiam a morrer mais precocemente<br />

(PATRÍCIO et al, 2008). Por outro lado, pessoas com hábitos não saudáveis, como o uso <strong>de</strong> álcool e falta <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> física, po<strong>de</strong>m apresentar envelhecimento e doenças crônicas prematuramente (PERLS et al, 2002).<br />

De todas as dimensões do envelhecimento populacional, as repercussões no estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do<br />

indivíduo se afiguram como as <strong>de</strong> maior impacto no âmbito social. Desse modo, PATRÍCO ET AL acreditam<br />

que urge o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> propostas que rompam com o enfoque tradicional centrado no tratamento <strong>de</strong><br />

doenças, priorizem uma abordagem preventiva com programas abrangentes <strong>de</strong> educação e com a integralida<strong>de</strong>


do cuidado hierarquizado em níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>. A questão da organização do sistema para uma eficiente<br />

atenção à população idosa que embora numericamente signifique pouco mais <strong>de</strong> 10% da população brasileira,<br />

representa um terço dos gastos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, custo que ten<strong>de</strong> a se ampliar, ao que tudo indica, se nada for feito<br />

(PATRÍCIO et al, 2002).<br />

A segmentação das <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> idosos e seus efeitos sobre a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm<br />

sido interrogados por diversos estudos. As condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população idosa po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas<br />

através <strong>de</strong> seus perfis <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>, da presença <strong>de</strong> déficits físicos e cognitivos e da utilização <strong>de</strong><br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, entre outros indicadores mais específicos. As <strong>de</strong>mais informações necessárias para que se<br />

conheçam as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população idosa só po<strong>de</strong>m ser obtidas através <strong>de</strong> estudos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

<strong>de</strong> base populacional. (CAMARANO, 2002 e LOPES, 2002).<br />

O primeiro inquérito domiciliar visando traçar o perfil do idoso resi<strong>de</strong>nte em zona urbana no Brasil foi<br />

realizado em São Paulo, em 1984. Foi feito questionário <strong>de</strong> avaliação funcional multidimensional on<strong>de</strong> os<br />

resultados mostraram uma população bastante carente (70% tinha uma renda per capita <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 100<br />

dólares por mês), vivendo predominantemente em domicílios multigeracionais (59% viviam com os filhos e/ou<br />

com netos), com alta prevalência <strong>de</strong> doenças crônicas (somente 14% referiu não ter nenhuma doença),<br />

distúrbios psiquiátricos (27% foram consi<strong>de</strong>rados casos psiquiátricos), e com uma elevada proporção <strong>de</strong><br />

pessoas com perda <strong>de</strong> autonomia (47% precisavam <strong>de</strong> ajuda para realizar pelo menos uma das ativida<strong>de</strong>s da<br />

vida diária) (RAMOS, 1993).<br />

Em um estudo realizado no Ceará, foi observado que 75,3% dos idosos moravam em domicílio<br />

multigeracional, 18% dos idosos referiram mais <strong>de</strong> cinco doenças crônicas, 92,4% referiram pelo menos uma<br />

doença; 65,2% acuida<strong>de</strong> visual muito comprometida e 26,8% acuida<strong>de</strong> auditiva ruim. Um terço referiu queda<br />

no último ano e 61,4% procuraram serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em pelo menos uma ocasião, nos últimos 6 meses. A perda<br />

da autonomia foi observada em 47,7% . (COELHO FILHO e RAMOS, 1999).<br />

2.5.5 Promoção do envelhecimento saudável<br />

Alguns dados disponíveis indicam que a velhice em si não está associada ao aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas<br />

médicas e sim que os gastos estão diretamente relacionados com as <strong>de</strong>ficiências e saú<strong>de</strong> precária associada à<br />

velhice. Se as pessoas envelhecerem com uma saú<strong>de</strong> melhor, as <strong>de</strong>spesas médicas, provavelmente, não<br />

aumentarão tão rapidamente (OMS, 2002)<br />

O <strong>de</strong>safio maior no século XXI será cuidar <strong>de</strong> uma população <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 32 milhões <strong>de</strong> idosos, a<br />

maioria com nível sócio-econômico e educacional baixos e uma alta prevalência <strong>de</strong> doenças crônicas e<br />

incapacitantes.<br />

O sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> terá que fazer frente a uma crescente <strong>de</strong>manda por procedimentos diagnósticos e<br />

terapêuticos das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as cardiovasculares e neuro<strong>de</strong>generativas, bem<br />

como aten<strong>de</strong>r a uma <strong>de</strong>manda cada vez maior por serviços <strong>de</strong> reabilitação física e mental. Será preciso estabelecer


indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar idosos <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong> perda funcional e orientar ações concentradas <strong>de</strong><br />

promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e manutenção da capacida<strong>de</strong> funcional. Ações estas que tenham um significado prático para os<br />

profissionais atuando no nível primário <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e que tenham uma relação <strong>de</strong> custo-benefício aceitável<br />

para os administradores dos parcos recursos <strong>de</strong>stinados à área da saú<strong>de</strong>.<br />

Medidas <strong>de</strong> intervenção visando i<strong>de</strong>ntificar causas tratáveis <strong>de</strong> déficit cognitivo e <strong>de</strong> perda <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>pendência no dia-a-dia <strong>de</strong>veriam tornar-se priorida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong><br />

reestruturação programática realmente sintonizada com a saú<strong>de</strong> e o bem-estar da crescente população <strong>de</strong> idosos.<br />

O objetivo principal do sistema <strong>de</strong>ve ser a manutenção da capacida<strong>de</strong> funcional do idoso, que é em essência,<br />

uma ativida<strong>de</strong> multiprofissional, para a qual concorrem médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, terapeutas<br />

ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantê-lo na comunida<strong>de</strong>, pelo maior tempo<br />

possível, gozando ao máximo sua in<strong>de</strong>pendência. A presença <strong>de</strong>sses profissionais, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser<br />

vista como uma priorida<strong>de</strong> (LIMA E COSTA et al, 2001).<br />

Estudos transversais já haviam <strong>de</strong>monstrado que os idosos em um centro urbano apresentam uma alta<br />

prevalência <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>s físicas e mentais geradoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência no dia-a-dia. O seguimento<br />

longitudinal mostrou que essas limitações aumentavam significativamente o risco <strong>de</strong> morte nessa população<br />

(RAMOS, 2003).<br />

Envelhecimento bem-sucedido permanece como interesse <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública nos países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, com muitos <strong>de</strong>safios específicos para o Brasil. Apesar <strong>de</strong> iniciativas tomadas no passado,<br />

<strong>de</strong>stacamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a compreensão dos processos <strong>de</strong> envelhecimento e recomendam-se<br />

pesquisas para criar iniciativas preventivas para promoção do envelhecimento bem-sucedido.<br />

Envelhecimento saudável é uma situação em que a pessoa vive a uma ida<strong>de</strong> avançada com uma situação<br />

i<strong>de</strong>al, com todo o seu vigor e in<strong>de</strong>pendência funcional.<br />

2.5.6 Auto avaliação do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

O estudo SENECA ³ realizou um follow up <strong>de</strong> 2586 idosos no período <strong>de</strong> 1993 a 1999, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> estudar fatores que afetam sua saú<strong>de</strong> na Europa. Utilizaram 3 aspectos <strong>de</strong> avaliação, o status funcional a<br />

saú<strong>de</strong> auto referida e o status vital. Se verificou que um estilo <strong>de</strong> vida caracterizado por não fumar, praticar<br />

ativida<strong>de</strong> física e alimentar-se com qualida<strong>de</strong> contribui para o envelhecimento saudável (ANNEMIEN et al,<br />

