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plantas medicinais utilizadas para problemas bucais - CCS ...

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Universidade Federal da Paraíba<br />

Centro de Ciências da Saúde<br />

Curso de Graduação em Odontologia<br />

MARCOS ALEXANDRE CASIMIRO DE OLIVEIRA<br />

PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PARA PROBLEMAS BUCAIS:<br />

estudo etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba<br />

João Pessoa<br />

2010


1<br />

MARCOS ALEXANDRE CASIMIRO DE OLIVEIRA<br />

PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PARA PROBLEMAS BUCAIS:<br />

estudo etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado ao Curso de Graduação<br />

em Odontologia, da Universidade<br />

Federal da Paraíba em cumprimento<br />

às exigências <strong>para</strong> conclusão.<br />

Orientador: Fábio Correia Sampaio, Pós-doutor<br />

João Pessoa<br />

2010


3<br />

O48p<br />

Oliveira, Marcos Alexandre Casimiro<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>: estudo<br />

etnobotânico em diferentes biomas da Paraíba / Marcos<br />

Alexandre Casimiro de Oliveira. -- João Pessoa : [s.n.], 2010.<br />

111 f. : il.<br />

Orientador: Fábio Correia Sampaio<br />

Monografia (Graduação) – UFPB/<strong>CCS</strong>.<br />

1. Plantas <strong>medicinais</strong> - Odontologia. 2. Etnobotânica. 3.<br />

Fitoterapia. 4. Saúde bucal<br />

BS/<strong>CCS</strong>/UFPB CDU: 633.8:616.314(043.2)


4<br />

DEDICATÓRIA<br />

Dedico este trabalho a minha<br />

mãe, Francisca, que não mediu<br />

esforços <strong>para</strong> que eu pudesse<br />

chegar até aqui... e a meus<br />

irmãos, em especial Charles, sem<br />

ele, nem esta página poderia ter<br />

sido escrita.


5<br />

“Dificuldades e obstáculos são<br />

fontes valiosas de saúde e força<br />

<strong>para</strong> qualquer sociedade”.<br />

Albert Einstein


6<br />

AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, por ter me dado força e coragem <strong>para</strong> não desistir diante dos<br />

obstáculos e seguir em frente.<br />

A meus amigos Thaís, Thaiane, Helga, Raquel, Hugo, Larissa, Ana Luíza,<br />

Taniana, Juliana e demais colegas de curso, por todo apoio, incentivo ao longo<br />

desses anos de curso.<br />

A Fábio, Mariângela e Tássia, pessoas incríveis que tive o privilégio de<br />

conhecer e conviver e sem dúvidas, foram peças fundamentais no meu crescimento<br />

dentro e fora da universidade. E a Polliana por estar presente em todos os<br />

momentos de minha vida.<br />

Aos pacientes, por terem sido literalmente “pacientes”, os quais foram peça<br />

fundamental <strong>para</strong> meu aprendizado e evolução durante a graduação.<br />

À Ana Lúcia, por toda a ajuda durante o início desta pesquisa, a Jefferson<br />

pela colaboração durante a coleta de dados.<br />

À minha cunhada Roberta Hilana, por ter sido minha “guia turística” em<br />

Cajazeiras e por todo apoio.<br />

Aos meus tios Jane, Fátima e César por toda a ajuda e a Socorro, por me<br />

incentivar o gosto pela gramática.<br />

Aos professores Karina Lima, Rejane Beltrão, Ricardo Lombardi, Luciana<br />

Barbosa, Rosenês Lima por todo estimulo, atenção e dedicação. Ao prof. Franklin<br />

Forte, por todas as dicas de ergonomia e por ter me apresentado ao Prof. Fábio.<br />

Aos funcionários da universidade, em especial Dona Rita, por toda<br />

disponibilidade, cordialidade e bom humor incomparável. A Jorge, por toda ajudar<br />

junto a coordenação, sempre a resolvendo nossos <strong>problemas</strong> com as matrículas... A<br />

Mayara Maia, pela companhia nos intervalos das aulas, a quem eu tive a<br />

oportunidade de conhecer dentro e fora da universidade, tornando-se uma grande<br />

amiga.<br />

Ao prof. Fábio Correia Sampaio, “peça chave deste trabalho”, a quem tenho<br />

profunda admiração, gratidão e respeito, o qual me cedeu um pouco de seu<br />

conhecimento <strong>para</strong> a execução deste trabalho, além da sua experiência,<br />

tranqüilidade e ajuda em todos os momentos.


7<br />

RESUMO


8<br />

RESUMO<br />

As <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são <strong>utilizadas</strong> como forma de tratamento há muitos anos,<br />

sendo fruto do acúmulo de conhecimento popular. Entretanto, o seu uso é<br />

estimulado de maneira pouco criteriosa. Do ponto de vista da Odontologia, as<br />

<strong>plantas</strong> ainda têm sido pouco exploradas. Portanto, em virtude das diversidades<br />

encontradas na Paraíba, este estudo objetivou realizar um levantamento<br />

etnobotânico sobre a indicação de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> em<br />

diferentes regiões do estado. O levantamento consistiu em três etapas de<br />

investigação: raizeiros (n = 27), usuários (n = 241) e dentistas (n = 25) do serviço<br />

público de saúde. Foi aplicado um formulário aos raizeiros a fim de saber quais<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são mais comercializadas <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

Posteriormente, foi aplicado um formulário dirigido aos usuários e outro aos<br />

profissionais do serviço público com o objetivo obter informações sobre a utilização<br />

de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Os resultados obtidos mostraram diferenças quanto às<br />

<strong>plantas</strong> indicadas pelos raizeiros e as indicadas por profissionais e usuários, como<br />

também houve diferenças entre os grupos em cada região pesquisada. Dentre os<br />

usuários, 58% afirmaram utilizar <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. A Romã<br />

(Punica granatum L.) foi a planta mais citada por usuários e dentistas em todas as<br />

regiões; 46,5% dos usuário fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> por automedicação.<br />

Apenas 20% dos dentistas recomendam aos pacientes o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

e 76% destes desconhecem a possibilidade de reação adversa ou interação<br />

medicamentosa quando da utilização de <strong>plantas</strong>. Os dados sugerem que boa parte<br />

dos usuários faz uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, principalmente por automedicação e que<br />

a maioria dos cirurgiões-dentistas desconhece as possibilidades de reações<br />

adversas e interações medicamentosas.<br />

Palavras-chave: Etnobotânica, <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, fitoterapia, saúde bucal.


9<br />

ABSTRACT


10<br />

ABSTRACT<br />

Medicinal plants are used as a means treatment for many years, being the result of<br />

the accumulation of popular knowledge. However, they are used with little criterion.<br />

From the standpoint of Dentistry, the medicinal plants still has been little studied.<br />

Therefore, because of the diversity found in the Paraíba, Brazil, the objective of this<br />

research was to carry out an ethnobotanical study about the indication of medicinal<br />

plants for oral conditions in different regions of the state. The work consisted of three<br />

stages of investigation: traditional healers (“raizeiros”) (n =27), users (n = 241) and<br />

dentists (n= 25). A structured form was applied to the healers in order to know which<br />

medicinal plant they marketed most for oral pathologies. Later, a form was applied to<br />

the users and other, to dentists of public services to obtain information about the use<br />

medicinal plants. The results showed differences in the plants indicated by traditional<br />

healers (“raizeiros”) and indicated by professionals and users, also significant<br />

differences between groups in each area surveyed. Among the users, 58% reported<br />

the use of medicinal plants to oral problems. The pomegranate (Punica granatum L.)<br />

was the plant most cited by users and dentists in all regions; 46.5% of the user make<br />

use of medicinal plants for self medication. Only 20% of dentists to recommend to<br />

patients the use of medicinal plants and 76% of those ignore the possibility of<br />

adverse reactions or drug interactions when using plants. The data suggest that most<br />

users make use of medicinal mainly by self-medication and that most dentists<br />

unknown the possibilities adverse reactions and drug interactions.<br />

Key wordes: Ethnobotany, phytotherapy, medicinal plants, oral health.


11<br />

LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 1- Distribuição da amostra de raizeiros e usuários segundo os<br />

municípios pesquisados.............................................................. 56<br />

TABELA 2- Distribuição dos profissionais frente aos municípios<br />

analisados................................................................................... 56<br />

TABELA 3- Distribuição dos entrevistados segundo as características<br />

sócio-demográficos por sexo (em anos), faixa etária e estado<br />

civil...............................................................................................<br />

000<br />

000<br />

057<br />

TABELA 4- Distribuição dos raizeiros e dos usuários segundo o nível de<br />

escolaridade................................................................................<br />

000<br />

58<br />

TABELA 5- Distribuição dos profissionais pesquisados segundo os dados<br />

relacionados com a instituição de ensino de origem e o tempo<br />

de formado (em anos)................................................................. 58<br />

TABELA 6- Distribuição dos profissionais pesquisados segundo as<br />

variáveis local de trabalho anterior e atual e,<br />

presença...................................................................................... 59<br />

TABELA 7- Distribuição dos usuários segundo as variáveis ocupação,<br />

renda (em salário mínimo)........................................................... 59<br />

TABELA 8- Distribuição dos raizeiros segundo o desenvolvimento de outra<br />

ocupação e classificação............................................................. 60<br />

TABELA 9- Distribuição dos raizeiros segundo o envolvimento de<br />

familiares na comercialização de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>.................................................................................... 60<br />

TABELA 10- Distribuição dos raizeiros segundo o cultivo de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>.................................................................................... 61<br />

TABELA 11- Distribuição dos raizeiros segundo a comercialização de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e dados relacionados com a procedência<br />

destas.......................................................................................... 61<br />

TABELA 12- Distribuição dos raizeiros segundo a fonte de conhecimento<br />

sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>............................................................. 62<br />

TABELA 13- Dados relacionados com as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong><br />

doenças <strong>bucais</strong> segundo relato dos raizeiros.............................<br />

000<br />

62


12<br />

TABELA 14- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

doenças <strong>bucais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano.....................<br />

000<br />

63<br />

TABELA 15- Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />

<strong>para</strong> combater mau hálito. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano..... 63<br />

TABELA 16- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

tratar aftas/ feridas. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................ 64<br />

TABELA 17- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

odontalgias. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano........................... 64<br />

TABELA 18- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

combater sangramento gengival. Mesorregião do sertão<br />

<strong>para</strong>ibano..................................................................................... 65<br />

TABELA 19- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

tratar inflamação bucal. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano......... 65<br />

TABELA 20- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

doenças <strong>bucais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano................... 66<br />

TABELA 21- Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />

<strong>para</strong> combater mau hálito. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano... 66<br />

TABELA 22- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

tratar aftas/ feridas. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............. 67<br />

TABELA 23- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

odontalgias. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano......................... 67<br />

TABELA 24- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

combater sangramento gengival. Mesorregião do agreste<br />

<strong>para</strong>ibano..................................................................................... 68<br />

TABELA 25- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

tratar inflamação bucal. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano....... 68<br />

TABELA 26- Distribuição dos usuários quanto ao gênero conforme as<br />

mesorregiões analisadas.............................................................<br />

000<br />

69<br />

TABELA 27- Distribuição dos usuários quanto ao estado civil conforme as<br />

mesorregiões analisadas............................................................. 69<br />

TABELA 28- Distribuição dos usuários quanto à inclusão em grupo de risco. 70<br />

TABELA 29- Distribuição dos usuários segundo a informação de fazer uso<br />

frequente de medicamentos e classe destes medicamentos......<br />

000<br />

70<br />

TABELA 30- Distribuição dos usuários quanto pertencentes ou não a grupos 000


13<br />

de risco conforme as mesorregiões analisadas.......................... 71<br />

TABELA 31- Distribuição dos usuários segundo a utilização e indicação<br />

<strong>para</strong> o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>................................................ 71<br />

TABELA 32- Distribuição dos usuários quanto à utilização ou não de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> conforme as mesorregiões analisadas...................... 72<br />

TABELA 33- Distribuição dos usuários quanto pertencentes a grupos de<br />

risco e utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> conforme as<br />

mesorregiões analisadas............................................................. 72<br />

TABELA 34- Distribuição dos usuários quanto que utilização medicamentos<br />

com frequência e a utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>...... 73<br />

TABELA 35- dos usuários segundo a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> e participação de familiares na transmissão deste<br />

conhecimento.............................................................................. 73<br />

TABELA 36- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />

mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................................................ 74<br />

TABELA 37- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada.<br />

Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................................................ 74<br />

TABELA 38- Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano............................. 75<br />

TABELA 39- Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano................ 75<br />

TABELA 40- Distribuição dos usuários segundo a finalidade de utilização<br />

das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão.......................... 75<br />

TABELA 41- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />

mesorregião da borborema......................................................... 76<br />

TABELA 42- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada.<br />

Mesorregião da borborema......................................................... 76<br />

TABELA 43- Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do borborema...................................... 76<br />

TABELA 44- Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião da borborema..........................<br />

000<br />

77<br />

TABELA 45- Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na<br />

mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............................................. 77<br />

TABELA 46- Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. 000


14<br />

TABELA 47-<br />

TABELA 48-<br />

TABELA 49-<br />

TABELA 50-<br />

TABELA 51-<br />

Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............................................. 78<br />

Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano........................... 78<br />

Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano.............. 78<br />

Distribuição dos usuários segundo as informações prestadas<br />

aos profissionais sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>......... 79<br />

Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos profissionais<br />

Cirurgiões-dentistas (CDs).......................................................... 80<br />

Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários<br />

segundo informação dos profissionais........................................ 80


15<br />

SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 17<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 20<br />

2.1 Considerações Geográficas da Paraíba........................................................ 21<br />

2.2 Plantas Medicinais e a Fitoterapia................................................................. 30<br />

2.3 Plantas Medicinais Utilizadas na Odontologia............................................... 32<br />

2.3.1 Punica granatum L....................................................................... 34<br />

2.3.2 Anacardium occidentale L............................................................ 36<br />

2.3.3 Ximenia americana L...................................................................... 38<br />

2.3.4 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville................................... 40<br />

2.3.5 Ziziphus joazeiro Mart...................................................................... 42<br />

2.3.6 Myracruoduon urundeuva All. e Schinus terebinthifolius Raddi..... 44<br />

3 PROPOSIÇÃO.............................................................................................................. 49<br />

3.1 Proposição Geral....................................................................................................... 50<br />

3.2 Proposições Específicas............................................................................................ 50<br />

4 MATERIAIS E METODOS............................................................................................ 51<br />

4.1 Aspectos Éticos........................................................................................................... 52<br />

4.2 Seleção da amostra................................................................................................... 50<br />

a Universo e amostra......................................................................................... 50<br />

b Instrumentos Utilizados.................................................................................... 51<br />

c Coleta de dados............................................................................................... 52<br />

d Análise dos dados............................................................................................ 52<br />

5 RESULTADOS............................................................................................................. 55<br />

6 DISCUSSÃO................................................................................................................. 80<br />

7 CONCLUSÃO............................................................................................................... 91<br />

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 93<br />

ANEXO A....................................................................................................................... 101


16<br />

APÊNDICE A................................................................................................................. 105<br />

APÊNDICE B................................................................................................................. 107<br />

APÊNDICE C................................................................................................................. 109<br />

APÊNDICE D................................................................................................................. 110


17<br />

INTRODUÇÃO


18<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

A utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e medicamentos fitoterápicos <strong>para</strong> a<br />

recuperação da saúde é uma prática comum, sendo produto do acúmulo secular de<br />

conhecimentos populares, haja vista desde os primórdios o ser humano percebeu os<br />

efeitos curativos dos vegetais, notando que de alguma forma a utilização destes (nas<br />

formas de pó, chá, banho, entre outras), proporcionavam a recuperação da saúde do<br />

indivíduo (BORBA; MACEDO, 2006; ALEXANDRE et al., 2005).<br />

Um dos fatores que contribui <strong>para</strong> a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> fins <strong>medicinais</strong><br />

no Brasil é o grande número de espécies vegetais encontradas no país. Nos últimos<br />

anos, tem aumentado a aceitação da fitoterapia no Brasil, resultando em<br />

crescimento da produção industrial dos laboratórios. Observa-se também o<br />

surgimento de cultivos caseiros e de novos usuários, havendo necessidades de<br />

orientação à população (BORBA; MACEDO, 2006).<br />

O reconhecimento oficial da fitoterapia na odontologia do Brasil veio<br />

acompanhado de diversas lacunas na pesquisa científica sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>,<br />

especificamente <strong>para</strong> espécies vegetais com indicação <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Há<br />

muita desinformação sobre o assunto e na prática, o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> tem<br />

sido objeto de estudo das ciências farmacêuticas e médicas, entretanto pouco<br />

explorado na odontologia.<br />

Apesar das inúmeras possibilidades de uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na<br />

odontologia, estas têm sido pouco exploradas, seja <strong>para</strong> tratar doenças <strong>bucais</strong> ou<br />

<strong>para</strong> tratar doenças sistêmicas que repercutem em alterações na saúde bucal<br />

(SANTOS, et al., 2009a).<br />

Face ao aumento crescente do uso da fitoterapia, aliado à existência de<br />

poucas pesquisas de qualidade nesta área – quando se com<strong>para</strong> as intervenções da<br />

medicina convencional e do difícil acesso à literatura sobre este assunto – surgem<br />

questionamentos acerca da eficácia e segurança da utilização de fitoterápicos. O<br />

desconhecimento acerca das informações mínimas necessárias ao uso correto de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e de medicamentos fitoterápicos, aliados às dificuldades<br />

encontradas pelos profissionais da saúde <strong>para</strong> obtenção de informações de<br />

qualidade, tornam a fitoterapia um alvo fácil <strong>para</strong> a automedicação sem<br />

responsabilidade (ALEXANDRE et al., 2005).


19<br />

A desinformação também ocorre do ponto de vista dos usuários, os quais, na<br />

maioria das vezes, fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indiscriminadamente,<br />

baseando-se no princípio de que por ser natural, não trará nenhum malefício a<br />

saúde.<br />

Todavia, apesar de relatos científicos sobre a ação terapêutica de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>, ainda há uma escassez de informações que contemplem a utilização<br />

segura destas, com o propósito de avaliar todos os benefícios e principalmente se há<br />

a presença de reações adversas, toxicidade, entre outras.<br />

Com base nisso, realizou este estudo, cuja finalidade foi verificar a utilização<br />

de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> o controle das afecções <strong>bucais</strong> em diferentes biomas do<br />

estado da Paraíba, bem como avaliar o conhecimento popular e do cirurgião-dentista<br />

sobre a utilização destas.


20<br />

REVISÃO DA LITERATURA


21<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA:<br />

2.1 Considerações geográficas da Paraíba<br />

O Estado da Paraíba possui uma área territorial de 56.340,9 km², composta<br />

por 223 municípios agrupados em 23 microrregiões, as quais são distribuídas<br />

geograficamente nas quatro mesorregiões: Zona da Mata, Agreste, Borborema,<br />

Sertão (LIMA; VASCONCELOS; MATEUS, 2008).<br />

Figura 1 – Distribuição geográfica da Paraíba<br />

Fonte: http://www.espacoimplante.com.br/800px- Paraiba_MesoMicroMunicip2.svg.jpg<br />

Para se fazer a divisão dessas quatro mesorregiões, foi levada em<br />

consideração a configuração espacial e o processo de povoamento do Estado, os<br />

quais acarretaram a existência de paisagens distintas e diferentes formas de uso do<br />

solo, desde o litoral ao sertão. As mesorregiões apresentam características<br />

especiais que as diferenciam entre si, entretanto, cada uma delas está subdividida<br />

em microrregiões, as quais também apresentam traços específicos (RODRIGUEZ,<br />

2002).<br />

A mesorregião da Mata foi subdividida nas microrregiões de João Pessoa,<br />

Litoral sul, Sapé e Litoral norte. O Agreste <strong>para</strong>ibano subdividiu-se em Curimataú<br />

ocidental e oriental, Esperança, Brejo <strong>para</strong>ibano, Guarabira, Campina Grande,<br />

Itabaiana e Umbuzeiro. A Borborema é subdividida nas microrregiões do Cariri<br />

Oriental e Ocidental, Seridó Oriental e Ocidental (RODRIGUEZ, 2002).


