o espaço público como direito de todos - Conselho Federal de ...
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marca. É uma estratégia <strong>de</strong> mercado, evi<strong>de</strong>ntemente, estratégia que<br />
busca continuar ven<strong>de</strong>ndo o seu produto.<br />
Muito bem, por que eu estou interessado nesta análise? Porque<br />
se trata <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r veículo <strong>de</strong> transporte individual. Estou dizendo<br />
para vocês que a discussão sobre este assunto passa por uma questão<br />
que, neste momento, neste país, no México, na África do Sul, na<br />
Alemanha, nos Estados Unidos, no Japão, é estratégica. Vejam só on<strong>de</strong><br />
nós estamos mexendo. Discutir mobilida<strong>de</strong> implica tocar um ponto<br />
fulcral para o capitalismo e para sua recuperação, uma <strong>de</strong> suas principais<br />
estratégias no período atual, que é a produção do veículo <strong>de</strong><br />
transporte individual ou familiar.<br />
Discutir o caráter humano <strong>de</strong>ssa mobilida<strong>de</strong>, discutir a circunstância<br />
do ca<strong>de</strong>irante implica discutir melhores condições e melhor<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para os seres humanos e, portanto, implica discutir<br />
a condição que nós vivemos hoje.<br />
Vou apresentar outro cenário. O governo do estado, <strong>de</strong> forma<br />
perspicaz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua visão política, resolveu enfrentar um problema<br />
grave na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, o problema do trânsito. Esse<br />
problema é conhecido, e é conhecido <strong>de</strong> forma generalizada. Não<br />
precisa ser psicólogo, especialista, para conhecer isso. Qualquer<br />
criança sabe <strong>de</strong>sse problema, qualquer locutor dos noticiários que<br />
nós ouvimos às tar<strong>de</strong>s ou em nossas manhãs falando do trânsito na<br />
cida<strong>de</strong> argumenta que a cida<strong>de</strong> vai parar. E ela vai parar. O Ricardo<br />
Moretzshon, que já foi representante do CFP no Contran, me dizia<br />
há pouco sobre a taxa <strong>de</strong> automóveis no país: está em torno <strong>de</strong> 1,7<br />
pessoa por automóvel. A taxa per capita <strong>de</strong> automóveis no país é <strong>de</strong><br />
1,7. Em São Paulo, ela está chegando a um e vai passar esse número.<br />
Claro que a distribuição <strong>de</strong>sses automóveis não é uma distribuição<br />
equitativa e <strong>todos</strong> sabemos disso.<br />
Aqui próximo da se<strong>de</strong> do CRPSP está localizado um dos bairros<br />
mais ricos da cida<strong>de</strong>, o Pacaembu, e algumas das casas <strong>de</strong>sse bairro<br />
têm 10 automóveis ou mais em suas garagens. Tem o automóvel<br />
para fazer a compra <strong>de</strong> supermercado, que não é usado pelo dono.<br />
Então, nessa distribuição per capita tem gente que não tem ne-<br />
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