PESQUISA DE STAPHYLOCOCCUS A UREUS E ... - Ufma
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<strong>PESQUISA</strong> <strong>DE</strong> <strong>STAPHYLOCOCCUS</strong> A <strong>UREUS</strong> E BACTÉRIAS AERÓBIAS<br />
MESÓFD..AS EM cAMARÃo FRESCO, SURURU E CARNE MOÍDA<br />
COMERCIALIZADOS EM SÃO LUÍS-MA<br />
Adenilde Ribeiro Nascimento*<br />
Josenilma Ribeiro de Jesus**<br />
Maria do Socorro Silva Pereira**<br />
RESUMO<br />
A bactéria Staphy/ococcus aureus é muito importante em<br />
microbiologia de alimentos, porque esta bactéria é muito freqüente<br />
em alimentos que permanecem a uma temperatura de 5 a 65°C e podem<br />
causar intoxicações alimentares.<br />
Com o objetivo de avaliar a qualidade do camarão fresco, sururu e<br />
carne moída comercializados na cidade de São Luís, 50 amostras desses<br />
produtos foram analisadas. As amostras foram coletadas em<br />
supermercados, feiras livres e frigoríficos. Elas foram submetidas à<br />
contagem padrão em placas de microrganismos mesófilos e<br />
Staphy/ococcus aureus (UFC/g).<br />
As amostras foram analisadas segundo método proposto pelo ICMSF<br />
(1978, n.p.) e LANARA (1981 n.p.). Os resultados permitiram concluir<br />
que, de acordo com a portaria n." 451/97 do Ministério da Saúde<br />
(BrasiVI997), 100% das amostras estavam fora dos padrões. O alto<br />
número de microrganismos mesófilos mostrou que os alimentos<br />
encontravam-se com irregularidades nas condições higiênicosanitário:<br />
ausência de higiene e péssimas condições de tempo,<br />
temperatura de exposição o que implica em alimentos em condições<br />
insatisfatórias para consumo.<br />
Com relação à pesquisa de Staphy/ococcus aureus, o alto índice do<br />
microrganismo mostra-se suficiente para produção de enterotoxinas<br />
causadoras de intoxicações alimentares.<br />
Palavras-chave: Staphy/ococcus aureus, bactérias aeróbias mesófilas,<br />
camarão fresco, sururu, carne moída, controle microbiológico,<br />
contaminação.<br />
SUMMARY<br />
The bacteria Staphy/ococcus aureus is very important in food's<br />
microbiology, because this bacterias is very frequent in foods that<br />
permanence in at temperature of -23 to 85°F and can cause food<br />
poisoning.<br />
* Professora de Microbiologia Industrial do Departamento de Tecnologia Química da UFMA - Mestre em Tecnologia<br />
de Alimentos<br />
** Aluna de Química Industrial da UFMA.<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan./jun. 1999. 9
With the scope to avaluat the microbiological quality of the fresh<br />
shrimp, mussuel and ground flesh consumed in São Luis city, 50<br />
samples ofthe products were analyzed,these sampleswere collected<br />
supermarkets, free fairs and fridges. They were submitted to the<br />
standard counting in number plates of mesophyles microorganions<br />
and Staphy/ococcus aureus (UFC/g).<br />
The samples were analyzed followingthe methodology proposed by<br />
theICMSF(1978,n.p.)& LANARA(1981,n.p.).Theresults permitted<br />
conc\ude that, according with the Health Ministry's edict N° 451/97<br />
(Brazil/1997), 100% of the samples were out of the present legal<br />
specifications.Theraisingnumberofthe mesophylesmicroorganisms<br />
showed that the foods present sanitation irregularity: absence of<br />
hygiene and very bad condition of time, temperature of exhibition,<br />
that implicate in food with irregularity condition to consumption.<br />
