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3.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - CPRH

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DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL - LITORAL NORTE<br />

O MEIO SOCIOECONÔMICO <strong>DO</strong> LITORAL NORTE<br />

<strong>USO</strong> E OCUPAÇÃO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Menos industrializada do que Paulista e apresentando porte funcional bem mais modesto do que aquele centro<br />

urbano, Abreu e Lima desempenha a função de “cidade dormitório” com elevado contingente de população de<br />

baixa renda. A inserção desse contingente populacional no espaço urbano em análise tem-se dado tanto pela<br />

ocupação irregular das áreas livres dos loteamentos regularizados como através de invasões em áreas de morros,<br />

a exemplo do Morro do Fosfato (Alto José Bonifácio) – a maior invasão de Abreu e Lima – e, mais recentemente,<br />

na periferia dos conjuntos habitacionais da COHAB, incluindo-se, nesse caso, a Invasão Frei Damião localizada na<br />

periferia norte do Conjunto Habitacional Caetés I e a ocupação das encostas com alta declividade situadas entre<br />

os conjuntos habitacionais Caetés I e II.<br />

Essas formas de ocupação desordenada do solo, além de contribuírem para a desestabilização das encostas e o<br />

aumento das áreas de risco, em conseqüência da devastação da cobertura vegetal dessas áreas, degradam o solo<br />

e os cursos de água pelo lançamento, nos mesmos, dos resíduos (excedentes ou totais) de origem doméstica e<br />

industrial. A falta de saneamento ou a precariedade desse sistema na maior parte dos bairros, agrava, em muito,<br />

o problema ambiental do núcleo urbano em apreço.<br />

O segundo núcleo gerador da aglomeração urbana sul-oriental do Litoral Norte – o núcleo urbano de Igarassu –<br />

surgiu no século XVII, constituindo, juntamente com Olinda e Conceição (em Itamaracá), as primeiras vilas fundadas<br />

no Nordeste (Andrade, 1977, p. 24). Guardando as características originais, em conseqüência do fraco dinamismo<br />

apresentado ao longo de sua evolução, “Igarassu, com suas igrejas, seu convento, seu recolhimento de<br />

mulheres virtuosas, seu suntuoso edifício da Cadeia e da Câmara era [no século XVIII] um pequeno centro<br />

urbano, onde funcionavam dois curtumes. Na sua área de influência situavam-se as povoações de Tracunhaém e<br />

Bom Jardim” (Idem, p.34).<br />

Como outras cidades nordestinas desprovidas de indústrias e dependentes da área rural que as cerca, Igarassu<br />

possuía, em 1950, 2 116 habitantes, enquanto a cidade de Paulista (a sede + a vila de Navarro) e as vilas de<br />

Paratibe e Abreu e Lima possuíam, naquele ano, respectivamente 21 243, 5 609 e 5 554 habitantes (IBGE, 1960).<br />

Embora conte, hoje, com um parque industrial “formado por 30 grandes indústrias”, Igarassu apresenta níveis<br />

elevados de desemprego “chegando a 40% da população [total]” e taxa de analfabetismo da ordem de “36% da<br />

população adulta” (Melo, 2001, p.5), a par de um crescimento urbano médio de 4,5% ao ano, no período 1970-<br />

2000 (IBGE, 2001). Crescimento esse que, no caso específico da sede municipal, foi da ordem de 6,0% ao ano, no<br />

período 1970-1980 e de 5,8% ao ano, no período 1980-1991.<br />

Funcionando como “zona de amortecimento” dos fluxos migratórios que se dirigem da Mata Setentrional para o<br />

Núcleo Metropolitano, a cidade de Igarassu vê crescer, a cada ano, o cinturão de miséria de sua periferia. Dentre<br />

os fatores que contribuem para as elevadas taxas de crescimento do núcleo urbano de Igarassu, figuram: a) sua<br />

proximidade do mercado de trabalho metropolitano; b) o valor relativamente baixo do solo na periferia desse<br />

núcleo urbano (sobretudo se comparado àquele das áreas correlatas de Recife, Olinda e Paulista); c) a presença<br />

de granjas e sítios em torno da cidade, gerando oportunidade de emprego para uma parcela da força de trabalho<br />

não qualificada; d) a proximidade do estuário, de onde a população de baixa renda, mormente a desempregada,<br />

retira parte de seu sustento.<br />

O dinamismo demográfico de Igarassu se reflete no grande número de loteamentos implantados em seu perímetro<br />

urbano, nas décadas de oitenta e noventa (Loteamentos Encanto Igarassu - 1985; Projeto Verde Teto e Centro<br />

Igarassu, em 1987; Condomínio Santa Cruz - 1993; Padre Cícero, Frei Damião, Santa Bárbara, Rumo Leste e<br />

Privê Vila Harmonia, em 1994; Cortegada – 1996; Parque Igarassu e Nova Holanda, em 1997; Bairro Novo de<br />

Monjope – 1998, entre outros).<br />

PUBLICAÇÕES <strong>CPRH</strong> / MMA - PNMA11

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