2003).<br />

Alguns estudos conduzidos mostravam que idosos que relatavam sua saú<strong>de</strong> como ruim, apresentava<br />

gran<strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> morte se comparado com indivíduos que consi<strong>de</strong>ravam sua saú<strong>de</strong> excelente (ILDER, 1997<br />

e BENYAMINI, 1999). Um estilo <strong>de</strong> vida saudável nos idosos está positivamente relacionado com baixo risco<br />

<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e retardo na <strong>de</strong>terioração do status vital


Segundo a OMS, no segundo Encontro Mundial sobre Envelhecimento, 2002, fumar é o fator <strong>de</strong> risco<br />

<strong>de</strong> doenças não transmissível mais importante e modificável para jovens e idosos e a causa <strong>de</strong> morte prematura<br />

mais evitável. Consi<strong>de</strong>rando ainda que a participação em ativida<strong>de</strong>s regulares e mo<strong>de</strong>radas retarda <strong>de</strong>clínios<br />

funcionais, reduz o início <strong>de</strong> doenças crônicas e que uma vida ativa melhora a saú<strong>de</strong> mental, a autonomia e<br />

reduz o risco <strong>de</strong> quedas, programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>veriam focar a adoção <strong>de</strong> hábitos saudáveis em idosos,<br />

bem como i<strong>de</strong>ntificar pessoas com hábitos não saudáveis e encontrar meios para melhorar os hábitos <strong>de</strong> vida<br />

em grupos específicos, sendo este o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> prevenção futuros em populações <strong>de</strong> jovens e<br />

idosos (OMS, 2002; NIES et al, 2003).<br />

Um importante fator <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> continua sendo a própria ida<strong>de</strong>. Quanto mais se vive, maior<br />

é a chance <strong>de</strong> morrer (RAMOS, 2003). A maioria dos estudos longitudinais com idosos resi<strong>de</strong>ntes na<br />

comunida<strong>de</strong> parece concordar que, além da ida<strong>de</strong>, o sexo do indivíduo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminante do risco morte,<br />

com os homens apresentando um risco maior do que as mulheres. Todas as <strong>de</strong>mais variáveis são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> uma complexa<br />

__________________________<br />

³ Survey in Europe on Nutrition and the El<strong>de</strong>rly : a concerted Action (Inquérito na Europa sobre Nutrição e o Idoso; uma ação<br />

concertada).<br />

interação entre o indivíduo e o meio ambiente, que, por sua vez, varia <strong>de</strong> cultura para cultura e<br />

<strong>de</strong> tempos em tempos. Mesmo o fator sexo po<strong>de</strong> vir a ter sua relação <strong>de</strong> risco alterada no futuro, com a<br />

evolução social promovendo um aumento significativo <strong>de</strong> mortes por doenças cardiovasculares entre as<br />

mulheres, agora mais expostas do que antes aos fatores <strong>de</strong> risco ocupacionais e ambientais, <strong>de</strong>vido a sua<br />

progressiva incorporação à população economicamente ativa.<br />

Segundo o estudo “IN CHIANTI”, um estudo transversal <strong>de</strong> base populacional, a ativida<strong>de</strong> física é fator<br />

<strong>de</strong> proteção in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte contra doença coronariana on<strong>de</strong> a prática diminui os marcadores inflamatórios<br />

consi<strong>de</strong>rados preditores <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, dando suporte às recomendações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> que existe gran<strong>de</strong><br />

benefício com a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas leve à mo<strong>de</strong>rada (ELOSUA et al, 2005). O estudo LIFE-P mostrou<br />

que uma ativida<strong>de</strong> física estruturada melhora o escore do Short Physical Performance Battery (SPPB) e outras<br />

medidas <strong>de</strong> peformance física, o que oferece benefícios aos idosos, principalmente àqueles com dificulda<strong>de</strong> na<br />

mobilida<strong>de</strong> (PAHOR et al, 2006).<br />

2.5.7 Fatores <strong>de</strong> risco para doenças<br />

Grupos populacionais apresentam diferentes fatores <strong>de</strong> risco para se tornar doente. A presença <strong>de</strong> certos<br />

fatores <strong>de</strong> risco indica gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> danos à saú<strong>de</strong> surgirem. Des<strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntificados, esses fatores<br />

<strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>m ser tratados ou modificados por ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, alterando o curso <strong>de</strong> eventos mórbidos ou<br />

fatais. Esses fatores se tornam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse, pois surge a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover medidas <strong>de</strong><br />

prevenção a fim <strong>de</strong> manter e recuperar a saú<strong>de</strong> do idoso.


Um estudo realizado na população <strong>de</strong> São Paulo, em participantes do estudo SABE (Saú<strong>de</strong>, Bem-estar e<br />

Envelhecimento), investigou fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> entre idosos do estado <strong>de</strong> São Paulo. Mostrou ser a<br />

ida<strong>de</strong> e o sexo indicadores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> morte, sendo os homens <strong>de</strong> maior susceptibilida<strong>de</strong>. Dentre as doenças<br />

auto-referidas no estudo, o conjunto das doenças do aparelho circulatório representou risco significativamente<br />

maior <strong>de</strong> óbito, o que correspon<strong>de</strong> a principal causa <strong>de</strong> morte entre idosos, segundo as estatísticas nacionais.<br />

Tendo em vista que a cardiopatia coronariana é a principal causa <strong>de</strong> morte em vários países, a Organização<br />

Mundial da Saú<strong>de</strong> traçou estratégias preventivas e <strong>de</strong> estabilização das condições clínicas, com o intuito <strong>de</strong><br />

evitar agravos, incapacida<strong>de</strong>s e morte <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssas doenças. (LEBRÃO et al, 2005; MAIA et al, 2006).<br />

A hospitalização foi também consi<strong>de</strong>rada fator <strong>de</strong> risco, por estar relacionada com infecções, isolamento<br />

social e condições iatrogênicas. É responsável também pela perda <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e autonomia, aumentando o<br />

risco <strong>de</strong> morte, causando <strong>de</strong>pendência para as ativida<strong>de</strong>s mais elementares da vida (MAIA et al, 2006).<br />

As doenças relacionadas com o sistema respiratório são a segunda gran<strong>de</strong> causa <strong>de</strong> hospitalização e<br />

terceira causa <strong>de</strong> morte no Brasil.. Reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitorar o idoso com quadros respiratórios<br />

crônicos e incrementar serviços <strong>de</strong> prevenção relacionados à vacinação <strong>de</strong>ste grupo (MAIA et al, 2006).<br />

Os idosos que apresentam maior risco <strong>de</strong> óbito <strong>de</strong>vem merecer atenção diferenciada dos órgãos<br />

responsáveis pela organização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>stinados a essa população e a seus familiares, o que resultará na<br />

diminuição da mortalida<strong>de</strong> prematura dos idosos.<br />

Não se preten<strong>de</strong>, com isso, que a vida seja prolongada a qualquer custo. Ao contrário, a idéia é evitar<br />

mortes associadas à não-assistência, à falta <strong>de</strong> estrutura e recursos em uma socieda<strong>de</strong> que está envelhecendo<br />

rapidamente e, on<strong>de</strong>, muitas vezes, o idoso não tem suas necessida<strong>de</strong>s atendidas a<strong>de</strong>quadamente, o que aumenta<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agravos à saú<strong>de</strong>, incapacida<strong>de</strong>s, comprometimento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e morte.<br />

O presente trabalho é o primeiro inquérito domiciliar com o objetivo <strong>de</strong> traçar o perfil multidimensional<br />

dos idosos do Exército Brasileiro, resi<strong>de</strong>ntes na comunida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, procurando compará-lo aos<br />

dados obtidos em outros estudos realizados na população civil.<br />

2.6 METO<strong>DO</strong>LOGIA<br />

2.6.1 Método, tipo <strong>de</strong> pesquisa e técnica<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> natureza aplicada, com uma abordagem quantitativa, exploratória e<br />

<strong>de</strong>scritiva.<br />

É uma pesquisa bibliográfica, documental e <strong>de</strong> campo. A coleta do material foi realizada através da<br />

literatura publicada e informatizada, <strong>de</strong> publicações nacionais, estrangeiras e sites nacionais e estrangeiros.<br />

A pesquisa <strong>de</strong> campo foi realizada através da aplicação <strong>de</strong> questionário específico <strong>de</strong> forma a obter<br />

informações diversas sobre o tema em questão.


