20.01.2015 Views

USO DE REPELENTES NO MEIO MILITAR COMO PREVENÇÃO ...

USO DE REPELENTES NO MEIO MILITAR COMO PREVENÇÃO ...

USO DE REPELENTES NO MEIO MILITAR COMO PREVENÇÃO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

8<br />

1º Ten Al ALECXANDRA XAVIER <strong>DE</strong> CAMARGO<br />

<strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>REPELENTES</strong> <strong>NO</strong> <strong>MEIO</strong> <strong>MILITAR</strong> <strong>COMO</strong><br />

PREVENÇÃO <strong>DE</strong> DOENÇAS CAUSADAS POR<br />

VETORES: OS BENEFÍCIOS VENCENDO OS<br />

RISCOS<br />

um enqueo<br />

RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />

2008


9<br />

1◦ Ten Al ALECXANDRA XAVIER <strong>DE</strong> CAMARGO<br />

<strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>REPELENTES</strong> <strong>NO</strong> <strong>MEIO</strong> <strong>MILITAR</strong> <strong>COMO</strong><br />

PREVENÇÃO <strong>DE</strong> DOENÇAS CAUSADAS POR VETORES: OS<br />

BENEFÍCIOS VENCENDO OS RISCOS<br />

Trabalho de conclusão de curso apresentado à<br />

Escola de Saúde do Exército, como requisito parcial<br />

para aprovação no Curso de Formação de Oficiais<br />

do Serviço de Saúde, especialização em Aplicações<br />

Complementares às Ciências Militares.<br />

ORIENTADOR: Dr Eduardo Ioshiteru Matsuda


10<br />

RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />

2008<br />

AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Agradeço aos meus amados pais por sempre apoiarem e respeitarem<br />

as minhas decisões, mesmo que no momento não pareçam ser as ideais.Aos<br />

meus avós, em especial a minha avó materna por todas as orações realizadas


11<br />

e ainda a todos os meus familiares que estão envolvidos nessa minha<br />

trajetória.<br />

Aos meus amigos que também sempre estão aconselhando e dando<br />

aquela “força” nos momentos mais difíceis.<br />

Ao meu querido orientador e grande amigo Dr Eduardo por toda ajuda<br />

e compreensão.<br />

RESUMO<br />

O trabalho cita as principais doenças endêmicas transmitidas por vetores, assim<br />

como estes, no Brasil e no mundo, com destaque para a epidemiologia e a<br />

prevenção no meio militar, por sua característica de exercícios em campo e<br />

deslocamentos para todas as regiões territoriais e exterior, através da orientação


12<br />

adequada, com os benefícios do uso de repelentes assim como os tipos e<br />

concentrações mais usados para a proteção individual.Mostra ainda alguns riscos<br />

do uso indiscriminado dos repelentes, mas sempre enfatizando que os benefícios<br />

vencem os riscos, através de uma revisão de literatura.<br />

Palavras chave: doenças endêmicas; vetores; meio militar; repelentes.


13<br />

ABSTRACT<br />

The subject shows the main endemic illnesses transmitted by vectors, as<br />

well as these, in Brazil and in the world, with prominence for the<br />

epidemiology and the prevention in the military, for its characteristic of<br />

exercises in field and displacements for all the territorial regions and<br />

exterior way, through the adjusted orientation, with the repellent benefits it<br />

use of as well as the types and more used concentrations for the individual<br />

protection. Sample still some risks of the indiscriminate use of the repellent<br />

ones, but always emphasizing that the benefits win the risks, through a<br />

literature revision.<br />

Words key: endemic illnesses; vectors; environmement military; repellent.


14<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

É sabido que no meio militar é comum à prática de acampamentos e exercícios em campo por<br />

oficiais, alunos e praças.Também é pertinente aos soldados irem para o front seja qual for o terreno,<br />

independente da epidemiologia encontrada.Ocorre também a constante movimentação por todo<br />

território brasileiro, o que é característico da profissão militar, além da ocupação de localidades no<br />

exterior pelas Missões de Paz do Exército Brasileiro, estando assim os militares susceptíveis a várias<br />

doenças transmitidas por vetores dependendo da região ocupada.<br />

Visando a proteção contra vários tipos de insetos, principalmente flebotomídeos e artrópodes, e<br />

evitando a transmissão de doenças causadas por vetores e agravos à saúde, é comum a utilização de<br />

vários tipos de repelentes.Os repelentes químicos sintéticos são substâncias com discreto odor que<br />

quando aplicadas topicamente tem a propriedade de modificar o comportamento dos insetos<br />

impedindo-os de picarem.<br />

O trabalho mostra a classificação dos insetos vetores e as principais doenças a que estão expostos<br />

os militares devido à constante movimentação, e os tipos de repelentes mais utilizados, bem como<br />

outras medidas necessárias à proteção e os benefícios da utilização correta dos repelentes,citando<br />

alguns riscos,principalmente com o uso indiscriminado e sem orientação.É citada a principal doença<br />

endêmica causadas por vetores de várias regiões do Brasil e do mundo enfatizando a epidemiologia e a<br />

importância da prevenção para a saúde pública.<br />

O estudo é realizado através de uma revisão de literatura.<br />

2 CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS VETORES<br />

Taxonomia dos Mosquitos. Para classificarmos os organismos, fazemos uso de categorias<br />

taxonômicas: Reino, filo, classe, ordem, família, Gênero e Espécie. Podem ainda existir subdivisões,<br />

como subfamília, subespécie etc.


15<br />

O filo Arthropoda inclui cerca de 85% das espécies animais conhecidas e se supõe que existam<br />

mais de 30 milhões de espécies de insetos, algumas destas espécies têm grande interesse<br />

epidemiológico, pois podem causar doenças ao homem, seja por sua ação direta ou pela transmissão de<br />

agentes patogênicos de vários tipos (MARCON<strong>DE</strong>S, 2001).<br />

A classe Insecta compreende milhares de espécies muito diferentes, tais como mosquitos,<br />

moscas, pulgas, piolhos, besouros, baratas, percevejos, abelhas, etc. Algumas espécies transmitem<br />

doenças (específicas para cada espécie), outras podem provocar reações alérgicas. O controle de<br />

insetos, pragas ou vetores pode ser feito com diferentes substâncias químicas (larvicidas, adulticidas e<br />

repelentes).<br />

A ordem Diptera é composta de insetos bem diferenciados, que possuem um único par de asas,<br />

dentre os quais os mosquitos, providos de aparelho bucal sugador. A importância epidemiológica deste<br />

grupo de artrópodes deve-se ao fato de algumas espécies, na sua fase adulta, alimentarem-se de sangue<br />

(insetos hematófagos) e serem hospedeiros intermediários e transmissores de doenças causadas por<br />

vírus, protozoários e helmintos (REY, 1992).<br />

Com a ocupação urbana descontrolada, o desmatamento e a conseqüente redução de seus<br />

predadores, alguns insetos aumentaram sua população descontroladamente, principalmente nos meses<br />

quentes do ano (GOULART & LEITE, 1978 ; REY, 1992).<br />

No Brasil, devido ao clima predominantemente tropical, ocorrem não só a multiplicação de<br />

inúmeros insetos como também a disseminação de muitas parasitoses em regiões consideradas<br />

endêmicas e eventualmente epidêmicas de grande importância sanitária e econômica (GOULART &<br />

LEITE, 1978).<br />

A predisposição a picadas de insetos tem variação individual e é decorrente do efeito atrativo que<br />

substâncias exaladas pela pele exercem. O mecanismo de atração de mosquitos pelos seres vivos é<br />

bastante complexo, e decorre de vários estímulos, entre eles os estímulos visuais, principalmente para<br />

insetos de hábitos diurnos, o calor e o olfato ou uma associação desses estímulos. É sabido que<br />

vestimentas escuras(no caso, o uso do uniforme camuflado), calor, umidade, odor de substâncias como<br />

CO2, ácido láctico, suor e aromas exalados pela pele são fatores que predispõem a atração de insetos<br />

hematófagos (DAVIS & BOWEN, 1994; SCHRECK, KLINE & CARLSON, 1990).


16<br />

Os mosquitos possuem quimiorreceptores em suas antenas, responsáveis, entre outros, por sua<br />

orientação (RIDGWAY, 1990). A ordem Diptera é dividida em três subordens: Nematocera, na qual os<br />

adultos apresentam antenas longas com seis artículos, Brachycera, cujos adultos têm antenas curtas<br />

formadas por três ou quatro artículos e Cyclorrapha, que compreende insetos que possuem antenas com<br />

três artículos. Os Nematocera possuem várias famílias de interesse médico: a) família Psychodidae,<br />

composta pelo gênero Phlebotomus e Lutzomyi, transmissores da leishmaniose; b) família Simulidae,<br />

cujos espécimes são conhecidos como “borrachudos”, transmissores da oncocercose; c) família<br />

Culicidae, composta pelas sub-famílias Anopheinae e Culicinae, conhecidos como "mosquitos",<br />

transmissores de malária, filariose linfática, febre amarela e dengue, entre outros (REY, 1992).<br />

2.1 ALGUMAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR INSETOS VETORES<br />

As doenças transmitidas por mosquitos no Brasil, a exemplo do que ocorre em muitos outros<br />

países, continuam a ser um problema de saúde pública.Arboviroses e parasitoses continuam a emergir<br />

em regiões endêmicas com alguns episódios de epidemia, o que tem merecido por parte do Ministério<br />

da Saúde, programas específicos de controle, como é o caso do dengue e da malária.<br />

2.2 ONCOCERCOSE<br />

Também chamada "cegueira dos rios" ou "mal do garimpeiro", raramente fatal, mas a segunda<br />

maior causa infecciosa de cegueira. É transmitida por mosquitos do gênero Simulium, conhecidos no<br />

Brasil por piúm na região norte ou por borrachudo nas outras regiões.