22<br />

A Zona da Mata caracteriza-se pelo clima tropical quente e úmido, com<br />

chuvas abundantes, alta umidade relativa do ar (80%). Nessa região aparecem solos<br />

arenosos das praias e restingas. Nas restingas, como a de Cabedelo, observam-se<br />

árvores de porte médio (10/15 m), troncos com diâmetro pequenos, copas largas e<br />

irregulares, cujas espécies principais são o cajueiro, maçaranduba, aroeira da praia,<br />

entre outras (OLIVEIRA et al., 2002; RODRIGUEZ, 2002).<br />

O Agreste compreende a situação intermediária entre o clima úmido e o semiárido,<br />

com trechos quase tão úmidos como no litoral e outros secos como no sertão<br />

(OLIVEIRA et al., 2002). Na mesorregião da Borborema o clima é muito quente –<br />

semi-árido (TEOTIA et al., 2003). Com uma vegetação arbustiva-arbórea,<br />

destacando-se jurema, mandacaru, facheiro no Cariri, também ocorrendo na<br />

microrregião do Curimataú. No Seridó, a caatinga aparece mais empobrecida, do<br />

tipo herbácea (RODRIGUEZ, 2002).<br />

O Sertão caracteriza-se pelo clima semi-árido (OLIVEIRA et al., 2002). Os<br />

solos são rasos e pedregosos, a vegetação da caatinga atualmente, quase como<br />

uma formação do tipo arbustiva esparsa, com predomínio de favela, marmeleiro,<br />

pereiro, jurema preta, macambira, mandacaru, xique-xique, entre outras<br />

(RODRIGUEZ, 2002). Pereira et al. (2002a) realizaram um levantamento florístico e<br />

fitossociológico dos componentes arbóreo-arbustivos, em uma área de floresta no<br />

agreste <strong>para</strong>ibano (Fazenda São Bento, na fronteira dos Municípios de Areia e<br />

Remígio-PB) (Quadro 1).<br />

Quadro 1. Relação das espécies encontradas nesta área do Agreste Paraibano.<br />

Família/Espécie Nome popular Hábito<br />

Anacardiaceae<br />

1. Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Árvore<br />

2. Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna Árvore<br />

3.Spondias tuberosa Arruda Imbuzeiro Árvore<br />

Apocynaceae<br />

4. Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro Árvore<br />

Bignoniaceae<br />

5. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Pau-d’arco roxo Árvore<br />

Standl.


23<br />

Quadro 1. continuação<br />

Família/Espécie Nome popular Hábito<br />

6. Tabebuia serratifolia (Vahl.) G. Nichols. Pau-d’arco amarelo Árvore<br />

Bombacaceae<br />

7. Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Barriguda Árvore<br />

8. Pseudobombax marginatum (St. Hill.) Embiratanha Árvore<br />

A.Robyns<br />

Burseraceae<br />

9. Commiphora leptophloeos (Mart.) Imburana de espinho Árvore<br />

J.B. Gillett.<br />

Cactaceae<br />

10. Cereus jamacaru DC. Mandacaru Árvore<br />

11. Pilosocereus pachycladus subsp. Facheiro Árvore<br />

12. Pernambucensis (Ritter) Zappi<br />

Caesalpiniaceae<br />

13. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó Árvore<br />

14. Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Pau ferro Árvore<br />

15. Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira Árvore<br />

16. Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby Canafistula Árvore<br />

17. Caesalpiniaceae 1 Quebra faca Arbusto<br />

Cap<strong>para</strong>ceae<br />

18. Capparis flexuosa (l.) L. Feijão bravo Árvore<br />

19. Capparis jacobinae Moric. ex Eichl. Icó Árvore<br />

Celastraceae<br />

20. Maytenus rigida Mart. Bom nome Árvore<br />

Combretaceae<br />

21. Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichl. Sipaúba Árvore<br />

Erythroxylaceae<br />

22. Erythroxylum pauferrense T. Plowman Coração de negro Arbusto<br />

23. Erythroxylum sp. Quiri preto Arbusto<br />

Euphorbiaceae<br />

24. Croton nepetaefolius Baill. Pau leite Arbusto<br />

25. Croton moritibensis Baill. Velame Arbusto


24<br />

Quadro 1. continuação<br />

Família/Espécie Nome popular Hábito<br />

26. Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro Arbusto<br />

27. Jatropha pohliana Müll. Arg. Pinhão Arbusto<br />

28. Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba Árvore<br />

29. Sapium sp. Burra leiteira Árvore<br />

30. Euphorbiaceae 1 Café bravo Arbusto<br />

Fabaceae<br />

31. Amburana cearensis (Allemão) Cumarú Árvore<br />

A.C. Smith<br />

Mimosaceae<br />

32. Acacia glomerosa Benth. Espinheiro Árvore<br />

33. Acacia sp. Amorosa Árvore<br />

34. Mimosa cf arenosa (Willd.) Poir. Unha de gato Arbusto<br />

35. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta Árvore<br />

36. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca Árvore<br />

37. Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth. Gicurí Árvore<br />

Myrtaceae<br />

38. Psidium albidum Cambess. Cumati Árvore<br />

39. Eugenia sp. Mangaba brava Árvore<br />

40. Eugenia uvalha Cambess. Ubaia Árvore<br />

Nyctaginaceae<br />

41. Guapira sp. João mole Árvore<br />

Olacaceae<br />

42. Ximenia americana L. Ameixa Árvore<br />

43. Schoepfia brasiliensis DC. Ameixa branca Árvore<br />

Rhamnaceae<br />

44. Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Árvore<br />

Rubiaceae<br />

45. Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina - quina Arbusto<br />

46. Guettarda sericea Müll. Arg. Esporão de galo Arbusto<br />

47. Randia nitida (HBK) DC. Espinho de cruz Arbusto<br />

48. Rubiaceae 1 Desconhecida Arbusto


25<br />

Quadro 1. continuação<br />

Família/Espécie Nome popular Hábito<br />

49. Tocoyena formosa (Cham. et Schltdl.) Genipapo-bravo Árvore<br />

K. Schum.<br />

Sapindaceae<br />

50. Allophylus laevigatus (Turcz) Radlk. Estraladeira Arbusto<br />

Solanaceae<br />

51. Cestrum cf. laevigatum Schltdl. Gupuna Arbusto<br />

Sterculiaceae<br />

52. Helicteres eichleri K. Schum. -<br />

Arbusto<br />

53. Indeterminada 1 - Árvore<br />

54. Indeterminada 2 Casca grossa Árvore<br />

55. Indeterminada 3 Sucupira Árvore<br />

Pegado et al. (2006) apresentaram um levantamento sobre espécies arbóreas<br />

encontradas no bioma da caatinga, do município de Monteiro (microrregião do cariri<br />

ocidental <strong>para</strong>ibano) (Quadro 2).<br />

Quadro 2. Relação das espécies arbóreas encontradas em Monteiro-PB.<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

Anacardiaceae<br />

1. Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna<br />

2. Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira<br />

Apocynaceae<br />

3. Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro<br />

Acantaceae<br />

4. Ruellia sp. -<br />

Boraginaceae<br />

5. Cordia globosa (Jacq.) H.B.F. moleque-duro<br />

Celastraceae<br />

6. Maytenus rigida Mart. bom-nome


26<br />

Quadro 2. continuação<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

Combretaceae<br />

7. Combretum pisonioides Taub. sipaúba<br />

Cactaceae<br />

8. Cereus jamacaru DC. mandacaru<br />

9. Arrojadoa rhodantha (Guerke) Br. & Rose rabo-de-raposa<br />

10. Pilosocereus gounellei (Weber) Byl. & Rowl. xique-xique<br />

Caesalpinaceae<br />

11. Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby canafístula<br />

12. Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira<br />

13. Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke pau-ferro, jucá<br />

14. Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. jucá<br />

15. Amburana cearensis (M. Allemão) A.C. Smith pau-açú<br />

Cap<strong>para</strong>ceae<br />

16. Cleome spinosa L. mussambê<br />

17. Capparis flexuosa L. feijão-bravo<br />

Euphorbiaceae<br />

18. Jatropha pohliana Muell. Arg. pinhão<br />

19. Croton sonderianus Muell. Arg. marmeleiro<br />

20. Croton sp. 1 -<br />

Erythroxylaceae<br />

21. Erythroxylum simonis Plowman guarda-orvalho, piranha<br />

Flacourtiaceae<br />

22. Casearia guianensis Urb. café-bravo<br />

Myrtaceae<br />

23. Myrcia sp. canela-de-veado<br />

Mimosaceae<br />

24. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico<br />

25. Prosopis juliflora (Sw.) D.C. algaroba<br />

26. Chloroleucon foliolosum (Benth.) J.P. Lewis jurema-branca<br />

27. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir jurema-de-imbira<br />

28. Mimosa hostilis Benth. jurema-preta


27<br />

Quadro 2. continuação<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

29. Piptadenia zehntneri Harms angico-monjolo<br />

Malvaceae<br />

30. Abutilon sp. -<br />

31. Malvestarum scaberum Jaccke. -<br />

Papilonaceae<br />

32. Lonchocarpus campestris Benth. rabo-de-cavalo<br />

33. Erythrina velutina Willd. mulungu<br />

34. Indigofera suffruticiosa Mill. anil<br />

Rubiaceae<br />

35. Tocoyena formosa Schum. jenipapo-bravo<br />

36. Guettarda platypoda DC. angélica<br />

Rhamnaceae<br />

37. Ziziphus joazeiro Mart. juazeiro<br />

38. Rhamnidium molle Reissek. -<br />

Rutaceae<br />

39. Zanthoxylum hiemale A. St.-Hil. limão-bravo<br />

Sapotaceae<br />

40. Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) Penn. quixabeira<br />

Sterculiaceae<br />

41. Helicteris erchleri K. Schum. -<br />

42. Melochia tomentosa L. maria-preta<br />

Solanaceae<br />

43. Solanum paniculatum L. jurubeba<br />

44. Nicotiana glauca Grah. oliveira<br />

Verbenaceae<br />

45. Lantana camara L. camará, chumbinho<br />

46. Vitex gardnerianum Schauer -<br />

47. indeterminada 1 chorão<br />

48. indeterminada 2 pau-caixão


28<br />

Fabricante; Andrade (2007) efetuaram um levantamento florístico e<br />

fitossociológico em Santa Luzia (localizada no rebordo ocidental do Planalto da<br />

Borborema, o Seridó Ocidental Paraibano) (Quadro 3).<br />

Quadro 3. Relação das espécies encontradas em Santa Luzia-PB.<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

Ancardiaceae<br />

1. Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira<br />

2. Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro<br />

Apocynaceae<br />

3. Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro<br />

Burseraceae<br />

4. Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Umburana<br />

Cactaceae<br />

5. Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley Xique-xique<br />

Cochlospermaceae<br />

6. Cochlospermum cf. vitifolium (Willd.) Spreng. Algodão bravo<br />

Combretaceae<br />

7. Combretum leprosum Mart. Mofumbo<br />

Euphorbiaceae<br />

8. Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm. Favela<br />

9. Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro<br />

10. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão<br />

Fabaceae<br />

11. Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico<br />

12. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó<br />

13. Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira<br />

14. Mimosa adenophylla Taub. Jurema<br />

amorosa<br />

15. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta<br />

16. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca


29<br />

Consoante Araújo et al. (2008) em Catolé do Rocha (localizada na<br />

mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano), a vegetação caracteriza por se apresentar<br />

constituída, sobetudo, de maniçoba (Manihot sp.), baraúnas, Spondia misturadas<br />

com Guipás (Opuntia inamoema), espécies de cactáceas, Croton, Mimosa,<br />

Euphorbiaceae, Caesalpinaceae e diversas espécies de bromélias.<br />

Diante disso, os autores supracitados, apresentaram um levantamento com<br />

16 espécies de <strong>plantas</strong> encontradas na microrregião de Catolé do Rocha (Quadro 4).<br />

Quadro 4. Plantas da região de Catolé do Rocha-PB.<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

Fabaceae-Leguminosae<br />

1. Prosopis juliflora DC. Algaroba<br />

Leguminosae-Mimosoideae<br />

2. Anademathera colubrina Angico<br />

3. Pithecolobium dumosum Benth Jurema branca<br />

4. Mimosa tenuiflora Wild Poiret Jurema preta<br />

5. Enterolobium contortisiliquum Morong Timbauba<br />

Anacardiaceae<br />

6. Myracrodruon urundeuva Aroeira<br />

7. Spondias macrocarpa Cajarana<br />

8. Spondias mombim Cajazeira<br />

9. Anacardium occidentale Cajueiro<br />

Leguminosae- Caesalpinoideae<br />

10. Caesalpinia pyramidalis Caatingueira<br />

11. Senna spectabilis Canafístula<br />

12. Caesalpinia férrea Jucá<br />

Rhmnaceae<br />

13. Ziziphus joazeiro Juazeiro<br />

Meliaceae<br />

14. Azadirachta indica A. Juss Nim<br />

Chrysobalanaceae<br />

15. Licania rígida Oiticica


30<br />

Quadro 4. continuação<br />

Família/Espécie<br />

Nome popular<br />

Mimosaceae<br />

16. Mimosa caesalpiniifolia Sabiá<br />

2.2 Plantas <strong>medicinais</strong> e a fitoterapia<br />

Há muito tempo, as <strong>plantas</strong> têm sido <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> a manutenção da saúde<br />

do indivíduo, a qual constitui uma importante fonte de informação <strong>para</strong> a obtenção<br />

de uma variedade de drogas (JAMES et al., 2007).<br />

Etimologicamente, a fitoterapia é formada por dois radicais de origem grega:<br />

phyton (planta) e therapeía (tratamento) (TESKE; TRENITINI apud LIMA JÚNIOR,<br />

2005). A fitoterapia é uma área do conhecimento na qual se busca a cura das<br />

doenças através das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. É um produto da tradição popular<br />

amplamente difundida através dos raizeiros, curandeiros e benzedeiras. Contudo, as<br />

também são amplamente <strong>utilizadas</strong> pelas famílias, principalmente em forma de chás,<br />

infusões e lambedores. O uso dessas espécies vegetais com fins terapêuticos<br />

remonta ao início da civilização humana, confundindo-se com a própria origem do<br />

ser humano (DANTAS; GUIMARÃES, 2006).<br />

O primeiro manuscrito conhecido a respeito desta prática é datado de 1500<br />

a.C. um papiro egípcio (Papiro de Ebers, nome do egiptólogo alemão Georg Ebers).<br />

Este contém cerca de 800 receitas e refere-se a mais de 700 drogas, incluindo<br />

babosa, absinto, hortelã, meimendro, mirra, cânhamo, óleo de rícino e mandrágora.<br />

Com esses ingredientes, os egípcios pre<strong>para</strong>vam várias decocções, vinhos e<br />

infusões, além de pílulas, ungüentos e emplastros (COSTA, 2008; LIMA JÚNIOR,<br />

2005).<br />

De acordo com a resolução nº 17/00 da ANVISA (Agência Nacional de<br />

Vigilância Sanitária), fitoterápico pode ser definido como:<br />

“medicamento farmacêutico obtido através de processos<br />

tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente<br />

matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa,<br />

paliativa ou <strong>para</strong> fins de diagnóstico. É caracterizado pelo<br />

conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela<br />

reprodutibilidade e garantia de sua qualidade. Não se considera<br />

fitoterápico aquele produto que, na sua composição, inclua


31<br />

substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as<br />

associações destas com extratos vegetais” (BRASIL, 2000).<br />

Os fitoterápicos podem conter excipientes, além dos ingredientes ativos. Se<br />

ao material vegetal estão associadas substâncias ativas, definidas do ponto de vista<br />

químico, sintéticas ou isoladas de <strong>plantas</strong>, o produto final não é considerado um<br />

fitoterápico. Assim, planta medicinal não é fitoterápico. Fitoterápico é medicamento<br />

vegetal, que, como tal, está submetido aos preceitos éticos enunciados pela<br />

Organização Médica Mundial e aos requisitos legais definidos pela legislação, no<br />

caso do Brasil é regulamentada pela ANVISA (RATES, 2001; BRASIL, 2000).<br />

Inegavelmente, as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e os fitoterápicos têm um papel<br />

importante na terapêutica. Entretanto, a ideia básica da indicação do uso de<br />

fitoterápicos na medicina humana não é substituir medicamentos já registrados e<br />

comercializados com eficácia comprovada, mas sim, aumentar a opção terapêutica<br />

dos profissionais de saúde, ofertando medicamentos equivalentes, também<br />

registrados e com eficácia comprovada, <strong>para</strong> as mesmas indicações terapêuticas e,<br />

eventualmente, com indicações complementares às existentes (RATES, 2001).<br />

Entretanto, são vistas na maioria das vezes pela população como uma alternativa<br />

aos elevados custos dos medicamentos convencionais e não como uma opção<br />

terapêutica devido às propriedades curativas das <strong>plantas</strong> (SANTOS et al., 2009a).<br />

Contudo, o uso desses recursos naturais é estimulado, muitas vezes, de<br />

maneira pouco criteriosa. Os conhecimentos empíricos acumulados no passado,<br />

advindos da tradição cultural aliado aos científicos desenvolvidos ao longo do tempo,<br />

mostram que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e os medicamentos fitoterápicos também podem<br />

causar efeitos adversos, apresentar toxicidade e contra-indicações de uso. O<br />

princípio de que o benefício advindo da utilização de um produto com finalidade<br />

medicamentosa deve superar seu risco potencial deve ser aplicado também aos<br />

produtos da medicina tradicional/popular (ALEXANDRE et al., 2005).<br />

O aumento do uso indiscriminado desses recursos naturais, aliado ao<br />

conhecimento limitado sobre a ação dessas <strong>plantas</strong>, faz surgir questionamentos<br />

acerca da eficácia e segurança da utilização de fitoterápicos, assim, <strong>para</strong> garantir<br />

melhores respostas a estas lacunas, questionamentos, os ensaios clínicos devem<br />

ser conduzidos de acordo com alguns requisitos fundamentais: os medicamentos<br />

fitoterápicos devem ser elaborados com extratos padronizados, ou seja, com


32<br />

constituintes químicos conhecidos tanto do ponto de vista qualitativo como<br />

quantitativo; deve-se realizar um diagnóstico preciso dos pacientes a serem<br />

incluídos no ensaio; a população de estudo deve ser adequada <strong>para</strong> que os<br />

resultados possam ser extrapolados <strong>para</strong> a população total; os processos de<br />

randomização e cegamento devem ser adequados <strong>para</strong> minimizar os vieses e a<br />

superestimativa dos resultados (ALEXANDRE et al., 2005).<br />

Contudo, segundo Toledo et al. (2003) como etapa prévia ao desenvolvimento<br />

de fitoterápicos faz-se necessário a realização de estudos etnobotânicos, os quais<br />

segundo Rodrigues; Carvalho (2001) são estudos concernentes à relação mútua<br />

entre populações tradicionais e as <strong>plantas</strong>, apresentando como característica básica<br />

de estudo, o contato direto com as populações tradicionais, procurando uma<br />

aproximação e vivência com o fim de resgatar todo conhecimento possível sobre a<br />

relação de afinidade entre o homem e as <strong>plantas</strong> de uma comunidade.<br />

De posse do levantamento etnobotânico, define-se espécie vegetal a ser<br />

estudada, bem como o local da coleta. Nesta fase inicial do trabalho científico, o<br />

pesquisador deve estar completamente inteirado da literatura sobre a planta<br />

escolhida, Seqüencialmente, coleta-se um espécime da planta, pre<strong>para</strong>-se uma<br />

exsicata e faz-se a identificação botânica e o registro em um museu ou herbário. A<br />

segunda etapa de coleta, destinada ao estudo fitoquímico (o qual compreende as<br />

etapas de isolamento, elucidação estrutural e identificação dos constituintes mais<br />

importantes do vegetal, principalmente de substâncias originárias do metabolismo<br />

secundário, responsáveis, ou não, pela ação biológica), nesta etapa, escolhe-se a<br />

parte da planta que será investigada (raiz, cascas do caule, caule, galhos, folhas,<br />

flores, frutos). Posteriormente, são realizados ensaios de atividade biológica <strong>para</strong><br />

investigar a atividade farmacológica e toxicológica das substâncias isoladas, de<br />

frações obtidas ou extratos totais da droga vegetal (TOLEDO et al., 2003; MACIEL;<br />

