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1º Ten Al NATASHA SÁ GILLE RISSIN - Escola de Saúde do Exército

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1º <strong>Ten</strong> <strong>Al</strong> <strong>NATASHA</strong> SÁ <strong>GILLE</strong> <strong>RISSIN</strong>A EVOLUÇÃO DO SERVIÇO ASSISTENCIAL MILITAR NO BRASIL E ACRIAÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITORIO DE JANEIRO2010


A EVOLUÇÃO DO SERVIÇO ASSISTENCIAL MILITAR NOBRASIL E A CRIAÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL DOEXÉRCITOTrabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso apresenta<strong>do</strong> àescola <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> exército como requisitoparcial para aprovação no Curso <strong>de</strong> Formação<strong>de</strong> Oficiais <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especializaçãoem Aplicações Complementares às CiênciasMilitaresOrienta<strong>do</strong>r: Capitão Julio Augusto <strong>de</strong> CarvalhoGamaRIO DE JANEIRO2010


R596eRissin, Natasha Sá Gille.A evolução <strong>do</strong> serviço assistencial militar no Brasil e a criação <strong>do</strong>Hospital Central <strong>do</strong> Exército / Natasha Sá Gille Rissin - Rio <strong>de</strong>Janeiro, 2010.28f ; 30 cmOrienta<strong>do</strong>r: Julio Augusto <strong>de</strong> Carvalho GamaTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (especialização) – <strong>Escola</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em AplicaçõesComplementares às Ciências Militares, 2010.Referências: f271. Hospital Central <strong>do</strong> Exército. 2. HCE. 3. Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>Exército. I. Gama, Julio Augusto <strong>de</strong> Carvalho. II. <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><strong>do</strong> Exército. III. Título.CDD 355.345


AGRADECIMENTOSAgra<strong>de</strong>ço primeiramente ao meu chefe e amigo, Capitão médico JulioAugusto <strong>de</strong> Carvalho Gama, Chefe <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Proctologia <strong>do</strong> Hospital Central <strong>do</strong>Exército, por ter me ajuda<strong>do</strong> e me incentiva<strong>do</strong> na carreira médica e militar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> oprimeiro dia em que trabalhei na sua equipe neste hospital.Aos meus pais, Gerson e Mirian, que sempre prestaram apoio incondicionalem toda a minha formação médica e militar, com amor, <strong>de</strong>dicação e paciência.Espero que esta conquista faça <strong>de</strong> vocês pais ainda mais orgulhosos.


RESUMOO Hospital Central <strong>do</strong> Exército, historicamente o mesmo edifica<strong>do</strong> em fins <strong>de</strong> 1768,no alto <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Castelo, no ex-Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas, representa, para a históriada Medicina Brasileira, um acervo <strong>do</strong>s mais significativos. Acompanhan<strong>do</strong> oprogresso da ciência médica e <strong>de</strong>le participan<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os momentos, <strong>de</strong>monstraa capacida<strong>de</strong> da Medicina Militar que, na paz e na guerra, comprovou com eficiênciae senso humanitário. Atuações memoráveis <strong>de</strong> ilustres profissionais e fatossignificativos compõem o panorama histórico da instituição.Sua história tem início em 1759, quan<strong>do</strong> o então Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas foi prepara<strong>do</strong>para receber o Vice-Rei Dom Antônio Rolim <strong>de</strong> Moura Tavares, o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong>Azambuja. Em 1763 então o Vice-Rei transformou o quartel das Náus, situa<strong>do</strong> naRua <strong>do</strong>s Quartéis da Armada, no morro <strong>de</strong> São Bento, em enfermaria para abrigaros militares <strong>do</strong>entes que voltavam da batalha. Em 17 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1766 <strong>de</strong>u-se aposse <strong>do</strong> Vice-Rei e em 09 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1768 D. Antonio Rolim noticiou que iriamandar reformar o antigo Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas para abrigar um hospital para osmilitares, visto que o Quartel das Náus já não comportava os <strong>do</strong>entes <strong>de</strong> maneiraa<strong>de</strong>quada. Com a aprovação <strong>do</strong> ministro, foram efetuadas as reparações no excolégioe, em 22 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1769 ocorre a instalação <strong>do</strong> novo hospital, o HospitalReal e Ultramar, primeiro nome da<strong>do</strong> ao Hospital Central <strong>do</strong> Exército. Em 1808, poror<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Príncipe D. João, o hospital foi abrigo <strong>do</strong> ensino médico no Rio <strong>de</strong> Janeiro,com a criação da <strong>Escola</strong> Anatômica, Cirúrgica e Médica, sob a direção <strong>do</strong>Frei Custódio <strong>de</strong> Campos e Oliveira. Nas suas salas foram realizadas aulas,reuniões, atos cirúrgicos, conferências, solenida<strong>de</strong>s cívicas e cultos religiosos. Coma Proclamação da República,em 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1889, o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>apresentou gran<strong>de</strong>s transformações, com a criação <strong>de</strong> novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio e oexemplo disso foi o lançamento da pedra fundamental em 7 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1890,através <strong>do</strong> chefe <strong>do</strong> governo provisório, Marechal Manoel Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca, nacapital fe<strong>de</strong>ral, pelo <strong>de</strong>creto n°307, on<strong>de</strong> iniciava a construção <strong>do</strong> novo Hospital emBenfica, um hospital <strong>de</strong> primeira classe, sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Hospital Central <strong>do</strong>Exército. Hoje em dia, o Hospital Central <strong>do</strong> Exército continua a exercer o seurelevante papel no meio militar. Relembran<strong>do</strong> fatos e nomes históricos este trabalho<strong>de</strong>monstra aqui a importância da história da instituição, orgulho da Medicina Militar,berço <strong>do</strong> trabalho técnico, <strong>do</strong> ensino e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pioneirismo médico.Palavras-chave: Hospital Central <strong>do</strong> Exército, Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, história


ABSTRACTThe Central Army Hospital, historically the same built in late 1768, on top of Morro <strong>do</strong>Catelo hill, the former Jesuit College, represents the history of Brazilian Medicine, acollection of the most significant. Accompanying the progress of medical science andhis part in all times, <strong>de</strong>monstrates the capacity of Military Medicine that, in peace andwar, with proven efficiency and humanitarianism. Memorable performances ofdistinguished professionals and significant facts make up the historical background ofthe institution. His story begins in 1759 when the then Jesuit College was prepared toreceive the Viceroy Dom Antonio Rolim <strong>de</strong> Moura Tavares, the Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azambuja.In 1763 the then Viceroy became the headquarters of Naus, the Street of Quartéis daArmada on the hill of São Bento, in the military ward to accommodate patients whoreturned from battle. On November 17, 1766 gave up possession of the Viceroy andMarch 9, 1768 D. Antonio Rolim reported that would have restored the former Jesuitcollege to house a hospital for the military, since the headquarters of the Naus didnot inclu<strong>de</strong> patients already a<strong>de</strong>quately. With the approval of the minister, the repairswere ma<strong>de</strong> in former college and on January 22, 1769 is the installation of the newhospital, the Hospital Real e Ultramar, first name given to the Central Army Hospital.In 1808, by or<strong>de</strong>r of Prince D. João, the hospital was un<strong>de</strong>r medical teaching in Rio<strong>de</strong> Janeiro, with the creation of the School of Anatomy, Surgery and Medicine, un<strong>de</strong>rthe direction of Frei Custódio <strong>de</strong> Oliveira Campos. Its rooms were classrooms,meetings, surgical procedures, conferences, civic and religious cults. With theProclamation of the Republic on November 15, 1889, the health service introducedmajor changes, with the creation of new support units and the example was thelaunch of the foundation stone on April 7, 1890, through the head ofgovernment Interim Marchal Manuel Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca, in the fe<strong>de</strong>ral capital, byDecree No. 307, which began the construction of the new hospital in Benfica, a firstclass hospital, un<strong>de</strong>r the name Central Army Hospital. Today, the Central ArmyHospital continues to exercise its important role in the military. Recalling facts andhistorical names that work here <strong>de</strong>monstrates the importance of the institution'shistory, pri<strong>de</strong> of Military Medicine, birthplace of the technical work, teaching andattitu<strong>de</strong>s of medical pioneers.Keywords: Central Army Hospital, health service, history