2.6.2 População do universo e amostra<br />

Consi<strong>de</strong>rando que os militares do Exército Brasileiro só atingem a Terceira Ida<strong>de</strong> já na reserva<br />

remunerada, a amostra do presente estudo foi composta por militares da reserva, do sexo masculino, com ida<strong>de</strong><br />

igual ou superior a 65 anos, cadastrados na SIP (Seção <strong>de</strong> Inativos e Pensionistas), regional do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Foram enviados 600 questionários para as residências, com um retorno <strong>de</strong> 116 questionários, todos<br />

incluídos na pesquisa, perfazendo um total <strong>de</strong> 116 idosos analisados.<br />

O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa do Hospital Central do Exército,<br />

recebendo parecer <strong>de</strong> número 08/2008 (Parecer n° 08/2008).<br />

2.6.3 Instrumento<br />

A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada através <strong>de</strong> um questionário com perguntas fechadas. Os idosos<br />

receberam um questionário, juntamente com um Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido, via correio,<br />

tendo respondido sobre aspectos relacionados à vida social, vida econômica, saú<strong>de</strong> física e nutricional<br />

(APÊNDICE 1 e 2).<br />

Todos os idosos serão avaliados uma única vez, após autorização escrita <strong>de</strong> sua participação.<br />

2.6.4 Análise<br />

Para a análise dos dados foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 16.0.<br />

Para caracterização da amostra foi feita estatística <strong>de</strong>scritiva, com cálculo da média e <strong>de</strong>svio padrão para<br />

todas as variáveis.<br />

O nível <strong>de</strong> significância foi <strong>de</strong> 5%, ou seja, p< 0,05.


3 RESULTA<strong><strong>DO</strong>S</strong><br />

Foram avaliados 116 indivíduos com ida<strong>de</strong>s que variaram <strong>de</strong> 69 a 91 anos, com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 75,72<br />

+ 4,94 anos (Dp = 4,94) e com 81% dos idosos concentrados na faixa etária <strong>de</strong> 70 a 80 anos. A média <strong>de</strong> peso<br />

foi <strong>de</strong> 76,92 + 10,00Kg (Dp = 10) e altura <strong>de</strong> 1,70 + 0,05m (Dp = 0,05). O gran<strong>de</strong> predomínio da amostra foi<br />

<strong>de</strong> idosos com a patente <strong>de</strong> oficial (82,6%), e todos resi<strong>de</strong>ntes no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ (Tabela 1).<br />

Tabela 1-Características da amostra. Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, 2008.<br />

Média Desvio Padrão Mínimo Máximo<br />

Ida<strong>de</strong> 75,72 anos 4,94 69 91<br />

Peso 76,92 Kg 10 52 109<br />

Altura 1,70 m 0,05 1,56 1,88<br />

60<br />

50<br />

58,6<br />

40<br />

30<br />

20<br />

22,4<br />

10<br />

13,7<br />

5,1<br />

0<br />

65 a 69 anos 70 a 75 anos 76 a 80 anos acima <strong>de</strong> 80 anos<br />

Distribuição das ida<strong>de</strong>s dos militares idosos avaliados na amostra, RJ, 2008.<br />

Gráfico 2 –<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Gen Cel/TC/Maj Cap/Tem St/Sgt<br />

Distribuição <strong>de</strong> posto/graduação dos militares idosos avaliados, RJ, 2008.<br />

Gráfico 3 –<br />

Na população <strong>de</strong> idosos do Exército, os casados representam 87,7% e os <strong>de</strong>mais, viúvos, separados e<br />

que nunca casaram, representam 6%. Entre os viúvos, todos têm ida<strong>de</strong> superior a 75 anos (Tabela 2). A<br />

totalida<strong>de</strong> da amostra teve filhos, sendo que mais da meta<strong>de</strong> (52,4%) teve três filhos ou mais e 47,2% até dois<br />

filhos.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista do tipo <strong>de</strong> residência, 85% possuem imóvel próprio e 14,6% vivem em imóveis<br />

alugados, cedidos ou divididos com outros familiares (Tabela 2), sendo 68,4% <strong>de</strong>stes ocupados por praças;


79,9% dos idosos estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o local on<strong>de</strong> moram e a insatisfação (11,1%) supera<br />

a indiferença (6%) em cinco pontos percentuais. Sobre a composição domiciliar, poucos resi<strong>de</strong>m sozinhos (6%)<br />

e mais da meta<strong>de</strong> da amostra (58,7%) resi<strong>de</strong> em domicílio com mais <strong>de</strong> uma pessoa, sendo ela a esposa ou<br />

companheira em quase a totalida<strong>de</strong> (94%). Dos 34,6% que resi<strong>de</strong>m com mais <strong>de</strong> duas pessoas,2/3 moram com<br />

os filhos e esposas, e 1/3 com netos, sogra, empregada e outros.<br />

Com relação ao trabalho, os idosos do Exército se aposentam com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 51,7 + 5,92 anos (Dp<br />

= 5,92); 77,4% <strong>de</strong>stes idosos não trabalham atualmente e somente 14,6% ainda trabalham, sendo que a meta<strong>de</strong><br />

(7,74%) se <strong>de</strong>dica ao trabalho voluntário (Tabela 2). Quando perguntado sobre a sua satisfação em relação ao<br />

trabalho realizado ao longo da vida, a gran<strong>de</strong> maioria (96,2%) <strong>de</strong>clarou-se satisfeita, sendo 61,9% com alta<br />

satisfação.<br />

A fim <strong>de</strong> avaliar a satisfação com a vida, foram formuladas questões relacionadas à locomoção,<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s do dia-a-dia, relações pessoais, apoio dos amigos, satisfação pessoal, vida sexual,<br />

condições do local on<strong>de</strong> mora, acesso ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e meios <strong>de</strong> transporte, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser observado que<br />

85,6% encontra-se satisfeito, sendo 35,1% <strong>de</strong>stes com alto nível <strong>de</strong> satisfação, e apenas 14,4% com pouca<br />

satisfação (Tabela 3) (Gráfico 3). Em relação ao nível <strong>de</strong> satisfação pessoal, foram formuladas questões<br />

relacionadas à disposição, aceitação da aparência física, dinheiro para suprir necessida<strong>de</strong>s, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

médico, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> constatar que<br />

87,1% encontram-se satisfeitos, sendo 35,1% <strong>de</strong>stes com alto grau <strong>de</strong> satisfação, e apenas 12,9% da amostra<br />

com pouca satisfação (Tabela 3) (Gráfico 4).<br />

Tabela 2-Aspectos sociais dos idosos do EB. Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, 2008<br />

