plantas medicinais utilizadas para problemas bucais - CCS ...
plantas medicinais utilizadas para problemas bucais - CCS ...
plantas medicinais utilizadas para problemas bucais - CCS ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Universidade Federal da Paraíba<br />
Centro de Ciências da Saúde<br />
Curso de Graduação em Odontologia<br />
MARCOS ALEXANDRE CASIMIRO DE OLIVEIRA<br />
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PARA PROBLEMAS BUCAIS:<br />
estudo etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba<br />
João Pessoa<br />
2010
1<br />
MARCOS ALEXANDRE CASIMIRO DE OLIVEIRA<br />
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PARA PROBLEMAS BUCAIS:<br />
estudo etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba<br />
Trabalho de Conclusão de Curso<br />
apresentado ao Curso de Graduação<br />
em Odontologia, da Universidade<br />
Federal da Paraíba em cumprimento<br />
às exigências <strong>para</strong> conclusão.<br />
Orientador: Fábio Correia Sampaio, Pós-doutor<br />
João Pessoa<br />
2010
3<br />
O48p<br />
Oliveira, Marcos Alexandre Casimiro<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>: estudo<br />
etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba / Marcos<br />
Alexandre Casimiro de Oliveira. -- João Pessoa : [s.n.], 2010.<br />
111 f. : il.<br />
Orientador: Fábio Correia Sampaio<br />
Monografia (Graduação) – UFPB/<strong>CCS</strong>.<br />
1. Plantas <strong>medicinais</strong> - Odontologia. 2. Etnobotânica. 3.<br />
Fitoterapia. 4. Saúde bucal<br />
BS/<strong>CCS</strong>/UFPB CDU: 633.8:616.314(043.2)
4<br />
DEDICATÓRIA<br />
Dedico este trabalho a minha<br />
mãe, Francisca, que não mediu<br />
esforços <strong>para</strong> que eu pudesse<br />
chegar até aqui... e a meus<br />
irmãos, em especial Charles, sem<br />
ele, nem esta página poderia ter<br />
sido escrita.
5<br />
“Dificuldades e obstáculos são<br />
fontes valiosas de saúde e força<br />
<strong>para</strong> qualquer sociedade”.<br />
Albert Einstein
6<br />
AGRADECIMENTOS<br />
A Deus, por ter me dado força e coragem <strong>para</strong> não desistir diante dos<br />
obstáculos e seguir em frente.<br />
A meus amigos Thaís, Thaiane, Helga, Raquel, Hugo, Larissa, Ana Luíza,<br />
Taniana, Juliana e demais colegas de curso, por todo apoio, incentivo ao longo<br />
desses anos de curso.<br />
A Fábio, Mariângela e Tássia, pessoas incríveis que tive o privilégio de<br />
conhecer e conviver e sem dúvidas, foram peças fundamentais no meu crescimento<br />
dentro e fora da universidade. E a Polliana por estar presente em todos os<br />
momentos de minha vida.<br />
Aos pacientes, por terem sido literalmente “pacientes”, os quais foram peça<br />
fundamental <strong>para</strong> meu aprendizado e evolução durante a graduação.<br />
À Ana Lúcia, por toda a ajuda durante o início desta pesquisa, a Jefferson<br />
pela colaboração durante a coleta de dados.<br />
À minha cunhada Roberta Hilana, por ter sido minha “guia turística” em<br />
Cajazeiras e por todo apoio.<br />
Aos meus tios Jane, Fátima e César por toda a ajuda e a Socorro, por me<br />
incentivar o gosto pela gramática.<br />
Aos professores Karina Lima, Rejane Beltrão, Ricardo Lombardi, Luciana<br />
Barbosa, Rosenês Lima por todo estimulo, atenção e dedicação. Ao prof. Franklin<br />
Forte, por todas as dicas de ergonomia e por ter me apresentado ao Prof. Fábio.<br />
Aos funcionários da universidade, em especial Dona Rita, por toda<br />
disponibilidade, cordialidade e bom humor incomparável. A Jorge, por toda ajudar<br />
junto a coordenação, sempre a resolvendo nossos <strong>problemas</strong> com as matrículas... A<br />
Mayara Maia, pela companhia nos intervalos das aulas, a quem eu tive a<br />
oportunidade de conhecer dentro e fora da universidade, tornando-se uma grande<br />
amiga.<br />
Ao prof. Fábio Correia Sampaio, “peça chave deste trabalho”, a quem tenho<br />
profunda admiração, gratidão e respeito, o qual me cedeu um pouco de seu<br />
conhecimento <strong>para</strong> a execução deste trabalho, além da sua experiência,<br />
tranqüilidade e ajuda em todos os momentos.
7<br />
RESUMO
8<br />
RESUMO<br />
As <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são <strong>utilizadas</strong> como forma de tratamento há muitos anos,<br />
sendo fruto do acúmulo de conhecimento popular. Entretanto, o seu uso é<br />
estimulado de maneira pouco criteriosa. Do ponto de vista da Odontologia, as<br />
<strong>plantas</strong> ainda têm sido pouco exploradas. Portanto, em virtude das diversidades<br />
encontradas na Paraíba, este estudo objetivou realizar um levantamento<br />
etnobotânico sobre a indicação de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> em<br />
diferentes regiões do estado. O levantamento consistiu em três etapas de<br />
investigação: raizeiros (n = 27), usuários (n = 241) e dentistas (n = 25) do serviço<br />
público de saúde. Foi aplicado um formulário aos raizeiros a fim de saber quais<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são mais comercializadas <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>.<br />
Posteriormente, foi aplicado um formulário dirigido aos usuários e outro aos<br />
profissionais do serviço público com o objetivo obter informações sobre a utilização<br />
de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Os resultados obtidos mostraram diferenças quanto às<br />
<strong>plantas</strong> indicadas pelos raizeiros e as indicadas por profissionais e usuários, como<br />
também houve diferenças entre os grupos em cada região pesquisada. Dentre os<br />
usuários, 58% afirmaram utilizar <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. A Romã<br />
(Punica granatum L.) foi a planta mais citada por usuários e dentistas em todas as<br />
regiões; 46,5% dos usuário fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> por automedicação.<br />
Apenas 20% dos dentistas recomendam aos pacientes o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
e 76% destes desconhecem a possibilidade de reação adversa ou interação<br />
medicamentosa quando da utilização de <strong>plantas</strong>. Os dados sugerem que boa parte<br />
dos usuários faz uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, principalmente por automedicação e que<br />
a maioria dos cirurgiões-dentistas desconhece as possibilidades de reações<br />
adversas e interações medicamentosas.<br />
Palavras-chave: Etnobotânica, <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, fitoterapia, saúde bucal.
9<br />
ABSTRACT
10<br />
ABSTRACT<br />
Medicinal plants are used as a means treatment for many years, being the result of<br />
the accumulation of popular knowledge. However, they are used with little criterion.<br />
From the standpoint of Dentistry, the medicinal plants still has been little studied.<br />
Therefore, because of the diversity found in the Paraíba, Brazil, the objective of this<br />
research was to carry out an ethnobotanical study about the indication of medicinal<br />
plants for oral conditions in different regions of the state. The work consisted of three<br />
stages of investigation: traditional healers (“raizeiros”) (n =27), users (n = 241) and<br />
dentists (n= 25). A structured form was applied to the healers in order to know which<br />
medicinal plant they marketed most for oral pathologies. Later, a form was applied to<br />
the users and other, to dentists of public services to obtain information about the use<br />
medicinal plants. The results showed differences in the plants indicated by traditional<br />
healers (“raizeiros”) and indicated by professionals and users, also significant<br />
differences between groups in each area surveyed. Among the users, 58% reported<br />
the use of medicinal plants to oral problems. The pomegranate (Punica granatum L.)<br />
was the plant most cited by users and dentists in all regions; 46.5% of the user make<br />
use of medicinal plants for self medication. Only 20% of dentists to recommend to<br />
patients the use of medicinal plants and 76% of those ignore the possibility of<br />
adverse reactions or drug interactions when using plants. The data suggest that most<br />
users make use of medicinal mainly by self-medication and that most dentists<br />
unknown the possibilities adverse reactions and drug interactions.<br />
Key wordes: Ethnobotany, phytotherapy, medicinal plants, oral health.
11<br />
LISTA DE TABELAS<br />
TABELA 1- Distribuição da amostra de raizeiros e usuários segundo os<br />
municípios pesquisados.............................................................. 56<br />
TABELA 2- Distribuição dos profissionais frente aos municípios<br />
analisados................................................................................... 56<br />
TABELA 3- Distribuição dos entrevistados segundo as características<br />
sócio-demográficos por sexo (em anos), faixa etária e estado<br />
civil...............................................................................................<br />
000<br />
000<br />
057<br />
TABELA 4- Distribuição dos raizeiros e dos usuários segundo o nível de<br />
escolaridade................................................................................<br />
000<br />
58<br />
TABELA 5- Distribuição dos profissionais pesquisados segundo os dados<br />
relacionados com a instituição de ensino de origem e o tempo<br />
de formado (em anos)................................................................. 58<br />
TABELA 6- Distribuição dos profissionais pesquisados segundo as<br />
variáveis local de trabalho anterior e atual e,<br />
presença...................................................................................... 59<br />
TABELA 7- Distribuição dos usuários segundo as variáveis ocupação,<br />
renda (em salário mínimo)........................................................... 59<br />
TABELA 8- Distribuição dos raizeiros segundo o desenvolvimento de outra<br />
ocupação e classificação............................................................. 60<br />
TABELA 9- Distribuição dos raizeiros segundo o envolvimento de<br />
familiares na comercialização de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>.................................................................................... 60<br />
TABELA 10- Distribuição dos raizeiros segundo o cultivo de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>.................................................................................... 61<br />
TABELA 11- Distribuição dos raizeiros segundo a comercialização de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e dados relacionados com a procedência<br />
destas.......................................................................................... 61<br />
TABELA 12- Distribuição dos raizeiros segundo a fonte de conhecimento<br />
sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>............................................................. 62<br />
TABELA 13- Dados relacionados com as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong><br />
doenças <strong>bucais</strong> segundo relato dos raizeiros.............................<br />
000<br />
62
12<br />
TABELA 14- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
doenças <strong>bucais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano.....................<br />
000<br />
63<br />
TABELA 15- Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />
<strong>para</strong> combater mau hálito. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano..... 63<br />
TABELA 16- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
tratar aftas/ feridas. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................ 64<br />
TABELA 17- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
odontalgias. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano........................... 64<br />
TABELA 18- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
combater sangramento gengival. Mesorregião do sertão<br />
<strong>para</strong>ibano..................................................................................... 65<br />
TABELA 19- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
tratar inflamação bucal. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano......... 65<br />
TABELA 20- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
doenças <strong>bucais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano................... 66<br />
TABELA 21- Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />
<strong>para</strong> combater mau hálito. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano... 66<br />
TABELA 22- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
tratar aftas/ feridas. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............. 67<br />
TABELA 23- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
odontalgias. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano......................... 67<br />
TABELA 24- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
combater sangramento gengival. Mesorregião do agreste<br />
<strong>para</strong>ibano..................................................................................... 68<br />
TABELA 25- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
tratar inflamação bucal. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano....... 68<br />
TABELA 26- Distribuição dos usuários quanto ao gênero conforme as<br />
mesorregiões analisadas.............................................................<br />
000<br />
69<br />
TABELA 27- Distribuição dos usuários quanto ao estado civil conforme as<br />
mesorregiões analisadas............................................................. 69<br />
TABELA 28- Distribuição dos usuários quanto à inclusão em grupo de risco. 70<br />
TABELA 29- Distribuição dos usuários segundo a informação de fazer uso<br />
frequente de medicamentos e classe destes medicamentos......<br />
000<br />
70<br />
TABELA 30- Distribuição dos usuários quanto pertencentes ou não a grupos 000
13<br />
de risco conforme as mesorregiões analisadas.......................... 71<br />
TABELA 31- Distribuição dos usuários segundo a utilização e indicação<br />
<strong>para</strong> o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>................................................ 71<br />
TABELA 32- Distribuição dos usuários quanto à utilização ou não de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> conforme as mesorregiões analisadas...................... 72<br />
TABELA 33- Distribuição dos usuários quanto pertencentes a grupos de<br />
risco e utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> conforme as<br />
mesorregiões analisadas............................................................. 72<br />
TABELA 34- Distribuição dos usuários quanto que utilização medicamentos<br />
com frequência e a utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>...... 73<br />
TABELA 35- dos usuários segundo a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> e participação de familiares na transmissão deste<br />
conhecimento.............................................................................. 73<br />
TABELA 36- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />
mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................................................ 74<br />
TABELA 37- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada.<br />
Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................................................ 74<br />
TABELA 38- Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano............................. 75<br />
TABELA 39- Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................ 75<br />
TABELA 40- Distribuição dos usuários segundo a finalidade de utilização<br />
das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão.......................... 75<br />
TABELA 41- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />
mesorregião da borborema......................................................... 76<br />
TABELA 42- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada.<br />
Mesorregião da borborema......................................................... 76<br />
TABELA 43- Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do borborema...................................... 76<br />
TABELA 44- Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião da borborema..........................<br />
000<br />
77<br />
TABELA 45- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />
mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............................................. 77<br />
TABELA 46- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. 000
14<br />
TABELA 47-<br />
TABELA 48-<br />
TABELA 49-<br />
TABELA 50-<br />
TABELA 51-<br />
Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............................................. 78<br />
Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano........................... 78<br />
Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............. 78<br />
Distribuição dos usuários segundo as informações prestadas<br />
aos profissionais sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>......... 79<br />
Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos profissionais<br />
Cirurgiões-dentistas (CDs).......................................................... 80<br />
Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários<br />
segundo informação dos profissionais........................................ 80
15<br />
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 17<br />
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 20<br />
2.1 Considerações Geográficas da Paraíba........................................................ 21<br />
2.2 Plantas Medicinais e a Fitoterapia................................................................. 30<br />
2.3 Plantas Medicinais Utilizadas na Odontologia............................................... 32<br />
2.3.1 Punica granatum L....................................................................... 34<br />
2.3.2 Anacardium occidentale L............................................................ 36<br />
2.3.3 Ximenia americana L...................................................................... 38<br />
2.3.4 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville................................... 40<br />
2.3.5 Ziziphus joazeiro Mart...................................................................... 42<br />
2.3.6 Myracruoduon urundeuva All. e Schinus terebinthifolius Raddi..... 44<br />
3 PROPOSIÇÃO.............................................................................................................. 49<br />
3.1 Proposição Geral....................................................................................................... 50<br />
3.2 Proposições Específicas............................................................................................ 50<br />
4 MATERIAIS E METODOS............................................................................................ 51<br />
4.1 Aspectos Éticos........................................................................................................... 52<br />
4.2 Seleção da amostra................................................................................................... 50<br />
a Universo e amostra......................................................................................... 50<br />
b Instrumentos Utilizados.................................................................................... 51<br />
c Coleta de dados............................................................................................... 52<br />
d Análise dos dados............................................................................................ 52<br />
5 RESULTADOS............................................................................................................. 55<br />
6 DISCUSSÃO................................................................................................................. 80<br />
7 CONCLUSÃO............................................................................................................... 91<br />
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 93<br />
ANEXO A....................................................................................................................... 101
16<br />
APÊNDICE A................................................................................................................. 105<br />
APÊNDICE B................................................................................................................. 107<br />
APÊNDICE C................................................................................................................. 109<br />
APÊNDICE D................................................................................................................. 110
17<br />
INTRODUÇÃO
18<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e medicamentos fitoterápicos <strong>para</strong> a<br />
recuperação da saúde é uma prática comum, sendo produto do acúmulo secular de<br />
conhecimentos populares, haja vista desde os primórdios o ser humano percebeu os<br />
efeitos curativos dos vegetais, notando que de alguma forma a utilização destes (nas<br />
formas de pó, chá, banho, entre outras), proporcionavam a recuperação da saúde do<br />
indivíduo (BORBA; MACEDO, 2006; ALEXANDRE et al., 2005).<br />
Um dos fatores que contribui <strong>para</strong> a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> fins <strong>medicinais</strong><br />
no Brasil é o grande número de espécies vegetais encontradas no país. Nos últimos<br />
anos, tem aumentado a aceitação da fitoterapia no Brasil, resultando em<br />
crescimento da produção industrial dos laboratórios. Observa-se também o<br />
surgimento de cultivos caseiros e de novos usuários, havendo necessidades de<br />
orientação à população (BORBA; MACEDO, 2006).<br />
O reconhecimento oficial da fitoterapia na odontologia do Brasil veio<br />
acompanhado de diversas lacunas na pesquisa científica sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>,<br />
especificamente <strong>para</strong> espécies vegetais com indicação <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Há<br />
muita desinformação sobre o assunto e na prática, o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> tem<br />
sido objeto de estudo das ciências farmacêuticas e médicas, entretanto pouco<br />
explorado na odontologia.<br />
Apesar das inúmeras possibilidades de uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na<br />
odontologia, estas têm sido pouco exploradas, seja <strong>para</strong> tratar doenças <strong>bucais</strong> ou<br />
<strong>para</strong> tratar doenças sistêmicas que repercutem em alterações na saúde bucal<br />
(SANTOS, et al., 2009a).<br />
Face ao aumento crescente do uso da fitoterapia, aliado à existência de<br />
poucas pesquisas de qualidade nesta área – quando se com<strong>para</strong> as intervenções da<br />
medicina convencional e do difícil acesso à literatura sobre este assunto – surgem<br />
questionamentos acerca da eficácia e segurança da utilização de fitoterápicos. O<br />
desconhecimento acerca das informações mínimas necessárias ao uso correto de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e de medicamentos fitoterápicos, aliados às dificuldades<br />
encontradas pelos profissionais da saúde <strong>para</strong> obtenção de informações de<br />
qualidade, tornam a fitoterapia um alvo fácil <strong>para</strong> a automedicação sem<br />
responsabilidade (ALEXANDRE et al., 2005).
19<br />
A desinformação também ocorre do ponto de vista dos usuários, os quais, na<br />
maioria das vezes, fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indiscriminadamente,<br />
baseando-se no princípio de que por ser natural, não trará nenhum malefício a<br />
saúde.<br />
Todavia, apesar de relatos científicos sobre a ação terapêutica de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>, ainda há uma escassez de informações que contemplem a utilização<br />
segura destas, com o propósito de avaliar todos os benefícios e principalmente se há<br />
a presença de reações adversas, toxicidade, entre outras.<br />
Com base nisso, realizou este estudo, cuja finalidade foi verificar a utilização<br />
de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> o controle das afecções <strong>bucais</strong> em diferentes biomas do<br />
estado da Paraíba, bem como avaliar o conhecimento popular e do cirurgião-dentista<br />
sobre a utilização destas.
20<br />
REVISÃO DA LITERATURA
21<br />
2 REVISÃO DA LITERATURA:<br />
2.1 Considerações geográficas da Paraíba<br />
O Estado da Paraíba possui uma área territorial de 56.340,9 km², composta<br />
por 223 municípios agrupados em 23 microrregiões, as quais são distribuídas<br />
geograficamente nas quatro mesorregiões: Zona da Mata, Agreste, Borborema,<br />
Sertão (LIMA; VASCONCELOS; MATEUS, 2008).<br />
Figura 1 – Distribuição geográfica da Paraíba<br />
Fonte: http://www.espacoimplante.com.br/800px- Paraiba_MesoMicroMunicip2.svg.jpg<br />
Para se fazer a divisão dessas quatro mesorregiões, foi levada em<br />
consideração a configuração espacial e o processo de povoamento do Estado, os<br />
quais acarretaram a existência de paisagens distintas e diferentes formas de uso do<br />
solo, desde o litoral ao sertão. As mesorregiões apresentam características<br />
especiais que as diferenciam entre si, entretanto, cada uma delas está subdividida<br />
em microrregiões, as quais também apresentam traços específicos (RODRIGUEZ,<br />
2002).<br />
A mesorregião da Mata foi subdividida nas microrregiões de João Pessoa,<br />
Litoral sul, Sapé e Litoral norte. O Agreste <strong>para</strong>ibano subdividiu-se em Curimataú<br />
ocidental e oriental, Esperança, Brejo <strong>para</strong>ibano, Guarabira, Campina Grande,<br />
Itabaiana e Umbuzeiro. A Borborema é subdividida nas microrregiões do Cariri<br />
Oriental e Ocidental, Seridó Oriental e Ocidental (RODRIGUEZ, 2002).
22<br />
A Zona da Mata caracteriza-se pelo clima tropical quente e úmido, com<br />
chuvas abundantes, alta umidade relativa do ar (80%). Nessa região aparecem solos<br />
arenosos das praias e restingas. Nas restingas, como a de Cabedelo, observam-se<br />
árvores de porte médio (10/15 m), troncos com diâmetro pequenos, copas largas e<br />
irregulares, cujas espécies principais são o cajueiro, maçaranduba, aroeira da praia,<br />
entre outras (OLIVEIRA et al., 2002; RODRIGUEZ, 2002).<br />
O Agreste compreende a situação intermediária entre o clima úmido e o semiárido,<br />
com trechos quase tão úmidos como no litoral e outros secos como no sertão<br />
(OLIVEIRA et al., 2002). Na mesorregião da Borborema o clima é muito quente –<br />
semi-árido (TEOTIA et al., 2003). Com uma vegetação arbustiva-arbórea,<br />
destacando-se jurema, mandacaru, facheiro no Cariri, também ocorrendo na<br />
microrregião do Curimataú. No Seridó, a caatinga aparece mais empobrecida, do<br />
tipo herbácea (RODRIGUEZ, 2002).<br />
O Sertão caracteriza-se pelo clima semi-árido (OLIVEIRA et al., 2002). Os<br />
solos são rasos e pedregosos, a vegetação da caatinga atualmente, quase como<br />
uma formação do tipo arbustiva esparsa, com predomínio de favela, marmeleiro,<br />
pereiro, jurema preta, macambira, mandacaru, xique-xique, entre outras<br />
(RODRIGUEZ, 2002). Pereira et al. (2002a) realizaram um levantamento florístico e<br />
fitossociológico dos componentes arbóreo-arbustivos, em uma área de floresta no<br />
agreste <strong>para</strong>ibano (Fazenda São Bento, na fronteira dos Municípios de Areia e<br />
Remígio-PB) (Quadro 1).<br />
Quadro 1. Relação das espécies encontradas nesta área do Agreste Paraibano.<br />
Família/Espécie Nome popular Hábito<br />
Anacardiaceae<br />
1. Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Árvore<br />
2. Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna Árvore<br />
3.Spondias tuberosa Arruda Imbuzeiro Árvore<br />
Apocynaceae<br />
4. Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro Árvore<br />
Bignoniaceae<br />
5. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Pau-d’arco roxo Árvore<br />
Standl.