PINTO; VEIGA JÚNIOR, 2002).<br />

2.3 Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> na odontologia<br />

Na literatura, é possível encontrar relatos sobre a utilização de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Estas apresentam propriedades antiinflamatórias,<br />

anti-hemorrágicas, analgésicas, dentre outras. Como exemplo, pode-se citar: os<br />

óleos de cajueiro (Anacardium occidentale L.) e do cravo (Eugenia caryophyllata T.),


33<br />

indicados <strong>para</strong> odontalgias, a romã (Punica granatum Linn) que possui atividade<br />

antimicrobiana sobre o Streptococcus mutans, micro-organismo associado à<br />

formação do biofilme dental, além de apresentar atividade antisséptica e antibiótica<br />

usadas no tratamento de gengivite e feridas <strong>bucais</strong> (LIMA JÚNIOR, 2005).<br />

Oliveira et al. (2007) realizaram uma extensa revisão de literatura acerca de<br />

indicações de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na odontologia em afecções como cáries,<br />

estomatites, gengivites, periodontites e outras. Foram encontradas 132 espécies,<br />

distribuídas em 52 Famílias Botânicas, citadas como úteis no tratamento de<br />

afecções odontológicas. As <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais indicadas foram Punica<br />

granatum L. (10 citações), Althaea officinalis L. (8), Salvia officinalis L. (8), Calêndula<br />

officinalis L. (8), Malva sylvestris L. (7) e Plantago major L. (6).<br />

Cavalcante et al. (2010), realizou um levantamento etnobotânico em sete<br />

cidades da 1ª regional de saúde do Estado da Paraíba, as <strong>plantas</strong> mais citadas<br />

pelos usuários de serviços públicos de saúde, raizeiros e os cirurgiões-dentistas,<br />

foram a romã (Punica granatum), o cajueiro roxo (Anacardium occidentale), aroeira<br />

(Schinus terebinthifolius), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), dentre outras.<br />

Buffon et al. (2001) realizaram um estudo in vitro com o fim de investigar a<br />

eficácia dos extratos de Malva sylvestris, Calêndula officinalis, Plantago major e<br />

Curcuma zedoarea no controle do crescimento das bactérias da biofilme dentário,<br />

com<strong>para</strong>ndo os extratos com a solução de Digluconato de Clorexidina a 20 %, que é<br />

comprovadamente eficiente no controle da placa bacteriana, atuando de forma<br />

bactericida e bacteriostática. Ao fim do estudo, percebeu que esses extratos<br />

apresentaram um comportamento de inibição total e parcial em torno de 60% das<br />

repetições, mostrando, portanto, que apresentam propriedades de possível controle<br />

no crescimento das bactérias do biofilme dentário. A solução de Digluconato de<br />

Clorexidina a 20% apresentou resultado 100% positivo como era esperado, inibindo<br />

o crescimento bacteriano.<br />

A utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> no tratamento das doenças <strong>bucais</strong> pode ser<br />

um método com inúmeras vantagens em relação ao tratamento alopático tradicional,<br />

uma vez que o Brasil é um país onde a maioria da população, não tem acesso a<br />

compra de produtos farmacêuticos sintéticos (FRANÇA et al., 2007).<br />

A seguir, serão apresentadas algumas das <strong>plantas</strong> mais <strong>utilizadas</strong> na<br />

odontologia, conforme o Quadro 5.


34<br />

Quadro 5. Alguma espécies com indicação <strong>para</strong> a odontologia<br />

Nome da espécie Nome popular Fontes<br />

Punica granatum<br />

Romã<br />

Santos et al. (2009a);<br />

Lima Júnior et al. (2005)<br />

Anacardium occidentale Cajueiro roxo<br />

Santos et al. (2009a);<br />

Lima Júnior et al. (2006)<br />

Ximenia americana<br />

Ameixa Lima Júnior et al. (2006)<br />

Stryphnodendron<br />

adstringens<br />

Schinus terebinthifolius /<br />

Myracruoduon urundeuva<br />

Barbatimão<br />

Aroeira<br />

Santos et al. (2009a)<br />

Santos et al. (2009a);<br />

Alves et al. (2009)<br />

2.3.1 Punica granatum L.<br />

A Punica granatum L. é uma planta da família Punicaceae, popularmente<br />

conhecida como romã. É uma árvore, originária da região do mediterrâneo,<br />

apresenta folhas simples e flores isoladas. Fruto tipo baga, redondo, casca de<br />

textura semelhante ao couro, amarela ou avermelhada, contendo inúmeras<br />

sementes e de sabor doce, levemente acidulado (MENEZES, 2004).<br />

Figura 2 – Punica granatum Linn<br />

(cedida pelo Prof. Fábio Sampaio)<br />

A romã e suas partes (folhas, casca de caule e frutos) são <strong>utilizadas</strong> no<br />

tratamento de infecções da garganta, rouquidão e febre. No entanto, podem ser


35<br />

<strong>utilizadas</strong> ainda como antisséptico e antiviral em processos inflamatórios da mucosa<br />

oral (MATOS apud MENEZES, 2004).<br />

Conforme indicação popular e de cirurgiões-dentistas, este vegetal tem ação<br />

cicatrizante e é frequentemente utilizada no tratamento de afecções <strong>bucais</strong>, como a<br />

gengivite. Para tanto, é feito o cozimento da casca da P. granatum L. e utilizado na<br />

forma de bochechos (LIMA JÚNIOR et al. 2006).<br />

A P. granatum L. é rica em compostos fenólicos (antioxidantes) como<br />

antocianinas, flavonóides e ácidos fenólicos (JARDINI, 2005).<br />

Machado et al. (2002), realizaram o fracionamento do extrato acetato de etila<br />

de frutos de Punica granatum, guiado por ensaios antimicrobianos frente a colônias<br />

de Staphylococcus aureus resistentes, conduzindo ao isolamento e à determinação<br />

estrutural do tanino elágico punicalagina – substância responsável pela atividade<br />

antimicrobiana – através de CLAE/UV (análise de cromatografia líquida de alta<br />

eficiência acoplada a detector de feixe de fotodiodos) e RMN de 1 H (ressonância<br />

magnética nuclear de 1 H).<br />

Menezes (2004) utilizou o extrato hidroalcóolico da Punica granatum L. <strong>para</strong><br />

testar o efeito inibitório deste, frente às bactérias do biofilme dental em pacientes<br />

portadores de aparelhos ortodônticos. Para tanto, a amostra de 60 pessoas foi<br />

dividida em três grupos, dos quais um realizou o bochecho com o extrato da romã,<br />

outra com a clorexidina e o grupo controle com água destilada. Ao fim do estudo,<br />

percebeu-se que o extrato obteve ação antimicrobiana semelhante ao observado<br />

com a clorexidina.<br />

Catão et al. (2005) utilizou diferentes concentrações do extrato etanólico da P.<br />

granatum frente a 17 amostras de S. aureus, sendo uma amostra ATCC (American<br />

Type Culture Collection) e 16 amostras de origem humana, obtidas de diferentes<br />

processos infecciosos, de pacientes ambulatoriais. Percebeu-se nesse estudo que<br />

todas as 17(100%) cepas apresentaram sensibilidade ao extrato, na concentração<br />

de 10%, e que a sensibilidade decaia à medida que aumentava a diluição do extrato.<br />

De modo que, o extrato de romã a 5% foi capaz de inibir 16 (94,1%), a 2,5% inibiu<br />

15 (88,2%), a 1,25% inibiu 13 (76,5%) e a 0,62% inibiu 5 (29,4%) das cepas<br />

testadas.<br />

Pereira et al. (2006b) verificou a ação do extrato hidroalcoólico de Punica<br />

granatum sobre espécies de microrganismos aeróbios predominantes no biofilme<br />

supragengival; Streptococcus mitis, S. mutans, S. sanguis, S. sobrinus e


36<br />

Lactobacillus casei. Os resultados demonstram a eficácia do extrato da romã sobre<br />

as linhagens ensaiadas. Todas as linhagens são sensíveis ao extrato hidroalcoólico<br />

de P. granatum. Observou-se que halos de inibição variaram de 10 a 25 mm,<br />

considerado como ativo, o extrato que mostrou halos de inibição superior a 15 mm.<br />

A inibição do crescimento apresentou-se homogênea, de acordo com o grau de<br />

concentração do extrato hidroalcoólico da planta em estudo. Houve assim, uma<br />

diminuição proporcional do diâmetro dos halos à medida que concentração do<br />

extrato foi diminuída.<br />

Vasconcelos et al. (2006) testaram o efeito antimicrobiano do gel da P.<br />

granatum frente a cepas bacterianas de Streptococcus mutans (ATCC 25175), S.<br />

sanguis (ATCC 10577) S. mitis (ATCC 9811), S. mutans isolado clinicamente (CI) e<br />

a Candida albicans isolada ou em associação. Foram realizadas diluições do gel<br />

<strong>para</strong> se determinar a concentração inibitória mínima (CIM). Percebeu-se que a CIM<br />

de aderência do gel contra os organismos teste foram: 1:16 <strong>para</strong> S. mutans (ATCC),<br />

S. mutans (CI) e S. sanguis; 1:128 <strong>para</strong> S. mitis e 1:64 <strong>para</strong> C. albicans. Os<br />

resultados desse estudo sugeriram a utilização desse agente fitoterápico no controle<br />

da aderência de diferentes micro-organismos na cavidade bucal.<br />

2.3.2 Anacardium occidentale L.<br />

A árvore do cajueiro roxo (Anacardium occidentale L.) é brasileira, tipicamente<br />

nordestina da família das Anacardiaceae, rica em taninos, os quais lhe conferem<br />

atividades antibióticas, antiinflamatórias e hemostáticas importantes. A decocção das<br />

cascas e a infusão das folhas são usadas como tônico, antidiabético e antiinflamatóro.<br />

Esta planta também possui a capacidade de impedir a formação da<br />

placa bacteriana bucal. (SILVA. et al. 2004; MELO et al., 2006).


37<br />

Figura 3 - Anacardium occidentale L.<br />

Fonte: http:// marusko.googlepages.com/.../Cajueiro-full.jpg<br />

Consoante Lima Júnior et al. (2006) o cajueiro é usado como depurativo,<br />

cicatrizante e adstringente, indicado <strong>para</strong> feridas e úlceras da boca, na forma de<br />

cozimento de suas cascas.<br />

No estudo etnobotânico realizado por Santos et al. (2009a) no município de<br />

João Pessoa-PB, o cajueiro roxo foi a segunda planta mais utilizada pelos usuários<br />

do serviço público de saúde – sendo a romã a mais comercializada – e uma das<br />

<strong>plantas</strong> mais comercializadas pelos raizeiros (erveiros), cuja principal indicação foi<br />

<strong>para</strong> o tratamento de processo inflamatórios, através da ingestão da infusão<br />

pre<strong>para</strong>da.<br />

Araújo et al. (2005) avaliaram a atividade antifúngica in vitro, do extrato do A.<br />

occidentali Linn sobre as leveduras do gênero Candida, C.albicans, C. stellatoidea,<br />

C. krusei e C. tropicalis, frequentemente associadas à candidoses <strong>bucais</strong>, em estudo<br />

com<strong>para</strong>tivo com o gluconato de clorexidina a 0,12%, ao fim dos ensaios<br />

laboratoriais, percebeu-se que o gluconato de clorexidina apresentou atividade<br />

antifúngica sobre todas as leveduras testadas e o extrato foi eficaz frente ao C.<br />

tropicalis e ao C. stellatoidea.<br />

Pereira et al. (2006c) realizaram um estudo com<strong>para</strong>tivo entre a atividade<br />

antimicrobiana do extrato do caule do cajueiro, com<strong>para</strong>ndo com o gluconato de<br />

clorexidina (0,12%) frente a três linhagens de bactérias cariogênicas e formadoras


38<br />

do biofilme supragengival, o Streptococcus mitis, Streptococcus mutans e o<br />

Streptococcus sanguis, os resultados mostraram a ação inibitória efetiva de ambas<br />

as substâncias. Os autores observaram ainda, que a maior eficácia do extrato foi<br />

frente ao S. sanguis, o agente mais importante na fase inicial de bactérias deposição<br />

do biofilme. Assim, a utilização desse extrato, pode tornar-se uma alternativa durante<br />

o processo de formação do biofilme bacteriano.<br />

Melo et al. (2006) verificaram a toxicidade do extrato bruto seco (EBS) do<br />

cajueiro em cães. Para tanto, foi determinado previamente, os parâmetros<br />

hematológicos e bioquímicos do sangue destes animais, <strong>para</strong> em seguida ser<br />

realizado os ensaios toxicológicos. Durante quatro semanas, estes receberam 126<br />

mg/kg (nove vezes a dose de uso popular). Ao fim do experimento novas amostras<br />

de sangue foram coletadas com fins de determinação dos parâmetros hematológicos<br />

e bioquímicos. Os resultados obtidos demonstraram que o EBS alterou os<br />

parâmetros hematológicos e bioquímicos observados <strong>para</strong> a elevação das enzimas<br />

hepáticas AST (aspartato transaminase) e ALT (alanina transaminase), indicando<br />

anormalidade na função hepática. Os demais parâmetros apresentaram níveis<br />

normais. No entanto, vinte e um dias após o tratamento os níveis retornaram ao<br />

normal. Assim, percebe-se que <strong>para</strong> o registro do fitomedicamento é necessária a<br />

comprovação de sua eficácia e ausência de toxicidade frente a ensaios pré-clínicos<br />

e clínicos.<br />

2.3.3 Ximenia americana L.<br />

A Ximenia americana é uma planta da família das Olacaceae, popularmente<br />

conhecida como ameixa. É uma planta cosmopolita tropical com ocorrência silvestre,<br />

no nordeste do Brasil, utilizada na medicina popular, principalmente, <strong>para</strong> o<br />

tratamento da dor de estômago, sífilis, reumatismo, câncer e infecções <strong>bucais</strong>. A sua<br />

casca, avermelhada e lisa, apresenta diversas atividades e vem sendo usada <strong>para</strong><br />

diversos fins tais como: tratamento da hanseníase, malária, cefaléia, moluscicida,<br />

infecções da pele, cicatrização, hemorróidas e inflamações das mucosas.<br />

(BRASILEIRO et al., 2008).


39<br />

A<br />

B<br />

Figura 4A – caule lenhoso<br />

(Fonte: BRASILEIRO et al., 2008)<br />

Fig. 4B – folha e frutos da X. americana<br />

O bochecho com a casca cozida tem sido utilizado durante o processo de<br />

cicatrização de feridas <strong>bucais</strong> (LIMA JÚNIOR et al., 2006).<br />

A análise fitoquímica de extratos da X. americana, indicaram a presença de<br />

saponinas, glicosídeos cardiotônicos, flavonóides e taninos (JAMES et al., 2007;<br />

OGUNLEYE; IBITOYE, 2003).<br />

Para Ogunleye; Ibitoye (2003) os taninos apresentam propriedades antiinflamatórias,<br />

os flavonóides, compostos fenóis naturais, possuem atividades<br />

biológicas, incluindo efeitos anti-inflamatório, antialérgico, antibióticos e<br />

vasoprotetores e os glicosídeos cardiotônicos possuem atividade antimicrobiana.<br />

James et al. (2007) com<strong>para</strong>ram a atividade antimicrobiana de extratos<br />

aquosos e metanólicos de X. americana (casca do caule, folhas e raiz) frente a<br />

microorganismos patogênicos isolados de pacientes no Departamento de<br />

Microbiologia da Universidade de Ahmadu Bello, na Nigéria (Staphylococcus aureus,<br />

Salmonella typhi, Escherischia coli, Shigella flexneri e Klebsiella pneumoniae). A<br />

atividade do extrato metanólico da raiz foi mais pronunciada em K. pneumoniae e S.<br />

aureus, principalmente, quando com<strong>para</strong>da com o extrato metanólico das folhas e<br />

do caule. Não existiu diferença significativa entre a atividade do extrato metanólico e<br />

aquoso das folhas e caule frente à S. flexneri. No entanto, a E. coli e a S. typhi, não<br />

foram afetadas pelos extratos. A atividade antimicrobiana observada pode ser<br />

atribuída à presença de taninos e flavonóides.<br />

Maikai; Kobo; Adaudi (2008) avaliaram o efeito do extrato aquoso da casca do<br />

caule da X. americana em camundongos, divididos aleatoriamente em três grupos<br />

de três e um quarto grupo controle. Os extratos foram administrados<br />

intraperitonealmente / oral em doses de 10, 100 e 1000 mg/kg de peso corporal. Os


40<br />

resultados revelaram nenhuma morte com doses até 5000 mg/kg de peso corporal.<br />

No entanto, as reações iniciais incluíram agitação, inquietação, falta de apetite e<br />

atividade reduzida mais tarde, durante as primeiras 24 horas da administração do<br />

extrato. Os sintomas foram dose-dependentes e com sinais evidentes com doses<br />

crescentes. Após o ensaio, os animais foram sacrificados e realizaram-se exames<br />

hematológicos e histopatológicos, os quais não revelaram danos significantes em<br />

virtude da administração do extrato, sugerindo que este extrato não apresenta<br />

elevado efeito tóxico sobre os camundongos.<br />

2.3.4 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville<br />

O Stryphnodendron adstringens, é uma espécie da familía Leguminosae-<br />

Mimosoidae, também conhecido popularmente como “barbatimão”, é uma planta<br />

nativa da região do cerrado do Brasil (ORLANDO, 2005; SANTOS et al., 2009b).<br />

Segundo Souza, et al. (2007), a casca do S. adstringens possui taninos como<br />

metabólitos secundários primordiais, responsáveis pela atividade antimicrobiana e<br />

cicatrizante. Soares et al. (2008) acrescenta ainda, a presença de outras<br />

propriedades, como: ação hemostática e anti-diarréica.<br />

Figura 5 - Stryphnodendron adstringens (Mart.)<br />

Fonte: http://<strong>plantas</strong>-<strong>medicinais</strong>.me/.../2009/06/espiga2.jpg<br />

No levantamento feito por Santos et al. (2009a) com raizeiros (erveiros) de<br />

João Pessoa-PB, constatou-se que o barbatimão era a planta medicinal mais<br />

comercializada por estes e uma das mais indicadas <strong>para</strong> o sangramento gengival.