Regarding the research of Staphylococcus aureus, the high index of<br />
microorganions shows that are sufficient to the production of the<br />
toxic that cause food poisonous.<br />
Key-word: Staphylococcus aureus - bactérias aerobic mesophyles -<br />
shrimp fresh - mussuel - meat f1esh - control microbiology -<br />
contamination.<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A espécie Staphylococcus aureus<br />
é um microrganismo muito conhecido<br />
pela sua patogenicidade ao homem e<br />
outros animais; foi estudado pela primeira<br />
vez por Denys em 1894, e posteriormente<br />
por Barber em 1914;<br />
somente em 1930 foi definitivamente<br />
demonstrada a capacidade de algumas<br />
cepas de Staphylococcus aureus causarem<br />
intoxicação por consumo de alimentos.<br />
JAY (1994, p.537).<br />
O Staphylococcus aureus é<br />
responsável pela produção de enterotoxinas,<br />
sendo portanto, agente causal<br />
de graves intoxicações alimentares, as<br />
enterotoxinas são bastante termoestáveis,<br />
não sendo eliminadas pela ebulição<br />
antes de 30 minutos e são<br />
resistentes à ação de enzimas proteolíticas<br />
(ROITMAN et al., 1988, p.45).<br />
Segundo SIQUEIRA (1995,<br />
p.120), a presença de Staphylococcus<br />
aureus nos alimentos é interpretada, em<br />
geral, como indicativo de contaminação<br />
a partir da pele, boca e das fossas nasais<br />
dos manipuladores de alimentos,<br />
bem como da limpeza e da sanitização<br />
inadequada dos materiais e equipamentos.<br />
O camarão e o sururu, por serem<br />
ricos em sais minerais, proteínas,<br />
aminoácidos e vitaminas, são muito<br />
apreciados e consumidos como reforço<br />
alimentar, estando cada vez mais<br />
frequentes nas dietas alimentares.<br />
No litoral maranhense pode ser<br />
encontrada uma grande quantidade de<br />
camarão e sururu. As capturas são feitas<br />
em sua maioria de forma artesanal,<br />
sendo o produto distribuído no mercado<br />
consumidor. Em São Luís, o cama-<br />
10 Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan./jun. 1999.
ão é encontrado de vários tamanhos,<br />
podendo ser comprado cru, com ou sem<br />
carapaça, congelado (cozido ou cru),<br />
seco e salgado. O sururu é encontrado<br />
o ano inteiro, vendido com concha ou<br />
já limpo, fresco e congelado.<br />
Camarões e sururus são susceptíveis<br />
ao ataque de microrganismos deteriorantes<br />
e/ou patogênicos, devido as<br />
suas características naturais como composição<br />
e habitat. Podem também ser<br />
contaminados devido às péssimas condições<br />
de higiene das bancadas nas<br />
quais o produto é exposto, assim como<br />
pela ausência de higiene dos manipuladores<br />
e pacotes nos quais o produto é<br />
acondicionado, o que compromete a<br />
qualidade do produto.<br />
Sabe-se que os alimentos, principalmente<br />
os de origem animal, como<br />
a carne e seus derivados, pela sua composição<br />
rica em nutrientes, constituemse<br />
em elementos indispensáveis à<br />
nutrição humana.<br />
A carne, quando proveniente de<br />
animal sadio, é praticamente estéril, tendo<br />
sua superfície contaminada pela poeira<br />
e manipulação, após o<br />
esquartejamento. Os produtos cárneos<br />
são alimentos sujeitos à grandes contaminações,<br />
por serem excelentes meios<br />
de cultura para o desenvolvimento e<br />
manipulação dos microrganismos<br />
(FLORENTINO et aI., 1997, p.38).<br />
Ainda segundo esses autores, em<br />