23<br />
Quadro 1. continuação<br />
Família/Espécie Nome popular Hábito<br />
6. Tabebuia serratifolia (Vahl.) G. Nichols. Pau-d’arco amarelo Árvore<br />
Bombacaceae<br />
7. Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Barriguda Árvore<br />
8. Pseudobombax marginatum (St. Hill.) Embiratanha Árvore<br />
A.Robyns<br />
Burseraceae<br />
9. Commiphora leptophloeos (Mart.) Imburana de espinho Árvore<br />
J.B. Gillett.<br />
Cactaceae<br />
10. Cereus jamacaru DC. Mandacaru Árvore<br />
11. Pilosocereus pachycladus subsp. Facheiro Árvore<br />
12. Pernambucensis (Ritter) Zappi<br />
Caesalpiniaceae<br />
13. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó Árvore<br />
14. Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Pau ferro Árvore<br />
15. Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira Árvore<br />
16. Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby Canafistula Árvore<br />
17. Caesalpiniaceae 1 Quebra faca Arbusto<br />
Cap<strong>para</strong>ceae<br />
18. Capparis flexuosa (l.) L. Feijão bravo Árvore<br />
19. Capparis jacobinae Moric. ex Eichl. Icó Árvore<br />
Celastraceae<br />
20. Maytenus rigida Mart. Bom nome Árvore<br />
Combretaceae<br />
21. Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichl. Sipaúba Árvore<br />
Erythroxylaceae<br />
22. Erythroxylum pauferrense T. Plowman Coração de negro Arbusto<br />
23. Erythroxylum sp. Quiri preto Arbusto<br />
Euphorbiaceae<br />
24. Croton nepetaefolius Baill. Pau leite Arbusto<br />
25. Croton moritibensis Baill. Velame Arbusto
24<br />
Quadro 1. continuação<br />
Família/Espécie Nome popular Hábito<br />
26. Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro Arbusto<br />
27. Jatropha pohliana Müll. Arg. Pinhão Arbusto<br />
28. Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba Árvore<br />
29. Sapium sp. Burra leiteira Árvore<br />
30. Euphorbiaceae 1 Café bravo Arbusto<br />
Fabaceae<br />
31. Amburana cearensis (Allemão) Cumarú Árvore<br />
A.C. Smith<br />
Mimosaceae<br />
32. Acacia glomerosa Benth. Espinheiro Árvore<br />
33. Acacia sp. Amorosa Árvore<br />
34. Mimosa cf arenosa (Willd.) Poir. Unha de gato Arbusto<br />
35. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta Árvore<br />
36. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca Árvore<br />
37. Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth. Gicurí Árvore<br />
Myrtaceae<br />
38. Psidium albidum Cambess. Cumati Árvore<br />
39. Eugenia sp. Mangaba brava Árvore<br />
40. Eugenia uvalha Cambess. Ubaia Árvore<br />
Nyctaginaceae<br />
41. Guapira sp. João mole Árvore<br />
Olacaceae<br />
42. Ximenia americana L. Ameixa Árvore<br />
43. Schoepfia brasiliensis DC. Ameixa branca Árvore<br />
Rhamnaceae<br />
44. Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Árvore<br />
Rubiaceae<br />
45. Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina - quina Arbusto<br />
46. Guettarda sericea Müll. Arg. Esporão de galo Arbusto<br />
47. Randia nitida (HBK) DC. Espinho de cruz Arbusto<br />
48. Rubiaceae 1 Desconhecida Arbusto
25<br />
Quadro 1. continuação<br />
Família/Espécie Nome popular Hábito<br />
49. Tocoyena formosa (Cham. et Schltdl.) Genipapo-bravo Árvore<br />
K. Schum.<br />
Sapindaceae<br />
50. Allophylus laevigatus (Turcz) Radlk. Estraladeira Arbusto<br />
Solanaceae<br />
51. Cestrum cf. laevigatum Schltdl. Gupuna Arbusto<br />
Sterculiaceae<br />
52. Helicteres eichleri K. Schum. -<br />
Arbusto<br />
53. Indeterminada 1 - Árvore<br />
54. Indeterminada 2 Casca grossa Árvore<br />
55. Indeterminada 3 Sucupira Árvore<br />
Pegado et al. (2006) apresentaram um levantamento sobre espécies arbóreas<br />
encontradas no bioma da caatinga, do município de Monteiro (microrregião do cariri<br />
ocidental <strong>para</strong>ibano) (Quadro 2).<br />
Quadro 2. Relação das espécies arbóreas encontradas em Monteiro-PB.<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
Anacardiaceae<br />
1. Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna<br />
2. Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira<br />
Apocynaceae<br />
3. Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro<br />
Acantaceae<br />
4. Ruellia sp. -<br />
Boraginaceae<br />
5. Cordia globosa (Jacq.) H.B.F. moleque-duro<br />
Celastraceae<br />
6. Maytenus rigida Mart. bom-nome
26<br />
Quadro 2. continuação<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
Combretaceae<br />
7. Combretum pisonioides Taub. sipaúba<br />
Cactaceae<br />
8. Cereus jamacaru DC. mandacaru<br />
9. Arrojadoa rhodantha (Guerke) Br. & Rose rabo-de-raposa<br />
10. Pilosocereus gounellei (Weber) Byl. & Rowl. xique-xique<br />
Caesalpinaceae<br />
11. Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby canafístula<br />
12. Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira<br />
13. Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke pau-ferro, jucá<br />
14. Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. jucá<br />
15. Amburana cearensis (M. Allemão) A.C. Smith pau-açú<br />
Cap<strong>para</strong>ceae<br />
16. Cleome spinosa L. mussambê<br />
17. Capparis flexuosa L. feijão-bravo<br />
Euphorbiaceae<br />
18. Jatropha pohliana Muell. Arg. pinhão<br />
19. Croton sonderianus Muell. Arg. marmeleiro<br />
20. Croton sp. 1 -<br />
Erythroxylaceae<br />
21. Erythroxylum simonis Plowman guarda-orvalho, piranha<br />
Flacourtiaceae<br />
22. Casearia guianensis Urb. café-bravo<br />
Myrtaceae<br />
23. Myrcia sp. canela-de-veado<br />
Mimosaceae<br />
24. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico<br />
25. Prosopis juliflora (Sw.) D.C. algaroba<br />
26. Chloroleucon foliolosum (Benth.) J.P. Lewis jurema-branca<br />
27. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir jurema-de-imbira<br />
28. Mimosa hostilis Benth. jurema-preta
27<br />
Quadro 2. continuação<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
29. Piptadenia zehntneri Harms angico-monjolo<br />
Malvaceae<br />
30. Abutilon sp. -<br />
31. Malvestarum scaberum Jaccke. -<br />
Papilonaceae<br />
32. Lonchocarpus campestris Benth. rabo-de-cavalo<br />
33. Erythrina velutina Willd. mulungu<br />
34. Indigofera suffruticiosa Mill. anil<br />
Rubiaceae<br />
35. Tocoyena formosa Schum. jenipapo-bravo<br />
36. Guettarda platypoda DC. angélica<br />
Rhamnaceae<br />
37. Ziziphus joazeiro Mart. juazeiro<br />
38. Rhamnidium molle Reissek. -<br />
Rutaceae<br />
39. Zanthoxylum hiemale A. St.-Hil. limão-bravo<br />
Sapotaceae<br />
40. Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) Penn. quixabeira<br />
Sterculiaceae<br />
41. Helicteris erchleri K. Schum. -<br />
42. Melochia tomentosa L. maria-preta<br />
Solanaceae<br />
43. Solanum paniculatum L. jurubeba<br />
44. Nicotiana glauca Grah. oliveira<br />
Verbenaceae<br />
45. Lantana camara L. camará, chumbinho<br />
46. Vitex gardnerianum Schauer -<br />
47. indeterminada 1 chorão<br />
48. indeterminada 2 pau-caixão
28<br />
Fabricante; Andrade (2007) efetuaram um levantamento florístico e<br />
fitossociológico em Santa Luzia (localizada no rebordo ocidental do Planalto da<br />
Borborema, o Seridó Ocidental Paraibano) (Quadro 3).<br />
Quadro 3. Relação das espécies encontradas em Santa Luzia-PB.<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
Ancardiaceae<br />
1. Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira<br />
2. Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro<br />
Apocynaceae<br />
3. Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro<br />
Burseraceae<br />
4. Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Umburana<br />
Cactaceae<br />
5. Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley Xique-xique<br />
Cochlospermaceae<br />
6. Cochlospermum cf. vitifolium (Willd.) Spreng. Algodão bravo<br />
Combretaceae<br />
7. Combretum leprosum Mart. Mofumbo<br />
Euphorbiaceae<br />
8. Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm. Favela<br />
9. Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro<br />
10. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão<br />
Fabaceae<br />
11. Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico<br />
12. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó<br />
13. Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira<br />
14. Mimosa adenophylla Taub. Jurema<br />
amorosa<br />
15. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta<br />
16. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca
29<br />
Consoante Araújo et al. (2008) em Catolé do Rocha (localizada na<br />
mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano), a vegetação caracteriza por se apresentar<br />
constituída, sobetudo, de maniçoba (Manihot sp.), baraúnas, Spondia misturadas<br />
com Guipás (Opuntia inamoema), espécies de cactáceas, Croton, Mimosa,<br />
Euphorbiaceae, Caesalpinaceae e diversas espécies de bromélias.<br />
Diante disso, os autores supracitados, apresentaram um levantamento com<br />
16 espécies de <strong>plantas</strong> encontradas na microrregião de Catolé do Rocha (Quadro 4).<br />
Quadro 4. Plantas da região de Catolé do Rocha-PB.<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
Fabaceae-Leguminosae<br />
1. Prosopis juliflora DC. Algaroba<br />
Leguminosae-Mimosoideae<br />
2. Anademathera colubrina Angico<br />
3. Pithecolobium dumosum Benth Jurema branca<br />
4. Mimosa tenuiflora Wild Poiret Jurema preta<br />
5. Enterolobium contortisiliquum Morong Timbauba<br />
Anacardiaceae<br />
6. Myracrodruon urundeuva Aroeira<br />
7. Spondias macrocarpa Cajarana<br />
8. Spondias mombim Cajazeira<br />
9. Anacardium occidentale Cajueiro<br />
Leguminosae- Caesalpinoideae<br />
10. Caesalpinia pyramidalis Caatingueira<br />
11. Senna spectabilis Canafístula<br />
12. Caesalpinia férrea Jucá<br />
Rhmnaceae<br />
13. Ziziphus joazeiro Juazeiro<br />
Meliaceae<br />
14. Azadirachta indica A. Juss Nim<br />
Chrysobalanaceae<br />
15. Licania rígida Oiticica
30<br />
Quadro 4. continuação<br />
Família/Espécie<br />
Nome popular<br />
Mimosaceae<br />
16. Mimosa caesalpiniifolia Sabiá<br />
2.2 Plantas <strong>medicinais</strong> e a fitoterapia<br />
Há muito tempo, as <strong>plantas</strong> têm sido <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> a manutenção da saúde<br />
do indivíduo, a qual constitui uma importante fonte de informação <strong>para</strong> a obtenção<br />
de uma variedade de drogas (JAMES et al., 2007).<br />
Etimologicamente, a fitoterapia é formada por dois radicais de origem grega:<br />
phyton (planta) e therapeía (tratamento) (TESKE; TRENITINI apud LIMA JÚNIOR,<br />
2005). A fitoterapia é uma área do conhecimento na qual se busca a cura das<br />
doenças através das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. É um produto da tradição popular<br />
amplamente difundida através dos raizeiros, curandeiros e benzedeiras. Contudo, as<br />
também são amplamente <strong>utilizadas</strong> pelas famílias, principalmente em forma de chás,<br />
infusões e lambedores. O uso dessas espécies vegetais com fins terapêuticos<br />
remonta ao início da civilização humana, confundindo-se com a própria origem do<br />
ser humano (DANTAS; GUIMARÃES, 2006).<br />
O primeiro manuscrito conhecido a respeito desta prática é datado de 1500<br />
a.C. um papiro egípcio (Papiro de Ebers, nome do egiptólogo alemão Georg Ebers).<br />
Este contém cerca de 800 receitas e refere-se a mais de 700 drogas, incluindo<br />
babosa, absinto, hortelã, meimendro, mirra, cânhamo, óleo de rícino e mandrágora.<br />
Com esses ingredientes, os egípcios pre<strong>para</strong>vam várias decocções, vinhos e<br />
infusões, além de pílulas, ungüentos e emplastros (COSTA, 2008; LIMA JÚNIOR,<br />
2005).<br />
De acordo com a resolução nº 17/00 da ANVISA (Agência Nacional de<br />
Vigilância Sanitária), fitoterápico pode ser definido como:<br />
“medicamento farmacêutico obtido através de processos<br />
tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente<br />
matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa,<br />
paliativa ou <strong>para</strong> fins de diagnóstico. É caracterizado pelo<br />
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela<br />
reprodutibilidade e garantia de sua qualidade. Não se considera<br />
fitoterápico aquele produto que, na sua composição, inclua
31<br />
substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as<br />
associações destas com extratos vegetais” (BRASIL, 2000).<br />
Os fitoterápicos podem conter excipientes, além dos ingredientes ativos. Se<br />
ao material vegetal estão associadas substâncias ativas, definidas do ponto de vista<br />
químico, sintéticas ou isoladas de <strong>plantas</strong>, o produto final não é considerado um<br />
fitoterápico. Assim, planta medicinal não é fitoterápico. Fitoterápico é medicamento<br />
vegetal, que, como tal, está submetido aos preceitos éticos enunciados pela<br />
Organização Médica Mundial e aos requisitos legais definidos pela legislação, no<br />
caso do Brasil é regulamentada pela ANVISA (RATES, 2001; BRASIL, 2000).<br />
Inegavelmente, as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e os fitoterápicos têm um papel<br />
importante na terapêutica. Entretanto, a ideia básica da indicação do uso de<br />
fitoterápicos na medicina humana não é substituir medicamentos já registrados e<br />
comercializados com eficácia comprovada, mas sim, aumentar a opção terapêutica<br />
dos profissionais de saúde, ofertando medicamentos equivalentes, também<br />
registrados e com eficácia comprovada, <strong>para</strong> as mesmas indicações terapêuticas e,<br />
eventualmente, com indicações complementares às existentes (RATES, 2001).<br />
Entretanto, são vistas na maioria das vezes pela população como uma alternativa<br />
aos elevados custos dos medicamentos convencionais e não como uma opção<br />
terapêutica devido às propriedades curativas das <strong>plantas</strong> (SANTOS et al., 2009a).<br />
Contudo, o uso desses recursos naturais é estimulado, muitas vezes, de<br />
maneira pouco criteriosa. Os conhecimentos empíricos acumulados no passado,<br />
advindos da tradição cultural aliado aos científicos desenvolvidos ao longo do tempo,<br />
mostram que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e os medicamentos fitoterápicos também podem<br />
causar efeitos adversos, apresentar toxicidade e contra-indicações de uso. O<br />
princípio de que o benefício advindo da utilização de um produto com finalidade<br />
medicamentosa deve superar seu risco potencial deve ser aplicado também aos<br />
produtos da medicina tradicional/popular (ALEXANDRE et al., 2005).<br />
O aumento do uso indiscriminado desses recursos naturais, aliado ao<br />
conhecimento limitado sobre a ação dessas <strong>plantas</strong>, faz surgir questionamentos<br />
acerca da eficácia e segurança da utilização de fitoterápicos, assim, <strong>para</strong> garantir<br />
melhores respostas a estas lacunas, questionamentos, os ensaios clínicos devem<br />
ser conduzidos de acordo com alguns requisitos fundamentais: os medicamentos<br />
fitoterápicos devem ser elaborados com extratos padronizados, ou seja, com
32<br />
constituintes químicos conhecidos tanto do ponto de vista qualitativo como<br />
quantitativo; deve-se realizar um diagnóstico preciso dos pacientes a serem<br />
incluídos no ensaio; a população de estudo deve ser adequada <strong>para</strong> que os<br />
resultados possam ser extrapolados <strong>para</strong> a população total; os processos de<br />
randomização e cegamento devem ser adequados <strong>para</strong> minimizar os vieses e a<br />
superestimativa dos resultados (ALEXANDRE et al., 2005).<br />
Contudo, segundo Toledo et al. (2003) como etapa prévia ao desenvolvimento<br />
de fitoterápicos faz-se necessário a realização de estudos etnobotânicos, os quais<br />
segundo Rodrigues; Carvalho (2001) são estudos concernentes à relação mútua<br />
entre populações tradicionais e as <strong>plantas</strong>, apresentando como característica básica<br />
de estudo, o contato direto com as populações tradicionais, procurando uma<br />
aproximação e vivência com o fim de resgatar todo conhecimento possível sobre a<br />
relação de afinidade entre o homem e as <strong>plantas</strong> de uma comunidade.<br />
De posse do levantamento etnobotânico, define-se espécie vegetal a ser<br />
estudada, bem como o local da coleta. Nesta fase inicial do trabalho científico, o<br />
pesquisador deve estar completamente inteirado da literatura sobre a planta<br />
escolhida, Seqüencialmente, coleta-se um espécime da planta, pre<strong>para</strong>-se uma<br />
exsicata e faz-se a identificação botânica e o registro em um museu ou herbário. A<br />
segunda etapa de coleta, destinada ao estudo fitoquímico (o qual compreende as<br />
etapas de isolamento, elucidação estrutural e identificação dos constituintes mais<br />
importantes do vegetal, principalmente de substâncias originárias do metabolismo<br />
secundário, responsáveis, ou não, pela ação biológica), nesta etapa, escolhe-se a<br />
parte da planta que será investigada (raiz, cascas do caule, caule, galhos, folhas,<br />
flores, frutos). Posteriormente, são realizados ensaios de atividade biológica <strong>para</strong><br />
investigar a atividade farmacológica e toxicológica das substâncias isoladas, de<br />
frações obtidas ou extratos totais da droga vegetal (TOLEDO et al., 2003; MACIEL;<br />
PINTO; VEIGA JÚNIOR, 2002).<br />
2.3 Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> na odontologia<br />
Na literatura, é possível encontrar relatos sobre a utilização de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Estas apresentam propriedades antiinflamatórias,<br />
anti-hemorrágicas, analgésicas, dentre outras. Como exemplo, pode-se citar: os<br />
óleos de cajueiro (Anacardium occidentale L.) e do cravo (Eugenia caryophyllata T.),
33<br />
indicados <strong>para</strong> odontalgias, a romã (Punica granatum Linn) que possui atividade<br />
antimicrobiana sobre o Streptococcus mutans, micro-organismo associado à<br />
formação do biofilme dental, além de apresentar atividade antisséptica e antibiótica<br />
usadas no tratamento de gengivite e feridas <strong>bucais</strong> (LIMA JÚNIOR, 2005).<br />
Oliveira et al. (2007) realizaram uma extensa revisão de literatura acerca de<br />
indicações de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na odontologia em afecções como cáries,<br />
estomatites, gengivites, periodontites e outras. Foram encontradas 132 espécies,<br />
distribuídas em 52 Famílias Botânicas, citadas como úteis no tratamento de<br />
afecções odontológicas. As <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais indicadas foram Punica<br />
granatum L. (10 citações), Althaea officinalis L. (8), Salvia officinalis L. (8), Calêndula<br />
officinalis L. (8), Malva sylvestris L. (7) e Plantago major L. (6).<br />
Cavalcante et al. (2010), realizou um levantamento etnobotânico em sete<br />
cidades da 1ª regional de saúde do Estado da Paraíba, as <strong>plantas</strong> mais citadas<br />
pelos usuários de serviços públicos de saúde, raizeiros e os cirurgiões-dentistas,<br />
foram a romã (Punica granatum), o cajueiro roxo (Anacardium occidentale), aroeira<br />
(Schinus terebinthifolius), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), dentre outras.<br />
Buffon et al. (2001) realizaram um estudo in vitro com o fim de investigar a<br />
eficácia dos extratos de Malva sylvestris, Calêndula officinalis, Plantago major e<br />
Curcuma zedoarea no controle do crescimento das bactérias da biofilme dentário,<br />
com<strong>para</strong>ndo os extratos com a solução de Digluconato de Clorexidina a 20 %, que é<br />
comprovadamente eficiente no controle da placa bacteriana, atuando de forma<br />
bactericida e bacteriostática. Ao fim do estudo, percebeu que esses extratos<br />
apresentaram um comportamento de inibição total e parcial em torno de 60% das<br />
repetições, mostrando, portanto, que apresentam propriedades de possível controle<br />
no crescimento das bactérias do biofilme dentário. A solução de Digluconato de<br />
Clorexidina a 20% apresentou resultado 100% positivo como era esperado, inibindo<br />
o crescimento bacteriano.<br />
A utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> no tratamento das doenças <strong>bucais</strong> pode ser<br />
um método com inúmeras vantagens em relação ao tratamento alopático tradicional,<br />
uma vez que o Brasil é um país onde a maioria da população, não tem acesso a<br />
compra de produtos farmacêuticos sintéticos (FRANÇA et al., 2007).<br />
A seguir, serão apresentadas algumas das <strong>plantas</strong> mais <strong>utilizadas</strong> na<br />
odontologia, conforme o Quadro 5.