SUMÁRIO1 INTRODUÇAO.......................................................................................................72 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................82.1 A ASSISTÊNCIA MÉDICA MILITAR NOS ANOS DE 1500 ATÉ OPRIMEIRO REINADO.....................................................................................82.2 HOSPITAL REAL MILITAR E ULTRAMAR (1768-1831)...............................112.3 A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL...................................................................122.4 HOSPITAL REGIMENTAL DO CAMPO (1832-1844)....................................142.5 HOSPITAL MILITAR DA GUARNIÇÃO DA CORTE (1844-1890)..................152.6 HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO (1890-1996)......................................183 CONCLUSÃO.........................................................................................................25REFERÊNCIAS ........................................................................................................26


1 INTRODUÇÃOVisto que o Hospital Central <strong>do</strong> Exército foi o primeiro gran<strong>de</strong> hospital cria<strong>do</strong>para servir os militares da força terrestre e ainda hoje exerce primordial efundamental função no serviço assistencial da saú<strong>de</strong>, faz-se necessário enten<strong>de</strong>r oque levou a sua concepção, em que momento isto ocorreu e em qual contextoestava inseri<strong>do</strong> na História <strong>do</strong> Brasil e qual a sua relevância para o Exército e para oGoverno Brasileiros.Para situar e <strong>de</strong>screver como se <strong>de</strong>u a criação e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>Hospital Central <strong>do</strong> Exército, ten<strong>do</strong> em vista os acontecimentos políticos,econômicos e sociais vivi<strong>do</strong>s no Brasil foi realizada uma pesquisa bibliográfica, purae <strong>de</strong>scritiva através da coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s em web sites, livros e publicaçõesperiódicas.


2 DESENVOLVIMENTO2.1 A ASSISTÊNCIA MÉDICA MILITAR NOS ANOS DE 1500 ATÉ O PRIMEIROREINADODes<strong>de</strong> a <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong> Brasil até o primeiro reina<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer que oBrasil era um país coloniza<strong>do</strong>, basicamente por <strong>de</strong>greda<strong>do</strong>s e aventureiros. Até ainstalação <strong>do</strong> império, nosso país não se baseava em nenhum mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>de</strong>atenção à saú<strong>de</strong> da população e não havia ainda o interesse, por parte <strong>do</strong> governo<strong>de</strong> Portugal, em criá-lo (SILVA, 2007).Até a chegada da Corte portuguesa ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1808, os poucosmédicos, membros da elite, encontravam‐se nas cida<strong>de</strong>s maiores e atendiamsomente as camadas mais altas da população (ESCORES; TEIXEIRA, 2008).A partir <strong>de</strong> 1808, foram criadas as primeiras instâncias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública,basicamente encarregadas <strong>de</strong> habilitar e fiscalizar o registro daqueles que se<strong>de</strong>dicavam à arte da cura (médicos, cirurgiões, farmacêuticos, parteiras,sangra<strong>do</strong>res, etc.) e fiscalizar os navios para impedir que chegassem novas <strong>do</strong>ençasnas cida<strong>de</strong>s costeiras.O interesse na saú<strong>de</strong> estava limita<strong>do</strong> ao controle sanitário mínimo da capital<strong>do</strong> império, tendência que se alongou por quase um século. A organização política<strong>do</strong> império era <strong>de</strong> um regime <strong>de</strong> governo unitário e centraliza<strong>do</strong>r, incapaz <strong>de</strong> darcontinuida<strong>de</strong> e eficiência na transmissão e execução à distância das <strong>de</strong>terminações<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s centrais (SILVA, 2007).Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Sebastião <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, i<strong>de</strong>ntifica-se a chegada <strong>do</strong>sprimeiros médicos na terra <strong>de</strong>scoberta, acompanhan<strong>do</strong> as tropas militares. Ospoucos profissionais existentes não podiam aten<strong>de</strong>r ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> enfermostrazi<strong>do</strong>s nas viagens, submeti<strong>do</strong>s às condições higiênicas e alimentaresextremamente precárias. Durante a travessia a mortanda<strong>de</strong> era assusta<strong>do</strong>ra.Em <strong>de</strong>corrência da distância entre Brasil (colônia) e Portugal (metrópole),vários oficiais e solda<strong>do</strong>s aqui <strong>de</strong>sembarcavam <strong>de</strong>bilita<strong>do</strong>s e emagreci<strong>do</strong>s,necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> assistência médica e repouso. O efetivo <strong>de</strong>veria ser manti<strong>do</strong> em


oas condições físicas, ou seja, apto para a batalha, reduzin<strong>do</strong> ao mínimo asnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reposição e, portanto, treinamento (PASSOS e BARREIRA, 2003).Para isso, a assistência aos solda<strong>do</strong>s e marinheiros portugueses erarealizada, inicialmente, nas residências jesuíticas, consi<strong>de</strong>radas as primeirasinstituições presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> auxílio hospitalar aos militares enfermos e feri<strong>do</strong>s noBrasil (PASSOS e BARREIRA, 2003).Os religiosos que viviam nas Casas <strong>de</strong> Misericórdia, atuavam precariamenteno tratamento da tropa. Antes da fundação <strong>do</strong> hospital militar, a ativida<strong>de</strong> médica e aprática hospitalar ainda eram coisas distintas. Diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, tornou-se vitala criação <strong>de</strong> um Hospital Militar para garantir a higi<strong>de</strong>z da tropa que fazia a <strong>de</strong>fesa<strong>do</strong> território nacional (CARVALHO e TURA, 2005).No Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1789, só existiam quatro médicos exercen<strong>do</strong> aprofissão. Em outros esta<strong>do</strong>s brasileiros eram mesmo inexistentes (SILVA, 2007).Com a vinda <strong>de</strong> incontável número <strong>de</strong> pessoas, as condições sanitárias para a suarecepção e permanência no Brasil tornavam-se cada vez mais difíceis(BERTOLOZZI, 1996).Com um número crescente <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes, chega<strong>do</strong>s com as novastropas, o Conselho Ultramarino conce<strong>de</strong>u nova ajuda financeira, que continuava anão aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s da Santa Casa da Misericórdia, forçan<strong>do</strong>-a asuspen<strong>de</strong>r o atendimento. Em face da situação, o Rei D. Pedro II, em 21 <strong>de</strong> março<strong>de</strong> 1702, <strong>de</strong>terminava ao Governa<strong>do</strong>r e Capitão-General, Artur <strong>de</strong> Sá e Menezes(1697-1702) que se fizesse um hospital com as dimensões necessárias. Apesar dasor<strong>de</strong>ns dadas, nada foi executa<strong>do</strong>, continuan<strong>do</strong> a Casa da Misericórdia a manter oatendimento com a ajuda financeira <strong>do</strong> governo.Com a transformação político-econômica <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil, em razão <strong>do</strong>screscentes conflitos entre portugueses e espanhóis, na bacia <strong>do</strong> Prata, e aexploração das minas, incluin<strong>do</strong> o ciclo <strong>do</strong> ouro, a Coroa transferiu a se<strong>de</strong> <strong>do</strong>Governo Central <strong>do</strong> Brasil para o Rio <strong>de</strong> Janeiro.Morto Estácio <strong>de</strong> Sá, e afasta<strong>do</strong>s os invasores franceses, Mem <strong>de</strong> Sá tratou<strong>de</strong> transferir, <strong>do</strong> Morro Cara <strong>de</strong> Cão (chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Vila Velha), o assento da cida<strong>de</strong>para um local amplo. No Morro <strong>do</strong> Castelo (chama<strong>do</strong> também <strong>Al</strong>to da Sé, Morro <strong>do</strong>Descanso, <strong>de</strong> São Sebastião, <strong>de</strong> São Januário ou ainda <strong>Al</strong>to da Cida<strong>de</strong>), passou afuncionar a se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Governo. Para a proteção <strong>do</strong> novo núcleo foram construí<strong>do</strong>s