17<br />

O principal vetor é a espécie de mosquitos Simulium damnosum, que se reproduzem<br />

principalmente em rios, pois as suas pupas sobrevivem as águas móveis. Por esse motivo a doença é<br />

também conhecida como cegueira dos rios. Só afeta o ser humano. Nas áreas endêmicas da África<br />

antes dos programas de contenção, a infecção repetida levava a que mais de 50% dos homens ficassem<br />

cegos antes dos 50 anos, e as crianças eram educadas a considerar esse resultado como o seu futuro.<br />

Progressão e Sintomas: Após cerca de um ano da infecção, surgem os sintomas relativos à reação<br />

contra as formas adultas. O seu alojamento debaixo da pele leva à sua encapsulação reativa do<br />

organismo, gerando nódulos palpáveis, com cerca de alguns centímetros de diâmetro, mais facilmente<br />

detectados contra ossos superficiais, como a crista ilíaca (zona da bacia), escápula ou costelas. Não há<br />

usualmente outros sintomas exceto o possível efeito inestético de alguns nódulos.O inicio da produção<br />

das microfilárias leva ao surgimento de sintomas mais graves. A reação por vezes eficaz do sistema<br />

imunológico à sua disseminação pelo sangue e linfa leva ao surgimento de prurido e exantemas<br />

(vermelhidão) cutâneos, com perda de elasticidade da pele e surgimento de pápulas, zonas<br />

despigmentadas e adenopatias (inchaço dos gânglios linfáticos), além de febre.Se as filárias migrarem<br />

para o olho (o que mais tarde ou mais cedo acontece), aí causam reações de fibrose e acúmulo de<br />

complexos de anticorpos, que levam primeiro à conjuntivite com fotofobia (sensibilidade exagerada à<br />

luz) e eventualmente à perda de visão e finalmente cegueira absoluta, freqüentemente em ambos os<br />

olhos.<br />

Prevenção: o uso de roupas que cobrem a maior parte da pele é aconselhado, assim como<br />

repelentes de insetos e redes.Contudo a erradicação dos mosquitos com inseticidas é a única medida a<br />

longo prazo, e tem sido praticada em programas da OMS em locais endêmicos, assim como a<br />

administração em massa de fármacos antiparasitários às populações, com bons resultados. Até a alguns<br />

anos, os governos tentavam aconselhar as pessoas a terem cuidado com os mosquitos do rio, mas essa<br />

campanha levou muitos a abandonar as terras férteis irrigadas e procurar outras menos produtivas onde<br />

muitas vezes passavam fome.<br />

2.3 MALÁRIA


18<br />

Malária ou paludismo é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários<br />

parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.A malária mata 3<br />

milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões de<br />

pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em<br />

crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano).Segundo a<br />

OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a<br />

casos severos sofrem danos cerebrais graves e tem dificuldades de aprendizagem.A malária é causada<br />

por protozoários do gênero Plasmodium.Quatro espécies podem ocasionar a doença em suas várias<br />

formas: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale e Plasmodium malariae.<br />

Transmissão: a malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.A<br />

transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas,<br />

principalmente em periferias.Em cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros,<br />

no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos tem maior atividade durante o<br />

período da noite, do crepúsculo ao amanhecer.Contaminam-se ao picar os portadores da doença,<br />

tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas.O risco maior de aquisição de<br />

malária é no interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ao ar livre.O<br />

mosquito da malária só sobrevive em áreas que apresentam médias das temperaturas mínimas<br />

superiores a 15°C, e só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da doença em<br />

regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e umidade alta.Só os mosquitos fêmeas<br />

picam o homem e alimentam-se de sangue.Os machos vivem de seivas de plantas.As larvas se<br />

desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva<br />

abundante.<br />

Epidemiologia: é uma das doenças mais importantes para a humanidade, devido ao seu impacto e<br />

custos, e constitui um fardo extremamente pesado para as populações dos países atingidos,<br />

principalmente na África, incomparável aos custos sociais de qualquer doença ocidental.A malária<br />

existe potencialmente em todas as regiões onde existem humanos e mosquitos Anopheles em<br />

quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões tropicais de todos os continentes e muitas regiões<br />

subtropicais.Hoje em dia, a África é particularmente atingida, estando poupadas apenas o norte e a<br />

África do Sul.Na América existe em toda a região central (México e países do Istmo) e norte da<br />

América do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (todo o Nordeste e Amazônia) e ainda<br />

nas Caraíbas (não existe no sul incluindo sul do Brasil).Na Ásia está presente em todo o subcontinente


19<br />

Indiano, Médio Oriente, Irã, Ásia Central, sudeste Asiático, Indonésia, Filipinas e sul da China.A<br />

malária já existiu mas foi erradicada no século XX da região mediterrânea, incluindo sul da Europa:<br />

Portugal, Espanha, Itália, sul da França e Grécia; e no sul e oeste dos EUA.Ao todo, vivem quase 3<br />

bilhões de pessoas em regiões endêmicas (ou seja, metade da humanidade) em mais de 100 países.Há,<br />

todos os anos, 300 a 500 milhões de casos da malária, dos quais mais de 90% na África, a maioria com<br />

resolução satisfatória, mas resultando em enfraquecimento e perda de dias de trabalho significativos.<br />

Ela mata, contudo, cerca de 2 milhões de pessoas em cada ano, cerca de um milhão das quais são<br />

crianças com menos de 5 anos.<br />

Prevenção: ainda não há uma vacina eficaz contra a malária, havendo apenas estudos de alcance<br />

reduzido sobre testes de uma vacina sintética desenvolvida por Manuel Elkin Patarroyo em 1987.<br />

Acredita-se que uma vacina possa estar disponível comercialmente nos próximos anos, ou seja, até<br />

2010.A melhor medida, até o momento, é a erradicação do mosquito Anopheles.Ultimamente, o uso de<br />

inseticidas potentes mas tóxicos, proibidos no ocidente, tem aumentado porque os riscos da malária<br />

são muito superiores aos do inseticida. O uso de redes contra mosquitos é eficaz na proteção durante o<br />

sono, quando ocorre a grande maioria das infecções.Os cremes repelentes de insetos também são<br />

eficazes, mas mais caros que as redes.A roupa (geralmente o camuflado) deve cobrir a pele nua o mais<br />

completamente possível de dia.O mosquito não tem tanta tendência para picar o rosto ou as mãos, onde<br />

os vasos sanguíneos são menos acessíveis, quanto às pernas, os braços ou o pescoço os vasos<br />

sanguíneos são mais acessíveis.A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma medida de saúde<br />

pública eficaz.<br />

2.4 FEBRE AMARELA<br />

A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos contaminados por um<br />

flavivirus e ocorre na América Central, na América do Sul e na África.<br />

No Brasil, a febre amarela pode ser adquirida em áreas silvestres e rurais de regiões como Norte e<br />

Centro-Oeste, além de parte do Sudeste, Nordeste e Sul.Ou seja, o indivíduo entra em regiões onde


20<br />

exista o mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus e, conseqüentemente, sofre a possibilidade de ser<br />

picado por algum desses mosquitos já afetado pelo vírus, que possivelmente fora contraído pela picada<br />

em um ser já portador, como a espécie de bugio ou outros tipos de macacos, e, em seguida, o mosquito<br />

pica a pessoa que ainda não teve a doença e, portanto, não adquiriu defesas naturais para combater o<br />

vírus.A febre amarela urbana é considerada erradicada no Brasil desde 1942, o que significa que<br />

grandes centros urbanos não correm o risco de propagação em massa do vírus.Recentemente o vírus da<br />

febre amarela vem ganhando destaque na mídia brasileira, visto que vários casos vem sendo<br />

catalogados na região Centro-Oeste, sobretudo, causando a preocupação da população em geral e<br />

providências das autoridades responsáveis pelo combate ao vírus.<br />

Epidemiologia: existe endemicamente na África, Ásia tropical, Caraíbas e América do Sul.A<br />

enfermidade não se transmite diretamente de uma pessoa para outra.Em área silvestre, a transmissão da<br />

febre amarela é feita por intermédio de mosquitos do gênero Haemagogus em geral.Por ser virótica,<br />

pode ser transmitida por outros tipos de insetos que se alimentam de sangue.A infecção pode ocorrer<br />

também através de mosquitos que picam macacos e em seguida humanos.Existe também transmissão<br />

transovariana no próprio mosquito.A infecção humana ocorre no indivíduo que entra em áreas de<br />

cerrado ou de florestas e é picado pelo mosquito contaminado.A propagação para áreas urbanas ocorre<br />

porque a pessoa contaminada é fonte de infecção para o mosquito desde imediatamente picada,<br />

portanto antes de surgirem os sintomas, até o quinto dia da infecção (reforçando, sem sintomas), esta<br />

retorna para a cidade serve como fonte de infecção para o Aëdes aegypti, que então pode iniciar o ciclo<br />

de transmissão da febre amarela em área urbana.Outro reservatório da infecção são os macacos.<br />

Zonas Endêmicas no Brasil: as localidades infestadas pelo Aëdes aegypti, cerca de 3600<br />

municípios brasileiros, têm risco potencial da febre amarela.Em Boa Vista no Estado de Roraima e em<br />

Cuiabá, no estado do Mato Grosso existe focos endêmicos nas áreas urbanas.A maior quantidade de<br />

casos de transmissão da febre amarela no Brasil, ocorre em regiões de cerrado.Porém, em todas as<br />

regiões (zonas rurais, regiões de cerrado, florestas) existem áreas endêmicas de transmissão das<br />

infecções.Estas principalmente ocasionadas pelos mosquitos do gênero Haemagogus, e pela<br />

manutenção do ciclo dos vírus através da infecção de macacos e da transmissão transovariana no<br />

próprio mosquito.Onde existe a possibilidade de febre amarela, existe para malária e também para o<br />

dengue e outros.No Brasil, os casos vêm diminuindo desde 2003, contudo, em 2008, houve um<br />

aumento sensível de casos no início do ano.


