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Feridas Tumorais e Cuidado de Enfermagem: buscando ... - UERJ

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Gomes IP, Camargo TC<br />

FERIDAS<br />

TUMORAIS<br />

E CUIDADO<br />

DE<br />

ENFERMAGEM<br />

NFERMAGEM: BUSCANDO EVIDÊNCIAS<br />

PARA<br />

O CONTROLE DE SINTOMAS<br />

Artigos <strong>de</strong><br />

Revisão<br />

TUMORAL<br />

SKIN<br />

LESIONS<br />

AND NURSING<br />

CARE<br />

ARE: IN<br />

SEARCH OF EVIDENCES ON SYMPTOMS MANAGEMENT<br />

Isabelle Pimentel Gomes *<br />

Teresa Caldas Camargo **<br />

RESUMO: Trata-se <strong>de</strong> uma revisão bibliográfica sobre feridas tumorais. Os objetivos foram subsidiar<br />

um cuidado <strong>de</strong> enfermagem qualificado no tratamento <strong>de</strong> feridas tumorais; i<strong>de</strong>ntificar evidências efetivas<br />

para o controle dos sintomas responsáveis por <strong>de</strong>sconforto e constrangimento do paciente. A pesquisa<br />

bibliográfica foi realizada através <strong>de</strong> uma revisão <strong>de</strong> literatura, computadorizada e manual, no período<br />

<strong>de</strong> 1999 a 2003. Concluiu-se que a ferida tumoral é resultado da infiltração do câncer no epitélio,<br />

que ulcera quebrando a integrida<strong>de</strong> epidérmica. São sintomas que a caracterizam: dor, odor, exsudato,<br />

sangramento e difícil cicatrização. I<strong>de</strong>ntificou-se as formas <strong>de</strong> tratamento da ferida e os produtos mais<br />

indicados para controle dos sintomas através da realização dos curativos. Com base nesta revisão, é<br />

proposto um cuidado humanizado que minimize o <strong>de</strong>sconforto e os problemas sociais que po<strong>de</strong>m ser<br />

gerados pelas feridas tumorais.<br />

Palavras-Chave: <strong>Cuidado</strong> <strong>de</strong> enfermagem; enfermagem oncológica; qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida; úlcera cutânea.<br />

ABSTRACT: This is a bibliographic survey about tumoral skin ulcer. The purpose is to contribute to<br />

qualified nursing care in the treatment of tumoral skin ulcer; i<strong>de</strong>ntify effective evi<strong>de</strong>nce to manage<br />

symptoms that disturb the patients, bringing them uneasiness and embarrassment. The bibliographic<br />

research was carried out by means of a survey of both on line and library produced in the period from<br />

1999 to 2003. The tumoral skin lesion has been found to result from the cancer cells penetrating the<br />

epithelium, which ulcerates,disrupting the epi<strong>de</strong>rmal integrity. The symptoms that typifies them are: pain,<br />

odor, exudate, bleeding, and difficult healing. We i<strong>de</strong>ntified the types of treatment for the skin ulcer and<br />

the most recommen<strong>de</strong>d products for controlling the symptoms by means of proper dressing of the wounds.<br />

In the light of this survey, we propose human care that radically reduces the embarrassment and social<br />

problems that may <strong>de</strong>rive from tumoral skin ulcers.<br />

Keywords: Nursing care; oncology nursing; quality of life; skin ulcer.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Muitas neoplasias são diagnosticadas em<br />

fase avançada, comprometendo as chances <strong>de</strong> cura<br />

já tão pequenas neste estágio da doença. No entanto,<br />

os pacientes apresentando doença avançada, <strong>de</strong>vem<br />

receber tratamento, ainda que este não tenha<br />

intenção curativa. Os sintomas <strong>de</strong>vem ser tratados<br />

<strong>de</strong> forma paliativa para diminuir as complicações da<br />

doença e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, entendida<br />

aqui como sendo uma sensação <strong>de</strong> bem-estar físico,<br />

psíquico, emocional e social.<br />

A assistência prestada <strong>de</strong>ve ser então <strong>de</strong>senvolvida<br />

<strong>de</strong> forma ativa e integral, visando garantir a<br />

melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do cliente e, é neste<br />

sentido, que a atuação da enfermeira se mostra prepon<strong>de</strong>rante.<br />