aluartes e fortes bem artilha<strong>do</strong>s, a Igreja e o Colégio <strong>do</strong>s padres da Companhia <strong>de</strong>Jesus, a Sé ou Matriz <strong>de</strong> São Sebastião, os armazéns da Real Fazenda, a ca<strong>de</strong>ia, aCasa da Vereança e várias moradias. Com o tempo, outras construções foramlevantadas e se tornaram conhecidas, como o Observatório Astronômico (1847) e oConvento <strong>do</strong>s Capuchinhos (1843).A mudança, ocorrida em 1763, motivou a chegada <strong>de</strong> D. Antônio Álvares daCunha, Con<strong>de</strong> da Cunha, primeiro Vice-Rei (1763-1767).Com a vinda da família real ao Brasil criou-se então a necessida<strong>de</strong> daorganização <strong>de</strong> uma estrutura sanitária mínima, capaz <strong>de</strong> dar suporte ao po<strong>de</strong>r quese instalava na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (SILVA, 2007).Manten<strong>do</strong> a mesma preocupação das autorida<strong>de</strong>s anteriores, voltou-se aoproblema da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s militares que, à época, eram recolhi<strong>do</strong>s muitoimpropriamente, em pequenas casas situadas na Rua <strong>do</strong>s Quartéis da Armada, noMorro <strong>de</strong> São Bento. Assim mesmo, a primeira atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> da Cunha foimandar remo<strong>de</strong>lar as construções lá existentes e transformá-las em EnfermariaMilitar, que na verda<strong>de</strong> não passava <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes.Em 17 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1766, assume o segun<strong>do</strong> Vice-Rei, D. Antônio Rolim<strong>de</strong> Moura Tavares, o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azambuja. Era um homem conhece<strong>do</strong>r das terrasbrasileiras, pois fora anteriormente Governa<strong>do</strong>r e Capitão-General <strong>do</strong> Mato Grosso(1751-1764) e da Bahia, já Briga<strong>de</strong>iro e Con<strong>de</strong> (1766-1767), até então residin<strong>do</strong> noPaço <strong>do</strong>s Governa<strong>do</strong>res, construí<strong>do</strong> pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boba<strong>de</strong>la (SILVA, 2010).Sob a or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azambuja e com a aprovação <strong>do</strong> Ministro, foramefetuadas as reparações no ex-Colégio. O Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas era amplo, commais <strong>de</strong> duzentos metros <strong>de</strong> comprimento, numerosas celas e possuin<strong>do</strong> quatropavimentos. Serviu para alojar os militares enfermos oriun<strong>do</strong>s da enfermariaexistente no Morro <strong>de</strong> São Bento.O local foi chama<strong>do</strong> então <strong>de</strong> Hospital Real e Ultramar, primeiro nome da<strong>do</strong>ao Hospital Central <strong>do</strong> Exército. No momento em que o hospital recebeu este nome(1768-1831) tentou-se dar as melhores condições ao enfermos interna<strong>do</strong>s (SILVA,1996).


2.2 HOSPITAL REAL MILITAR E ULTRAMAR (1768 – 1831)No ex-Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas, agora reforma<strong>do</strong> em algumas áreas, foramacomoda<strong>do</strong>s os enfermos - da Força Terrestre e da Armada - que estavam nasenfermarias da Rua <strong>do</strong>s Quartéis da Armada. O ofício <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azambuja,data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1769, sentencian<strong>do</strong> que "os <strong>do</strong>entes morrem menos econvalescem com mais brevida<strong>de</strong>" é a comprovação <strong>de</strong> que o novo Hospitalinstala<strong>do</strong> no final <strong>de</strong> 1768, e que recebeu a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Hospital Real Militar eUltramar, trouxera melhores condições para os pacientes interna<strong>do</strong>s (SILVA, 2010).As novas instalações exigiram, por parte <strong>do</strong>s encarrega<strong>do</strong>s da administração,numerosos pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> material e pessoal para fazer face ao aumento progressivo<strong>de</strong> enfermos. Neste momento, toda a família militar era, por <strong>de</strong>terminação superior,atendida no Hospital, e era necessário um cadastramento familiar rigoroso visto queos gastos eram enormes. Havia um problema militar e administrativo quan<strong>do</strong> secontabilizava os custos <strong>de</strong> manutenção <strong>do</strong> solda<strong>do</strong>, e preocupava-se com afiscalização das contas <strong>do</strong> Tesouro Real. Assim, os motivos que levaram a CoroaPortuguesa a criar um hospital militar no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong>rivaram <strong>de</strong> um problemalogístico, qual seja a recuperação <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> <strong>do</strong>ente, com a missão <strong>de</strong>transformação <strong>do</strong> hospital <strong>de</strong> um lugar <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença e morte para um lugar <strong>de</strong>recuperação e reintegração <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s à tropa como também o menor gastopossível <strong>de</strong> recursos financeiros (PASSOS e BARREIRA, 2003).O Hospital, apesar <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> movimento, funcionou, por algum tempo, comquatro profissionais (<strong>do</strong>is cirurgiões e <strong>do</strong>is médicos) e, em média, com <strong>do</strong>zeenfermeiros e pessoal <strong>de</strong> administração, que não chegava a cinco, afora <strong>do</strong>iscapelães.


2.3 A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL (1808)Em 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1806 Napoleão Bonaparte, Impera<strong>do</strong>r da França,<strong>de</strong>cretou o Bloqueio Continental à Inglaterra. Em agosto <strong>de</strong> 1807 Napoleão enviouum ultimato a Dom João, Príncipe Regente <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> o fechamento<strong>do</strong>s portos lusitanos à marinha inglesa, seja por acor<strong>do</strong> ou por ocupação militar, fatoque ocorreu meses <strong>de</strong>pois, com a invasão <strong>do</strong> território português por tropascomandadas pelo General Jean-An<strong>do</strong>che Junot. Em resposta Dom João, apoia<strong>do</strong>pela Inglaterra, <strong>de</strong>cidiu pela transferência da Família Real e toda a Corte portuguesapara a sua rica colônia americana, o Brasil (SILVA, 1958).No dia 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1807 uma esquadra composta por trinta e seisnavios partiu <strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Belém, em Portugal, escoltada por quatro navios <strong>de</strong> guerrabritânicos, em direção à colônia, chegan<strong>do</strong> ao porto <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r em 22 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>1808, após cinqüenta e quatro dias <strong>de</strong> viagem. Em 28 <strong>de</strong> janeiro, Dom João<strong>de</strong>terminou a abertura <strong>do</strong>s portos da colônia ao comércio internacional, favorecen<strong>do</strong>a Inglaterra e acirran<strong>do</strong> as animosida<strong>de</strong>s com a França. Em 26 <strong>de</strong> fevereiro zarpoupara a cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.Estrategicamente, pelo Decreto Regencial <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1808,Dom João, com o objetivo <strong>de</strong> organizar, coor<strong>de</strong>nar e uniformizar os serviços <strong>do</strong>scirurgiões e físicos (médicos) <strong>do</strong> Exército e Armada Reais, tanto no Brasil quantonas colônias africanas e asiáticas, nomeou o Frei Custódio <strong>de</strong> Campos e Oliveiracomo Cirurgião-Mór <strong>do</strong>s Exércitos e Armadas Reais em to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>míniosultramarinos e, por conseqüência, criou a Repartição <strong>do</strong> Cirurgião-Mór, embrião dahoje <strong>de</strong>nominada Diretoria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército (SILVA, 1996).Com o Ato <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1808, o Príncipe Regente D. João, recémchega<strong>do</strong> ao Brasil, nomeia o cirurgião da Armada, Joaquim da Rocha Mazarém,para ministrar aulas <strong>de</strong> "ligaduras, cortes e operações <strong>de</strong> cirurgia", como lente <strong>de</strong>Anatomia no Hospital Militar <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Castelo. Frei Custódio <strong>de</strong> Campos Oliveira,cirurgião da Real Câmara e freire conventual professor da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cristo criou a<strong>Escola</strong> Anatômica, Cirúrgica e Médica <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> janeiro. Por motivo da ausência <strong>do</strong>Dr. Mazarém, foi nomea<strong>do</strong>, seu substituto, o Cirurgião-mor Joaquim José Marques.Seguiram-se o cirurgião José Lopes <strong>de</strong> Magalhães, para professor <strong>de</strong> Terapêutica