21<br />

Amarela.<br />

As medidas de prevenção são citadas abaixo, onde é esplanado um binômio Dengue/Febre<br />

2.5 <strong>DE</strong>NGUE E FEBRE AMARELA<br />

No Brasil, o dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.Existem quatro<br />

sorotipos virais, designados por I, II, III e IV, do gênero Flavivirus.Surge sob a forma de grandes<br />

epidemias, com grande número de casos.A forma clínica conhecida como dengue hemorrágica envolve<br />

vários fatores, como o tipo de vírus, a idade do paciente, o estado imunológico e a predisposição<br />

genética da pessoa infectada.Os mosquitos do gênero Aedes são responsáveis, ainda, pela transmissão<br />

de outra arbovirose, a Febre Amarela.<br />

Os vírus destas duas doenças são transmitidos de uma pessoa para outra pela fêmea das espécies<br />

do gênero Aedes que depositam seus ovos em locais de água parada.Ainda não existem vacinas<br />

disponíveis contra o dengue, embora as pesquisas estejam em fase avançada e pelo menos uma entrou<br />

em fase de testes.Uma vacina contra o dengue deve, necessariamente, proteger contra os quatro tipos<br />

de vírus, uma vez que se não fosse eficaz contra todos os tipos poderia aumentar o risco de formas<br />

graves.<br />

A transmissão do dengue ocorre em áreas que também são de risco potencial para febre amarela<br />

(a vacina deve estar atualizada) e, geralmente, também para malária.Devem ser adotadas, portanto,<br />

medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos, que são as mesmas empregadas contra a<br />

febre amarela e a malária.É importante saber que, embora a transmissão dessas doenças possa ocorrer<br />

ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações.<br />

O militar deve usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes<br />

contra insetos à base de dietiltoluamida (<strong>DE</strong>ET) ou picaridina (icaridina) nas áreas expostas do corpo.<br />

Antes de adquirir um repelente, devemos certificarmos da concentração de <strong>DE</strong>ET ou picaridina no<br />

produto.As concentrações usualmente recomendadas são de 30% a 35% (máximo de 50%) para o de<br />

<strong>DE</strong>ET e de 20% para a picaridina. Além disto, em razão do risco de malária, a hospedagem em locais


22<br />

que possuam ar condicionado é recomendável, ou utilizar mosquiteiros impregnados com permetrina e<br />

aplicar inseticida em aerossol nos locais onde for dormir.Em hipótese alguma devem ser utilizados<br />

inseticidas na pele.Não existe comprovação da eficácia do uso de vitaminas do complexo B ou de<br />

pilulas de alho na profilaxia do dengue (ou de qualquer outra doença transmitida por vetores).<br />

Recomendações para áreas de transmissão:o dengue é transmitido pela picada de mosquitos (mais<br />

comumente o Aëdes aegypti) que proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações.Estes<br />

mosquitos criam-se na água, obrigatoriamente.A fêmea do mosquito põe os ovos dentro de qualquer<br />

recipiente (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro, etc) que contenha água mais ou menos limpa.Os<br />

ovos ficam aderidos às paredes do recipiente, e não morrem mesmo quando a água é retirada.Não<br />

adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isto seja feito com freqüência. Destes ovos<br />

surgem as larvas, que depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos<br />

adultos.Quando está ocorrendo epidemias deve ser feita a aplicação de inseticida através do "fumacê",<br />

para reduzir a população de mosquitos adultos.O "fumacê" deve ser empregado apenas durante as<br />

epidemias, uma vez que a aplicação de inseticidas não acaba com os criadouros e, o que é indesejável,<br />

precisaria ser constantemente empregada para eliminar os novos mosquitos que se formam a partir das<br />

larvas.O controle do dengue deve ser feito, principalmente, através da eliminação dos criadouros de<br />

larvas.Para isto é importante que recipientes que possam encher-se de água sejam descartados ou<br />

fiquem protegidos com tampas.Qualquer recipiente com água e sem tampa, inclusive as caixas d'àgua,<br />

pode servir de criadouro para os mosquitos que transmitem dengue.Por isto, é importante eliminar os<br />

criadouros do mosquito transmissor.Além do dengue, se estará também evitando que a febre amarela,<br />

volte a ser transmitida.<br />

2.6 FILARIOSE LINFÁTICA<br />

A filariose linfática ou bancroftiana é uma enfermidade debilitante que causa várias<br />

manifestações clínicas no ser humano, sendo a mais conhecida aquela que provoca alteração no seu<br />

aspecto físico, como a dilatação de membros inferiores (elefantíase).No Brasil é causada pelo<br />

parasitismo de nematódeos da espécie Wuchereria bancrofti.Os vermes adultos ficam albergados nos<br />

vasos linfáticos e as formas embrionárias (microfilárias), na circulação sanguínea.Sua principal<br />

característica, que é aproveitada para o diagnóstico laboratorial é o passeio noturno das microfilárias


23<br />

no sangue periférico.O mosquito Culex quinquefasciatus, cosmopolita, de hábitos noturnos é<br />

comumente encontrado nas regiões tropicais e subtropicais, sendo o principal vetor desta doença<br />

(FORATTINI, 2002).<br />

Em algumas partes do Brasil a filariose bancroftiana (Elefantíase) despontou e vem constituindo<br />

um sério problema em saúde pública (ALBUQUERQUE et al, 1995).Estima-se que 49 mil pessoas<br />

estejam infectadas pela Wuchereria bancrofti e que três milhões de indivíduos residam em áreas<br />

consideradas de risco, nos estados de Alagoas, Pará e Pernambuco (ME<strong>DE</strong>IROS, 2004).<br />

As doenças transmitidas por insetos representam um grande desafio e são responsáveis por uma<br />

porcentagem significativa de mortes por todo o mundo, principalmente nos países de clima tropical.As<br />

campanhas de controle de vetores no Brasil tem conseguido diminuir os casos de dengue, mas não tem<br />

sido tão efetivas contra a Malária ou a Filariose, por exemplo.Outras por serem doenças características<br />

de, respectivamente, ambientes de florestas e de regiões endêmicas negligenciadas, necessitam de<br />

medidas de proteção diferenciadas, que objetivem evitar o contato com o mosquito.Essa proteção pode<br />

ser alcançada tomando-se as seguintes medidas: evitando locais infestados pelas espécies transmissoras<br />

da doença, protegendo as casas com telas, usando roupas protetoras, usando repelentes de insetos nas<br />

áreas descobertas do corpo.Em muitos casos a aplicação de repelente na pele pode ser o único modo<br />

para proteger-se das picadas dos mosquitos, como no caso de pessoas que necessitam estar em zonas<br />

endêmicas no caso, os militares.Vale lembrar que, em muitas situações, uma única picada de um inseto<br />

infectado pode provocar contaminação (ROZENDAAL, 1997).<br />

2.7 DOENÇA <strong>DE</strong> CHAGAS<br />

A Doença de Chagas, mal de Chagas ou chaguismo, também chamada tripanossomíase<br />

americana, é uma infecção causada pelo protozoário cinetoplástida flagelado Trypanosoma cruzi, e<br />

transmitida por insetos, conhecidos no Brasil como barbeiros, ou ainda, chupança, fincão, bicudo,<br />

chupão, procotó,(da família dos Reduvideos (Reduviidae), pertencentes aos gêneros Triatoma,<br />

Rhodnius e Panstrongylus.Trypanosoma cruzi é um membro do mesmo gênero do agente infeccioso


24<br />

africano da doença do sono e da mesma ordem que o agente infeccioso da leishmaniose, mas as suas<br />

manifestações clínicas, distribuição geográfica, ciclo de vida e de insetos vetores são bastante<br />

diferentes.<br />

Os sintomas da doença de Chagas podem variar durante o curso da infecção.No início dos anos,<br />

na fase aguda, os sintomas são geralmente ligeiros, não mais do que inchaço nos locais de infecção.À<br />

medida que a doença progride, durante até vinte anos, os sintomas tornam-se crônicos e graves, tais<br />

como doença cardíaca e de intestino.Se não tratada, a doença crônica é muitas vezes fatal.Os<br />

tratamentos medicamentosos atuais para o tratamento desta doença são pouco satisfatórios, com os<br />

medicamentos com significativo efeito colateral, muitas vezes, ineficazes, em especial na fase crônica<br />

da doença.<br />

O barbeiro (inseto) se infecta ao sugar o sangue de um organismo infectado.No intestino do vetor,<br />

o tripomastigoto se transforma em epimastigoto que então se reproduz.O tripomastigoto não se<br />

reproduz.O homem por sua vez, é infectado pelas fezes contaminadas do Triatomíneo (barbeiro no<br />

Brasil) pois enquanto suga o sangue defeca nesse mesmo local.A infestação também pode ser por<br />

transfusão de sangue ou transplante de órgãos, ou por via placentária.A recente notícia (março de<br />

2005) de uma forma alternativa, oral, de infecção, abre um campo de pesquisa ainda não explorado<br />

sobre novas formas de infestação.No entanto esta forma de transmissão é, quase certamente, rara.<br />

Embora exista uma descrição de megaesôfago por T. cruzi em Santa Catarina em 2003, não há<br />

evidência de infestação oral.Em Santa Catarina, o T. cruzi, apesar de encontrado na proporção de 21 a<br />

45% em um de seus reservatórios naturais, o gambá (Didelphis marsupialis), existe nesta espécie sob<br />

uma forma menos infectante que a encontrada em Minas Gerais, onde a doença de Chagas é endêmica.<br />

Há ainda casos recentes no Pará que podem estar ligados ao consumo de açaí, estão sendo pesquisados<br />

para comprovar essa ligação, pois a fruta pode ser tirada junto com o inseto transmissor e o preparo do<br />

alimento talvez não seja seguro.<br />

Prevenção: ainda não há vacina para a prevenção da doença.A prevenção está centrada no<br />

combate ao vetor, o barbeiro, principalmente através da melhoria das moradias rurais a fim de impedir<br />

que lhe sirvam de abrigo.A melhoria das condições de higiene, o afastamento dos animais das casas e a<br />

limpeza frequente das palhas e roupas são eficazes.O uso do insecticida extremamente eficaz, mas


