Revista Economia & Tecnologia - Universidade Federal do Paraná
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Exuberância e risco <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> financeiro: herança <strong>do</strong> Governo Lula<br />
mostra<strong>do</strong> adequada para assegurar a estabilidade macroeconômica por um perío<strong>do</strong> superior a<br />
uma década. Ao ex-presidente Lula credita-se o mérito pela manutenção da política macroeconômica<br />
iniciada no governo anterior. Deve-se lembrar que as promessas eleitorais feitas pelo<br />
então candidato Lula à Presidência da República em 2002 sugeriam uma ruptura com o modelo<br />
macroeconômico vigente.<br />
O ano de 2003 teve como característica o esforço <strong>do</strong> governo Lula em deixar claro ao<br />
merca<strong>do</strong> que as promessas eleitorais eram infundadas e que, portanto, o modelo macroeconômico<br />
não seria altera<strong>do</strong>. É importante notar que a maioria das economias em desenvolvimento<br />
possui merca<strong>do</strong>s secundários pequenos e, portanto, os riscos macroeconômicos e sistêmicos<br />
são relevantes para a explicação das volatilidades nesses merca<strong>do</strong>s. Embora a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> regime<br />
de metas para inflação tenha contribuí<strong>do</strong> para reduzir a volatilidade da taxa over/Selic (vide Gráfico<br />
2) , a crise de confiança desencadeada pelo então candidato Lula (vide Gráfico 3 - evolução<br />
<strong>do</strong> EMBI+) impediu observar os efeitos benéficos da estabilidade econômica sobre o merca<strong>do</strong><br />
financeiro de forma imediata.<br />
Depois de supera<strong>do</strong> o temor de mudanças estruturais na economia, o governo se beneficiou<br />
de um ciclo de expansão da economia global, de um vigoroso aumento no preço <strong>do</strong>s<br />
principais produtos exporta<strong>do</strong>s, e de um crescente fluxo de entrada de capitais. O resulta<strong>do</strong> da<br />
combinação desse ambiente favorável com a estabilidade econômica foi o desenvolvimento <strong>do</strong><br />
merca<strong>do</strong> financeiro nacional e a migração <strong>do</strong>s agentes priva<strong>do</strong>s para investimentos mais arrisca<strong>do</strong>s<br />
(ações, débitos subordina<strong>do</strong>s, merca<strong>do</strong> de opções, derivativos e futuros) (Men<strong>do</strong>nça;<br />
Loures, 2009).<br />
GRÁFICO 2 - Volatilidade da taxa Selic em % (jan/1995 a nov/2010)<br />
0,015<br />
0,01<br />
A<strong>do</strong>ção de Metas<br />
para Inflação<br />
0,005<br />
0<br />
-0,005<br />
-0,01<br />
-0,015<br />
jan/95<br />
ago/95<br />
mar/96<br />
out/96<br />
mai/97<br />
dez/97<br />
jul/98<br />
fev/99<br />
set/99<br />
abr/00<br />
nov/00<br />
jun/01<br />
jan/02<br />
ago/02<br />
mar/03<br />
out/03<br />
mai/04<br />
dez/04<br />
jul/05<br />
fev/06<br />
set/06<br />
abr/07<br />
nov/07<br />
jun/08<br />
jan/09<br />
ago/09<br />
mar/10<br />
out/10<br />
FONTE: Banco Central <strong>do</strong> Brasil.<br />
Sobre esta questão, ver de Men<strong>do</strong>nça (2007), de Men<strong>do</strong>nça e Simão Filho (2008), de Men<strong>do</strong>nça e Souza (2009).<br />
<strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> - Ano 07, Volume Especial - 2011<br />
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