Por essa intervenção ser constante, em<br />

especial no que se refere à realização <strong>de</strong> curativos, as<br />

R Enferm <strong>UERJ</strong> 2004; 12:211-6. • p.211


<strong>Feridas</strong> tumorais e cuidado <strong>de</strong> enfermagem<br />

situações difíceis enfrentadas <strong>de</strong>vem ser estudadas e<br />

investigadas, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traçar soluções efetivas<br />

para a clientela.<br />

Observa-se na literatura que 5 a 10% das pessoas<br />

com câncer <strong>de</strong>senvolvem metástases para pele<br />

nos últimos seis meses <strong>de</strong> vida 1 . As feridas tumorais<br />

são freqüentemente associadas à negligência, ou seja,<br />

o paciente <strong>de</strong>mora a buscar ajuda médica 2 .<br />

Estas feridas têm uma gran<strong>de</strong> repercussão sobre<br />

os pacientes, familiares e profissionais e po<strong>de</strong>m<br />

constituir um problema importante na prática<br />

diária do cuidado <strong>de</strong> enfermagem. Cada ferida<br />

tumoral, assim como cada pessoa, é única e requer<br />

uma valorização e tratamento local e/ou sistêmico<br />

individualizado 3 .<br />

A massa tumoral visível e presente provoca<br />

mudanças na imagem corporal do paciente, na habilida<strong>de</strong><br />

para realizar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida diária e<br />

na interação social 4 .<br />

O cuidado com as feridas tumorais, cria nos<br />

pacientes um impacto psicológico <strong>de</strong>vido a constante<br />

lembrança visível da doença. Estas feridas são consi<strong>de</strong>radas<br />

como <strong>de</strong> mal prognóstico, pobre resultado<br />

<strong>de</strong> tratamento e po<strong>de</strong>m indicar que o fim da vida<br />

está próximo 4 . As feridas po<strong>de</strong>m produzir uma <strong>de</strong>formida<strong>de</strong><br />

brutal, úlceras feias, ou odores intoleráveis<br />

e po<strong>de</strong>m perturbar o paciente com exsudato e<br />

sangramento 5 . O odor <strong>de</strong>sagradável das feridas<br />

tumorais adiciona angústia ao avanço da doença<br />

maligna, incontrolável e po<strong>de</strong> aprofundar nos pacientes<br />

a sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo, humilhação, e isolamento<br />

social 6, 7 .<br />

Ainda hoje o cuidado com essas feridas não está<br />

bem estabelecido. Tendo em vista o aumento do<br />

número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> câncer e conseqüente aumento<br />

da incidência <strong>de</strong> feridas tumorais, mostra-se pertinente<br />

selecionar o melhor material a ser utilizado<br />

em curativos tumorais para redução dos sintomas.<br />

Portanto, as enfermeiras, que tradicionalmente são<br />

responsáveis pela realização <strong>de</strong> curativos, precisam<br />

conhecer os produtos <strong>de</strong>stinados a essa finalida<strong>de</strong> e<br />

então escolher, entre as opções, a que melhor se a<strong>de</strong>qua<br />

a característica da ferida apresentada pelo paciente<br />

e a realida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong>le e da instituição<br />

em que estiver inserido.<br />

Neste sentido, esta revisão bibliográfica *** tem<br />

como objetivos subsidiar um cuidado <strong>de</strong> enfermagem<br />

qualificado no tratamento <strong>de</strong> feridas tumorais; i<strong>de</strong>ntificar<br />

evidências efetivas para o controle dos sintomas<br />

responsáveis por <strong>de</strong>sconforto e constrangimento<br />

do paciente.<br />

Espera-se, assim, contribuir para a realização <strong>de</strong><br />

um cuidado <strong>de</strong> enfermagem direcionado e eficiente<br />

para o alívio <strong>de</strong> sintomas e a melhoria da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ssas pessoas.<br />