25<br />

tóxico, DDT está indicado em zonas endêmicas, já que o perigo dos insetos transmissores é muito<br />

maior.E como alternativa está indicado o uso de repelentes como medida de prevenção individual.<br />

2.8 DOENÇA DO SO<strong>NO</strong><br />

Também, é citado esta patologia devido ao Exército Brasileiro estar envolvido em Missões de<br />

Paz em todo o mundo, estando os militares sujeitos à exposição a este vírus.<br />

A doença do sono ou tripanossomíase africana é uma doença frequentemente fatal causada pelo<br />

parasita unicelular Trypanosoma brucei.Há duas formas: uma na África Ocidental, incluindo Angola e<br />

Guiné-Bissau, causada pela subespécie T. brucei gambiense, que assume forma crônica, e outra na<br />

África Oriental, incluindo Moçambique, causada pelo T. brucei rhodesiense, forma aguda.Ambos os<br />

parasitas são transmitidos pela picada da mosca tsétsé (moscas do género Glossina).<br />

Epidemiologia: a doença do Sono ocorre apenas na África, nas zonas onde existe o seu vetor, a<br />

mosca tsétsé.Não existe na África do Sul nem ao norte do deserto Saara.A subespécie gambiense existe<br />

apenas nas florestas tropicais, sendo um problema grave nos países como o Congo (antigo Zaire),<br />

Camarões e Norte de Angola.A transmissão é principalmente de humano para humano, com menor<br />

importância dos reservatórios animais.As moscas transmissoras são as Glossina palpalis, que se<br />

concentram junto aos rios, lagos e poços.A subespécie rodesiense existe principalmente na região dos<br />

grandes lagos, nas savanas: Tanzânia, Quênia, Uganda e Norte de Moçambique.Os antilopes, gazelas e<br />

animais domésticos são reservatórios importantes do parasita.Transmitido pelas moscas Glossina<br />

morsitans.<br />

Prevenção:a Glossina, ao contrário de quase todos os outros insetos que picam humanos são mais<br />

ativas de dia, logo dormir em redes apesar de aconselhado, não protege tanto como protege contra<br />

malária, cujo mosquito é noturno.É necessário usar roupas que cobrem a maioria da pele e sprays<br />

repelentes de insetos.O uso de aparelhos coloridos elétricos que atraem e matam as moscas é útil.A<br />

destruição das populações de moscas é eficaz para a erradicação da doença.


26<br />

2.9 ENCEFALITE JAPONESA<br />

Assim como a Doença do Sono, esta patologia deve ter relevância, também pelo fato das Missões<br />

de Paz no exterior.A encefalite japonesa é uma doença infecciosa aguda, causada por um flavivírus (o<br />

vírus da encefalite japonesa) capaz de acometer o sistema nervoso central.A infecção, para a qual está<br />

disponível uma vacina eficiente, é transmitida por mosquitos e ocorre principalmente na Ásia.Estimase<br />

a ocorrência de 30 a 50 mil casos por ano no mundo e, na Ásia, é a principal causa de encefalite<br />

viral em crianças.Uma pessoa não transmite encefalite japonesa diretamente para outra.<br />

Transmissão: a transmissão ocorre através da picada de mosquitos infectados (espécies do gênero<br />

Culex), que se proliferam em coleções de água e tem hábitos predominantemente noturnos.O vírus da<br />

encefalite japonesa tem como hospedeiros naturais os pássaros selvagens e os suínos, que servem de<br />

reservatório para amplificação viral.Embora os porcos adultos infectados não desenvolvam a doença<br />

(servindo apenas de fonte de contaminação para os mosquitos), a infecção durante a gestação provoca<br />

o aborto, sendo um problema veterinário relevante.A criação de porcos no peridomicílio, condição<br />

frequentemente encontrada em áreas rurais dos países asiáticos, favorece a contaminação dos<br />

mosquitos e consequentemente a transmissão do vírus para os seres humanos.<br />

Riscos: a encefalite japonesa é uma doença endêmica em muitos países asiáticos (Bangladesh,<br />

Brunei, Coréia, Filipinas, Malásia, Paquistão, Rússia, Taiwan e Timor Leste) podendo atingir níveis<br />

epidêmicos em algumas regiões (Camboja, China, Índia, Indonésia, Laos, Niamar, Nepal, Sri Lanka,<br />

Tailândia, Vietnã).Casos esporádicos são descritos no Japão, Cingapura, ilhas do Estreito de Torres<br />

(Austrália) e Papua Nova Guiné.A extensão do risco geográfico não pode ser medida exclusivamente<br />

pelo número de casos diagnosticados, pois a utilização de rotina da vacina contra encefalite japonesa<br />

adotada por alguns países (como Japão, Coréia, Tailândia e China) resultou em uma queda significativa<br />

da incidência da doença em seres humanos sem alterar de forma consistente o risco, uma vez que a<br />

circulação do vírus é mantida entre os animais.O risco para o viajante é maior quando o tempo de<br />

permanência na área é superior a 30 dias.Em geral, a transmissão da doença é sazonal, ocorrendo<br />

principalmente de maio a setembro em regiões temperadas da China, Coréia, Japão e leste da


27<br />

Rússia.Em áreas tropicais do Sudeste Asiático e Índia, o risco de transmissão é maior durante e<br />

imediatamente após a estação das chuvas (monções).A circulação do vírus é maior em zonas rurais,<br />

em áreas irrigadas para plantação de arroz e de criação de porcos.<br />

Medidas de Proteção: a encefalite japonesa pode ser evitada através da utilização de vacina e de<br />

medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos.O uso da vacina em viajantes deve ser<br />

avaliado individualmente após consulta médica, em função da possibilidade de efeitos adversos<br />

significativos, como reações alérgicas graves.A vacina contra a encefalite japonesa, que não está<br />

disponível no Brasil, está indicada apenas para viajantes que pretendem permanecer por mais de 30<br />

dias em área de transmissão ativa da doença.<br />

Manifestações: o período de incubação da encefalite japonesa varia de 4 a 14 dias.A maioria das<br />

pessoas infectadas não desenvolve a doença.Menos de 1% dos indivíduos apresenta febre, dor de<br />

cabeça, prostração, dor no corpo, náuseas e vômitos.Com a evolução da doença, surgem as<br />

manifestações neurológicas, como dificuldade de equilíbrio, fraqueza muscular, alteração de<br />

comportamento, diminuição do nível de consciência (sonolência excessiva) convulsões e coma.Cerca<br />

de 30% dos indivíduos que adoecem evoluem para o óbito e 50% permanecem com seqüela<br />

neurológica.Os casos mais graves, geralmente, ocorrem em crianças e idosos.Não existe tratamento<br />

específico para a doença.Embora seja pouco comum, pode haver recrudescência da doença por<br />

reativação do vírus latente.<br />

2.10 DOENÇAS CAUSADAS POR CARRAPATOS<br />

2.10.1 Febre Maculosa


28<br />

Aspectos epidemiológicos: a Febre Maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável,<br />

causada por bactéria e transmitida por carrapatos infectados.Agente Etiológico: doença causada por<br />

bactéria Rickettisia rickettsii.Bactéria intracelular obrigatória, sobrevivendo brevemente fora do<br />

hospedeiro.Os humanos são hospedeiros acidentais, não colaborando com a propagação do organismo.<br />

Vetores e reservatórios: os vetores são carrapatos da espécie Amblyomma cajennense. São<br />

conhecidos como "carrapato estrela", "carrapato de cavalo" ou "rodoleiro", as larvas conhecidas por<br />

"carrapatinhos" ou "micuins”, e as ninfas por "vermelhinhos".São hematófagos obrigatórios,<br />

necessitando de repastos em três hospedeiros para completar seu ciclo de vida.O homem é<br />

intensamente atacado nas fases de larvas e ninfas.Hospedeiros: pode ser encontrado em todas as fases<br />

em: aves domésticas como galinhas, perus; aves silvestres como seriemas; mamíferos como cavalo,<br />

boi, carneiro, cabra, cão, porco, veado, capivara, cachorro do mato, coelho, cotia, coati, tatu, tamanduá<br />

e animais de sangue frio como ofídeos.Reservatórios: a infecção se mantém pela passagem<br />

transovárica e transestadial nos carrapatos.Diversos roedores e outros animais ajudam a manter o ciclo<br />

da doença.Modo de Transmissão: a transmissão ocorre pela picada de carrapato infectado.Para que a<br />

rickettsia se reative e possa ocorrer a infecção no homem, há necessidade que o carrapato fique aderido<br />

por algumas horas (de 4 a 6 h.).Pode também ocorrer contaminação através de lesões na pele, pelo<br />

esmagamento do carrapato.Susceptibilidade e imunidade: a susceptibilidade é geral.A imunidade<br />

provavelmente é duradoura.<br />

3 <strong>REPELENTES</strong><br />

Características dos repelentes: os repelentes químicos sintéticos são substâncias com discreto<br />

odor que quando aplicadas topicamente tem a propriedade de modificar o comportamento dos insetos<br />

impedindo-os de picarem.Algumas espécies de mosquitos hematófagos transmitem arboviroses e


29<br />

parasitoses, já outros além do desconforto das picadas podem provocar reações alérgicas<br />

