JORNAL_ED 94 DEZEMBRO.indd - Contag
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ANO VIII | NÚMERO <strong>94</strong> | <strong>DEZEMBRO</strong> DE 2012<br />
www.contag.org.br<br />
CONTAG<br />
A<br />
facebook.com/contagbrasil<br />
@<strong>Contag</strong>Brasil<br />
CONTAG<br />
é filiada à<br />
CONF<strong>ED</strong>ERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG)<br />
Formação política para<br />
LIDERANÇAS SINDICAIS<br />
A ENFOC celebra formatura da 4ª turma do Curso Nacional de Formação<br />
em Ação Sindical e Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário.<br />
página 3<br />
E MAIS: Farmácia Popular (pág 5) • Mudanças Climáticas (pág 6) • Conselho Deliberativo (pág 7) • REAF (pág 8)<br />
• Política dos Assalariados(as) (pág 4) • Seca (pág 6) • Comissão da Verdade (pág 4) • Jovem Saber (pág 4)
Editorial<br />
Formação político-sindical é fundamental para o MSTTR<br />
Novembro foi marcado por grandes atividades,<br />
avanços e tomadas de decisão<br />
do Movimento Sindical de<br />
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).<br />
Foi concluído o Curso Nacional em Ação<br />
Sindical e Desenvolvimento Rural Sustentável<br />
e Solidário, foram realizadas as reuniões de<br />
dois Coletivos Nacionais (Finanças e Terceira<br />
Idade) e da Comissão Nacional de Jovens<br />
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, além do<br />
Conselho Deliberativo da CONTAG.<br />
A formatura da 4ª Turma “Juraci Moreira<br />
Souto – Somos Todos Guaranis Kaiowás” foi<br />
palco da reafirmação de compromissos com<br />
a formação político-sindical enquanto estratégia<br />
para o fortalecimento da luta do MSTTR para<br />
a implementação do Projeto Alternativo de<br />
Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário<br />
(PADRSS).<br />
Cada turma formada pela Escola Nacional<br />
de Formação da CONTAG (ENFOC) é mais um<br />
passo dado para se transformar em uma referência<br />
nacional de formação político-sindical.<br />
Portanto, o momento de conclusão de mais um<br />
curso não é só importante na vida dos educadores<br />
e educadoras populares, mas também na<br />
construção dessa história de 50 anos da nossa<br />
Confederação.<br />
As transformações que queremos fazer no<br />
campo a partir do PADRSS precisam estar conectadas<br />
com as mudanças que ocorrem na sociedade.<br />
Sabemos que não é uma missão fácil,<br />
pois é enorme o desafio que o mundo nos coloca<br />
para fazer sindicalismo. Por isso é tão importante<br />
investirmos em formação político-sindical.<br />
Nesse sentido, o desejo de toda a Diretoria<br />
da CONTAG é que os novos educadores e educadoras<br />
populares da ENFOC aproveitem todo<br />
esse ensinamento e mudança de percepção<br />
política para se tornarem luz e apoiadores do<br />
fortalecimento do nosso movimento sindical.<br />
Esse período também está sendo dedicado<br />
para as etapas de preparação do 11º Congresso<br />
Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
Rurais (11º CNTTR), que ocorrerá de 4 a 8 de<br />
março de 2013, em Brasília. Na última reunião<br />
do Conselho Deliberativo da CONTAG,<br />
“O momento de conclusão<br />
de mais um curso não é<br />
só importante na vida dos<br />
educadores e educadoras<br />
populares, mas também na<br />
construção dessa história<br />
de 50 anos da nossa<br />
Confederação.”<br />
de 21 a 23 de novembro, foi eleita a Comissão<br />
Coordenadora do 11º CNTTR, que tem como<br />
atribuições coordenar e orientar os trabalhos do<br />
congresso; supervisionar os serviços auxiliares<br />
e de organização; cumprir, fiscalizar e assegurar<br />
o cumprimento do regimento interno e do<br />
Estatuto da CONTAG; julgar os recursos a ela<br />
encaminhados; e eleger a Comissão Eleitoral<br />
do 11º CNTTR.<br />
Outra etapa que antecede ao Congresso<br />
Nacional da CONTAG é a realização das plenárias<br />
estaduais e regionais. Este é o momento<br />
dos dirigentes dos sindicatos e federações<br />
de cada estado debaterem o Documento Base<br />
e elegerem os delegados e delegadas que participarão<br />
do 11º CNTTR. Até 16 de janeiro de<br />
2013 acontecerão 11 plenárias estaduais e 77<br />
regionais. Portanto, a CONTAG está diretamente<br />
envolvida nesse processo e empenhada<br />
para que todos(as) enriqueçam ainda mais<br />
as propostas da categoria para serem aprovadas<br />
em Brasília. Nossa expectativa é grande e<br />
vamos trabalhar para realizarmos um excelente<br />
Congresso, no ano em que a CONTAG completará<br />
seus 50 anos. Nesse sentido, convocamos<br />
as nossas FETAGs e STTRs a mobilizarem a base<br />
para que tenhamos uma participação massiva<br />
em todas as plenárias de preparação ao 11º<br />
CNTTR.<br />
Na edição desse mês do <strong>JORNAL</strong> DA<br />
CONTAG divulgaremos também informações<br />
sobre a política nacional dos assalariados e<br />
assalariadas rurais, Comissão Camponesa da<br />
Verdade, programa Farmácia Popular, distribuição<br />
de milho pela CONAB, efeitos das mudanças<br />
climáticas, resoluções da Reunião<br />
Especializada sobre Agricultura Familiar do<br />
Mercosul, além da luta das mulheres para garantir<br />
mais espaços de direção no MSTTR,<br />
avanços na defesa e fortalecimento da terceira<br />
idade e idosos rurais, Programa Jovem Saber,<br />
entre outras.<br />
Boa leitura!<br />
Alberto Ercílio Broch<br />
Presidente da CONTAG<br />
INFORMES DO CAMPO<br />
carlos eduardo silva<br />
SECRETARIA DE ASSALARIADOS<br />
DÁ SEQUÊNCIA AO PROCESSO<br />
DE FORMAÇÃO<br />
Em continuidade ao processo formativo<br />
intensificado a partir de 2010, a<br />
Secretaria de Assalariados e Assalariadas<br />
Rurais da CONTAG realizou, entre os meses<br />
de maio e novembro, 22 Cursos de<br />
Formação de Negociadores em Negociação<br />
Coletiva, qualificando cerca de 1.200<br />
trabalhadores(as) assalariados rurais.<br />
Foram abordados temas como<br />
Planejamento da Ação Sindical, Direitos<br />
dos Trabalhadores Assalariados Rurais<br />
e Negociação Coletiva de Trabalho, entre<br />
outros. Os cursos foram realizados<br />
através do Termo de Cooperação Técnica<br />
e Financeira CONTAG/SENAR, e contou<br />
com a participação das Federações e<br />
Sindicatos dos seguintes estados: Goiás,<br />
Pará, Mato Grosso do Sul, Amazonas,<br />
Bahia, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso,<br />
Macapá, Tocantins, Pernambuco,<br />
Roraima, Rio Grande do Norte, Rio de<br />
Janeiro, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará<br />
e Espírito Santo. Para o secretário de<br />
Assalariados(as) Rurais, Antônio Lucas,<br />
“os cursos de formação são de grande<br />
importância para a capacitação de<br />
