Construtivismo como método de pesquisa - Uerj
Construtivismo como método de pesquisa - Uerj
Construtivismo como método de pesquisa - Uerj
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Construtivismo</strong> <strong>como</strong> método <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong><br />
utilizando o diálogo, a negociação e a validação <strong>de</strong>spertados/provocados<br />
por situações problemas. As<br />
idéias emergentes do grupo, após a discussão, bem<br />
<strong>como</strong> a negociação no coletivo, apontando as<br />
estratégias/atitu<strong>de</strong>s dialógicas reflexivas e indicando<br />
as melhores soluções serviram <strong>como</strong> retroalimentação<br />
para os encontros/oficinas subseqüentes.<br />
Buscando Compreen<strong>de</strong>r as Vibrações<br />
Ondulatórias<br />
Esta etapa compreen<strong>de</strong> a análise e a interpretação<br />
dos dados. Os atores <strong>de</strong>ste cenário institucional,<br />
sujeitos constituintes <strong>de</strong>ste processo, indicaram os<br />
caminhos para a construção e implementação <strong>de</strong><br />
estratégias/atitu<strong>de</strong>s dialógicas reflexivas para o<br />
alcance da proposição <strong>de</strong>sta <strong>pesquisa</strong>.<br />
Nesse particular, apóia-se em Follett 12 ao<br />
consi<strong>de</strong>rar que o grupo, ao discutir as questões<br />
conflituosas, ainda que divergentes quanto à forma<br />
<strong>de</strong> analisá-las, encontra possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> levar a<br />
Instituição a um todo integrado, pois, surgindo várias<br />
idéias ou formas, tais diferenças po<strong>de</strong>m ser<br />
harmonizadas através da interpretação, encontrando,<br />
assim, provavelmente uma solução integrativa.<br />
O trabalho dos participantes mostrou que as<br />
inter-relações que se iniciaram significaram uma<br />
mudança não apenas na maneira <strong>de</strong> pensar e agir,<br />
mas incluíram valores, sentimentos, aspirações e,<br />
especialmente, expectativas manifestadas através das<br />
idéias, das pon<strong>de</strong>rações, das negociações, das atitu<strong>de</strong>s<br />
e dos comportamentos. Uma vez que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cada participante foi respeitada, notou-se que o<br />
po<strong>de</strong>r hierárquico, aos poucos, foi sendo substituído<br />
no grupo por uma forma <strong>de</strong> influência mútua,<br />
evi<strong>de</strong>nciando-se que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar/<br />
<strong>pesquisa</strong>r <strong>de</strong>sta forma po<strong>de</strong> ser estendida a outras<br />
situações porque o resultado em todos os sentidos foi<br />
positivo.<br />
O emergir <strong>de</strong>ssa nova maneira <strong>de</strong> pensar e agir<br />
revelou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova estrutura, uma<br />
nova or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada pelos movimentos <strong>de</strong> ir e<br />
vir manifestados nos integrantes do grupo,<br />
conduzindo à auto-organização que, em sistema <strong>de</strong><br />
cuidados <strong>de</strong> enfermagem, foram enfatizados <strong>como</strong>:<br />
A auto-organização se apresenta <strong>como</strong> resultante<br />
da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer face às perturbações<br />
aleatórias do ambiente, por <strong>de</strong>sorganizações<br />
seguidas <strong>de</strong> reorganizações internas, absorvendo,<br />
tolerando, integrando o erro e/ou ruído causadores<br />
das perturbações. O processo auto-organizador<br />
po<strong>de</strong> criar o radicalmente novo, ampliando a<br />
capacida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> interagir com os eventos<br />
aleatórios que o perturbam, assimilando-os e<br />
modificando a sua estrutura. Assim, ambigüida<strong>de</strong><br />
e paradoxo marcam a relação entre or<strong>de</strong>m e<br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m 13:27 .<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Ao utilizar a abordagem construtivista <strong>como</strong><br />
método <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> que possibilita a geração <strong>de</strong><br />
conhecimentos, acredita-se na potencialida<strong>de</strong> do ser<br />
humano, atribuindo-lhe a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise das<br />
situações do cotidiano e a escolha das melhores<br />
alternativas para direcionar soluções que representam<br />
o maior grau <strong>de</strong> resolutivida<strong>de</strong> para a problemática<br />
focalizada.<br />
Assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que este método <strong>de</strong><br />
<strong>pesquisa</strong> apresenta-se <strong>como</strong> um processo dinâmico<br />
<strong>de</strong> aprendizagem, utiliza <strong>como</strong> instrumento a<br />
discussão, a reflexão dialógica, é capaz <strong>de</strong> modificar<br />
o mo<strong>de</strong>lo mental dos sujeitos e construir novos modos<br />
<strong>de</strong> pensar e agir. É um processo construído com um<br />
esforço criativo que po<strong>de</strong> fortalecer o relacionamento<br />
inter e intragrupo e impulsionar a remo<strong>de</strong>lação da<br />
estrutura institucional.<br />
REFERÊNCIAS<br />
1. Badillo RG. Discurso sobre constructivismo: nuevas<br />
estructuras conceptuales, metodológicas y<br />
actitudinales. 2 a ed. Santafé <strong>de</strong> Bogotá (Co): Cooperativa<br />
Editorial Magistério (Colômbia);1991.<br />
2. Azenha MG. <strong>Construtivismo</strong> <strong>de</strong> Piaget à Emília<br />
Ferreiro. 4 a ed. S. Paulo: Ática;1995.<br />
3. Siqueira HCH. As interconexões dos serviços no<br />
trabalho hospitalar – um novo modo <strong>de</strong> pensar e agir<br />
[tese <strong>de</strong> Doutorado]. Florianópolis (SC): Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina;2001.<br />
4. Siqueira HCH. Construção <strong>de</strong> um processo<br />
educativo, através do exercício da reflexão crítica sobre<br />
a prática assistencial integrativa com um grupo <strong>de</strong><br />
enfermeiros <strong>de</strong> um hospital universitário [dissertação<br />
<strong>de</strong> mestrado]. Florianópolis (SC): Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina;1998.<br />
5. Senge PM. A quinta disciplina: a arte e prática da<br />
organização que apren<strong>de</strong>. São Paulo: Best Seller; 1998.<br />
6. Figueiredo JC. O ativo humano na era da<br />
globalização. São Paulo: Negócio;1999.<br />
7. Rodwell MK. Um mo<strong>de</strong>lo alternativo <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong>: o<br />
construtivismo. Rev FAEEBA. 1994;3:125-41.<br />
8. Siqueira HCH, Portela MR, Arejano CB. A produção<br />
do conhecimento: o construtivismo <strong>como</strong> estratégia<br />
metodológica. Rev Texto & Contexto. 2000; 9(1):93-<br />
111.<br />
9. Chizzoti A. Pesquisa em ciências humanas e sociais.<br />
São Paulo: Cortez;1998.<br />
10. Maturana H, Varela F. Autopoiesis and cognition.<br />
Dodrecht (DF): Holanda;1980.<br />
p.296 • R Enferm UERJ 2007 abr/jun; 15(2):291-7.