34<br />
Quadro 5. Alguma espécies com indicação <strong>para</strong> a odontologia<br />
Nome da espécie Nome popular Fontes<br />
Punica granatum<br />
Romã<br />
Santos et al. (2009a);<br />
Lima Júnior et al. (2005)<br />
Anacardium occidentale Cajueiro roxo<br />
Santos et al. (2009a);<br />
Lima Júnior et al. (2006)<br />
Ximenia americana<br />
Ameixa Lima Júnior et al. (2006)<br />
Stryphnodendron<br />
adstringens<br />
Schinus terebinthifolius /<br />
Myracruoduon urundeuva<br />
Barbatimão<br />
Aroeira<br />
Santos et al. (2009a)<br />
Santos et al. (2009a);<br />
Alves et al. (2009)<br />
2.3.1 Punica granatum L.<br />
A Punica granatum L. é uma planta da família Punicaceae, popularmente<br />
conhecida como romã. É uma árvore, originária da região do mediterrâneo,<br />
apresenta folhas simples e flores isoladas. Fruto tipo baga, redondo, casca de<br />
textura semelhante ao couro, amarela ou avermelhada, contendo inúmeras<br />
sementes e de sabor doce, levemente acidulado (MENEZES, 2004).<br />
Figura 2 – Punica granatum Linn<br />
(cedida pelo Prof. Fábio Sampaio)<br />
A romã e suas partes (folhas, casca de caule e frutos) são <strong>utilizadas</strong> no<br />
tratamento de infecções da garganta, rouquidão e febre. No entanto, podem ser
35<br />
<strong>utilizadas</strong> ainda como antisséptico e antiviral em processos inflamatórios da mucosa<br />
oral (MATOS apud MENEZES, 2004).<br />
Conforme indicação popular e de cirurgiões-dentistas, este vegetal tem ação<br />
cicatrizante e é frequentemente utilizada no tratamento de afecções <strong>bucais</strong>, como a<br />
gengivite. Para tanto, é feito o cozimento da casca da P. granatum L. e utilizado na<br />
forma de bochechos (LIMA JÚNIOR et al. 2006).<br />
A P. granatum L. é rica em compostos fenólicos (antioxidantes) como<br />
antocianinas, flavonóides e ácidos fenólicos (JARDINI, 2005).<br />
Machado et al. (2002), realizaram o fracionamento do extrato acetato de etila<br />
de frutos de Punica granatum, guiado por ensaios antimicrobianos frente a colônias<br />
de Staphylococcus aureus resistentes, conduzindo ao isolamento e à determinação<br />
estrutural do tanino elágico punicalagina – substância responsável pela atividade<br />
antimicrobiana – através de CLAE/UV (análise de cromatografia líquida de alta<br />
eficiência acoplada a detector de feixe de fotodiodos) e RMN de 1 H (ressonância<br />
magnética nuclear de 1 H).<br />
Menezes (2004) utilizou o extrato hidroalcóolico da Punica granatum L. <strong>para</strong><br />
testar o efeito inibitório deste, frente às bactérias do biofilme dental em pacientes<br />
portadores de aparelhos ortodônticos. Para tanto, a amostra de 60 pessoas foi<br />
dividida em três grupos, dos quais um realizou o bochecho com o extrato da romã,<br />
outra com a clorexidina e o grupo controle com água destilada. Ao fim do estudo,<br />
percebeu-se que o extrato obteve ação antimicrobiana semelhante ao observado<br />
com a clorexidina.<br />
Catão et al. (2005) utilizou diferentes concentrações do extrato etanólico da P.<br />
granatum frente a 17 amostras de S. aureus, sendo uma amostra ATCC (American<br />
Type Culture Collection) e 16 amostras de origem humana, obtidas de diferentes<br />
processos infecciosos, de pacientes ambulatoriais. Percebeu-se nesse estudo que<br />
todas as 17(100%) cepas apresentaram sensibilidade ao extrato, na concentração<br />
de 10%, e que a sensibilidade decaia à medida que aumentava a diluição do extrato.<br />
De modo que, o extrato de romã a 5% foi capaz de inibir 16 (94,1%), a 2,5% inibiu<br />
15 (88,2%), a 1,25% inibiu 13 (76,5%) e a 0,62% inibiu 5 (29,4%) das cepas<br />
testadas.<br />
Pereira et al. (2006b) verificou a ação do extrato hidroalcoólico de Punica<br />
granatum sobre espécies de microrganismos aeróbios predominantes no biofilme<br />
supragengival; Streptococcus mitis, S. mutans, S. sanguis, S. sobrinus e
36<br />
Lactobacillus casei. Os resultados demonstram a eficácia do extrato da romã sobre<br />
as linhagens ensaiadas. Todas as linhagens são sensíveis ao extrato hidroalcoólico<br />
de P. granatum. Observou-se que halos de inibição variaram de 10 a 25 mm,<br />
considerado como ativo, o extrato que mostrou halos de inibição superior a 15 mm.<br />
A inibição do crescimento apresentou-se homogênea, de acordo com o grau de<br />
concentração do extrato hidroalcoólico da planta em estudo. Houve assim, uma<br />
diminuição proporcional do diâmetro dos halos à medida que concentração do<br />
extrato foi diminuída.<br />
Vasconcelos et al. (2006) testaram o efeito antimicrobiano do gel da P.<br />
granatum frente a cepas bacterianas de Streptococcus mutans (ATCC 25175), S.<br />
sanguis (ATCC 10577) S. mitis (ATCC 9811), S. mutans isolado clinicamente (CI) e<br />
a Candida albicans isolada ou em associação. Foram realizadas diluições do gel<br />
<strong>para</strong> se determinar a concentração inibitória mínima (CIM). Percebeu-se que a CIM<br />
de aderência do gel contra os organismos teste foram: 1:16 <strong>para</strong> S. mutans (ATCC),<br />
S. mutans (CI) e S. sanguis; 1:128 <strong>para</strong> S. mitis e 1:64 <strong>para</strong> C. albicans. Os<br />
resultados desse estudo sugeriram a utilização desse agente fitoterápico no controle<br />
da aderência de diferentes micro-organismos na cavidade bucal.<br />
2.3.2 Anacardium occidentale L.<br />
A árvore do cajueiro roxo (Anacardium occidentale L.) é brasileira, tipicamente<br />
nordestina da família das Anacardiaceae, rica em taninos, os quais lhe conferem<br />
atividades antibióticas, antiinflamatórias e hemostáticas importantes. A decocção das<br />
cascas e a infusão das folhas são usadas como tônico, antidiabético e antiinflamatóro.<br />
Esta planta também possui a capacidade de impedir a formação da<br />
placa bacteriana bucal. (SILVA. et al. 2004; MELO et al., 2006).
37<br />
Figura 3 - Anacardium occidentale L.<br />
Fonte: http:// marusko.googlepages.com/.../Cajueiro-full.jpg<br />
Consoante Lima Júnior et al. (2006) o cajueiro é usado como depurativo,<br />
cicatrizante e adstringente, indicado <strong>para</strong> feridas e úlceras da boca, na forma de<br />
cozimento de suas cascas.<br />
No estudo etnobotânico realizado por Santos et al. (2009a) no município de<br />
João Pessoa-PB, o cajueiro roxo foi a segunda planta mais utilizada pelos usuários<br />
do serviço público de saúde – sendo a romã a mais comercializada – e uma das<br />
<strong>plantas</strong> mais comercializadas pelos raizeiros (erveiros), cuja principal indicação foi<br />
<strong>para</strong> o tratamento de processo inflamatórios, através da ingestão da infusão<br />
pre<strong>para</strong>da.<br />
Araújo et al. (2005) avaliaram a atividade antifúngica in vitro, do extrato do A.<br />
occidentali Linn sobre as leveduras do gênero Candida, C.albicans, C. stellatoidea,<br />
C. krusei e C. tropicalis, frequentemente associadas à candidoses <strong>bucais</strong>, em estudo<br />
com<strong>para</strong>tivo com o gluconato de clorexidina a 0,12%, ao fim dos ensaios<br />
laboratoriais, percebeu-se que o gluconato de clorexidina apresentou atividade<br />
antifúngica sobre todas as leveduras testadas e o extrato foi eficaz frente ao C.<br />
tropicalis e ao C. stellatoidea.<br />
Pereira et al. (2006c) realizaram um estudo com<strong>para</strong>tivo entre a atividade<br />
antimicrobiana do extrato do caule do cajueiro, com<strong>para</strong>ndo com o gluconato de<br />
clorexidina (0,12%) frente a três linhagens de bactérias cariogênicas e formadoras
38<br />
do biofilme supragengival, o Streptococcus mitis, Streptococcus mutans e o<br />
Streptococcus sanguis, os resultados mostraram a ação inibitória efetiva de ambas<br />
as substâncias. Os autores observaram ainda, que a maior eficácia do extrato foi<br />
frente ao S. sanguis, o agente mais importante na fase inicial de bactérias deposição<br />
do biofilme. Assim, a utilização desse extrato, pode tornar-se uma alternativa durante<br />
o processo de formação do biofilme bacteriano.<br />
Melo et al. (2006) verificaram a toxicidade do extrato bruto seco (EBS) do<br />
cajueiro em cães. Para tanto, foi determinado previamente, os parâmetros<br />
hematológicos e bioquímicos do sangue destes animais, <strong>para</strong> em seguida ser<br />
realizado os ensaios toxicológicos. Durante quatro semanas, estes receberam 126<br />
mg/kg (nove vezes a dose de uso popular). Ao fim do experimento novas amostras<br />
de sangue foram coletadas com fins de determinação dos parâmetros hematológicos<br />
e bioquímicos. Os resultados obtidos demonstraram que o EBS alterou os<br />
parâmetros hematológicos e bioquímicos observados <strong>para</strong> a elevação das enzimas<br />
hepáticas AST (aspartato transaminase) e ALT (alanina transaminase), indicando<br />
anormalidade na função hepática. Os demais parâmetros apresentaram níveis<br />
normais. No entanto, vinte e um dias após o tratamento os níveis retornaram ao<br />
normal. Assim, percebe-se que <strong>para</strong> o registro do fitomedicamento é necessária a<br />
comprovação de sua eficácia e ausência de toxicidade frente a ensaios pré-clínicos<br />
e clínicos.<br />
2.3.3 Ximenia americana L.<br />
A Ximenia americana é uma planta da família das Olacaceae, popularmente<br />
conhecida como ameixa. É uma planta cosmopolita tropical com ocorrência silvestre,<br />
no nordeste do Brasil, utilizada na medicina popular, principalmente, <strong>para</strong> o<br />
tratamento da dor de estômago, sífilis, reumatismo, câncer e infecções <strong>bucais</strong>. A sua<br />
casca, avermelhada e lisa, apresenta diversas atividades e vem sendo usada <strong>para</strong><br />
diversos fins tais como: tratamento da hanseníase, malária, cefaléia, moluscicida,<br />
infecções da pele, cicatrização, hemorróidas e inflamações das mucosas.<br />
(BRASILEIRO et al., 2008).
39<br />
A<br />
B<br />
Figura 4A – caule lenhoso<br />
(Fonte: BRASILEIRO et al., 2008)<br />
Fig. 4B – folha e frutos da X. americana<br />
O bochecho com a casca cozida tem sido utilizado durante o processo de<br />
cicatrização de feridas <strong>bucais</strong> (LIMA JÚNIOR et al., 2006).<br />
A análise fitoquímica de extratos da X. americana, indicaram a presença de<br />
saponinas, glicosídeos cardiotônicos, flavonóides e taninos (JAMES et al., 2007;<br />
OGUNLEYE; IBITOYE, 2003).<br />
Para Ogunleye; Ibitoye (2003) os taninos apresentam propriedades antiinflamatórias,<br />
os flavonóides, compostos fenóis naturais, possuem atividades<br />
biológicas, incluindo efeitos anti-inflamatório, antialérgico, antibióticos e<br />
vasoprotetores e os glicosídeos cardiotônicos possuem atividade antimicrobiana.<br />
James et al. (2007) com<strong>para</strong>ram a atividade antimicrobiana de extratos<br />
aquosos e metanólicos de X. americana (casca do caule, folhas e raiz) frente a<br />
microorganismos patogênicos isolados de pacientes no Departamento de<br />
Microbiologia da Universidade de Ahmadu Bello, na Nigéria (Staphylococcus aureus,<br />
Salmonella typhi, Escherischia coli, Shigella flexneri e Klebsiella pneumoniae). A<br />
atividade do extrato metanólico da raiz foi mais pronunciada em K. pneumoniae e S.<br />
aureus, principalmente, quando com<strong>para</strong>da com o extrato metanólico das folhas e<br />
do caule. Não existiu diferença significativa entre a atividade do extrato metanólico e<br />
aquoso das folhas e caule frente à S. flexneri. No entanto, a E. coli e a S. typhi, não<br />
foram afetadas pelos extratos. A atividade antimicrobiana observada pode ser<br />
atribuída à presença de taninos e flavonóides.<br />
Maikai; Kobo; Adaudi (2008) avaliaram o efeito do extrato aquoso da casca do<br />
caule da X. americana em camundongos, divididos aleatoriamente em três grupos<br />
de três e um quarto grupo controle. Os extratos foram administrados<br />
intraperitonealmente / oral em doses de 10, 100 e 1000 mg/kg de peso corporal. Os
40<br />
resultados revelaram nenhuma morte com doses até 5000 mg/kg de peso corporal.<br />
No entanto, as reações iniciais incluíram agitação, inquietação, falta de apetite e<br />
atividade reduzida mais tarde, durante as primeiras 24 horas da administração do<br />
extrato. Os sintomas foram dose-dependentes e com sinais evidentes com doses<br />
crescentes. Após o ensaio, os animais foram sacrificados e realizaram-se exames<br />
hematológicos e histopatológicos, os quais não revelaram danos significantes em<br />
virtude da administração do extrato, sugerindo que este extrato não apresenta<br />
elevado efeito tóxico sobre os camundongos.<br />
2.3.4 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville<br />
O Stryphnodendron adstringens, é uma espécie da familía Leguminosae-<br />
Mimosoidae, também conhecido popularmente como “barbatimão”, é uma planta<br />
nativa da região do cerrado do Brasil (ORLANDO, 2005; SANTOS et al., 2009b).<br />
Segundo Souza, et al. (2007), a casca do S. adstringens possui taninos como<br />
metabólitos secundários primordiais, responsáveis pela atividade antimicrobiana e<br />
cicatrizante. Soares et al. (2008) acrescenta ainda, a presença de outras<br />
propriedades, como: ação hemostática e anti-diarréica.<br />
Figura 5 - Stryphnodendron adstringens (Mart.)<br />
Fonte: http://<strong>plantas</strong>-<strong>medicinais</strong>.me/.../2009/06/espiga2.jpg<br />
No levantamento feito por Santos et al. (2009a) com raizeiros (erveiros) de<br />
João Pessoa-PB, constatou-se que o barbatimão era a planta medicinal mais<br />
comercializada por estes e uma das mais indicadas <strong>para</strong> o sangramento gengival.
41<br />
Souza et al.(2007) avaliaram os metabólitos responsáveis pela atividade<br />
antioxidante e antimicrobiana de extratos da casca de S. adstringens, com base na<br />
composição fenólica da casca e pelos usos populares variados que apresenta. A<br />
presença de taninos nos extratos foi verificada por cromatografia em camada<br />
delgada com<strong>para</strong>tiva (CCDC), a avaliação da atividade antimicrobiana foi testada<br />
frente a Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli. A<br />
capacidade antioxidante dos extratos foi determinada por cromatografia em camada<br />
delgada (CCD) e a capacidade de seqüestro de radicais livres foi quantificada por<br />
espectrofotometria. A CCDC dos extratos da casca de S. adstringens confirmou a<br />
presença de substâncias fenólicas derivadas da classe dos taninos. A cromatografia<br />
revelada com DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) revelou atividade antioxidante na<br />
região onde foram identificadas as manchas referentes aos derivados de taninos. A<br />
atividade antimicrobiana foi comprovada <strong>para</strong> os extratos polares pela formação de<br />
halos de inibição de crescimento bacteriano e a bioautografia revelou atividade na<br />
região onde foram identificadas as manchas de derivados tânicos. Assim, foi<br />
determinado que extratos da casca de S. adstringens apresentaram atividades<br />
antioxidante e antimicrobiana devido aos metabólitos secundários derivados da<br />
classe de taninos, os quais são os principais constituintes desta droga-vegetal.<br />
Santos et al. (2009b) avaliaram os extratos aquosos e etanólicos do<br />
barbatimão frente a bactérias e fungo patogênicos da cavidade oral, Streptococcus<br />
mutans (ATCC 70069), Staphylococcus aureus (ATCC 12692), Actinobacillus<br />
actinomycetemcomitans (ATCC 29522) e Candida albicans (ATCC 18804). Após os<br />
ensaios in vitro, verificou-se que o S. mutans, S. aureus e A. actinomycetemcomitans<br />
tiveram o crescimento inibido por os extratos testados. No entanto, o extrato aquoso<br />
não conseguiu mostrar a eficácia significativa contra a C. albicans, apenas o extrato<br />
etanólico mostrou atividade antifúngica considerável <strong>para</strong> este fungo.<br />
Orlando (2005) avaliou a atividade antimicrobiana do extrato hidroalcoólico<br />
bruto da casca do barbatimão frente a micro-organismos de cepas padronizadas<br />
(ATCC) e isolados bacterianos (IB): Enterococcus faecalis (ATCC 19433), Kocuria<br />
rhizophila (ATCC 9341), Escherichia coli (ATCC 14948), Neisseria gonorrhoeae<br />
(ATCC 49226), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Shiguella flexineri (ATCC<br />
12022), Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Candida albicans (ATCC 10231),<br />
Candida krusei (ATCC 6258), Klebsiella pneumoniae (IB), Pseudomonas aeruginosa<br />
(IB) e Staphylococcus aureus (IB). Os resultados revelaram atividade antimicrobiana
42<br />
do extrato frente a todos os micro-organismos testados. Pela técnica da<br />
concentração inibitória mínima (CIM), o extrato apresentou atividade antimicrobiana<br />
com uma CIM variando de 70 a 200 µg/mL, sendo os resultados mais eficientes<br />
sobre as leveduras, N. gonorrhoeae e P. aeruginosa.<br />
Soares et al. (2008) testaram o extrato hidroalcoólico bruto do barbatimão<br />
sobre as cepas padrão Enterococcus faecalis (ATCC 4082), Streptococcus salivarius<br />
(ATCC 25975), Streptococcus sanguinis (ATCC 10556), Streptococcus mitis (ATCC<br />
49456), Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus sobrinus (ATCC<br />
33478) e Lactobacillus casei (ATCC 11578), sendo o controle positivo feito com o<br />
gluconato de clorexidina. Após a análise laboratorial, verificou-se que o extrato<br />
hidroalcoólico de barbatimão apresentou atividade antibacteriana sobre todos os<br />
microrganismos testados, sendo que os melhores resultados foram <strong>para</strong> as cepas S.<br />
mitis e L. casei, os quais tiveram inibição do crescimento na menor concentração<br />
testada do extrato (350µg/mL). Assim, os resultados indicaram que o extrato<br />
hidroalcoólico bruto do barbatimão pode ter potencial antibacteriano <strong>para</strong> uso na<br />
prevenção da cárie dentária, uma vez que, o S. mitis é uma das primeiras bactérias<br />
que são aderidas ao esmalte, juntamente com o S. sanguis, favorecendo a<br />
colonização da superfície dentária por outras bactérias. Já o L. casei encontra-se<br />
nas cavidades de cárie já instaladas (BUISCHI, 2000).<br />
2.3.5 Ziziphus joazeiro Mart.<br />
O Ziziphus joazeiro Mart. é uma planta da família Rhamnaceae, popularmente<br />
conhecida como juá, uma das espécies nativas da caatinga, a qual tem sido utilizada<br />
com fins terapêuticos, sob a forma de extrato aquoso, especialmente partes do<br />
caule. Estas <strong>plantas</strong> têm o uso amplamente difundido entre gerações e são<br />
conhecidas como eficientes anti-inflamatórios, cicatrizantes, entre outras ações<br />
<strong>medicinais</strong> (SILVA, 2008).
43<br />
A<br />
B<br />
Figura 6A - Ziziphus joazeiro Mart.<br />
Figura 6B – flores dos juazeiro<br />
Fontes: http:// www.focadoemvoce.com/caatinga/fotos/juazeiro.jpg<br />
http:// upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/F...<br />
A “raspa do juá” vem sendo <strong>utilizadas</strong> desde muitos anos como dentifrício,<br />
baseado apenas nos costumes populares. O Z. joazeiro, é rico em saponina, um<br />
complexo molecular da família dos glicosídeos, o qual confere propriedades<br />
detergentes. Baseando-se nisso, incorporou-se o extrato do juá em alguns<br />
dentifrícios (BARRETO et al., 2005).<br />
No levantamento de Santos et al. (2009a), verificou-se que os raizeiros de<br />
João Pessoa-PB indicavam a utilização do juá <strong>para</strong> o tratamento de sangramentos<br />
gengivais e, os usuários o utilizavam <strong>para</strong> higienização dos dentes.<br />
A análise fitoquímica do Z. joazeiro mostrou a presença em todas as partes<br />
vegetais de saponinas, mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteróides, e açúcares.<br />
Moléculas de flavonóides estiveram presentes apenas nas folhas. Derivados<br />
cinâmicos foram observados apenas no caule de <strong>plantas</strong> adultas, moléculas de<br />
cumarinas foram encontradas exclusivamente no caule de <strong>plantas</strong> adultas. A<br />
cumarina e os derivados cinâmicos podem atuar na maximização do potencial da<br />
referida espécie <strong>para</strong> sanar gastrites e ferimentos, haja vista as cumarinas também<br />
têm propriedades antioxidantes e os derivados cinâmicos aceleram a cicatrização,<br />
ações estas, também são atribuídas às saponinas, que por sua vez apresenta ainda<br />
ação antifúngica e antibactericida (SILVA, 2008).
44<br />
Barreto et al. (2005) analisaram o potencial antimicrobiano de sete dentifrícios<br />
puros e diluídos, contendo fitoterápicos, dentre eles o Z. joazeiro, sobre bactérias<br />
recuperadas da saliva e cepas de bactérias padrão, S. mutans (ATCC 25175), S.<br />
sanguis (ATCC 10556) e L. casei (ATCC 4646). O dentifrício com extrato de juá<br />
apresentou atividade antimicrobiana contra todas as cepas testadas, apresentando<br />
halos de inibição maiores que 8 mm frentes as bactérias da saliva (dentifrício diluído)<br />
e inibição das demais cepas, quando na forma pura.<br />
Cruz et al. (2007), realizaram um estudo com extratos aquosos de quatro<br />
espécies de <strong>plantas</strong>, dentre elas o extrato do caule do Ziziphus joazeiro frente a<br />
cinco espécies de fungos patogênicos: Candida albicans (ATCC 18804), Candida<br />
guilliermondii (ATCC 6260), Trichophyton rubrum, Candida guilliermondii, Fonsecaea<br />
pedrosoi e Cryptococcus neoformans isolados clinicamente. Após os ensaios<br />
laboratoriais, verificou-se que os extratos de Ziziphus joazeiro e Caesalpinea<br />
pyramidalis (catingueira), apresentaram significativa atividade antifúngica contra as<br />
cinco espécies de fungos, quando com<strong>para</strong>dos com a anfotericina B. Avaliou-se<br />
ainda, a atividade tóxica desses extratos em ratos albinos suíços, constatando-se<br />
que estes apresentaram baixa toxicidade.<br />
2.3.6 Myracruoduon urundeuva Allemão e Schinus terebinthifolius Raddi<br />
Aroeira é uma nomenclatura comum a diversas espécies pertencentes à<br />
família Anacardiaceae, tais como, Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira vermelha;<br />
aroeira-da-praia), Schinus lenfiscifolius March. (aroeira-do-campo), Schinus molle L.<br />
(aroeira-salso), Myracrodruon urundeuva All. (aroeira-do-sertão) e Lithrea<br />
brasiliensis March. (aroeira-brava), ocasionando dificuldades à identificação dos<br />
materiais comerciais (KATO; AKISUE, 2002).<br />
A Myracrodruon urundeuva é uma espécie que ocorre naturalmente no Brasil,<br />
Paraguai, Bolívia e Argentina. No Brasil, ocorre desde o Ceará até o Paraná e Mato<br />
Grosso do Sul. A maior freqüência desta se dá na região Nordeste (LORENZI apud<br />
SILVA et al., 2002).