trabalhadores e trabalhadoras assalariadas<br />
rurais, principalmente porque os<br />
qualifica para tratar dos assuntos do<br />
dia a dia relativos ao assalariamento<br />
rural no Brasil.”<br />
NEGOCIAÇÕES COLETIVAS<br />
NO NORDESTE<br />
Depois de Pernambuco, mais dois estados<br />
conseguiram concluir as negociações<br />
coletivas de trabalho. Em Sergipe<br />
foi acordado um salário de R$ 670 (aumento<br />
de 9%); R$ 15 de piso de garantia;<br />
o valor da tonelada da cana-<br />
-de-açúcar amarrada ficou em R$ 20;<br />
o preço da cana abaixo de 100 toneladas<br />
por hectare foi taxado em R$ 6<br />
e acima de 100 toneladas/ha em R$<br />
6,60. Outras cláusulas foram mantidas,<br />
como fornecimento de transporte,<br />
recibo de produção e medição por<br />
compasso. Segundo o secretário de<br />
Assalariados Rurais da FETASE, Nunes<br />
dos Santos Alexandre, não foi possível<br />
avançar no recebimento de cesta básica<br />
e hora in itinere. “Foram seis rodadas<br />
de negociação durante um mês e<br />
meio. Um dos destaques foi que nesse<br />
ano conseguimos a participação e<br />
assinatura da Federação dos Pequenos<br />
Plantadores de Cana nesta convenção,<br />
o que não ocorria há três anos”.<br />
Em Alagoas, as principais conquistas<br />
foram: aumento de 10% no salário;<br />
piso de garantia de R$ 20; fornecimento<br />
de água gelada e capas de<br />
chuva; manutenção da tabela de tarefa;<br />
além da exclusão de algumas cláusulas<br />
que atrapalhavam a negociação.<br />
Segundo o secretário de Assalariados<br />
Rurais da FETAG-AL, Antonio Torres<br />
Guedes, os avanços não foram tão<br />
grandes por conta da seca, mas saímos<br />
satisfeitos. “Já deixamos articulado<br />
para 2013 a alimentação no local<br />
de trabalho e a doação de terra para<br />
a construção de habitações rurais<br />
para os trabalhadores(as)”.<br />
Rio Grande do Norte não fechou ainda<br />
o acordo, mas as negociações estão<br />
adiantadas. As empresas ofereceram<br />
um salário de R$ 635 enquanto<br />
os trabalhadores(as) reivindicaram R$<br />
700. Outras reivindicações são: cesta<br />
básica, alimentação no local de trabalho,<br />
aumento de 60% no valor da<br />
hora extra e pagamento das horas in<br />
itinere a partir de instalação de relógios<br />
de ponto nos ônibus.<br />
2 Jornal da <strong>Contag</strong>
ENFOC<br />
Escola da CONTAG promove formação política<br />
de lideranças sindicais<br />
Foram 15 dias embalados pela<br />
energia telúrica da Mãe Terra e<br />
pela lembrança dos indígenas, dos<br />
quilombolas, das Ligas Camponesas e<br />
de líderes que foram assassinados na<br />
luta por um pedaço de chão. O segundo<br />
Módulo do Curso Nacional de Formação<br />
em Ação Sindical e Desenvolvimento<br />
Rural Sustentável e Solidário, promovido<br />
pela Escola Nacional de Formação da<br />
CONTAG (ENFOC) aconteceu de 12 a 23<br />
de novembro, em Brasília, envolvendo<br />
atividades de reflexão, debates e interação<br />
de conhecimentos entre lideranças<br />
sindicais de todo o país, finalizando a<br />
última etapa do curso. Neste módulo foi<br />
feito um amplo diálogo sobre as eleições<br />
municipais no Brasil e em outros países,<br />
discutidas as Matrizes Estruturadoras<br />
do Desenvolvimento no Brasil; Democracia,<br />
participação e controle social; o<br />
Projeto Alternativo de Desenvolvimento<br />
Rural Sustentável e Solidário (PADRSS)<br />
e outros assuntos relacionados à prática<br />
pedagógica e sindical.<br />
O processo formativo tem como eixo<br />
temático a Ação Sindical e Desenvolvimento<br />
Rural Sustentável e Solidário,<br />
teve como unidade integradora a discussão<br />
de Campo, Sujeito e Identidade<br />
e as unidades temáticas giraram em<br />
torno da Formação Social e Projetos de<br />
Desenvolvimento em disputa – Estado,<br />
sociedade, ideologia; Vida Sindical -<br />
História, Concepção e Prática Sindical<br />
e Desenvolvimento Rural Sustentável e<br />
Solidário. Os eixos pedagógicos foram a<br />
Memória, Identidade e Pedagogia para<br />
uma Nova Sociabilidade. “Trabalhamos<br />
na perspectiva de qualificar a atuação<br />
política na disputa de projetos de sociedade,<br />
referenciada no Projeto Alternativo<br />
de Desenvolvimento Rural Sustentável e<br />
Solidário – PADRSS”, esclarece Juraci<br />
Souto, secretário de Formação e Organização<br />
Sindical da CONTAG.<br />
A estratégia formativa visa desenvolver<br />
um processo de formação militante,<br />
continuada e articulada em âmbito nacional,<br />
regional, estadual e municipal,<br />
corresponsabilizando cada educando<br />
(a) com os desdobramentos da estratégia<br />
de multiplicação criativa da ENFOC,<br />
além de estimular reflexões sobre as<br />
práticas educativas emancipatórias em<br />
consonância com o projeto de sociedade<br />
que o MSTTR pretende construir,<br />
objetivando influenciar novas dinâmicas<br />
relacionais, organizativas, produtivas e<br />
culturais.<br />
A celebração de conclusão do Curso<br />
Nacional aconteceu na noite do dia<br />
22 de novembro, no auditório da CON-<br />
TAG, em Brasília. Na formatura, a 4ª Turma<br />
homenageou Juraci Moreira Souto,<br />
momento que marcou a reafirmação de<br />
compromissos para a implementação<br />
do PADRSS.<br />
fotos: césar ramos<br />
Finanças<br />
Dirigentes discutem gestão administrativa<br />
e financeira, política de sustentabilidade do<br />
MSTTR e aprovam previsão orçamentária<br />
da CONTAG para 2013<br />
Após reunir secretários(as),<br />
presidentes e assessoria de todo<br />
país para discutir a gestão administrativa<br />
e financeira e a política<br />
de sustentabilidade do Movimento<br />
Sindical dos Trabalhadores e<br />
Trabalhadoras Rurais (MSTTR), o<br />
Conselho Deliberativo da CONTAG<br />
(22 de novembro) apreciou e aprovou<br />
as propostas encaminhadas<br />
pelo Coletivo Nacional de Finanças<br />
sobre Gestão Administrativa e<br />
Financeira e a Previsão Orçamentária<br />
para o exercício de 2013, que<br />
reafirma a importância da realização<br />
do 11º Congresso Nacional<br />
dos Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
Rurais (11º CNTTR). “Durante<br />
o Coletivo vivemos momentos de<br />
muita tensão, porque estávamos<br />
discutindo a organização do movimento<br />
sindical. Conseguimos<br />
assumir compromissos para o<br />
MSTTR, no caminho de sua autossustentação”,<br />
analisa o secretário<br />
de Finanças e Administração da<br />
CONTAG, Aristides Santos.<br />
Para o presidente da CONTAG,<br />
Alberto Broch, o Coletivo de Finanças<br />
foi um dos mais importantes,<br />
porque tratou dos rumos da sustentabilidade<br />
financeira do MSTTR<br />
para os próximos anos. “Enquanto<br />