METODOLOGIA<br />

Trata-se <strong>de</strong> um estudo na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão<br />

bibliográfica que tomou como recorte temporal<br />

o período <strong>de</strong> 1999 a 2003.<br />

A revisão <strong>de</strong> literatura, computadorizada e<br />

manual, utilizou as seguintes palavras-chave: feridas<br />

malignas, cuidados <strong>de</strong> enfermagem, cicatrização,<br />

fungating wound, sendo acessadas as bases <strong>de</strong> dados<br />

LILACS, MEDLINE, portal <strong>de</strong> periódicos da CA-<br />

PES e também livros.<br />

Foram analisadas qualitativamente 17 referências<br />

e após, <strong>de</strong> acordo com sua relevância, elas foram<br />

agrupadas e discutidas por temas.<br />

CARACTERÍSTICAS<br />

DAS FERIDAS<br />

TUMORAIS<br />

A ferida tumoral ocorre a partir da quebra da<br />

integrida<strong>de</strong> da epi<strong>de</strong>rme, causada pela infiltração <strong>de</strong><br />

células malignas. Aparece então, como resultado <strong>de</strong><br />

um câncer <strong>de</strong> pele avançado ou em casos <strong>de</strong><br />

metástases que po<strong>de</strong>m ulcerar e apresentar semelhança<br />

com infecções dérmicas fúngicas, evoluindo para a formação<br />

<strong>de</strong> uma cratera com característica ulcerativa 1,<br />

2, 7, 8<br />

. Na <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> sua progressão recebe a <strong>de</strong>signação<br />

<strong>de</strong> ferida fungói<strong>de</strong> ou fungói<strong>de</strong> maligna 7 .<br />

As lesões metastáticas para pele po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

por extensão direta do tumor ou como um novo tumor<br />

4 , por via linfática ou sanguínea, po<strong>de</strong>ndo ocorrer<br />

também na linha <strong>de</strong> sutura após cirurgia <strong>de</strong> tumor primário<br />

ou câncer recorrente 1 . Se os nódulos regionais<br />

forem afetados, po<strong>de</strong>rá ocorrer ulceração 2 . Eles inicialmente<br />

aparecem firmes, como nódulos coloridos,<br />

eventualmente róseo, vermelho, violeta ou azul 1, 4 .<br />

Nódulos po<strong>de</strong>m crescer e remir espontaneamente.<br />

A lesão eventualmente po<strong>de</strong> se infiltrar no<br />

epitélio <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> vasos linfáticos ou sanguíneos,<br />

formando uma cratera ulcerativa com margens<br />

distintas. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> sua localização (região<br />

abdominal, perineal e <strong>de</strong> cabeça e pescoço), po<strong>de</strong><br />

se esten<strong>de</strong>r invadindo e <strong>de</strong>struindo estruturas internas<br />

e formar fistula 8, 9 .<br />

As feridas po<strong>de</strong>m ser classificadas como fechadas<br />

ou abertas. Todas as feridas fechadas foram clas-<br />

p.212 • R Enferm <strong>UERJ</strong> 2004; 12:211-16.


Gomes IP, Camargo TC<br />

sificadas como estágio 1; <strong>Feridas</strong> abertas são classificadas<br />

em 3 estágios: feridas envolvendo <strong>de</strong>rme e<br />

epi<strong>de</strong>rme (estágio 2); feridas espessas que evolvem<br />

tecido subcutâneo (estágio 3) e feridas invadindo<br />

profundas estruturas anatômicas, que apresenta dor<br />

e odor (estágio 4) 10 .<br />

Devido aos fatores <strong>de</strong> crescimento produzido<br />

pelas células tumorais, o tumor cresce e aumenta sua<br />

re<strong>de</strong> neovascular, provocando pressão sobre o tecido,<br />

levando a um <strong>de</strong>sequilíbrio fisiológico que leva<br />

ao sangramento da ferida. As gran<strong>de</strong>s hemorragias<br />

são causadas por rupturas dos principais vasos situados<br />

no tumor 1, 8 .<br />

O crescente aumento do exsudato observado<br />

nas lesões tumorais malignas <strong>de</strong> pele são atribuídos<br />

a vários fatores: primeiro, o tumor é hiper-permeável<br />

ao fibrinogênio e plasma; segundo, muitos tumores<br />

secretam um fator <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> vascular; e<br />

terceiro, o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> anaeróbios que ficam<br />

confinados na superfície da lesão, quando infectadas,<br />

resulta em larga quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exsudato fibroso 4, 8 .<br />