Aspectos sociais Categoria N %<br />

Estado civil<br />

Casado<br />

Solteiro<br />

Viúvo<br />

Separado / divorciado<br />

Amasiado<br />

102<br />

4<br />

7<br />

3<br />

0<br />

87,7<br />

3,4<br />

6<br />

2,6<br />

0<br />

Tipo <strong>de</strong> moradia<br />

Trabalha atualmente<br />

Alugada<br />

Própria<br />

Cedida<br />

Divi<strong>de</strong> com familiares<br />

Não<br />

Sim<br />

Trabalho voluntário<br />

13<br />

99<br />

3<br />

1<br />

90<br />

17<br />

9<br />

11,2<br />

85,1<br />

2,6<br />

0,9<br />

77,4<br />

14,6<br />

7,7<br />

Tabela 3- Pontos <strong>de</strong> satisfação com a vida. Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, 2008<br />

Média DP Min obtido Max obtido<br />

Satisfação com a vida em geral 38 6 23/10 50/50<br />

Satisfação com a vida pessoal 22 3 16/10 28/30


GRÁFICO 4 – Satisfação com a vida geral<br />

Gráfico 3 - Satisfação com a vida em Geral<br />

35%<br />

14%<br />

51%<br />

baixa satisfação (10 a 30 pontos) satisfação (31 a 40 pontons) alta satisfação (>40 pontos)<br />

Gráfico 4- Índices <strong>de</strong> satisfação com a vida em geral dos idosos do Exército Brasileiro.<br />

GRÁFICO 4 – Satisfação com a vida pessoal<br />

Gráfico 4 - Satisfação com a vida pessoal<br />

16,8%<br />

12,9%<br />

70,3%<br />

baixa satisfação (10 a 30 pontos) satisfação (31 a 40 pontons) alta satisfação (>40 pontos)<br />

Gráfico 5- Índices <strong>de</strong> satisfação pessoal dos idosos do Exército Brasileiro.<br />

Quando solicitados a avaliar a própria saú<strong>de</strong>, 83,4% a consi<strong>de</strong>raram boa ou excelente, e 1,7%<br />

<strong>de</strong>clararam possuir péssima saú<strong>de</strong>. Cerca <strong>de</strong> 79,1% consi<strong>de</strong>raram sua visão excelente ou boa, a mesma<br />

avaliação foi feita por 78,2% em relação à memória. A auto-avaliação da audição também variou entre boa e<br />

excelente para 63,6%, e 36,1% <strong>de</strong>clararam péssima ou razoável, aspecto que alcançou maior índice <strong>de</strong><br />

avaliação negativa. A auto-avaliação da saú<strong>de</strong> se comparada com outros idosos da mesma ida<strong>de</strong> foi igual ou<br />

melhor para 95,4% da amostra (Tabela 4). Na correlação dos resultados, a auto-avaliação da saú<strong>de</strong> teve<br />

correlação positiva, estatisticamente significante, com os outros aspectos da saú<strong>de</strong> como a visão (r = .442, p =<br />

0.000), a audição (r = .341, p = 0.000) e a memória (r = .430, p = 0.000), porém não obteve correlação<br />

significativa com a ida<strong>de</strong>.<br />

Os sentimentos negativos como, mau humor, <strong>de</strong>sespero, ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão são sentidos<br />

freqüentemente por apenas 9,46% da amostra, e algumas vezes ou nunca por 87,7%.<br />

Quanto à freqüência com que procuraram o médico no último ano, verifica-se que 45,5% procuraram <strong>de</strong><br />

1 a 3 vezes no ano, 29,2% <strong>de</strong> 4 a 6 vezes no ano e 15,4% dos idosos não visitaram o médico (Tabela 5). Foram<br />

internados no último ano 23,2%, sendo que as principais causas <strong>de</strong> internação foram as doenças


cardiovasculares (25,9%) (Tabela 5). Em relação às quedas, no último ano, 79,1% não caíram e 9% caíram uma<br />

vez.<br />

Tabela 4: Auto percepção da saú<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

Variável Categorias N %<br />

Auto-avaliação Saú<strong>de</strong><br />

Excelente<br />

Muito boa<br />

Boa<br />

Razoável<br />

Péssima<br />

9<br />

35<br />

53<br />

17<br />

2<br />

7,7<br />

30,1<br />

45,5<br />

14,6<br />

1,7<br />

Visão<br />

Audição<br />

Memória<br />

Excelente<br />

Muito boa<br />

Boa<br />

Razoável<br />

Péssima<br />

Excelente<br />

Muito boa<br />

Boa<br />

Razoável<br />

Péssima<br />

Excelente<br />

Muito boa<br />

Boa<br />

Razoável<br />

Péssima<br />

4<br />

17<br />

71<br />

21<br />

3<br />

5<br />

19<br />

50<br />

41<br />

1<br />

7<br />

23<br />

61<br />

25<br />

0<br />

3,4<br />

14,6<br />

61<br />

18,1<br />

2,5<br />

4,3<br />

16,3<br />

43<br />

35,3<br />

0,8<br />

6<br />

19,8<br />

52,4<br />

21,5<br />

0<br />

Em relação ao grupo <strong>de</strong> variáveis comportamentais <strong>de</strong> risco, mais da meta<strong>de</strong> (59,3%) são ex-fumantes;<br />

36,1% dos idosos nunca fumaram e 4,3% fumam atualmente (Tabela 5). O padrão <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> álcool<br />

encontrado foi: 55,9% não consomem álcool com regularida<strong>de</strong> e 43,8% consumiam socialmente à época da<br />

entrevista (Tabela 5). O se<strong>de</strong>ntarismo (idoso que não praticam nenhuma ativida<strong>de</strong> física), afeta 11,1% dos<br />

avaliados (Tabela 5). Quando avaliado o Índice <strong>de</strong> Massa Corporal (IMC), os indivíduos da amostra se<br />

apresentam com IMC médio <strong>de</strong> 26,3 + 3,05 (Dp = 3,05), sendo que 60,3% estão com pré-obesida<strong>de</strong> (24,5 <<br />

IMC < 29,9), 8,6% com obesida<strong>de</strong> classe I (30 < IMC < 34,9) e 29,3% com índice normal (18,5 < IMC < 24,4)<br />

(Tabela 5).<br />

As restrições alimentares atingem 59,3%, sendo 2/4 com duas ou três restrições. A gordura (40,4%), o<br />

sal (36,1%) e o açúcar (35,2%) são as principais restrições, e outras como as calóricas, os leites/<strong>de</strong>rivados e os<br />

carboidratos representam 20,6% (Tabela 5).<br />

Tabela 5- Auto cuidado e Comportamento <strong>de</strong> risco. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

Variável Categorias N %<br />

Consulta Médica<br />

Nenhuma<br />

18 15,4<br />

1 a 3 vezes/ano<br />

53 45,5<br />

4 a 6 vezes/ano<br />

34 29,2<br />

mensal<br />

9 7,7<br />

semanal<br />

2 1,7


Internação Sim<br />

Não<br />

Tabagismo<br />

Fuma atualmente<br />

Nunca fumou<br />

Ex fumante<br />

Uso <strong>de</strong> álcool<br />

Se<strong>de</strong>ntarismo<br />

IMC De 18,5 a 24,4<br />

De 24,5 a 29,9<br />

De 30 a 34,9<br />

> 35<br />

Restrição<br />

alimentar<br />

Não<br />

Sim<br />

Não respon<strong>de</strong>ram<br />

Bebe atualmente<br />

Nunca bebeu<br />

Ex<br />

Sim<br />

Não<br />

Normal<br />

Pré obesida<strong>de</strong><br />

Obesida<strong>de</strong> classe I<br />

Obesida<strong>de</strong> classe II<br />

Gordura<br />

Sal<br />

Açúcar<br />

27<br />

89<br />

5<br />

42<br />

69<br />

51<br />

43<br />

22<br />

13<br />

103<br />

34<br />

70<br />

10<br />

2<br />

47<br />

69<br />

47<br />

42<br />

41<br />

5<br />

23,2<br />

76,5<br />

4,3<br />

36,1<br />

59,3<br />

43,8<br />

36,9<br />

18,9<br />

11,2<br />

88,7<br />

29,3<br />

60,3<br />

8,6<br />

1,7<br />

40,5<br />

59,4<br />

40,5<br />

36,2<br />

35,3<br />

4,3<br />

Quando avaliada a morbida<strong>de</strong>, 85,1% <strong>de</strong>clararam pelo menos um diagnóstico clínico formulado por um<br />

médico nos últimos anos. Quanto à hierarquia das causas mórbidas, as morbida<strong>de</strong>s cardiovasculares e<br />

endócrinas ocorrem em 85,3% dos indivíduos, seguidas das morbida<strong>de</strong>s gastrintestinais (81%), osteoarticulares<br />