Cirúrgica e Particular, e o Dr. José Maria Bontempo para ministrar Medicina Teóricae Prática, ensinan<strong>do</strong> os princípios elementares da matéria médica e farmacêutica.Influentes médicos e pessoas ligadas à saú<strong>de</strong> pública acompanharam ocortejo Real, trazen<strong>do</strong> importantes modificações para a área médica militar. Assim, ofrei Custódio <strong>de</strong> Campos Oliveira, investi<strong>do</strong> nas funções <strong>de</strong> Cirurgião-mor <strong>do</strong>s ReaisExércitos e Armada <strong>de</strong> Portugal, procurou reformular toda a sistemáticaadministrativa implantada no Hospital, crian<strong>do</strong> condições para que o profissionalpu<strong>de</strong>sse exercer com mais dignida<strong>de</strong> o seu trabalho, principalmente com respeitoaos vencimentos, que já não eram a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s. Melhorou as instalações, nomeounovos cirurgiões e auxiliares, criou a Botica Real Militar junto ao Hospital (hojeLaboratório Químico-Farmacêutico <strong>do</strong> Exército), <strong>de</strong>terminou o uso <strong>de</strong> uniformes paraos médicos, substituiu os aten<strong>de</strong>ntes sem capacitação por funcionáriosremunera<strong>do</strong>s, reativou a horta com escravos para seu trabalho diário e disciplinou oproblema hierárquico entre os seus médicos e cirurgiões (SILVA, 2010).As modificações foram, aos poucos, dan<strong>do</strong> normas <strong>de</strong>finidas àadministração e ao corpo médico. A admissão <strong>de</strong> farmacêuticos, a contratação <strong>de</strong>serventes, a melhoria <strong>do</strong>s vencimentos, a fiscalização das contas <strong>do</strong> Hospital peloTesouro e a remuneração aos estudantes internos melhoraram o atendimento econcorreram para expor às autorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais oficial, as dificulda<strong>de</strong>s daadministração hospitalar.Em 1813, gran<strong>de</strong>s reformas nas instalações foram realizadas sob aresponsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Ten</strong> Cel Eng Henrique Isi<strong>do</strong>ro Xavier <strong>de</strong> Brito.Com o retorno <strong>de</strong> Dom João VI a Portugal, em 1821, acompanha-o o FreiCustódio, fican<strong>do</strong> em seu lugar o <strong>Ten</strong>ente-Coronel Manuel Antonio Henrique Totta, oqual é nomea<strong>do</strong> pelo Impera<strong>do</strong>r Dom Pedro I, no ano seguinte, Cirurgião-Mór <strong>do</strong>Exército, permanecen<strong>do</strong> no cargo até 1849. Fatos relevantes marcaram a gestão <strong>do</strong>Dr. Totta, como a implementação, em 1832, <strong>do</strong> Regulamento <strong>do</strong>s HospitaisRegimentais (transforman<strong>do</strong> os hospitais militares em hospitais regimentais); arealização inédita no Brasil, durante a década <strong>de</strong> 1840, <strong>de</strong> diversos atos médicoscirúrgicos e anestésicos, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> o grau <strong>de</strong> conhecimento e técnica cirúrgica<strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong> Hospital Militar da Corte; e a promulgação, em 19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>1849, <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Organização <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército, o qual, pela


primeira vez, estabelecia a organização <strong>de</strong> toda a estrutura <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> militar, tanto <strong>do</strong>Exército quanto da Marinha (SILVA, 2010).2.4 HOSPITAL REGIMENTAL DO CAMPO (1832 - 1844)A ciência médica estava progredin<strong>do</strong>, e pouco a pouco chegavam asnovida<strong>de</strong>s científicas no Brasil. O ambiente <strong>de</strong> apoio técnico, entretanto, nãoacompanhava o interesse médico, que lutava nos hospitais sem condições e semauxílio financeiro, sem, contu<strong>do</strong> impedir que os profissionais apresentassem seusestu<strong>do</strong>s, experiências e progresso.Apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os avanços, O Hospital realmente <strong>de</strong>ixava muito a<strong>de</strong>sejar. Em relatório <strong>de</strong> uma comissão, nomeada pela Câmara Municipal, data<strong>do</strong> <strong>de</strong>1830, <strong>de</strong>stacavam-se inúmera críticas: a localização elevada <strong>do</strong> hospital sobre oMorro <strong>do</strong> Castelo expunha os pacientes a uma ventilação excessiva, pois as janelasnão funcionavam a<strong>de</strong>quadamente, a la<strong>de</strong>ira tão íngreme e perigosa dificultava alocomoção. <strong>Al</strong>ém disso, o cemitério da Misericórdia que ficava abaixo e <strong>do</strong> la<strong>do</strong> dabarra, provocava um cheiro infecto que algumas vezes se tornava insuportável. Àexceção da enfermaria <strong>do</strong>s oficiais, em nenhuma outra havia vidraças (SILVA,2010).Diante <strong>de</strong> tal situação uma nova tentativa para melhorar o sistema <strong>de</strong>atendimento surgiu com o <strong>de</strong>creto da Regência, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1832,extinguin<strong>do</strong> os Hospitais Militares e crian<strong>do</strong> os Hospitais Regimentais, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>instala<strong>do</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro, um, no Campo da Aclamação - atual Praça daRepública - e outro no Depósito da Praia Vermelha, além <strong>de</strong> uma pequenaenfermaria militar na Fortaleza <strong>de</strong> São João. O Hospital Real Militar e Ultramarsomente mu<strong>do</strong>u <strong>de</strong> nome e local - <strong>do</strong> alto <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Castelo para a Praça daAclamação - porque a Direção, os profissionais e os problemas continuaram osmesmos.Agora <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Hospital Regimental <strong>do</strong> Campo, não atendia, também,à crescente clientela da Corte, e não po<strong>de</strong>ria ser compara<strong>do</strong> aos Hospitais


Regimentais das Províncias, on<strong>de</strong> o efetivo militar era bem menor. Era na verda<strong>de</strong>um autêntico hospital geral (PASSOS e BARREIRA, 2003).2.5 HOSPITAL MILITAR DA GUARNIÇÃO DA CORTE (1844 - 1890)Enfrentan<strong>do</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s, os Hospitais Regimentais, que duraramainda <strong>do</strong>ze anos, foram extintos em 1844 (<strong>de</strong>creto 397, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> novembro). UmaComissão, constituída pelos Drs. Fi<strong>de</strong>lis Martins Bastos, Cristóvão José <strong>do</strong>s Santos -ambos funda<strong>do</strong>res da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro - e Honório José daCunha Gurgel, to<strong>do</strong>s os médicos militares, foi criada para organizar um projeto <strong>de</strong>regulamento. Entre os seus quinze artigos o cita<strong>do</strong> regulamento <strong>de</strong>talha ofuncionamento e instalações <strong>do</strong> novo hospital, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> que as enfermarias<strong>de</strong>vessem ser proporcionais ao número provável <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes, classificadas edistribuídas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que fosse uma só para uma certa classe <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, evitan<strong>do</strong>semistura e contaminação; que houvesse um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> instrumentos e outro pararoupas; <strong>de</strong>terminava as dimensões das camas <strong>de</strong> ferro; três pares <strong>de</strong> lençóis e <strong>do</strong>iscobertores, quatro camisas, um roupão e uma calça; e uma banheira para cada vintee cinco camas. Opinou ainda a Comissão, pela entrega da direção <strong>do</strong> nosocômio aum "oficial hábil, honra<strong>do</strong> e zeloso escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntre as quatro classes que compõemo Exército". Este foi o início da direção leiga <strong>do</strong>s hospitais militares, entregue aosoficiais combatentes, o que perdurou até o fim <strong>do</strong> Império (SILVA, 2010).Pelo <strong>de</strong>creto cita<strong>do</strong>, mandava o governo reunir os Hospitais Regimentais emum só com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Hospital Militar da Guarnição da Corte, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> àsforças terrestres.Os <strong>do</strong>entes voltaram ao Morro <strong>do</strong> Castelo, oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> antigo Hospital <strong>do</strong>Campo da Aclamação, a 29 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1844, e foram ocupar as salas <strong>do</strong>edifício.No ano seguinte, a 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1846, um relatório assina<strong>do</strong> por Francisco<strong>de</strong> Paula Vieira <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>, conta alguns <strong>de</strong>talhes da sua administração. O quadro