Os anaeróbios, ao liberarem ácidos voláteis, são os<br />

responsáveis pelo odor, que é <strong>de</strong> difícil controle 2, 8 .<br />

As feridas tumorais têm uma larga <strong>de</strong>ficiência<br />

<strong>de</strong> contração tecidual, a qual é responsável por 40 a<br />

80% do fechamento <strong>de</strong> feridas benignas. Como, geralmente,<br />

os pacientes com câncer apresentam <strong>de</strong>ficiência<br />

nutricional, sem reservas <strong>de</strong> nutrientes ou<br />

em pequena quantida<strong>de</strong>, o suprimento <strong>de</strong> energia,<br />

aminoácidos e oxigênio ficam comprometidos, prejudicando<br />

<strong>de</strong>sta forma a produção <strong>de</strong> fibroblastos para<br />

a contração tecidual 4 .<br />

O crescimento tumoral rápido e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado,<br />

po<strong>de</strong> levar a dor neuropática e a danos ao tecido,<br />

passando a <strong>de</strong>terminar a sensação dolorosa no leito<br />

da ferida. O trauma causado pela realização do curativo<br />

também leva a sensação dolorosa 1, 7, 8 .<br />

TRA<br />

RATAMENTO<br />

AMENTO<br />

TUMORAIS<br />

DAS<br />

FERID<br />

ERIDAS<br />

O tratamento das feridas tumorais é muito<br />

difícil, pois há escassez <strong>de</strong> pesquisas sobre a melhor<br />

terapia para esse tipo <strong>de</strong> lesão. Gran<strong>de</strong> parte das<br />

informações, parecem ser empíricas pois, as enfermeiras<br />

oferecem cuidados baseados em uma experiência<br />

prévia ou em tentativa <strong>de</strong> acerto e erro 2,4 .<br />

No tratamento <strong>de</strong> feridas tumorais, que é paliativo,<br />

os objetivos são os seguintes: i<strong>de</strong>ntificar e eliminar<br />

as lojas <strong>de</strong> infecção presente; controle do odor,<br />

drenagem e sangramento; manutenção do conforto,<br />

prevenir o isolamento social e proporcionar qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida 4,8 .<br />

Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento<br />

Entre várias modalida<strong>de</strong>s terapêuticas para esses<br />

tipos <strong>de</strong> feridas estão a radioterapia, a<br />

quimioterapia, a hormonioterapia, a laserterapia e a<br />

cirurgia paliativa.<br />

A radioterapia é um dos tratamentos <strong>de</strong> primeira<br />

escolha para redução da sintomatologia. A radiação<br />

ionizante provoca dano no DNA das células<br />

tumorais <strong>de</strong>struindo-as, reduz o tamanho da lesão, o<br />

esxudato, o sangramento, o odor e alivia a dor, proporcionando<br />

maior conforto ao paciente e po<strong>de</strong>ndo<br />

levar ao aumento da sobrevida 1,2,4,8,11 . Ultimamente,<br />

a radiologia intervencionista tem sido usada como<br />

terapêutica realizando a embolização intravascular<br />

do tumor, para o controle do sangramento e diminuição<br />

do tamanho 12 .<br />

A quimioterapia, assim como a radioterapia,<br />

também é um tratamento <strong>de</strong> primeira escolha. Po<strong>de</strong><br />

ser utilizada com intenção <strong>de</strong> redução do tamanho<br />

do tumor e melhora da dor, porém aumenta o risco<br />

<strong>de</strong> hemorragia 1,4 .<br />

A hormonioterapia po<strong>de</strong> ser um método efetivo<br />

para controle dos sintomas no paciente com tumores<br />

que expressam receptores hormonais, como<br />

em alguns casos <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama 1,8 .<br />

A laserterapia po<strong>de</strong> ser utilizada com o intúito<br />

<strong>de</strong> redução da dor e da necrose tissular 1 .<br />

A cirurgia paliativa é indicada numa tentativa<br />

<strong>de</strong> minimizar as complicações do câncer mas, os riscos<br />

da cirurgia <strong>de</strong>vem ser avaliados 8, 13 .<br />

A avaliação da ferida é fundamental para escolha<br />

do tratamento correto. A fotografia é uma ferramenta<br />

efetiva para a avaliação do cuidado e da<br />

evolução da ferida 9 .<br />

Limpeza e controle <strong>de</strong> odores e sangramento<br />

A limpeza da ferida é o primeiro passo do<br />

tratamento tópico. 6,14 Estratégias <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong><br />

sangramento <strong>de</strong>vem ser realizadas, através da<br />

umidificação do curativo antes <strong>de</strong> tentar a remoção<br />

cautelosa 2,8 . Para minimizar o potencial <strong>de</strong><br />

sangramento e dor po<strong>de</strong>-se usar curativo com gaze<br />

impregnada com petrolatum ou vaselina gel 4 .O<br />

sangramento po<strong>de</strong> ser controlado pelo uso <strong>de</strong> nitrato<br />