45<br />
A<br />
B<br />
Figura 6A – M. urundeuva<br />
Figura 6B – folhas da M. urundeuva<br />
Fonte: http://www.biologo.com.br/<strong>plantas</strong>/fichas/aroeira.html<br />
As cascas do caule de possuem propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes,<br />
empregadas em disenterias, úlceras gastroduodenais (SILVA, 2008; KATO; AKISUE,<br />
2002).<br />
A análise fitoquímica do caule e da folha de Myracrodruon urundeuva permitiu<br />
constatar que as partes analisadas possuem compostos semelhantes quanto à<br />
presença de flavonóides, mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteróides,<br />
proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas, além de açúcares. Derivados<br />
cinâmicos estiveram presentes apenas no caule (SILVA, 2008). Pode-se acrescentar<br />
ainda a presença de óleos essenciais, saponinas e taninos (KATO; AKISUE, 2002).<br />
Alves et al. (2009), avaliaram a atividade antimicrobiana, antifúngica e<br />
antiaderente in vitro dos extratos hidroalcoólicos a aroeira-do-sertão (Myracrodruon<br />
urundeuva), malva (Malva Sylvestris) e goiabeira (Psidium guajava Linn) sobre<br />
microrganismos do biofilme dental (Streptococcus mutans, Streptococcus mitis,<br />
Streptococcus sanguis, Streptococcus sobrinus, Lactobacillus casei) e candidose<br />
oral (Candida albicans, Candida tropicalis, Candida stelatoidea e Candida krusei). Ao<br />
fim dos ensaios, verificou-se que os extratos mostraram-se eficazes inibindo o<br />
crescimento das bactérias do biofilme dental e fungos da candidose oral. Sendo o L.<br />
casei mais sensível ao extrato da M. urundeuva e o S. mutans, mais sensível ao<br />
extrato da Psidium guajava Linn. Na avaliação da atividade antifúngica observou-se<br />
que o extrato da aroeira-do-sertão apresentou atividade antifúngica sobre as cepas
46<br />
de C. albicans, C. tropicalis e C. krusei. No entanto, a malva e a goiabeira<br />
apresentaram atividade antifúngica sobre as quatro cepas de Candida analisadas.<br />
A Schinus terebenthifolius Raddi é uma árvore de folhas perenes, originária<br />
da América do Sul, especialmente do Brasil, Paraguai e Argentina. Os frutos são do<br />
tipo drupa e têm coloração verde no início e depois se tornam vermelhos. Essa<br />
casca vermelha seca, transformando-se em uma espécie de concha de papel, que<br />
envolve a semente (DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ; PRADO; 2005).<br />
Figura 7 – frutos de Schinus terebinthifolius<br />
Fonte: http:// upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3f/S...<br />
A Schinus terebinthifolius Raddi é muito usada na medicina popular e<br />
atualmente como fitomedicamento pelas propriedades antimicrobiana, cicatrizante e<br />
anti-inflamatória (VASCONCELOS et al., 2005).<br />
As partes <strong>utilizadas</strong> que apresentam propriedades <strong>medicinais</strong> são: casca,<br />
folhas e frutos. Pode-se acrescentar ainda, outras indicações populares, tais como<br />
adstringente, antidiarréica, antiinflamatória, depurativa, diurética e febrífuga. Devido<br />
à composição de seus óleos essenciais, é usada no tratamento de distúrbios<br />
respiratórios. Popularmente, é empregada no tratamento da diarréia, inflamações,<br />
<strong>para</strong> promover a transpiração e a eliminação de líquidos. A casca da aroeira tem<br />
ação contra febre, hemoptises e afecções uterinas, em geral. Da casca, extrai-se<br />
óleo empregado contra tumores e doenças da córnea (BORNHAUSEN apud<br />
DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ; PRADO; 2005).
47<br />
No levantamento realizado por Santos et al. (2009a), a aroeira (S.<br />
terebinthifolius) foi uma das <strong>plantas</strong> mais vendidas pelos raizeros de João Pessoa –<br />
PB, cuja indicação era de agente cicatrizante e anti-inflamatório.<br />
Através de cromatografia, analisou-se fitoquimicamente o extrato de Schinus<br />
terebinthifolius, verificando a presença de compostos biologicamente ativos:<br />
saponinas, flavonóides, triterpenos, esteróides e taninos (JOHANN et al., 2007).<br />
Martínez Guerra et al. (2000) avaliaram a atividade antimicrobiana do extrato<br />
etanólico das folhas de Schinus terebinthifolius Raddi frente a micro-organismos:<br />
Staphylococcus aureus (ATCC 15008); Escherichia coli (ATCC 25922);<br />
Pseudomonas aeruginosa (ATCC 14207) e Candida albicans (ATCC 10231). Os<br />
resultados obtidos indicaram que a uma menor concentração do extrato (pre<strong>para</strong>do<br />
com etanol a 1%), houve inibição do crescimento de todos os micro-organismos e a<br />
resposta foi gradual de acordo com a concentração até 80% (1, 5, 15, 30, 40, 60 e<br />
80%).<br />
Johann et al. (2007) avaliaram a atividade antifúngica do extrato de oito<br />
<strong>plantas</strong>, dentre elas o extrato de S. terebinthifolius contra cinco espécies de fungos<br />
do gênero Candida: Candida albicans (ATCC 18804), C. krusei (ATCC 20298), C.<br />
tropicalis (ATCC 750), C. <strong>para</strong>psilosis (ATCC 22019), C. glabrata (ATCC 2001),<br />
Sporothrix schenckii (ATCC 20679) e Cryptococcus neoformans (ATCC 32608). Ao<br />
fim dos ensaios, verificou-se que o extrato etanólico das folhas de S. terebinthifolius<br />
exibiu potencial atividade antifúngica contra C. glabrata e S. schenckii.<br />
Johann et al. (2008) analisaram o extrato de quatro espécies de planta, dentre<br />
elas, Schinus terebinthifolius Raddi frente a oito culturas isoladas de Candida<br />
albicans coletadas da cavidade oral de pacientes com estomatite protéticas. Os<br />
resultados mostraram que as frações de etil acetato obtidas da P. granatum e S.<br />
terebinthifoliu tem potencial efeito de anti-adesividade contra as culturas de C.<br />
albicans. E a fração de etil acetato das folhas de S. terebinthifoliu inibiu o<br />
crescimento de três culturas de C. albicans.<br />
Martínez et al. (1996) verificaram a atividade antimicrobiana de 23 extratos de<br />
12 espécies de <strong>plantas</strong>, dentre elas a Schinus terebinthifolius (extratos aquosos e<br />
etanólicos da folha) frente a: Staphylococcus aureus (ATCC 15006), Bacillus subtilis<br />
(ATCC 6633), Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC<br />
14207) e Candida albicans (ATCC 10231). Os resultados demonstraram que a S.
48<br />
terebinthifolius apresentou excelente atividade antimicrobiana, particularmente o<br />
extrato etanólico. O S. aureus, inclusive, foi mais susceptível a este extrato.
49<br />
PROPOSIÇÃO
50<br />
3 PROPOSIÇÃO<br />
3.1 PROPOSIÇÃO GERAL:<br />
O presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento acerca do<br />
conhecimento popular e utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> como terapia<br />
complementar em relação à manutenção e recuperação da saúde bucal.<br />
3.2 PROPOSIÇÕES ESPECÍFICAS:<br />
• Traçar o perfil dos raizeiros e usuários dos serviços públicos de saúde<br />
encontrados em diferentes mesorregiões do estado da Paraíba;<br />
• Identificar as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> mais indicadas por<br />
raizeiros de diferentes regiões climáticas do estado da Paraíba;<br />
• Mapear as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> pelos<br />
usuários dos serviços públicos de saúde residentes em diferentes<br />
ecossistemas e regiões climáticas do estado da Paraíba;<br />
• Investigar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas dos serviços públicos<br />
quanto ao uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, fitoterápicos na Odontologia;
51<br />
MATERIAIS E MÉTODOS
52<br />
4 MATERIAIS E MÉTODOS<br />
4.1 Aspectos éticos<br />
O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do<br />
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da<br />
Paraíba, recebendo parecer favorável <strong>para</strong> sua realização, segundo protocolo n°<br />
114/09 (ANEXO A).<br />
4.2 Seleção da amostra<br />
Para a execução desse trabalho, foi utilizada uma abordagem indutiva, com<br />
procedimento com<strong>para</strong>tivo e estatístico e técnica de pesquisa por observação direta<br />
intensiva.<br />
Baseando-se em um estudo de Santos et al. (2009a), no qual foi realizado um<br />
levantamento etnobotânico em João Pessoa-PB (cidade que faz parte da<br />
mesorregião da Zona da Mata), contemplou-se as demais mesorregiões do estado<br />
(agreste, borborema e sertão <strong>para</strong>ibanos). Para tanto, foram selecionadas cidades<br />
consideradas “centros de referência” em cada mesorregião: Sousa e Cajazeiras<br />
(mesorregião do sertão); Monteiro (mesorregião da borborema) e Campina Grande<br />
(mesorregião do agreste).<br />
Com esta amostragem geograficamente distribuída, todos os ecossistemas do<br />
estado foram contemplados.<br />
a Universo e Amostra:<br />
Raizeiros: Contou-se com uma população composta por 27 raizeiros (erveiros).<br />
Estes foram identificados nos mercados públicos das cidades e a partir do relato dos<br />
usuários. Os critérios de inclusão de voluntários raizeiros foram: a) ser referência<br />
local <strong>para</strong> o uso de <strong>plantas</strong>; ser fornecedor de matéria prima vegetal <strong>para</strong> uso de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e concordar com os termos da pesquisa (APÊNDICE D). O<br />
critério de exclusão foi o descontentamento e não concordância com os termos da<br />
pesquisa.
53<br />
Usuários: Foram entrevistados 241 usuários das unidades de saúde da famíla. A<br />
amostra do grupo de usuários foi intencional considerando os seguintes critérios:<br />
incluir usuários dos serviços de saúde integrantes de grupos adultos e idosos<br />
(hipertenso/diabético), que residem em área urbana e de zona rural); grupos etários<br />
diferentes; de ambos os sexos. Os critérios de inclusão de voluntários usuários<br />
foram: a) ser usuário do serviço de odontologia local; ter acima de 18 anos; e<br />
concordar com os termos da pesquisa. Sendo os critérios de exclusão: ter menos de<br />
18 anos e não concordar com os termos da pesquisa.<br />
Profissionais: 25 cirurgiões-dentistas do serviço público de saúde foram convidados<br />
a participar da pesquisa e responderam a perguntas de um roteiro de entrevista. Os<br />
critérios de inclusão <strong>para</strong> os profissionais participarem da pesquisa foram a<br />
concordância com o trabalho de investigação e a confirmação de atividade<br />
profissional na região. O critério de exclusão foi a não concordância com os termos<br />
da pesquisa.<br />
b Instrumentos Utilizados:<br />
Para a execução da primeira fase do estudo, foram utilizados três formulários<br />
estruturados. Um aplicado aos raizeiros (APÊNDICE A), um aos usuários do serviço<br />
público de saúde (APÊNDICE B) e outro destinado aos profissionais (APÊNDICE C).<br />
Ambos foram testados e validados previamente, fazendo as adaptações<br />
necessárias.<br />
c Coleta de dados:<br />
Os raizeiros foram entrevistados no próprio ambiente onde comercializam<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. A entrevista versou sobre as <strong>plantas</strong> com indicação terapêutica<br />
na odontologia e da mesma forma como a informação é repassada <strong>para</strong> a<br />
população. Para os usuários dos serviços públicos de saúde locais, utilizou-se um<br />
roteiro de entrevistas estruturado acerca da utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong><br />
<strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Os cirurgiões-dentistas responderam a um roteiro, o qual<br />
explorava situações prévias sobre ocorrências de <strong>problemas</strong> de ingestão de
54<br />
medicamentos indicados por cirurgiões-dentistas e médicos. Ênfase do roteiro de<br />
entrevista entre os profissionais foi com relação ao conhecimento sobre os efeitos<br />
das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> relatadas pelos pacientes.<br />
d Análise dos dados:<br />
Os dados qualitativos foram dicotomizados, quando apropriado. Os dados<br />
quantitativos foram trabalhados em números reais e percentuais. O conjunto de<br />
variáveis desta forma foi tabulado em programa estatístico SPSS versão 13.0 (SPSS<br />
Inc., EUA). A análise estatística foi basicamente do tipo descritiva com apresentação<br />
de dados percentuais e de frequência. Quando apropriado observou-se relação<br />
entre variáveis através do teste de qui-quadrado com nível de significância de 5%.
55<br />
RESULTADOS
56<br />
5 RESULTADOS<br />
A amostra contou com 293 entrevistados, destes 27 foram realizadas com<br />
raizeiros (erveiros), 241 com usuários do serviço público saúde e 25 com cirurgiõesdentistas<br />
distribuídos nos municípios da Paraíba, conforme as tabelas 1 e 2.<br />
A tabela 1 revela ainda, que a maior concentração de raizeiros (63,0%) e<br />
usuários (42,7%) foi na cidade de Campina Grande.<br />
Tabela 1 – Distribuição da amostra de raizeiros e usuários segundo os municípios<br />
pesquisados, 2009.<br />
Municípios Raizeiros Usuários<br />
n % n %<br />
Campina Grande 17 63,0 103 42,7<br />
Monteiro 4 14,8 32 13,3<br />
Sousa 3 11,1 51 21,2<br />
Cajazeiras 3 11,1 55 22,8<br />
TOTAL 27 100,0 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
A tabela 2 mostra ainda, que a maior concentração de dentistas se deu na<br />
cidade de Sousa (48,0%).<br />
Tabela 2 – Distribuição dos profissionais frente aos municípios analisados, 2009.<br />
Nome do município n %<br />
Sousa 12 48,0<br />
Cajazeiras 6 24,0<br />
Lagoa 2 8,0<br />
São José da Lagoa Tapada 2 8,0<br />
Marizópolis 1 4,0<br />
Vierópolis 1 4,0<br />
Lastro 1 4,0<br />
TOTAL 25 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.
57<br />
Na Tabela 3 são apresentados os resultados sócio-demográficos relativos ao<br />
sexo, a faixa etária e ao estado civil dos entrevistados (raizeiros, usuários e<br />
profissionais). Pode-se perceber que a faixa etária predominante <strong>para</strong> os três grupos<br />
foi de 30 a 59 anos, com percentuais de 59,3% <strong>para</strong> raizeiros, 53,1% <strong>para</strong> os<br />
usuários e 52,0% <strong>para</strong> os profissionais. Quanto ao sexo, observa-se uma variação,<br />
quanto aos raizeiros, o sexo predominante foi o masculino (63,0%), quanto aos<br />
usuários e profissionais, o sexo predominante foi o feminino, apresentando,<br />
respectivamente, 58,5% e 56,0%. O estado civil predominante foi casado,<br />
apresentando 70,4%, 50,6% e 60,0% <strong>para</strong> raizeiros, usuários e profissionais,<br />
respectivamente.<br />
Tabela 3 – Distribuição dos entrevistados segundo as características sóciodemográficos<br />
por sexo (em anos), faixa etária e estado civil, 2009.<br />
Características<br />
sócio-demográficas<br />
Raizeiros Usuários Profissionais<br />
n % n % n %<br />
Faixa etária<br />
18 a 29 6 22,2 89 36,9 12 48,0<br />
30 a 59 16 59,3 128 53,1 13 52,0<br />
60 ou mais 5 18,5 24 10 0 0<br />
Sexo<br />
Masculino 17 63,0 100 41,5 11 44,0<br />
Feminino 10 37,0 141 58,5 14 56,0<br />
Estado civil<br />
Solteiro 7 25,9 89 36,9 10 40,0<br />
Casado 19 70,4 122 50,6 15 60,0<br />
Outros 1 3,7 30 12,5<br />
TOTAL 27 100,0 100,0 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 4 são mostrados os resultados quanto ao nível de escolaridade dos<br />
raizeiros e usuários entrevistados. Destaca-se que 44,4% dos raizeiros e 23,2% dos<br />
usuários não possuem o ensino fundamental completo.
58<br />
Tabela 4 – Distribuição dos raizeiros e dos usuários segundo o nível de escolaridade,<br />
2009.<br />
Escolaridade Raizeiros Usuários<br />
n % n %<br />
Nunca estudou 8 29,6 11 4,6<br />
Fundamental incompleto 12 44,4 56 23,2<br />
Fundamental completo 1 3,7 31 12,9<br />
Médio incompleto 3 11,1 54 22,4<br />
Médio completo 3 11,1 46 19,1<br />
Curso superior incompleto 0 0 23 9,5<br />
Curso superior completo 0 0 20 8,3<br />
TOTAL 27 100,0 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto à formação dos profissionais, verificou-se que 100% formaram-se em<br />
instituições públicas de ensino, sendo a UFPB a mais citada (56,0%) e a maioria<br />
destes possuem entre 1 a 5 anos de formação (36,0%) (Tabela 5).<br />
Tabela 5 – Distribuição dos profissionais pesquisados segundo os dados<br />
relacionados com a instituição de ensino de origem e o tempo de formado (em anos),<br />
2009.<br />
Variáveis n %<br />
Instituição de ensino<br />
Público 25 100<br />
Particular 0 0<br />
Universidade de origem<br />
UFPB 14 56,0<br />
UEPB 6 24,0<br />
Outras 5 20,0<br />
Tempo de formado (anos)<br />
1 a 5 9 36,0<br />
6 a 10 6 24,0<br />
11 a 20 3 12,0<br />
21 a 25 1 4,0<br />
26 a 46 6 24,0<br />
TOTAL 25 100,0<br />
Na tabela 6 observa-se que a maioria dos profissionais entrevistados (72,0%),<br />
já havia trabalhado em outra Unidade de Saúde da Família antes. Observa-se<br />
também, que 48% trabalham também em consultório particular. Destaca-se ainda,<br />
que em 96,0% das unidades não possuem horto medicinal.
59<br />
Tabela 6 – Distribuição dos profissionais pesquisados segundo as variáveis local de<br />
trabalho anterior e atual e presença de horto medicinal na Unidade de Saúde, 2009.<br />
Variáveis n %<br />
Local de trabalho anterior<br />
Outra (USF) 18 72,0<br />
Nunca havia trabalhado 4 16,0<br />
Outros 3 12,0<br />
Local de trabalho atual<br />
USF 8 32,0<br />
USF e consultório particular 12 48,0<br />
Outros 5 20,0<br />
A Unidade de Saúde tem horto<br />
Sim 1 4,0<br />
Não 24 96,0<br />
TOTAL 25 100,0<br />
No que concerne a ocupação dos usuários entrevistados, observou-se que<br />
53,1% deste apenas trabalham. A renda média foi de até um salário mínimo <strong>para</strong><br />
46,1% (Tabela 7).<br />
Tabela 7 – Distribuição dos usuários segundo as variáveis ocupação, renda (em<br />
salário mínimo), 2009.<br />
Variável n %<br />
Ocupação<br />
Só estuda 28 11,6<br />
Só trabalha 128 53,1<br />
Estuda e trabalha 24 10,0<br />
Sem trabalho 53 22,0<br />
Outros 8 3,3<br />
Renda (salário mínimo)<br />
Sem renda 70 29,0<br />
Até 1 111 46,1<br />
2 a 3 45 18,7<br />
Mais de 3 15 6,2<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto aos raizeiros entrevistados, 77,8% não possuem outra ocupação. E,<br />
entre os que possuem outra ocupação, a agricultura foi a mais citada (7,4%) (Tabela<br />
8).
60<br />
Tabela 8 – Distribuição dos raizeiros segundo a realização de outra ocupação e<br />
classificação, 2009.<br />
Variável n %<br />
Possui outra ocupação?<br />
Não 21 77,8<br />
Sim 6 22,2<br />
Qual outra ocupação?<br />
Agricultor 2 7,4<br />
Comércio 1 3,7<br />
Motorista 1 3,7<br />
Outras 2 7,4<br />
Não tem outra ocupação 21 77,8<br />
TOTAL 27 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 9 destaca-se que 59,3% dos raizeiros possuem familiares que<br />
também vendem <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, dentre estes, o mais citado foram os pais<br />
(18,5%)<br />
Tabela 9 – Distribuição dos raizeiros segundo o envolvimento de familiares na<br />
comercialização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Variável n %<br />
Familiares vendem <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Sim 16 59,3<br />
Não 11 40,7<br />
Qual familiar vende planta medicinal?<br />
Pais 5 18,5<br />
Cônjuge 4 14,8<br />
Filhos 4 14,8<br />
Outros 3 11,2<br />
Nenhum familiar vende PM 11 40,7<br />
TOTAL 27 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto ao cultivo de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 81,5% afirmaram não cultivar ou<br />
colher <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Para aqueles que cultivam, a planta mais citada foi a malva<br />
(11,1%) (Tabela 10).