<strong>de</strong> funcionários - incluin<strong>do</strong> pessoal técnico e administrativo - alcançava o número <strong>de</strong>sessenta e quatro (CANAVARROS, 2009).Com o gran<strong>de</strong> aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> atendimentos e frente à necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> expansão <strong>do</strong> hospital, em 1851 houve a mudança da <strong>Escola</strong> Anatômica Cirúrgicae Médica, e to<strong>do</strong> o edifício <strong>do</strong> ex-Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas ficou sen<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong> peloHospital que, com o passar <strong>do</strong>s anos, foi sofren<strong>do</strong> modificações, com ampliações enovas <strong>de</strong>pendências, tornan<strong>do</strong>-se mais prático para o atendimento.A data <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1867 marca a assinatura <strong>de</strong> um contrato entre oMinistério da Guerra e a Congregação das Filhas <strong>de</strong> São Vicente <strong>de</strong> Paula para oemprego das irmãs <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, que entraram em serviço no hospital no anoseguinte, estabelecen<strong>do</strong> melhorias no atendimento e cuida<strong>do</strong> com os <strong>do</strong>entes,principalmente no que diz respeito à higiene e organização (SILVA, 1996).To<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> visou à melhoria <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente. O esforço médico jáera compensa<strong>do</strong>, inclusive por um melhor apoio financeiro das autorida<strong>de</strong>ssuperiores.Contu<strong>do</strong>, o velho casarão ia enfrentan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> tempo. Os baixa<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Hospital mereciam um especial cuida<strong>do</strong> <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r, que os visitava comfreqüência.É preciso salientar que, apesar da atuação das autorida<strong>de</strong>s sanitárias comsuas Posturas, Regulamentos, Editais e Decretos, a higiene pública <strong>de</strong>ixava muito a<strong>de</strong>sejar. Esgotos, águas estagnadas, proliferação <strong>de</strong> focos <strong>de</strong> mosquitos, águas semtratamento <strong>de</strong>sempenharam papel <strong>de</strong>cisivo na propagação das enfermida<strong>de</strong>s e <strong>do</strong>ssurtos epidêmicos. Ainda mais, a gran<strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> tropas chegadas dasdistantes Províncias, durante o perío<strong>do</strong> da Guerra da Tríplice <strong>Al</strong>iança, veio agravar asituação, lotan<strong>do</strong> os hospitais e cemitérios. Outro da<strong>do</strong> assusta<strong>do</strong>r são os óbitosocorri<strong>do</strong>s no Rio <strong>de</strong> Janeiro, entre o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1859 a 1890, que assinalam, emprimeiro lugar a tuberculose, com 57.694 (cinqüenta e sete mil seiscentos e noventae quatro), segui<strong>do</strong> da febre amarela, com 34.308 (trinta e quatro mil trezentos e oito).O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> enfermos chega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraguai, no tempo da Guerra, já nãocabia no velho casarão <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Castelo (SILVA, 2010).O governo <strong>de</strong>terminou, diante <strong>de</strong>sta emergência, que fosse instalada umaenfermaria militar no Andaraí, com duzentos leitos, à Rua Pinto <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong>, no


número 11. Inicialmente funcionou como Enfermaria Militar, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois a serHospital Militar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Hospital Militar da Guarnição da Corte. Lá,trabalharam ilustres médicos militares, que prestaram excelentes serviços àmedicina brasileira.Este Hospital dispunha <strong>de</strong> um Diretor - oficial combatente - seis médicos(cinco cirurgiões e um clínico) e <strong>do</strong>is farmacêuticos. Era um sobra<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> com<strong>do</strong>is pavimentos, <strong>do</strong>is barracões, uma casa e um pequeno quartel, situa<strong>do</strong> no interior<strong>de</strong> uma chácara espaçosa e fecha<strong>do</strong> por muros. Os serviços médicos estavamconcentra<strong>do</strong>s no sobra<strong>do</strong> e distribuí<strong>do</strong>s por seis enfermarias e vinte e umcompartimentos esclareci<strong>do</strong>s e ventila<strong>do</strong>s por sessenta e oito janelas e trinta e <strong>do</strong>isventila<strong>do</strong>res. Existiam também uma capela, alojamento <strong>do</strong> médico-<strong>de</strong>-dia, botica,laboratório, casa mortuária, salas <strong>de</strong> banho quente e frio, e latrina com regula<strong>do</strong>res<strong>de</strong> água corrente. Havia água em to<strong>do</strong> o edifício, <strong>de</strong>rivada <strong>do</strong>s encanamentos daTijuca, como também gás <strong>de</strong> iluminação. A <strong>de</strong>scrição parece bastante razoável paraum hospital. Este aspecto chamou a atenção <strong>do</strong> Sr. Ministro da Guerra, que emvisita às suas <strong>de</strong>pendências, em 1881, chegou a elogiar a boa or<strong>de</strong>m e excelenteasseio, como também a <strong>de</strong>dicação e o zelo <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Começou afuncionar em fevereiro <strong>de</strong> 1867, receben<strong>do</strong> os enfermos <strong>do</strong> Depósito existente naFortaleza <strong>de</strong> São João. Antes <strong>de</strong> sua extinção, já era um Hospital in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte(SILVA, 2010).É bom lembrar que durante o perío<strong>do</strong> da Guerra da Tríplice <strong>Al</strong>iança a Direção<strong>do</strong> Hospital Militar da Guarnição da Corte enfrentava <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s problemas: acarência <strong>de</strong> médicos militares, em razão da arregimentação para o teatro <strong>de</strong>operações e a falta <strong>de</strong> leitos para aten<strong>de</strong>r ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entestrazi<strong>do</strong>s da frente <strong>de</strong> batalha. A Direção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminou então a contratação<strong>de</strong> médicos civis, para atuarem no atendimento aos pacientes, e efetuou atransferência <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>les para os hospitais civis da cida<strong>de</strong>. Assim, tivemoscolaboran<strong>do</strong> com a Direção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> os Hospitais da Misericórdia, <strong>de</strong> Jurujuba,Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> N. Sra. da Glória, Enfermaria da Ilha <strong>do</strong> Bom Jesus e a Enfermaria<strong>do</strong> antigo Laboratório <strong>do</strong> Castelo.Apesar da influência técnica exercida pelos médicos nos hospitais,principalmente o Primeiro Médico, a parte administrativa era exercida por um oficial