(30,1%) e respiratórias (20,6%). Dentre as enfermida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior ocorrência, a hipertensão atinge meta<strong>de</strong> dos<br />

idosos (50,8%), e aproximadamente 2/5 tem problemas <strong>de</strong> colesterol alto (38,7%) e catarata (36,2%).<br />

Triglicerí<strong>de</strong>o alto, gastrite, arritmia cardíaca e diabete melito são comuns a aproximadamente 1/4 da amostra<br />

(25,8%, 22,4%, 20,6% e 20,6% respectivamente) (Tabela 6).<br />

Tabela 6- Distribuição <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> por gran<strong>de</strong>s grupos. RJ, 2008.<br />

Gran<strong>de</strong> grupo Morbida<strong>de</strong> N %<br />

Cardiovascular 99 85,3<br />

Hipertensão 59 50,8<br />

Arritmia 24 20,6<br />

Endócrino 99 85,3<br />

Colesterol 45 38,7<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s 30 25,8<br />

Diabetes 24 20,6<br />

Gastrointestinais 94 81<br />

Problema digestivo 29 25<br />

Problema digestivo 26 22,4<br />

Prisão <strong>de</strong> ventre 21 18,1<br />

Osteoarticular 35 30,1<br />

Reumatismo 22 18,9<br />

Fratura 7 6<br />

Osteoporose 6 5,1<br />

Respiratório 24 20,6<br />

Problema pulmonar 9 7,7


Bronquite 7 6<br />

Outras 54 46,5<br />

Catarata 42 36,2<br />

Glaucoma 8 6,8<br />

Com relação às ativida<strong>de</strong>s físicas, 73,9% se exercitam mais <strong>de</strong> duas vezes por semana e 35,6% realizam<br />

mais <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> física, contra 11,1% <strong>de</strong> se<strong>de</strong>ntários. As principais ativida<strong>de</strong>s físicas praticadas são a<br />

caminhada (68,53%) e a ginástica (16%). 30,2% realizam ativida<strong>de</strong>s diversas como hidroginástica, corrida,<br />

musculação e tênis (Tabela 7).<br />

Tabela 7- Freqüência/ativida<strong>de</strong> física. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

Variável Categorias N %<br />

Freqüência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física<br />

nunca<br />

13 11,2<br />

< 2 vezes/semana<br />

17 14,6<br />

2 a 4 vezes/semana<br />

45 38,7<br />

> 4 vezes/semana<br />

15 12,9<br />

Todos os dias<br />

Ativida<strong>de</strong>s físicas<br />

Caminhada<br />

Ginástica<br />

Hidroginástica<br />

Musculação<br />

Natação<br />

Outras<br />

26<br />

77<br />

18<br />

12<br />

7<br />

6<br />

21<br />

22,4<br />

68,5<br />

16<br />

10,7<br />

6,2<br />

5,3<br />

18,7<br />

Nossos dados apontam que 87,4% possuem sono bom ou muito bom, e alguns com o sono alterado<br />

(12,6%). Apenas 4% apresentaram sono muito alterado (Gráfico 6). Não foi encontrada relação significativa<br />

entre alterações do sono e a ida<strong>de</strong> (Tabela 8).<br />

Gráfico 5 - Tipo <strong>de</strong> Sono<br />

GRÁFICO 6 – Tipo <strong>de</strong> sono<br />

7% 2% 4%<br />

31%<br />

56%<br />

muito bom bom ligeiramente alterado mo<strong>de</strong>radamente alterado muito alterado<br />

Gráfico 6 – Tipo <strong>de</strong> sono dos idosos do Exército Brasileiro


Não foram encontradas correlações significativas da ida<strong>de</strong> com a auto-avaliação da saú<strong>de</strong> e nem com<br />

aspectos <strong>de</strong> satisfação com a vida analisados nesta pesquisa (Tabela 8).<br />

Tabela 8- Correlações da ida<strong>de</strong> com a saú<strong>de</strong> auto referida e aspectos <strong>de</strong> satisfação com a vida dos idosos do EB.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

r<br />

Ida<strong>de</strong><br />

p<br />

Sono - 0,003 0,978<br />

Freqüência <strong>de</strong> sentimentos negativos - 0,158 0,091<br />

Satisfação geral 0,017 0,871<br />

Saú<strong>de</strong> auto referida 0,091 0,330


4 DISCUSSÃO<br />

Traçar um perfil dos idosos do Exército Brasileiro (EB), é estudar uma amostra com características<br />

peculiares haja vista ter uma média <strong>de</strong> 35 anos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>dicado à caserna, e com hábitos, costumes<br />

profissionais e pessoais bastante semelhantes. A maior parte da amostra que respon<strong>de</strong>u o questionário proposto<br />

foi <strong>de</strong> oficiais, que obrigatoriamente possuem o 3º grau completo, o que certamente facilitou o entendimento do<br />

questionário. Por este motivo supõe-se que os resultados obtidos sejam mais fiéis à realida<strong>de</strong>. A amostra<br />

mostrou-se homogênea, com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> idosos <strong>de</strong> uma faixa etária elevada.<br />

Em sua gran<strong>de</strong> maioria casados, superando a média nacional em 30%, todos tiveram filhos, sendo a<br />

maioria com mais <strong>de</strong> dois her<strong>de</strong>iros. Satisfeitos com o local on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m, a maior parte já tem sua casa própria<br />

e convive com esposa ou companheira. Dentre os poucos que ainda vivem <strong>de</strong> aluguel, predominam a classe dos<br />

Subtenentes e Sargentos. Talvez isto se explique pelo fato dos mesmos terem remunerações menores que a dos<br />

oficiais e conseqüentemente maior dificulda<strong>de</strong> para adquirir a casa própria. Morar sozinho não é uma<br />

característica dos idosos do EB, inclusive com média bem aquém da nacional (FPA, 2007).<br />

O alto índice <strong>de</strong> satisfação com a vida é um ponto diferencial <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> idoso. É importante ressaltar<br />

que a falta <strong>de</strong> correlação significativa <strong>de</strong> diversas variáveis com a ida<strong>de</strong>, foge um pouco da realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrada em outros estudos <strong>de</strong> base populacional. A falta <strong>de</strong> correlação po<strong>de</strong> ser explicada pelo exposto no<br />

parágrafo inicial <strong>de</strong>sta seção. Quanto aos possíveis fatores que contribuem para a alta satisfação da amostra,<br />

po<strong>de</strong>mos ressaltar a boa estrutura familiar, a estabilida<strong>de</strong> financeira e a casa própria relatada pela gran<strong>de</strong><br />

maioria.<br />

O alto percentual que procurou atendimento médico no último ano, <strong>de</strong>monstra a preocupação e os<br />

cuidados com a saú<strong>de</strong> própria e sua conseqüente prevenção. Vale lembrar que a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes indivíduos<br />

possui um plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> particular, o FUSEX. As baixas hospitalizações, a maioria por problemas<br />

cardiovasculares, po<strong>de</strong>m ser explicadas pelo alto índice <strong>de</strong> freqüência ao consultório médico no último ano,<br />

colaborando assim para a prevenção <strong>de</strong> doenças e conseqüentemente <strong>de</strong> internações.<br />

