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A Identidade da Mulher Negra na Obra de Rosana Paulino ... - anpap

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17° Encontro Nacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Associação Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Pesquisadores em Artes Plásticas<br />

Panorama <strong>da</strong> Pesquisa em Artes Visuais – 19 a 23 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008 – Florianópolis<br />

po<strong>de</strong> ser observa<strong>da</strong> quando se estu<strong>da</strong> a arte acadêmica brasileira traduzindose<br />

a mulher servil, a excentrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma tentativa <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

No <strong>de</strong>correr dos séculos XIX ao XX, os pintores negros e mestiços<br />

juntamente com os estrangeiros tiveram lugar <strong>na</strong> produção <strong>da</strong> arte brasileira,<br />

citando-se como exemplo Arthur Timótheo <strong>da</strong> Costa (IMPRENSA, 1982),<br />

colaborando para a formação <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira, algo que não<br />

ocorreu com artistas negras, já que as mesmas não possuíam acesso às<br />

aca<strong>de</strong>mias ou à arte instituí<strong>da</strong>.<br />

Dentro do cenário mundial, o universo artístico, mesmo no início do<br />

século XXI ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>scrito como masculino, branco e elitizado, e a presença<br />

femini<strong>na</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> minoria, conforme a crítica <strong>de</strong> arte Uta Grosenick afirma<br />

em sua obra Women Artists (2001). No Brasil, esses <strong>da</strong>dos vem sendo<br />

alterados, mas no que diz respeito à produção <strong>da</strong> mulher negra as mu<strong>da</strong>nças<br />

ain<strong>da</strong> são pouco expressivas. Dentro <strong>de</strong>sta manifestação, cita-se não somente<br />

a obra <strong>de</strong> Rosa<strong>na</strong> <strong>Paulino</strong> enquanto registro como também a presença <strong>da</strong> raça<br />

negra representa<strong>da</strong> pela própria artista. Configura-se assim uma metáfora do<br />

que ocorre no universo artístico e social, on<strong>de</strong> a história negra ain<strong>da</strong> está<br />

sendo escrita, conquistando espaços ao ser a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> e pensa<strong>da</strong> pelos seus<br />

representantes.<br />

Rosa<strong>na</strong> <strong>Paulino</strong> está inseri<strong>da</strong> no que a pesquisadora Kátia Canton<br />

chama <strong>de</strong> “Novíssima Arte Brasileira” (2001) em publicação <strong>de</strong> sua tese <strong>de</strong><br />

doutorado, ao citar a artista como integrante <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> “Geração Noventa”.<br />

Ao observar características presentes <strong>na</strong> recente produção contemporânea,<br />

<strong>de</strong>staca tópicos extremamente relevantes para a compreensão e o estudo <strong>da</strong><br />

obra <strong>de</strong> Rosa<strong>na</strong> enquanto manifestação <strong>de</strong> grupos sociais como o afrobrasileiro.<br />

Esses tópicos são <strong>de</strong>scritos como: Noções <strong>de</strong> herança e referência;<br />

A memória física e psíquica: resistência contra a apatia e a “amnésia” gera<strong>da</strong><br />

pela mídia; O corpo: <strong>de</strong> simulacros, em sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>; Arte<br />

política, questões individuais e ambiente urbano: estranhamento diante <strong>de</strong> si, a<br />

violência e a vi<strong>da</strong> <strong>na</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s (processo <strong>de</strong> individualização); Sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

femini<strong>na</strong>: dimensão intimista, domestica<strong>da</strong>.<br />

Em estudos como estes, salienta-se a arte abrindo-se para o pessoal, o<br />

relato intimista e assim, vista em obras <strong>de</strong> caráter autobiográfico, em<br />

composições e poéticas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> referências pessoais.<br />

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