41<br />

Souza et al.(2007) avaliaram os metabólitos responsáveis pela atividade<br />

antioxidante e antimicrobiana de extratos da casca de S. adstringens, com base na<br />

composição fenólica da casca e pelos usos populares variados que apresenta. A<br />

presença de taninos nos extratos foi verificada por cromatografia em camada<br />

delgada com<strong>para</strong>tiva (CCDC), a avaliação da atividade antimicrobiana foi testada<br />

frente a Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli. A<br />

capacidade antioxidante dos extratos foi determinada por cromatografia em camada<br />

delgada (CCD) e a capacidade de seqüestro de radicais livres foi quantificada por<br />

espectrofotometria. A CCDC dos extratos da casca de S. adstringens confirmou a<br />

presença de substâncias fenólicas derivadas da classe dos taninos. A cromatografia<br />

revelada com DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) revelou atividade antioxidante na<br />

região onde foram identificadas as manchas referentes aos derivados de taninos. A<br />

atividade antimicrobiana foi comprovada <strong>para</strong> os extratos polares pela formação de<br />

halos de inibição de crescimento bacteriano e a bioautografia revelou atividade na<br />

região onde foram identificadas as manchas de derivados tânicos. Assim, foi<br />

determinado que extratos da casca de S. adstringens apresentaram atividades<br />

antioxidante e antimicrobiana devido aos metabólitos secundários derivados da<br />

classe de taninos, os quais são os principais constituintes desta droga-vegetal.<br />

Santos et al. (2009b) avaliaram os extratos aquosos e etanólicos do<br />

barbatimão frente a bactérias e fungo patogênicos da cavidade oral, Streptococcus<br />

mutans (ATCC 70069), Staphylococcus aureus (ATCC 12692), Actinobacillus<br />

actinomycetemcomitans (ATCC 29522) e Candida albicans (ATCC 18804). Após os<br />

ensaios in vitro, verificou-se que o S. mutans, S. aureus e A. actinomycetemcomitans<br />

tiveram o crescimento inibido por os extratos testados. No entanto, o extrato aquoso<br />

não conseguiu mostrar a eficácia significativa contra a C. albicans, apenas o extrato<br />

etanólico mostrou atividade antifúngica considerável <strong>para</strong> este fungo.<br />

Orlando (2005) avaliou a atividade antimicrobiana do extrato hidroalcoólico<br />

bruto da casca do barbatimão frente a micro-organismos de cepas padronizadas<br />

(ATCC) e isolados bacterianos (IB): Enterococcus faecalis (ATCC 19433), Kocuria<br />

rhizophila (ATCC 9341), Escherichia coli (ATCC 14948), Neisseria gonorrhoeae<br />

(ATCC 49226), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Shiguella flexineri (ATCC<br />

12022), Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Candida albicans (ATCC 10231),<br />

Candida krusei (ATCC 6258), Klebsiella pneumoniae (IB), Pseudomonas aeruginosa<br />

(IB) e Staphylococcus aureus (IB). Os resultados revelaram atividade antimicrobiana


42<br />

do extrato frente a todos os micro-organismos testados. Pela técnica da<br />

concentração inibitória mínima (CIM), o extrato apresentou atividade antimicrobiana<br />

com uma CIM variando de 70 a 200 µg/mL, sendo os resultados mais eficientes<br />

sobre as leveduras, N. gonorrhoeae e P. aeruginosa.<br />

Soares et al. (2008) testaram o extrato hidroalcoólico bruto do barbatimão<br />

sobre as cepas padrão Enterococcus faecalis (ATCC 4082), Streptococcus salivarius<br />

(ATCC 25975), Streptococcus sanguinis (ATCC 10556), Streptococcus mitis (ATCC<br />

49456), Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus sobrinus (ATCC<br />

33478) e Lactobacillus casei (ATCC 11578), sendo o controle positivo feito com o<br />

gluconato de clorexidina. Após a análise laboratorial, verificou-se que o extrato<br />

hidroalcoólico de barbatimão apresentou atividade antibacteriana sobre todos os<br />

microrganismos testados, sendo que os melhores resultados foram <strong>para</strong> as cepas S.<br />

mitis e L. casei, os quais tiveram inibição do crescimento na menor concentração<br />

testada do extrato (350µg/mL). Assim, os resultados indicaram que o extrato<br />

hidroalcoólico bruto do barbatimão pode ter potencial antibacteriano <strong>para</strong> uso na<br />

prevenção da cárie dentária, uma vez que, o S. mitis é uma das primeiras bactérias<br />

que são aderidas ao esmalte, juntamente com o S. sanguis, favorecendo a<br />

colonização da superfície dentária por outras bactérias. Já o L. casei encontra-se<br />

nas cavidades de cárie já instaladas (BUISCHI, 2000).<br />

2.3.5 Ziziphus joazeiro Mart.<br />

O Ziziphus joazeiro Mart. é uma planta da família Rhamnaceae, popularmente<br />

conhecida como juá, uma das espécies nativas da caatinga, a qual tem sido utilizada<br />

com fins terapêuticos, sob a forma de extrato aquoso, especialmente partes do<br />

caule. Estas <strong>plantas</strong> têm o uso amplamente difundido entre gerações e são<br />

conhecidas como eficientes anti-inflamatórios, cicatrizantes, entre outras ações<br />

<strong>medicinais</strong> (SILVA, 2008).


43<br />

A<br />

B<br />

Figura 6A - Ziziphus joazeiro Mart.<br />

Figura 6B – flores dos juazeiro<br />

Fontes: http:// www.focadoemvoce.com/caatinga/fotos/juazeiro.jpg<br />

http:// upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/F...<br />

A “raspa do juá” vem sendo <strong>utilizadas</strong> desde muitos anos como dentifrício,<br />

baseado apenas nos costumes populares. O Z. joazeiro, é rico em saponina, um<br />

complexo molecular da família dos glicosídeos, o qual confere propriedades<br />

detergentes. Baseando-se nisso, incorporou-se o extrato do juá em alguns<br />

dentifrícios (BARRETO et al., 2005).<br />

No levantamento de Santos et al. (2009a), verificou-se que os raizeiros de<br />

João Pessoa-PB indicavam a utilização do juá <strong>para</strong> o tratamento de sangramentos<br />

gengivais e, os usuários o utilizavam <strong>para</strong> higienização dos dentes.<br />

A análise fitoquímica do Z. joazeiro mostrou a presença em todas as partes<br />

vegetais de saponinas, mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteróides, e açúcares.<br />

Moléculas de flavonóides estiveram presentes apenas nas folhas. Derivados<br />

cinâmicos foram observados apenas no caule de <strong>plantas</strong> adultas, moléculas de<br />

cumarinas foram encontradas exclusivamente no caule de <strong>plantas</strong> adultas. A<br />

cumarina e os derivados cinâmicos podem atuar na maximização do potencial da<br />

referida espécie <strong>para</strong> sanar gastrites e ferimentos, haja vista as cumarinas também<br />

têm propriedades antioxidantes e os derivados cinâmicos aceleram a cicatrização,<br />

ações estas, também são atribuídas às saponinas, que por sua vez apresenta ainda<br />

ação antifúngica e antibactericida (SILVA, 2008).


44<br />

Barreto et al. (2005) analisaram o potencial antimicrobiano de sete dentifrícios<br />

puros e diluídos, contendo fitoterápicos, dentre eles o Z. joazeiro, sobre bactérias<br />

recuperadas da saliva e cepas de bactérias padrão, S. mutans (ATCC 25175), S.<br />

sanguis (ATCC 10556) e L. casei (ATCC 4646). O dentifrício com extrato de juá<br />

apresentou atividade antimicrobiana contra todas as cepas testadas, apresentando<br />

halos de inibição maiores que 8 mm frentes as bactérias da saliva (dentifrício diluído)<br />

e inibição das demais cepas, quando na forma pura.<br />

Cruz et al. (2007), realizaram um estudo com extratos aquosos de quatro<br />

espécies de <strong>plantas</strong>, dentre elas o extrato do caule do Ziziphus joazeiro frente a<br />

cinco espécies de fungos patogênicos: Candida albicans (ATCC 18804), Candida<br />

guilliermondii (ATCC 6260), Trichophyton rubrum, Candida guilliermondii, Fonsecaea<br />

pedrosoi e Cryptococcus neoformans isolados clinicamente. Após os ensaios<br />

laboratoriais, verificou-se que os extratos de Ziziphus joazeiro e Caesalpinea<br />

pyramidalis (catingueira), apresentaram significativa atividade antifúngica contra as<br />

cinco espécies de fungos, quando com<strong>para</strong>dos com a anfotericina B. Avaliou-se<br />

ainda, a atividade tóxica desses extratos em ratos albinos suíços, constatando-se<br />

que estes apresentaram baixa toxicidade.<br />

2.3.6 Myracruoduon urundeuva Allemão e Schinus terebinthifolius Raddi<br />

Aroeira é uma nomenclatura comum a diversas espécies pertencentes à<br />

família Anacardiaceae, tais como, Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira vermelha;<br />

aroeira-da-praia), Schinus lenfiscifolius March. (aroeira-do-campo), Schinus molle L.<br />

(aroeira-salso), Myracrodruon urundeuva All. (aroeira-do-sertão) e Lithrea<br />

brasiliensis March. (aroeira-brava), ocasionando dificuldades à identificação dos<br />

materiais comerciais (KATO; AKISUE, 2002).<br />

A Myracrodruon urundeuva é uma espécie que ocorre naturalmente no Brasil,<br />

Paraguai, Bolívia e Argentina. No Brasil, ocorre desde o Ceará até o Paraná e Mato<br />

Grosso do Sul. A maior freqüência desta se dá na região Nordeste (LORENZI apud<br />

SILVA et al., 2002).


45<br />

A<br />

B<br />

Figura 6A – M. urundeuva<br />

Figura 6B – folhas da M. urundeuva<br />

Fonte: http://www.biologo.com.br/<strong>plantas</strong>/fichas/aroeira.html<br />

As cascas do caule de possuem propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes,<br />

empregadas em disenterias, úlceras gastroduodenais (SILVA, 2008; KATO; AKISUE,<br />

2002).<br />

A análise fitoquímica do caule e da folha de Myracrodruon urundeuva permitiu<br />

constatar que as partes analisadas possuem compostos semelhantes quanto à<br />

presença de flavonóides, mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteróides,<br />

proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas, além de açúcares. Derivados<br />

cinâmicos estiveram presentes apenas no caule (SILVA, 2008). Pode-se acrescentar<br />

ainda a presença de óleos essenciais, saponinas e taninos (KATO; AKISUE, 2002).<br />

Alves et al. (2009), avaliaram a atividade antimicrobiana, antifúngica e<br />

antiaderente in vitro dos extratos hidroalcoólicos a aroeira-do-sertão (Myracrodruon<br />

urundeuva), malva (Malva Sylvestris) e goiabeira (Psidium guajava Linn) sobre<br />

microrganismos do biofilme dental (Streptococcus mutans, Streptococcus mitis,<br />

Streptococcus sanguis, Streptococcus sobrinus, Lactobacillus casei) e candidose<br />

oral (Candida albicans, Candida tropicalis, Candida stelatoidea e Candida krusei). Ao<br />

fim dos ensaios, verificou-se que os extratos mostraram-se eficazes inibindo o<br />

crescimento das bactérias do biofilme dental e fungos da candidose oral. Sendo o L.<br />

casei mais sensível ao extrato da M. urundeuva e o S. mutans, mais sensível ao<br />

extrato da Psidium guajava Linn. Na avaliação da atividade antifúngica observou-se<br />

que o extrato da aroeira-do-sertão apresentou atividade antifúngica sobre as cepas


46<br />

de C. albicans, C. tropicalis e C. krusei. No entanto, a malva e a goiabeira<br />

apresentaram atividade antifúngica sobre as quatro cepas de Candida analisadas.<br />

A Schinus terebenthifolius Raddi é uma árvore de folhas perenes, originária<br />

da América do Sul, especialmente do Brasil, Paraguai e Argentina. Os frutos são do<br />

tipo drupa e têm coloração verde no início e depois se tornam vermelhos. Essa<br />

casca vermelha seca, transformando-se em uma espécie de concha de papel, que<br />

envolve a semente (DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ; PRADO; 2005).<br />

Figura 7 – frutos de Schinus terebinthifolius<br />

Fonte: http:// upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3f/S...<br />

A Schinus terebinthifolius Raddi é muito usada na medicina popular e<br />

atualmente como fitomedicamento pelas propriedades antimicrobiana, cicatrizante e<br />

anti-inflamatória (VASCONCELOS et al., 2005).<br />

As partes <strong>utilizadas</strong> que apresentam propriedades <strong>medicinais</strong> são: casca,<br />

folhas e frutos. Pode-se acrescentar ainda, outras indicações populares, tais como<br />

adstringente, antidiarréica, antiinflamatória, depurativa, diurética e febrífuga. Devido<br />

à composição de seus óleos essenciais, é usada no tratamento de distúrbios<br />

respiratórios. Popularmente, é empregada no tratamento da diarréia, inflamações,<br />

<strong>para</strong> promover a transpiração e a eliminação de líquidos. A casca da aroeira tem<br />

ação contra febre, hemoptises e afecções uterinas, em geral. Da casca, extrai-se<br />

óleo empregado contra tumores e doenças da córnea (BORNHAUSEN apud<br />

DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ; PRADO; 2005).


47<br />

No levantamento realizado por Santos et al. (2009a), a aroeira (S.<br />

terebinthifolius) foi uma das <strong>plantas</strong> mais vendidas pelos raizeros de João Pessoa –<br />

PB, cuja indicação era de agente cicatrizante e anti-inflamatório.<br />

Através de cromatografia, analisou-se fitoquimicamente o extrato de Schinus<br />

terebinthifolius, verificando a presença de compostos biologicamente ativos:<br />

saponinas, flavonóides, triterpenos, esteróides e taninos (JOHANN et al., 2007).<br />

Martínez Guerra et al. (2000) avaliaram a atividade antimicrobiana do extrato<br />

etanólico das folhas de Schinus terebinthifolius Raddi frente a micro-organismos:<br />

Staphylococcus aureus (ATCC 15008); Escherichia coli (ATCC 25922);<br />

Pseudomonas aeruginosa (ATCC 14207) e Candida albicans (ATCC 10231). Os<br />

resultados obtidos indicaram que a uma menor concentração do extrato (pre<strong>para</strong>do<br />

com etanol a 1%), houve inibição do crescimento de todos os micro-organismos e a<br />

resposta foi gradual de acordo com a concentração até 80% (1, 5, 15, 30, 40, 60 e<br />

80%).<br />

Johann et al. (2007) avaliaram a atividade antifúngica do extrato de oito<br />

<strong>plantas</strong>, dentre elas o extrato de S. terebinthifolius contra cinco espécies de fungos<br />

do gênero Candida: Candida albicans (ATCC 18804), C. krusei (ATCC 20298), C.<br />

tropicalis (ATCC 750), C. <strong>para</strong>psilosis (ATCC 22019), C. glabrata (ATCC 2001),<br />

Sporothrix schenckii (ATCC 20679) e Cryptococcus neoformans (ATCC 32608). Ao<br />

fim dos ensaios, verificou-se que o extrato etanólico das folhas de S. terebinthifolius<br />

exibiu potencial atividade antifúngica contra C. glabrata e S. schenckii.<br />

Johann et al. (2008) analisaram o extrato de quatro espécies de planta, dentre<br />

elas, Schinus terebinthifolius Raddi frente a oito culturas isoladas de Candida<br />

albicans coletadas da cavidade oral de pacientes com estomatite protéticas. Os<br />

resultados mostraram que as frações de etil acetato obtidas da P. granatum e S.<br />

terebinthifoliu tem potencial efeito de anti-adesividade contra as culturas de C.<br />

albicans. E a fração de etil acetato das folhas de S. terebinthifoliu inibiu o<br />

crescimento de três culturas de C. albicans.<br />

Martínez et al. (1996) verificaram a atividade antimicrobiana de 23 extratos de<br />

12 espécies de <strong>plantas</strong>, dentre elas a Schinus terebinthifolius (extratos aquosos e<br />

etanólicos da folha) frente a: Staphylococcus aureus (ATCC 15006), Bacillus subtilis<br />

(ATCC 6633), Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC<br />

14207) e Candida albicans (ATCC 10231). Os resultados demonstraram que a S.


48<br />

terebinthifolius apresentou excelente atividade antimicrobiana, particularmente o<br />

extrato etanólico. O S. aureus, inclusive, foi mais susceptível a este extrato.


49<br />

PROPOSIÇÃO


50<br />

3 PROPOSIÇÃO<br />

3.1 PROPOSIÇÃO GERAL:<br />

O presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento acerca do<br />

conhecimento popular e utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> como terapia<br />

complementar em relação à manutenção e recuperação da saúde bucal.<br />

3.2 PROPOSIÇÕES ESPECÍFICAS:<br />

• Traçar o perfil dos raizeiros e usuários dos serviços públicos de saúde<br />

encontrados em diferentes mesorregiões do estado da Paraíba;<br />

• Identificar as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> mais indicadas por<br />

raizeiros de diferentes regiões climáticas do estado da Paraíba;<br />

• Mapear as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> pelos<br />

usuários dos serviços públicos de saúde residentes em diferentes<br />

ecossistemas e regiões climáticas do estado da Paraíba;<br />

• Investigar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas dos serviços públicos<br />

quanto ao uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, fitoterápicos na Odontologia;


51<br />

MATERIAIS E MÉTODOS


52<br />

4 MATERIAIS E MÉTODOS<br />

4.1 Aspectos éticos<br />

O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do<br />

Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da<br />

Paraíba, recebendo parecer favorável <strong>para</strong> sua realização, segundo protocolo n°<br />

114/09 (ANEXO A).<br />

4.2 Seleção da amostra<br />

Para a execução desse trabalho, foi utilizada uma abordagem indutiva, com<br />

procedimento com<strong>para</strong>tivo e estatístico e técnica de pesquisa por observação direta<br />

intensiva.<br />

Baseando-se em um estudo de Santos et al. (2009a), no qual foi realizado um<br />

levantamento etnobotânico em João Pessoa-PB (cidade que faz parte da<br />

mesorregião da Zona da Mata), contemplou-se as demais mesorregiões do estado<br />

(agreste, borborema e sertão <strong>para</strong>ibanos). Para tanto, foram selecionadas cidades<br />

consideradas “centros de referência” em cada mesorregião: Sousa e Cajazeiras<br />

(mesorregião do sertão); Monteiro (mesorregião da borborema) e Campina Grande<br />

(mesorregião do agreste).<br />

Com esta amostragem geograficamente distribuída, todos os ecossistemas do<br />

estado foram contemplados.<br />

a Universo e Amostra:<br />

Raizeiros: Contou-se com uma população composta por 27 raizeiros (erveiros).<br />

Estes foram identificados nos mercados públicos das cidades e a partir do relato dos<br />

usuários. Os critérios de inclusão de voluntários raizeiros foram: a) ser referência<br />

local <strong>para</strong> o uso de <strong>plantas</strong>; ser fornecedor de matéria prima vegetal <strong>para</strong> uso de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e concordar com os termos da pesquisa (APÊNDICE D). O<br />

critério de exclusão foi o descontentamento e não concordância com os termos da<br />

pesquisa.


53<br />

Usuários: Foram entrevistados 241 usuários das unidades de saúde da famíla. A<br />

amostra do grupo de usuários foi intencional considerando os seguintes critérios:<br />

incluir usuários dos serviços de saúde integrantes de grupos adultos e idosos<br />

(hipertenso/diabético), que residem em área urbana e de zona rural); grupos etários<br />

diferentes; de ambos os sexos. Os critérios de inclusão de voluntários usuários<br />

foram: a) ser usuário do serviço de odontologia local; ter acima de 18 anos; e<br />

concordar com os termos da pesquisa. Sendo os critérios de exclusão: ter menos de<br />

18 anos e não concordar com os termos da pesquisa.<br />

Profissionais: 25 cirurgiões-dentistas do serviço público de saúde foram convidados<br />

a participar da pesquisa e responderam a perguntas de um roteiro de entrevista. Os<br />

critérios de inclusão <strong>para</strong> os profissionais participarem da pesquisa foram a<br />

concordância com o trabalho de investigação e a confirmação de atividade<br />

profissional na região. O critério de exclusão foi a não concordância com os termos<br />

da pesquisa.<br />

b Instrumentos Utilizados:<br />

Para a execução da primeira fase do estudo, foram utilizados três formulários<br />

estruturados. Um aplicado aos raizeiros (APÊNDICE A), um aos usuários do serviço<br />

público de saúde (APÊNDICE B) e outro destinado aos profissionais (APÊNDICE C).<br />

Ambos foram testados e validados previamente, fazendo as adaptações<br />

necessárias.<br />

c Coleta de dados:<br />

Os raizeiros foram entrevistados no próprio ambiente onde comercializam<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. A entrevista versou sobre as <strong>plantas</strong> com indicação terapêutica<br />

na odontologia e da mesma forma como a informação é repassada <strong>para</strong> a<br />

população. Para os usuários dos serviços públicos de saúde locais, utilizou-se um<br />

roteiro de entrevistas estruturado acerca da utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Os cirurgiões-dentistas responderam a um roteiro, o qual<br />

explorava situações prévias sobre ocorrências de <strong>problemas</strong> de ingestão de


54<br />

medicamentos indicados por cirurgiões-dentistas e médicos. Ênfase do roteiro de<br />

entrevista entre os profissionais foi com relação ao conhecimento sobre os efeitos<br />

das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> relatadas pelos pacientes.<br />

d Análise dos dados:<br />

Os dados qualitativos foram dicotomizados, quando apropriado. Os dados<br />

quantitativos foram trabalhados em números reais e percentuais. O conjunto de<br />

variáveis desta forma foi tabulado em programa estatístico SPSS versão 13.0 (SPSS<br />

Inc., EUA). A análise estatística foi basicamente do tipo descritiva com apresentação<br />

de dados percentuais e de frequência. Quando apropriado observou-se relação<br />

entre variáveis através do teste de qui-quadrado com nível de significância de 5%.