(WILKINSON, 1990; MARCON<strong>DE</strong>S, 2001).<br />

Os repelentes são substâncias ou métodos utilizados para afastar os insetos e evitar suas<br />

picadas.Normalmente, são usadas substâncias com discreto odor, veiculadas em preparações<br />

cosméticas convencionais, como: cremes, loções, soluções, géis e óleos.Os repelentes de aplicação<br />

tópica são substâncias empregadas para afastá-los ou modificar o comportamento, impedindo-os de<br />

picarem.Podem ser divididos em duas categorias: os óleos (voláteis e fixos) derivados de plantas e as<br />

substâncias químicas sintéticas.Dentre os derivados de plantas, podemos citar: óleo de citronela, óleo<br />

de andiroba e os piretróides.Os repelentes químicos mais comuns são: indalona, dimetilftalato,<br />

hexanodiol e <strong>DE</strong>ET.<br />

Um repelente de uso tópico ideal deve ser eficiente contra os artrópodes hematófagos em geral,<br />

deve possuir as seguintes características: não ser tóxico e nem irritante para o homem, não ser<br />

plastificante, isto é, não deve ficar aderido à pele dando um aspecto oclusivo, e possuir um tempo de<br />

proteção o mais prolongado possível (HALL, GREEN & BEROZA, 1957; SHERMAN,<br />

1966).Segundo Smith (1966) não existe um repelente ideal, pois nenhum candidato a repelente é<br />

totalmente inodoro.Além disso, em geral os repelentes possuem relativa substancialidade, sendo<br />

dificilmente removidos da pele devido a sua natureza física oleosa ou plastificante (SMITH, 1966).Os<br />

repelentes para uso tópico e aqueles aplicados em vestimentas, cortinas e mosquiteiros, constituem as<br />

medidas de proteção pessoal mais comumente empregados contra picadas de insetos.<br />

Consequentemente, um importante método de prevenção de doenças transmitidas por estes vetores,<br />

principalmente no caso de pessoas que precisam proteger-se por curtos períodos, em áreas onde não é<br />

possível utilizar outros métodos de controle, como nos exercícios em campo.<br />

Várias preparações contendo permetrina, dimetilftalato, óleo de citronela e <strong>DE</strong>ET estão<br />

disponíveis no comércio, oferecendo proteção por algumas horas.Estas preparações podem ter sua<br />

eficiência diminuída por absorção, evaporação ou suor o que é muito comum e ocorre durante as várias<br />

atividades físicas a que o militar é submetido no campo.Os repelentes mais eficazes que se conhece até<br />

hoje tem como princípio ativo o <strong>DE</strong>ET e a permetrina.Este último produto é um inseticida mas, quando<br />

aplicado em vestimentas, atua como repelente de contato.Estudos “duplos cegos” realizados com


30<br />

voluntários das Forças Armadas dos Estados Unidos da América demonstraram que as formulações<br />

associando <strong>DE</strong>ET e permetrina, são bastante eficazes (YOUNG & EVANS, 1998).<br />

Os repelentes podem ser associados a substâncias que tem função sinergista.Estas substâncias<br />

geralmente não são tóxicas para os insetos, mas podem contribuir com a atividade inseticida dos<br />

piretróides sintéticos (como no caso do butóxido de piperonila, que inibe as monooxigenases, capazes<br />

de detoxificar substâncias exógenas) ou facilitar a volatilização do repelente, aumentando o seu raio de<br />

ação.A maioria dos repelentes é solubilizada em solvente apropriado (em geral álcool) e aplicado sob a<br />

forma de spray sobre a área a ser protegida, que pode ser a pele, um tecido ou outra superfície como<br />

barracas, redes, sacos de dormir e mochilas.<br />

O <strong>DE</strong>ET é uma substância orgânica líquida, volátil sob pressão normal e à temperatura<br />

ambiente, sendo praticamente insolúvel em água, embora solúvel em solventes orgânicos.Esta<br />

substância possui algumas características que são consideradas indesejáveis para o seu uso como<br />

repelente: polimerizável(efeito plastificante), possui odor desagradável e está associada a alguns<br />

efeitos tóxicos, quando empregada em concentrações superiores àquelas recomendadas e/ou aplicações<br />

sucessivas.Várias preparações contendo permetrina, dimetilftalato, óleo de citronela e <strong>DE</strong>ET estão<br />

disponíveis no comércio, oferecendo proteção por algumas horas.Estas preparações podem ter sua<br />

eficiência diminuída por absorção, evaporação ou suor.Os repelentes mais eficazes que se conhece até<br />

hoje têm como princípio ativo o <strong>DE</strong>ET e a permetrina.Este último produto é um inseticida mas,<br />

quando aplicado em vestimentas, atua como repelente de contato.O <strong>DE</strong>ET tem sido extensivamente<br />

usado nos países da Europa e das Américas desde a sua descoberta, por um cientista do Departamento<br />

Norte-Americano de Agricultura e então muito utilizado nas Forças Armadas Americana, Alemã,<br />

Austríaca e Francesa.Esta substância foi patenteada pelo Exército Americano em 1946, sendo liberada<br />

para uso geral em 1957 (FRADIN, 1998).<br />

A substância N-N-dietil-m-toluamida, um derivado da benzamida, é bastante conhecida por seu<br />

amplo espectro de repelência contra artrópodes e é amplamente utilizada em várias formulações<br />

encontradas no mercado.Com relação ao homem, o relato mais completo de casos de toxicidade<br />

devido ao uso citado na literatura, foram realizados por Veltri e colaboradores, quando foram<br />

analisadas 3.098 ocorrências de possível envenenamento por exposição ao <strong>DE</strong>ET entre os anos de<br />

1985 e 1994.São citados desde ingestão oral até aplicações tópicas e contaminações acidentais das


31<br />

mucosas dos olhos.De todas, somente 44 ocorrências resultaram em internações e destas cinco<br />

resultaram em reações ditas graves, associadas à inalação e ao contato com as mucosas dos olhos, não<br />

tendo sido relatados, nos acidentes, as concentrações envolvidas. Muitos casos de toxicidade por<br />

repelentes envolvem ingestão oral por crianças, sendo que dos casos graves relatados, nenhum<br />

resultou em morte por envenenamento (VELTRI et al, 1994; GOODYER & BEHRENS, 1998).<br />

Estudos relacionados a farmacocinética do <strong>DE</strong>ET com voluntários foram realizados por Selim e<br />

colaboradores, utilizando marcadores radioativos em preparações de uso tópico, com bases próprias<br />

para absorção sistêmica.Foi observado que somente 8% da quantidade aplicada foi absorvida e que<br />

tanto o <strong>DE</strong>ET quanto os seu metabólitos foram totalmente eliminados num prazo máximo de 4 horas<br />

(SELIM et al, 1995).<br />

De todos os grupos estruturais estudados, certos diois e as N-dialquilamidas, em especial as<br />

dietilamidas, revelaram ter melhor atividade repelente.Três dietilamidas foram extensivamente<br />

estudadas para uso nas Forças Armadas Americanas, propil-N,N-dietilssuccinamato, o-cloro-N,Ndietilbenzamida<br />

e o-etoxi-N,N-dietilbenzamida.Em estudo realizado por McCabe, foram preparadas<br />

várias dietilamidas a partir de ácidos aromáticos, quando se verificou que as amidas de anéis<br />

aromáticos substituídos demonstravam melhor efeito repelente (McCABE, 1953).<br />

3.1.MECANISMO <strong>DE</strong> AÇÃO DOS <strong>REPELENTES</strong> E A RELAÇÃO ESTRUTURA<br />

X ATIVIDA<strong>DE</strong><br />

O mecanismo de ação repelente tanto das substâncias químicas naturais e sintéticas ainda não<br />

está bem esclarecido, mas sabe-se que a repelência está associada ao comportamento dos artrópodes.<br />

Algumas substâncias são inibidoras da aproximação como alguns óleos essenciais e o <strong>DE</strong>ET.Já outras<br />

substâncias são fagorepelentes como, por exemplo, as lactonas sesquiterpênicas e diterpeno.<br />

Os repelentes agem por evaporação em pequenas quantidades, criando um microambiente na<br />

área de aplicação e impedindo a aproximação dos insetos hematófagos que, são atraídos pelo calor da<br />

pele e por substâncias exaladas pelo tecido cutâneo.Os insetos produzem feromônios, que são


32<br />

substâncias de baixo peso ou substâncias voláteis, que quando liberadas por um organismo induzem<br />

uma ou mais reações específicas em um outro organismo da mesma espécie.Feromônios podem ser<br />

sintetizados pelo organismo emissor ou obtidos da comida ou de outras fontes do meio ambiente.Os<br />

feromônios são capazes de influenciar o comportamento intra-espécies dos artrópodes, sendo<br />

responsáveis por algumas ações como agregação, dispersão, atração do sexo oposto, reações de alarme<br />

e orientação.As antenas dos mosquitos são providas de receptores capazes de discriminar o tipo de<br />

feromônio e de estimular o sistema nervoso central.Algumas terminações nervosa das antenas de<br />

insetos hematófagos devem ser próprias para identificar o calor de animais de sangue quente e os<br />

produtos por eles exalados através da pele como o suor, o ácido láctico e o CO (SONENSHINE, 1985;<br />

2<br />

RIDGWAY, 1990).<br />

As formulações comerciais géis, cremes, soluções alcoólicas e outras, podem variar em sua<br />

concentração de <strong>DE</strong>ET de 10 até 50 % e o tempo de cobertura dessas preparações pode variar em<br />

torno de uma até oito horas.Ocorrem situações em que se faz necessária uma proteção mais duradoura,<br />

quando as condições ambientais facilitam a degradação ou a retirada da substância do local de<br />

aplicação, como por exemplo após exercícios físicos intensos, rastejo em solo e entrada em locais<br />

alagadiços, práticas comuns de exercício em campo e no front para os soldados.<br />

3.2 TIPOS <strong>DE</strong> <strong>REPELENTES</strong><br />

Os repelentes de insetos, que evitam a sua aproximação, devem proporcionar uma proteção<br />

duradoura, ser efetivos contra uma grande variedade de insetos em todas as condições climáticas e ter<br />

aspecto e textura agradáveis.<br />

Os repelentes sintéticos são normalmente pesticidas para uso humano carecendo de autorização<br />

pela Direção Geral de Saúde para comercialização.Os repelentes que estão autorizados em várias<br />

apresentações (gel, creme, spray e leite corporal) são os seguintes:


33<br />

•N,N-dietil-m-toluamida (<strong>DE</strong>ET) em concentrações até 35% : Contrapic®, Previpiq® e Tabard ®.<br />