nosso meio, geralmente as condições<br />
higiênico-sanitárias no local dê abate, o<br />
transporte da carne até os pontos de<br />
comercialização, manipulação e armazenamento<br />
são precários, aumentando<br />
assim o perigo de contaminação do produto<br />
por bactérias patogênicas.<br />
O camarão fresco, sururu e carne<br />
moída comercializados nas feiras,<br />
mercados, supermercados e frigoríficos<br />
de São Luís, foi proposto para a pesquisa<br />
de Staphylococcus aureus e bactérias<br />
aeróbias mesófilas, devido à sua<br />
grande importância comercial e pelas<br />
condições de higiene em são manipulados,<br />
podendo oferecer risco à saúde dos<br />
consumidores e sobretudo para se avaliar<br />
a qualidade dos produtos.<br />
Para a comercialização, o camarão<br />
fresco, sururu e carne moída, como<br />
qualquer outro alimento, requer ótimas<br />
condições higiênico-sanitárias para que<br />
se garanta um produto saudável e confiável<br />
em suas propriedades químicas<br />
e físicas.<br />
2 TEORIA<br />
Em 1878, o Staphylococcus foi<br />
isolado por Robert Koch, no pus humano;<br />
em 1884, Rpsemberg por diferenças<br />
pigmentares, conseguiu caracterizar<br />
os Staphylococcus aureus e albus.<br />
Segundo JAY (1992, p.539) nas<br />
pessoas, o principal reservatório de<br />
Staphylococcus aureus é a cavidade<br />
nasal, a partir desta localização, os microrganismos<br />
passam pelas feridas,<br />
olhos, garganta e trato intestinal. Os<br />
portadores nasais e os manipuladores<br />
de alimentos com mãos e braços infectados<br />
são importantes fontes de contaminação<br />
do alimento.<br />
ROITMAN et aI. (1988, p.44)<br />
citam que a maioria dos animais domésticos<br />
também albergam<br />
Staphylococcus aureus. Como exemplo<br />
típico pode-se destacar a mastite<br />
estafilocócica de gado leiteiro, caso o<br />
leite infectado seja consumido ou utili-<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan./jun. 1999. 11
zado para a fabricação de queijos, haverá<br />
chances de ocorrer intoxicação.<br />
Com base nas peculiaridades de<br />
seu habitat, a presença de Staphy-<br />
/ococcus aureus nos alimentos é relativamente<br />
freqüente, particular-mente<br />
naqueles submetidos a manuseio intenso,<br />
sob condições precárias de higiene.<br />
Determinados alimentos são<br />
mais susceptíveis à proliferação de intoxicação<br />
estafilocócica e portanto ocasionadores<br />
de intoxicações. Os produtos<br />
vulneráveis aos estafilococcus constituem<br />
substratos favoráveis à sua proliferação,<br />
por seus componentes e<br />
características ideais ao seu crescimento<br />
e multiplicação. Os alimentos com<br />
altos teores protéico e amídico aumentam<br />
a capacidade estafilocócica de produzir<br />
enterotoxinas (EVANGELISTA,<br />
1992, p.218).<br />
A presença de Staphylococcus<br />
em alimentos, na maioria das vezes,<br />
pode ser considerada como indicadora<br />
da ocorrência de poluição originada de<br />
manipuladores, tendo em vista que estes,<br />
frequentemente, mostram-se portadores<br />
dessa bactéria tanto nas fossas<br />
nasais e boca, quanto na pele (ICMSF,<br />
1978). A limpeza e sanitização inadequadas<br />
dos materiais e equipamentos<br />
também são citados como fontes de contaminação<br />
dos alimentos (SIQUEIRA,<br />
1995, p.l20).<br />
A intoxicação estafilocócica<br />
ocorre quando a doença é originada por<br />