55<br />

RESULTADOS


56<br />

5 RESULTADOS<br />

A amostra contou com 293 entrevistados, destes 27 foram realizadas com<br />

raizeiros (erveiros), 241 com usuários do serviço público saúde e 25 com cirurgiõesdentistas<br />

distribuídos nos municípios da Paraíba, conforme as tabelas 1 e 2.<br />

A tabela 1 revela ainda, que a maior concentração de raizeiros (63,0%) e<br />

usuários (42,7%) foi na cidade de Campina Grande.<br />

Tabela 1 – Distribuição da amostra de raizeiros e usuários segundo os municípios<br />

pesquisados, 2009.<br />

Municípios Raizeiros Usuários<br />

n % n %<br />

Campina Grande 17 63,0 103 42,7<br />

Monteiro 4 14,8 32 13,3<br />

Sousa 3 11,1 51 21,2<br />

Cajazeiras 3 11,1 55 22,8<br />

TOTAL 27 100,0 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

A tabela 2 mostra ainda, que a maior concentração de dentistas se deu na<br />

cidade de Sousa (48,0%).<br />

Tabela 2 – Distribuição dos profissionais frente aos municípios analisados, 2009.<br />

Nome do município n %<br />

Sousa 12 48,0<br />

Cajazeiras 6 24,0<br />

Lagoa 2 8,0<br />

São José da Lagoa Tapada 2 8,0<br />

Marizópolis 1 4,0<br />

Vierópolis 1 4,0<br />

Lastro 1 4,0<br />

TOTAL 25 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.


57<br />

Na Tabela 3 são apresentados os resultados sócio-demográficos relativos ao<br />

sexo, a faixa etária e ao estado civil dos entrevistados (raizeiros, usuários e<br />

profissionais). Pode-se perceber que a faixa etária predominante <strong>para</strong> os três grupos<br />

foi de 30 a 59 anos, com percentuais de 59,3% <strong>para</strong> raizeiros, 53,1% <strong>para</strong> os<br />

usuários e 52,0% <strong>para</strong> os profissionais. Quanto ao sexo, observa-se uma variação,<br />

quanto aos raizeiros, o sexo predominante foi o masculino (63,0%), quanto aos<br />

usuários e profissionais, o sexo predominante foi o feminino, apresentando,<br />

respectivamente, 58,5% e 56,0%. O estado civil predominante foi casado,<br />

apresentando 70,4%, 50,6% e 60,0% <strong>para</strong> raizeiros, usuários e profissionais,<br />

respectivamente.<br />

Tabela 3 – Distribuição dos entrevistados segundo as características sóciodemográficos<br />

por sexo (em anos), faixa etária e estado civil, 2009.<br />

Características<br />

sócio-demográficas<br />

Raizeiros Usuários Profissionais<br />

n % n % n %<br />

Faixa etária<br />

18 a 29 6 22,2 89 36,9 12 48,0<br />

30 a 59 16 59,3 128 53,1 13 52,0<br />

60 ou mais 5 18,5 24 10 0 0<br />

Sexo<br />

Masculino 17 63,0 100 41,5 11 44,0<br />

Feminino 10 37,0 141 58,5 14 56,0<br />

Estado civil<br />

Solteiro 7 25,9 89 36,9 10 40,0<br />

Casado 19 70,4 122 50,6 15 60,0<br />

Outros 1 3,7 30 12,5<br />

TOTAL 27 100,0 100,0 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 4 são mostrados os resultados quanto ao nível de escolaridade dos<br />

raizeiros e usuários entrevistados. Destaca-se que 44,4% dos raizeiros e 23,2% dos<br />

usuários não possuem o ensino fundamental completo.


58<br />

Tabela 4 – Distribuição dos raizeiros e dos usuários segundo o nível de escolaridade,<br />

2009.<br />

Escolaridade Raizeiros Usuários<br />

n % n %<br />

Nunca estudou 8 29,6 11 4,6<br />

Fundamental incompleto 12 44,4 56 23,2<br />

Fundamental completo 1 3,7 31 12,9<br />

Médio incompleto 3 11,1 54 22,4<br />

Médio completo 3 11,1 46 19,1<br />

Curso superior incompleto 0 0 23 9,5<br />

Curso superior completo 0 0 20 8,3<br />

TOTAL 27 100,0 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto à formação dos profissionais, verificou-se que 100% formaram-se em<br />

instituições públicas de ensino, sendo a UFPB a mais citada (56,0%) e a maioria<br />

destes possuem entre 1 a 5 anos de formação (36,0%) (Tabela 5).<br />

Tabela 5 – Distribuição dos profissionais pesquisados segundo os dados<br />

relacionados com a instituição de ensino de origem e o tempo de formado (em anos),<br />

2009.<br />

Variáveis n %<br />

Instituição de ensino<br />

Público 25 100<br />

Particular 0 0<br />

Universidade de origem<br />

UFPB 14 56,0<br />

UEPB 6 24,0<br />

Outras 5 20,0<br />

Tempo de formado (anos)<br />

1 a 5 9 36,0<br />

6 a 10 6 24,0<br />

11 a 20 3 12,0<br />

21 a 25 1 4,0<br />

26 a 46 6 24,0<br />

TOTAL 25 100,0<br />

Na tabela 6 observa-se que a maioria dos profissionais entrevistados (72,0%),<br />

já havia trabalhado em outra Unidade de Saúde da Família antes. Observa-se<br />

também, que 48% trabalham também em consultório particular. Destaca-se ainda,<br />

que em 96,0% das unidades não possuem horto medicinal.


59<br />

Tabela 6 – Distribuição dos profissionais pesquisados segundo as variáveis local de<br />

trabalho anterior e atual e presença de horto medicinal na Unidade de Saúde, 2009.<br />

Variáveis n %<br />

Local de trabalho anterior<br />

Outra (USF) 18 72,0<br />

Nunca havia trabalhado 4 16,0<br />

Outros 3 12,0<br />

Local de trabalho atual<br />

USF 8 32,0<br />

USF e consultório particular 12 48,0<br />

Outros 5 20,0<br />

A Unidade de Saúde tem horto<br />

Sim 1 4,0<br />

Não 24 96,0<br />

TOTAL 25 100,0<br />

No que concerne a ocupação dos usuários entrevistados, observou-se que<br />

53,1% deste apenas trabalham. A renda média foi de até um salário mínimo <strong>para</strong><br />

46,1% (Tabela 7).<br />

Tabela 7 – Distribuição dos usuários segundo as variáveis ocupação, renda (em<br />

salário mínimo), 2009.<br />

Variável n %<br />

Ocupação<br />

Só estuda 28 11,6<br />

Só trabalha 128 53,1<br />

Estuda e trabalha 24 10,0<br />

Sem trabalho 53 22,0<br />

Outros 8 3,3<br />

Renda (salário mínimo)<br />

Sem renda 70 29,0<br />

Até 1 111 46,1<br />

2 a 3 45 18,7<br />

Mais de 3 15 6,2<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto aos raizeiros entrevistados, 77,8% não possuem outra ocupação. E,<br />

entre os que possuem outra ocupação, a agricultura foi a mais citada (7,4%) (Tabela<br />

8).


60<br />

Tabela 8 – Distribuição dos raizeiros segundo a realização de outra ocupação e<br />

classificação, 2009.<br />

Variável n %<br />

Possui outra ocupação?<br />

Não 21 77,8<br />

Sim 6 22,2<br />

Qual outra ocupação?<br />

Agricultor 2 7,4<br />

Comércio 1 3,7<br />

Motorista 1 3,7<br />

Outras 2 7,4<br />

Não tem outra ocupação 21 77,8<br />

TOTAL 27 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 9 destaca-se que 59,3% dos raizeiros possuem familiares que<br />

também vendem <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, dentre estes, o mais citado foram os pais<br />

(18,5%)<br />

Tabela 9 – Distribuição dos raizeiros segundo o envolvimento de familiares na<br />

comercialização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Variável n %<br />

Familiares vendem <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Sim 16 59,3<br />

Não 11 40,7<br />

Qual familiar vende planta medicinal?<br />

Pais 5 18,5<br />

Cônjuge 4 14,8<br />

Filhos 4 14,8<br />

Outros 3 11,2<br />

Nenhum familiar vende PM 11 40,7<br />

TOTAL 27 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto ao cultivo de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 81,5% afirmaram não cultivar ou<br />

colher <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Para aqueles que cultivam, a planta mais citada foi a malva<br />

(11,1%) (Tabela 10).


61<br />

Tabela 10 – Distribuição dos raizeiros segundo o cultivo de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Variável n %<br />

Cultiva e/ou colhe <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong>?<br />

Não 22 81,5<br />

Sim 5 18,5<br />

Que <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> são cultivadas?<br />

Malva 3 11,1<br />

Hortelã 2 7,4<br />

Romã 2 7,4<br />

Não cultiva 20 74,1<br />

TOTAL 27 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

No que concerne aos dados de procedência das <strong>plantas</strong> comercializadas,<br />

100% dos raizeiros afirmaram que adquirem as <strong>plantas</strong> através de vendedores. A<br />

maioria relatou que a procedência destas é exclusivamente da Paraíba (48,1%). Os<br />

municípios <strong>para</strong>ibanos foram os mais citados como fornecedores das <strong>plantas</strong><br />

(44,4%) (Tabela 11).<br />

Tabela 11 – Distribuição dos raizeiros segundo a comercialização de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> e dados relacionados com a procedência destas, 2009.<br />

Variável n %<br />

De quem adquire as <strong>plantas</strong>?<br />

Vendedores 27 100<br />

Procedência das <strong>plantas</strong><br />

Exclusivamente da PB 13 48,1<br />

PB e outros Estados 6 22,2<br />

Outro estado 5 18,5<br />

Não sabe informar 3 11,2<br />

Cidade fornecedora das <strong>plantas</strong><br />

Municípios da PB 12 44,4<br />

Juazeiro do Norte-CE 5 18,5<br />

Caruaru-PE 4 14,8<br />

Municípios da PB + de outros Estados 4 14,8<br />

Não sabe informar 7 25,9<br />

Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (27).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto à fonte de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 88,9% dos<br />

raizeiros relataram ter apenas uma fonte de informação. Os familiares foram citados<br />

como a fonte desse conhecimento por 96,3%, dentre os familiares citados, os pais<br />

foram os que mais se destacaram (77,8%) (Tabela 12).


62<br />

Tabela 12 – Distribuição dos raizeiros segundo a fonte de conhecimento sobre<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Variável n %<br />

Numero de fontes de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong><br />

Uma fonte 24 88,9<br />

Duas fontes 2 7,4<br />

Três ou mais 1 3,7<br />

Têm familiares como fonte de conhecimento?<br />

Sim 26 96,3<br />

Não 1 3,7<br />

Quais familiares repassaram este conhecimento?<br />

Pais 21 77,8<br />

Cônjuge 2 7,4<br />

Outros familiares 3 11,1<br />

Não recebeu informação de familiares 1 3,7<br />

TOTAL 27 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Em relação às <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (PM) indicadas por raizeiros, verificou-se<br />

que 96,3% dos clientes às vezes trazem o nome da espécie que faz uso, 59,5% às<br />

vezes pedem indicação sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e 85,2% dos raizeiros fazem<br />

indicação acerca das <strong>plantas</strong> que comercializam (Tabela 13).<br />

Tabela 13 – Dados relacionados com as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças<br />

<strong>bucais</strong> segundo relato dos raizeiros, 2009.<br />

Variável n %<br />

Os clientes trazem os nomes das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> que faz uso?<br />

Sim 1 3,7<br />

Às vezes 26 96,3<br />

Os clientes pedem indicação de PM <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong>?<br />

Sim 10 37,0<br />

Às vezes 16 59,3<br />

Não 1 3,7<br />

Faz indicação do uso <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Sim 23 85,2<br />

Não 4 14,8<br />

TOTAL 27 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.


63<br />

Na tabela 14 são observadas as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros<br />

na mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano. Observa-se que as espécies vegetais mais<br />

citadas foram: jurema preta (Mimosa tenuiflora Benth.), angico (Anademathera<br />

colubrina (Vell.) Brenan), pedra-ume (Myrcia salicifolia DC), quixabeira (Sideroxylon<br />

obtusifolium (Roem. & Schult.) Penn.), aroeira (Myracrodruon urundeuva All.), cada<br />

uma recebeu 83,3% das citações.<br />

Tabela 14 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> doenças<br />

<strong>bucais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong><br />

N %<br />

Jurema preta 5 83,3<br />

Angico 5 83,3<br />

Pedra-ume 5 83,3<br />

Quixabeira 5 83,3<br />

Aroeira 5 83,3<br />

Hortelã 4 66,7<br />

Alecrim 3 50,0<br />

Ameixa 3 50,0<br />

Cravo 3 50,0<br />

Cajueiro roxo 3 50,0<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 15 é possível perceber as <strong>plantas</strong> indicadas pelos raizeiros do<br />

sertão <strong>para</strong> o combate de mau hálito, as mais citadas foram: hortelã (Plectrantus<br />

amboinicus Lour), cravo (Syzygium aromaticum L.) e limão Taiti (Citrus aurantifolia<br />

(Christm.) Swingle), ambas citadas por 50,0% dos raizeiros.<br />

Tabela 15 – Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

combater mau hálito. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater mau hálito<br />

n %<br />

Hortelã 3 50,0<br />

Cravo 3 50,0<br />

Limão Taiti 3 50,0<br />

Boldo 2 33,3<br />

Eucalipto 1 16,7<br />

Anil estrelado 1 16,7<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.


64<br />

Das espécies indicadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> o tratamento de aftas e<br />

feridas, destacam-se o alecrim (Rosmarinus officinalis) e a malva (Malva sylvestris<br />

L.), ambos em 50,0% das citações (Tabela 16).<br />

Tabela 16 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar aftas/<br />

feridas. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar aftas/ feridas<br />

n %<br />

Alecrim 3 50,0<br />

Malva 3 50,0<br />

Ameixa 2 33,3<br />

Cravo 2 33,3<br />

Romã 1 16,7<br />

Limão 1 16,7<br />

Quixabeira 1 16,7<br />

Pedra ume 1 16,7<br />

Cajueiro roxo 1 16,7<br />

Não indicada planta <strong>para</strong> aftas/feridas 1 16,7<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Das espécies indicadas <strong>para</strong> o tratamento de odontalgias, destacou-se o<br />

cravo (Syzygium aromaticum L.), com 83,3% das citações dos raizeros do sertão<br />

(Tabela 17).<br />

Tabela 17– Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> odontalgias.<br />

Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> odontolagias<br />

n %<br />

Cravo 5 83,3<br />

Hortelã 3 50,0<br />

Batata purga 3 50,0<br />

Não indicada planta <strong>para</strong> odontalgia 1 16,7<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Em relação às espécies indicadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> combater o<br />

sangramento gengival, a planta mais citada foi a malva (Malva sylvestris L.), citada<br />

em 50.0% (Tabela 18).


65<br />

Tabela 18 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> combater<br />

sangramento gengival. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater<br />

sangramento gengival<br />

n %<br />

Malva 3 50,0<br />

Barbatimão 2 33,3<br />

Aroeira 2 33,3<br />

Batata doce 2 33,3<br />

Ameixa 1 16,7<br />

Jurema preta 1 16,7<br />

Pedra ume 1 16,7<br />

Não conhece planta indicada <strong>para</strong> sangramento gengival 1 16,7<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 19 verificam-se as espécies citadas pelos raizeiros do sertão <strong>para</strong> o<br />

tratamento de inflamação bucal, sendo a espécie mais citada (33,3%) o cajueiro roxo<br />

(Anacardium occidentale L.).<br />

Tabela 19 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar<br />

inflamação bucal. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar inflamação bucal<br />

n %<br />

Cajueiro roxo 2 33,3<br />

Ameixa 1 16,7<br />

Jurema preta 1 16,7<br />

Fedegoso 1 16,7<br />

Cebola branca 1 16,7<br />

Mostarda 1 16,7<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (6).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Dos raizeiros entrevistados em Monteiro (n=4), mesorregião da Borborema,<br />

verificou-se que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas por estes eram: cravo (Syzygium<br />

aromaticum), quixabeira (Sideroxylon obtusifolium), pedra-ume (Myrcia salicifolia),<br />

hortelã (Plectrantus amboinicus), citados 25,0%, cada.<br />

Das <strong>plantas</strong> com indicação <strong>para</strong> mau hálito, apenas 1 raizeiro (25,0%) soube<br />

informar. A única planta citada foi a hortelã (Plectrantus amboinicus) (25,0%). Das<br />

espécies indicadas <strong>para</strong> o tratamento de aftas e feridas encontrou-se apenas duas<br />

citações: quixabeira (Sideroxylon obtusifolium) e cauaçu (Calathea lutea) (25,0%<br />

cada). Para odontalgia, apenas duas citações foram encontradas: cravo (Syzygium


66<br />

aromaticum) e pedra ume (Myrcia salicifolia) (25,0% cada). Para sangramento<br />

gengival e inflamação bucal, nenhuma planta foi citada.<br />

A Tabela 20 retrata as espécies vegetais indicadas pelos raizeiros do agreste<br />

<strong>para</strong> o tratamento dos <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. Sendo a planta mais citada, o cajueiro roxo<br />

(Anacardium occidentale).<br />

Tabela 20 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> doenças<br />

<strong>bucais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> doenças <strong>bucais</strong><br />

n %<br />

Cajueiro roxo 10 58,8<br />

Pedra ume 9 52,2<br />

Barbatimão 7 41,2<br />

Ameixa 6 35,3<br />

Aroeira 5 29,4<br />

Cravo 4 23,5<br />

Romã 4 23,5<br />

Gengibre 3 17,6<br />

Quixabeira 3 17,6<br />

Mulungu 2 11,8<br />

Cumaru 1 5,9<br />

Hortelã 1 5,9<br />

Pinhão 1 5,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

No que concerne a indicação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pelos raizeiros do<br />

agreste <strong>para</strong> o combate ao mau hálito, observa-se que o cravo (Syzygium<br />

aromaticum) foi a espécie mais recomendada (29,4%) (Tabela 21).<br />

Tabela 21 – Distribuição das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong><br />

combater mau hálito. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater mau hálito<br />

n %<br />

Cravo 5 29,4<br />

Anil estrelado 2 11,8<br />

Eucalipto 1 5,9<br />

Hortelã 1 5,9<br />

Arruda 1 5,9<br />

Não conhece planta pra mau hálito 9 52,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />

Fonte: Próprio autor.


67<br />

De acordo com a tabela 22 é possível perceber que a espécie vegetal mais<br />

indicada <strong>para</strong> o tratamento de aftas e feridas foi a pedra ume (Myrcia salicifolia)<br />

(52,9%) (Tabela 22).<br />

Tabela 22 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar aftas/<br />

feridas. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar aftas/ feridas<br />

n %<br />

Pedra ume 9 52,9<br />

Aroeira 2 11,8<br />

Cajueiro roxo 1 5,9<br />

Romã 1 5,9<br />

Barbatimão 1 5,9<br />

Parreira 1 5,9<br />

Beduega 1 5,9<br />

Não indicada planta <strong>para</strong> aftas/feridas 5 29,4<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17). Fonte: Próprio autor.<br />

A Tabela 23 apresenta as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais indicadas pelos raizeiros<br />

do agreste <strong>para</strong> o tratamento de odontalgias, sendo a espécie que mais se destacou<br />

foi o mulungu (Erythrina velutina) (35,3%).<br />

Tabela 23– Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> odontalgias.<br />

Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> odontolagias<br />

n %<br />

Mulungu 6 35,3<br />

Cravo 2 11,8<br />

Umurana 2 11,8<br />

Pedra ume 1 5,9<br />

Pinhão 1 5,9<br />

Cumarú 1 5,9<br />

Cajueiro roxo 1 5,9<br />

Aroeira 1 5,9<br />

Hortelã 1 5,9<br />

Parreira 1 5,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na Tabela 24 são encontras as espécies vegetais indicadas pelos raizeiros do<br />

agreste <strong>para</strong> o combate de sangramento gengival, a planta mais indicada foi o<br />

cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (29,4%).