<strong>de</strong> prata (AgNO3), cauterizando a superfície dos<br />

vasos 1,4,10 .<br />

O alginato <strong>de</strong> cálcio é o material <strong>de</strong> primeira<br />

escolha no tratamento das feridas tumorais com<br />

R Enferm <strong>UERJ</strong> 2004; 12:211-6. • p.213


<strong>Feridas</strong> tumorais e cuidado <strong>de</strong> enfermagem<br />

sangramento e muito exsudato, pelas suas características<br />

<strong>de</strong> absorção e po<strong>de</strong>r hemostático. Ao<br />

absorver o exsudato a fibra <strong>de</strong> alginato <strong>de</strong> cálcio<br />

forma um gel viscoso que o faz <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r-se da<br />

ferida 1,3,4 . A adrenalina é outro recurso que po<strong>de</strong><br />

ser usado em caso <strong>de</strong> sangramento persistente<br />

diretamente no leito da ferida 1,2 . Deve ser utilizada<br />

com muita cautela, pois po<strong>de</strong> levar a necrose<br />

isquêmica, por ser um potente vasoconstrictor.<br />

Sugere-se usá-la diluída.<br />

O uso do metronidazol em feridas fétidas,<br />

até esta data, tem tido relatos com números ina<strong>de</strong>quados,<br />

mas é amplamente utilizado para reduzir<br />

o odor, já que a flora das feridas já está<br />

bem <strong>de</strong>finida 2,7 . Po<strong>de</strong> ser esmagado e aplicado<br />

diretamente no leito da ferida; po<strong>de</strong> ser usado<br />

na forma <strong>de</strong> solução (500mg em solução salina<br />

<strong>de</strong> 100ml) para irrigação da lesão duas vezes por<br />

dia; ou ainda, po<strong>de</strong> ser aplicado na forma <strong>de</strong> gel<br />

tópico aplicado uma a duas vezes por dia 8,15 .<br />

O metronidazol por via oral, administrado<br />

400mg três vezes ao dia, po<strong>de</strong> ser utilizado<br />

concomitantemente ao metronidazol gel tópico 7 .Há<br />

relato <strong>de</strong> maior eficácia do metronidazol quando se<br />

aplica iogurte na lesão por 10 minutos e, após a lavagem<br />

do local, aplica-se o metronidazol, refazendo<br />

o procedimento quatro vezes ao dia, sem uso do<br />

metronidazol oral. Quatro dias após o início percebe-se<br />

o <strong>de</strong>saparecimento completo do odor e uma<br />

significativa diminuição do exsudato 16 .<br />

O creme <strong>de</strong> sulfadiazina <strong>de</strong> prata é usado quando<br />

há infecções por Pseudomonas aeruginosa 2 .<br />

Curativos <strong>de</strong> carvão ativado e prata 0,15% são<br />

eficazes para absorver o odor e o exsudato produzido<br />

pois, a prata, tem uma ação bactericida mas são <strong>de</strong><br />

alto custo 1,3,4 .<br />

A Dakin´s Solution (hipoclorito <strong>de</strong> sódio a 0,25<br />

ou0,025%) é uma solução <strong>de</strong> baixo custoeéumefetivo<br />

<strong>de</strong>sodorizante <strong>de</strong> ferida. É uma das melhores alternativas<br />

para dissolver o tecido necróticoeocurativo<br />

<strong>de</strong>ve ser realizado a cada 12h, havendo necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> proteção da pele das bordas com o uso<br />

<strong>de</strong> vaselina ou óxido <strong>de</strong> zinco em pomada, por exemplo.<br />