combatente, crian<strong>do</strong> um clima polêmico entre as partes; herança oriunda da Guerrada Tríplice <strong>Al</strong>iança (NASCIMENTO, 2004).No que diz respeito ao término da direção leiga nos hospitais militares, o novogoverno, atento às reivindicações <strong>do</strong> Ministro da Guerra, que se servira <strong>do</strong>sinúmeros relatórios sobre o assunto, resolvera a questão <strong>de</strong>finitivamente. No caso<strong>do</strong> Hospital Central <strong>do</strong> Exército, ex-Hospital Militar da Guarnição da Corte, localiza<strong>do</strong>no Morro <strong>do</strong> Castelo, fora nomea<strong>do</strong>, o <strong>Ten</strong> Cel Med. João Severiano da Fonseca.2.6 HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO (1890 – 1996)Os ilustres profissionais que atuaram nas enfermarias e hospitais militares<strong>de</strong>monstraram, sempre, interesse pela arte médica, acompanhan<strong>do</strong> o seu progresso.As atuações no dia-a-dia <strong>do</strong> atendimento, na paz e nos perío<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s combatesbélicos, são provas <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>votamento e <strong>de</strong> incrível senso humanitário. Elesnão mediram esforços para acompanhar as inovações da clínica e da cirurgia, dan<strong>do</strong>suas contribuições através <strong>do</strong> exercício profissional, das aulas que ministraram, <strong>do</strong>srelatórios <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s e das obras que escreveram. A falta <strong>de</strong> recursos, como sempre,atrasou a instalação <strong>de</strong> enfermarias e hospitais mais mo<strong>de</strong>rnos, acarretan<strong>do</strong> aimprovisação <strong>de</strong> edifícios antigos e ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> faltou uma visão maisespecífica sobre o sério problema da medicina assistencial. O Exército carecia <strong>de</strong>uma nova organização, e o serviço médico militar <strong>de</strong> um maior efetivo e objetivida<strong>de</strong>(SILVA, 2010).O Governo Republicano, instala<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1889, tentou resgataro atraso e a dívida. Assim, em 4 <strong>de</strong> janeiro 1890, é formada uma Comissão <strong>do</strong>Exército, com o fim <strong>de</strong> elaborar um projeto <strong>de</strong> organização no qual sejamrespeita<strong>do</strong>s os princípios mo<strong>de</strong>rnos das ciências militares e melhormenteassegura<strong>do</strong>s os interesses da causa nacional e garantidas a paz e a or<strong>de</strong>m pública.Militares conhece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> suas respectivas áreas, ex-companheiros <strong>do</strong>scampos <strong>de</strong> batalha e reputa<strong>do</strong>s entre seus pares, certamente finalizaram o trabalhoapresentan<strong>do</strong> importantes sugestões para o Governo. No setor médico, asmodificações apresentadas - reorganização <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>do</strong> serviço


hospitalar e a regulamentação da Repartição Sanitária - tiveram a força da palavra eda capacida<strong>de</strong> administrativa <strong>do</strong> <strong>Ten</strong> Cel Med João Severiano da Fonseca,conhece<strong>do</strong>r profun<strong>do</strong> das <strong>de</strong>ficiências <strong>do</strong> Serviço Sanitário e atuante profissional <strong>do</strong>Hospital Militar da Guarnição da Corte, on<strong>de</strong> servia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1878. Em razão <strong>de</strong>ste e<strong>de</strong> outros estu<strong>do</strong>s, o Chefe <strong>do</strong> Governo Provisório, Marechal Manoel Deo<strong>do</strong>ro daFonseca, assina os Decretos n°277, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> março e n° 307, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>1890. O primeiro, que organiza o Corpo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e o serviço hospitalar, diz queficaria cria<strong>do</strong> na Capital Fe<strong>de</strong>ral um hospital central, único e <strong>de</strong> primeira classe; e osegun<strong>do</strong> Decreto, que regulamenta o Serviço Sanitário, dizia que haveria na CapitalFe<strong>de</strong>ral um hospital <strong>de</strong> primeira classe sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Hospital Central <strong>do</strong>Exército (PASSOS e BARREIRA, 2003).Estava cria<strong>do</strong> mais um nome, agora, porém, com mais autorida<strong>de</strong> e mais<strong>de</strong>terminação. O local era o mesmo, isto é, o Morro <strong>do</strong> Castelo, nas antigasinstalações <strong>do</strong> Colégio <strong>do</strong>s Jesuítas. Era a mesma organização hospitalar criada, em1768, pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azambuja. Entre as modificações importantes nestareorganização <strong>do</strong> Exército, no tocante ainda ao problema <strong>do</strong>s médicos militares, oaumento <strong>do</strong> efetivo <strong>do</strong> corpo médico e farmacêutico, a lei da compulsória e aoficialização <strong>do</strong> médico como diretor <strong>de</strong> Hospitais vieram dar outra feição ao Quadro,que já se mostrava envelheci<strong>do</strong>, e criar novo ânimo aos que iniciavam a carreira(SILVA, 2010).O Dr. José Ribeiro <strong>de</strong> Souza Fontes, Barão <strong>de</strong> Souza Fontes, figura ilustre damedicina brasileira, membro da Imperial Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Medicina, lente da Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Medicina <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e Chefe <strong>do</strong> Serviço Sanitário, como Cirurgião-mor(Coronel), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1867, foi alcança<strong>do</strong> pela nova lei da compulsória, já promovi<strong>do</strong> aGeneral (3 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> l890). Seu sucessor, Dr. Antônio <strong>de</strong> Souza Dantas,General <strong>de</strong> Brigada (<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1890), foi reforma<strong>do</strong>, a pedi<strong>do</strong>, em agosto <strong>do</strong>mesmo ano, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> vago o importante cargo. Em razão disto, o <strong>Ten</strong> Cel Med JoãoSeveriano da Fonseca, que seria promovi<strong>do</strong> a Cel e a General, em futuro bempróximo, por ser nesta circunstância o mais antigo no posto, foi nomea<strong>do</strong> para aDireção <strong>do</strong> Hospital Central <strong>do</strong> Exército, interinamente, já que iria ocupar, emseguida, cargo <strong>do</strong> escalão superior. A Portaria, <strong>de</strong> 1° <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1890, traz aassinatura <strong>do</strong> Sr Ministro da Guerra, Benjamim Constant Botelho <strong>de</strong> Magalhães.


Em 1890, o capitão Ismael da Rocha foi nomea<strong>do</strong> para realizar missões naEuropa, sen<strong>do</strong> uma <strong>de</strong>las estudar tu<strong>do</strong> o que estivesse relaciona<strong>do</strong> ao serviçomilitar, na paz e na guerra, abrangen<strong>do</strong> hospitais, barracas, ambulâncias, uso <strong>de</strong>instrumentos cirúrgicos, e trazer mo<strong>de</strong>los, <strong>de</strong>senhos e mapas <strong>de</strong> hospitais militares afim <strong>de</strong> subsidiarem possíveis projetos <strong>de</strong> construção e instalação <strong>de</strong> hospitaismilitares no País. A missão foi bem sucedida e ele retornou com um gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> plantas e fotografias <strong>de</strong> estabelecimentos hospitalares, quartéis e barracas quefavoreceram o projeto <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> novo hospital militar, a partir da planta baixa<strong>do</strong> Hospital San Juan <strong>de</strong> Diós, <strong>de</strong> Madrid, cedida pela Casa Tollet, <strong>de</strong> Paris, cujomo<strong>de</strong>lo sofreu algumas modificações realizadas durante as obras (SILVA, 2004).O Inspetor Geral <strong>do</strong> Serviço Sanitário, General-<strong>de</strong>-Brigada Med JoãoSeveriano da Fonseca, promovi<strong>do</strong> a 1° <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 18 90, vem, em ofício data<strong>do</strong> <strong>de</strong>21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, dirigi<strong>do</strong> ao Quartel-Mestre General, reclamar a construção <strong>do</strong> novoHospital, porque estan<strong>do</strong> o terreno já compra<strong>do</strong> há um ano e feita a planta eorganiza<strong>do</strong> o orçamento, que já se achava em po<strong>de</strong>r da Diretoria <strong>de</strong> Obras Militares,os <strong>do</strong>is hospitais existentes estavam quase repletos.Finalmente, a 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1892, foi lançada a pedra fundamental, nagran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> 78.960 metros quadra<strong>do</strong>s (duzentos e oitenta x duzentos e oitenta e<strong>do</strong>is metros) no bairro <strong>de</strong> Benfica, adquirida ao Jóquei Club, no valor <strong>de</strong> sessenta enove contos <strong>de</strong> réis. Na festiva solenida<strong>de</strong> estavam presentes ilustrespersonalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> político-militar. O projeto apresenta<strong>do</strong> pelo Cel EngFrancisco Marcelino <strong>de</strong> Souza Aguiar, <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> pelo Marechal Floriano Peixoto,Presi<strong>de</strong>nte da República, foi logo posto em execução; constava <strong>de</strong> oito pavilhõesisola<strong>do</strong>s, Mo<strong>de</strong>lo Tollet, para enfermarias, e <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> pavilhão paraadministração <strong>de</strong> serviços gerais, além <strong>de</strong> outras edificações para enfermarias <strong>de</strong>isolamento e mais serviços, tu<strong>do</strong> para quinhentos leitos (SILVA, 1996).Coube ao Cel Med José Porfírio <strong>de</strong> Melo Matos, terceiro Diretor <strong>do</strong> HospitalCentral <strong>do</strong> Exército (1890-1898), a difícil tarefa <strong>de</strong> enfrentar os últimos anos no velhocasarão <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Castelo. Salas <strong>de</strong>sativadas e precárias, poucos recursos esuperlotação <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes fizeram <strong>de</strong> sua administração um problema constante.Diante <strong>do</strong>s entraves, <strong>de</strong>cidiu o Dr. Porfírio transferir os <strong>do</strong>entes, em 1893, para o"Palácio Leopoldina", no Engenho Velho, à Rua Duque <strong>de</strong> Saxe, on<strong>de</strong> o HCExpermaneceu até 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1894, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois, removi<strong>do</strong> para o "Palácio