68<br />

Tabela 24 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> combater<br />

sangramento gengival. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> combater sangramento<br />

gengival<br />

n %<br />

Cajueiro roxo 5 29,4<br />

Pedra-ume 4 23,5<br />

Romã 1 5,9<br />

Ameixa 1 5,9<br />

Barbatimão 1 5,9<br />

Catingueira 1 5,9<br />

Batata doce 1 5,9<br />

Não conhece planta <strong>para</strong> sangramento gengival 4 23,5<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Com relação às <strong>plantas</strong> cuja indicação fornecida pelos raizeiros do agreste, a<br />

espécie que mais se destacou foi o cajueiro roxo (Anarcadium occidentale) (58,8%)<br />

(Tabela 25).<br />

Tabela 25 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos raizeiros <strong>para</strong> tratar<br />

inflamação bucal. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong> tratar inflamação bucal<br />

n %<br />

Cajueiro roxo 10 58,8<br />

Ameixa 5 29,4<br />

Mulungu 4 23,5<br />

Barbatimão 3 17,6<br />

Quixabeira 3 17,6<br />

Aroeira 3 17,6<br />

Umurana 1 5,9<br />

Parreira 1 5,9<br />

Copaíba 1 5,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (17).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

De acordo com a Tabela 26 nota-se na região do agreste <strong>para</strong>ibano um maior<br />

percentual de homens (50,5%) e no sertão mais mulheres (67,0%) e este foi um<br />

dado estatisticamente significante (p < 0,05).


69<br />

Tabela 26 – Distribuição dos usuários quanto ao gênero conforme as mesorregiões<br />

analisadas, 2009.<br />

Gênero<br />

Mesorregião Masculino Feminino TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Sertão 35 33,0 71 67,0 106 100,0<br />

Borborema 13 40,6 19 59,4 32 100,0<br />

p (1) = 0,037<br />

Agreste 52 50,5 51 49,5 103 100,0<br />

Total 100 41,5 141 58,5 241 100,0<br />

(*): Associação significativa a 5,0%. Fonte: Próprio autor.<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=6,576 a ; g.l.=2)<br />

Na tabela 27, observa-se predominância de usuários, cujo estado civil é o de<br />

casado na região do agreste 55,3% e um equilíbrio na região da borborema (50,0%).<br />

Esse dado foi estatisticamente significante (p < 0,05).<br />

Tabela 27 – Distribuição dos usuários quanto ao estado civil conforme as<br />

mesorregiões analisadas, 2009.<br />

Estado civil<br />

Mesorregião Solteiro Casado TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Sertão 49 46,2 57 53,8 106 100,0<br />

Borborema 16 50,0 16 50,0 32 100,0<br />

p (1) = 0,034*<br />

Agreste 46 44,7 57 55,3 103 100,0<br />

Total 111 46,0 130 54,0 241 100,0<br />

(*): Associação significativa a 5,0%. Fonte: Próprio autor.<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=0,282 a ; g.l.=2)<br />

Quanto à inclusão dos usuários em algum grupo de risco, 75,5% afirmaram<br />

não fazer parte de nenhuma das categorias. Dentre as categorias encontradas,<br />

observou-se um percentual de 17,4%. Ao questionar se faziam parte de mais de um<br />

grupo de risco, percebeu-se que 15,8% só faziam parte de uma das categorias<br />

(Tabela 28).


70<br />

Tabela 28 – Distribuição dos usuários quanto à inclusão em grupo de risco, 2009.<br />

Variável n %<br />

Faz parte de algum grupo de risco?<br />

Sim 59 24,5<br />

Não 182 75,5<br />

Qual grupo de risco?<br />

Idoso 25 10,4<br />

Hipertensão 42 17,4<br />

Diabético 9 3,7<br />

Outros 6 2,5<br />

Não é de grupo de risco 182 75,5<br />

Pertence a mais de um grupo de risco?<br />

Sim 21 8,7<br />

Não 38 15,8<br />

Não pertence a nenhum grupo de risco 182 75,5<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto à utilização de medicamentos. Verificou-se que 68,5% dos usuários<br />

não fazem uso frequente de medicamentos. Dentre a classe de medicamentos, os<br />

mais citados foram os hipertensivos (17,0%). Percebeu-se também que 27,4%<br />

relataram não fazer uso de mais de um medicamento (Tabela 29).<br />

Tabela 29 – Distribuição dos usuários segundo a informação de fazer uso frequente de<br />

medicamentos e classe destes medicamentos, 2009.<br />

Variável n %<br />

Faz uso frequente de algum medicamento?<br />

Sim 76 31,5<br />

Não 165 68,5<br />

Classe a que pertence o medicamento de uso frequente<br />

Anti-hipertensivo/ Vasodilatador 40 17,0<br />

Analgésico 11 4,6<br />

Contraceptivo 7 2,9<br />

Anti-glicemiantes 2 0,8<br />

Não sabe informar 5 2,0<br />

Ansiolítico/ Sedativo/ Hipnótico/ Antidepressivo 2 0,8<br />

Outros 16 6,6<br />

Não utiliza medicamento com freqüência 165 68.5<br />

Utiliza mais de um medicamento?<br />

Sim 10 4,1<br />

Não 66 27,4<br />

Não utiliza medicamentos 165 68,5<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.


71<br />

Na tabela 30 verifica-se que a maior parte dos usuários não faz parte de<br />

nenhum grupo de risco, independente da região estuda (p > 0,05).<br />

Tabela 30 – Distribuição dos usuários quanto pertencentes ou não a grupos de risco<br />

conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />

Grupo de risco<br />

Mesorregião Sim Não TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Sertão 20 18,9 86 81,1 106 100,0<br />

Borborema 8 25,0 24 75,0 32 100,0<br />

p (1) = 0,122<br />

Agreste 31 30,0 72 70,0 103 100,0<br />

Total 59 24,5 182 75,5 241 100,0<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=3,568 a ; g.l.=2) Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 31, verifica-se que a maioria dos usuários faz tratamento com<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (54,8%). 58,0% destes fazem uso <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>. É<br />

possível perceber uma alta taxa de automedicação (46,5%).<br />

Tabela 31 – Distribuição dos usuários segundo a utilização e indicação <strong>para</strong> o uso de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Variável n %<br />

Faz tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Sim 132 54,8<br />

Não 109 45,2<br />

Utiliza <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong><br />

Sim 77 58,0<br />

Não 55 42,0<br />

Total 132 100,0<br />

Quem recomendou o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Automedicação 112 46,5<br />

Amigos 11 4,6<br />

Dentista 5 2,1<br />

Médico 3 1,2<br />

Outros 1 0,4<br />

Não usa planta medicinal 109 45,2<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.


72<br />

De acordo com a Tabela 32, o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> foi maior na<br />

borborema (59,4%) e a menor utilização se deu no sertão (51,9%) (p > 0,05).<br />

Tabela 32 – Distribuição dos usuários quanto à utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />

Uso de Plantas <strong>medicinais</strong><br />

Mesorregião Sim Não TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Sertão 55 51,9 51 48,1 106 100,0<br />

Borborema 19 59,4 13 40,6 32 100,0<br />

p (1) = 0,055<br />

Agreste 58 56,3 45 46,7 103 100,0<br />

Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=0,728 a ; g.l.=2) Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 33, verifica-se que 61,0% dos usuários que utilizam <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>, são pertencentes a algum grupo de risco (p > 0,05).<br />

Tabela 33 – Distribuição dos usuários quanto pertencentes a grupos de risco e<br />

utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> conforme as mesorregiões analisadas, 2009.<br />

Utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

Grupo de risco Sim Não TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Sim 36 61,0 23 39,0 59 100,0<br />

Não 96 52,7 86 47,3 182 100,0<br />

p (1) = 0,071<br />

Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=1,230 b ; g.l.=1) Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 34, é possível verificar que 72,4% dos usuários que utilizam<br />

medicamentos, também fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> (p > 0,05).


73<br />

Tabela 34 – Distribuição dos usuários quanto que utilização medicamentos com<br />

frequência e a utilização ou não de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Utilização de<br />

medicamentos com<br />

frequência<br />

Utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

Sim Não TOTAL Valor de p<br />

n % n % n %<br />

Utilizam 55 72,4 21 27,6 76 100,0<br />

Não utilizam 77 46,7 88 53,3 165 100,0<br />

p (1) = 0,240<br />

Total 132 54,8 109 45,2 241 100,0<br />

(1): Através do teste Qui-quadrado (x’=13,875; g.l.=1) Fonte: Próprio autor.<br />

Em relação a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> dos usuários,<br />

percebeu-se que <strong>para</strong> 89,4% deles, os familiares eram a fonte de informação.<br />

Quanto ao número de fontes de conhecimento, 51,9% relatam possuir apenas uma<br />

fonte de conhecimento (Tabela 35).<br />

Tabela 35 – Distribuição dos usuários segundo a fonte de conhecimento sobre <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> e participação de familiares na transmissão deste conhecimento, 2009.<br />

Variável n %<br />

Fonte de informação sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

Familiares 127 89,4<br />

Livro/ Revista/ Mídia 12 8,5<br />

Outras fontes 3 2,1<br />

TOTAL 142 100,0<br />

Numero de fontes de conhecimento sobre as <strong>plantas</strong><br />

1 fonte 125 51,9<br />

2 a 3 fontes 7 2,9<br />

Não usa planta medicinal 109 44,8<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 36 observam-se as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários da<br />

mesorregião do sertão, com destaque <strong>para</strong> o juá (Ziziphus joazeiro Mart.), que foi<br />

citado por 9,4%.


74<br />

Tabela 36 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião do<br />

sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />

n %<br />

Juá 10 9,4<br />

Romã 9 8,5<br />

Cajueiro roxo 6 5,7<br />

Cravo 6 5,7<br />

Ameixa 4 3,8<br />

Hortelã 2 1,9<br />

Alho 1 0,9<br />

Trapiá 1 0,9<br />

Malva 1 0,9<br />

Babosa 1 0,9<br />

Jurema preta 1 0,9<br />

Canela 1 0,9<br />

Aroeira 1 0,9<br />

Cebola 1 0,9<br />

Manjericão 1 0,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Das <strong>plantas</strong> citadas no sertão, observa-se que a parte mais utilizada foi o<br />

caule, citada por 15,1% (Tabela 37).<br />

Tabela 37 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />

do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Parte da planta utilizada<br />

n %<br />

Caule 15 14,2<br />

Casca 12 11,3<br />

Fruto 7 6,6<br />

Folha 6 5,7<br />

Flor 5 4,7<br />

Raiz/ rizoma 1 0,9<br />

Semente 1 0,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106). Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto ao modo de preparo, a colocação em água foi à forma mais citada<br />

(15,1%) (Tabela 38).


75<br />

Tabela 38 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Modo de Preparo<br />

n %<br />

Em água 16 15,1<br />

Cozimento (infusão ou decocção) 10 9,4<br />

Pó 8 7,5<br />

Outros 12 11,3<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Na tabela 39 observa-se que a forma de utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais<br />

citadas pelos usuários foi o bochecho (15,1%).<br />

Tabela 39 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Forma de utilização<br />

n %<br />

Bochecho 16 15,1<br />

Colocar sobre a área 11 10,4<br />

Escovação 9 8,5<br />

Beber 6 5,7<br />

Mastigar 4 3,8<br />

Outros 1 0,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto à finalidade do uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, a maioria citou <strong>para</strong><br />

processos inflamatórios (27,3%) (Tabela 40).<br />

Tabela 40 – Distribuição dos usuários segundo a finalidade de utilização das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do sertão, 2009.<br />

Finalidade do uso<br />

n %<br />

Inflamação 29 27,3<br />

Auxiliar na higienização 8 7,5<br />

Odontalgia 8 7,5<br />

Halitose 1 0,9<br />

Antifúngico 1 0,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (106).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Em relação às <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> mais citadas pelos usuários da borborema,<br />

destaca-se a citação da romã (Punica granatum) (15,6%) (Tabela 41).


76<br />

Tabela 41 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião da<br />

borborema, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />

n %<br />

Romã 5 15,6<br />

Anador 2 6,3<br />

Quixabeira 2 6,3<br />

Cravo 1 3,1<br />

Pedra-ume 1 3,1<br />

Pimenta 1 3,1<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

No que concerne a parte utilizada da planta na mesorregião da borborema,<br />

verificou-se que a casca foi a mais citada (21,9%) (Tabela 42)<br />

Tabela 42 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />

da borborema, 2009.<br />

Parte da planta utilizada<br />

n %<br />

Casca 7 21,9<br />

Folha 2 6,3<br />

Flor 1 3,1<br />

Fruto 1 3,1<br />

Outras 1 3,1<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32). Fonte: Próprio autor.<br />

Com relação ao modo de preparo pelos os usuários da borborema, percebeuse<br />

que o cozimento foi a forma citada pela maioria (21,9%) (Tabela 43).<br />

Tabela 43 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do borborema, 2009.<br />

Modo de Preparo<br />

n %<br />

Cozimento (infusão ou decocção) 7 21,9<br />

Em água 3 9,4<br />

Outros 2 6,3<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />

Fonte: Próprio autor.


77<br />

Através da tabela 44, é possível perceber das formas de utilização das<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, destacou-se beber como a formas mais indicada, citada por<br />

18,8% dos usuários da borborema.<br />

Tabela 44 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião da borborema, 2009.<br />

Forma de utilização<br />

n %<br />

Beber 6 18,8<br />

Bochecho 4 12,5<br />

Mastigar 1 3,1<br />

Colocar sobre a área 1 3,1<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (32).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Em relação à finalidade da utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, percebeu-se que<br />

na região da borborema, apenas 25,0% (n=8) dos usuários citaram que utilização das<br />

<strong>plantas</strong> em processos inflamatórios e 12,5% (n=4) afirmam fazer uso <strong>para</strong><br />

odontalgias.<br />

Pela tabela 45 observa-se que das <strong>plantas</strong> citadas pelos usuários do agreste a<br />

romã (Punica granatum) recebe um destaque, recebendo 15,5% das citações.<br />

Tabela 45 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> citadas pelos usuários na mesorregião do<br />

agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> citadas<br />

n %<br />

Romã 16 15,5<br />

Cajueiro roxo 10 9,7<br />

Ameixa 2 1,9<br />

Alho 2 1,9<br />

Quixabeira 2 1,9<br />

Mulungu 2 1,9<br />

Pedra ume 1 1,0<br />

Cumaru 1 1,0<br />

Gengibre 1 1,0<br />

Cravo 1 1,0<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103).<br />

Com relação à parte utilizada das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pelos usuários do<br />

agreste, destaca-se a casca, a qual recebeu 31,1% das citações (Tabela 46).


78<br />

Tabela 46 – Distribuição dos usuários segundo a parte da planta utilizada. Mesorregião<br />

do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Parte da planta utilizada<br />

n %<br />

Casca 32 31,1<br />

Fruto 4 3,9<br />

Flor 1 1,0<br />

Raiz/ rizoma 1 1,0<br />

outras 1 1,0<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103). Fonte: Próprio autor.<br />

Quanto ao modo de preparo das <strong>plantas</strong>, destacou-se o preparo em água,<br />

citado por 21,4% dos usuários do agreste (Tabela 47).<br />

Tabela 47 – Distribuição dos usuários segundo o modo preparo das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Modo de Preparo<br />

n %<br />

Em água 22 21,4<br />

Cozimento (infusão ou decocção) 13 12,6<br />

Vinho 1 1,0<br />

Outros 3 2,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103). Fonte: Próprio autor.<br />

Na Tabela 48 observa-se a forma de utilização das <strong>plantas</strong> indicadas pelos<br />

usuários do agreste, sendo o bochecho a forma que mais se destacou (21,4%).<br />

Tabela 48 – Distribuição dos usuários segundo a forma de utilização das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>. Mesorregião do agreste <strong>para</strong>ibano, 2009.<br />

Forma de utilização<br />

n %<br />

Bochecho 22 21,4<br />

Beber 14 13,6<br />

Escovação 1 1,0<br />

Mastigar 2 1,9<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de pesquisados (103).<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Com relação à finalidade da utilização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos<br />

usuários do agreste <strong>para</strong>ibano, observa-se que em 37 citações (35,9%) as <strong>plantas</strong>


79<br />

foram usadas <strong>para</strong> o tratamento de processos inflamatórios e que em 1,0% das<br />

<strong>plantas</strong> <strong>utilizadas</strong> (n=1), foram <strong>para</strong> tratamento de odontalgia, resultado semelhante<br />

encontrou-se <strong>para</strong> halitose (n=1; 1,0%).<br />

Quanto ao local de obtenção das <strong>plantas</strong> das quais os usuários realizavam<br />

tratamento, nas quatro regiões, houve unanimidade em dizer que as espécies<br />

vegetais <strong>utilizadas</strong> eram obtidas na mesma cidade em que residem.<br />

No que concerne às informações prestadas ao dentista pelos usuários acerca<br />

da utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, destaca-se que 46,5% dos usuários não<br />

comunica ao dentista que faz uso de alguma planta medicinal. Quando questionadas<br />

sobre o porquê de não informar, 31,1% relataram que os profissionais não<br />

perguntam. Para os que avisam, 6,2% afirmaram fazer isso por acharem importante<br />

comunicar ao dentista (Tabela 49).<br />

Tabela 49– Distribuição dos usuários segundo as informações prestadas aos<br />

profissionais sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, 2009.<br />

Variável n %<br />

Informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Sim 20 8,3<br />

Não 112 46,5<br />

Não usam planta medicinal 109 45,2<br />

Por que não informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>?<br />

Os CDs não perguntam 75 31,1<br />

Não acham importante 29 12,0<br />

Só se o dentista perguntar 4 1,7<br />

Não utilizava no período da consulta 4 1,7<br />

Não usam planta medicinal 109 45,2<br />

Porque informam ao dentista sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

Acha importante 15 6,2<br />

Porque fez efeito benéfico 5 2,1<br />

Não usam planta medicinal 109 45,2<br />

TOTAL 241 100,0<br />

Fonte: Próprio autor.<br />

Com relação a indicação por profissionais acerca do uso de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong>, apenas 20% (n=5) relataram fazer indicação aos pacientes tratamentos<br />

com <strong>plantas</strong> e 80% (n=20) afirmaram nunca ter recomendado a utilização destas aos<br />

seus pacientes.


80<br />

Na tabela 50 verifica-se as espécies vegetais indicadas pelos profissionais.<br />

Destacando-se as indicações da romã (Punica granatum) e o cajueiro roxo<br />

(Anacardium occidentale), ambos com 8,0% das citações.<br />

Tabela 50 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas pelos profissionais Cirurgiõesdentistas<br />

(CDs), 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> indicadas pelos CDs<br />

n %<br />

Romã 2 8,0<br />

Cajueiro roxo 2 8,0<br />

Malva 1 4,0<br />

Juá 1 4,0<br />

Aroeira 1 4,0<br />

Ameixa 1 4,0<br />

Goiabeira 1 4,0<br />

Copaíba 1 4,0<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de profissionais pesquisados (n=25). Fonte: Próprio autor.<br />

Dos 25 profissionais pesquisados, 16 (64%) afirmaram que seus pacientes<br />

relataram usar <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Na tabela 51, observa-se as <strong>plantas</strong> relatadas<br />

pelos pacientes durantes o atendimento odontológico. O cajueiro roxo foi a espécie<br />

mais citada (20,0%).<br />

Tabela 51 – Relação das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários segundo<br />

informação dos profissionais, 2009.<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> pelos usuários<br />

n %<br />

Cajueiro roxo 5 20,0<br />

Juá 4 16,0<br />

Malva 3 12,0<br />

Ameixa 3 12,0<br />

Camomila 2 8,0<br />

Aroeira 2 8,0<br />

Ipê roxo 1 4,0<br />

Romã 1 4,0<br />

Pedra-ume 1 4,0<br />

Mastruz 1 4,0<br />

Jurema preta 1 4,0<br />

Não lembra 2 8,0<br />

Obs.: Os percentuais foram obtidos com base no número total de profissionais pesquisados (n=25). Fonte: Próprio autor.<br />

Dentre os profissionais pesquisados 76,0% (n=19) desconheciam a<br />

possibilidade de reação adversa ou interação medicamentosa quando da utilização<br />

de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.