1,4,14 O hipoclorito po<strong>de</strong> ser substituído por<br />

gluconato <strong>de</strong> clorexidina 4% emulsão ou solução<br />

aquosa a 1% 1,14 .<br />

Controle do exsudato<br />

A solução salina (cloreto <strong>de</strong> sódio 0,9%) é<br />

indicada no cuidado com ferida tumoral pois dilui o<br />

exsudato, mantém o meio úmido, prevenindo a<strong>de</strong>rência<br />

mas, requer trocas freqüentes pois a solução<br />

salina po<strong>de</strong> levar a maceração da pele<br />

perilesional 5 .<br />

Mesalt é um produto 100% <strong>de</strong> algodão impregnado<br />

com cristais <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sódio. Ele cria<br />

um meio hipertônico, estimula a limpeza da ferida,<br />

remove o excesso <strong>de</strong> líquidos e diminui o<br />

e<strong>de</strong>ma intersticial. Deve ser aplicado apenas em<br />

feridas com exsudato <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rado a intenso.<br />

Sugere-se que o meio hipertônico reduz o potencial<br />

para proliferação bacteriana. Sua remoção<br />

<strong>de</strong>ve ser realizada quando estiver bem úmido. O<br />

produto é <strong>de</strong> fácil aplicação e reduz o odor consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

5 .<br />

Outros métodos po<strong>de</strong>m ser utilizados para o<br />

controle do odor como a aplicação tópica <strong>de</strong> pasta<br />

<strong>de</strong> açúcar ou mel esterilizado, pois ambos são altamente<br />

bactericidas e estimulam o <strong>de</strong>sbridamento da<br />

ferida mas precisam <strong>de</strong> trocas freqüentes 8 .<br />

A aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbridante enzimático ou<br />

autolítico po<strong>de</strong> resultar na diminuição da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> exsudato 8 . O controle do exsudato é importante<br />

pelos seguintes fatores: diminuição do odor,<br />

proteção da pele sadia peri-lesional, aumento do<br />

conforto do paciente e melhora da auto estima 1 .<br />

Quando o exsudato é baixo ou mo<strong>de</strong>rado usa-se um<br />

hidrogel amorfo e ocasionalmente hidrocolói<strong>de</strong>s. 2<br />

Curativos volumosos são efetivos para conter o<br />

exsudato, mas po<strong>de</strong>m comprometer a estética do<br />

paciente 4 .<br />

O exsudato drenado da ferida po<strong>de</strong> causar<br />

maceração e rompimento da barreira <strong>de</strong> proteção na<br />

pele perilesional. Há relatos dos benefícios relacionados<br />

a aplicação <strong>de</strong> vitamina A+Dempomada<br />

como medida protetora 1 . É ainda indicada a utilização<br />

<strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> proteção na pele perilesional,<br />

trocadas a cada 5 ou 7 dias, com filme a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong><br />

copolymer 17 .<br />

Outros métodos <strong>de</strong> proteção envolvem o uso<br />

<strong>de</strong> pasta <strong>de</strong> hidrocolói<strong>de</strong> ao redor da ferida, esta estratégia<br />

protege a pele das agressões que po<strong>de</strong>m ser<br />

provocadas pela cola <strong>de</strong> filmes e esparadrapos, com<br />

trocas repetidas 8 . É importante utilizar materiais <strong>de</strong><br />

curativo ajustáveis às feridas para reduzir o risco <strong>de</strong><br />

vazamento pelas bordas 2 .<br />

Controle da dor e aparência do curativo<br />

A dor provocada pela ferida <strong>de</strong>ve ser avaliada<br />

quanto ao tipo, intensida<strong>de</strong>, freqüência e duração.<br />

O cuidado <strong>de</strong> prevenir a dor antes da realização da<br />

troca do curativo é muito importante e para tanto,<br />

uma analgesia <strong>de</strong>ve ser realizada 20 minutos antes<br />

do procedimento 15 .<br />

p.214 • R Enferm <strong>UERJ</strong> 2004; 12:211-16.