existirem trabalhadores injustiçados<br />
e não implantarmos nosso<br />
projeto de desenvolvimento, não<br />
abriremos mão de lutar pela construção<br />
de um movimento sindical<br />
organizado”, garante.<br />
Sobre o tema Sustentabilidade<br />
Político-Financeira, também debatido<br />
pelo Coletivo para a apreciação<br />
do Conselho, saiu o indicativo<br />
de realização de debate nas<br />
Plenárias Estaduais/ Regionais de<br />
preparação para ao 11º CNTTR<br />
sobre a implementação do Orçamento<br />
Participativo na CONTAG,<br />
envolvendo diretamente as Federações<br />
de Trabalhadores (as)<br />
na Agricultura (FETAGs) nessa<br />
discussão. “A CONTAG vive um<br />
processo evolutivo, de aperfeiçoamento<br />
da gestão político-financeira<br />
com ativa participação das<br />
federações, em um processo cada<br />
vez mais consolidado de gestão<br />
coletiva para fortalecer as lutas e<br />
as conquistas”, destaca Aristides<br />
Santos.<br />
O dirigente também aproveitou<br />
a oportunidade para apresentar ao<br />
Conselho Deliberativo o andamento<br />
da reforma do Centro de Estudo<br />
Sindical Rural (CESIR). “Já temos<br />
dois pavimentos com 21 apartamentos<br />
reformados, além da mecanografia<br />
e do refeitório”.<br />
Jornal da <strong>Contag</strong><br />
3
Política Nacional<br />
GTI de Assalariados Rurais finaliza proposta<br />
e aguarda publicação de decreto presidencial<br />
Governo federal deverá<br />
responder ainda a<br />
pauta de reivindicações<br />
dos assalariados(as)<br />
rurais, uma vez que a<br />
política é apenas parte<br />
desse documento.<br />
A CONTAG realizou a Primeira Mobilização Nacional<br />
dos Assalariados e Assalariadas Rurais nos dias<br />
19 e 20 de março deste ano, quando vieram a Brasília<br />
cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais<br />
empregados(as) reivindicar os seus direitos, a criação<br />
de uma política nacional para atendê-los e uma série<br />
de reivindicações, como escolarização, qualificação e<br />
reinserção produtiva desses trabalhadores.<br />
Através da Portaria 295, de 27 de junho de 2012,<br />
a Secretaria Geral da Presidência da República<br />
instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI)<br />
com a finalidade de discutir e avaliar a apresentação<br />
de uma proposta de política nacional para os<br />
trabalhadores(as) rurais assalariados(as).<br />
Em 14 de agosto de 2012, a partir da Portaria 308,<br />
foram nomeados os membros do GTI, que é composto<br />
por representantes do Incra, dos Ministérios<br />
do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Trabalho e<br />
Emprego (MTE), da Educação (MEC), da Casa Civil,<br />
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
(MDS) e da Secretaria Geral da Presidência da República.<br />
Já no dia 22 do mesmo mês, foram iniciados<br />
os trabalhos de construção da proposta. As reuniões<br />
do grupo acontecem mensalmente e a CONTAG participa<br />
de todas.<br />
O GTI está utilizando a pauta da mobilização nacional<br />
como referência para a construção da proposta.<br />
Entretanto, ficou definido que o governo federal<br />
deverá responder ainda a pauta de reivindicações<br />
dos assalariados(as) rurais, uma vez que a política é<br />
apenas parte desse documento.<br />
“O GTI já chegou em uma proposta mínima para a<br />
construção dessa política, que já se apresenta como<br />
um marco importante para os assalariados(as) rurais,<br />
para o MSTTR, bem como para a sociedade”, avaliou<br />
o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais<br />
da CONTAG, Antonio Lucas. O dirigente completou<br />
que valeu a pena realizar a manifestação na capital<br />
federal. “Estamos colhendo agora os frutos do nosso<br />
trabalho e das nossas reivindicações. Esta política é<br />
algo inédito no Brasil”, comemorou.<br />
A CONTAG convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras<br />
rurais assalariados(as), seus sindicatos e<br />
federações a se manterem atentos para garantir que<br />
a presidenta Dilma Rousseff publique o Decreto com a<br />
Política Nacional de Trabalhadores Rurais Empregados.<br />
Comissão Camponesa da Verdade<br />
Movimentos contribuem no resgate da<br />
memória, verdade e justiça no campo<br />
Como desdobramento do Encontro<br />
Unitário ocorrido em agosto, em Brasília,<br />
reunindo os principais movimentos<br />
sociais do campo, foi criada a Comissão<br />
Camponesa da Verdade. Ela visa<br />
acompanhar e negociar com a Comissão<br />
Nacional da Verdade o resgate da<br />
memória e da verdade na história de<br />
violações de direitos humanos contra os<br />
trabalhadores(as) rurais.<br />
A Comissão Nacional da Verdade<br />
tem o papel de apurar graves violações<br />
de direitos humanos praticadas no Brasil<br />
de 1<strong>94</strong>6 e 1988, o que inclui a ditadura<br />
militar (1964-1985). No campo, a violência<br />
foi cometida por agentes públicos e<br />
privados, que contaram com o apoio ou<br />
omissão e conivência dos órgãos do Estado,<br />
para garantirem os interesses dos<br />
latifundiários e a implantação de grandes<br />
projetos.<br />
São muitas histórias que permanecem<br />
no anonimato, que foram ignoradas<br />
pelos documentos oficiais e que precisam<br />
ser resgatadas para trazer à tona a<br />
verdade e memória de milhares de camponeses.<br />
Por isso, é fundamental que o<br />
MSTTR se informe e se mobilize, especialmente<br />
na indicação de casos ocorridos<br />
nos estados e municípios, assegurando<br />
a justiça e dignidade no campo.<br />
Persiste no campo a violência, o sentimento<br />
de insegurança e de impunidade.<br />
“O Estado, por ação, omissão ou<br />
garantia da impunidade dos culpados,<br />
ainda age contra os povos mais vulneráveis<br />
e lideranças, desabafa o secretário<br />
de Política Agrária da CONTAG, Willian<br />
Clementino. Um dos casos de maior relevância<br />
foi o assassinato do casal de<br />
extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva<br />
e Maria do Espírito Santo, do Projeto<br />
de Assentamento Agroextrativista Praia<br />
Alta Piranheira, em Nova Ipixuna (PA). A<br />
suspeita é de execução por madeireiros<br />
da região. Outro exemplo foi a prisão do<br />
presidente do STTR de Vilhena/ Chupinguaia,<br />
Udo Wahlbrink, em março de<br />
2012 por conta de conflito agrário. O sindicalista<br />
foi solto 8 meses depois com o<br />
deferimento do habeas corpus.<br />
Tão importante como recontar a verdadeira<br />
história de violações cometidas<br />
contra famílias, pessoas e organizações<br />
camponesas no passado, é relacionar<br />
os fatos com a violência que ainda impera<br />
no campo, consequência do modelo<br />