Isabel", hoje "Palácio Guanabara", permanecen<strong>do</strong> neste local até sua transferência,<strong>de</strong> volta, ao Morro <strong>do</strong> Castelo, após pequenas reparações lá efetuadas, em 27 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 1895. Apesar disto, o Hospital Central <strong>do</strong> Exército não tinha condições <strong>de</strong>receber a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes oriunda <strong>do</strong> sertão baiano, em <strong>de</strong>corrênciada Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Para tanto, foi criada uma Enfermaria Militar(<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Hospital Central), na Ilha das Flores, em 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1897, queficou a cargo <strong>do</strong> Maj Med Antônio <strong>de</strong> Franco Lobo (SILVA, 2010).Em princípio <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1898, Dr. <strong>Al</strong>exandre Marcelino Bayma, InspetorGeral <strong>do</strong> Serviço Sanitário, nomeia uma comissão para emitir parecer sobre a oferta<strong>de</strong> um Sr. Mayrink, proprietário <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> solar no <strong>Al</strong>to da Boa Vista, que seriatransforma<strong>do</strong> em um hospital (SILVA, 1996).Em Ofício n° 952, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1898, assina<strong>do</strong> pelo Dr.Bayma, foi constituída outra comissão para opinar sobre outra oferta, feita pelo Sr.João <strong>de</strong> Araújo Mace<strong>do</strong> Júnior, proprietário <strong>de</strong> um terreno com 5 prédios construí<strong>do</strong>sem uma extensa área, to<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>is pavimentos e algumas outras construções,on<strong>de</strong> seriam instala<strong>do</strong>s o Hospital Central e o <strong>do</strong> Andaraí, que seria extinto.Passa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>z anos <strong>do</strong> lançamento da pedra fundamental e concluí<strong>do</strong>ssomente três pavilhões, o governo <strong>de</strong>terminou a solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inauguração,transcorrida em 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1902, embora em janeiro, um <strong>do</strong>s pavilhões, jáconcluí<strong>do</strong>, tivesse si<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong> pelos baixa<strong>do</strong>s da 1ª Enfermaria <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong>Castelo, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um terrível temporal que <strong>de</strong>sabara sobre a cida<strong>de</strong>. A festasolene <strong>de</strong> junho contou com as presenças das seguintes autorida<strong>de</strong>s: Dr. ManuelFerraz <strong>de</strong> Campos Sales (Presi<strong>de</strong>nte da República), Marechal João NepomucenoMe<strong>de</strong>iros Mallet (Ministro da Guerra), Marechal João Thomaz <strong>de</strong> Cantuária (Chefe<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército), General-<strong>de</strong>-Divisão Francisco <strong>de</strong> Paula Argolo(Comandante <strong>do</strong> 4° Distrito Militar), General-<strong>de</strong>-Div isão Bibiano Sérgio Mace<strong>do</strong> daFontoura Costallat (Júnior Comandante da <strong>Escola</strong> Militar), General-<strong>de</strong>-DivisãoFrancisco José Teixeira (Diretor Geral da Artilharia), General-<strong>de</strong>-Brigada CarlosEugênio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães (Diretor Geral da Engenharia), General-<strong>de</strong>-BrigadaAntônio Vicente Ribeiro Guimarães (Inten<strong>de</strong>nte Geral da Guerra), General-<strong>de</strong>-Brigada Médico <strong>Al</strong>exandre Marcelino Bayma (Diretor Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) e <strong>Ten</strong> CelMédico Flávio Augusto Falcão (Diretor <strong>do</strong> Hospital Central <strong>do</strong> Exército), e outrasautorida<strong>de</strong>s civis e militares (SILVA, 2010).


Os três Pavilhões, com três Enfermarias cada, receberam as seguintes<strong>de</strong>nominações: Pavilhão "Caxias", com as Enfermarias "B.Vasques” (1ª), "Moura”(2ª) e "João Severiano” (3ª); Pavilhão "Osório", com as Enfermarias "Bayma” (4ª),"Mallet” (5ª) e "Argolo” (6ª) e o Pavilhão "Deo<strong>do</strong>ro", com as Enfermarias "ÊneasGalvão” (7ª), "Cantuária” (8ª) e "Carlos Macha<strong>do</strong>” (9ª).Com o ritmo mais acelera<strong>do</strong> das obras, foram entregues mais três pavilhões.O ato <strong>de</strong> inauguração, em 11 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1905, contou com a presença <strong>do</strong> Dr.Francisco <strong>de</strong> Paula Rodrigues <strong>Al</strong>ves - Presi<strong>de</strong>nte da República e outras altasautorida<strong>de</strong>s civis e militares. Era Diretor <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> o General-<strong>de</strong>-Brigada Med JoséLeôncio <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, e Diretor <strong>do</strong> Hospital, o <strong>Ten</strong> Cel Médico Ismael da Rocha.Nesta oportunida<strong>de</strong>, foram inaugura<strong>do</strong>s os Pavilhões "Rodrigues <strong>Al</strong>ves", <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>ao Laboratório Bacteriológico e Serviço <strong>de</strong> Eletroterapia e Eletrodiagnóstico,"Marcelino Aguiar", com as Enfermarias "Paulo Guimarães" e "Ismael da Rocha",para presos, e "Benjamim Aguiar", para as Irmãs <strong>de</strong> Carida<strong>de</strong> (SILVA, 2010).Em 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1910, presente o Presi<strong>de</strong>nte da República, Dr. NiloPeçanha, duas novas Enfermarias, com revestimento <strong>de</strong> asbesto - novida<strong>de</strong> naépoca - tipo barracas, foram inauguradas em reunião solene. Somente em 1913, omajestoso Pavilhão Central, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "Floriano Peixoto", foi inaugura<strong>do</strong> peloMarechal Hermes Rodrigues da Fonseca, Presi<strong>de</strong>nte da República.A seqüência das solenida<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> da entrega <strong>do</strong>s pavilhões restantesocorreram em 1915, 1916 e 1922. Em 1915 foi a vez <strong>do</strong> Pavilhão <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Dr.João Câncio", compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as Enfermarias "Dr. Souto Castagnino” (1ª), "Dr.Nestor Cavalcante” (11ª) e "Dr. Tolentino <strong>de</strong> <strong>Al</strong>buquerque” (12ª), em homenagemaos médicos militares que morreram no cumprimento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver, nos campos <strong>de</strong>batalha. A presença <strong>do</strong> Exmo Sr Presi<strong>de</strong>nte da República, Dr. Wenceslau BrazPereira Gomes, <strong>de</strong>u brilho a solenida<strong>de</strong> festiva. Quan<strong>do</strong> da inauguração, em 11 <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 1916, <strong>de</strong> mais um pavilhão, o <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Pavilhão "Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> SouzaFontes", constituin<strong>do</strong> uma única Enfermaria, o Exmo Sr Presi<strong>de</strong>nte se fez presente.Em 4 <strong>de</strong> novembro foi a vez <strong>do</strong> Dr. Epitácio da Silva Pessoa, Presi<strong>de</strong>nte daRepública, inaugurar mais <strong>do</strong>is pavilhões o "Calógeras" e o "General Médico JoséBulcão" (SILVA, 1996).Em continuida<strong>de</strong> às obras, outras pequenas construções foram aos poucoscompletan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o projeto inicial que, pronto, constituiu-se o orgulho da medicina