61<br />
Tabela 10 – Distribuição dos raizeiros segundo o cultivo de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Variável n %<br />
Cultiva e/ou colhe <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong>?<br />
Não 22 81,5<br />
Sim 5 18,5<br />
Que <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são cultivadas?<br />
Malva 3 11,1<br />
Hortelã 2 7,4<br />
Romã 2 7,4<br />
Não cultiva 20 74,1<br />
TOTAL 27 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
No que concerne aos dados de procedência das <strong>plantas</strong> comercializadas,<br />
100% dos raizeiros afirmaram que adquirem as <strong>plantas</strong> através de vendedores. A<br />
maioria relatou que a procedência destas é exclusivamente da Paraíba (48,1%). Os<br />
municípios <strong>para</strong>ibanos foram os mais citados como fornecedores das <strong>plantas</strong><br />
(44,4%) (Tabela 11).<br />
Tabela 11 – Distribuição dos raizeiros segundo a comercialização de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> e dados relacionados com a procedência destas, 2009.<br />
Variável n %<br />
De quem adquire as <strong>plantas</strong>?<br />
Vendedores 27 100<br />
Procedência das <strong>plantas</strong><br />
Exclusivamente da PB 13 48,1<br />
PB e outros Estados 6 22,2<br />
Outro estado 5 18,5<br />
Não sabe informar 3 11,2<br />
Cidade fornecedora das <strong>plantas</strong><br />
Municípios da PB 12 44,4<br />
Juazeiro do Norte-CE 5 18,5<br />
Caruaru-PE 4 14,8<br />
Municípios da PB + de outros Estados 4 14,8<br />
Não sabe informar 7 25,9<br />
Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (27).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto à fonte de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 88,9% dos<br />
raizeiros relataram ter apenas uma fonte de informação. Os familiares foram citados<br />
como a fonte desse conhecimento por 96,3%, dentre os familiares citados, os pais<br />
foram os que mais se destacaram (77,8%) (Tabela 12).
62<br />
Tabela 12 – Distribuição dos raizeiros segundo a fonte de conhecimento sobre<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Variável n %<br />
Numero de fontes de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong><br />
Uma fonte 24 88,9<br />
Duas fontes 2 7,4<br />
Três ou mais 1 3,7<br />
Têm familiares como fonte de conhecimento?<br />
Sim 26 96,3<br />
Não 1 3,7<br />
Quais familiares repassaram este conhecimento?<br />
Pais 21 77,8<br />
Cônjuge 2 7,4<br />
Outros familiares 3 11,1<br />
Não recebeu informação de familiares 1 3,7<br />
TOTAL 27 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Em relação às <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (PM) indicadas por raizeiros, verificou-se<br />
que 96,3% dos clientes às vezes trazem o nome da espécie que faz uso, 59,5% às<br />
vezes pedem indicação sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e 85,2% dos raizeiros fazem<br />
indicação acerca das <strong>plantas</strong> que comercializam (Tabela 13).<br />
Tabela 13 – Dados relacionados com as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças<br />
<strong>bucais</strong> segundo relato dos raizeiros, 2009.<br />
Variável n %<br />
Os clientes trazem os nomes das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> que faz uso?<br />
Sim 1 3,7<br />
Às vezes 26 96,3<br />
Os clientes pedem indicação de PM <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong>?<br />
Sim 10 37,0<br />
Às vezes 16 59,3<br />
Não 1 3,7<br />
Faz indicação do uso <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Sim 23 85,2<br />
Não 4 14,8<br />
TOTAL 27 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.
63<br />
Na tabela 14 são observadas as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />
na mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano. Observa-se que as espécies vegetais mais<br />
citadas foram: jurema preta (Mimosa tenuiflora Benth.), angico (Anademathera<br />
colubrina (Vell.) Brenan), pedra-ume (Myrcia salicifolia DC), quixabeira (Sideroxylon<br />
obtusifolium (Roem. & Schult.) Penn.), aroeira (Myracrodruon urundeuva All.), cada<br />
uma recebeu 83,3% das citações.<br />
Tabela 14 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> doenças<br />
<strong>bucais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong><br />
N %<br />
Jurema preta 5 83,3<br />
Angico 5 83,3<br />
Pedra-ume 5 83,3<br />
Quixabeira 5 83,3<br />
Aroeira 5 83,3<br />
Hortelã 4 66,7<br />
Alecrim 3 50,0<br />
Ameixa 3 50,0<br />
Cravo 3 50,0<br />
Cajueiro roxo 3 50,0<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 15 é possível perceber as <strong>plantas</strong> indicadas pelos raizeiros do<br />
sertão <strong>para</strong> o combate de mau hálito, as mais citadas foram: hortelã (Plectrantus<br />
amboinicus Lour), cravo (Syzygium aromaticum L.) e limão Taiti (Citrus aurantifolia<br />
(Christm.) Swingle), ambas citadas por 50,0% dos raizeiros.<br />
Tabela 15 – Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
combater mau hálito. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater mau hálito<br />
n %<br />
Hortelã 3 50,0<br />
Cravo 3 50,0<br />
Limão Taiti 3 50,0<br />
Boldo 2 33,3<br />
Eucalipto 1 16,7<br />
Anil estrelado 1 16,7<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.
64<br />
Das espécies indicadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> o tratamento de aftas e<br />
feridas, destacam-se o alecrim (Rosmarinus officinalis) e a malva (Malva sylvestris<br />
L.), ambos em 50,0% das citações (Tabela 16).<br />
Tabela 16 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar aftas/<br />
feridas. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar aftas/ feridas<br />
n %<br />
Alecrim 3 50,0<br />
Malva 3 50,0<br />
Ameixa 2 33,3<br />
Cravo 2 33,3<br />
Romã 1 16,7<br />
Limão 1 16,7<br />
Quixabeira 1 16,7<br />
Pedra ume 1 16,7<br />
Cajueiro roxo 1 16,7<br />
Não indicada planta <strong>para</strong> aftas/feridas 1 16,7<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Das espécies indicadas <strong>para</strong> o tratamento de odontalgias, destacou-se o<br />
cravo (Syzygium aromaticum L.), com 83,3% das citações dos raizeros do sertão<br />
(Tabela 17).<br />
Tabela 17– Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> odontalgias.<br />
Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> odontolagias<br />
n %<br />
Cravo 5 83,3<br />
Hortelã 3 50,0<br />
Batata purga 3 50,0<br />
Não indicada planta <strong>para</strong> odontalgia 1 16,7<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Em relação às espécies indicadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> combater o<br />
sangramento gengival, a planta mais citada foi a malva (Malva sylvestris L.), citada<br />
em 50.0% (Tabela 18).
65<br />
Tabela 18 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> combater<br />
sangramento gengival. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater<br />
sangramento gengival<br />
n %<br />
Malva 3 50,0<br />
Barbatimão 2 33,3<br />
Aroeira 2 33,3<br />
Batata doce 2 33,3<br />
Ameixa 1 16,7<br />
Jurema preta 1 16,7<br />
Pedra ume 1 16,7<br />
Não conhece planta indicada <strong>para</strong> sangramento gengival 1 16,7<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 19 verificam-se as espécies citadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> o<br />
tratamento de inflamação bucal, sendo a espécie mais citada (33,3%) o cajueiro roxo<br />
(Anacardium occidentale L.).<br />
Tabela 19 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar<br />
inflamação bucal. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar inflamação bucal<br />
n %<br />
Cajueiro roxo 2 33,3<br />
Ameixa 1 16,7<br />
Jurema preta 1 16,7<br />
Fedegoso 1 16,7<br />
Cebola branca 1 16,7<br />
Mostarda 1 16,7<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Dos raizeiros entrevistados em Monteiro (n=4), mesorregião da Borborema,<br />
verificou-se que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas por estes eram: cravo (Syzygium<br />
aromaticum), quixabeira (Sideroxylon obtusifolium), pedra-ume (Myrcia salicifolia),<br />
hortelã (Plectrantus amboinicus), citados 25,0%, cada.<br />
Das <strong>plantas</strong> com indicação <strong>para</strong> mau hálito, apenas 1 raizeiro (25,0%) soube<br />
informar. A única planta citada foi a hortelã (Plectrantus amboinicus) (25,0%). Das<br />
espécies indicadas <strong>para</strong> o tratamento de aftas e feridas encontrou-se apenas duas<br />
citações: quixabeira (Sideroxylon obtusifolium) e cauaçu (Calathea lutea) (25,0%<br />
cada). Para odontalgia, apenas duas citações foram encontradas: cravo (Syzygium
66<br />
aromaticum) e pedra ume (Myrcia salicifolia) (25,0% cada). Para sangramento<br />
gengival e inflamação bucal, nenhuma planta foi citada.<br />
A Tabela 20 retrata as espécies vegetais indicadas pelos raizeiros do agreste<br />
<strong>para</strong> o tratamento dos <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Sendo a planta mais citada, o cajueiro roxo<br />
(Anacardium occidentale).<br />
Tabela 20 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> doenças<br />
<strong>bucais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong><br />
n %<br />
Cajueiro roxo 10 58,8<br />
Pedra ume 9 52,2<br />
Barbatimão 7 41,2<br />
Ameixa 6 35,3<br />
Aroeira 5 29,4<br />
Cravo 4 23,5<br />
Romã 4 23,5<br />
Gengibre 3 17,6<br />
Quixabeira 3 17,6<br />
Mulungu 2 11,8<br />
Cumaru 1 5,9<br />
Hortelã 1 5,9<br />
Pinhão 1 5,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
No que concerne a indicação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pelos raizeiros do<br />
agreste <strong>para</strong> o combate ao mau hálito, observa-se que o cravo (Syzygium<br />
aromaticum) foi a espécie mais recomendada (29,4%) (Tabela 21).<br />
Tabela 21 – Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />
combater mau hálito. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater mau hálito<br />
n %<br />
Cravo 5 29,4<br />
Anil estrelado 2 11,8<br />
Eucalipto 1 5,9<br />
Hortelã 1 5,9<br />
Arruda 1 5,9<br />
Não conhece planta pra mau hálito 9 52,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />
Fonte: Próprio autor.
67<br />
De acordo com a tabela 22 é possível perceber que a espécie vegetal mais<br />
indicada <strong>para</strong> o tratamento de aftas e feridas foi a pedra ume (Myrcia salicifolia)<br />
(52,9%) (Tabela 22).<br />
Tabela 22 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar aftas/<br />
feridas. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar aftas/ feridas<br />
n %<br />
Pedra ume 9 52,9<br />
Aroeira 2 11,8<br />
Cajueiro roxo 1 5,9<br />
Romã 1 5,9<br />
Barbatimão 1 5,9<br />
Parreira 1 5,9<br />
Beduega 1 5,9<br />
Não indicada planta <strong>para</strong> aftas/feridas 5 29,4<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17). Fonte: Próprio autor.<br />
A Tabela 23 apresenta as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais indicadas pelos raizeiros<br />
do agreste <strong>para</strong> o tratamento de odontalgias, sendo a espécie que mais se destacou<br />
foi o mulungu (Erythrina velutina) (35,3%).<br />
Tabela 23– Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> odontalgias.<br />
Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> odontolagias<br />
n %<br />
Mulungu 6 35,3<br />
Cravo 2 11,8<br />
Umurana 2 11,8<br />
Pedra ume 1 5,9<br />
Pinhão 1 5,9<br />
Cumarú 1 5,9<br />
Cajueiro roxo 1 5,9<br />
Aroeira 1 5,9<br />
Hortelã 1 5,9<br />
Parreira 1 5,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na Tabela 24 são encontras as espécies vegetais indicadas pelos raizeiros do<br />
agreste <strong>para</strong> o combate de sangramento gengival, a planta mais indicada foi o<br />
cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (29,4%).
68<br />
Tabela 24 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> combater<br />
sangramento gengival. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater sangramento<br />
gengival<br />
n %<br />
Cajueiro roxo 5 29,4<br />
Pedra-ume 4 23,5<br />
Romã 1 5,9<br />
Ameixa 1 5,9<br />
Barbatimão 1 5,9<br />
Catingueira 1 5,9<br />
Batata doce 1 5,9<br />
Não conhece planta <strong>para</strong> sangramento gengival 4 23,5<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Com relação às <strong>plantas</strong> cuja indicação fornecida pelos raizeiros do agreste, a<br />
espécie que mais se destacou foi o cajueiro roxo (Anarcadium occidentale) (58,8%)<br />
(Tabela 25).<br />
Tabela 25 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar<br />
inflamação bucal. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar inflamação bucal<br />
n %<br />
Cajueiro roxo 10 58,8<br />
Ameixa 5 29,4<br />
Mulungu 4 23,5<br />
Barbatimão 3 17,6<br />
Quixabeira 3 17,6<br />
Aroeira 3 17,6<br />
Umurana 1 5,9<br />
Parreira 1 5,9<br />
Copaíba 1 5,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
De acordo com a Tabela 26 nota-se na região do agreste <strong>para</strong>ibano um maior<br />
percentual de homens (50,5%) e no sertão mais mulheres (67,0%) e este foi um<br />
dado estatisticamente significante (p < 0,05).
69<br />
Tabela 26 – Distribuição dos usuários quanto ao gênero conforme as mesorregiões<br />
analisadas, 2009.<br />
Gênero<br />
Mesorregião Masculino Feminino TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Sertão 35 33,0 71 67,0 106 100,0<br />
Borborema 13 40,6 19 59,4 32 100,0<br />
p (1) = 0,037<br />
Agreste 52 50,5 51 49,5 103 100,0<br />
Total 100 41,5 141 58,5 241 100,0<br />
(*): Associação significativa a 5,0%. Fonte: Próprio autor.<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=6,576 a ; g.l.=2)<br />
Na tabela 27, observa-se predominância de usuários, cujo estado civil é o de<br />
casado na região do agreste 55,3% e um equilíbrio na região da borborema (50,0%).<br />
Esse dado foi estatisticamente significante (p < 0,05).<br />
Tabela 27 – Distribuição dos usuários quanto ao estado civil conforme as<br />
mesorregiões analisadas, 2009.<br />
Estado civil<br />
Mesorregião Solteiro Casado TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Sertão 49 46,2 57 53,8 106 100,0<br />
Borborema 16 50,0 16 50,0 32 100,0<br />
p (1) = 0,034*<br />
Agreste 46 44,7 57 55,3 103 100,0<br />
Total 111 46,0 130 54,0 241 100,0<br />
(*): Associação significativa a 5,0%. Fonte: Próprio autor.<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=0,282 a ; g.l.=2)<br />
Quanto à inclusão dos usuários em algum grupo de risco, 75,5% afirmaram<br />
não fazer parte de nenhuma das categorias. Dentre as categorias encontradas,<br />
observou-se um percentual de 17,4%. Ao questionar se faziam parte de mais de um<br />
grupo de risco, percebeu-se que 15,8% só faziam parte de uma das categorias<br />
(Tabela 28).
70<br />
Tabela 28 – Distribuição dos usuários quanto à inclusão em grupo de risco, 2009.<br />
Variável n %<br />
Faz parte de algum grupo de risco?<br />
Sim 59 24,5<br />
Não 182 75,5<br />
Qual grupo de risco?<br />
Idoso 25 10,4<br />
Hipertensão 42 17,4<br />
Diabético 9 3,7<br />
Outros 6 2,5<br />
Não é de grupo de risco 182 75,5<br />
Pertence a mais de um grupo de risco?<br />
Sim 21 8,7<br />
Não 38 15,8<br />
Não pertence a nenhum grupo de risco 182 75,5<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto à utilização de medicamentos. Verificou-se que 68,5% dos usuários<br />
não fazem uso frequente de medicamentos. Dentre a classe de medicamentos, os<br />
mais citados foram os hipertensivos (17,0%). Percebeu-se também que 27,4%<br />
relataram não fazer uso de mais de um medicamento (Tabela 29).<br />
Tabela 29 – Distribuição dos usuários segundo a informação de fazer uso frequente de<br />
medicamentos e classe destes medicamentos, 2009.<br />
Variável n %<br />
Faz uso frequente de algum medicamento?<br />
Sim 76 31,5<br />
Não 165 68,5<br />
Classe a que pertence o medicamento de uso frequente<br />
Anti-hipertensivo/ Vasodilatador 40 17,0<br />
Analgésico 11 4,6<br />
Contraceptivo 7 2,9<br />
Anti-glicemiantes 2 0,8<br />
Não sabe informar 5 2,0<br />
Ansiolítico/ Sedativo/ Hipnótico/ Antidepressivo 2 0,8<br />
Outros 16 6,6<br />
Não utiliza medicamento com freqüência 165 68.5<br />
Utiliza mais de um medicamento?<br />
Sim 10 4,1<br />
Não 66 27,4<br />
Não utiliza medicamentos 165 68,5<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.
71<br />
Na tabela 30 verifica-se que a maior parte dos usuários não faz parte de<br />
nenhum grupo de risco, independente da região estuda (p > 0,05).<br />
Tabela 30 – Distribuição dos usuários quanto pertencentes ou não a grupos de risco<br />
conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />
Grupo de risco<br />
Mesorregião Sim Não TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Sertão 20 18,9 86 81,1 106 100,0<br />
Borborema 8 25,0 24 75,0 32 100,0<br />
p (1) = 0,122<br />
Agreste 31 30,0 72 70,0 103 100,0<br />
Total 59 24,5 182 75,5 241 100,0<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=3,568 a ; g.l.=2) Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 31, verifica-se que a maioria dos usuários faz tratamento com<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (54,8%). 58,0% destes fazem uso <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. É<br />
possível perceber uma alta taxa de automedicação (46,5%).<br />
Tabela 31 – Distribuição dos usuários segundo a utilização e indicação <strong>para</strong> o uso de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Variável n %<br />
Faz tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Sim 132 54,8<br />
Não 109 45,2<br />
Utiliza <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong><br />
Sim 77 58,0<br />
Não 55 42,0<br />
Total 132 100,0<br />
Quem recomendou o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Automedicação 112 46,5<br />
Amigos 11 4,6<br />
Dentista 5 2,1<br />
Médico 3 1,2<br />
Outros 1 0,4<br />
Não usa planta medicinal 109 45,2<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.
72<br />
De acordo com a Tabela 32, o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> foi maior na<br />
borborema (59,4%) e a menor utilização se deu no sertão (51,9%) (p > 0,05).<br />
Tabela 32 – Distribuição dos usuários quanto à utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />
Uso de Plantas <strong>medicinais</strong><br />
Mesorregião Sim Não TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Sertão 55 51,9 51 48,1 106 100,0<br />
Borborema 19 59,4 13 40,6 32 100,0<br />
p (1) = 0,055<br />
Agreste 58 56,3 45 46,7 103 100,0<br />
Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=0,728 a ; g.l.=2) Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 33, verifica-se que 61,0% dos usuários que utilizam <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>, são pertencentes a algum grupo de risco (p > 0,05).<br />
Tabela 33 – Distribuição dos usuários quanto pertencentes a grupos de risco e<br />
utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />
Utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
Grupo de risco Sim Não TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Sim 36 61,0 23 39,0 59 100,0<br />
Não 96 52,7 86 47,3 182 100,0<br />
p (1) = 0,071<br />
Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=1,230 b ; g.l.=1) Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 34, é possível verificar que 72,4% dos usuários que utilizam<br />
medicamentos, também fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (p > 0,05).
73<br />
Tabela 34 – Distribuição dos usuários quanto que utilização medicamentos com<br />
frequência e a utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Utilização de<br />
medicamentos com<br />
frequência<br />
Utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
Sim Não TOTAL Valor de p<br />
n % n % n %<br />
Utilizam 55 72,4 21 27,6 76 100,0<br />
Não utilizam 77 46,7 88 53,3 165 100,0<br />
p (1) = 0,240<br />
Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />
(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=13,875; g.l.=1) Fonte: Próprio autor.<br />
Em relação a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> dos usuários,<br />
percebeu-se que <strong>para</strong> 89,4% deles, os familiares eram a fonte de informação.<br />
Quanto ao número de fontes de conhecimento, 51,9% relatam possuir apenas uma<br />
fonte de conhecimento (Tabela 35).<br />
Tabela 35 – Distribuição dos usuários segundo a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> e participação de familiares na transmissão deste conhecimento, 2009.<br />
Variável n %<br />
Fonte de informação sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
Familiares 127 89,4<br />
Livro/ Revista/ Mídia 12 8,5<br />
Outras fontes 3 2,1<br />
TOTAL 142 100,0<br />
Numero de fontes de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong><br />
1 fonte 125 51,9<br />
2 a 3 fontes 7 2,9<br />
Não usa planta medicinal 109 44,8<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 36 observam-se as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários da<br />
mesorregião do sertão, com destaque <strong>para</strong> o juá (Ziziphus joazeiro Mart.), que foi<br />
citado por 9,4%.
74<br />
Tabela 36 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião do<br />
sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />
n %<br />
Juá 10 9,4<br />
Romã 9 8,5<br />
Cajueiro roxo 6 5,7<br />
Cravo 6 5,7<br />
Ameixa 4 3,8<br />
Hortelã 2 1,9<br />
Alho 1 0,9<br />
Trapiá 1 0,9<br />
Malva 1 0,9<br />
Babosa 1 0,9<br />
Jurema preta 1 0,9<br />
Canela 1 0,9<br />
Aroeira 1 0,9<br />
Cebola 1 0,9<br />
Manjericão 1 0,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Das <strong>plantas</strong> citadas no sertão, observa-se que a parte mais utilizada foi o<br />
caule, citada por 15,1% (Tabela 37).<br />
Tabela 37 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />
do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Parte da planta utilizada<br />
n %<br />
Caule 15 14,2<br />
Casca 12 11,3<br />
Fruto 7 6,6<br />
Folha 6 5,7<br />
Flor 5 4,7<br />
Raiz/ rizoma 1 0,9<br />
Semente 1 0,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106). Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto ao modo de preparo, a colocação em água foi à forma mais citada<br />
(15,1%) (Tabela 38).
75<br />
Tabela 38 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Modo de Preparo<br />
n %<br />
Em água 16 15,1<br />
Cozimento (infusão ou decocção) 10 9,4<br />
Pó 8 7,5<br />
Outros 12 11,3<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Na tabela 39 observa-se que a forma de utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais<br />
citadas pelos usuários foi o bochecho (15,1%).<br />
Tabela 39 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Forma de utilização<br />
n %<br />
Bochecho 16 15,1<br />
Colocar sobre a área 11 10,4<br />
Escovação 9 8,5<br />
Beber 6 5,7<br />
Mastigar 4 3,8<br />
Outros 1 0,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto à finalidade do uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, a maioria citou <strong>para</strong><br />
processos inflamatórios (27,3%) (Tabela 40).<br />
Tabela 40 – Distribuição dos usuários segundo a finalidade de utilização das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão, 2009.<br />
Finalidade do uso<br />
n %<br />
Inflamação 29 27,3<br />
Auxiliar na higienização 8 7,5<br />
Odontalgia 8 7,5<br />
Halitose 1 0,9<br />
Antifúngico 1 0,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Em relação às <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais citadas pelos usuários da borborema,<br />
destaca-se a citação da romã (Punica granatum) (15,6%) (Tabela 41).