de desenvolvimento priorizado pelo<br />
Estado, e indicar medidas que acabem<br />
com ela. Neste sentido, é fundamental<br />
reforçar o trabalho da Comissão Camponesa,<br />
assegurando capacidade de<br />
incidir nos resultados da Comissão Nacional<br />
constituída pelo governo.<br />
Jovem Saber<br />
Um programa de educação para<br />
a juventude rural<br />
O programa Jovem Saber já conseguiu atingir cerca de 30<br />
mil jovens de todo país, em seus oito anos de existência. O<br />
programa desenvolve um curso gratuito de educação à distancia<br />
(via internet), que conta com atividades presenciais e,<br />
nesse universo, chega a cerca de 51% de jovens do sexo<br />
feminino e a 49% do sexo masculino.<br />
Atuando a partir de Grupos de Estudo formados por jovens,<br />
que são organizados na maioria das vezes por Sindicatos,<br />
Escolas, Associações, Organizações Não-Governamentais<br />
(ONGs), Cooperativas e Universidades, o Programa<br />
Jovem Saber constitui uma grande rede de parceiros institucionais.<br />
Por outro lado, os grupos são monitorados pelas<br />
Secretarias e Coordenações de Jovens dos Sindicatos, Federações<br />
e CONTAG.<br />
Dessa forma, até hoje foram criados 3.824 grupos de estudo<br />
em 3.727 municípios rurais. “Essa é a prova de que<br />
o Jovem Saber está, realmente, chegando à base sindical”,<br />
afirma Elenice Anastácio, secretária de Jovens Trabalhadores<br />
Rurais da CONTAG. Mas, a dirigente sindical também faz<br />
uma reflexão crítica sobre a ação: “Nossa demanda não foi<br />
atendida, porque ainda existem milhares de jovens que precisam<br />
participar do programa”, contabiliza.<br />
Quando analisa o número de jovens que já participaram<br />
do Jovem Saber, Elenice identifica que, na região Nordeste,<br />
o estado de Pernambuco conta com 4.599 jovens (o maior<br />
contingente) e que, na região Norte, o estado do Pará está<br />
com 1.777 jovens participantes do programa. Na região Centro-Oeste,<br />
o Mato Grosso está com 620 jovens; na região Sudeste,<br />
Minas Gerais registra 1.010 jovens e, na região Sul,<br />
o Rio Grande do Sul está com 558 jovens. Atualmente, na<br />
turma do ano de 2012, o Jovem Saber está capacitando 820<br />
jovens em 99 grupos de estudo.<br />
4 Jornal da <strong>Contag</strong>
Farmácia Popular<br />
Programa chegará a municípios com IDH menor<br />
O Conselho Nacional de Saúde avaliou distorções na sua execução e aprovou propostas<br />
que visam solucionar problemas, como maior investimento no sistema público de saúde.<br />
O<br />
programa Farmácia Popular foi criado<br />
para facilitar e ampliar o acesso a medicamentos<br />
essenciais para o tratamento<br />
de doenças de grande ocorrência no país,<br />
como diabetes, hipertensão e asma. O público-<br />
-alvo é a população de baixa renda.<br />
Atualmente, o Sistema Único de Saúde<br />
(SUS) financia três modalidades: farmácias nas<br />
Unidades Básicas de Saúde do SUS (UBS); farmácia<br />
pública (sob a gestão do governo federal<br />
em parceria com estados e municípios) e farmácias<br />
privadas com o nome “Aqui tem Farmácia<br />
Popular” (onde o usuário do SUS ou da rede<br />
privada paga valor de custo); e o Saúde não<br />
tem preço -lista que amplia medicamentos no<br />
“Aqui tem Farmácia Popular” (os medicamentos<br />
não são pagos).<br />
O Farmácia Popular inclui 19.769 farmácias<br />
e drogarias credenciadas, contemplando<br />
3.362 municípios, sendo 1.087 no Plano Brasil<br />
sem Miséria. Segundo balanço do Ministério<br />
da Saúde, de janeiro de 2011 a agosto de 2012<br />
houve um crescimento de pacientes atendidos.<br />
Somente em agosto de 2012 foram 5,31<br />
milhões de atendidos. Enquanto que no período<br />
de agosto de 2011 a agosto de 2012 foram<br />
quase 14 milhões. Segundo o secretário de Políticas<br />
Sociais da CONTAG, José Wilson, o programa<br />
será ampliado para os municípios com<br />
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo.<br />
“Essa medida fará com que mulheres e homens<br />
do campo reduzam o custo das despesas<br />
com medicamentos, que hoje é maior que o das<br />
famílias que moram nas cidades. É importante<br />
que os gestores da saúde ampliem também a<br />
oferta de serviços para a população e assegurem<br />
o atendimento de qualidade às consultas,<br />
exames e medicamentos”.<br />
José Wilson destaca a importância de divulgar<br />
programas como esse. Afinal, por falta de<br />
informação, muitas pessoas deixam de assegurar<br />
seus direitos e se beneficiar dos serviços<br />
ofertados pelo SUS. “Muitas delas deixam de<br />
fazer tratamentos preventivos e descobrem a<br />
doença em um estágio mais avançado”. Nesse<br />
sentido, o dirigente afirmou que é papel do movimento<br />
sindical lutar por esses direitos básicos<br />
e informar os trabalhadores(as) rurais sobre os<br />
serviços ofertados pelo SUS. “Não podemos<br />
permitir que haja distorções. Em caso de irregularidades<br />
devemos denunciar na Ouvidoria<br />
do SUS 136”.<br />
AVALIAÇÃO – Durante a reunião do Conselho<br />
Nacional de Saúde (CNS) de setembro foram<br />
apresentados dados da pesquisa da CONTAG<br />
com os trabalhadores(as) rurais de 55 a 80<br />
anos: 80% são usuários exclusivos do SUS;<br />
85% avaliaram como regular o acesso a medicamentos;<br />
48% tem gasto para adquirir o medicamento<br />
não oferecido pelo SUS; 60% possui<br />
renda familiar de até dois salários mínimos; e<br />
15% reivindica a presença do farmacêutico no<br />
atendimento.<br />
Como essa reunião tratou das distorções do<br />
Programa Farmácia Popular, depois dos debates<br />
o CNS aprovou como propostas: deliberar<br />
pela inversão do modelo de investimento no<br />
programa, garantindo o retorno de recursos<br />
para o sistema público; solicitar ao MS que retome<br />
o GT de Estruturação da Assistência Farmacêutica;<br />
delegar a definição de proposta de<br />
atualização da Política Nacional de Assistência<br />
Farmacêutica, a ser apresentada ao CNS; e sugerir<br />
ao MS que avalie a possibilidade de uso<br />
de analgesia no parto normal como mecanismo<br />
para estimular esse tipo de parto.<br />
Cuidados necessários para<br />
adquirir o medicamento: ter<br />
em mãos a receita médica; ter<br />
atendimento de farmacêutico<br />
nas farmácias; e evitar o uso<br />
abusivo de medicação.<br />
agriCULTURA<br />
dica de livro<br />
“Extensão ou<br />
comunicação?”<br />
de Paulo Freire<br />
Neste livro, o educador e filósofo<br />
brasileiro Paulo Freire<br />
analisa a comunicação entre o<br />
técnico agrônomo e o camponês<br />
no processo de desenvolvimento<br />
de uma nova sociedade agrária, apontando<br />
os problemas recorrentes deste contato. Nesta<br />