substância tóxica produzida pelo<br />
Staphy/ococcus aureus é liberada nos<br />
alimentos, portanto o agente causador<br />
não é a bactéria, mas suas toxinas, independente<br />
da ingestão simultânea de<br />
células viáveis. O período de incubação<br />
é curto, variando de 30 minutos a 8<br />
horas, comum ente de 2 a 4 horas depois<br />
da ingestão do alimento contaminado.<br />
(FRANCO, 1996, p.45).<br />
3 MATERIAIS E MÉTODOS<br />
3.1 Coleta das Amostras<br />
As amostras utilizadas no presente<br />
estudo foram adquiridas semanalmente<br />
em feiras, mercados,<br />
supermercados e frigoríficos da cidade<br />
de São Luís, durante os meses de abril<br />
a junho de 1998, perfazendo um total<br />
de 50 amostras, sendo 30 amostras de<br />
camarão fresco e sururu e 20 amostras<br />
de carne moída.<br />
As amostras foram conduzi das,<br />
em recipiente térmico, imediatamente<br />
para o laboratório de Microbiologia do<br />
Pavilhão Tecnológico do Departamento<br />
de Tecnologia Química da Universidade<br />
Federal do Maranhão.<br />
3.2 Preparo das Amostras<br />
(ICMSF, 1978)<br />
Cada uma das amostras foi preparada,<br />
pesando-se assepticamente 25g<br />
e transferidas para erlenrneyer contendo<br />
225ml de água peptonada (diluição<br />
10-1). A partir dessa, procedeu-se uma<br />
série de diluições decimais até 10-8 em<br />
tubos de ensaio contendo 9ml de solução<br />
salina estéril.<br />
3.3 Inoculação em Meio<br />
Seletivo (VAN<strong>DE</strong>RZANT<br />
SPLITTSTOESSER, 1992)<br />
Na contagem total de bactérias<br />
aeróbias mesófilas, Staphylococcus sp<br />
e<br />
12<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan./jun. 1999.
e Staphy/ococcus aureus foram utilizadas<br />
diluições de (10-3 a 10-8), sendo<br />
empregada a técnica de pour plate para<br />
bactérias aeróbias mesófilas, na qual<br />
consiste em transferir lml das diluições<br />
para placas de Petri estéreis, adicionando-se<br />
mais ou menos lSml de Agar<br />
Plate Count fundido e resfriado e incubado<br />
a 37°C por 48 horas.<br />
Para as contagens de<br />
Staphylococcus sp e Staphylococcus<br />
aureus foi procedida utilizando-se o<br />
método spread-plate, semeando-se<br />
alíquotas de 0, lm1 das diluições 10S a<br />
108 contendo Agar Baird-Parker. A<br />
seguir as placas foram incubadas a<br />
37°C por 48 horas.<br />
3.4 Isolamento de Colônias<br />
Suspeitasb (lCMSF, 1978,<br />
SPECK,1984)<br />
Após o período de incubação, as<br />
placas foram levadas para um contador<br />
de colônias; para bactérias aeróbias<br />
mesófilas foram contadas entre 30<br />
a 300 colônias e os resultados expressos<br />
em unidades formadoras de colônias<br />
(UFC/g).<br />
Para Staphy/ococcus sp e<br />
Staphylococcus aureus foram contadas<br />
entre 20 a 2QOcolônias atípicas e<br />
típicas. As colônias atípicas são caracterizadas<br />
por serem negras ou cinzas<br />
pequenas ou grandes, mucoides e desprovidas<br />
de halo. As colônias típicas são<br />
negras brilhantes com halo transparente.<br />
Foram isoladas 3 a S colônias típicas<br />
e transferidas para Caldo Brain<br />
Heart Infusion (BHl) e repicadas em<br />
Agar Triptona de Soja (TSA) e incubadas<br />
a 37°C por 24 horas.<br />
3.5 Provas Bioquímicas (lCMSF,<br />
1978, SPECK, 1984)<br />
A partir da cultura obtida em BHl<br />
e TSA procedeu-se os testes de<br />
catalase, coagulase, carboidratos em<br />
anaerobiose e Voges-Proskauer, para<br />