Com relação às quedas ao solo, a gran<strong>de</strong> maioria não caiu no último ano. Estudos realizados com idosos<br />

mostram uma prevalência <strong>de</strong> 34,8% <strong>de</strong> quedas na população geral e que estas quedas estariam diretamente<br />

associadas com ida<strong>de</strong> avançada, se<strong>de</strong>ntarismo, auto-percepção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ruim e maior número <strong>de</strong> medicação<br />

referida por uso continuo. Pelo fato <strong>de</strong> nossa amostra possuir um baixo índice <strong>de</strong> se<strong>de</strong>ntários e uma auto<br />

percepção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> muito boa, explica o índice <strong>de</strong> quedas da amostra bem aquém da média dos idosos.<br />

A saú<strong>de</strong> auto-referida negativamente, segundo a literatura, está fortemente relacionada ao aumento da<br />

morbi mortalida<strong>de</strong>. No presente estudo, a saú<strong>de</strong> auto-relatada foi muito boa e fortemente correlacionada com a<br />

visão, audição e memória. Estas variáveis apresentaram, entre si, correlação positiva muito significativa, o que<br />

confirma a importância do cuidado dispensado à saú<strong>de</strong> para que se viva mais e com mais qualida<strong>de</strong>. A audição<br />

foi o quesito <strong>de</strong> maior percentual negativo (razoável ou péssimo), diferente do estudo <strong>de</strong> NOVAES (2006), que<br />

obteve a visão como pior avaliação.


Quanto aos comportamentos <strong>de</strong> risco, a maioria não fuma, só ingere álcool socialmente e pratica<br />

regularmente ativida<strong>de</strong>s físicas. A esmagadora maioria apresenta pelo menos uma restrição alimentar, tendo,<br />

respectivamente, como principais restrições: a gordura; o sal; e o açúcar.<br />

As morbida<strong>de</strong>s cardiovasculares e endócrinas foram as mais <strong>de</strong>scritas pelos idosos, com uma freqüência<br />

um pouco acima do estudo <strong>de</strong> Novaes et al 2006, o que se explicaria pela maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e conseqüentemente maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Os idosos do Exército se exercitam com boa freqüência, acima <strong>de</strong> três vezes por semana, tendo como<br />

ativida<strong>de</strong>s mais executadas a caminhada e a ginástica. Esta freqüência po<strong>de</strong> ser justificada pelo fato <strong>de</strong> que<br />

exercitar-se regularmente foi, por imposição da profissão, uma prática habitual ao longo da vida profissional<br />

<strong>de</strong>sta amostra. Em contrapartida, o índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) enquadra a maior parte da amostra na préobesida<strong>de</strong><br />

e 1/3 em índices normais. Consi<strong>de</strong>rando que o IMC e a ativida<strong>de</strong> física se correlacionam<br />

negativamente, nossa amostra que não <strong>de</strong>veria estar enquadrada na pré-obesida<strong>de</strong> na medida que<br />

comprovadamente executam mais ativida<strong>de</strong>s físicas. Isto talvez seja explicado pelo fato <strong>de</strong> que o cálculo do<br />

IMC através da relação peso e altura, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a composição <strong>de</strong>ste peso no que diz respeito ao percentual<br />

<strong>de</strong> massa muscular e <strong>de</strong> gordura, não sendo assim a maneira a mais fiel para se estipular padrão <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong>.<br />

Caracterizada por ter um padrão <strong>de</strong> sono <strong>de</strong> bom a muito bom, apenas 4% da amostra necessita <strong>de</strong><br />

auxílio e possível tratamento pois estão com o sono muito alterado. Vale ressaltar que o sono dos idosos do EB<br />

(sono bom ou muito bom) foge aos padrões normais do envelhecimento que se caracteriza, na gran<strong>de</strong> maioria,<br />

como ligeiramente alterado. Estudos comprovam que com o envelhecimento há aumento da prevalência <strong>de</strong><br />

distúrbios do sono. Alguns autores evi<strong>de</strong>nciam uma média <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> idosos com uma ou mais queixas, o que<br />

po<strong>de</strong>ria representar um marcador <strong>de</strong> doença física ou mental ruim. O envelhecimento normal está<br />

especificamente relacionado com a diminuição na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciar e manter o sono e com a diminuição do<br />

sono profundo. Como a amostra se mostrou saudável (boa saú<strong>de</strong> física e mental), as queixas <strong>de</strong> sono foram<br />

naturalmente menores do que a média evi<strong>de</strong>nciada no estudo <strong>de</strong> ESPIRITU, 2008.<br />

Em relação às vulnerabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste estudo, é importante ressaltar que este questionário auto<br />

preenchido, ou seja, respondido sem a presença <strong>de</strong> aplicador, po<strong>de</strong> ter permitido o viés <strong>de</strong> influenciar alguns<br />

dados por questões <strong>de</strong> interpretações e entendimentos divergentes.


5 CONCLUSÃO<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que estamos diante <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> idoso diferenciado. Se analisarmos alguns fatores<br />

como: a alta satisfação com a vida e com a saú<strong>de</strong>; a baixa internação; a uma boa saú<strong>de</strong> física e mental; a<br />

in<strong>de</strong>pendência na vida diária; a integração social; o suporte familiar; o baixo índice <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong><br />

risco; e a in<strong>de</strong>pendência econômica po<strong>de</strong> afirmar que os idosos do Exército Brasileiro se caracterizam por<br />

apresentar um envelhecimento mais saudável que a média nacional, e com as intempéries normais do passar dos<br />

anos. Neste estudo, causa surpresa o fato da variável ida<strong>de</strong> não ter influenciado no <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> alguns fatores<br />

como saú<strong>de</strong>, sono e satisfação, isto se explica por se tratar <strong>de</strong> uma amostra extremamente homogênea, com<br />

estabilida<strong>de</strong> emocional e financeira, on<strong>de</strong> a variável ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser importante.


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APÊNDICES<br />

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECI<strong>DO</strong><br />

“<strong>PERFIL</strong> <strong><strong>DO</strong>S</strong> I<strong><strong>DO</strong>S</strong>OS <strong>DO</strong> EXÉRCITO <strong>BRASILEIRO</strong>”<br />

Por ser uma pessoa com mais <strong>de</strong> 65 anos, o Sr. está sendo convidado, como voluntário, a participar da<br />

pesquisa sobre o perfil dos idosos do Exército Brasileiro. Esta é uma investigação que está sendo <strong>de</strong>senvolvida<br />

na <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Exército, pela Tenente Aluna Daniele Fabrino Cupertino Queirod <strong>de</strong> Oliveira, médica<br />

(graduada pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília-UnB) e geriatra (pela Universida<strong>de</strong> Estadual do Rio <strong>de</strong> Janeiro-<br />

UERJ), do Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Oficiais, 2008.<br />

O Sr. não é obrigado a participar <strong>de</strong>ssa pesquisa. É importante que antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir por participar ou<br />

não, leia todo este documento.<br />

O envelhecimento populacional é fenômeno mundial, presente em países <strong>de</strong>senvolvidos e<br />

sub<strong>de</strong>senvolvidos, que torna a população <strong>de</strong> idosos uma parcela importante a ser estudada. A participação da<br />

população idosa tem dobrado nos últimos cinqüenta anos, com projeções recentes mostrando que este segmento<br />

po<strong>de</strong>rá ser responsável por quase 15% da população total no ano <strong>de</strong> 2020. Paralelo a esse fenômeno, o Brasil se