análise, ele condena o processo extensionista deste<br />
trabalho, a limitação imposta aos camponeses pelos<br />
agrônomos, e faz defesa da educação que se<br />
dá pela troca, diálogo e comunicação entre as partes<br />
que ensinam e as que aprendem, o que gera,<br />
consequentemente, um aprendizado mútuo e um<br />
conhecimento mais aberto, que é enriquecido com<br />
mais visões de mundo e convicções.<br />
Apesar de abordar a questão agrária, e ter sido escrito<br />
há mais de 40 anos (em 1968), a interpretação<br />
deste livro pode ser levada para outras realidades<br />
educacionais, contribuindo para reflexões sobre<br />
como são feitos os processos educacionais hoje.<br />
Mulheres<br />
Trabalhadoras rurais realizam debates<br />
e lutam para garantir mais espaço<br />
A participação das mulheres no 11º Congresso<br />
Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
Rurais (CNTTR) se iniciou com um amplo processo<br />
de mobilização, de organização e de intervenção<br />
em diversos espaços. A Plenária Nacional<br />
de Mulheres (outubro) foi o marco político de<br />
articulação e proposição das mulheres. Agora,<br />
nas Plenárias Estaduais e Regionais preparatórias<br />
para o CNTTR, as dirigentes sindicais incorporam<br />
o que acumularam e lutam para garantir<br />
uma maior participação na escolha de delegadas<br />
e fazer um debate qualificado sobre o conteúdo<br />
da plataforma da CONTAG, levando em conta os<br />
dois grandes vieses que pautam os debates para<br />
o Congresso, o desenvolvimento e a organização<br />
sindical.<br />
Segundo Carmen Foro, secretária de Mulheres<br />
Trabalhadoras Rurais da CONTAG, vários<br />
temas desse debate mobilizam muito mais<br />
as mulheres, mas todos giram em torno do<br />
reforço da participação política desse público.<br />
“O tema mais picante do congresso será a<br />
paridade e nós, mulheres trabalhadoras rurais,<br />
não queremos fazer essa reflexão numa lógica<br />
numérica, mas sim de avanços do que acumulamos<br />
ao longo de toda a história da CONTAG.<br />
Faremos o debate da igualdade, do respeito,<br />
da participação política, da liberdade e do fortalecimento<br />
da autonomia das mulheres. Assim,<br />
chegaremos no 11º Congresso com uma<br />
proposta concreta para aumentar nossa participação<br />
política nos espaços de poder e decisão<br />
do movimento sindical”.<br />
Carmen argumenta que as mulheres são<br />
maioria como filiadas nos sindicatos e como<br />
contribuintes, mas que isso ainda não se reflete<br />
no direcionamento político do MSTTR. A cota<br />
mínima de 30% virou cota máxima e, segundo<br />
ela, não é por falta de capacidade “porque organizamos<br />
a maior marcha do país (a Marcha das<br />
Margaridas) e isso demonstra nosso poder de<br />
mobilização nos níveis local e nacional”.<br />
Jornal da <strong>Contag</strong><br />
5
Mudanças Climáticas<br />
Cenário prevê<br />
diminuição da área<br />
de cultivo<br />
O<br />
s relatórios do Painel Intergovernamental sobre<br />
Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês)<br />
apresentaram muitas incertezas sobre o panorama<br />
climático futuro e, principalmente, no tocante<br />
à atribuição de responsabilidades pela alteração do<br />
clima a partir das atividades humanas prejudiciais à<br />
saúde do planeta. Os relatórios do IPCC têm fundamentado<br />
a simulação de cenários de impactos na agricultura.<br />
A vulnerabilidade torna-se mais agravante nos<br />
países em desenvolvimento, que de maneira geral são<br />
fortemente dependentes da atividade agrícola, seja ela<br />
de subsistência ou base da economia nacional.<br />
As previsões preveem que o aumento da temperatura<br />
no país vai diminuir a área favorável aos<br />
cultivos de soja, café, milho, arroz, feijão e algodão.<br />
Isto pode representar um prejuízo de R$ 7,4 bilhões<br />
já em 2020. Nesse sentido, a geografia da produção<br />
agrícola brasileira vai mudar radicalmente nos<br />
próximos anos e os impactos serão profundamente<br />
sentidos na agricultura familiar.<br />
Haverá aumento das chuvas em curtos períodos,<br />
inundações e acentuação da seca no inverno, prejudicando<br />
mais as espécies perenes que teriam maior<br />
dificuldade em suportar a falta d’água em relação<br />
às culturas anuais. Segundo a secretária de Meio<br />
Ambiente da CONTAG, Rosicléia Santos Azevedo,<br />
se confirmadas estas tendências, haverá deslocamento<br />
no uso da terra (queimadas e desmatamentos),<br />
flutuação no balanço hidrológico expressas em<br />
inundações e secas severas e, conseqüente, aumento<br />
dos processos de desertificação.<br />
MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO - O Brasil é o 5º maior<br />
emissor de gases de efeito estufa e a mudança do clima<br />
é urgente e requer um esforço global. O país assumiu<br />
o compromisso nacional voluntário em reduzir<br />
entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas até 2020<br />
(Lei 12.287/09). O Plano Setorial da Agricultura (Agricultura<br />
de Baixo Carbono – ABC) prevê um conjunto<br />
de ações de adaptação para a agricultura familiar por<br />
meio de pesquisa, zoneamento agrícola, seguro, diversificação<br />
da produção, gestão da água, pagamento<br />
por serviços ambientais e adoção de políticas de prevenção<br />
de desastres, entre outros.<br />
“O movimento sindical necessita urgentemente incorporar<br />
a dimensão da temática ambiental em suas<br />
ações, especialmente no âmbito da formação, da política<br />
agrícola e da ocupação agrária, buscando promover<br />
discussões e estratégias conjuntas a fim aprimorar<br />
as políticas públicas ao evidenciar a capacidade da<br />
agricultura familiar em se transformar na principal ferramenta<br />
de uma nova relação com a natureza e no uso<br />
racional dos recursos naturais”, disse Rosy.<br />
Valter Campanato/ABr<br />
Seca<br />
Efeitos da estiagem em debate com o governo<br />
A seca que assola a região semiárida<br />
brasileira traz muitos prejuízos aos agricultores<br />
familiares. Dentre os tantos problemas<br />
que enfrentam no momento, estão<br />
infraestrutura, distribuição de água<br />
e de milho para alimentar os animais. A<br />
região Nordeste, que tradicionalmente<br />
não produz quantidade suficiente do cereal,<br />
teve piora na produção por conta<br />
da seca, e precisa comprar o produto de<br />
outras regiões brasileiras.<br />
A demanda do Nordeste é de 400<br />
mil toneladas de milho. A principal dificuldade<br />
para que este produto chegue<br />
até lá é o transporte. Mesmo a CONAB<br />
promovendo leilões de frete para subsidiar<br />
o custo do transporte, os contratos<br />
realizados com as empresas demoram a<br />
