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Traços da representação feminina na mídia - Jornalismo da UFV

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De acordo com a autora, a ideologia aparece em socie<strong>da</strong>des com e sem classes,<br />

mas o significado à qual o termo acostumou-se a ser desig<strong>na</strong>do parece ser errôneo:<br />

ideologia sempre está associa<strong>da</strong> ao conhecimento deformado <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de.<br />

Porém, é exatamente com este conceito que será encara<strong>da</strong> a ideologia neste<br />

trabalho. Numa socie<strong>da</strong>de de classes, a ideologia <strong>da</strong> classe domi<strong>na</strong>nte é imposta. Assim,<br />

a ideologia é uma representação do real, mas falseado, visto que ela é orienta<strong>da</strong> e<br />

tendenciosa, pois sua fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de não é fornecer aos homens conhecimento objetivo do<br />

sistema social em que vivem, mas ao contrário, proporcio<strong>na</strong>r-lhes uma ótica mistifica<strong>da</strong><br />

desse sistema social para mantê-los em seu lugar no sistema de exploração de classe<br />

(Althusser, 1980).<br />

3.1.2. Crítica à revista Marie Claire<br />

A relação entre a Teoria Crítica e a revista Marie Claire é muito evidente. A<br />

ideologia que a revista apresenta pode ser percebi<strong>da</strong> desde a mo<strong>da</strong> (roupas, grifes,<br />

penteados, maquiagens, sapatos e outros) às propagan<strong>da</strong>s que, em sua grande maioria,<br />

são de produtos importados como: Euphoria, Calvin Klein, L’ Occitane, Lancome,<br />

Amarula Cream, Mont Blanc, Moschino, Lacoste, Vogue Eyewear, Carmen Steffens,<br />

Vichy Laboratoires, Burberry London, Pra<strong>da</strong> - LG, Louis Vuitton, Hstern, Gucci e<br />

outros. Além, claro de canis de TV, como People +Arts e Sportv.<br />

A caracterização é aberta, mas aparece como pano de fundo; à primeira vista,<br />

trata-se de uma simples revista <strong>femini<strong>na</strong></strong> que ape<strong>na</strong>s quer deixar a leitora informa<strong>da</strong><br />

sobre o que “rola” no mundo.<br />

Segundo Adorno apud Wolf (2006):<br />

A mensagem oculta pode ser mais importante do que a que se vê, já que<br />

aquela escapará ao controle <strong>da</strong> consciência, não será impedi<strong>da</strong> pelas<br />

resistências psicológicas aos consumos e penetrará provavelmente no<br />

cérebro dos espectadores<br />

No livro A Socie<strong>da</strong>de do Espetáculo, o filósofo e militante político Guy Debord,<br />

já nos anos 60, denuncia a presença opressiva excessiva <strong>da</strong> imagem <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

tor<strong>na</strong>ndo os indivíduos meros expectadores e consumidores passivos.<br />

As imagens que se destacaram de ca<strong>da</strong> aspecto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> fundem-se num fluxo<br />

comum, no qual a uni<strong>da</strong>de dessa vi<strong>da</strong> já não pode ser restabeleci<strong>da</strong>. A<br />

reali<strong>da</strong>de considera<strong>da</strong> parcialmente apresenta-se em sua própria uni<strong>da</strong>de<br />

geral como um pseudônimo à parte, objeto de mera contemplação. A<br />

espetacularização <strong>da</strong>s imagens no mundo se realiza no mundo <strong>da</strong> imagem

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