identificação de Staphy/ococcus<br />
aureus.<br />
3.6 Teste de Catalase<br />
A partir de cultura pura em TSA,<br />
foi adicionado em lâminas de vidro, gotas<br />
de água oxigenada, o teste positivo<br />
era evidenciado pela formação de bolhas<br />
na superfície da lâmina, devido a<br />
liberação de oxigênio.<br />
A atuação da catalase<br />
H202 ~<br />
H20+1I202·<br />
3.7 Teste de Coagulase (lCMSF,<br />
1978, SPECK, 1984)<br />
Na realização deste teste foi adicionado<br />
0,2Sml de cultura em caldo BHl<br />
e acrescentando-se O,Sml de plasma de<br />
coelho, o teste era comprovado pela<br />
presença de coagulo distinto, firme e<br />
compacto, indicando a presença de<br />
coagulase.<br />
3.8 Teste de Carboidratos em<br />
Anaerobiose (FURNISS et al.,<br />
1978)<br />
Neste teste foram utilizadas soluções<br />
de manitol e glicose a S% com<br />
óleo mineral para garantir a anaerobiose<br />
dos meios, as cepas inoculadas nos tubos<br />
contendo Sm1do meio e 1ml de óleo,<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan.rjun. 1999. 13
foram incubadas a 37°C durante 4 dias.<br />
O resultado positivo para este<br />
teste era observado com a mudança de<br />
coloração roxo para amarelo nos meios<br />
utilizados.<br />
3.9 Teste de Voges-Proskauer<br />
(TWEDT,1984)<br />
Foi utilizado o meio MR-VP<br />
(Methyl Red and Voges-Proskauer) em<br />
tubos nos quais foram inoculadas as<br />
cepas suspeitas e adicionados<br />
reagentes Barrit I e Barrit ll, para confirmação<br />
da presença da bactéria, uma<br />
reação colorida é percebida com a formação<br />
de um halo vermelho.<br />
4 RESULTADOS E<br />
DISCUSSÃO<br />
Tabela 1 - Contagem padrão em placas<br />
de bactérias aeróbias mesófilas,<br />
Staphylococcus sp e Staphylococcus<br />
aureus (UFC/g) em amostras de camarão<br />
fresco comercializados em São<br />
Luís-MA<br />
Amostra<br />
Bactérias Staphylococcus Staphyloco
Tabela 4 - Representação dos resultados<br />
das provas bioquímicas de<br />
Staphylococcus aureus efetuadas em<br />
amostras de camarão fresco comereializados<br />
em São Luís-MA.<br />
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14 - - - -<br />
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15 + + + + -1<br />
Tabela 5 - Representação dos resultados<br />
das provas bioquímicas de<br />
Staphylococcus aureus em amostras de<br />
sururu comercializados em São Luís-MA.<br />
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Tabela 6 - Representação dos resultados<br />
das provas bioquímicas de<br />
Staphylococcus aureus em amostras<br />
de carne moída comercializados em São<br />
. Luís-MA .<br />
Amostra<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
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Conforme a metodologia descrita<br />
anteriormente, os resultados obtidos<br />
estão distribuídos nas tabelas 1 a 6.<br />
As tabelas 1,2 e 3 demonstram<br />
valores de contagens de bactérias aeróbias<br />
mesófilas, Staphylococcus sp<br />
e Staphylococcus aureus, variando de<br />
3,0 x 104 a incontáveis UFC/g;
presença desses microrganismos em<br />
grande número poderá indicar: matéria-prima<br />
excessivamente contaminada;<br />
limpeza e sanitização inadequadas<br />
das bancadas e manipuladores; insuficiência<br />
da higiene na manipulação; bem<br />
como condições inadequadas de tempo/temperatura<br />
durante a conservação<br />
do alimento que podem causar alterações<br />