Concentrações superiores devem ser utilizadas apenas quando o risco de picada é muito elevado e em<br />

situações em que as condições climáticas ou a atividade do indivíduo promovam um rápido<br />

desaparecimento do repelente, como a transpiração e banhos.<br />

• Éster etílico do ácido 3-(n-n-butil-n-acetil aminopropiónico), (EBAAP), em concentrações de 10%<br />

para crianças e 20% para adultos : Pré-Butix®.<br />

• Ftalato de dimetil (associado ao <strong>DE</strong>ET) – Repelentox®.<br />

A OMS e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) nos Estados Unidos recomendam<br />

também a picaridina, não comercializada em Portugal.O <strong>DE</strong>ET e a picaridina (usada na intolerância ao<br />

<strong>DE</strong>ET) demonstraram maior grau de eficácia e são os repelentes recomendados para utilização em<br />

zonas endêmicas de malária.<br />

Num estudo comparativo da eficácia do <strong>DE</strong>ET (em concentrações de 4,75%, 6,65%, 9,5%, 20% e<br />

23,8%) com repelentes com EBAAP (a 7,5%) ou óleos essenciais, o <strong>DE</strong>ET apresentou 88,4 minutos de<br />

proteção na concentração de 4,75 % e 301,5 minutos na de 23,8%.Nenhum dos restantes conferiu mais<br />

de 1,5 hora de proteção, à exceção do óleo de soja a 2%, que promoveu uma proteção equiparável a<br />

dos repelentes com <strong>DE</strong>ET em concentrações mais baixas.Estes tempos de proteção não devem ser<br />

tomados como absolutos, mas sim como indicativos da eficácia relativa do repelente, uma vez que<br />

existem muitos fatores que interferem na eficácia dos produtos tais como: espécie de inseto, quantidade<br />

de insetos no meio envolvente, idade do indivíduo, sexo, nível de atividade, efeito bioquímico de<br />

atração que o indivíduo tem sobre os insetos e condições ambientais (temperatura, umidade e<br />

velocidade do vento).<br />

O tempo de proteção do <strong>DE</strong>ET é proporcional ao logaritmo da sua concentração até 50%, mas<br />

para concentrações superiores o tempo de proteção tende para um patamar.Relativamente à segurança,<br />

estudos com <strong>DE</strong>ET marcado mostram que, após aplicação de doses normais sobre a pele, menos de<br />

10% da dose foi absorvida, tendo sido metabolizada e excretada por via renal até 4 horas após a<br />

aplicação.A maioria das reações adversas do <strong>DE</strong>ET são cutâneas (irritação) e os efeitos tóxicos<br />

relacionam-se com a sua ingestão ou má utilização, dificilmente ocorre reação alérgica em vias<br />

respiratórias, caracterizando brocoespasmo.O seu uso durante a gravidez é considerado seguro,


34<br />

existindo um ensaio clínico em que a utilização diária de <strong>DE</strong>ET a 20% no segundo e terceiro trimestres<br />

de gravidez em 449 mulheres, contra placebo (448 mulheres) parece ser segura, pois à parte da<br />

sensação de ardor na pele, não se verificaram outros efeitos adversos significativos para a mãe ou para<br />

o feto.<br />

O <strong>DE</strong>ET é, segundo a American Academy of Pediatrics (AAP), seguro em crianças a partir dos 2<br />

meses, embora outras entidades contra-indiquem a sua utilização antes dos dois anos.A AAP considera<br />

que em crianças, os repelentes com <strong>DE</strong>ET até 10% parecem ser tão seguros como os produtos<br />

contendo 30% (concentração máxima para crianças) desde que sejam seguidas as instruções de<br />

utilização.<br />

A utilização segura e efetiva destes produtos deve ter em conta algumas precauções de<br />

manuseamento tais como: não exceder as doses recomendadas; não aplicar em pele lesada, nos olhos<br />

ou mucosas; aplicar apenas ao ar livre; não vaporizar diretamente para a face, aplicar primeiramente<br />

nas mãos e depois na pele da face e seguir as instruções do fabricante.<br />

Existem repelentes naturais com óleos de citronela, eucalipto limão, cedro, hortelã-pimenta,<br />

gerânio ou soja, mas não são tão eficazes como o <strong>DE</strong>ET ou os outros repelentes pesticidas autorizados.<br />

Mostraram ineficácia alternativas aos repelentes tópicos como a ingestão de alho, tiamina<br />

(Vitamina B1) ou os aparelhos emissores de uma frequência irritante para os insetos.<br />

4 MEDIDAS <strong>DE</strong> PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />

Certificar-se da necessidade da vacina contra a febre amarela (validade de 10 anos, a partir do<br />

décimo dia da aplicação inicial) e de obter o Certificado Internacional de Vacinação.Certificar-se da<br />

necessidade eventual (dependendo do roteiro, do tipo de atividade e tempo de permanência) da vacina<br />

contra a encefalite japonesa (não disponível na Rede Pública).


35<br />

Utilizar “mosquiteiros” impregnados com permetrina (mantém-se efetivo durante vários meses) e<br />

inseticida em aerossol nos locais fechados onde for dormir.<br />

Não utilizar recursos sem comprovação científica da eficácia (vitaminas do complexo B, pílulas<br />

de alho) na profilaxia de qualquer doença transmitida por vetores.<br />

Usar repelentes na pele à base de dietiltoluamida (<strong>DE</strong>ET) ou picaridina, enquanto estiver ao ar<br />

livre.Lavar a pele, para retirar o repelente, quando for permanecer em locais fechados.Antes de adquirir<br />

um repelente, certificar-se da concentração de <strong>DE</strong>ET (ou picaridina) no produto.A concentração de<br />

<strong>DE</strong>ET não consta nas marcas mais conhecidas no mercado brasileiro.Tomar cuidado para não aplicar<br />

repelentes (<strong>DE</strong>ET ou picaridina) próximo dos olhos, da boca ou em ferimentos.Não aplicar repelentes<br />

nas mãos de crianças pequenas, pelo risco de contato com olhos e boca.Ler cuidadosamente as<br />

recomendações do fabricante do repelente.As concentrações usualmente recomendadas são de 30% a<br />

35% (máximo de 50%) para o de <strong>DE</strong>ET e de 20% para a picaridina.<br />

Usar calças e camisas de manga comprida sempre que possível, para reduzir a área corporal<br />

exposta às picadas de insetos.Usar repelentes na roupa à base de permetrina ou deltametrina.<br />

Certificar-se ainda, através da consulta médica, da necessidade de quimioprofilaxia para a<br />

malária, que caso indicada, deverá ser prescrita pelo médico.


36<br />

5 PARECER TÉCNICO DA CATEC<br />

Abaixo está relacionado algumas considerações sobre a utilização do <strong>DE</strong>ET em preparações de<br />

repelentes para insetos segundo a Câmara Técnica de Cosméticos – CATEC.Parecer Técnico Nº 2, de<br />

11 de dezembro de 2006.Assunto: Utilização do <strong>DE</strong>ET em preparações de repelentes para insetos.<br />

Considerando que o <strong>DE</strong>ET, designação genérica dada ao composto orgânico N,N-dietil-metatoluamida<br />

e N,N-dietil-3-metilbenzamida, respectivamente, pela International Union of Pure and<br />

Applied Chemistry e pelo Chemical Abstract Serviçe (CAS), forma molecular C12H17<strong>NO</strong>, peso<br />

molecular 191,26, incolor, densidade 0,997 a l.000 g/mL está inscrito no CAS sob nº 134-62-3; (1-2);<br />

Considerando que o <strong>DE</strong>ET desenvolvido pelo U.S. Army em 1946, registrado para uso em<br />

1957, vem sendo usado em larga escala como ingrediente dotado de atividade repelente de insetos,<br />

contando até setembro de 2003, com 230 formulações registradas no EPA – Environmental<br />

Protection Agency ( 3-4-5), 127 no Canadá até julho de 2001 (21) e o seu uso tem sido recomendado<br />

pelo CDC – Center for Disease Control (7);<br />

Considerando que o CDC (3) estimou de 30 e de 21 a 29%, respectivamente, adultos e crianças<br />

americanos tem usado formulações cosméticas contendo <strong>DE</strong>ET;<br />

Considerando que o mecanismo de ação do <strong>DE</strong>ET ainda não foi esclarecido, (8 e 3), e que<br />

algumas hipóteses a respeito do assunto estão associadas à capacidade de promover indução<br />

neuronal, o que pode ser medida através da quantificação mitocondrial e presente no citosol, (9) bem<br />

como estudos envolvendo o transporte através da barreira hematoencefálica; (10);<br />

Considerando que o <strong>DE</strong>ET tem-se mostrado seguro como repelente de insetos, embora registros<br />

de efeitos adversos em humanos tenham sido objeto de discussão (11 e 12), as crianças tem-se<br />

mostrado mais sensíveis aos efeitos neurotóxicos que os adultos, no entanto, os estudos aditivos<br />

ainda estão por merecer conclusões capazes de sustentarem as evidências clínicas relativas a<br />

neurotoxicidade; (3);<br />

Considerando que formulações contendo <strong>DE</strong>ET, se ingeridas, podem ocasionar hipotensão,<br />

crises convulsivas e coma no decorrer da 1ª hora da exposição, os casos fatais tem sido associado às<br />

concentrações plasmáticas (13 e 14);


Considerando os parâmetros observados nos estudos de biodisponibilidade, as preparações<br />

repelentes evidenciaram níveis de absorção na ordem de 9 a 56% nas primeiras horas.<br />

