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Prosa 2 - Academia Brasileira de Letras

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Sinopse dos diários <strong>de</strong> Carlos Magalhães <strong>de</strong> Azeredo<br />

embaixador Afrânio <strong>de</strong> Melo Franco e sob instruções do presi<strong>de</strong>nte Artur Bernar<strong>de</strong>s,<br />

o ingresso da Alemanha como membro efetivo do Conselho da Liga<br />

das Nações, posto a que o Brasil aspirava. Esten<strong>de</strong> a Paris a licença obtida,<br />

mais prolongada. De regresso à Itália, critica os fascistas, lembrando que a<br />

“marcha sobre Roma”, quatro anos antes, se fizera ante um exército imobilizado<br />

e um monarca acovardado. Azeredo sente-se no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> dar explicações no<br />

Vaticano por causa <strong>de</strong> indiscrição cometida pelo chanceler Félix Pacheco ao<br />

<strong>de</strong>le receber informação confi<strong>de</strong>ncial. Interce<strong>de</strong> junto ao car<strong>de</strong>al Gasparri, secretário<br />

<strong>de</strong> Estado, pelo historiador Guglielmo Ferrero, ameaçado <strong>de</strong> confinamento<br />

por sua oposição ao regime fascista.<br />

Inicia 1927 preocupado com as consequências financeiras que para ele <strong>de</strong>correriam<br />

<strong>de</strong> políticas monetárias postas em prática pelos governos italiano e<br />

brasileiro. Mas adquire terreno no Monte Mario, on<strong>de</strong> pretendia edificar casa<br />

própria, o que já <strong>de</strong>monstrava, claramente, a intenção <strong>de</strong> passar em Roma o<br />

resto da vida. Entedia-se com a frivolida<strong>de</strong> ostentatória na vida social da nobreza<br />

romana, mas não com os namoros que a ela correm paralelos. Ace<strong>de</strong> a<br />

pedido para publicar, em italiano, cinco sonetos <strong>de</strong>dicados a São Francisco<br />

junto a uma página <strong>de</strong> Mussolini sobre o santo <strong>de</strong> Assis. E, pela primeira vez<br />

nestes diários, relata <strong>de</strong>licada questão diplomática que lhe coube enfrentar,<br />

causada pela <strong>de</strong>signação, como núncio apostólico no Rio <strong>de</strong> Janeiro, do então<br />

núncio no Paraguai, que, ali, opinara sobre “a inevitabilida<strong>de</strong> da guerra entre a<br />

Argentina e o Brasil”. O governo brasileiro, em consequência, pediu que se retirasse<br />

o nome do indicado, e o problema azedou-se, com Azeredo <strong>de</strong>blaterando<br />

contra o que consi<strong>de</strong>rava fanatismo <strong>de</strong> Pio XI e caráter fraco do car<strong>de</strong>al<br />

Gasparri, secretário <strong>de</strong> Estado. Temia ter <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Roma, mas o governo da<br />

Santa Sé ce<strong>de</strong>u, substituindo o primeiro escolhido por Aloisi-Masella, núncio<br />

no Brasil por tanto tempo que ainda recebi <strong>de</strong>le o sacramento da crisma, nos<br />

anos 40. Carlos admira o príncipe her<strong>de</strong>iro do trono dos Savoia, Umberto,<br />

comparando-o com a aparência mofina do pai, o rei Vítor Emanuel. Preocupam-no<br />

dificulda<strong>de</strong>s financeiras que lhe ocasiona a valorização da lira italiana<br />

frente à libra inglesa, com a qual eram remunerados os diplomatas brasileiros.<br />

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