ser cumpridos.<br />
Há ainda a reclamação de que, do<br />
milho que chega, grande parte é distribuída<br />
para as propriedades de maior<br />
demanda, que não correspondem à<br />
agricultura familiar. “O milho não está<br />
chegando. Quando chega, não é distribuído<br />
para o nosso público”, denuncia<br />
o secretário de Política Agrícola<br />
da CONTAG, Antoninho Rovaris.<br />
Envelhecimento no Campo<br />
Avanços na defesa<br />
e fortalecimento da<br />
população idosa rural<br />
O Movimento Sindical de Trabalhadores<br />
e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) está<br />
avançando na defesa e no fortalecimento<br />
dos trabalhadores(as) da terceira idade<br />
e idosos rurais. A criação da Secretaria<br />
da Terceira Idade ocorreu em 2009,<br />
no 10°CNTTR. Nestes quase três anos<br />
foram muitos os desafios e concretizações,<br />
as FETAGs trabalham a temática<br />
e os STTRs têm prestado relevantes trabalhos<br />
a estes trabalhadores.<br />
Os avanços nas políticas públicas<br />
têm sido alcançados após a efetivação<br />
do Estatuto do Idoso. Exemplo disto foi<br />
a criação do Fundo Nacional do Idoso<br />
(FNI). Em 2012, o Conselho Nacional dos<br />
Direitos do Idoso (CNDI) aprovou oito<br />
projetos para receber recursos do FNI.<br />
Os estados contemplados são: Pará, Tocantins,<br />
Pernambuco, Ceará, Distrito Federal,<br />
Mato Grosso, Santa Catarina e Rio<br />
de Janeiro. “Isso só é possível devido a<br />
luta dos trabalhadores(as) rurais”, argumentou<br />
o secretário da Terceira Idade da<br />
CONTAG, Natalino Cassaro.<br />
Outro destaque foi a reunião do Coletivo<br />
Nacional de 3ª Idade, em novembro<br />
Cobrança de providências<br />
Em busca de soluções para este e os outros<br />
problemas resultantes da seca, dirigentes<br />
da CONTAG e das FETAGs dos estados do<br />
Nordeste estiveram reunidos em audiência<br />
com representantes do Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento (MAPA),<br />
da CONAB e com o ministro chefe da Secretaria<br />
Geral da Presidência da República,<br />
Gilberto Carvalho. Nestas reuniões foram<br />
esclarecidas as emergências e cobrados<br />
resultados. Uma das principais reivindicações<br />
é que a distribuição de milho seja feita<br />
de forma que atenda a todos, e continue<br />
até fevereiro, pois a previsão é que a estiagem<br />
se prolongue.<br />
No entanto, as respostas do governo<br />
foram vagas, e a comissão de dirigentes<br />
saiu insatisfeita das audiências. A CONTAG<br />
continuará pressionando o governo na tentativa<br />
de melhorias na situação dos estados<br />
que sofrem com a seca. “Estão previstas<br />
uma audiência pública em Fortaleza, neste<br />
mês, para a discussão do tema e uma<br />
reunião do grupo de trabalho interministerial<br />
com a CONTAG e FETAGs, no início do<br />
ano, para traçar um plano de convivência”,<br />
adianta Antoninho.<br />
desse ano, que iniciou o debate sobre<br />
os Desafios e Perspectivas para o Cuidado<br />
da Pessoa Idosa Rural no Brasil,<br />
Profissionalização e Capacitação do<br />
Cuidador. “No meio rural, quem cuida<br />
das pessoas idosas normalmente são as<br />
mulheres, esposas, filhas e noras. Esta<br />
é uma responsabilidade solitária, pesada<br />
e sem remuneração. O MSTTR está<br />
preocupado com as pessoas idosas que<br />
dependem do cuidado e também com a<br />
situação dos cuidadores”, disse Cassaro.<br />
Ele informou que o movimento sindical<br />
está investindo não só no debate,<br />
mas na construção de uma proposta de<br />
política para o cuidado da pessoa idosa,<br />
promovendo a capacitação e outros mecanismos<br />
de proteção social, facilitando<br />
o acesso dessas pessoas aos direitos<br />
previdenciários.<br />
Já em 2013 entrou no planejamento a<br />
realização de cerca de 53 seminários nos<br />
pólos e microrregiões com a terceira idade<br />
e idosos rurais, com palestras sobre<br />
os direitos e ações de atendimento específico<br />
para este público, e a importância<br />
de sua organização e participação social.<br />
maria cavalcante<br />
6 Jornal da <strong>Contag</strong>
Conselho Deliberativo<br />
CONTAG e FETAGs fazem balanço positivo do ano de 2012<br />
O<br />
balanço geral feito pela<br />
CONTAG e Federações de<br />
Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
na Agricultura (FETAGs) foi<br />
bastante positivo, segundo análise<br />
realizada pelos dirigentes sindicais<br />
na última reunião do Conselho<br />
Deliberativo da Confederação,<br />
realizada de 21 a 23 de novembro,<br />
em Brasília. A abertura do encontro<br />
contou com um intenso debate<br />
e reflexão a partir das informações<br />
da análise de conjuntura feita pelo<br />
jornalista Paulo Henrique Amorim<br />
(notícia abaixo). Nesses três dias,<br />
também foram aprovadas as propostas<br />
encaminhadas pelo Coletivo<br />
Nacional de Finanças sobre<br />
Gestão Administrativa e Financeira,<br />
dentre as quais a previsão<br />
orçamentária para o exercício de<br />
2013, que avalia financeiramente<br />
a realização do 11º Congresso<br />
Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
Rurais (11º CNTTR) e<br />
a recomendação para que o Orçamento<br />
Participativo seja discutido<br />
nas Plenárias Estaduais/ Regionais<br />
de preparação para ao 11º<br />
CNTTR, envolvendo diretamente<br />
as FETAGs nessa discussão. Avaliações<br />
dos eventos promovidos<br />
pela Confederação nos últimos<br />
meses e das eleições municipais,<br />
deliberações para os próximos<br />
eventos a serem realizados e outras<br />
atividades também fizeram<br />
parte da programação ao longo<br />
destes três dias.<br />
O Conselho Deliberativo da<br />
CONTAG elegeu ainda a Comissão<br />
Coordenadora do 11º CNTTR, que<br />
tem como atribuições coordenar e<br />
orientar os trabalhos do 11º CNTTR;<br />
supervisionar os serviços auxiliares<br />
e de organização; cumprir, fiscalizar<br />
e assegurar o cumprimento do<br />
regimento interno e do Estatuto da<br />
CONTAG; julgar os recursos a ela<br />
encaminhados; e eleger a Comissão<br />
Eleitoral do 11º CNTTR (a lista<br />
completa da Comissão Coordenadora<br />
do 11º CNTTR está disponível<br />
no site da CONTAG, na página de<br />
Documentos do Congresso).<br />
A preparação para o Grito da<br />
Terra Brasil 2013 também foi abordada<br />
durante a reunião, sendo<br />
discutida com base nas opiniões<br />
dos representantes das Federações<br />
sobre a pauta e o monitoramento<br />
das negociações, tendo<br />
César ramos<br />
como referência o GTB 2012. Um<br />
dos pontos altos do conselho foi o<br />
debate sobre a situação da seca<br />
na região semiárida brasileira. O<br />
tema foi discutido pelos dirigentes,<br />