na sua qualidade.<br />
Os resultados mostram que 40%<br />
das amostras de camarão fresco, 86,7%<br />
de sururu e 25% de carne moída estão<br />
fora dos padrões vigentes estabelecidos<br />
pela portaria 451/97 do Ministério<br />
da Saúde que é de 103 UFC/g para<br />
crustáceos, moluscos e produtos cárneos.<br />
Em outros países como Canadá,<br />
Japão e Korea, nos períodos de 1975<br />
a 1984 e 1971 a 1990, respectivamente,<br />
estudos epidemiológicos demonstraram,<br />
em. evidência, a presença de<br />
produtos do mar, envolvidos em surtos<br />
causados por Staphy/ococcus aureus.<br />
Apesar da não existência, no Brasil, de<br />
dados específicos envolvendo estes produtos,<br />
sabe-se que a ocorrência de episódios<br />
de intoxicação é de modo geral,<br />
bastante elevada (VIEIRA et aI., 1998,<br />
p.47-50).<br />
FLORENTINO et al. (1997,<br />
p.3 8-41), analisando 60 amostras de<br />
carne moída colhidas em feiras livres e<br />
30 em supermercados, verificaram que<br />
55% das amostras das feiras apresentaram<br />
contagem superior a 106 UFC/g<br />
e 11,7% superior a 107 UFC/g de bactérias<br />
mesófilas, enquanto nas amostras<br />
coletadas nos supermercados,<br />
constatou-se um nível menor, 73,3% das<br />
amostras apresentou contagem acima<br />
de 105 UFC/g.<br />
SegundoROITMAN etal. (1998,<br />
p.45) em condições favoráveis, a presença<br />
de Staphy/ococcus aureus em torno<br />
de 1,0 x 105 a 1,0 x 106 UFC/g ou<br />
superior a esse valor no alimento, é suficiente<br />
para a produção de enterotoxina<br />
causadora de intoxicação alimentar.<br />
Não foi identificada a presença<br />
de Staphy/ococcus aureus nas amostras<br />
adquiridas nos supermercados, o que<br />
nos leva a crer que as condições de refrigeração,<br />
de temperatura abaixo de<br />
10°C, foram respeitadas, e certamente<br />
inibiu o crescimento desses microrganismos.<br />
Acredita-se que esses altos índices<br />
de contaminações são devidos às<br />
péssimas condições de higiene nos locais<br />
onde foram coletadas as amostras,<br />
bem como à exposição dos produtos<br />
sem refrigeração, utensílios sem condições<br />
higiênicas satisfatórias e a não<br />
sanitização adequada das mãos dos manipuladores.<br />
5 CONCLUSÃO<br />
As análises microbiológicas.<br />
efetuadas em 50 amostras, sendo 30 de<br />
camarão fresco e sururu e 20 de carne<br />
moída, comercializadas no município de<br />
São Luís-MA, 100% evidenciaram altas<br />
contagens de bactérias aeróbias<br />
mesófilas, embora não se tenha um padrão<br />
federal específico. O elevado número<br />
desses microrganismos indica a<br />
falta de higiene na manipulação e condições<br />
inadequadas de tempo/temperatura<br />
de exposição, o que implica em<br />
alimento em condições insatisfatórias<br />
para o consumo.<br />
Com relação à pesquisa de<br />
16 Cad. Pesq., São Luís, v. 10, n. 1, p. 9-18, jan./jun. 1999.
Staphylococcus aureus, 40% das amostras<br />
de camarão fresco, 86,7% de sururu<br />
e 25% de carne moída, todas acima do<br />
padrão permitido pela Portaria 451/97<br />
do Ministério da Saúde (103 UFC/g),<br />
apresentam valores suficientes para produção<br />
de enterotoxinas causadoras de<br />
intoxicação alimentar.<br />
Esses alimentos mostram que as<br />
condições higiênico-sanitárias são<br />
insatisfatórias, causando riscos para a<br />
saúde pública.<br />
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