76<br />
Tabela 41 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião da<br />
borborema, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />
n %<br />
Romã 5 15,6<br />
Anador 2 6,3<br />
Quixabeira 2 6,3<br />
Cravo 1 3,1<br />
Pedra-ume 1 3,1<br />
Pimenta 1 3,1<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
No que concerne a parte utilizada da planta na mesorregião da borborema,<br />
verificou-se que a casca foi a mais citada (21,9%) (Tabela 42)<br />
Tabela 42 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />
da borborema, 2009.<br />
Parte da planta utilizada<br />
n %<br />
Casca 7 21,9<br />
Folha 2 6,3<br />
Flor 1 3,1<br />
Fruto 1 3,1<br />
Outras 1 3,1<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32). Fonte: Próprio autor.<br />
Com relação ao modo de preparo pelos os usuários da borborema, percebeuse<br />
que o cozimento foi a forma citada pela maioria (21,9%) (Tabela 43).<br />
Tabela 43 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do borborema, 2009.<br />
Modo de Preparo<br />
n %<br />
Cozimento (infusão ou decocção) 7 21,9<br />
Em água 3 9,4<br />
Outros 2 6,3<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />
Fonte: Próprio autor.
77<br />
Através da tabela 44, é possível perceber das formas de utilização das<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, destacou-se beber como a formas mais indicada, citada por<br />
18,8% dos usuários da borborema.<br />
Tabela 44 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião da borborema, 2009.<br />
Forma de utilização<br />
n %<br />
Beber 6 18,8<br />
Bochecho 4 12,5<br />
Mastigar 1 3,1<br />
Colocar sobre a área 1 3,1<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Em relação à finalidade da utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, percebeu-se que<br />
na região da borborema, apenas 25,0% (n=8) dos usuários citaram que utilização das<br />
<strong>plantas</strong> em processos inflamatórios e 12,5% (n=4) afirmam fazer uso <strong>para</strong><br />
odontalgias.<br />
Pela tabela 45 observa-se que das <strong>plantas</strong> citadas pelos usuários do agreste a<br />
romã (Punica granatum) recebe um destaque, recebendo 15,5% das citações.<br />
Tabela 45 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião do<br />
agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />
n %<br />
Romã 16 15,5<br />
Cajueiro roxo 10 9,7<br />
Ameixa 2 1,9<br />
Alho 2 1,9<br />
Quixabeira 2 1,9<br />
Mulungu 2 1,9<br />
Pedra ume 1 1,0<br />
Cumaru 1 1,0<br />
Gengibre 1 1,0<br />
Cravo 1 1,0<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103).<br />
Com relação à parte utilizada das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pelos usuários do<br />
agreste, destaca-se a casca, a qual recebeu 31,1% das citações (Tabela 46).
78<br />
Tabela 46 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />
do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Parte da planta utilizada<br />
n %<br />
Casca 32 31,1<br />
Fruto 4 3,9<br />
Flor 1 1,0<br />
Raiz/ rizoma 1 1,0<br />
outras 1 1,0<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103). Fonte: Próprio autor.<br />
Quanto ao modo de preparo das <strong>plantas</strong>, destacou-se o preparo em água,<br />
citado por 21,4% dos usuários do agreste (Tabela 47).<br />
Tabela 47 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Modo de Preparo<br />
n %<br />
Em água 22 21,4<br />
Cozimento (infusão ou decocção) 13 12,6<br />
Vinho 1 1,0<br />
Outros 3 2,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103). Fonte: Próprio autor.<br />
Na Tabela 48 observa-se a forma de utilização das <strong>plantas</strong> indicadas pelos<br />
usuários do agreste, sendo o bochecho a forma que mais se destacou (21,4%).<br />
Tabela 48 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />
Forma de utilização<br />
n %<br />
Bochecho 22 21,4<br />
Beber 14 13,6<br />
Escovação 1 1,0<br />
Mastigar 2 1,9<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103).<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Com relação à finalidade da utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos<br />
usuários do agreste <strong>para</strong>ibano, observa-se que em 37 citações (35,9%) as <strong>plantas</strong>
79<br />
foram usadas <strong>para</strong> o tratamento de processos inflamatórios e que em 1,0% das<br />
<strong>plantas</strong> <strong>utilizadas</strong> (n=1), foram <strong>para</strong> tratamento de odontalgia, resultado semelhante<br />
encontrou-se <strong>para</strong> halitose (n=1; 1,0%).<br />
Quanto ao local de obtenção das <strong>plantas</strong> das quais os usuários realizavam<br />
tratamento, nas quatro regiões, houve unanimidade em dizer que as espécies<br />
vegetais <strong>utilizadas</strong> eram obtidas na mesma cidade em que residem.<br />
No que concerne às informações prestadas ao dentista pelos usuários acerca<br />
da utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, destaca-se que 46,5% dos usuários não<br />
comunica ao dentista que faz uso de alguma planta medicinal. Quando questionadas<br />
sobre o porquê de não informar, 31,1% relataram que os profissionais não<br />
perguntam. Para os que avisam, 6,2% afirmaram fazer isso por acharem importante<br />
comunicar ao dentista (Tabela 49).<br />
Tabela 49– Distribuição dos usuários segundo as informações prestadas aos<br />
profissionais sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />
Variável n %<br />
Informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Sim 20 8,3<br />
Não 112 46,5<br />
Não usam planta medicinal 109 45,2<br />
Por que não informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>?<br />
Os CDs não perguntam 75 31,1<br />
Não acham importante 29 12,0<br />
Só se o dentista perguntar 4 1,7<br />
Não utilizava no período da consulta 4 1,7<br />
Não usam planta medicinal 109 45,2<br />
Porque informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
Acha importante 15 6,2<br />
Porque fez efeito benéfico 5 2,1<br />
Não usam planta medicinal 109 45,2<br />
TOTAL 241 100,0<br />
Fonte: Próprio autor.<br />
Com relação a indicação por profissionais acerca do uso de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong>, apenas 20% (n=5) relataram fazer indicação aos pacientes tratamentos<br />
com <strong>plantas</strong> e 80% (n=20) afirmaram nunca ter recomendado a utilização destas aos<br />
seus pacientes.
80<br />
Na tabela 50 verifica-se as espécies vegetais indicadas pelos profissionais.<br />
Destacando-se as indicações da romã (Punica granatum) e o cajueiro roxo<br />
(Anacardium occidentale), ambos com 8,0% das citações.<br />
Tabela 50 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos profissionais Cirurgiõesdentistas<br />
(CDs), 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas pelos CDs<br />
n %<br />
Romã 2 8,0<br />
Cajueiro roxo 2 8,0<br />
Malva 1 4,0<br />
Juá 1 4,0<br />
Aroeira 1 4,0<br />
Ameixa 1 4,0<br />
Goiabeira 1 4,0<br />
Copaíba 1 4,0<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de profissionais pesquisados (n=25). Fonte: Próprio autor.<br />
Dos 25 profissionais pesquisados, 16 (64%) afirmaram que seus pacientes<br />
relataram usar <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Na tabela 51, observa-se as <strong>plantas</strong> relatadas<br />
pelos pacientes durantes o atendimento odontológico. O cajueiro roxo foi a espécie<br />
mais citada (20,0%).<br />
Tabela 51 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários segundo<br />
informação dos profissionais, 2009.<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários<br />
n %<br />
Cajueiro roxo 5 20,0<br />
Juá 4 16,0<br />
Malva 3 12,0<br />
Ameixa 3 12,0<br />
Camomila 2 8,0<br />
Aroeira 2 8,0<br />
Ipê roxo 1 4,0<br />
Romã 1 4,0<br />
Pedra-ume 1 4,0<br />
Mastruz 1 4,0<br />
Jurema preta 1 4,0<br />
Não lembra 2 8,0<br />
Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de profissionais pesquisados (n=25). Fonte: Próprio autor.<br />
Dentre os profissionais pesquisados 76,0% (n=19) desconheciam a<br />
possibilidade de reação adversa ou interação medicamentosa quando da utilização<br />
de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.
81<br />
DISCUSSÃO
82<br />
6 DISCUSSÃO<br />
A etnobotânica é uma forma de se estudar produtos naturais bioativos, a qual<br />
é considerada como uma das principais abordagens reconhecidas por cientistas em<br />
todo o mundo, haja vista ser uma estratégia de seleção de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, uma<br />
vez que a etapa inicial <strong>para</strong> o desenvolvimento de fitoterápicos é a observação do<br />
uso popular dessas espécies vegetais (ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2006;<br />
TOLEDO et al., 2003; MACIEL; PINTO; VEIGA JÚNIOR, 2002; RODRIGUES;<br />
CARVALHO, 2001).<br />
Face a diversidade paisagística encontrada na Paraíba, desde as matas<br />
úmidas do litoral até os ambientes secos e áridos que predominam no interior do<br />
estado (LIMA; VASCONCELOS; MATEUS, 2008; OLIVEIRA et al. 2002;<br />
RODRIGUEZ, 2002), foi realizado um levantamento etnobotânico acerca das <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> mais <strong>utilizadas</strong> e indicadas por raizeiros, usuários de serviço público de<br />
saúde e indicadas por profissionais em diferentes cidades do estado, conforme as<br />
tabelas 1 e 2.<br />
Os resultados obtidos neste estudo permitiram traçar o perfil sócio-econômico<br />
e cultural da população estudada, bem como averiguar as práticas <strong>medicinais</strong><br />
envolvendo <strong>plantas</strong> popularmente <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> tratar doenças <strong>bucais</strong>.<br />
Dentre os entrevistados, os raizeiros eram em sua maioria do sexo masculino,<br />
(Tabela 3). Resultado semelhante no estudo de Dantas; Guimarães (2006) em<br />
Campina Grande-PB e Rodrigues; Carvalho (2001) no sul do Estado de Minas<br />
Gerais, no entanto houve divergência com o estudo de Cavalcante et al. (2010), uma<br />
vez que o sexo feminino foi predominante entre todos os entrevistados na região<br />
litorânea da Paraíba (raizeiros, usuários e cirurgiões-dentistas). Em relação aos<br />
profissionais, a prevalência foi do sexo feminino, em consonância com o último<br />
estudo citado e o Lima Júnior (2005) em Natal-RN.<br />
Ao se analisar o número de total de usuários, observou-se uma prevalência<br />
maior de mulheres (Tabela 3), havendo semelhança ainda com os estudos de<br />
Santos, et al. (2009a), Borba; Macedo (2006) na Chapada dos Guimarães-MT, Lima<br />
Júnior et al. (2005) no interior do Ceará, Albuquerque; Andrade (2002) em<br />
Alagoinha-PE e Amorozo (2002) em Santo Antonio do Leverger-MT. Ao se avaliar a<br />
distribuição destes pelas mesorregiões pesquisadas (Tabela 26), verificou-se um
83<br />
equilíbrio entre os usuários na região do agreste <strong>para</strong>ibano, quanto ao sexo e uma<br />
alta prevalência de mulheres na região do sertão (p < 0,05). Dessa forma, pode-se<br />
dizer que a maior parte dos usuários de unidades de saúde são mulheres. Segundo<br />
Figueiredo (2005) os homens, ao contrário das mulheres, não procuram os serviços<br />
de atenção primária. Para Brasil (2008) a não procura destes pelos serviços de<br />
atenção primária faz com que o indivíduo fique privado da proteção necessária à<br />
preservação de sua saúde. Fato esse, que levou o governo a desenvolver uma<br />
política nacional da saúde do homem, <strong>para</strong> ampliar o acesso da população<br />
masculina aos serviços de saúde.<br />
Em relação à faixa etária, houve predomínio entre 30 a 59 anos (Tabela 3),<br />
resultado semelhante, encontrou-se em Cavalcante et al. (2010). Contudo, este<br />
resultado não pode ser com<strong>para</strong>do a outros estudos, uma vez que os mesmos<br />
utilizaram faixas etárias diferentes, como em Santos et al. (2009a) a média de idade<br />
foi 50 anos, o de Dantas; Guimarães (2006) cuja faixa etária predominante foi de 40<br />
a 59 anos, ambos <strong>para</strong> raizeiros. Borba; Macedo (2006) cuja média de idade foi de<br />
50 anos, Amorozo (2001) cuja idade média foi acima de 50 anos, ambos referentes<br />
aos usuários. E no estudo de Lima Júnior (2005), o qual verificou uma média de 45,4<br />
anos entre os profissionais.<br />
Em relação ao estado civil, a maioria dos entrevistados era casado (Tabela 3).<br />
Resultado semelhante observou-se em Cavalcante et al. (2010), Borba e Macedo<br />
(2006) e Rodrigues; Carvalho, (2001). Pela Tabela 27, percebeu-se maior<br />
concentração destes indivíduos foi na região do Agreste <strong>para</strong>ibano (p < 0,05).<br />
Em relação aos usuários, a maioria deles apenas trabalha e têm uma renda<br />
média de até um salário mínimo (conforme a tabela 7). Resultado este, também<br />
encontrado por Cavalcante et al. (2010). Entretanto, Santos, et al. (2009a) verificou a<br />
prevalência de uma renda média de até dois salários mínimos entre os usuários. De<br />
acordo com a Tabela 8 verificou-se que a maioria dos raizeiros não possuem outro<br />
trabalho, como observado por Cavalcante et al. (2010) no litoral do estado. Esses<br />
resultados indicam que a maioria dos raizeiros depende da comercialização de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> ter sustento próprio e da família.<br />
No que concerne ao nível de instrução, a maioria dos raizeiros não concluiu o<br />
ensino fundamental (Tabela 4), resultado semelhante observou-se em Rodrigues e<br />
Carvalho, (2001), no entanto foi divergente dos estudos de Cavalcante et al. (2010),<br />
Santos, et al. (2009a) e Dantas; Guimarães (2006), onde o nível de escolaridade
84<br />
predominante foi o ensino fundamental completo. Com relação aos usuários, a<br />
maioria também não concluiu o ensino fundamental, resultado semelhante foi obtido<br />
por Cavalcante et al. (2010) e Amorozo (2001), em diferentes áreas geográficas.<br />
A Tabela 28 demonstra que a maioria dos usuários não fazia parte de<br />
nenhum grupo de risco. Dos usuários que pertenciam a um grupo de risco, o maior<br />
percentual foi encontrado <strong>para</strong> os hipertensos, o mesmo fato foi observado por<br />
Cavalcante et al. (2010). Através da Tabela 30 observa-se que a maior quantidade<br />
de pessoas não faz de nenhum grupo de risco, independente da região estudada (p<br />
> 0,05) Portanto, houve uma frequência maior de indivíduos fora de grupos de risco<br />
em todas as três mesorregiões pesquisadas.<br />
Conforme a Tabela 31, a maioria dos usuários afirmou fazer uso de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> como forma de tratamento (n=132) e destes mais da metade dos<br />
entrevistados (n=77) afirmaram que o uso destinava-se ao tratamento de <strong>problemas</strong><br />
<strong>bucais</strong>. Pela tabela 32, verificou-se que a maior utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na<br />
região da Borborema seguida das outras duas mesorregiões estudadas (p < 0,05).<br />
Ao se com<strong>para</strong>r com os estudo de Cavalcante et al. (2010), verifica-se que a maioria<br />
dos usuários pesquisados, faz uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> destinas as afecções<br />
<strong>bucais</strong>, resultado também percebido por Santos et al. (2009a) e Lima Júnior et al.<br />
(2005).<br />
Face aos resultados expostos, verifica-se que a população das regiões<br />
avaliadas neste estudo, relata utilizar <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> tratamentos <strong>bucais</strong>. Apesar disso,<br />
no levantamento etnobotânico feito por Agra et al. (2007b) das 70 espécies na<br />
região do cariri <strong>para</strong>ibano, apenas duas receberam indicação <strong>para</strong> a odontologia<br />
(Ziziphus cotinifolia Reiss e Ziziphus joazeiro Mart.), Ambas são espécies de juazeiro<br />
cuja indicação foi o uso na forma de dentifrício. Em outro estudo de Agra et al.<br />
(2007a), das 121 <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> encontradas, além das duas espécies de<br />
juazeiro citadas anteriormente, nenhuma outra teve indicação voltada <strong>para</strong> a saúde<br />
bucal. Morais et al. (2005) realizaram um levantamento das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
<strong>utilizadas</strong> pelos índios Tapebas do Ceará, das 63 espécies mencionadas, nenhuma<br />
teve a sua indicação voltada <strong>para</strong> a odontologia. Torres et al. (2005) investigaram a<br />
utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em crianças de até 12 anos em um hospital de João<br />
Pessoa-PB, verificando 28 espécies citadas e, semelhante ao estudo citado<br />
anteriormente, nenhuma foi utilizada <strong>para</strong> as afecções <strong>bucais</strong>.
85<br />
Vale ressaltar que o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> envolve diversos aspectos que<br />
nem sempre são explorados nesses estudos etnobotânicos. Em adição, a busca por<br />
informações específicas de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas na odontologia é um<br />
processo recente (SAMPAIO, 1997). Desta forma, além de relatos exporádicos, a<br />
falta de informações coletadas por estudos etnobotânicos anteriores deve ser<br />
avaliada pela questão metodológica de que os instrumentos de pesquisa utilizados<br />
não incluam especificamente questões sobre o tema saúde bucal (PERAZZO et al.,<br />
2004).<br />
Com relação ao uso freqüente de medicamentos, a maioria dos usuários<br />
entrevistados afirmaram fazer uso freqüente de medicamentos, resultado também<br />
relatado por Cavalcante et al. (2010) (Tabela 29). Em contrapartida, ao se analisar a<br />
Tabela 34, percebe-se que 70,5% dos usuários que utilizam medicamentos, também<br />
fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Dado este, o qual merece atenção principalmente<br />
quando o uso de <strong>plantas</strong> é feito por automedicação (conforme a Tabela 31),<br />
havendo assim, a possibilidade de ocorrência de interação medicamentosa, uma vez<br />
que de acordo com Pereira (2008) a utilização constante de medicamentos <strong>para</strong> o<br />
controle de patologias crônicas associadas com a utilização de chás e ervas podem<br />
acarretar sérios riscos a saúde. Para Cordeiro; Chung; Sacramento (2005) a<br />
utilização indiscriminada de fitoterápicos considerados seguros pela população pode<br />
acarretar efeitos adversos, os quais podem promover quando associados a outros<br />
fármacos, ou mesmo com outros fitoterápicos. Segundo Abebe (2002) os antiinflamatórios<br />
não-esteroidais (AINEs), especialmente a aspirina, têm o potencial <strong>para</strong><br />
interagir com suplementos de ervas que são conhecidos por possuir atividade<br />
antiplaquetária (a exemplo do alho, gengibre, açafrão), com aqueles que contêm<br />
cumarina, responsável por atividade anticoagulante, vasodilatadora, espamolítica e<br />
antitrombótica (a exemplo a camomila, da castanha da índia) e com o tamarindo,<br />
reforçando assim, o risco de hemorragia.<br />
As <strong>plantas</strong> citadas pelos raizeiros e usuários foram agrupadas de acordo com<br />
as respectivas regiões onde foram citadas, <strong>para</strong> que assim, seja possível a indicação<br />
das <strong>plantas</strong> mais indicadas e <strong>utilizadas</strong> nas diferentes regiões climáticas do estado.<br />
Dos raizeiros entrevistados em relação a <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong><br />
prolemas <strong>bucais</strong> no sertão <strong>para</strong>ibano, destacaram-se: jurema preta (Mimosa<br />
tenuiflora), angico (Anademathera colubrina), pedra ume (Myrcia salicifolia),<br />
quixabeira (Sideroxylon obtusifolium), aroeira (Myracrodruon urundeuva) (Tabela
86<br />
14). Com exceção da pedra ume e da quixabeira, as demais espécies foram citadas<br />
pelo levantamento de Araujo et al. (2008) em uma área do sertão <strong>para</strong>ibano. Na<br />
região da borborema, foram indicadas: cravo (Syzygium aromaticum), quixabeira<br />
(Sideroxylon obtusifolium), pedra ume (Myrcia salicifolia), hortelã (Plectrantus<br />
amboinicus). Sendo a quixabeira apontada como espécie nativa desta região por<br />
Pegado et al. (2006) e Fabricante; Andrade (2007). No agreste, a espécie a espécie<br />
mais indicada foi o cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (Tabela 20), entretanto<br />
esta espécie não foi citada pelo levantamento de Pereira et al. (2002) naquela<br />
região. Assim, observa-se semelhanças entre espécies indicadas no sertão e na<br />
borborema. Ao se com<strong>para</strong>r os resultados das três áreas com os de Cavalcante et<br />
al. (2010) e Santos et al. (2009a), região litorânea, verificou-se a prevalência do<br />
barbatimão (Stryphnodendron adstringens).<br />
Quanto às espécies indicadas pelo raizeiros <strong>para</strong> combater o mau hálito no<br />
sertão observou-se a prevalência de hortelã (Plectrantus amboinicus), cravo<br />
(Syzygium aromaticum) e limão Taiti (Citrus aurantifolia) (Tabela 15), na borborema<br />
a única planta citada foi a hortelã (Plectrantus amboinicus). No Agreste, houve<br />
predomínio do cravo (S. aromaticum) (Tabela 21), observando semelhanças alguma<br />
semelhança entre o sertão e as demais regiões. Correlacionando com os estudos de<br />
Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a) o cravo (S. aromaticum) também foi<br />
a espécie mais citada. Das <strong>plantas</strong> citadas <strong>para</strong> combater ou controlar a halitose,<br />
merece a ressalva que o cravo é a única com potencial antimicrobiano <strong>para</strong> atuar na<br />
etiologia do problema. Do ponto de vista clínico a infusão ou decocto das outras<br />
<strong>plantas</strong> pode atuar como mascarador do hálito, desta forma, agindo<br />
temporariamente na questão do mau odor bucal (VELOSO, 2006).<br />
Ainda em relação ao grupo supracitado, <strong>para</strong> de aftas e feridas houve<br />
predomínio no sertão de alecrim (Rosmarinus officinalis) e a malva (Malva sylvestris)<br />
(Tabela 16), na borborema quixabeira (Sideroxylon obtusifolium) e cauaçu (Calathea<br />
lutea) e no agreste a pedra ume (Myrcia salicifolia) (Tabela 22). Estes resultados<br />
divergiram entre si. Cavalcante et al. (2010) encontrou o barbatimão<br />
(Stryphnodendron adstringens) como a espécie mais indicada, Santos et al. (2009a)<br />
verificou que a pedra ume (M. salicifolia) como a espécie mais indicada (resultado<br />
semelhante a região do Agreste).<br />
No que concerne aos casos de odontalgias, os erveiros, destacaram o cravo<br />
(Syzygium aromaticum) na região do Sertão (Tabela 17). Na Borborema, cravo (S.