militar. Agora, seu quadro <strong>de</strong> profissionais estava agracia<strong>do</strong> com um Hospital <strong>de</strong>primeira linha, entre os melhores <strong>do</strong> Brasil e podia <strong>de</strong>senvolver um melhor trabalhotécnico. Estava <strong>de</strong> parabéns a Medicina Militar.Em 1939 houve a inauguração <strong>do</strong>s pavilhões <strong>de</strong> Neurologia e Psiquiatria(PNP). Em 1950 então <strong>de</strong>u-se a inauguração <strong>do</strong> pavilhão “Canrobert Pereira daCosta” (PCPC). Em 1956 foi a vez <strong>do</strong>s pavilhões “Marechal Ferreira <strong>do</strong> Amaral”(PMFA) - Maternida<strong>de</strong>, Cirurgia, Centros Cirúrgico e Obstétrico e <strong>do</strong> pavilhão daAdministração (CANAVARROS, 2009).Passa<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> meio século, precisamente sessenta anos, e frente àsnovas exigências das técnicas hospitalares, <strong>do</strong> avanço tecnológico e <strong>do</strong> crescenteaumento <strong>do</strong>s usuários, foram necessárias novas ampliações e, para isso, novamentevieram as comissões, os pareceres, os trabalhos técnicos e as apreciações dasautorida<strong>de</strong>s responsáveis para uma nova escolha <strong>de</strong> área para edificar um novohospital. O Hospital Central <strong>do</strong> Exército, construí<strong>do</strong> no Mo<strong>de</strong>lo Tollet, <strong>de</strong> pavilhõesisola<strong>do</strong>s, estava venci<strong>do</strong> pelas técnicas hospitalares mo<strong>de</strong>rnas. Urgia nova <strong>de</strong>cisão.Era mais um <strong>de</strong>safio.Assim, das várias áreas em cogitação - Benfica, Caju e Jacarepaguá - foiescolhida a área <strong>de</strong> Benfica, on<strong>de</strong> já funcionava o Hospital. O trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição<strong>do</strong>s antigos pavilhões trouxe inúmeros transtornos para a clientela e para os própriosprofissionais. Finalmente, em 18 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1982, foi entregue ao públicousuário o conjunto arquitetônico <strong>do</strong> Ambulatório, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "General-<strong>de</strong>-BrigadaAntônio Carlos Pires <strong>de</strong> Carvalho e <strong>Al</strong>buquerque", que incluía clínicas médicas <strong>de</strong>todas as especialida<strong>de</strong>s, Serviço O<strong>do</strong>ntológico e uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Emergência(SILVA, 2010).Na continuida<strong>de</strong> da obra foram entregues o Bloco Industrial e o Bloco <strong>de</strong>Internação. Este, uma edificação vertical, com capacida<strong>de</strong> para trezentos e sessentaleitos recebeu a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> "General-<strong>de</strong>-Brigada Med João Severiano daFonseca”, e abriga o Centro Cirúrgico, com nove salas providas <strong>do</strong>s mais mo<strong>de</strong>rnosequipamentos, a Área <strong>de</strong> Apoio ao Diagnóstico - com equipamentos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s aTomografia Computa<strong>do</strong>rizada, Cineangiocoronariografia e Diagnóstico Geral - e aUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tratamento Intensivo (UTI). Possui um Auditório <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "General<strong>de</strong>-BrigadaMed Ismael da Rocha", com capacida<strong>de</strong> para quatrocentas pessoas,


além <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> aulas, Biblioteca e Centro <strong>de</strong> Informatização (CANAVARROS,2009).O Bloco Industrial, integra<strong>do</strong> ao conjunto arquitetônico, é composto <strong>de</strong>cozinha, quatro refeitórios, central <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras, lavan<strong>de</strong>rias e uma central <strong>de</strong>esterilização. A lavan<strong>de</strong>ria tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer <strong>de</strong>z toneladas <strong>de</strong> roupa pordia. Completa a área hospitalar um conjunto <strong>de</strong> quatro Pavilhões que aten<strong>de</strong>m aospacientes geriátricos, infecto-contagiosos, oncológicos, pediátricos e gestantes. Em1990, foram inaugura<strong>do</strong>s, no andar térreo <strong>do</strong> antigo Pavilhão "Lott", um mo<strong>de</strong>rnoAcelera<strong>do</strong>r Linear e no Pavilhão "Canrobet Pereira da Costa", a maternida<strong>de</strong>,enfermaria para clínica cirúrgica pediátrica e as clínicas oftalmológica e laringológica(SILVA, 2010).Atualmente, a capacida<strong>de</strong> total <strong>do</strong> Hospital é <strong>de</strong> seiscentos e trinta leitos. Ecom isso o Hospital <strong>de</strong>senvolve suas ativida<strong>de</strong>s em 17 edificações numa área <strong>de</strong>aproximadamente 94.000m². O Hospital Central <strong>do</strong> Exército está situa<strong>do</strong>,atualmente, na Rua Francisco Manuel, nº 126, no bairro <strong>de</strong> Benfica (RJ).


3 CONCLUSÃODes<strong>de</strong> o <strong>de</strong>scobrimento <strong>do</strong> Brasil, passan<strong>do</strong> pelo Império, até os tempos <strong>de</strong>República, o Brasil lutou para conquistar seu espaço, para se tornar um país livre ein<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A história é repleta <strong>de</strong> guerras e conflitos on<strong>de</strong> os militares <strong>do</strong>exército atuaram arduamente para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a pátria. Durante esses longos anos <strong>de</strong>combate foi verificada a necessida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> um local que pu<strong>de</strong>sse aten<strong>de</strong>r ecuidar <strong>do</strong>s militares que voltavam <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> batalha <strong>do</strong>entes, cansa<strong>do</strong>s e feri<strong>do</strong>s.As casas <strong>de</strong> misericórdia e as irmãs <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> já não davam conta <strong>de</strong>tantos cuida<strong>do</strong>s, as enfermarias não tinham estrutura para comportar a <strong>de</strong>manda, ecada vez mais crescia a preocupação com a questão sanitária. <strong>Al</strong>ém disso, nomun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, surgiam especialida<strong>de</strong>s médicas e evoluía a medicina e aadministração hospitalar.Nesse contexto nasce o Hospital Central <strong>do</strong> Exército, passan<strong>do</strong> por diversasmodificações, até sua atual estruturação, na rua Francisco Manuel em Benfica.Ao longo <strong>de</strong> toda essa jornada muitos esforços foram emprega<strong>do</strong>s, tanto porparte <strong>do</strong> governo, através <strong>de</strong> reformas estruturais e mudanças administrativas, como<strong>do</strong>s funcionários, como os médicos que buscavam aprimoramento e pioneirismo emsuas técnicas.O Hospital Central <strong>do</strong> Exército surgiu então da necessida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> umlugar para melhor atendimento <strong>de</strong> seus pacientes, porém hoje, além <strong>de</strong> suprir estaquestão básica, é muito mais que isso: é um hospital <strong>de</strong> referência, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>atualmente local <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medicina <strong>de</strong> ponta, atendimentoespecializa<strong>do</strong> e complexo, completo em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s, reconheci<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> oBrasil.


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