seguido de duas audiências<br />
com o Ministério da Agricultura<br />
e Secretaria Geral da Presidência<br />
da República (leia matéria na página<br />
6).<br />
O presidente Alberto Broch<br />
também avaliou positivamente o<br />
encontro. “Foi uma das melhores<br />
reuniões do Conselho dos últimos<br />
anos, pois aprovamos muitas<br />
questões importantes para o<br />
CNTTR, para o crescimento da<br />
CONTAG e também no que diz<br />
respeito ao problema da seca, que<br />
assola, sobretudo, o semiárido<br />
nordestino. E tudo aconteceu em<br />
um alto nível de debate político”,<br />
acrescentou.<br />
Esta foi a última reunião do<br />
ano do Conselho Deliberativo da<br />
CONTAG, que normalmente realiza<br />
duas reuniões ordinárias e uma extraordinária<br />
por ano.<br />
Cenário Político<br />
Paulo Henrique<br />
Amorim faz análise da<br />
conjuntura política<br />
A reunião do Conselho Deliberativo da<br />
CONTAG começou com a tradicional análise<br />
de conjuntura. Desta vez o convidado<br />
para fazer esta abertura foi uma figura nacionalmente<br />
conhecida: o jornalista Paulo<br />
Henrique Amorim. Em sua fala, que durou<br />
cerca de uma hora e meia, ele abordou o<br />
cenário político nacional, o resultado das<br />
eleições municipais de 2012, as perspectivas<br />
para o futuro, dentre outros assuntos.<br />
Ao falar sobre o futuro político do país,<br />
ele mostrou-se preocupado com o prenúncio<br />
de um novo golpe no país liderado<br />
pelo Poder Judiciário e apoiado pela<br />
grande mídia. “O PT (Partido dos Trabalhadores)<br />
venceu três vezes a eleição para<br />
a Presidência da República, mas não levou.<br />
Afinal, não conseguiu conquistar a<br />
imprensa, o Judiciário e nem tem a maioria<br />
do Congresso Nacional”.<br />
Em relação às eleições partidárias de<br />
2014, o jornalista alerta que as perspectivas<br />
não são boas. De acordo com o atual<br />
cenário político, a previsão é que a oposição<br />
invista em uma “campanha suja”, como a<br />
que foi protagonizada por Serra em 2010 na<br />
disputa com Dilma Rousseff. “Tudo isso porque<br />
o que está em jogo é o quarto mandato<br />
de um(a) presidente da República da classe<br />
trabalhadora”.<br />
DEBATE – A diretoria e assessoria da<br />
CONTAG e dirigentes das FETAGs tiveram<br />
a oportunidade de fazer perguntas e reflexões<br />
sobre os assuntos abordados. Todos<br />
reafirmaram que está posta uma disputa<br />
de projetos políticos e que o Movimento<br />
Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
Rurais (MSTTR) está do lado da classe trabalhadora.<br />
Outras questões debatidas foram a necessidade<br />
de haver uma liberdade de expressão<br />
de fato, a democratização dos meios de<br />
comunicação, a criação de uma TV Estatal, o<br />
poder da bancada ruralista, o cenário político<br />
na América Latina, dentre outras.<br />
O momento de análise de conjuntura é<br />
importante para que os debates do Conselho<br />
ocorram de forma mais próxima à política<br />
atual, por isso é realizado logo no início<br />
das reuniões do Conselho Deliberativo.<br />
César ramos<br />
Saneamento Rural<br />
Desafio para universalizar saúde<br />
e melhorar a vida no campo<br />
O campo contribui com 10% da riqueza produzida<br />
no país e 70% dos alimentos que chegam à<br />
mesa do povo brasileiro. No entanto, sofre profundas<br />
desigualdades sociais e econômicas que interferem<br />
nas condições de saúde e qualidade de vida<br />
no meio rural.<br />
Dados da PNAD 2009 mostram que apenas 42%<br />
dos domicílios rurais dispõem de água canalizada<br />
para uso doméstico, os demais 58% dos domicílios<br />
estão utilizando água vinda de outras fontes,<br />
porém sem nenhum tipo de tratamento. Muitas<br />
habitações rurais ainda são muito precárias que<br />
sequer dispõem de banheiros e fossas. O esgotamento<br />
sanitário, que atende apenas 5% dos domicílios<br />
rurais, é tão raro que virou artigo de luxo. Em<br />
49% das residências que têm banheiro, o escoamento<br />
de dejetos (fezes e urina) ocorre por meio de<br />
fossas rudimentares não ligadas à rede. Em 17%,<br />
os dejetos são jogados a céu aberto.<br />
Esse cenário foi detalhado em um artigo produzido<br />
pela Secretaria de Políticas Sociais da CON-<br />
TAG e publicado no website da Confederação no<br />
final de novembro. Para o secretário José Wilson,<br />
é importante a mobilização do Movimento Sindical<br />
de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na defesa<br />
da política de saneamento rural. “Este tema deve<br />
ser reafirmado em nossas pautas de reivindicação e<br />
mesas de negociação de políticas públicas voltadas<br />
para o desenvolvimento rural.”<br />
Jornal da <strong>Contag</strong><br />
7
ENtrEVista<br />
KAILASH SATYARTHI<br />
ARQUivO PESSOAL<br />
O entrevistado desta edição<br />
do Jornal da CONTAG é o<br />
professor indiano Kailash<br />
Satyarthi, coordenador da<br />
Marcha Global Contra o<br />
Trabalho Infantil, que nos fala<br />
sobre a questão do trabalho<br />
de crianças e adolescentes<br />
na agricultura, da formação<br />
de suas identidades enquanto<br />
sujeitos do campo e o<br />
controle social dos programas<br />
e políticas voltados para<br />
formação desse público.<br />
Kailash comenta também as<br />
práticas na agricultura familiar<br />
e sua relação com a educação<br />
para a vida no campo.<br />
Como você vê o trabalho de crianças<br />
e adolescentes na agricultura familiar?<br />
Os agrotóxicos, máquinas e eletricidade<br />
fizeram o trabalho na agricultura perigoso<br />
e arriscado para crianças e adolescentes.<br />
O agronegócio marginalizou e fragilizou<br />
a agricultura familiar e muitos trabalhadores<br />
rurais não têm mais autonomia<br />
em seus processos produtivos, nem nos<br />
recursos gerados por eles. inserir nas cadeias<br />
de produção crianças e adolescentes<br />
rurais é um erro das famílias, ao custo<br />
de sua saúde e educação. As empresas<br />
locais e as multinacionais do agronegócio<br />
se eximem da responsabilidade de<br />
monitorar suas cadeias de fornecimento.<br />
Eles devem respeitar as leis nacionais e<br />
as normas internacionais. é preciso estimular<br />
ações conjuntas de trabalhadores<br />
e empregadores no monitoramento das<br />
cadeias de produção e fornecimento de<br />
matérias-primas ou produtos. Crianças e<br />
adolescentes que trabalham têm maiores<br />
possibilidades de evasão escolar. Em 11<br />
países latino-americanos o trabalho infantil<br />
diminuiu em 16% as notas nas 3ª e 4ª<br />
séries em disciplinas como a língua nativa<br />
e mais ainda em matemática. O trabalho<br />
na agricultura familiar não deve conflitar<br />