<strong>de</strong>para com o aumento da longevida<strong>de</strong>, com um aumento na proporção <strong>de</strong> idosos sobrevivendo às ida<strong>de</strong>s mais<br />

avançadas.<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é conhecer melhor os nossos idosos, saber como se sentem, o que estão<br />

fazendo e os cuidados que estão dispensando à saú<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> ser uma parcela pouco estudada, tem um<br />

potencial fascinante para conclusões que uma vez analisadas, produzem argumentos valiosos para a orientação<br />

<strong>de</strong> jovens que, certamente vivenciarão essa fase da vida. Isto nos ajudará a <strong>de</strong>senvolver melhores programas<br />

educativos, a provi<strong>de</strong>nciar serviços a<strong>de</strong>quados e a otimizar a velhice. Para isso, sua contribuição é fundamental<br />

neste primeiro projeto <strong>de</strong> pesquisa com idosos militares. Os resultados da pesquisa servirão <strong>de</strong> alicerce a futuros<br />

projetos que venham aten<strong>de</strong>r os idosos.<br />

Juntamente com este documento, estará sendo enviado um breve questionário sobre alguns aspectos<br />

relacionados com sua saú<strong>de</strong>, suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e sua situação sócio econômica. Isto não levará mais <strong>de</strong> 20<br />

minutos <strong>de</strong> seu tempo. Estaremos enviando juntamente com esta carta, um selo e um envelope, afim <strong>de</strong> facilitar<br />

o retorno da correspondência, bastando que entregue o envelope selado ao correio. Dentro do envelope <strong>de</strong>verá<br />

conter o consentimento assinado e o questionário respondido.<br />

Segundo a RESOLUÇÃO 196/96 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que trata das diretrizes e normas<br />

regulamentadoras <strong>de</strong> pesquisas envolvendo seres humanos, você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em<br />

qualquer aspecto que <strong>de</strong>sejar. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper<br />

a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar<br />

qualquer penalida<strong>de</strong> ou perda <strong>de</strong> benefícios.<br />

Se você aceitar participar, seguiremos todos os protocolos <strong>de</strong> sigilo e ética. Os resultados serão<br />

utilizados para publicações futuras e permanecerão confi<strong>de</strong>nciais. Seu nome ou o material que indique a sua<br />

participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será i<strong>de</strong>ntificado(a) em nenhuma publicação que<br />

possa resultar <strong>de</strong>ste estudo. Uma cópia <strong>de</strong>ste consentimento informado será arquivada no Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong><br />

Oficiais da <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Exército.<br />

A participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponível nenhuma compensação<br />

financeira adicional.<br />

CONSENTIMENTO: A Ten Al Daniele informou dos objetivos da pesquisa acima <strong>de</strong> maneira clara,<br />

<strong>de</strong>talhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento po<strong>de</strong>rei solicitar novas informações e<br />

mudar minha <strong>de</strong>cisão se assim o <strong>de</strong>sejar. Também sei que caso existam gastos adicionais, estes serão<br />

absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Em caso <strong>de</strong> dúvidas po<strong>de</strong>rei chamar a Tenente Aluna Daniele,no<br />

telefone (21) 22642132<br />

Declaro que concordo em participar <strong>de</strong>sse estudo. Recebi uma cópia <strong>de</strong>ste termo <strong>de</strong> consentimento livre e<br />

esclarecido e me foi dada a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler e esclarecer as minhas dúvidas. Em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

contatar o Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa do HCE: Rua Francisco Manuel, 126 – Triagem – Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ,<br />

e-mail <strong>de</strong>pmhce@yahoo.com.br – Telefones: 21 3891-7214 / 21 38917216)


___________________________________________________________________<br />

Nome do participante, Assinatura e Data<br />

___________________________________________________________________<br />

DANIELE FABRINO CUPERTINO QUEIROD DE OLIVEIRA<br />

Nome da Pesquisadora, Assinatura e Data<br />

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO<br />

1. Qual é sua ida<strong>de</strong>? ____________________<br />

2. Qual é o seu estado civil?<br />

(1) Casado. Quantas vezes?____________<br />

(2) Solteiro/nunca casado<br />

(3) Divorciado<br />

(4) Separado<br />

(5) Amasiado<br />

(6) Viúvo<br />

3. Você teve filhos?<br />

(1) Sim. Quantos? __________________<br />

(2) Não.<br />

(3) Adotei. Quantos? ________________<br />

4. Sua casa é?<br />

(1) Alugada<br />

(2) Cedida<br />

(3) Própria<br />

(4) Dividido com outros da família<br />

<strong>PERFIL</strong> <strong>DO</strong> I<strong><strong>DO</strong>S</strong>O NO EXÉRCITO <strong>BRASILEIRO</strong><br />

5. Quantas pessoas moram hoje em sua casa, sem contar você?_________________________<br />

Descreva abaixo o parentesco.<br />

Parentesco Ida<strong>de</strong> Parentesco Ida<strong>de</strong> Parentesco Ida<strong>de</strong><br />

6. Com que ida<strong>de</strong> você se aposentou?_____________________<br />

7. Você está atualmente trabalhando em algum serviço remunerado?<br />

(1) Sim<br />

(2) Não<br />

(3) Trabalho voluntário


8. Pensando na sua satisfação em relação ao trabalho na sua vida como um todo, que nota você daria <strong>de</strong> 1 a 10?<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

9. Gostaria que você me dissesse como é sua saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo geral?<br />

(1) Excelente<br />

(2) Muito boa<br />

(3) Boa<br />

(4) Razoável<br />

(5) Péssima<br />

10. Gostaria que você me dissesse como é sua visão <strong>de</strong> um modo geral?<br />

(1) Excelente<br />

(2) Muito boa<br />

(3) Boa<br />

(4) Razoável<br />

(5) Péssima<br />

11. Gostaria que você me dissesse como é sua audição <strong>de</strong> um modo geral?<br />

(1) Excelente<br />

(2) Muito boa<br />

(3) Boa<br />

(4) Razoável<br />

(5) Péssima<br />

12. Gostaria que você me dissesse como é sua memória <strong>de</strong> um modo geral?<br />

(1) Excelente<br />

(2) Muito boa<br />

(3) Boa<br />

(4) Razoável<br />

(5) Péssima<br />

13. Como você me diria que é sua saú<strong>de</strong> comparada com a <strong>de</strong> ouras pessoas, que você conhece, <strong>de</strong> sua mesma<br />

ida<strong>de</strong>?<br />

(1)Melhor que da maioria das outras pessoas que conheço<br />

(2)Igual a da maioria das outras pessoas que conheço<br />

(3)Pior do que a da maioria das outras pessoas que conheço<br />

14. Você esteve internado no último ano?<br />

(1) Sim<br />

(2) Não<br />

(3) On<strong>de</strong> ______________________________________________________<br />