81<br />

DISCUSSÃO


82<br />

6 DISCUSSÃO<br />

A etnobotânica é uma forma de se estudar produtos naturais bioativos, a qual<br />

é considerada como uma das principais abordagens reconhecidas por cientistas em<br />

todo o mundo, haja vista ser uma estratégia de seleção de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, uma<br />

vez que a etapa inicial <strong>para</strong> o desenvolvimento de fitoterápicos é a observação do<br />

uso popular dessas espécies vegetais (ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2006;<br />

TOLEDO et al., 2003; MACIEL; PINTO; VEIGA JÚNIOR, 2002; RODRIGUES;<br />

CARVALHO, 2001).<br />

Face a diversidade paisagística encontrada na Paraíba, desde as matas<br />

úmidas do litoral até os ambientes secos e áridos que predominam no interior do<br />

estado (LIMA; VASCONCELOS; MATEUS, 2008; OLIVEIRA et al. 2002;<br />

RODRIGUEZ, 2002), foi realizado um levantamento etnobotânico acerca das <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> mais <strong>utilizadas</strong> e indicadas por raizeiros, usuários de serviço público de<br />

saúde e indicadas por profissionais em diferentes cidades do estado, conforme as<br />

tabelas 1 e 2.<br />

Os resultados obtidos neste estudo permitiram traçar o perfil sócio-econômico<br />

e cultural da população estudada, bem como averiguar as práticas <strong>medicinais</strong><br />

envolvendo <strong>plantas</strong> popularmente <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> tratar doenças <strong>bucais</strong>.<br />

Dentre os entrevistados, os raizeiros eram em sua maioria do sexo masculino,<br />

(Tabela 3). Resultado semelhante no estudo de Dantas; Guimarães (2006) em<br />

Campina Grande-PB e Rodrigues; Carvalho (2001) no sul do Estado de Minas<br />

Gerais, no entanto houve divergência com o estudo de Cavalcante et al. (2010), uma<br />

vez que o sexo feminino foi predominante entre todos os entrevistados na região<br />

litorânea da Paraíba (raizeiros, usuários e cirurgiões-dentistas). Em relação aos<br />

profissionais, a prevalência foi do sexo feminino, em consonância com o último<br />

estudo citado e o Lima Júnior (2005) em Natal-RN.<br />

Ao se analisar o número de total de usuários, observou-se uma prevalência<br />

maior de mulheres (Tabela 3), havendo semelhança ainda com os estudos de<br />

Santos, et al. (2009a), Borba; Macedo (2006) na Chapada dos Guimarães-MT, Lima<br />

Júnior et al. (2005) no interior do Ceará, Albuquerque; Andrade (2002) em<br />

Alagoinha-PE e Amorozo (2002) em Santo Antonio do Leverger-MT. Ao se avaliar a<br />

distribuição destes pelas mesorregiões pesquisadas (Tabela 26), verificou-se um


83<br />

equilíbrio entre os usuários na região do agreste <strong>para</strong>ibano, quanto ao sexo e uma<br />

alta prevalência de mulheres na região do sertão (p < 0,05). Dessa forma, pode-se<br />

dizer que a maior parte dos usuários de unidades de saúde são mulheres. Segundo<br />

Figueiredo (2005) os homens, ao contrário das mulheres, não procuram os serviços<br />

de atenção primária. Para Brasil (2008) a não procura destes pelos serviços de<br />

atenção primária faz com que o indivíduo fique privado da proteção necessária à<br />

preservação de sua saúde. Fato esse, que levou o governo a desenvolver uma<br />

política nacional da saúde do homem, <strong>para</strong> ampliar o acesso da população<br />

masculina aos serviços de saúde.<br />

Em relação à faixa etária, houve predomínio entre 30 a 59 anos (Tabela 3),<br />

resultado semelhante, encontrou-se em Cavalcante et al. (2010). Contudo, este<br />

resultado não pode ser com<strong>para</strong>do a outros estudos, uma vez que os mesmos<br />

utilizaram faixas etárias diferentes, como em Santos et al. (2009a) a média de idade<br />

foi 50 anos, o de Dantas; Guimarães (2006) cuja faixa etária predominante foi de 40<br />

a 59 anos, ambos <strong>para</strong> raizeiros. Borba; Macedo (2006) cuja média de idade foi de<br />

50 anos, Amorozo (2001) cuja idade média foi acima de 50 anos, ambos referentes<br />

aos usuários. E no estudo de Lima Júnior (2005), o qual verificou uma média de 45,4<br />

anos entre os profissionais.<br />

Em relação ao estado civil, a maioria dos entrevistados era casado (Tabela 3).<br />

Resultado semelhante observou-se em Cavalcante et al. (2010), Borba e Macedo<br />

(2006) e Rodrigues; Carvalho, (2001). Pela Tabela 27, percebeu-se maior<br />

concentração destes indivíduos foi na região do Agreste <strong>para</strong>ibano (p < 0,05).<br />

Em relação aos usuários, a maioria deles apenas trabalha e têm uma renda<br />

média de até um salário mínimo (conforme a tabela 7). Resultado este, também<br />

encontrado por Cavalcante et al. (2010). Entretanto, Santos, et al. (2009a) verificou a<br />

prevalência de uma renda média de até dois salários mínimos entre os usuários. De<br />

acordo com a Tabela 8 verificou-se que a maioria dos raizeiros não possuem outro<br />

trabalho, como observado por Cavalcante et al. (2010) no litoral do estado. Esses<br />

resultados indicam que a maioria dos raizeiros depende da comercialização de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> ter sustento próprio e da família.<br />

No que concerne ao nível de instrução, a maioria dos raizeiros não concluiu o<br />

ensino fundamental (Tabela 4), resultado semelhante observou-se em Rodrigues e<br />

Carvalho, (2001), no entanto foi divergente dos estudos de Cavalcante et al. (2010),<br />

Santos, et al. (2009a) e Dantas; Guimarães (2006), onde o nível de escolaridade


84<br />

predominante foi o ensino fundamental completo. Com relação aos usuários, a<br />

maioria também não concluiu o ensino fundamental, resultado semelhante foi obtido<br />

por Cavalcante et al. (2010) e Amorozo (2001), em diferentes áreas geográficas.<br />

A Tabela 28 demonstra que a maioria dos usuários não fazia parte de<br />

nenhum grupo de risco. Dos usuários que pertenciam a um grupo de risco, o maior<br />

percentual foi encontrado <strong>para</strong> os hipertensos, o mesmo fato foi observado por<br />

Cavalcante et al. (2010). Através da Tabela 30 observa-se que a maior quantidade<br />

de pessoas não faz de nenhum grupo de risco, independente da região estudada (p<br />

> 0,05) Portanto, houve uma frequência maior de indivíduos fora de grupos de risco<br />

em todas as três mesorregiões pesquisadas.<br />

Conforme a Tabela 31, a maioria dos usuários afirmou fazer uso de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> como forma de tratamento (n=132) e destes mais da metade dos<br />

entrevistados (n=77) afirmaram que o uso destinava-se ao tratamento de <strong>problemas</strong><br />

<strong>bucais</strong>. Pela tabela 32, verificou-se que a maior utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> na<br />

região da Borborema seguida das outras duas mesorregiões estudadas (p < 0,05).<br />

Ao se com<strong>para</strong>r com os estudo de Cavalcante et al. (2010), verifica-se que a maioria<br />

dos usuários pesquisados, faz uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> destinas as afecções<br />

<strong>bucais</strong>, resultado também percebido por Santos et al. (2009a) e Lima Júnior et al.<br />

(2005).<br />

Face aos resultados expostos, verifica-se que a população das regiões<br />

avaliadas neste estudo, relata utilizar <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> tratamentos <strong>bucais</strong>. Apesar disso,<br />

no levantamento etnobotânico feito por Agra et al. (2007b) das 70 espécies na<br />

região do cariri <strong>para</strong>ibano, apenas duas receberam indicação <strong>para</strong> a odontologia<br />

(Ziziphus cotinifolia Reiss e Ziziphus joazeiro Mart.), Ambas são espécies de juazeiro<br />

cuja indicação foi o uso na forma de dentifrício. Em outro estudo de Agra et al.<br />

(2007a), das 121 <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> encontradas, além das duas espécies de<br />

juazeiro citadas anteriormente, nenhuma outra teve indicação voltada <strong>para</strong> a saúde<br />

bucal. Morais et al. (2005) realizaram um levantamento das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

<strong>utilizadas</strong> pelos índios Tapebas do Ceará, das 63 espécies mencionadas, nenhuma<br />

teve a sua indicação voltada <strong>para</strong> a odontologia. Torres et al. (2005) investigaram a<br />

utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em crianças de até 12 anos em um hospital de João<br />

Pessoa-PB, verificando 28 espécies citadas e, semelhante ao estudo citado<br />

anteriormente, nenhuma foi utilizada <strong>para</strong> as afecções <strong>bucais</strong>.


85<br />

Vale ressaltar que o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> envolve diversos aspectos que<br />

nem sempre são explorados nesses estudos etnobotânicos. Em adição, a busca por<br />

informações específicas de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas na odontologia é um<br />

processo recente (SAMPAIO, 1997). Desta forma, além de relatos exporádicos, a<br />

falta de informações coletadas por estudos etnobotânicos anteriores deve ser<br />

avaliada pela questão metodológica de que os instrumentos de pesquisa utilizados<br />

não incluam especificamente questões sobre o tema saúde bucal (PERAZZO et al.,<br />

2004).<br />

Com relação ao uso freqüente de medicamentos, a maioria dos usuários<br />

entrevistados afirmaram fazer uso freqüente de medicamentos, resultado também<br />

relatado por Cavalcante et al. (2010) (Tabela 29). Em contrapartida, ao se analisar a<br />

Tabela 34, percebe-se que 70,5% dos usuários que utilizam medicamentos, também<br />

fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Dado este, o qual merece atenção principalmente<br />

quando o uso de <strong>plantas</strong> é feito por automedicação (conforme a Tabela 31),<br />

havendo assim, a possibilidade de ocorrência de interação medicamentosa, uma vez<br />

que de acordo com Pereira (2008) a utilização constante de medicamentos <strong>para</strong> o<br />

controle de patologias crônicas associadas com a utilização de chás e ervas podem<br />

acarretar sérios riscos a saúde. Para Cordeiro; Chung; Sacramento (2005) a<br />

utilização indiscriminada de fitoterápicos considerados seguros pela população pode<br />

acarretar efeitos adversos, os quais podem promover quando associados a outros<br />

fármacos, ou mesmo com outros fitoterápicos. Segundo Abebe (2002) os antiinflamatórios<br />

não-esteroidais (AINEs), especialmente a aspirina, têm o potencial <strong>para</strong><br />

interagir com suplementos de ervas que são conhecidos por possuir atividade<br />

antiplaquetária (a exemplo do alho, gengibre, açafrão), com aqueles que contêm<br />

cumarina, responsável por atividade anticoagulante, vasodilatadora, espamolítica e<br />

antitrombótica (a exemplo a camomila, da castanha da índia) e com o tamarindo,<br />

reforçando assim, o risco de hemorragia.<br />

As <strong>plantas</strong> citadas pelos raizeiros e usuários foram agrupadas de acordo com<br />

as respectivas regiões onde foram citadas, <strong>para</strong> que assim, seja possível a indicação<br />

das <strong>plantas</strong> mais indicadas e <strong>utilizadas</strong> nas diferentes regiões climáticas do estado.<br />

Dos raizeiros entrevistados em relação a <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> indicadas <strong>para</strong><br />

prolemas <strong>bucais</strong> no sertão <strong>para</strong>ibano, destacaram-se: jurema preta (Mimosa<br />

tenuiflora), angico (Anademathera colubrina), pedra ume (Myrcia salicifolia),<br />

quixabeira (Sideroxylon obtusifolium), aroeira (Myracrodruon urundeuva) (Tabela


86<br />

14). Com exceção da pedra ume e da quixabeira, as demais espécies foram citadas<br />

pelo levantamento de Araujo et al. (2008) em uma área do sertão <strong>para</strong>ibano. Na<br />

região da borborema, foram indicadas: cravo (Syzygium aromaticum), quixabeira<br />

(Sideroxylon obtusifolium), pedra ume (Myrcia salicifolia), hortelã (Plectrantus<br />

amboinicus). Sendo a quixabeira apontada como espécie nativa desta região por<br />

Pegado et al. (2006) e Fabricante; Andrade (2007). No agreste, a espécie a espécie<br />

mais indicada foi o cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (Tabela 20), entretanto<br />

esta espécie não foi citada pelo levantamento de Pereira et al. (2002) naquela<br />

região. Assim, observa-se semelhanças entre espécies indicadas no sertão e na<br />

borborema. Ao se com<strong>para</strong>r os resultados das três áreas com os de Cavalcante et<br />

al. (2010) e Santos et al. (2009a), região litorânea, verificou-se a prevalência do<br />

barbatimão (Stryphnodendron adstringens).<br />

Quanto às espécies indicadas pelo raizeiros <strong>para</strong> combater o mau hálito no<br />

sertão observou-se a prevalência de hortelã (Plectrantus amboinicus), cravo<br />

(Syzygium aromaticum) e limão Taiti (Citrus aurantifolia) (Tabela 15), na borborema<br />

a única planta citada foi a hortelã (Plectrantus amboinicus). No Agreste, houve<br />

predomínio do cravo (S. aromaticum) (Tabela 21), observando semelhanças alguma<br />

semelhança entre o sertão e as demais regiões. Correlacionando com os estudos de<br />

Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a) o cravo (S. aromaticum) também foi<br />

a espécie mais citada. Das <strong>plantas</strong> citadas <strong>para</strong> combater ou controlar a halitose,<br />

merece a ressalva que o cravo é a única com potencial antimicrobiano <strong>para</strong> atuar na<br />

etiologia do problema. Do ponto de vista clínico a infusão ou decocto das outras<br />

<strong>plantas</strong> pode atuar como mascarador do hálito, desta forma, agindo<br />

temporariamente na questão do mau odor bucal (VELOSO, 2006).<br />

Ainda em relação ao grupo supracitado, <strong>para</strong> de aftas e feridas houve<br />

predomínio no sertão de alecrim (Rosmarinus officinalis) e a malva (Malva sylvestris)<br />

(Tabela 16), na borborema quixabeira (Sideroxylon obtusifolium) e cauaçu (Calathea<br />

lutea) e no agreste a pedra ume (Myrcia salicifolia) (Tabela 22). Estes resultados<br />

divergiram entre si. Cavalcante et al. (2010) encontrou o barbatimão<br />

(Stryphnodendron adstringens) como a espécie mais indicada, Santos et al. (2009a)<br />

verificou que a pedra ume (M. salicifolia) como a espécie mais indicada (resultado<br />

semelhante a região do Agreste).<br />

No que concerne aos casos de odontalgias, os erveiros, destacaram o cravo<br />

(Syzygium aromaticum) na região do Sertão (Tabela 17). Na Borborema, cravo (S.


87<br />

aromaticum) e pedra ume (Myrcia salicifolia) e Agreste mulungu (Erythrina velutina)<br />

(Tabela 23). Resultados semelhantes houve entre o Sertão e a Borborema e, com os<br />

estudos de Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a).<br />

Segundo os raizeiros, <strong>para</strong> combater o sangramento gengival a planta mais<br />

citada no Sertão foi a malva (Malva sylvestris) (Tabela 18), na Borborema, os<br />

raizeiros não conheciam nenhuma espécie vegetal <strong>para</strong> esta finalidade, no Agreste<br />

destacou-se o cajueiro roxo (Anacardium occidentale) (Tabela 24). Entretanto em<br />

Cavalcante et al. (2010) e Santos et al. (2009a), observou-se o predomínio do<br />

barbatimão (Stryphnodendron adstringens).<br />

Em relação às espécies indicadas <strong>para</strong> os casos de inflamação bucal, os<br />

raizeiros sertanejos relataram o uso do cajueiro roxo (Anacardium occidentale)<br />

(Tabela 19), na região da Borborema, os estrevistados desconheciam espécies <strong>para</strong><br />

estes casos. No Agreste verificou-se o mesmo resultado do Sertão (Tabela 25).<br />

Cavalcante et al. (2010) observou-se o predomínio do barbatimão (Stryphnodendron<br />

adstringens) <strong>para</strong> esta indicação.<br />

Com relação a estes dados apresentados pode-se perceber que o<br />

conhecimento empírico popular acumulado ao longo dos séculos (BUFFON et al.,<br />

2001), vem se fragmentando na atualidade, este fato é possível verificar através<br />

deste estudo, onde percebeu-se uma pequena quantidade de pessoas nas cidades<br />

pesquisadas que trabalham com a comercialização das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Aliado a<br />

isso, observou-se que, sobretudo na região pesquisada da Borborema, houve<br />

desconhecimento acerca das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, demonstrando que apesar de<br />

trabalharem com estas, estes indivíduos desconhecem as suas indicações. Santos<br />

et al. (2009) verificou que entre 10 a 15% dos raizeiros entrevistados na região<br />

litorânea da Paraíba desconheciam a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

Dentre os usuários, a planta mais citada <strong>para</strong> o Sertão foi o juá (Ziziphus<br />

joazeiro) (Tabela 36), na Borborema e no Agreste a espécie mais citada foi a romã<br />

(Punica granatum) (Tabelas 41 e 45, respectivamente). Apesar de ter ocorrido<br />

predominância do uso do juá no Sertão, a romã aparece como a segunda espécie<br />

mais citada. Com relação à utilização do juá, pode-se dizer que foi em decorrência<br />

da facilidade de acesso a este, uma vez que é uma das <strong>plantas</strong> nativas da região,<br />

como relata Araújo et al. (2008). Quanto ao predomínio da romã nas demais regiões,<br />

esse fato também foi verificado por Cavalcante et al. (2010), Santos et al. (2009a),


88<br />

este mesmo resultado foi encontrado também por Lima Júnior et al. (2005) em uma<br />

cidade no interior do estado do Ceará.<br />

No levantamento feito por Borba; Macedo (2006), na Chapada dos<br />

Guimarães, Mato Grosso, verificou-se que as espécies <strong>utilizadas</strong> pela comunidade<br />

<strong>para</strong> candidoses, estomatites, gengivites e afta, foi o açafrão (Crocus sativus L.),<br />

<strong>para</strong> odontalgia, a arnica-da-serra (Brickelia brasiliensis (Spreng.) Robinson). A<br />

espécie mais conhecida pela população foi a camomila (Matricaria chamomilla L.),<br />

utilizada como calmante, indicada durante a erupção dos dentes. Espécies estas, as<br />

quais não foram citadas nas diferentes regiões analisadas na Paraíba, bem como na<br />

região do Ceará, citada por Lima Júnior et al. (2005) sugerindo assim, a influência<br />

das diferenças entre os biomas (Cerrado mato-grossense e a Caatinga <strong>para</strong>ibana e<br />

cearense), sobre a disponibilidade e seleção de espécies de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pela<br />

população local.<br />

Ao se analisar as Tabelas 36 e 37, 45 e 46 observa-se que em relação à parte<br />

utilizada da planta, o fruto foi citado em diversas ocasiões. A principal responsável<br />

por este resultado foi a ameixa. Tal fato leva a crer que em virtude do processo de<br />

desertificação, está havendo alterações na vegetação <strong>para</strong>ibana, com isso observase<br />

a incorporação de frutos na medicina popular como forma de substituição a outras<br />

<strong>plantas</strong>, que estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontradas, face ao<br />

baixo número de raizeiros encontrados nas cidades e como informa a Tabela 10,<br />

81,5% destes não cultivam <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e pela Tabela 11 observa-se que as<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> comercializadas por eles são adquiridas a partir de vendedores.<br />

Estes resultados são importantes <strong>para</strong> que seja estimulado o uso de <strong>plantas</strong><br />

<strong>medicinais</strong> com cuidados ecológicos e de melhor preservação dos biomas<br />

produtores de espécies nativas. Os relatos de usuários sobre o uso de frutos como<br />

forma de planta medicinal é um reflexo da mudança cultural em função do aumento<br />

de áreas degradadas e redução na oferta e disponibilidade de espécies nativas.<br />

Esse é um fenômeno já observado nas populações da região litorânea do estado de<br />

Pernambuco e que pode estar ocorrendo no interior da Paraíba (ALBUQUERQUE;<br />

HANAZAKI, 2006; ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002).<br />

Com base nos dados obtidos com os profissionais, percebeu-se que houve<br />

poucos relatos de indicação de tratamentos a base de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.<br />

Resultado, contrário ao que observou Cavalcante et al. (2010), onde mais da metade<br />

dos profissionais afirmaram a recomendação de tratamentos com <strong>plantas</strong>.