Gomes IP, Camargo TC<br />

A aplicação da morfina tópica está sendo estudada<br />

na seguinte concentração: 1mg <strong>de</strong> morfina<br />

para 2g <strong>de</strong> higrogel. Estudos 8 estão sendo realizados<br />

também com o uso da morfina associada ao<br />

metronidazol gel para tratar concomitantemente<br />

a dor e o odor, presentes nas feridas classificadas<br />

como estágio 4.<br />

Para redução da dor na ferida sugere-se a<br />

realização <strong>de</strong> curativos que se mantenham úmidos<br />

1 . A manutenção do meio úmido reduz o número<br />

<strong>de</strong> trocas do curativo reduzindo <strong>de</strong>sta forma<br />

a dor e o <strong>de</strong>sconforto provocado pelos traumas<br />

durante a remoção. O gel anestésico com<br />

tricíclicos e corticói<strong>de</strong>s sobre o leito da ferida<br />

po<strong>de</strong>m reduzir a dor associada a escoriações e infecções<br />

da pele perilesional 1 .<br />

A administração <strong>de</strong> medicamentos anestésicos<br />

em gel ou spray antes <strong>de</strong> remover o curativo<br />

é muito eficiente para prevenção da dor. Po<strong>de</strong> ser<br />

utilizado por exemplo o Hurricane TM Topical<br />

Anesthesic Aerosol Spray e Aerosol of Benzocaine<br />

20%, que inicia sua ação em 15 a 30 segundos 17 .<br />

O i<strong>de</strong>al é que o curativo não seja muito volumoso,<br />

para não modificar muito a anatomia do<br />

paciente, mantendo a estética e conforto evitando<br />

a alteração da auto-imagem. O volume po<strong>de</strong><br />

ser reduzido por meio <strong>de</strong> curativos externos com<br />

altos índices <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> evaporada<br />

2 . Bandagens, re<strong>de</strong>s tubulares e gazes<br />

tubulares são as maneiras mais versáteis <strong>de</strong> se fixar<br />

um curativo. As re<strong>de</strong>s tubulares permitem fácil<br />

acesso à ferida e não causam muitos danos à<br />

pele saudável 2 .<br />

As fitas <strong>de</strong>vem ser usadas com cautela, pois<br />

po<strong>de</strong>m irritar a pele com a troca frequente do curativo<br />

2,4 .<br />

CONCLUSÃO<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho ficou<br />

claro que a ferida tumoral é resultado <strong>de</strong> um câncer<br />

<strong>de</strong> pele avançado ou <strong>de</strong> metástases. Os sintomas<br />

que a caracterizam são: dor, odor, exsudato,<br />

sangramento e difícil cicatrização.<br />

As formas <strong>de</strong> tratamento da ferida são: radioterapia,<br />

quimioterapia, hormonioterapia, laserterapia,<br />

cirurgia e embolização do tumor; e os produtos mais<br />

indicados para o controle dos sintomas, através da<br />

realização <strong>de</strong> curativos são: alginato <strong>de</strong> cálcio,<br />

Petrolatum gel, Gelfoam, Surgicel, adrenalina, nitrato<br />

<strong>de</strong> prata, metronidazol, sufadiazina <strong>de</strong> prata, carvão<br />

ativado, açúcar, mel, hidrogel, hidrocolói<strong>de</strong>s,<br />

anestésicos tópicos, opiói<strong>de</strong>s, bandagens e re<strong>de</strong>s<br />

tubulares; produtos ainda pouco usados no Brasil<br />

como o Mesalt; alguns com restrições bem criteriosas<br />

como o Dakin´s Solution (hipoclorito <strong>de</strong> sódio) e a<br />

clorohexidina.<br />

A cicatrização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tratamento do<br />

câncer <strong>de</strong> base. Como as feridas tumorais são resultado<br />

<strong>de</strong> doença em estágio avançado, é muito<br />

difícil se obter a cura completa já que as chances<br />

são pequenas no contexto <strong>de</strong>ssa doença. Por isso,<br />

é importante que a enfermeira atue junto a estes<br />

pacientes realizando cuidados paliativos e sempre<br />

visando à prevenção <strong>de</strong> sintomas.<br />

Embora as feridas tumorais sejam um fenômeno<br />

antigo associado ao câncer, poucas são as pesquisas<br />

com números satisfatórios sobre este tema o<br />

que, compromete a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientes.<br />