(4) Motivo_____________________________________________________<br />

(5) Quando_____________________________________________________<br />

15. Quantas vezes no último ano você procurou um médico?<br />

(1) Semanalmente<br />

(2) Mensalmente<br />

(3) 4 a 6 vezes/ano<br />

(4) 1 a 3 vezes/ ano<br />

(5) Não procurei<br />

16. Você diria que alguma vez, nos últimos 5 anos, você<br />

foi diagnosticado por um médico com<br />

1. Sim 98. Não sei<br />

2. Não


1. Alta pressão arterial<br />

2. Colesterol alto<br />

3. Triglicerí<strong>de</strong>os alto<br />

4. Diabetes<br />

5. Ritmo cardíaco irregular / arritmia<br />

6. Angina / dores no peito<br />

7. Infarto<br />

8. Aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral/ <strong>de</strong>rrame<br />

9. Trombose<br />

10. Bronquites<br />

11. Asma<br />

12. Enfisema<br />

13. Problemas pulmonares<br />

14. Problemas <strong>de</strong> vesícula<br />

15. Problema hepático<br />

16. Problema hormonal<br />

17. Problema digestivo<br />

18. Gastrite<br />

19. Ulcera<br />

20. Diarréia/ náuseas<br />

21. Prisão <strong>de</strong> ventre<br />

22. Problema renal<br />

23. Pedras nos rins<br />

24. Infecção urinária<br />

25. Problemas relacionados ao ácido úrico<br />

26. Catarata<br />

27. Glaucoma<br />

28. Ressecamento ou <strong>de</strong>scamação da pele<br />

29. Reumatismo/ artrite<br />

30. Osteoporose<br />

31. Fratura<br />

32. Parkinson<br />

33. Dores <strong>de</strong> cabeça<br />

34. Inchaço nas pernas, tornozelos e juntas<br />

35. Cansaço/<strong>de</strong>sânimo<br />

36. Câncer<br />

Gostaria <strong>de</strong> saber o nível <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> física<br />

17. Em uma semana regular da sua vida, quantas vezes por semana você faz algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física?<br />

Uma caminhada, nadar... (Po<strong>de</strong> indicar mais <strong>de</strong> uma opção)<br />

(1) Nunca<br />

(2) Menos <strong>de</strong> duas vezes por semana<br />

(3) Entre 2 e 4 vezes<br />

(4) Mais <strong>de</strong> 4 vezes por semana<br />

(5)Todos os dias<br />

18. Qual seria esta ativida<strong>de</strong> física?<br />

(1) Ginástica<br />

(2) Caminhada<br />

(3) Dança<br />

(4) Natação


(5) Musculação<br />

(6) Tai-Chi<br />

(7) Hidroginástica<br />

(8) Outros________________<br />

(9) Nenhuma<br />

Em relação aos seus hábitos <strong>de</strong> vida, gostaria que você me dissesse:<br />

19. Gostaria que você tentasse se lembrar qual foi seu padrão <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> cigarros ao longo <strong>de</strong> sua vida.<br />

(1) Fuma atualmente<br />

(2) Ex fumante<br />

(3)Nunca fumou<br />

20. Gostaria que você tentasse se lembrar qual foi seu padrão <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> álcool ao longo <strong>de</strong> sua vida.<br />

(1) Bebe atualmente<br />

(2) Bebeu e não bebe mais<br />

(3) nunca bebeu<br />

21. Você faz quantas refeições por dia<br />

(1) Uma<br />

(2) Duas<br />

(3) Três<br />

(4) Quatro<br />

(5) Cinco ou mais<br />

22. Tem alguma restrição alimentar<br />

(1) Sim<br />

(2) Não<br />

23. Qual? (po<strong>de</strong> indicar mais <strong>de</strong> uma opção)<br />

(1) Sal<br />

(2) Carboidratos<br />

(3) Açúcar<br />

(4) Gorduras<br />

(5) Calórica<br />

(6) Outras: ____________________________<br />

(7) Nenhuma<br />

(8) Leite e <strong>de</strong>rivados<br />

24. Qual o seu peso atual aproximadamente?______________________________________<br />

25. Qual a sua altura aproximadamente? __________________________________________<br />

26. Você caiu no último ano?<br />

( ) Sim ( )Não<br />

27. Se caiu? Quantas vezes?<br />

( ) uma vez ( ) duas vezes ( ) três vezes ( ) quatro vezes ou mais<br />

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz <strong>de</strong> fazer certas<br />

coisas nestas duas últimas semanas.<br />

28. Você tem energia suficiente para o seu dia a dia?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente


29. Você é capaz <strong>de</strong> aceitar sua aparência física ?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente<br />

30. Você tem dinheiro suficiente para satisfazer sua necessida<strong>de</strong>s?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente<br />

31. O quanto você precisa <strong>de</strong> um tratamento médico para levar sua vida diária?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente<br />

32. Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente<br />

33. Em que medida você tem oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer?<br />

( 1 ) Nada ( 2 ) Muito pouco ( 3 ) Médio ( 4 ) Muito ( 5 ) Completamente<br />

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito <strong>de</strong> vários aspectos<br />

<strong>de</strong> sua vida nas últimas duas semanas.<br />

34. Quão bem você é capaz <strong>de</strong> se locomover?<br />

(1) Muito ruim (2) Ruim (3) Nem ruim nem bom (4) Bom (5) Muito bom<br />

35. Quão satisfeito você está com o seu sono?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

36. Quão satisfeito você está com sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar suas ativida<strong>de</strong>s do dia-a-dia?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

37. Quão satisfeito você está consigo mesmo?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

38. Quão satisfeito você está com relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

39. Quão satisfeito você está com sua vida sexual?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

40. Quão satisfeito você está com o apoio que você recebe dos seus amigos?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

41. Quão satisfeito você está com as condições do local on<strong>de</strong> mora?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

42. Quão satisfeito você está com o seu acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito


43. Quão satisfeito você está com o seu meio <strong>de</strong> transporte?<br />

(1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) nem satisfeito, nem insatisfeito<br />

(4) satisfeito (5) muito satisfeito<br />

44. Com que freqüência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, <strong>de</strong>sespero, ansieda<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>pressão?<br />

(1) nunca (2) algumas vezes (3) freqüentemente (4) muito freqüentemente (5) sempre<br />

MINIQUESTIONÁRIO DE SONO<br />

As Próximas questões referem-se à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu sono, gostaríamos <strong>de</strong> saber, como está seu sono<br />

atualmente (na última semana, por exemplo)<br />

45. Por favor, escreva a<br />

opção que melhor <strong>de</strong>screva<br />

seu sono<br />

Nunca<br />

Muito<br />

rarame<br />

nte<br />

1x/sem<br />

Rara<br />

Mente<br />

2x/sem<br />

Às<br />

vezes<br />

3x<br />

Freqüe<br />

ntemen<br />

te<br />

4x/sem<br />

a. Você tem dificulda<strong>de</strong> em<br />

adormecer à noite?<br />

b. Você acorda <strong>de</strong><br />

madrugada e não consegue<br />

adormecer <strong>de</strong> novo?<br />

d. Você tome remédios para<br />

dormir ou tranqüilizantes?<br />

e. Você dorme durante o<br />

dia?<br />

f. Ao acordar <strong>de</strong> manhã você<br />

ainda se sente cansado?<br />

g. Você ronca à noite? (que<br />

você saiba)<br />

h. Você acorda durante à<br />

noite? (e volta a dormir)<br />

i. Você acorda com dor <strong>de</strong><br />

cabeça?<br />

j. Você sente cansaço sem<br />

ter nenhum motivo<br />

aparente?<br />

k. Você tem sono agitado?<br />

(mudanças constantes <strong>de</strong><br />

posição ou movimentos <strong>de</strong><br />

pernas/braços)<br />

Pontuação: 0 a 9 - sono muito bom; 10 a 24 - sono bom; 25 a 27 - levemente alterado;<br />

28 a 30 - mo<strong>de</strong>radamente alterado; acima <strong>de</strong> 30 - muito alterado.<br />

Com<br />

muita<br />

freqüên<br />

cia<br />

5-<br />

6x/sem<br />

Sempre<br />

7x/sem<br />

.

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