89<br />

Quando questionados acerca da possibilidade de reação adversa ou<br />

interação medicamentosa pela utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. A maioria<br />

demonstrou desconhecimento total sobre o tema, semelhante ao que foi encontrado<br />

por Cavalcante et al. (2010). Isto se deve ao fato de o cirurgião-dentista durante a<br />

sua formação tem pouco ou nenhum contato com a fitoterapia/<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>.<br />

Lima Júnior (2005) realizou um estudo sobre a visão do profissional e a inserção da<br />

fitoterapia na atenção básica. Dentre os profissionais pesquisados na cidade de<br />

Natal (RN), todos afirmaram nunca ter recebido nenhum treinamento sobre o uso de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> fins terapêuticos.<br />

Confrontando-se os resultados obtidos com os raizeiros, profissionais e<br />

usuários, observa-se que as <strong>plantas</strong> mais <strong>utilizadas</strong> ou indicadas por estes últimos,<br />

são diferentes daquelas indicadas pelos primeiros, tal fato sugere que os usuários<br />

têm outra forma <strong>para</strong> adquirir estas <strong>plantas</strong>. Como foi possível perceber a citação da<br />

romã como a espécie mais utilizada pelos usuários e em um contexto geral a mais<br />

indicadas pelos profissionais (Tabela 50), entretanto, esta foi pouco indicada pelos<br />

raizeiros, Resultado semelhante foi obtido por Cavalcante et al. (2010). E em Santos<br />

et al. (2009a), apenas <strong>para</strong> a relação raizeiros – usuários.<br />

Na Tabela 49 percebe-se que grande parte dos usuários que faz tratamento<br />

com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> não informam ao cirurgião-dentista durante as consultas. E o<br />

motivo relatado pela maioria, foi em decorrência do fato de que os profissionais não<br />

os questionam sobre a utilização de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Em com<strong>para</strong>ção com os<br />

resultados por Cavalcante et al. (2010) verifica-se que dos usuários entrevistados a<br />

maioria deles também não comunica o uso de <strong>plantas</strong> ao profissional, entretanto o<br />

motivo citado pela maioria se deve ao fato de acreditarem que as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong><br />

não trazem malefícios a saúde. Fato este que pode acarretar sérios danos a saúde,<br />

uma vez que não se conhece bem todos os efeitos das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, bem<br />

como suas reações adversas, aliado a isso, há a possibilidade de haver interação<br />

medicamentosa, com o medicamento sintético utilizada na prática clínica<br />

odontológica.<br />

A fim de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional dos<br />

recursos naturais <strong>para</strong> a saúde, foi implantada em 2006, a Política Nacional de<br />

Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006). Algumas das proposições desta<br />

política são: o estímulo a realização de estudos sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> e<br />

fitoterápicos <strong>para</strong> que estes possam ser empregadas de maneira segura, o


90<br />

desenvolvimento de atividades educativas, capacitar os profissionais das Unidades<br />

Básicas de Saúde <strong>para</strong> que possam orientar a comunidade sobre o uso correto das<br />

<strong>plantas</strong>, uma vez que estes profissionais muitas vezes saem da universidade sem<br />

nenhuma formação sobre o tema.<br />

Dessa forma, também é papel também das Instituições de Ensino Superior de<br />

Odontologia, contribuir <strong>para</strong> capacitação dos profissionais acerca da utilização<br />

destes recursos naturais, porquanto a falta de conhecimento e, consequentemente o<br />

despreparo profissional sobre as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> é um obstáculo <strong>para</strong> a inserção<br />

dessas terapias complementares, bem como <strong>para</strong> o estímulo da utilização racional<br />

desta <strong>plantas</strong> pelos usuários dos serviços públicos.


91<br />

CONCLUSÕES


92<br />

7 CONCLUSÕES<br />

De acordo com a metodologia empregada nesse trabalho, pode-se concluir que:<br />

• O perfil dos raizeiros encontrados foi predominantemente: sexo masculino,<br />

faixa etária de 30 a 59 anos, casado, ensino fundamental incompleto, e sem<br />

outro tipo de trabalho ou ocupação;<br />

• O perfil dos usuários investigados foi: sexo feminino, faixa etária de 30 a 59<br />

anos, casado, trabalha, com renda média de até um salário mínimo, ensino<br />

fundamental incompleto;<br />

• A maioria dos cirurgiões-dentistas (76,0%) desconhece as possibilidades de<br />

reações adversas e interações medicamentosas;<br />

• Houve diferenças nas citações de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> de acordo com a meso<br />

região pesquisada sugerindo haver influência dos biomas no acesso às<br />

espécies vegetais disponíveis em cada local.<br />

• A planta medicinal predominantemente citada pelos usuários e raizeiros <strong>para</strong><br />

<strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> foi a romã (Punica granatum Linn.) e a pedra ume (Myrcia<br />

salicifolia DC), respectivamente. A divergência nos resultados entre os grupos<br />

está provavelmente relacionada às diferenças na forma de obtenção, acesso<br />

e/ou informações de indicação no uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> <strong>para</strong> saúde<br />

bucal;<br />

• 70,5% dos usuários que utilizam medicamentos, também fazem uso de<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>. Dentre as pessoas que fazem uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>,<br />

houve ainda, um alto índice de automedicação, elevando assim, os riscos de<br />

toxicidade, reações adversas e interações medicamentosas;<br />

• Apenas 20,0% dos profissionais afirmaram recomendar tratamento com<br />

<strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>;


93<br />

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da atividade anti-séptica de extrato seco de Stryphnodendron adstringens (Mart.)<br />

Coville e de pre<strong>para</strong>ção cosmética contendo este extrato. Rev. Bras. Farmacogn.,<br />

v. 17, n.1, p. jan./mar., 2007.<br />

SOUZA, T. M.; SEVERI, J. A.; SILVA, V. Y. A.; SANTOS, E.; PIETRO, R. C. L. R.<br />

Bioprospecção de atividade antioxidante e antimicrobiana da casca de<br />

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Leguminosae-Mimosoidae). Rev.<br />

Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 28, n.2, p.221-226, 2007.<br />

TEOTIA, H. S.; SILVA. I. F.; SANTOS, J. R.; VELOSO JUNIOR, J. F.; GONÇALVEZ,<br />

J. L. G. Classificação da cobertura vegetal e capacidade de uso da terra na região<br />

do cariri velho (Paraíba), através de sensoriamento remoto e geoprocessamento.<br />

Anais XI SBSR, Belo Horizonte, p. 1969 – 1976, 2003.<br />

TOLEDO, A.C.O.; HIRATA, L.L.; BUFFON, M.C.M.; MIGUEL, M,D,; MIGUEL, O.G.<br />

Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta, Bragança Paulista,<br />

v. 21, n. 1/2, p. 7-13, jan./dez. 2003.


101<br />

TÔRRES, A. R., OLIVEIRA, R. A. G., DINIZ, M. F. F. M.; ARAÚJO, E. C. Estudo<br />

sobre o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em crianças hospitalizadas da cidade de João<br />

Pessoa: riscos e benefícios. Rev. Bras. Farmacogn., v.15, n.4, p.out/dez. 2005.<br />

VASCONCELOS, E. A. F.; MEDEIROS, M. G. F.; RAFFIN, F. N.. MOURA, T. F. A. L.<br />

Influência da temperatura de secagem e da concentração de Aerosil®200 nas<br />

características dos extratos secos por aspersão da Schinus terebinthifolius Raddi<br />

(Anacardiaceae). Rev. Bras. Farmacogn. v. 15, n. 3, p. 243-249, jul./set. 2005.<br />

VASCONCELOS, L. C. S.; SAMPAIO, F. C.; SAMPAIO, M. C. C.; PEREIRA, M. S.<br />

V.; HIGINO, J. S.; PEIXOTO, M. H. P. Minimum inhibitory concentration of adherence<br />

of Punica granatum Linn (pomegranate) gel against S. mutans, S. mitis and C.<br />

albicans. Braz. Dent. J., v. 17, n. 3, p. 223-227, 2006.<br />

VELOSO, D. J. Ação de fitoterápicos antimicrobianos sobre microorganismos<br />

<strong>bucais</strong> produtores de compostos sulfurados voláteis: estudo in vitro. 125 f.<br />

[Tese] Doutorado em Doutorado Integrado de Odontologia - Estomatologia -<br />

Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2006.


102<br />

ANEXO


103<br />

ANEXO A


104<br />

APÊNDICES


105<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />

APÊNDICE A<br />

ROTEIRO DE ENTREVISTA 1 - RAIZEIROS<br />

Regional:_______ Cidade:_____________________ data: ___/___/___<br />

Dados Gerais:<br />

Nome:__________________________________________Idade: ___ (anos)<br />

Gênero: M ( ) F ( ) Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) outro:_____________<br />

Nível de instrução: _____________________ Bairro onde reside:__________________<br />

Mercado / local de venda:_________________________________________________<br />

Dados Específicos:<br />

1. Há quanto tempo trabalha com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?__________________________<br />

2. Há quanto tempo trabalha neste local?____________________________________<br />

3. Vende <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em outro lugar? ( ) SIM ( ) NÃO<br />

Se SIM Onde?__________________________________________________________<br />

4. Tem outra ocupação? ( ) SIM ( )NÃO<br />

5. Se afirmativo, qual?__________________<br />

6. Alguém da família trabalha vendendo <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>? ( ) SIM ( ) NÃO<br />

Em caso afirmativo, quem? __________________________________________________<br />

7. De quem adquire as <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> que vende?<br />

______________________________________________________________________<br />

a - De onde vem as <strong>plantas</strong> que vende? PB ( ) outros estados _________________<br />

cidades fornecedoras:____________________________________________________<br />

8. Cultiva e/ou colhe alguma planta <strong>para</strong> doença na boca? ( ) SIM ( ) NÃO<br />

Se afirmativo, Quais _______________________________________________________<br />

9. Quem lhe ensinou sobre o uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>? pais ( ) filhos ( ) irmãos ( ) cônjuge (<br />

) outros familiares ( ) amigos ( ) livros ( ) revistas ( ) rádio e TV ( ) jornais ( ) outros:<br />

_________________________________________________________<br />

10. Quais as cinco <strong>plantas</strong> <strong>para</strong> doenças da boca que você mais vende?<br />

1______________________ , 2_______________________, 3___________________<br />

4_______________________, 5______________________, outra:________________<br />

11. Que <strong>plantas</strong> * o Sr (a) tem <strong>para</strong>:


106<br />

a) Mau hálito (mau cheiro na boca):_________________________________________<br />

b) Aftas ou feridas da boca:_______________________________________________<br />

c) Dor de dente: ________________________________________________________<br />

d) Sangramento na gengiva: ______________________________________________<br />

e) Inflamação (“boca inchada”):_____________________________________________<br />

* Identificar como usa: chá, tintura ou outra forma.<br />

_________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________<br />

________________________________________________<br />

12. Faz indicação das <strong>plantas</strong> que vende? ( ) SIM ( ) NÃO<br />

13. As pessoas que compram <strong>plantas</strong> já vêm com o nome das <strong>plantas</strong> que querem comprar? ( )<br />

SIM ( ) NÃO ÀS VEZES ( ) .<br />

14. Quais as <strong>plantas</strong> mais conhecidas dos seus clientes? ___________________________<br />

15. As pessoas perguntam que <strong>plantas</strong> servem <strong>para</strong> determinada doença?<br />

( ) SIM ( ) NÃO ÀS VEZES ( ) .<br />

16. Qual a planta mais vendida? _______________________________________________<br />

Obrigado pela colaboração


107<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />

APÊNDICE B<br />

ROTEIRO DE ENTREVISTA 2 - USUÁRIOS<br />

Regional:_________ Cidade:_____________________ data: ___/___/___<br />

Dados Gerais<br />

1. Iniciais: _________________ Naturalidade: ______________________<br />

2. Sexo: a) Masculino ( ) b) Feminino ( )<br />

3. Idade: ___________ anos.<br />

4. Estado civil:<br />

a) Solteiro(a) c) Se<strong>para</strong>do(a) e) Viúvo(a)<br />

b) Casado(a) d) União consensual f) Divorciado(a)<br />

5. Grau de Escolaridade:<br />

a) 1º grau incompleto d) 2º grau completo f) 3º grau completo<br />

b) 1º grau completo e) 3º grau incompleto g) Pós-graduação<br />

c) 2º grau incompleto<br />

6. Ocupação:<br />

a) Estuda c) Estuda e trabalha e) Sem trabalho<br />

b) Trabalha d) Aposentado(a)<br />

7. Renda:<br />

a) 1 salário mínimo d) 4 salários mínimos g) 7 salários mínimos<br />

b) 2 salários mínimos e) 5 salários mínimos h) 8 salários mínimos<br />

c) 3 salários mínimos f) 6 salários mínimos Outro: ____________<br />

Dados Específicos:<br />

-Grupo de risco: ( ) idoso<br />

( ) hipertenso ( ) diabético ( ) outro:__________________<br />

1. Usa medicamento com freqüência? ( ) Sim ( ) Não<br />

Quais? __________________________________________________________<br />

2. O que fez o senhor procurar este serviço?<br />

____________________________________________________________<br />

3. Fez algum tratamento com planta medicinal?<br />

( ) Sim ( ) Não<br />

4. Mistura:<br />

a) Plantas <strong>medicinais</strong> com medicamentos sintéticos prescritos pelo dentista<br />

b) Plantas <strong>medicinais</strong> com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>


108<br />

5. Como faz a mistura? (Receita)<br />

______________________________________________________________________<br />

______________________________________________________________________<br />

6. Quem recomendou o tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

a) Médico c)Amigos e) Raizeiros<br />

b) Dentista d) Automedicação f) Outros<br />

6. Quais suas fontes de informação sobre <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

a) Revistas c) Televisão e) Panfletos g) Não me informo<br />

b) Livros d) Jornais f) Parentes h) Agentes de saúde<br />

i) Outras fontes, quais? _________________________________________<br />

7. Informou ao dentista sobre as <strong>plantas</strong> que costuma usar? ( ) Sim ( ) Não<br />

Por quê? ______________________________________________________<br />

Quadro 1 Formas de preparo<br />

Nome da Planta<br />

Indicação<br />

Raiz<br />

Caule<br />

Parte Usada<br />

Folha<br />

Flor<br />

Fruto<br />

Semente<br />

Casca<br />

Outros<br />

Cozimento<br />

Pre<strong>para</strong>ção<br />

Em Água<br />

Vinho<br />

Pó<br />

Outros<br />

Forma de Uso<br />

Local<br />

de Obtenção<br />

M<br />

Resultado<br />

P AS AO<br />

Tempo de Tratamento<br />

M = melhorou<br />

P= piorou<br />

AS = sem alterações<br />

AO = surgiu outras alterações<br />

Obrigado pela colaboração


109<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

Laboratório de Biologia Bucal (tel: 3216 7795 / fax: 3216 7409)<br />

APÊNDICE C<br />

ROTEIRO DE ENTREVISTA 3 - PROFISSIONAIS<br />

Regional:_________ Cidade:___________________________ data___/___/___<br />

Unidade com horto medicinal: ( ) sim ( ) não<br />

Dados gerais:<br />

Nome:______________________________________________________ Idade: _______<br />

(anos)<br />

Gênero: M ( ) F ( ) Estado civil: solteiro ( ) casado ( )<br />

outro:_____________<br />

Tempo de formado (anos) : _________ Local de graduação: ___________________<br />

Unidade (s) de trabalho: antes_________________ atual_______________________<br />

Dados específicos:<br />

1. Quais as patologias mais freqüentes no atendimento deste serviço?<br />

R.:_______________________________________________________________________________<br />

2. Quais os medicamentos que o Sr (a) mais prescreve no serviço?<br />

Antibióticos:_______________________________________________________________________<br />

Anti-inflamatóros:<br />

_____________________________________________________________________<br />

Analgésicos:_______________________________________________________________________<br />

Outros:___________________________________________________________________________<br />

3. Algum paciente já relatou o uso de alguma planta medicinal durante a consulta?<br />

R.:_______________________________________________________________________________<br />

4. Se afirmativo, qual?<br />

________________________________________________________________<br />

5. O Sr(a). já recomendou algum tratamento com <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>?<br />

R.:_______________________________________________________________________________<br />

6. Algum paciente já relatou desconforto ou reações quando do uso de algum medicamento que o Sr.<br />

prescreveu?<br />

NÃO ( ) SIM ( )<br />

Se afirmativo, qual foi o medicamento (ou classe) _____________________________<br />

7. Existe algum relato por parte de pacientes ou profissionais de saúde de interação medicamentosa<br />

neste serviço? NÃO ( ) SIM ( )<br />

Se afirmativo, qual foi o medicamento (ou classe) ______________________________<br />

8. O Sr.(a) acha que o uso de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> pode acarretar alguma reação adversa/interação<br />

medicamentosa? NÃO ( ) SIM ( )<br />

Obrigado pela colaboração


110<br />

APÊNDICE D<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

Plantas <strong>medicinais</strong> <strong>utilizadas</strong> <strong>para</strong> <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong>: estudo etnobotânico em diferentes<br />

biomas da Paraíba<br />

PESQUISADORES: Marcos Alexandre Casimiro de Oliveira<br />

Jefferson Filippo Castro de Assis<br />

Prof. Fábio Correia Sampaio, PhD<br />

1. Introdução<br />

As informações a seguir descreverão esta pesquisa e o papel que você terá como<br />

participante. O pesquisador responsável responderá a quaisquer dúvidas que você possa ter sobre<br />

este termo e sobre o estudo. Por favor, leia-o cuidadosamente.<br />

2. Propósito da pesquisa<br />

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que visa elaborar material didático<br />

de orientação e educação <strong>para</strong> uso racional de <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong> em <strong>problemas</strong> <strong>bucais</strong> baseado em<br />

levantamento bibliográfico sobre princípio ativo das mesmas.<br />

3. Justificativa<br />

A eventual comprovação científica das propriedades terapêuticas das <strong>plantas</strong> a serem<br />

estudadas possibilitará a difusão de sua utilização de forma segura, especialmente entre as classes<br />

sociais menos favorecidas economicamente.<br />

4. Procedimentos do estudo<br />

Será aplicado questionário a pacientes de PSFs, cirurgiões-dentistas e raizeiros do estado da<br />

Paraíba.<br />

5. Desconforto ou riscos<br />

Nenhum desconforto ou risco é esperado neste tipo de pesquisa.<br />

6. Benefícios do estudo<br />

Possibilitar a conscientização em torno do uso das <strong>plantas</strong> <strong>medicinais</strong>, no que diz respeito<br />

aos riscos de sua utilização inadequada nas doenças <strong>bucais</strong>.<br />

7. Informações<br />

Os voluntários têm a garantia de que receberá respostas a qualquer pergunta ou<br />

esclarecimentos de qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos<br />

relacionados com a pesquisa.<br />

Também os pesquisadores supracitados assumem o compromisso de proporcionar<br />

informações atualizadas obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo<br />

em continuar participando.<br />

8. Retirada do consentimento<br />

O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de<br />

participar do estudo.<br />

9. Contato<br />

Se houver qualquer dúvida sobre o estudo você receberá maiores esclarecimentos com o<br />

pesquisador Fábio Correia Sampaio pelo tel: (83) 3216 7795 e e-mail fabio.sampa@uol.com.br<br />

10. Consentimento Pós-informação<br />

Eu,______________________________, certifico que tendo lido as informações acima e<br />

suficientemente esclarecido(a) de todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização da<br />

pesquisa. Assim, eu autorizo e garanto minha participação no trabalho de pesquisa proposto acima.<br />

___________________, ___ de ________________de 2009<br />

Nome completo:__________________________________ RG.__________<br />

......................................... .................................................................<br />

Assinatura do participante<br />

Prof. Fábio Correia Sampaio<br />

(Responsável)

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