87<br />
aromaticum) e pedra ume (Myrcia salicifolia) e Agreste mulungu (Erythrina velutina)<br />
(Tabela 23). Resultados semelhantes houve entre o Sertão e a Borborema e, com os<br />
estudos de Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a).<br />
Segundo os raizeiros, <strong>para</strong> combater o sangramento gengival a planta mais<br />
citada no Sertão foi a malva (Malva sylvestris) (Tabela 18), na Borborema, os<br />
raizeiros não conheciam nenhuma espécie vegetal <strong>para</strong> esta finalidade, no Agreste<br />
destacou-se o cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (Tabela 24). Entretanto em<br />
Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a), observou-se o predomínio do<br />
barbatimão (Stryphnodendron adstringens).<br />
Em relação às espécies indicadas <strong>para</strong> os casos de inflamação bucal, os<br />
raizeiros sertanejos relataram o uso do cajueiro roxo (Anacardium occidentale)<br />
(Tabela 19), na região da Borborema, os estrevistados desconheciam espécies <strong>para</strong><br />
estes casos. No Agreste verificou-se o mesmo resultado do Sertão (Tabela 25).<br />
Cavalcante et al. (2010) observou-se o predomínio do barbatimão (Stryphnodendron<br />
adstringens) <strong>para</strong> esta indicação.<br />
Com relação a estes dados apresentados pode-se perceber que o<br />
conhecimento empírico popular acumulado ao longo dos séculos (BUFFON et al.,<br />
2001), vem se fragmentando na atualidade, este fato é possível verificar através<br />
deste estudo, onde percebeu-se uma pequena quantidade de pessoas nas cidades<br />
pesquisadas que trabalham com a comercialização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Aliado a<br />
isso, observou-se que, sobretudo na região pesquisada da Borborema, houve<br />
desconhecimento acerca das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, demonstrando que apesar de<br />
trabalharem com estas, estes indivíduos desconhecem as suas indicações. Santos<br />
et al. (2009) verificou que entre 10 a 15% dos raizeiros entrevistados na região<br />
litorânea da Paraíba desconheciam a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>.<br />
Dentre os usuários, a planta mais citada <strong>para</strong> o Sertão foi o juá (Ziziphus<br />
joazeiro) (Tabela 36), na Borborema e no Agreste a espécie mais citada foi a romã<br />
(Punica granatum) (Tabelas 41 e 45, respectivamente). Apesar de ter ocorrido<br />
predominância do uso do juá no Sertão, a romã aparece como a segunda espécie<br />
mais citada. Com relação à utilização do juá, pode-se dizer que foi em decorrência<br />
da facilidade de acesso a este, uma vez que é uma das <strong>plantas</strong> nativas da região,<br />
como relata Araújo et al. (2008). Quanto ao predomínio da romã nas demais regiões,<br />
esse fato também foi verificado por Cavalcante et al. (2010), Santos et al. (2009a),
88<br />
este mesmo resultado foi encontrado também por Lima Júnior et al. (2005) em uma<br />
cidade no interior do estado do Ceará.<br />
No levantamento feito por Borba; Macedo (2006), na Chapada dos<br />
Guimarães, Mato Grosso, verificou-se que as espécies <strong>utilizadas</strong> pela comunidade<br />
<strong>para</strong> candidoses, estomatites, gengivites e afta, foi o açafrão (Crocus sativus L.),<br />
<strong>para</strong> odontalgia, a arnica-da-serra (Brickelia brasiliensis (Spreng.) Robinson). A<br />
espécie mais conhecida pela população foi a camomila (Matricaria chamomilla L.),<br />
utilizada como calmante, indicada durante a erupção dos dentes. Espécies estas, as<br />
quais não foram citadas nas diferentes regiões analisadas na Paraíba, bem como na<br />
região do Ceará, citada por Lima Júnior et al. (2005) sugerindo assim, a influência<br />
das diferenças entre os biomas (Cerrado mato-grossense e a Caatinga <strong>para</strong>ibana e<br />
cearense), sobre a disponibilidade e seleção de espécies de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pela<br />
população local.<br />
Ao se analisar as Tabelas 36 e 37, 45 e 46 observa-se que em relação à parte<br />
utilizada da planta, o fruto foi citado em diversas ocasiões. A principal responsável<br />
por este resultado foi a ameixa. Tal fato leva a crer que em virtude do processo de<br />
desertificação, está havendo alterações na vegetação <strong>para</strong>ibana, com isso observase<br />
a incorporação de frutos na medicina popular como forma de substituição a outras<br />
<strong>plantas</strong>, que estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontradas, face ao<br />
baixo número de raizeiros encontrados nas cidades e como informa a Tabela 10,<br />
81,5% destes não cultivam <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e pela Tabela 11 observa-se que as<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> comercializadas por eles são adquiridas a partir de vendedores.<br />
Estes resultados são importantes <strong>para</strong> que seja estimulado o uso de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> com cuidados ecológicos e de melhor preservação dos biomas<br />
produtores de espécies nativas. Os relatos de usuários sobre o uso de frutos como<br />
forma de planta medicinal é um reflexo da mudança cultural em função do aumento<br />
de áreas degradadas e redução na oferta e disponibilidade de espécies nativas.<br />
Esse é um fenômeno já observado nas populações da região litorânea do estado de<br />
Pernambuco e que pode estar ocorrendo no interior da Paraíba (ALBUQUERQUE;<br />
HANAZAKI, 2006; ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002).<br />
Com base nos dados obtidos com os profissionais, percebeu-se que houve<br />
poucos relatos de indicação de tratamentos a base de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.<br />
Resultado, contrário ao que observou Cavalcante et al. (2010), onde mais da metade<br />
dos profissionais afirmaram a recomendação de tratamentos com <strong>plantas</strong>.
89<br />
Quando questionados acerca da possibilidade de reação adversa ou<br />
interação medicamentosa pela utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. A maioria<br />
demonstrou desconhecimento total sobre o tema, semelhante ao que foi encontrado<br />
por Cavalcante et al. (2010). Isto se deve ao fato de o cirurgião-dentista durante a<br />
sua formação tem pouco ou nenhum contato com a fitoterapia/<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.<br />
Lima Júnior (2005) realizou um estudo sobre a visão do profissional e a inserção da<br />
fitoterapia na atenção básica. Dentre os profissionais pesquisados na cidade de<br />
Natal (RN), todos afirmaram nunca ter recebido nenhum treinamento sobre o uso de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> fins terapêuticos.<br />
Confrontando-se os resultados obtidos com os raizeiros, profissionais e<br />
usuários, observa-se que as <strong>plantas</strong> mais <strong>utilizadas</strong> ou indicadas por estes últimos,<br />
são diferentes daquelas indicadas pelos primeiros, tal fato sugere que os usuários<br />
têm outra forma <strong>para</strong> adquirir estas <strong>plantas</strong>. Como foi possível perceber a citação da<br />
romã como a espécie mais utilizada pelos usuários e em um contexto geral a mais<br />
indicadas pelos profissionais (Tabela 50), entretanto, esta foi pouco indicada pelos<br />
raizeiros, Resultado semelhante foi obtido por Cavalcante et al. (2010). E em Santos<br />
et al. (2009a), apenas <strong>para</strong> a relação raizeiros – usuários.<br />
Na Tabela 49 percebe-se que grande parte dos usuários que faz tratamento<br />
com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> não informam ao cirurgião-dentista durante as consultas. E o<br />
motivo relatado pela maioria, foi em decorrência do fato de que os profissionais não<br />
os questionam sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Em com<strong>para</strong>ção com os<br />
resultados por Cavalcante et al. (2010) verifica-se que dos usuários entrevistados a<br />
maioria deles também não comunica o uso de <strong>plantas</strong> ao profissional, entretanto o<br />
motivo citado pela maioria se deve ao fato de acreditarem que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />
não trazem malefícios a saúde. Fato este que pode acarretar sérios danos a saúde,<br />
uma vez que não se conhece bem todos os efeitos das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, bem<br />
como suas reações adversas, aliado a isso, há a possibilidade de haver interação<br />
medicamentosa, com o medicamento sintético utilizada na prática clínica<br />
odontológica.<br />
A fim de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional dos<br />
recursos naturais <strong>para</strong> a saúde, foi implantada em 2006, a Política Nacional de<br />
Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006). Algumas das proposições desta<br />
política são: o estímulo a realização de estudos sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e<br />
fitoterápicos <strong>para</strong> que estes possam ser empregadas de maneira segura, o
90<br />
desenvolvimento de atividades educativas, capacitar os profissionais das Unidades<br />
Básicas de Saúde <strong>para</strong> que possam orientar a comunidade sobre o uso correto das<br />
<strong>plantas</strong>, uma vez que estes profissionais muitas vezes saem da universidade sem<br />
nenhuma formação sobre o tema.<br />
Dessa forma, também é papel também das Instituições de Ensino Superior de<br />
Odontologia, contribuir <strong>para</strong> capacitação dos profissionais acerca da utilização<br />
destes recursos naturais, porquanto a falta de conhecimento e, consequentemente o<br />
despreparo profissional sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> é um obstáculo <strong>para</strong> a inserção<br />
dessas terapias complementares, bem como <strong>para</strong> o estímulo da utilização racional<br />
desta <strong>plantas</strong> pelos usuários dos serviços públicos.
91<br />
CONCLUSÕES
92<br />
7 CONCLUSÕES<br />
De acordo com a metodologia empregada nesse trabalho, pode-se concluir que:<br />
• O perfil dos raizeiros encontrados foi predominantemente: sexo masculino,<br />
faixa etária de 30 a 59 anos, casado, ensino fundamental incompleto, e sem<br />
outro tipo de trabalho ou ocupação;<br />
• O perfil dos usuários investigados foi: sexo feminino, faixa etária de 30 a 59<br />
anos, casado, trabalha, com renda média de até um salário mínimo, ensino<br />
fundamental incompleto;<br />
• A maioria dos cirurgiões-dentistas (76,0%) desconhece as possibilidades de<br />
reações adversas e interações medicamentosas;<br />
• Houve diferenças nas citações de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> de acordo com a meso<br />
região pesquisada sugerindo haver influência dos biomas no acesso às<br />
espécies vegetais disponíveis em cada local.<br />
• A planta medicinal predominantemente citada pelos usuários e raizeiros <strong>para</strong><br />
<strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> foi a romã (Punica granatum Linn.) e a pedra ume (Myrcia<br />
salicifolia DC), respectivamente. A divergência nos resultados entre os grupos<br />
está provavelmente relacionada às diferenças na forma de obtenção, acesso<br />
e/ou informações de indicação no uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> saúde<br />
bucal;<br />
• 70,5% dos usuários que utilizam medicamentos, também fazem uso de<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Dentre as pessoas que fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>,<br />
houve ainda, um alto índice de automedicação, elevando assim, os riscos de<br />
toxicidade, reações adversas e interações medicamentosas;<br />
• Apenas 20,0% dos profissionais afirmaram recomendar tratamento com<br />
<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>;
93<br />
REFERÊNCIAS
94<br />
REFERÊNCIAS<br />
ABEBE, W. Herbal medication: potential for adverse interactions with analgesic<br />
drugs. Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics, v. 27, p. 391–401, 2002.<br />
AGRA , M. F.; BARACHO, G. S.; NURIT, K.; BASÍLIO, I. J. L. D. ; COELHO, V. P. M.<br />
Medicinal and poisonous diversity of the flora of “Cariri Paraibano”, Brazil. Journal of<br />
Ethnopharmacology, v. 111, p. 383–395, 2007a.<br />
AGRA, M. F.; BARACHO, G. S.; BASÍLIO, I. J. D.; NURIT, K.; COELHO, V. P.;<br />
BARBOSA, D. A. Sinopse da flora medicinal do cariri <strong>para</strong>ibano. Oecol. Bras., v.11,<br />
n.3, p. 323-330, 2007b.<br />
ALBUQUERQUE, U. P., ANDRADE, L. H. C. Uso de recursos vegetais da caatinga:<br />
o caso do agreste do estado do Pernambuco (nordeste do Brasil). Interciencia, v.<br />
27, n. 2, p. 336-346, 2002.<br />
ALBUQUERQUE, U. P., HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de<br />
novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pespectivas.<br />
Rev. Bras. Farmacogn., v. 16(Supl.), p. 678-689, dez. 2006.<br />
AMOROZO, M. C. M. Uso e diversidade de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em Santo Antonio do<br />
Leverger, MT, Brasil. Acta bot. bras., v 16, n. 2, p. 189-203, 2002.<br />
ALEXANDRE, R. F.; GARCIA, F. N.; SIMÕES, C. M. O. Fitoterapia Baseada em<br />
Evidências. Parte 1. Medicamentos Fitoterápicos Elaborados com Ginkgo, Hipérico,<br />
Kava e Valeriana. Acta Farm. Bonaerense, v.24, n.2, p. 300-9, 2005.<br />
ALVES, P. M.; QUEIROZ, L. M. G.; PEREIRA, J. V.; PEREIRA, M. S. V. Atividade<br />
antimicrobiana, antiaderente e antifúngica in vitro de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> brasileiras<br />
sobre microrganismos do biofilme dental e cepas do gênero Candida. Revista da<br />
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 42, n. 2, p.222-224, mar-abr, 2009.<br />
ARAÚJO, C. R. F.; PEREIRA, M. S. V.; HIGINO, J. S.; PEREIRA, J. V.; MARTINS,<br />
A. B. Atividade antifúngica in vitro da casca do Anacardium occidentale Linn. sobre<br />
leveduras do gênero Candida. Arquivos em Odontologia, v. 41, n. 3, p. 193-272,<br />
2005.<br />
ARAÚJO, L. L. S. A.; SILVA, R. A.; ARNAUD, A. F.; SANTOS JÚNIOR, R. J.;<br />
OLIVEIRA JUNIOR, D. A. Estudo fenológico das <strong>plantas</strong> apícolas arbóreas da
95<br />
microrregião de Catolé do Rocha – PB -Brasil Revista Verde, v.3, n.4, p. 63-72<br />
outubro/dezembro 2008.<br />
BARRETO, V.L.; FEITOSA, A. M. S. C.; ARAÚJO, T. J.; CHAGAS, F. K.; COSTA, L.<br />
K. Acción antimicrobiana in vitro de dentífricos conteniendo fitoterápicos. Avances<br />
en Odontoestomatología, v.21, n.4, p. 195-201, 2005.<br />
BRASIL. Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária. Resolução - RDC n.º 17, de 24 de<br />
fevereiro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2002.<br />
BRASIL, Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Diário Oficial da União.<br />
Brasília, DF, 2006.<br />
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde do<br />
homem (Princípios e Diretrizes), Brasília, DF, 2008.<br />
BRASILEIRO, M. T.; EGITO, A. A.; LIMA, J. R.; RANDAU, K. P.; PEREIRA, G. C.;<br />
ROLIM NETO, P. J. Ximenia americana L.: botânica, química e farmacologia no<br />
interesse da tecnologia farmacêutica. Rev. Bras. Farm., v. 89, n. 2, p. 164-167,<br />
2008.<br />
BORBA, A. N.; MACEDO, M. Plantas mediciais usadas em saúde bucal pela<br />
comunidade do bairro Santa Cruz, Chapada dos Guimarães, MT, Brasil. Acta. Boct.<br />
Bras., v.20, n.4, p.771-782, 2006.<br />
BUFFON, M. C. M.; LIMA, M. L. C.; GALARDA, I.; COGO, L. Avaliação da eficácia<br />
dos extratos de Malva sylvestris, Calêndula officinalis, Plantago major e Curcuma<br />
zedoarea no controle do crescimento das bactérias da placa dentária. Estudo “in<br />
vitro”. Revista Visão Acadêmica, v. 2, n. 1, p. 31-38, jan./jun., 2001.<br />
CATÃO, R. M. R.; ANTUNES, R. M. P; ARRUDA, T. A.; PEREIRA, M. S. V.; HIGINO,<br />
J. S.; ALVES, J. A.; PASSOS, M. G. V. M.; SANTOS, V. L. Atividade antimicrobiana<br />
“in vitro” do extrato etanólico de Punica granatum linn. (romã) sobre isolados<br />
ambulatoriais de Staphylococcus aureus. RBAC, vol. 38, n.2, p. 111-114, 2006.<br />
CAVALCANTE, A. L.; DIAS, C. S.; PINTO, D.S; FREITAS, C.H.F; SAMPAIO, F.C.<br />
Plantas Medicinais e Saúde Bucal no SUS: Estudo Etnobotânico e de fatores de<br />
risco <strong>para</strong> interação medicamentosa. J. Ethnofamacology (impress), 2010.
96<br />
CORDEIRO, C. H. G., CHUNG, M. C., SACRAMENTO, L. V. S. Interações<br />
medicamentosas de fi toterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper<br />
methysticum. Rev. Bras. Farmacogn., v. 15, n. 3, p. jul/set. 2005.<br />
COSTA, V. F. A origem da fitoterapia na humanidade e a recente<br />
aplicação em animais selvagens. 2008. 82f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós<br />
graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de animais Selvagens e Exóticos) -<br />
Universidade Castelo Branco, Brasília, 2008.<br />
CRUZ, M. C. S.; SANTOS, P. O.; BARBOSA JÚNIOR, A. M.; MELO, D. L. F. M.;<br />
ALVIANO, C. S.; ANTONIOLLI, A. R.; ALVIANO, D. S.; TRINDADE, R. C. Antifungal<br />
activity of Brazilian medicinal plants involved in popular treatment of mycoses.<br />
Journal of Ethnopharmacology, v. 111, p. 409–412, 2007.<br />
DANTAS, I. C.; GUIMARÃES, F. R. Perfil dos raizeiros que comercializam <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> no município de Campina Grande, PB. Revista de Biologia e Ciências<br />
da Terra, v. 6, n. 1, p. 39-44, 2006.<br />
DEGÁSPARI, C. H.; WASZCZYNSKYJ, N.; PRADO, M. R. M. Atividade<br />
antimicrobiana de Schinus terebenthifolius Raddi. Ciênc. agrotec., v. 29, n. 3, p.<br />
617-622, maio/jun., 2005.<br />
FABRICANTE, J. R.; ANDRADE, L. A. Análise estrutural de um remanescente de<br />
caatinga no seridó <strong>para</strong>ibano. Oecol. Bras., v.11, n.3, p. 341-349, 2007.<br />
FIGUEIREDO, W. Assistência à saúde dos homens: um desafio <strong>para</strong> os serviços de<br />
atenção primária. Ciência & Saúde Coletiva, v.10, n. 1, p.105-109, 2005.<br />
FRANÇA, W. F. A.; MARQUES, M. M. M. R.; LIRA, K. D. L.; HIGINO, M. E.<br />
Terapêutica com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> nas doenças <strong>bucais</strong>: a percepção dos<br />
profissionais no programa de sáude da família do Recife. Odontologia. Clín.-<br />
Científ., v. 6, n.3, p. 233-237, jul/set., 2007.<br />
JAMES, D. B.; ABU, E. A.; WUROCHEKKE, A. U.; ORJI, G. N. Phytochemical and<br />
antimicrobial investigacions of the aqueous and methanolic extracts of Ximenia<br />
americana. J. Med. Sci., v.7, n. 2, p. 284-288, 2007.<br />
JARDINI, F. A. Avaliação da atividade antioxidante da romã (Punica granatum,<br />
L.) – Participação das frações de ácidos fenólicos no processo de inibição da<br />
oxidação. 2005. 111f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) –<br />
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
97<br />
JOHANN, S.; PIZZOLATTI, M. G.; DONNICI, C. L.; RESENDE, M. A. Antifungal<br />
properties of plants used in brazilian traditional medicine against clinically relevant<br />
fungal pathogens. Brazilian Journal of Microbiology, v. 38, p.632-637, 2007.<br />
JOHANN, S.; SILVA, D. L.; MARTINS, C. V. B.; ZANI, C. L.; PIZZOLATTI, M. G.;<br />
RESENDE, M. A. Inhibitory effect of extracts from Brazilian medicinal plants on the<br />
adhesion of Candida albicans to buccal epithelial cells. World J Microbiol<br />
Biotechnol, v.24, p.2459–2464, 2008.<br />
KATO, E. T. M.; AKISUE, G. Estudo farmacognóstico de cascas Myracrodruon<br />
urundeuva Fr. All. Revista Lecta, Bragança Paulista, v. 20, n. 1, p. 69-76, jan./jun.<br />
2002.<br />
LIMA JÚNIOR, J. F. Perspectivas dos cirurgiões-dentistas sobre a inserção da<br />
fitoterapia na atenção básica de saúde. 2005. 108f. Dissertação (Mestrado em<br />
Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.<br />
LIMA JÚNIOR, J. F.; DIMENSTEIN, M. A Fitoterapia na Saúde Pública em<br />
Natal/RN: visão do odontólogo. Saúde Rev., v. 8, n.19, p. 37-44, 2006.<br />
LIMA JÚNIOR, J. F.; VIEIRA, L. B.; LEITE, M. J. V. F., LIMA, K. C. O uso de<br />
fitoterápicos. Saúde Rev., v.7, n. 16, p. 11-17, 2005.<br />
LIMA, T.; MATEUS, R. Paraíba minha terra: história e geografia da Paraíba. João<br />
Pessoa: Imprell, 2008.<br />
MACHADO, T. B.; LEAL, I. C. R.; AMARAL, A. C. F.; SANTOS, K. R. N.; SILVA, M.<br />
G.; KUSTER, R. M. Antimicrobial Ellagitannin of Punica granatum Fruits. J. Braz.<br />
Chem. Soc., v. 13, n. 5, p. 606-610, 2002.<br />
MACIEL, M. A. M.; PINTO, A. C.; VEIGA JUNIOR, V. F. Plantas <strong>medicinais</strong>: a<br />
necessidade de estudos multidisciplinares. Quim. Nova, v. 25, n. 3, p. 429-438,<br />
2002.<br />
MAIKAI, V. A., KOBO, P. I.; ADAUDI, A. O. Acute toxicity studies of aqueous stem<br />
bark extract of Ximenia americana. Afr. J. Biotechnol. v. 7, n.10, p. 1600-1603,<br />
may, 2008.