Considerando que os efeitos adversos decorrentes do uso tópico <strong>DE</strong>ET estão relacionados a<br />

fatores biofarmacêuticos e das condições ambientais (15, 16, 17, 18, 3, 19, 20, 22 e 23), especial<br />

destaque tem sido enfatizado quando se utiliza álcool etílico como veículo, facilitando o processo de<br />

absorção, muito embora, estudos recentes não confirmaram tais informações.<br />

37<br />

Considerando que o <strong>DE</strong>ET, comercializado ao longo destes 50 anos ocasionou, até 1991, o<br />

registro de 10 casos de crises convulsivas em crianças expostas através da via cutânea e que nenhum<br />

outro relato foi objeto notificação a partir de 1992(6, 13, 27, 33, 34, 35, 36).<br />

Considerando os dados coletados junto ao Toxic Exposure Surveillance System, 20.764 casos<br />

de exposição acidental foram registrados em crianças e bebês, respectivamente, 64,5 e 18,6%, onde a<br />

via cutânea representou 10,5% de todos os casos (28) ou seja 2.180 registros, ressaltando que 39,6%<br />

dos efeitos clínicos foram classificados como desconhecidos.<br />

Considerando que a comunidade científica vem discutindo com muita preocupação a aplicação<br />

de protetores solares seguida da formulação repelente contendo <strong>DE</strong>ET, podendo interferir na eficácia<br />

deste, estudos ainda serão necessários visto que algumas variáveis envolvidas em um protocolo de<br />

experimentação científica, não pode, de forma alguma, deixar de avaliar: tipo de formulação,<br />

natureza do polímero além do pouco conhecimento a respeito da interação <strong>DE</strong>ET/protetor solar (29,<br />

30, 31, 32).<br />

Considerando a revisão da literatura e o excelente documento de caráter revisional relativo à<br />

reavaliação para registro do <strong>DE</strong>ET elaborado pelo Pest Management Regulatory Agency – Health<br />

Canadá (1).<br />

Considerando que a eficácia do produto está relacionada à formulação e a forma de<br />

apresentação.<br />

5.1 <strong>DE</strong>TERMINAÇÕES DA CATEC E DA GERÊNCIA GERAL <strong>DE</strong> COSMÉTICOS<br />

Não permitir o uso de repelentes para insetos contendo <strong>DE</strong>ET em crianças menores de 2 anos<br />

de idade.De seis meses de idade a 2 anos: procure orientação médica.


Permitir o uso de repelentes para insetos contendo <strong>DE</strong>ET, em crianças de 2 a 12 anos de idade,<br />

desde que a concentração do referido ingrediente não seja superior a 10%, restrita a apenas 3 (três)<br />

aplicações diárias, evitando-se o uso prolongado.<br />

38<br />

Para idades superiores a 12 anos, formulações contendo <strong>DE</strong>ET, em concentrações superiores a<br />

30% poderão ser aceitas para registro, desde que sejam realizados estudos de avaliação de risco para<br />

humanos, levando-se em consideração a freqüência de aplicação pois, estudos mostraram que<br />

formulações com baixas concentrações de <strong>DE</strong>ET são tão efetivas quanto àquelas com concentrações<br />

maiores mesmo permanecendo durante menor período de contato.<br />

Deverá constar dos dizeres de rotulagem o tempo para reaplicação do produto com base no<br />

teste de eficácia do mesmo, obedecendo sempre, quando for o caso, o número de aplicações<br />

máximas. Que conste na rotulagem, para todas as formulações e concentrações, os seguintes dizeres<br />

(1,8):<br />

-Aplicar nas áreas expostas somente quando necessário;<br />

-Não aplicar por baixo de roupas;<br />

- Não utilizar se a pele estiver irritada ou lesionada;<br />

- Evitar o contato com os olhos, boca e narinas;<br />

- Depois do uso, lavar as mãos com água e sabão.<br />

Além dos dizeres acima mencionados, deverão ainda ser acrescentados os seguintes dizeres,<br />

conforme o caso: para formulações contendo concentrações até 10% : não aplicar em crianças<br />

menores de 6 meses de idade; a aplicação deste produto em crianças deve ser supervisionada por um<br />

adulto.Este deve colocar o produto em suas mãos e em seguida aplicar na criança; evitar a aplicação<br />

do repelente na palma das mãos da criança; em crianças de 2 a 12 anos de idade não aplicar mais do<br />

que 3 vezes ao dia.<br />

Para formulações contendo de 11 a 30% : não usar em crianças menores de 12 anos, reaplicar<br />

após 2 horas no mínimo.Em preparações tipo aerossóis ou “pumps”: não aplicar as formulações em<br />

ambientes fechados.Para aplicar na face: aplique primeiramente o produto nas mãos e a seguir leve<br />

ao rosto evitando o contato com olhos, boca e narinas.


39<br />

6 <strong>REPELENTES</strong> CORPORAIS COM INGREDIENTE ATIVO O <strong>DE</strong>ET<br />

Principais marcas: Autan, Off, Repelex e Exposis.Os repelentes para uso na pele são variados e<br />

funcionam contra diferentes tipos de insetos.No ato da compra, é importante ler atentamente o rótulo<br />

e observar qual é o seu ingrediente ativo.<strong>DE</strong>ET é abreviação para “dietil-n-toluamida”, substância<br />

patenteada pelo exército americano em 1946 e vendida no mercado mundial há mais de 50 anos.Atua<br />

interferindo nos aromas da pele humana, confundindo o inseto.É um repelente eficaz, mas pode ter<br />

efeitos tóxicos quando aplicado de forma sucessiva ou em concentrações superiores às<br />

recomendadas.<br />

A ação protetora do <strong>DE</strong>ET depende da concentração: sabe-se que as concentrações superiores a<br />

30% têm ação mais prolongada.Concentrações baixas (de 5 a 10%) tem ação por tempo curto,<br />

necessitando aplicações mais freqüentes.Infelizmente, o uso repetido aumenta o risco de efeitos<br />

tóxicos.<br />

No Brasil, país de temperaturas elevadas e úmidas, a concentração de <strong>DE</strong>ET em torno de 30%<br />

pode conferir proteção em torno de 80%, durando cerca de 3 horas.Há muita discussão em torno das<br />

principais marcas no mercado brasileiro, questionando sua concentração baixa de <strong>DE</strong>ET, o que<br />

poderia interferir no resultado final.Outro ponto negativo é que a maioria é perfumada e, como<br />

mostram os testes científicos, fragrâncias tendem a atrair insetos.<br />

Recentemente o laboratório Osler lançou no Brasil o Exposis: encontrado na apresentação de<br />

spray e gel, com 50% de <strong>DE</strong>ET, sendo recomendado para adultos e crianças maiores de dez anos de<br />

idade.A apresentação infantil pode ser usada em crianças acima de 2 anos e contém como princípio<br />

ativo a substância Bayrepel (icaridina), tão eficaz quanto o <strong>DE</strong>ET, mas com menos efeitos<br />

indesejáveis e com ação lenta, garantindo proteção por cerca de 10 horas.<br />

O <strong>DE</strong>ET pode ser tóxico para olhos e boca, causando prurido (coceira), urticária e dermatite de<br />

contato.Em contato com a boca pode causar sensação de queimação nos lábios e língua.Recomendase<br />

evitar o uso em aerossol ou spray e não aplicar em pele inflamada ou irritada.<br />

Repelentes químicos como Permetrina e derivados: principais marcas : SBP, Protector, Baygon,<br />

Raid, Rodox, Mortein.A permetrina é um inseticida, mas quando aplicada em vestimentas, telas e<br />

mosquiteiros,atua como repelente de contato, conferindo proteção maior de 90%.Não deve ser<br />

aplicada diretamente na pele, sob pena de reações como queimação, e prurido(coceira).


As reações mais comuns causadas pelos inseticidas dizem respeito à irritação do sistema<br />

respiratório pelo forte odor dos produtos, incomodando sobremaneira as pessoas<br />

alérgicas.Modernamente, surgiram inseticidas em aerossol sem cheiro, o que por um lado facilita a<br />

aceitação pelas pessoas portadoras de alergia, mas pela falsa sensação de segurança, tendem a induzir<br />

o uso excessivo.Existem preparações inseticidas com permetrina em associação com outras<br />

substâncias para uso em tomadas elétricas e que liberam lentamente o princípio ativo. Pessoas<br />

portadoras de asma e rinite só devem utilizá-los sob orientação médica.O uso de inseticidas em<br />

espirais pode levar à maior irritação de mucosas e deve ser evitado pelos alérgicos.<br />

40<br />

6.1 <strong>REPELENTES</strong> BOTÂNICOS<br />

Principais tipos: Citronela, Cânfora, Alho, Eucalipto, casca de laranja e óleo de Andiroba.<br />

Citronela: um bom repelente deve ser irritante para o inseto e ter evaporação rápida.A citronela<br />

em concentração de 100% é evaporada em cerca de 10 minutos.Produz reações alérgicas em 2% dos<br />

seus usuários.Os estudos mostram resultados contraditórios: enquanto uns mostram alta proteção<br />

contra Aedes (cerca de 97% por 3 a 5 horas), outros não apontam eficácia.<br />

Óleo de andiroba: pesquisa da Fiocruz com vela de andiroba mostrou 90% de proteção contra<br />

Aedes aegypti.Está em estudo o óleo de andiroba com 100% de proteção.Velas: tem alcance restrito<br />

mas podem ser úteis em afastar o inseto.<br />

Casca de Laranja, Alho, Cravo, Cânfora, Eucalipto: necessitam mais estudos para comprovar a<br />

eficácia com relação ao Aedes aegypti.<br />

6.2 OUTRAS OPÇÕES <strong>DE</strong> <strong>REPELENTES</strong><br />

Vitaminas B1 e B6: eficácia modesta, não protege indivíduos predispostos.Só tem ação em altas<br />

doses, o que pode incorrer em efeitos colaterais.<br />

Complexo B: não tem efeito protetor comprovado.<br />

Cápsulas de Alho: não tem eficácia comprovada.