com a educação, saúde e oportunidades<br />
futuras das crianças e adolescentes do<br />
campo.<br />
Como formar a identidade de crianças<br />
e adolescentes como sujeitos do<br />
campo?<br />
Com garantia da escolaridade obrigatória.<br />
A escola tem papel importante na constituição<br />
da identidade. Os agricultores familiares<br />
também devem ser sensibilizados e<br />
informados sobre os impactos do trabalho<br />
infantil visando ganhos financeiros de curto<br />
prazo que comprometem suas oportunidades<br />
futuras no longo prazo.<br />
Como envolver o MSTTR no controle<br />
de programas e políticas sociais de<br />
proteção de crianças e adolescentes?<br />
Os sindicatos devem lutar pela melhoria<br />
da segurança e saúde ocupacional para<br />
trabalhadores na agricultura, conforme<br />
a Convenção 184 da OiT, sem se restringir<br />
à simples realização de campanhas,<br />
transformando o trabalho infantil perigoso<br />
em emprego decente, além de participar<br />
de programas inovadores de segurança<br />
e saúde do trabalhador, por exemplo,<br />
apoiando agentes comunitários de saúde<br />
na abordagem sobre o trabalho infantil<br />
nas comunidades rurais e monitorar e<br />
acompanhar a existência de trabalho infantil<br />
na agricultura por meio das negociações<br />
e acordos coletivos e participar<br />
do desenvolvimento e implementação de<br />
sistemas comunitários de monitoramento<br />
do trabalho infantil.<br />
A educação para a vida no campo<br />
pode ser feita sem expor as crianças<br />
e adolescentes?<br />
O trabalho infantil deve ser considerado<br />
apenas em situações necessárias, onde<br />
a saúde, educação e lazer das crianças e<br />
adolescentes não são prejudicadas, sem<br />
serem expostas a agrotóxicos, máquinas<br />
elétricas, ferramentas pontiagudas etc. Algumas<br />
práticas na agricultura familiar podem<br />
permanecer como atividades de formação,<br />
desde que por um período curto,<br />
sob supervisão e orientação dos pais ou<br />
adultos responsáveis, com caráter pedagógico<br />
de contribuir para a constituição da<br />
criança e do adolescente enquanto sujeito<br />
do campo e sem visar o lucro.<br />
iNtErNaCioNais<br />
Aprovadas recomendações para os espaços da REAF<br />
Durante a XVIII Reunião Especializada sobre<br />
Agricultura Familiar no Mercosul (REAF), de 11 a 15<br />
de novembro, em Caxias do Sul/RS, entre as participações<br />
e ações da sociedade civil foram aprovadas<br />
recomendações para todos os espaços da<br />
REAF, além do balanço e avaliação de dezembro<br />
de 2011 até agora. O encontro contou com a participação<br />
da diretoria, assessoria e delegados da<br />
CONTAG dos estados do Amazonas, Minas Gerais<br />
e Rio Grande do Sul.<br />
Quanto ao Ano Internacional da Agricultura Familiar<br />
(AIAF) 2014, aprovado na Assembleia Geral<br />
da ONU, em dezembro de 2011, é promovido por<br />
360 associações, 5 continentes e mais de 60 países.<br />
O objetivo do AIAF é promover políticas em<br />
favor do desenvolvimento sustentável baseado na<br />
unidade familiar, potencializar o papel das organizações<br />
agrárias, camponesas e de pescadores<br />
artesanais e sensibilizar a sociedade civil e os governos<br />
sobre a importância de apoiar a agricultura<br />
familiar. A sociedade civil da REAF recomenda que<br />
se reconheça esse espaço como uma oportunidade<br />
para gerar condições de diálogo e políticas,<br />
além de estabelecimento de metas concretas.<br />
BALANÇO E DESAFIOS – Foi reafirmado que a<br />
REAF é um espaço de diálogo participativo e democrático<br />
que constrói critérios e institucionalidade<br />
para a agricultura familiar nos países da região,<br />
promovendo o empoderamento das organizações<br />
em geral, das mulheres e jovens do campo, em<br />
particular. Foi manifestada a necessidade de criar<br />
um sistema permanente de controle social, monitoramento<br />
e avaliação sobre a execução das recomendações<br />
e conclusões da REAF por parte dos<br />
governos.<br />
Para a vice-presidente e secretária de Relações<br />
Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas, a<br />
REAF pode contribuir com a construção do Marco<br />
Estratégico de Cooperação para a Agricultura Familiar,<br />
e no diálogo e interação entre governo e sociedade<br />
civil. “Reconhecemos o compromisso e a<br />
preocupação das nações em possibilitar um espaço<br />
com os produtores familiares para aprofundar o<br />
debate em torno dos impactos das negociações<br />
comerciais do Mercosul para a agricultura familiar”.<br />
A dirigente destacou ainda a importância de a sociedade<br />
civil estabelecer um diálogo permanente<br />
com os governos no sentido de vizibilizar a produção<br />
da agricultura familiar em todos os campos.<br />
PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES – Propostas<br />
que dêem visibilidade à agricultura familiar; Desenvolvimento<br />
Rural Integral em todos os países; cooperativismo<br />
como ferramenta de desenvolvimento;<br />
políticas que assegurem a sucessão rural na agricultura<br />
familiar; igualdade de gênero; planejamento<br />
do uso e acesso aos recursos naturais, e urgência<br />
para criação de fundos de emergência para cobrir<br />
ações de mitigação e adaptação às mudanças<br />
climáticas; e preservação do território dos povos<br />
indígenas, originários e comunidades quilombolas.<br />
JONAS ROSA<br />
EXP<strong>ED</strong>IENTE<br />
Jornal da CONTAG - Veículo informativo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) | Diretoria Executiva – Presidente Alberto Ercílio Broch | 1º Vice-<br />
Presidente/ Secretária de Relações Internacionais Alessandra da Costa Lunas | Secretarias: Assalariados e Assalariadas Rurais Antonio Lucas Filho | Finanças e Administração Aristides<br />
Santos | Formação e Organização Sindical Juraci Moreira Souto | Secretário Geral David Wylkerson Rodrigues de Souza | Jovens Trabalhadores Rurais Maria Elenice Anastácio | Meio<br />
Ambiente Rosicleia Santos Azevedo | Mulheres Trabalhadoras Rurais Carmen Helena Ferreira Foro | Política Agrária Willian Clementino da Silva Matias | Política Agrícola Antoninho<br />
Rovaris | Políticas Sociais José Wilson Gonçalves | Terceira Idade Natalino Cassaro | Endereço SMPW Quadra 1 Conjunto 2 Lote 2 Núcleo Bandeirante CEP: 71.735-102, Brasília/<br />
DF | Telefone (61) 2102 2288 | Fax (61) 2102 2299 | E-mail imprensa@contag.org.br | Internet www.contag.org.br | Edição e Reportagem Maria do Carmo de Andrade Lima, Verônica<br />
Tozzi | Edição de arte e design Julia Grassetti | Estagiária Gabriella Avila | Fotos da capa César Ramos | Projeto Gráfico Wagner Ulisses e Fabrício Martins | Impressão Dupligráfica