98<br />
MARTINEZ, M. J.; BETANCOURT, J.; ALONSO-GONZFILEZ, N.; JAUREGUI, A.<br />
Screening of some Cuban medicinal plants activity for antimicrobial. Journal of<br />
Ethnopharmacology, v. 52, p. 171-174, 1996.<br />
MARTÍNEZ GUERRA, M. J.; LÓPEZ BARREIRO, M.; MOREJÓN RODRÍGUEZ, Z.;<br />
RUBALCABA, Y. Actividad antimicrobiana de un extracto fluido al 80 % de Schinus<br />
terebinthifolius Raddi (copal). Rev Cubana Plant Med,v.5, n.1, p.23-5, 2000.<br />
MELO, A. F. M.; SANTOS, E. J. V.; SOUZA, L. F. C.; CARVALHO, A. A. T.;<br />
PEREIRA, M. S. V.; HIGINO, J. S. Atividade antimicrobiana in vitro do extrato de<br />
Anacardium occidentale L. sobre espécies de Streptococcus. Rev. Bras.<br />
Farmacogn. v. 16, n.2, p. abr/jun., 2006.<br />
MENEZES, S. M. S. Avaliação da eficácia antimicrobiana do extrato<br />
hidroalcoólico dos frutos de Punica granatum L. (romã) na placa bacteriana.<br />
2004, 80f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia Clínica) – Universidade Federal<br />
do Ceará, Fortaleza, 2004.<br />
MORAIS, S. M.; DANTAS, J. D. P.; SILVA, A. R. A.; MAGALHÃES, E. F. Plantas<br />
<strong>medicinais</strong> usadas pelos índios Tapebas do Ceará. Rev. Bras. Farmacogn., v. 15,<br />
n. 2, p. 169-177, abr./jun. 2005.<br />
ORLANDO, S. C. Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato<br />
hidroalcoólico bruto da casca do Stryphnodendron adstringens (Martius)<br />
Coville (barbatimão). 2005. 89f. (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade<br />
de Franca, Franca, 2005.<br />
OGUNLEYE, D. S.; IBITOYE, S. F. Studies of antimicrobial activity and chemical<br />
constituents of Ximenia americana. Trop. J. Pharm. Res.,v.2, n. 2,p. 239-241, dec.,<br />
2003.<br />
OLIVEIRA, F. Q.; GOBIRA, B.; GUIMARÃES, C.; BATISTA, J.; BARRETO, M.;<br />
SOUZA, M. Espécies vegetais indicadas na odontologia. Rev. Bras. Farmacogn., v.<br />
17, n.3, p. jul./set., 2007.<br />
OLIVEIRA, R. S.; DINIZ, A. S.; BENIGNA, M. J. C; MIRANDA-SILVA, S. M.; LOLA,<br />
M. M.; GONÇALVES, M. C.; ASCIUTTI-MOURA, L.; RIVERA, M. A.; SANTOS, M.P.<br />
Magnitude, distribuição espacial e tendência da anemia em pré-escolares da<br />
Paraíba. Rev. Saúde Pública, v. 36, n.1, p. 26-32, 2002.
99<br />
PEGADO, C. M. A.; ANDRADE, L. A.; FÉLIX, L. P.; PEREIRA, I. M. Efeitos da<br />
invasão biológica de algaroba - Prosopis juliflora (Sw.) DC. sobre a composição e a<br />
estrutura do estrato arbustivo-arbóreo da caatinga no Município de Monteiro, PB,<br />
Brasil. Acta bot. bras. v. 20, n.4, p. 887-898, 2006.<br />
PERAZZO, F. F.; SILVA, R. S.; CARVALHO, J. C. T.; GROPPO, F. C. Utilizacion de<br />
sustancias naturales en Odontologia. Jornal Brasileiro de Fitoterapia, Sao Paulo,<br />
v. 2, n. 1, p. 9-15, 2004.<br />
PEREIRA, I. M.; ANDRADE, L. A.; BARBOSA, M. R.; SAMPAIO, E. S. B.<br />
Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de<br />
um remanescente florestal no agreste <strong>para</strong>ibano. Acta bot. bras. v.16, n.3, p. 357-<br />
369, 2002.<br />
PEREIRA, J. V.; PEREIRA, M. S. V.; SAMPAIO, F. C.; SAMPAIO, M. C. C.; ALVES,<br />
P. M.; ARAÚJO, C. R. F.; HIGINO, J. S. Efeito antibacteriano e antiaderente in vitro<br />
do extrato da Punica granatum Linn. sobre microrganismos do biofilme dental. Rev.<br />
Bras. Farmacogn., v. 16, n. 1, p. 88-93, jan./mar., 2006b.<br />
PEREIRA, J. V.; SAMPAIO, F. C.; PEREIRA, M. S. V.; MELO, A. F. M.; HIGINO, J.<br />
S.; CARVALHO, A. A. T. In vitro antimicrobial activity of an extract from Anacardium<br />
occidentale Linn. on Streptococcus mitis, Streptococcus mutans and Streptococcus<br />
sanguis. Odontologia. Clín.-Científ., v. 5, n. 2, p. 137-141, abr/jun., 2006c.<br />
RATES, S. M. K. Promoção do uso racional de fitoterápicos: uma abordagem no<br />
ensino de Farmacognosia. Rev. Bras. Farmacogn., v. 11, n. 2, p. 57-69, 2001.<br />
RODRIGUES, V. E. G.; CARVALHO, D. A. Levantamento etnobotânico de <strong>plantas</strong><br />
<strong>medicinais</strong> no domínio do cerrado na região do alto rio grande – Minas Gerais.<br />
Ciênc. agrotec., v.25, n.1, p.102-123, jan./fev., 2001.<br />
RODRIGUEZ, J. L. Atlas escolar da Paraíba. 3. ed. João Pessoa: Grafset, 2002.<br />
SAMPAIO, F. C. Fitoterapia em Odontologia. In: Das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> aos<br />
fitoterápicos: abordagem cinetífica. João Pessoa: UFPB, 1997.<br />
SANTOS, E. B; DANTAS, G. S; SANTOS, H. B.; DINIZ, M. F. F. M.; SAMPAIO, F. C.<br />
Estudo etnobotânico de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> no município de<br />
João Pessoa, Brasil. Rev. Bras. Farmacogn. v.19, n.1B, p. 321-324, jan./mar.<br />
2009a.
100<br />
SANTOS, V. R.; GOMES, R. T.; OLIVEIRA, R. R.; CORTÉS, M. E.; BRANDÃO,<br />
M.G.L. Susceptibility of oral pathogenic microorganisms to aqueous and ethanolic<br />
extracts of Stryphnodendron adstringens (barbatimão). Int. J. Dent., v. 8, n.1, p.1-5,<br />
jan./mar.,2009b.<br />
SILVA, L. M. M., RODRIGUES, T.J.D.; AGUIAR, I.B. Efeito da luz e da temperatura<br />
na germinação de sementes de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão). R.<br />
Árvore, v.26, n.6, p.691-697, 2002.<br />
SILVA, M. D. Estudo Farmacobotânico de três espécies <strong>medicinais</strong> da caatinga<br />
em Pernambuco. 2008. 68f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade<br />
Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2008.<br />
SILVA M. V. B.; MELO, A. F. M.; MEDEIROS,I. A.; DINIZ, M. F. F. M. Ensaios<br />
toxicológicos pré-clínicos com a casca do caule de Anacardium occidentale L. In:<br />
Encontro de Iniciação Científica. Prêmio Iniciação Científica 2002/2003. João<br />
Pessoa: Ed. Universitária; 2004.<br />
SOARES, S. P.; VINHOLIS, A. H. C.; CASEMIRO, L. A.; SILVA, M. L. A.; CUNHA,<br />
W. R.; MARTINS, C. H. G. Atividade antibacteriana do extrato hidroalcoólico bruto de<br />
Stryphnodendron adstringens sobre microorganismos da cárie dental. Rev. odonto<br />
ciênc., v. 23, n. 2, p.141-144, 2008.<br />
SOUZA, T. M.; MOREIRA, R. R. D., PIETRO, R. C. L. R. ISAAC, V. L. B. Avaliação<br />
da atividade anti-séptica de extrato seco de Stryphnodendron adstringens (Mart.)<br />
Coville e de pre<strong>para</strong>ção cosmética contendo este extrato. Rev. Bras. Farmacogn.,<br />
v. 17, n.1, p. jan./mar., 2007.<br />
SOUZA, T. M.; SEVERI, J. A.; SILVA, V. Y. A.; SANTOS, E.; PIETRO, R. C. L. R.<br />
Bioprospecção de atividade antioxidante e antimicrobiana da casca de<br />
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Leguminosae-Mimosoidae). Rev.<br />
Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 28, n.2, p.221-226, 2007.<br />
TEOTIA, H. S.; SILVA. I. F.; SANTOS, J. R.; VELOSO JUNIOR, J. F.; GONÇALVEZ,<br />
J. L. G. Classificação da cobertura vegetal e capacidade de uso da terra na região<br />
do cariri velho (Paraíba), através de sensoriamento remoto e geoprocessamento.<br />
Anais XI SBSR, Belo Horizonte, p. 1969 – 1976, 2003.<br />
TOLEDO, A.C.O.; HIRATA, L.L.; BUFFON, M.C.M.; MIGUEL, M,D,; MIGUEL, O.G.<br />
Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta, Bragança Paulista,<br />
v. 21, n. 1/2, p. 7-13, jan./dez. 2003.
101<br />
TÔRRES, A. R., OLIVEIRA, R. A. G., DINIZ, M. F. F. M.; ARAÚJO, E. C. Estudo<br />
sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em crianças hospitalizadas da cidade de João<br />
Pessoa: riscos e benefícios. Rev. Bras. Farmacogn., v.15, n.4, p.out/dez. 2005.<br />
VASCONCELOS, E. A. F.; MEDEIROS, M. G. F.; RAFFIN, F. N.. MOURA, T. F. A. L.<br />
Influência da temperatura de secagem e da concentração de Aerosil®200 nas<br />
características dos extratos secos por aspersão da Schinus terebinthifolius Raddi<br />
(Anacardiaceae). Rev. Bras. Farmacogn. v. 15, n. 3, p. 243-249, jul./set. 2005.<br />
VASCONCELOS, L. C. S.; SAMPAIO, F. C.; SAMPAIO, M. C. C.; PEREIRA, M. S.<br />
V.; HIGINO, J. S.; PEIXOTO, M. H. P. Minimum inhibitory concentration of adherence<br />
of Punica granatum Linn (pomegranate) gel against S. mutans, S. mitis and C.<br />
albicans. Braz. Dent. J., v. 17, n. 3, p. 223-227, 2006.<br />
VELOSO, D. J. Ação de fitoterápicos antimicrobianos sobre microorganismos<br />
<strong>bucais</strong> produtores de compostos sulfurados voláteis: estudo in vitro. 125 f.<br />
[Tese] Doutorado em Doutorado Integrado de Odontologia - Estomatologia -<br />
Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2006.
102<br />
ANEXO
103<br />
ANEXO A
104<br />
APÊNDICES
105<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />
APÊNDICE A<br />
ROTEIRO DE ENTREVISTA 1 - RAIZEIROS<br />
Regional:_______ Cidade:_____________________ data: ___/___/___<br />
Dados Gerais:<br />
Nome:__________________________________________Idade: ___ (anos)<br />
Gênero: M ( ) F ( ) Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) outro:_____________<br />
Nível de instrução: _____________________ Bairro onde reside:__________________<br />
Mercado / local de venda:_________________________________________________<br />
Dados Específicos:<br />
1. Há quanto tempo trabalha com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?__________________________<br />
2. Há quanto tempo trabalha neste local?____________________________________<br />
3. Vende <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em outro lugar? ( ) SIM ( ) NÃO<br />
Se SIM Onde?__________________________________________________________<br />
4. Tem outra ocupação? ( ) SIM ( )NÃO<br />
5. Se afirmativo, qual?__________________<br />
6. Alguém da família trabalha vendendo <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>? ( ) SIM ( ) NÃO<br />
Em caso afirmativo, quem? __________________________________________________<br />
7. De quem adquire as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> que vende?<br />
______________________________________________________________________<br />
a - De onde vem as <strong>plantas</strong> que vende? PB ( ) outros estados _________________<br />
cidades fornecedoras:____________________________________________________<br />
8. Cultiva e/ou colhe alguma planta <strong>para</strong> doença na boca? ( ) SIM ( ) NÃO<br />
Se afirmativo, Quais _______________________________________________________<br />
9. Quem lhe ensinou sobre o uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>? pais ( ) filhos ( ) irmãos ( ) cônjuge (<br />
) outros familiares ( ) amigos ( ) livros ( ) revistas ( ) rádio e TV ( ) jornais ( ) outros:<br />
_________________________________________________________<br />
10. Quais as cinco <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> doenças da boca que você mais vende?<br />
1______________________ , 2_______________________, 3___________________<br />
4_______________________, 5______________________, outra:________________<br />
11. Que <strong>plantas</strong> * o Sr (a) tem <strong>para</strong>:
106<br />
a) Mau hálito (mau cheiro na boca):_________________________________________<br />
b) Aftas ou feridas da boca:_______________________________________________<br />
c) Dor de dente: ________________________________________________________<br />
d) Sangramento na gengiva: ______________________________________________<br />
e) Inflamação (“boca inchada”):_____________________________________________<br />
* Identificar como usa: chá, tintura ou outra forma.<br />
_________________________________________________________________________________<br />
_________________________________________________________________________________<br />
________________________________________________<br />
12. Faz indicação das <strong>plantas</strong> que vende? ( ) SIM ( ) NÃO<br />
13. As pessoas que compram <strong>plantas</strong> já vêm com o nome das <strong>plantas</strong> que querem comprar? ( )<br />
SIM ( ) NÃO ÀS VEZES ( ) .<br />
14. Quais as <strong>plantas</strong> mais conhecidas dos seus clientes? ___________________________<br />
15. As pessoas perguntam que <strong>plantas</strong> servem <strong>para</strong> determinada doença?<br />
( ) SIM ( ) NÃO ÀS VEZES ( ) .<br />
16. Qual a planta mais vendida? _______________________________________________<br />
Obrigado pela colaboração
107<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />
APÊNDICE B<br />
ROTEIRO DE ENTREVISTA 2 - USUÁRIOS<br />
Regional:_________ Cidade:_____________________ data: ___/___/___<br />
Dados Gerais<br />
1. Iniciais: _________________ Naturalidade: ______________________<br />
2. Sexo: a) Masculino ( ) b) Feminino ( )<br />
3. Idade: ___________ anos.<br />
4. Estado civil:<br />
a) Solteiro(a) c) Se<strong>para</strong>do(a) e) Viúvo(a)<br />
b) Casado(a) d) União consensual f) Divorciado(a)<br />
5. Grau de Escolaridade:<br />
a) 1º grau incompleto d) 2º grau completo f) 3º grau completo<br />
b) 1º grau completo e) 3º grau incompleto g) Pós-graduação<br />
c) 2º grau incompleto<br />
6. Ocupação:<br />
a) Estuda c) Estuda e trabalha e) Sem trabalho<br />
b) Trabalha d) Aposentado(a)<br />
7. Renda:<br />
a) 1 salário mínimo d) 4 salários mínimos g) 7 salários mínimos<br />
b) 2 salários mínimos e) 5 salários mínimos h) 8 salários mínimos<br />
c) 3 salários mínimos f) 6 salários mínimos Outro: ____________<br />
Dados Específicos:<br />
-Grupo de risco: ( ) idoso<br />
( ) hipertenso ( ) diabético ( ) outro:__________________<br />
1. Usa medicamento com freqüência? ( ) Sim ( ) Não<br />
Quais? __________________________________________________________<br />
2. O que fez o senhor procurar este serviço?<br />
____________________________________________________________<br />
3. Fez algum tratamento com planta medicinal?<br />
( ) Sim ( ) Não<br />
4. Mistura:<br />
a) Plantas <strong>medicinais</strong> com medicamentos sintéticos prescritos pelo dentista<br />
b) Plantas <strong>medicinais</strong> com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>
108<br />
5. Como faz a mistura? (Receita)<br />
______________________________________________________________________<br />
______________________________________________________________________<br />
6. Quem recomendou o tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
a) Médico c)Amigos e) Raizeiros<br />
b) Dentista d) Automedicação f) Outros<br />
6. Quais suas fontes de informação sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
a) Revistas c) Televisão e) Panfletos g) Não me informo<br />
b) Livros d) Jornais f) Parentes h) Agentes de saúde<br />
i) Outras fontes, quais? _________________________________________<br />
7. Informou ao dentista sobre as <strong>plantas</strong> que costuma usar? ( ) Sim ( ) Não<br />
Por quê? ______________________________________________________<br />
Quadro 1 Formas de preparo<br />
Nome da Planta<br />
Indicação<br />
Raiz<br />
Caule<br />
Parte Usada<br />
Folha<br />
Flor<br />
Fruto<br />
Semente<br />
Casca<br />
Outros<br />
Cozimento<br />
Pre<strong>para</strong>ção<br />
Em Água<br />
Vinho<br />
Pó<br />
Outros<br />
Forma de Uso<br />
Local<br />
de Obtenção<br />
M<br />
Resultado<br />
P AS AO<br />
Tempo de Tratamento<br />
M = melhorou<br />
P= piorou<br />
AS = sem alterações<br />
AO = surgiu outras alterações<br />
Obrigado pela colaboração
109<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />
APÊNDICE C<br />
ROTEIRO DE ENTREVISTA 3 - PROFISSIONAIS<br />
Regional:_________ Cidade:___________________________ data___/___/___<br />
Unidade com horto medicinal: ( ) sim ( ) não<br />
Dados gerais:<br />
Nome:______________________________________________________ Idade: _______<br />
(anos)<br />
Gênero: M ( ) F ( ) Estado civil: solteiro ( ) casado ( )<br />
outro:_____________<br />
Tempo de formado (anos) : _________ Local de graduação: ___________________<br />
Unidade (s) de trabalho: antes_________________ atual_______________________<br />
Dados específicos:<br />
1. Quais as patologias mais freqüentes no atendimento deste serviço?<br />
R.:_______________________________________________________________________________<br />
2. Quais os medicamentos que o Sr (a) mais prescreve no serviço?<br />
Antibióticos:_______________________________________________________________________<br />
Anti-inflamatóros:<br />
_____________________________________________________________________<br />
Analgésicos:_______________________________________________________________________<br />
Outros:___________________________________________________________________________<br />
3. Algum paciente já relatou o uso de alguma planta medicinal durante a consulta?<br />
R.:_______________________________________________________________________________<br />
4. Se afirmativo, qual?<br />
________________________________________________________________<br />
5. O Sr(a). já recomendou algum tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />
R.:_______________________________________________________________________________<br />
6. Algum paciente já relatou desconforto ou reações quando do uso de algum medicamento que o Sr.<br />
prescreveu?<br />
NÃO ( ) SIM ( )<br />
Se afirmativo, qual foi o medicamento (ou classe) _____________________________<br />
7. Existe algum relato por parte de pacientes ou profissionais de saúde de interação medicamentosa<br />
neste serviço? NÃO ( ) SIM ( )<br />
Se afirmativo, qual foi o medicamento (ou classe) ______________________________<br />
8. O Sr.(a) acha que o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pode acarretar alguma reação adversa/interação<br />
medicamentosa? NÃO ( ) SIM ( )<br />
Obrigado pela colaboração
110<br />
APÊNDICE D<br />
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>: estudo etnobotânico em diferentes<br />
biomas da Paraíba<br />
PESQUISADORES: Marcos Alexandre Casimiro de Oliveira<br />
Jefferson Filippo Castro de Assis<br />
Prof. Fábio Correia Sampaio, PhD<br />
1. Introdução<br />
As informações a seguir descreverão esta pesquisa e o papel que você terá como<br />
participante. O pesquisador responsável responderá a quaisquer dúvidas que você possa ter sobre<br />
este termo e sobre o estudo. Por favor, leia-o cuidadosamente.<br />
2. Propósito da pesquisa<br />
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que visa elaborar material didático<br />
de orientação e educação <strong>para</strong> uso racional de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> baseado em<br />
levantamento bibliográfico sobre princípio ativo das mesmas.<br />
3. Justificativa<br />
A eventual comprovação científica das propriedades terapêuticas das <strong>plantas</strong> a serem<br />
estudadas possibilitará a difusão de sua utilização de forma segura, especialmente entre as classes<br />
sociais menos favorecidas economicamente.<br />
4. Procedimentos do estudo<br />
Será aplicado questionário a pacientes de PSFs, cirurgiões-dentistas e raizeiros do estado da<br />
Paraíba.<br />
5. Desconforto ou riscos<br />
Nenhum desconforto ou risco é esperado neste tipo de pesquisa.<br />
6. Benefícios do estudo<br />
Possibilitar a conscientização em torno do uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, no que diz respeito<br />
aos riscos de sua utilização inadequada nas doenças <strong>bucais</strong>.<br />
7. Informações<br />
Os voluntários têm a garantia de que receberá respostas a qualquer pergunta ou<br />
esclarecimentos de qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos<br />
relacionados com a pesquisa.<br />
Também os pesquisadores supracitados assumem o compromisso de proporcionar<br />
informações atualizadas obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo<br />
em continuar participando.<br />
8. Retirada do consentimento<br />
O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de<br />
participar do estudo.<br />
9. Contato<br />
Se houver qualquer dúvida sobre o estudo você receberá maiores esclarecimentos com o<br />
pesquisador Fábio Correia Sampaio pelo tel: (83) 3216 7795 e e-mail fabio.sampa@uol.com.br<br />
10. Consentimento Pós-informação<br />
Eu,______________________________, certifico que tendo lido as informações acima e<br />
suficientemente esclarecido(a) de todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização da<br />
pesquisa. Assim, eu autorizo e garanto minha participação no trabalho de pesquisa proposto acima.<br />
___________________, ___ de ________________de 2009<br />
Nome completo:__________________________________ RG.__________<br />
......................................... .................................................................<br />
Assinatura do participante<br />
Prof. Fábio Correia Sampaio<br />
(Responsável)