Óleos: uma medida que pode substituir o uso de repelentes é o uso de óleo mineral (Nujol) ou<br />

vegetal (óleo de amêndoas) após o banho.A presença do óleo dificultará a fixação do mosquito na<br />

pele.<br />

41<br />

Pulseiras repelentes: contém um pequeno bolso onde é guardada pastilha de citronela, que deve<br />

ser trocada a cada 15 dias.As pulseiras são importadas, ainda não disponíveis no Brasil e não têm<br />

parecer técnico da ANVISA.<br />

Ventiladores: existe no mercado brasileiro um modelo que utiliza pastilha de repelente num<br />

recipiente próprio e um outro modelo gerador de ozônio que repele mosquitos.<br />

Mosquiteiros com repelentes: fabricados no Japão com o inseticida incorporado às fibras e que<br />

funcionam como barreira química, matando os mosquitos que se aproximam.Têm duração de 3 a 5<br />

anos.Estudo americano recente mostra que o uso de mosquiteiro tratado com inseticida é eficaz na<br />

redução do mosquito Aedes aegypti - transmissor do dengue.Sabe-se que este mosquito não tem<br />

costume de picar à noite, mas tende a permanecer nas casas após se alimentar de sangue,<br />

especialmente em casas pequenas.Estes mosquiteiros são comercializados no Brasil e autorizados<br />

pela ANVISA, com apoio da OMS em modelos para camas, berços, redes e carrinhos de bebês.<br />

Raquetes elétricas para matar mosquitos.<br />

Camuflagem na face com formulações de <strong>DE</strong>ET: restrito ao Exército Americano.<br />

Não esquecer que a ANVISA recomenda o uso de no máximo três vezes ao dia os repelentes<br />

que contenham <strong>DE</strong>ET em sua formulação.<br />

7 RISCOS QUANTO AO <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>REPELENTES</strong><br />

O uso prolongado e excessivo de maneira não orientada pode causar danos à saúde e, em casos<br />

extremos, confusão mental, ataxia (perda ou irregularidade da coordenação muscular), insônia,<br />

mioclonia (contração muscular súbita e involuntária), psicose, tremores, bolhas, urticária, eritema<br />

(vermelhidão da pele), hipotensão, bradicardia (retardamento do ritmo cardíaco) e coma.<br />

Brocoespasmo em casos de pessoas alérgicas e com antecedente de bronquite ou asma brônquica,<br />

devido à predisposição e principalmente quando utilizados em preparações tipo aerossóis.


O <strong>DE</strong>ET pode ser tóxico para olhos e boca, causando prurido (coceira), urticária e dermatite de<br />

contato.Em contato com a boca pode causar sensação de queimação nos lábios e língua.Recomendase<br />

evitar o uso em aerossol ou spray e não aplicar em pele inflamada ou irritada.No caso dos<br />

inseticidas devido ao uso excessivo e indiscriminado, além das manifestações respiratórias e<br />

alérgicas, uma das piores manifestações de efeitos adversos e o mais grave, é a Aplasia de Medula<br />

Óssea e ao longo prazo e exposições excessivas, citamos o efeito carcinogênico.<br />

42


CONCLUSÃO<br />

43<br />

Visto as diversas patologias causadas por vetores e a extrema gravidade e problema para a<br />

Saúde Pública, que os militares estão expostos pela própria profissão e característica, e que existem<br />

medidas preventivas eficazes, se utilizadas sob orientação e que os riscos dessas medidas preventivas<br />

estão na maioria das vezes ligadas ao mau uso ou uso indiscriminado dos repelentes e inseticidas, fica<br />

claro que os benefícios superam em muito os riscos.Efeitos colaterais graves ao uso de repelentes não<br />

estão confirmados em literatura, como Aplasia de Medula Óssea , Anemia Hemolítica e o efeito<br />

carcinogênico, enquanto as doenças endêmicas causadas por vetores há comprovação literária da<br />

gravidade e complicações futuras, superando com isso os riscos da utilização de repelentes à não<br />

utilização dos mesmos<br />

Há a ressalva de se realizar uma excelente orientação aos militares antes de submetê-los a uma<br />

provável exposição devido à característica da localidade destinada, utilizando para isso o Serviço de<br />

Saúde, particularmente os médicos, que além de aptos a orientar o uso adequado e preciso de<br />

repelentes e se necessário de inseticidas inclusive aos familiares nos casos de transferências para<br />

áreas endêmicas, também reforçariam as medidas preventivas já citadas; e quando necessário também<br />

realizariam a prescrição de medicamentos profiláticos, além da realização de vacinas quando estas<br />

estiverem indicadas, salientando os riscos de se contrair uma doença se não realizadas as medidas<br />

preventivas necessárias, tanto para um exercício em campo com duração de alguns dias ou semanas,<br />

quanto para uma transferência de localidade no território nacional ou ao redor do mundo, com<br />

duração de alguns anos.Sempre ressaltando que a melhor prevenção é evitar a picada do vetor,<br />

utilizando os repelentes indicados e aprovados pela ANVISA, respeitando os intervalos de aplicação,<br />

as concentrações referentes às faixas etárias e o modo de aplicação para evitar-se efeitos indesejáveis<br />

como intoxicações e até o coma no caso de ingestão acidental.<br />

Sem esquecer que os militares são preparados para estarem sempre prontos para o front, sendo<br />

então de importância sumária a orientação dos mesmos quanto as prováveis doenças causadas por<br />

vetores e as medidas profiláticas cabíveis, não esquecendo que nesta situação a duração de tempo é<br />

indeterminada, realizando assim um planejamento adequado para evitar as doenças causadas por<br />

vetores, e também evitar um enorme número de baixas devido a essa razão.


44<br />

REFERÊNCIAS<br />

COMMITEE TO ADVISE ON TROPICAL MEDICINE AND TRAVEL (CATMAT).Statement on<br />

personal protective measures to prevent arthropod bites.Can Dis Rep. 2005 May 15;31(ACS-<br />

4):1-18.<br />

CURTIS CF.Making insect repellents safe.Lancet 1988 Oct 29;2(8618):1020.<br />

<strong>DE</strong>BBOUN M, COLEMAN RE, SITHIPRASASNA R, GUPTA RK, STRICKMAN D.Soldier<br />

acceptability of a camouflage face paint combined with <strong>DE</strong>ET insect repellent.(Department of<br />

Entomology, Walter Reed Army Institute of Research, Silver Spring, MD 20910, USA) Mil Med.<br />

2001 Sep;166(9):777-8235.<br />

<strong>DE</strong>BBOUN M, BURGE R, KLUN JA, LEE HC, KIM HC, KLEIN T A.Field user acceptability of<br />

new camouflage face paint formulations in the Republic of KoreaMil Med. 2005<br />

Oct;170(10):831-5.<br />

<strong>DE</strong> GARBI<strong>NO</strong> JP, LABOR<strong>DE</strong> A.Toxicity of an insect repellent: N-N-diethyltoluamide. Vety<br />

Hum Toxicol. 1983 Dec;25(6):422-3.<br />

FDA/C<strong>DE</strong>R-GTDDP Guidance for industry: topical dermatological drug products NDAs and<br />

ANDAs in vivo bioavailability, bioequivalence, in vitro release and associated studies<br />

(online).<strong>DE</strong>PARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES FDA/C<strong>DE</strong>R.Disponível:<br />

http://www.fda.gov/cder/ guindace/index.htm (6/8/1998).<br />

GUPTA RK, RUTLEDGE LC.Compatibility of army face paint and insect repellent<br />

formulation.Mil Med. 1993 Jan;158(1):12-3.<br />

GUPTA RK, RUTLEDGE LC, FROMMER RL.Laboratory evaluation of face paint repellent<br />

formulation using human volunteers under three climatic regimens.J Med Entomol. 1989<br />

Sep;26(5):468-70.


GU X, WANG T, COLLINS DM, KASICHAYANULA S, BURCSYNSKI FJ.In vitro evaluation of<br />

concurrent use of commercially available insect repellent and sunscreen preparations.Br J<br />

Dermatol. 2005 Jun;152(6):1263-7.<br />

45<br />

GU X, KASICHAYANULA S, FEDIUK DJ, BURCZYNSKI FJ.In vitro permeation of the insect<br />

repellent N,N-diethyl-m-toluamide (<strong>DE</strong>ET) and the sunscreen oxybenzone.J Pharm Pharmacol.<br />

2004 May;56(5):621-8.<br />

LILLIE T H, SCHRECK, C E RAHE.Effectiveness of personal protection against mosquitoes in<br />

Alaska 1988.Journal of Medical Entomology, 25: 475, 1988.<br />

MACK RB.Lord of the flies, fleas and mosquitos--<strong>DE</strong>ET (diethyltoluamide intoxication).N C<br />

Med J. 1986 Jul;47(7):353-4.<br />

MOODY RP.The safety of diethyltoluamide insect repellents.JAMA1989 Jul 7;262(1):28-9.<br />

QIU H, JUN H W, MCCALL J W.Pharmacokinetics, formulation, and safety of insect repellent<br />

N, N-diethyl-3-methylbenzamide (deet): a review.Journal of American Mosquito Control<br />

Association, 14: 12-27, 1998.<br />

REUVENI H, YAGUPSKY P.Diethyltoluamide-containing insect repellent: adverse effects in<br />

worldwide use.Arch Dermatol. 1982 Aug;118(8):582-3.<br />

VON MAYENBURG J, RAKOSKI J.Contact urticaria to diethyltoluamide. 9(2 Contact<br />

Dermatitis. 1983 Mar;):171.<br />

VOZMEDIA<strong>NO</strong> JM, ARMARIO J, GONZALES-CABRERIZO A.Immunologic contact urticaria<br />

from diethyltoluamide. Int J Dermatol. 2000 Nov;39(11):876-7.<br />

WANG T,GU X.In vitro percutaneous permeation of the repellent <strong>DE</strong>ET and the sunscreen<br />

oxybenzone across human skin.J Pharm Pharm Sci. 2007;10(1):17-25.<br />

YOUNG, D.LTC G, EVANS, S.Safety and efficacy of <strong>DE</strong>ET and permethrin in the prevention<br />

of arthropod attack.Military Medicine, 163: 324-330, 1998.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!