Pesquisas experimentais são raras e, gran<strong>de</strong><br />

parte das publicações, relatam experiências pessoais<br />

dos profissionais envolvidos com os cuidados a<br />

estas feridas.<br />

Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver estudos<br />

para validar protocolos visando o controle dos sintomas<br />

apresentados, melhorando <strong>de</strong>sta forma o<br />

cuidado e diminuindo o estresse vivido pelos pacientes,<br />

familiares e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Um ponto pouco discutido nos artigos foi a<br />

realização do curativo mais anatômico visando a<br />

minimização das <strong>de</strong>sfigurações causadas à imagem do<br />

paciente, provocadas pelas feridas. Há feridas que evoluem<br />

para crateras e ulceram estruturas muito visíveis,<br />

principalmente nos casos localizados na região da cabeça<br />

e pescoço on<strong>de</strong> as vestimentas não disfarçam.<br />

A enfermeira <strong>de</strong>ve agir <strong>de</strong> forma que o paciente<br />

possa ser um agente participativo do seu cuidado,<br />

explicando a importância <strong>de</strong> cada passo do curativo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a limpeza até a oclusão do mesmo <strong>de</strong> forma<br />

mais anatômica possível.<br />

Com base na revisão realizada, enten<strong>de</strong>mos que<br />

um cuidado humanizado e singular, que minimize o<br />

<strong>de</strong>sconforto e os problemas sociais, psíquicos e emocionais<br />

que po<strong>de</strong>m ser gerados pelas feridas tumorais,<br />

<strong>de</strong>ve ser proporcionado a esses pacientes.<br />

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HERID<br />

ERIDAS<br />

TUMORALES<br />

Y CUID<br />

UIDADO<br />

DE ENFERMERÍA<br />

NFERMERÍA: BUSCANDO<br />

EVIDENCIAS PARA<br />

EL CONTROL DE<br />

SÍNTOMAS<br />

RESUMEN: Se trata <strong>de</strong> una revisión bibliográfica sobre heridas tumorales. Los objetivos fueron subsidiar<br />

un cuidado <strong>de</strong> enfermería calificado en el tratamiento <strong>de</strong> heridas tumorales; i<strong>de</strong>ntificar evi<strong>de</strong>ncias<br />

efectivas para el control <strong>de</strong> los síntomas responsables por incomodidad y constreñimiento <strong>de</strong>l paciente.<br />

La investigación bibliográfica se realizó a través <strong>de</strong> una revisión <strong>de</strong> la literatura, computadorizada y<br />

manual, en el periodo <strong>de</strong> 1999 a 2003. Se concluyó que la herida tumoral se dá como resultado <strong>de</strong> la<br />

infiltración <strong>de</strong>l cáncer en el epitelio, la cual ulcera perjudicando a la integridad epidérmica. Los síntomas<br />

característicos <strong>de</strong> este cuadro son: dolor, olor, secreción, sangrado y difícil cicatrización. Se i<strong>de</strong>ntificó<br />

las formas <strong>de</strong> tratamiento <strong>de</strong> la herida y los productos más indicados para control <strong>de</strong> los síntomas a través<br />

<strong>de</strong> la realización <strong>de</strong> curativos. Con base en esta revisión, se propone un cuidado humanizado para<br />

minimizar la incomodidad y los problemas sociales que pue<strong>de</strong>m ser generados por las heridas tumorales.<br />

Palabras clave: <strong>Cuidado</strong> <strong>de</strong> enfermería; enfermería oncológica; calidad <strong>de</strong> vida; úlcera cutánea.<br />

Recebido e m: 03.05.2004<br />

Aprovado em: 12.07.2004<br />

Notas<br />

*<br />

Enfermeira, Residência em <strong>Enfermagem</strong> Oncológica pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer (INCA). En<strong>de</strong>reço: Rua Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Isabel 10/303. Vila<br />

p.216 • R Enferm <strong>UERJ</strong> 2004; 12:211-16.<br />

Isabel, CEP 20560-120. email: isabellepimentel@hotmail.com<br />

**<br />

Doutora em <strong>Enfermagem</strong> pela Escola <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Anna Nery/UFRJ, Enfermeira da Educação Continuada e Pesquisa <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> do<br />

Hospital do Câncer III/INCA, orientadora do trabalho.<br />

***<br />

Síntese do Trabalho <strong>de</strong> Conclusão do Curso <strong>de</strong> Residência em <strong>Enfermagem</strong> Oncológica do INCA.

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